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    IV JCEA - Campo Grande, MS, Brasil, 6 a 8 de outubro de 2004

    An lise do mix de marketing em dois restaurantesself-service

    Renata Ges Escobar (UFMS)E-mail: [email protected]

    Eunice Bespalez (UFMS)E-mail: [email protected]

    Joelma Alves oliveira (UFMS)E-mail:[email protected]

    Patrcia Venuto de Souza (UFMS)E-mail: [email protected]

    RESUMO: Este artigo objetivou analisar e comparar como dois restaurantes self-serviceutilizam o mix de marketing. Para tanto, realizou-se um estudo de caso por meio da

    abordagem dos conceitos de produto, preo, promoo e ponto de venda. Concluiu-se que os

    restaurantes utilizam o mix de marketing de formas diferenciadas entre si, uma vez que

    possuem pblicos-alvo diferentes. Percebeu-se que ambos restaurantes no utilizam

    estratgias eficazes na definio do mix de marketing. As estratgias do mix promocional, do

    ponto de venda e de preo no atendem as reais necessidades dos seus pblicos-alvo e

    impedem que estas empresas sejam mais competitivas nos seus segmentos de atuao.

    Palavras-chave: mix de marketing, varejo de alimentos, restaurantes self-service.

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    An lise do mix de marketing em dois restaurantesself-service

    1. INTRODUO

    Atividade intermediria entre a indstria agroalimentar e os consumidores, o

    comrcio varejista efetua um papel dos mais relevantes dentro dos sistemas produtivos. Suaforte influncia sobre as preferncias dos consumidores faz do setor varejista uma atividadefundamental das cadeias agroalimentares (SPROESSER, 1997).

    No decorrer dos ltimos 30 anos, a distribuio alimentar evoluiu de maneirasignificativa. O desenvolvimento tecnolgico, notadamente da informtica, possibilitou odesenvolvimento de novas tcnicas de gesto, de log stica e de controle de qualidade, cujoobjetivo maior satisfazer as necessidades dos consumidores. Atualmente o comrciovarejista visto como uma atividade produtiva de grande importncia, particularmente no quese refere a suas atividades de marketing (SPROESSER, 1997).

    O volume anual de vendas do setor varejista brasileiro superior a R$ 100 bilhes,movimentados por mais de 1 milho de lojas e responsvel por mais de 10% do PIB nacional.

    Dentre os inmeros setores do varejo, pode-se destacar o setor de alimentos, que apresentagrande expresso nacional. As lojas de varejo alimentar por auto-servio (supermercados ehipermercados) e as lojas de varejo alimentar tradicionais possuem um volume de vendas deaproximadamente R$ 64,5 milhes, o que representa cerca de 6,45% do PIB nacional(PARENTE, 2000).

    Este estudo voltado para dois restaurantes self-service, adotou-se para anlise essetipo de varejo alimentar devido ao sucesso desses restaurantes que, de acordo com Parente(2000), sinaliza a receptividade dos consumidores para o auto-servio e tem como fatores desucesso a liberdade de escolha dada aos clientes para compor o prato de acordo com suaspreferncias.

    O restaurante A est situado no centro expandido de Campo Grande/MS e atende

    aos consumidores que trabalham nesta regio, geralmente comerciantes, e profissionaisliberais. O restaurante B est localizado no eixo 4 (sa da So Paulo/sa da Aquidauana), tendocomo consumidores estudantes universitrios e tambm atende as pessoas que trabalhamprxima a regio. A escolha pelos restaurantes acima citados se deve s diferenas depblicos-alvo e, conseqentemente diferentes estratgias do composto de marketing,facilitando a comparao entre os mesmos.

    O presente artigo buscou identificar e comparar como os dois restaurantes self-service utilizam os 4Ps (produto, preo, promoo/propaganda e ponto de venda), os quaisfuncionam como fatores-chave de sucesso e apontam caminhos para um melhoraproveitamento do marketing.

    2. REVISO TERICA

    O composto de marketing ou marketing mix pode ser entendido como um conjuntode variveis mercadolgicas que a empresa planeja, implementa e controla de modo asatisfazer seu mercado alvo, dentro de um prazo determinado. O marketing mix tambmchamado de 4 Ps, Produto, Preo, Ponto de Venda e Promoo (SILVA; BATALHA, 1997).

    muito importante a visualizao e compreenso dos Ps do marketing. Geralmente,a empresa que tem o melhor gerenciamento sobre todos os Ps de marketing aquela comchances de ser mais bem sucedida a curto, mdio e longo prazo (MEGIDO; XAVIER, 1995).

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    2.1 Produto

    definido como um complexo de atributos tang veis (cor, embalagem, design) eintang veis (reputao da marca, prestao de servios ps-venda) que pode ser oferecido aum mercado, para sua apreciao e aquisio, uso ou consumo e que pode satisfazer umdesejo ou uma necessidade (SILVA; BATALHA, 1995).

    As decises sobre o mix de produtos consistem em uma das decises maisfundamentais para uma empresa varejista. Obter mercadorias que satisfaam suasnecessidades a motivao principal dos consumidores quando compram produtos nas lojas.Por isto, que os varejistas devem ter clara noo do pblico-alvo que pretende atingir,adequando-a as necessidades desse consumidor em termos de caracter sticas e benef ciosprocurados (PARENTE, 2000).

    As empresas varejistas normalmente trabalham com uma vasta gama de produtos.Desta forma, estes produtos devem ser classificados de maneira hierrquica para facilitar agesto do mix de produtos. Uma maneira de departamentalizar o composto de produtos atravs da classificao em: departamentos, categorias, subcategorias, segmentos,subsegmentos e o item espec fico (PARENTE, 2000).

    Para Parente (2000), os seguintes aspectos estratgicos devem ser considerados nodesenvolvimento das estratgias de sortimento que so os seguintes: amplitude (nmero desegmentos de produtos); profundidade (nmero de marcas e itens dentro de uma certacategoria de produto); preo e qualidade (depende dos segmentos que a empresa atua); marcasprprias e pol ticas de marcas (marcas desenvolvidas com exclusividade por varejistas ouatacadistas).

    2.2 Preo

    A maioria das decises de compras so tomadas com base nos preos dos produtos.Muitos consumidores possuem desejos e necessidades ilimitadas, porm recursos limitados. O

    comprador, geralmente comprar um produto/servio se o preo justificar o n vel desatisfao que poder derivar de sua compra (LAS CASAS, 1993).Segundo Kotler (1998), de todos os elementos do composto de marketing, o preo

    o nico que resulta em receita, os outros geram custo. O preo tambm um dos componentesmais flex veis do mix de marketing, pois pode ser rapidamente modificado, diferente do queocorre com as caracter sticas de um produto ou com compromissos assumidos com os canaisde distribuio.

    De acordo com Parente (2000), a empresa pode estabelecer o preo de seusprodutos, ao se basear em trs objetivos principais: objetivo de vendas, objetivo de imagem depreo e objetivo de lucro.

    Ao estabelecer sua pol tica de preos a empresa segue seis estgios: primeiro

    seleciona seus objetivos de preo; segundo estima sua demanda com as quantidades provveisque vender a cada preo; terceiro, estima seus custos de produo; quarto examina aspol ticas de preos e ofertas dos concorrentes; quinto, seleciona um dos seguintes mtodos depreo: preo de markup, de retorno-alvo, de valor percebido, de valor, de mercado ou delicitao. E por ltimo, seleciona o preo final, considerando o preo final, o preopsicolgico, a influncia dos outros P s de marketing sobre o preo, as pol ticas deprecificao da empresa e o impacto do preo sobre terceiros (KOTLER, 1998).

    Parente (2000), apresenta vrias tticas de preo, sendo algumas conflitantes entre si,mas muitas podem e devem ser utilizadas simultaneamente, so elas: preo alto-baixo, preobaixo todo dia, alinhamento de preo, preo nico, preo flex vel, preo varivel, preo

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    costumeiro, preo mltiplo, preo de pacote, preo psicolgicas, preo l der, preo dereferncia, cobrir preo da concorrncia e marca prpria.

    2.3 Promoo

    O P de promoo pode ser elaborado atravs de um composto promocional, cujoobjetivo principal e no s atrair os consumidores para as lojas, mas tambm motiv-los a

    comprar. O composto promocional formado por uma combinao de trs programasbsicos: propaganda, promoo de vendas e publicidade (PARENTE, 2000).O composto promocional apresenta trs objetivos bsicos: o informativo, persuasivo

    e de reforo. O informativo busca avisar aos consumidores sobre o mix de produtos, preo eas caracter sticas da empresa em geral. O persuasivo tenta convencer o consumidor queaquele varejista possui os melhores produtos e ofertas capazes de atender s suasnecessidades. J o de reforo mostra, continuamente, que o varejista a melhor alternativa,para continuar atendendo s necessidades do consumidor.

    A propaganda qualquer forma paga de apresentao impessoal, de promoo deidias, bens ou servios transmitidos por meio da m dia massificada paga por um determinadovarejista. As formas de m dia mais utilizadas so: os jornais, revistas, rdio, televiso, internet

    e outros impressos ( KOTLER, 1998; PARENTE, 2000).A promoo de vendas um conjunto diversificado de ferramentas de incentivo, emsua maioria em curto prazo, que visa estimular o consumidor a adquirir um produto/servio.As formas mais utilizadas na promoo de vendas so: prmio, programas de fidelizao,cupons, demonstraes de produtos, ente outros

    O terceiro composto promocional a publicidade que, segundo (KOTLER, 1998).so est mulos no pessoais para criar a demanda de um produto ou unidade de negocio atravsde meios de comunicao como rdio, televiso e outros ve culos, teoricamente com materiaisno pagos pelo patrocinado.

    2.4 Ponto de venda

    A localizao uma das decises mais importantes para o varejista, pois diferentedas demais variveis que compem o mix mercadolgico da empresa, a localizao incorreem investimentos fixos relevantes, cuja reverso demanda recursos, tempo e esforos maioresque as demais variveis e alm disso, ela orientada para buscar novas oportunidades demercado, sendo a varivel que, em grande parte ir determinar o nmero e o tipo de clientesque podero ser atra dos pela loja (ALMEIDA, 1997: PARENTE, 2000).

    Existem no Brasil trs tipos de localizao comercial: Os centros comerciais no-planejados, que so conglomerados varejistas que tiveram uma evoluo espontnea, e so

    divididas em trs tipos: zona comercial do centro da cidade, zona comercial de bairro e zonacomercial da vizinhana; As lojas independentes, que so aquelas que no apresentam lojasprximas a elas e em geral esto localizadas ao longo de importantes avenidas ou viasexpressas; e os centros comerciais planejados, que so empreendimentos projetados paraformar um complexo integrado de lojas, como os shoppings centers.(PARENTE, 2000;MORGADO; GONALVES, 1997).

    As caracter sticas do negcio devem ser levadas em conta antes da escolha do tipo delocalizao, considerando o mercado-alvo que a empresa pretende atender, os tipos deprodutos que ela ir oferecer, alm de considerar tambm fatores como as caracter sticas dapopulao, do local (facilidade de transporte, trfego dos ve culos e/ ou pessoas, etc.), da

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    economia, o n vel de concorrncia, fornecedores e a legislao (PARENTE, 2000;MORGADO; GONALVES, 1997).

    Miranda (1997), ressalta as coordenadas para uma boa localizao so o ponto, reade influncia e o trfego e que, nenhum destes fatores isoladamente constituem na melhoralternativa para o problema de localizao comercial. Qualquer que seja a deciso sobre alocalizao, o varejista pode e deve usar instrumentos racionais para o estudo de localizao.

    .

    3. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    Esta pesquisa pode ser classificada como descritiva uma vez que tem como objetivodescrever, registrar, analisar, interpretar e correlacionar fatos e fenmenos. O enfoque faz-sesobre condies dominantes ou sobre como uma pessoa, grupo ou coisa conduz-se oufunciona no presente. Usa a comparao e o contrates (BARUFFI, 2004).

    Inicialmente realizou-se um levantamento bibliogrfico do tema em questo, pormeio de livros, revistas especializadas e artigos cient ficos que abordavam a mesmaproblemtica deste estudo.

    Posteriormente, foi realizado um estudo de caso em dois restaurantes self-service,coletando-se dados primrios, por meio de entrevista pessoal individual com os proprietrios

    dos restaurantes (utilizando um roteiro pr-definido de questes), e a observao nodisfarada e no estruturada, que permite grande flexibilidade para analisar oscomportamentos e situaes em observao.(MATTAR, 1999).

    Na etapa final realizou-se a anlise dos dados, fazendo uma comparao entre osrestaurantes estudados para identificar quais as semelhanas e diferenas nas estratgias domix de marketing adotadas por eles, uma vez que atendem a pblicos diferentes e estolocalizados em reas distintas.

    4. AN LISE E DISCUSS O DOS RESULTADOS

    4.1 Segmentao de Mercado

    A definio do pblico-alvo que a empresa ir atingir de fundamental importnciapara que esta possa direcionar suas estratgias voltadas para a satisfao dos desejos e dasnecessidades desse pblico.

    O Restaurante A, situado no bairro centro tem como principais clientes, osprofissionais liberais e comerciantes de classe mdia que trabalham prximos ao local etambm as pessoas que vo fazer compras na regio e que eventualmente almoam norestaurante. O restaurante B, situado no bairro Ipiranga, tem como pblico-alvo estudantesuniversitrios e tambm as pessoas que trabalham na regio adjacente ao estabelecimento,mantendo um pblico mais fiel.

    Os restaurantes atendem a pblicos-alvo diferentes, o que resultam na utilizao de

    distintas estratgias do composto de marketing por parte dos restaurantes.4.2 Produto

    Os produtos de ambas empresas so classificados como bens no-durveis. Osprodutos dos restaurantes self-service se classificam como de convenincia, pois as pessoasque utilizam esse servio geralmente no disponibilizam de muito tempo, buscando umarefeio rpida e de fcil aquisio.

    No que tange ao sortimento de produtos, percebeu-se que nas duas empresas aamplitude estreita, pois possuem um pequeno nmero de categorias. Nos dois

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    estabelecimentos as categorias encontradas so pratos quentes, pratos frios, sobremesas ebebidas. O restaurante A possui uma profundidade mdia, disponibilizando aos clientes cercade 45 pratos por refeio. J o restaurante B possui uma profundidade menor, pois ofereceuma variedade pequena de produtos dentro das categorias, oferecendo em mdia um total de15 pratos em cada refeio.

    Verificou-se tambm que ambas empresas no utilizam marcas prprias comoestratgias de sortimento de produtos.

    As categorias pratos quentes e pratos frios nas duas empresas exercem o papel decategoria destino por serem os principais produtos das empresas. A categoria de bebidas classificada como rotineira no restaurante A, pois os clientes tm o costume de consumi-lascom a categoria destino. A categoria sobremesa nas duas empresas exerce o papel derotineira, uma vez que est inclu da no preo da refeio. Na empresa B, as bebidasclassificam-se como categoria ocasional, uma vez que so adquiridas pelos consumidores comuma menor freqncia.

    Os produtos da categoria bebidas nos dois restaurantes podem ser classificados comobens complementares, pois geralmente so consumidos acompanhando os produtos dascategorias pratos quentes e pratos frios.

    4.3- PreoOs resultados obtidos sobre o elemento preo do composto de marketing, avaliado

    nos restaurantes bem como as estratgias utilizadas mostram-se bem distintas. Isso devidoao pblico-alvo que cada um procura atender, estudantes universitrios e a outra,comerciantes da regio central da cidade.

    Observou-se que no restaurante A, a empresa busca estabelecer seus preos baseadosnos custos incorridos na produo e tambm procura manter uma certa paridade de preoscom sues principais concorrentes, visto que o proprietrio do estabelecimento visita seusconcorrentes com objetivo de verificar os preos e os servios oferecidos por estes.

    No restaurante B, o sistema de precificao orientado para os custos e para a

    margem sobre as vendas. Observou-se tambm que os clientes deste restaurante so sens veiss variaes nos preos, visto que os proprietrios reabriram o restaurante h pouco tempo,com um preo maior do que antes era praticado. Este fato resultou na reduo de clientes, queforam buscar outras alternativas de preos menores em seus concorrentes.

    O restaurante B cobra R$ 5,50 por pessoas de segunda a sexta-feira e aos sbadosR$ 6,00, devido ao diferencial de oferecer um churrasco para seus clientes. J o restaurante Acobra R$ 7,00 por pessoa de segunda a sexta-feira, e R$ 7,90 aos sbados, domingos eferiados. Sendo que a ttica de preo dos dois restaurantes a de preo nico onde no oferecido qualquer tipo de desconto para os clientes.

    Em ambos os casos, foram os proprietrios que estabeleceram os preos dasrefeies, sendo que em cada caso, buscou-se atingir alguns dos objetivos de preo. O

    restaurante A procura atingir os objetivos de imagem de preo, por meio da liderana de preoem seu segmento e/ou a paridade de preo com seus concorrentes. J o restaurante B buscaratingir os objetivos de lucro.

    Em relao concorrncia as duas empresas tm maneiras distintas de reao frentes aes dos concorrentes. O estabelecimento B sempre mantm seus preos no mesmopatamar mdio, enquanto que a empresa A ou eleva seus preos para se equiparar aos lideresde mercado, ou em muitas situaes, os reduz para uma alavancagem nas vendas.

    No que diz respeito s pol ticas de pagamento, no restaurante A, tem como opo opagamento vista ou a carto de crdito. J no restaurante B, a forma de pagamento

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    somente vista. Em ambos estabelecimentos no aceitam vale alimentao, ticket e outrosmeios a no ser os transcritos acima.

    4.4 Promoo

    Em relao promoo das duas empresas pesquisadas, foi observado que emnenhuma delas utilizado um programa promocional definido ou bem elaborado.

    O restaurante B apresenta certo interesse em utilizar alguma campanha promocional,pois acredita que pode aumentar o volume de vendas, mas esbarra na dificuldade de obterrecursos devido ao baixo poder aquisitivo dos clientes que atende, composto principalmentepor estudantes, uma vez que o restaurante est localizado prximo a Universidade Federal deMato Grosso do Sul.

    J o restaurante A obedece a um objetivo bsico do composto promocional, que apresentar um carter informativo, ou seja, a promoo utilizada voltada para os novos oupotenciais clientes, e busca avisar aos consumidores sobre o mix de produtos, preo e ascaracter sticas da empresa em geral. A nica forma de propaganda utilizada por esterestaurante a distribuio de panfletos informativos, com o objetivo principal de atingir oscomerciantes e profissionais liberais que trabalham prximos ao local.

    As empresas pesquisadas no utilizam ferramentas da promoo de vendas tais comosorteios, brindes ou cupons.O restaurante A, que realiza propaganda esporadicamente, observado um certo

    interesse em investimento maior nos programas de propaganda, mas o proprietrio afirma quefinanceiramente no poss vel investir mais, pois afirma que o mercado est em recesso eacredita que seria desperd cio de capital. Apesar disso, o proprietrio afirma que a propagandaque ele utiliza gera retorno para a empresa.

    Nenhuma das duas empresas tem oramento definido para ser direcionado aosprogramas promocionais, tambm no fazem parcerias com outras empresas para que osfuncionrios desta priorizem seus servios.

    4.5 Ponto de VendaA escolha do local de grande importncia para o varejista. Porm ambas empresas

    pesquisadas se instalaram nos locais ao acaso sem fazer nenhum tipo de estudo delocalizao.

    O restaurante A est localizado em uma zona comercial no-planejada do centro dacidade, que apresenta um grande fluxo de pessoas e carros, pois nesta rea que se concentraa maior oferta de varejistas. Por estar localizado no centro da cidade, o restaurante atende aclientes que trabalham na regio e as pessoas que vo fazer compras prximo ao local. Almdisso, esta regio apresenta um grande nmero de concorrentes diretos.

    J o restaurante B situa-se em uma zona comercial no-planejada de bairro, na Vila

    Ipiranga, em uma rua transversal a principal avenida do bairro, onde possui algumas empresascomerciais instaladas perto do restaurante e tambm est localizado prximo a UniversidadeFederal de Mato Grosso do Sul.

    No que diz respeito ao posicionamento dos restaurantes, a visibilidade da fachadafica prejudicada, visto que a empresa A possui um estacionamento na frente do prdio,isolando assim a fachada, dificultando a visibilidade das pessoas que passam no local. Atmesmo o proprietrio do estabelecimento concorda que o estacionamento um fator quelimita e atrao por novos consumidores.

    J a visibilidade do Restaurante B, fica tambm prejudicada, pois as pessoas quepassam no sentido avenida principal para o bairro no conseguem notar a empresa, uma vez

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    que uma rvore muito grande esconde a placa e a frente do restaurante. J as pessoas quecaminham no sentido bairro-avenida principal obtm uma melhor visualizao doestabelecimento.

    Em relao facilidade de transporte, o restaurante A est bem situado em um localde fcil acesso, que a regio central da cidade de Campo Grande. O restaurante B estsituado em um local bem acess vel. Ambos restaurantes oferecem estacionamento para osclientes.

    5. CONSIDERAES FINAIS

    Por meio deste estudo verificou-se que os dois restaurantes avaliados utilizam ocomposto de marketing de maneiras distintas, porm no de forma eficiente.

    No que tange ao mix de produtos, os restaurantes possuem um mesmo nmero decategorias, apresentando uma amplitude idntica em ambos. No entanto, ao que se refere profundidade, verificou-se que o restaurante A apresenta um maior nmero de itens em cadacategoria. Esse fato devido a uma clientela diferenciada visto como, o restaurante A atende aum pblico com maior poder aquisitivo, que exige uma maior variedade de pratos oferecidos,j que pagam um preo mais alto por este servio.

    Essas diferenciaes na clientela de ambos restaurantes explicam tambm o papeldiferente que exerce a categorias bebidas, sendo ocasional no restaurante B e rotineira no A.Nenhum dos restaurantes segue um processo para estabelecimento de preo, sendo

    estes aplicados de maneira parcial. O restaurante B fixa seu preo baseado somente nos seuscustos de produo. J o A alm de incluir os custos nas decises de preo, faz uma anlisedos principais concorrentes, buscando manter uma certa paridade tanto em termos de n vel depreo, quanto no n vel de qualidade de servios oferecidos por ele.

    Constatou-se que os dois restaurantes possuem objetivos de preo diferentes. Sendoque o restaurante B procura atingir o objetivo de lucro, pois sua preocupao maior cobrirseus custos de produo. O restaurante A busca a liderana de preo e paridade de preo, vistoque acompanha continuamente o preo e a qualidade dos concorrentes.

    Um ponto falho no que diz respeito a pol ticas de preos das empresas, que estasno oferecem nenhum tipo de desconto ou pacotes promocionais para atrair ou at mesmomanter seus clientes e apresentam poucas opes de pagamentos, limitando assim a comprade seus clientes.

    No restaurante B utilizada a publicidade boca-a-boca, no sendo aplicadanenhum tipo de propaganda e promoo de vendas. J o restaurante A emprega como nicomeio de propaganda panfletos informativos para buscar atrair novos clientes.

    Se os restaurantes utilizassem as ferramentas do composto promocional de formamais eficaz, poderiam alcanar melhores resultados atravs de programas voltados para aconquista e fidelizao dos clientes.

    No que tange ao ponto de venda, nenhuma das empresas fizeram algum estudo sobre

    a localizao. O restaurante A est situado em uma regio de grande saturao varejista, tendovrios concorrentes instalados em locais adjacentes a ele. J o restaurante B apresenta umnmero menor de concorrentes a sua volta.

    No entanto, os restaurantes apresentam pouca visibilidade, o que prejudica e limita odesempenho de ambos, visto que a fachada a apresentao externa da loja, e esta um fatorque atrai os clientes para dentro das lojas.

    Se as empresas pesquisadas fizessem uso de placas, faixas ou outros meios decomunicao visual talvez chamariam mais a ateno das pessoas que passam nos locais eestas poderiam tornar-se clientes dos restaurantes.

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    Caso fosse trabalhado cada composto de marketing para atender as necessidades deseus pblicos-alvo, identificadas atravs de pesquisas com os consumidores, estes restaurantespoderiam ser mais competitivos em seus segmentos de atuao.

    Um ponto interessante a ser ressaltado foi que o proprietrio do restaurante A,afirmou que gostaria de mudar de pblico-alvo, pois ele fala que a populao campo-grandense tem um baixo poder aquisitivo para almoar em restaurantes como o dele,demonstrando uma viso pessimista do ramo em que atua.

    J os proprietrios do restaurante B, demonstraram querer investir no seu negcio, jque pretendem abrir o estabelecimento noite para servir sobas, aproveitando uma novaoportunidade que eles consideram que pode ser explorada.

    Para consecuo deste artigo, as principais dificuldades encontradas foram comrelao entrevista com os proprietrios dos restaurantes, uma vez que em ambos casos, elesno possuem formao acadmica na rea de Administrao. O dono do restaurante A engenheiro agrnomo, mas faz tempo que trabalha no ramo de restaurantes e demonstroupossuir conhecimento sobre o tema em discusso. Porm, os proprietrios do restaurante B,no possuem nenhuma formao acadmica e esto h poucos meses trabalhando no ramo,uma vez que moraram 14 anos no Japo e alguns anos em So Paulo e esto h pouco tempona cidade, demonstrando no possuir conhecimento sobre o problemtica do tema,

    dificultando assim a entrevista.Para dar continuidade a este estudo, poderia realizar nos restaurantes uma pesquisacom objetivo de identificar qual o perfil, os gostos e as preferncias dos consumidores, a fimde avaliar qual so os fatores cr ticos de sucesso das empresas.

    6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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    KOTLER, Philip. Administrao de marketing: anlise, planejamento, implementao econtrole. So Paulo: Atlas, 1998.

    LAS CASAS, Alexandre Luzzi Marketing de Varejo. So Paulo: Atlas, 1994

    MATTAR, Fauze Nagib. Pesquisa de marketing. So Paulo: Atlas, 1999. Vol. 1.

    MEGIDO, J. L. T.; XAVIER, C. Marketing & Agribusiness. So Paulo: Atlas, 1995.

    MIRANDA, Roberto Lira. Marketing de Varejo: e alianas estratgicas com a indstria.Rio de Janeiro: Quality Mark, 1997.

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    PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil: gesto e estratgia. So Paulo: Atlas, 2000.

    SILVA , A. L. da.; BATALHA. M. O. Marketing estratgico aplicado ao agronegcio . In:

    BATALHA, M. O. (Coord.) Gesto agroindustrial. So Paulo: Atlas, 1997, cap.3 .

    SPROESSER, R. L. Gesto estratgica do comrcio varejista de alimentos. In: BATALHA,M.O. (Coord.) Gesto agroindustrial. So Paulo: Atlas, 1997, cap. 5.