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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - UAECIA ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ - EAJ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS ANÁLISE DA BIOMASSA E EXTRATOS TANANTES DE Protium Heptaphyllum (Aubl.) March, UMA ESPÉCIE COM PROPRIEDADES MEDICINAIS AGEU DA SILVA MONTEIRO FREIRE Macaíba/RN Janeiro de 2020

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO … · 2020. 3. 22. · ministÉrio da educaÇÃo universidade federal do rio grande do norte prÓ-reitoria de pÓs-graduaÇÃo

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - UAECIA

ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ - EAJ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS

ANÁLISE DA BIOMASSA E EXTRATOS TANANTES DE Protium Heptaphyllum (Aubl.)

March, UMA ESPÉCIE COM PROPRIEDADES MEDICINAIS

AGEU DA SILVA MONTEIRO FREIRE

Macaíba/RN

Janeiro de 2020

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AGEU DA SILVA MONTEIRO FREIRE

ANÁLISE DA BIOMASSA E EXTRATOS TANANTES DE Protium Heptaphyllum (Aubl.)

March, UMA ESPÉCIE COM PROPRIEDADES MEDICINAIS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, como parte das exigências para

obtenção do título de Mestre em Ciências Florestais (Área de

Concentração em Ciências Florestais - Tecnologia e

Utilização de Produtos Florestais).

Orientador:

Profª. Dra. Renata Martins Braga

Coorientador:

Profª. Dra. Tatiane Kelly Barbosa de Azevêdo

Macaíba/RN

Janeiro de 2020

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Rodolfo Helinski - Escola Agrícola de Jundiaí - EAJ

Freire, Ageu da Silva Monteiro.

Análise da biomassa e extratos tanantes de Protium

Heptaphyllum (Aubl.) March, uma espécie com propriedades medicinais / Ageu da Silva Monteiro Freire. - 2020.

59f.: il.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias,

Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, Macaíba, RN. 2020.

Orientador: Dra. Renata Martins Braga.

Coorientador: Dra. Tatiane Kelly Barbosa de Azevêdo.

1. Burseraceae -Dissertação. 2. Taninos - Dissertação. 3.

Farmacologia - Dissertação. 4. Espectroscopia - Dissertação. 5.

Toxicidade - Dissertação. I. Braga, Renata Martins. II. Azevêdo,

Tatiane Kelly Barbosa de. III. Título.

RN/UF/BSPRH CDU 620.95

Elaborado por Valéria Maria Lima da Silva - CRB-15/451

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ANÁLISE DA BIOMASSA E EXTRATOS TANANTES DE Protium Heptaphyllum (Aubl.)

March, UMA ESPÉCIE COM PROPRIEDADES MEDICINAIS

Ageu da Silva Monteiro Freire

Dissertação julgada para obtenção do título de Mestre em Ciências Florestais (Área de Concentração

em Ciências Florestais - Tecnologia e Utilização de Produtos Florestais) e aprovada pela banca

examinadora em 23 de janeiro de 2020.

Macaíba/RN

Janeiro de 2020

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Aos meus pais Antonio e Rejane e a todos que lutam por

uma educação pública de qualidade.

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

__________________________________________________________________________

Neste espaço em que redijo em primeira pessoa, com palavras tão especiais de gratidão,

começo agradecendo a Deus pela saúde e todas conquistas alcançadas.

Aos meus Pais Antonio e Rejane, a quem dedico tudo em minha vida. Obrigado por me

mostrarem que a educação é a principal ferramenta para se vencer na vida e que mesmo diante

das dificuldades sempre me proporcionaram o melhor.

À minha irmã Adjane, especialmente por ter colocado nesse mundo minhas queridas

sobrinhas Ana Clara, Helena e Isabele, que me presenteiam com sorrisos e alegrias. Amo muito

vocês e desejo muitas conquistas nessa vida.

Às minhas avós Dalvanira e Maria, mulheres batalhadoras, que enfrentaram tantos

obstáculos e hoje são orgulho e admiração na vida de tanta gente.

À toda minha grande família. Não cabe aqui dizer o nome de todos tios e tias e primos

e primas, sempre ao meu lado, nos momentos bons ou ruins.

À minha orientadora Renata Braga, a quem admiro como pessoa e profissional. Muito

obrigado pelos ensinamentos e paciência ao longo desse percurso.

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, antes um sonho, hoje uma realidade.

Levarei cada momento, desde a aprovação do vestibular até o fim desta etapa.

À Escola Agrícola de Jundiaí, onde conheci pessoas especiais e vivi muitos momentos

bons. Ficará para sempre na lembrança esse lugar que foi a minha segunda casa.

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte pela oportunidade de crescimento profissional.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela

concessão de bolsa para a realização deste trabalho.

Aos professores e professoras que passaram em minha vida, da infância até os dias de

hoje. Vocês são fundamentais na vida de muita gente.

Aos professores Fábio Vieira e Cristiane Fajardo e aos amigos que fiz Laboratório de

Genética e Melhoramento Florestal. Obrigado pela convivência e companheirismo.

A professora Tatiane Azevêdo pelo apoio e incentivo na realização deste trabalho.

Ao Laboratório de Tecnologia da Madeira, pelo apoio nos trabalhos, especialmente a

João Paulo que me guiou nos trabalhos iniciais.

Ao Laboratório de isolamento e síntese de compostos orgânicos pelo apoio nos

trabalhos, especialmente a professora Renata Mendonça pela solicitude e, Sarah dos Santos e

Janine que foram excepcional na paciência e ensinamentos.

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Aos laboratórios de Nutrição Animal e Laboratório de Tecnologia Ambiental, por

contribuir na realização deste trabalho.

Ao Professor Guilherme de Medeiros e Alexsandra, por me guiarem e apoiarem nos

trabalhos de toxicidade.

À Kyvia Pontes, minha grande amiga, companheira de trabalhos, de aventuras e da vida.

Você é um dos maiores exemplos de pessoa e profissional. Obrigado por tudo.

À Luciana Pinheiro e Fernanda Moura, por todo apoio e amizade imensurável. Vocês

são inspiração na minha vida e de muitas outras pessoas.

Aos meus amigos de graduação, especialmente ao #PartiudeAnna, que sempre tornaram

tudo mais leve. Obrigado a minha dupla Anna Luiza e, a Adriana, Márcia e Izadora, por serem

essas pessoas divertidas e alegres. Vocês fazem parte dessa história.

À Amanda Brito, pela companhia desde a graduação, sempre com disposição para ajudar

e conversar.

Aos meus amigos tão especiais, Talvanis e Yasmim. Obrigado pela confiança e por

fortalecer a amizade ao longo desses anos, estando comigo em momentos tão importantes e

compartilhando as mesmas situações, sempre com perseverança e união. Contem sempre

comigo.

À Maila, por ser essa pessoa extrovertida e sempre de bem com a vida. Siga a vida

sempre assim, com essa felicidade radiante, alegrando a todos.

À Fabiana, pessoa especial e esforçada. Obrigado pela amizade e tenha certeza que você

brilhará aonde chegar.

À minha turma do mestrado. Levarei momentos com cada um, especialmente Sarah,

Jackson e Leoclécio que compartilharam comigo muitas conversas e palavras de motivação.

Aos meus amigos do IFRN, Antônio, Ana Paula, Adna e Monara por essa amizade tão

inesperada e maravilhosa.

À Jennifer Guimarães, Jennifer Valeska e Daíse pelo incentivo e amizade. Que nunca

percamos a essência da vida da nossa época de adolescentes.

Ao meu grande amigo Alexandre Sena, por ser essa pessoa especial e que tanto admiro.

Obrigado pelas motivações e atenção.

A quem luta por uma sociedade justa e igualitária, defendendo uma educação pública de

qualidade e acessível a todos e, a todos que passaram pela minha vida e contribuíram de alguma

forma para eu chegar até aqui.

Obrigado!

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“Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com

adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando

o amor.

Se a educação sozinha não transforma a sociedade sem ela tampouco a sociedade muda.

Se a nossa opção é progressista, se estamos a favor da vida e não da morte, da equidade e não

da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação,

não temos outro caminho senão viver plenamente a nossa opção.

Encarná-la, diminuindo assim a distância entre o que dizemos e o que fazemos.

Desrespeitando os fracos, enganando os incautos, ofendendo a vida, explorando os outros,

discriminando o índio, o negro, a mulher não estarei ajudando meus filhos a ser sérios, justos

e amorosos da vida e dos outros."

Paulo Freire

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RESUMO GERAL

__________________________________________________________________________

ANÁLISE DA BIOMASSA E EXTRATOS TANANTES DE Protium Heptaphyllum

(Aubl.) March, UMA ESPÉCIE COM PROPRIEDADES MEDICINAIS

Protium heptaphyllum é uma espécie arbórea de potencial farmacológico, devido suas

propriedades medicinais com compostos de interesse para indústria farmacêutica, sendo

relevantes os estudos sobre seus compostos. Este trabalho tem como objetivo a caracterização

da casca, da folha e do fruto com sementes da espécie, bem como a obtenção de extratos

tanantes, quantificação de taninos e avaliação da composição química, para aplicação em fins

farmacológicos. A composição da biomassa das três estruturas foi realizada pelo teor de

umidade, teor de cinzas, teor de voláteis e carbono fixo, como também, quantidade de proteína

bruta, hemicelulose, lignina e celulose. Para cada estrutura foi quantificado o teor de taninos

condensados pelo método de Stiasny, sendo observado também a quantidade de extratos

tanantes e a de compostos que não são taninos. A análise termogravimétrica foi realizada para

avaliar os comportamentos térmicos e faixa de degradação e, a espectroscopia de infravermelho

avaliou quimicamente os grupos funcionais presentes nas macromoléculas. Um teste de

toxicidade foi realizado em microcrustáceos Mysidopsis juniae para observar se os extratos

tanantes das três estruturas possuem atividade tóxica. A casca, a folha e o fruto de P.

heptaphyllum apresentaram diferentes características em sua composição e as mesmas possuem

relação com a produção de extrativos na espécie. A quantidade de extratos tanantes, taninos

condensados e de não taninos foi, respectivamente, 32,20%, 13,27%, 18,93% no fruto, 15,53%,

9,40% e 6,13% na folha e 8,20%, 5,10% e 3,10% na casca. O índice de Stiasny indicou valores

de 60,42% na casca, 63,62% na folha e 41,63% no fruto. As três estruturas apresentaram

quantidades de taninos próximas ou superiores a de outras espécies com propriedades

medicinais, tais como algumas descritas na Farmacopeia Brasileira. A biomassa e os extratos

tanantes das três estruturas apresentaram grupos funcionais hidroxila, ligação C-H e ligação

C=O, similares aos identificados em espectros da resina da espécie. Os extratos tanantes das

três estruturas apresentaram toxicidade em todas as concentrações, com exceção da casca na

menor concentração, mostrando que não deve existir o uso indiscriminado deles e, esse efeito

também é de interesse para estudos farmacológicos, contribuindo para agregar valor a mais um

subproduto da espécie.

Palavras-chave: Burseraceae, taninos, farmacologia, espectroscopia, toxicidade.

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GENERAL ABSTRACT

__________________________________________________________________________

BIOMASS AND TANNIC EXTRACTS ANALYSIS OF Protium Heptaphyllum (Aubl.)

March, A SPECIES WITH MEDICAL PROPERTIES

Protium heptaphyllum is a tree species with pharmacological potential, due to its medicinal

properties with compounds of interest to the pharmaceutical industry, and studies on its

compounds are relevant. This work aims to characterize the bark, leaf and fruit with seeds of

the species, as well as obtaining tannic extracts, quantifying tannins and evaluating the chemical

composition, for application in pharmacological purposes. The biomass composition of the

three structures was carried out by moisture content, ash content, volatile and fixed carbon

content, as well as the amount of crude protein, hemicellulose, lignin and cellulose. For each

structure, the content of condensed tannins was quantified by the Stiasny method, also

observing the amount of tannic extracts and that of compounds that are not tannins.

Thermogravimetric analysis was performed to evaluate thermal behavior and degradation

range, and infrared spectroscopy chemically evaluated the functional groups present in

macromolecules. A toxicity test was carried out on microcrustaceans Mysidopsis juniae to see

if the tannic extracts of the three structures have toxic activity. The bark, leaf and fruit of P.

heptaphyllum showed different characteristics in their composition and they are related to the

production of extracts in the species. The amount of tanning extracts, condensed tannins and

non-tannins was 32.20%, 13.27%, 18.93%, respectively, in the fruit, 15.53%, 9.40% and 6.13%

in the leaf and 8.20%, 5.10% and 3.10% in the bark. The Stiasny index indicated values of

60.42% on the bark, 63.62% on the leaf and 41.63% on the fruit. The three structures showed

amounts of tannins close to or greater than those of other species with medicinal properties,

such as some described in the Brazilian Pharmacopoeia. The biomass and tannic extracts of the

three structures showed hydroxyl functional groups, C-H bond and C = O bond, similar to those

identified in spectra of the species resin. The tannic extracts of the three structures showed

toxicity in all concentrations, with the exception of the bark in the lowest concentration,

showing that there should be no indiscriminate use of them, and this effect is also of interest for

pharmacological studies, contributing to add value to yet another by-product of the species.

Keywords: Burseraceae, tannin, pharmacology, spectroscopy, toxicity.

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SUMÁRIO

__________________________________________________________________________

Página

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ...................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 3

2.1. Produtos florestais não madeireiros ...................................................................... 3

2.2. Extratos tanantes e Taninos vegetais .................................................................... 5

2.3. Potencial farmacológico dos taninos .................................................................... 7

2.4. Bioma Mata Atlântica .......................................................................................... 9

2.5. Protium heptaphyllum (Aubl.) March................................................................. 10

2.6. Potencial farmacológico de Protium heptaphyllum (Aubl.) March. .................... 12

3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 15

3.1. Coleta e beneficiamento dos materiais vegetais .................................................. 15

3.2. Caracterização da biomassa ............................................................................... 16

3.3. Análise composicional da biomassa ................................................................... 18

3.4. Remoção de extratos tanantes e quantificação de taninos ................................... 20

3.5. Análise termogravimétrica de biomassa e extratos tanantes. ............................... 22

3.6. Espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) de biomassa

e extratos tanantes. ................................................................................................... 22

3.7. Fracionamento cromatográfico do extrato tanante do fruto ................................. 23

3.8. Teste de toxidade frente a Mysidopsis juniae. ..................................................... 24

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 25

4.1. Caracterização da biomassa ............................................................................... 25

4.2. Análise composicional da biomassa ................................................................... 26

4.3. Quantidade de taninos e sólidos totais ................................................................ 28

4.4. Análise termogravimétrica da biomassa e extratos tanantes ................................ 31

4.5. Espectros de infravermelho da biomassa e extratos tanantes. .............................. 34

4.6. Espectros de infravermelho da subfração do extrato tanante do fruto.................. 37

3.7. Toxicidade frente a Mysidopsis juniae................................................................ 38

4. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 40

LITERATURA CITADA.............................................................................................. 41

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LISTA DE FIGURAS

__________________________________________________________________________

Figura 1. Estrutura de tanino condensado hipotético ........................................................... 06

Figura 2. Protium heptaphyllum em fragmento de Mata Atlântica (A); Botões florais (B), flores

(C) e frutos da espécie (D). .................................................................................................. 11

Figura 3. Localização geográfica e imagem aérea do fragmento de Mata Atlântica .............. 15

Figura 4. Demonstração em fluxograma da coleta e beneficiamento dos materiais vegetais de

Protium heptaphyllum .......................................................................................................... 16

Figura 5. Demonstração em fluxograma do processo de remoção dos extratos tanantes de

Protium heptaphyllum. ......................................................................................................... 20

Figura 6. Demonstração dos sólidos totais, taninos condensados e não taninos na planta. .... 22

Figura 7. Demonstração em fluxograma do processo de fracionamento do extrato tanante do

de fruto de Protium heptaphyllum. ....................................................................................... 23

Figura 8. Teste de toxicidade dos extratos tanantes da casca, folha e fruto de Protium

heptaphyllum. ...................................................................................................................... 24

Figura 9. Análise termogravimétrica da biomassa da casca (A), folha (C) e fruto (E) e extrato

tanante da casca (B), folha (D) e fruto (F) de Protium heptaphyllum. ................................... 32

Figura 10. Espectros de FTIR da biomassa e extratos tanantes de Protium heptaphyllum..... 35

Figura 11. Espectros de FTIR da resina natural (A) e resina purificada (B) de Protium

heptaphyllum ....................................................................................................................... 37

Figura 12. Espectros de FTIR da subfração do extrato tanante do fruto de Protium

heptaphyllum ....................................................................................................................... 38

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LISTA DE TABELAS

__________________________________________________________________________

Tabela 1. Teor de umidade in natura e Teor de umidade, cinzas, voláteis e carbono fixo da

biomassa da casca, folha e fruto de Protium heptaphyllum ................................................... 25

Tabela 2. Matéria seca, proteína bruta, hemicelulose, celulose e lignina da casca, folha e fruto

de Protium heptaphyllum ..................................................................................................... 27

Tabela 3. Teor de sólidos totais, índice de Stiasny, teor de taninos condensados e teor de não

taninos da casca, folha e fruto de Protium heptaphyllum ...................................................... 28

Tabela 4. Perda de massa (%) da biomassa e extratos tanantes da casca, folha e fruto de Protium

heptaphyllum em função das faixas de temperaturas. ........................................................... 33

Tabela 5. Frequências espectrais vibracionais e grupos funcionais da biomassa e extratos

tanantes de Protium heptaphyllum. ....................................................................................... 35

Tabela 6. Média de microcrustáceos Mysidopsis juniae mortos em diferentes concentrações de

extratos tanantes da casca, folha e fruto de Protium heptaphyllum. ....................................... 39

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xiv

LISTA DE ABREVIATURAS

__________________________________________________________________________

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CCD – Cromatografia em Camada Delgada

FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação

FDA - fibra em detergente ácido

FDN - fibra em detergente neutro

FTIR - Espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier

PFNM - Produtos florestais não madeireiros

RMN – Ressonância Magnética Nuclear

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1. INTRODUÇÃO GERAL

__________________________________________________________________________

Protium heptaphyllum (AUBL.) March é uma espécie pertencente à família

Burseraceae, conhecida popularmente dentre tantos nomes por breu, amescla e almecegueira.

A espécie é nativa e não endêmica do Brasil, estando presente nos domínios fitogeográficos

Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, com ampla distribuição no país (DALY, 2015).

Além disso, a planta tem utilidades na medicina popular, como analgésico, cicatrizante e

expectorante, também sendo usada na indústria de verniz, na calafetagem de embarcações e

como incenso em rituais religiosos (MAIA et al., 2000).

Na literatura, a maioria dos estudos com a espécie são relacionados à composição

química e ao seu potencial uso farmacêutico, como o óleo essencial das folhas, que contém

substâncias com propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas, inseticidas e algumas que

são utilizadas na perfumaria, como o limoneno, trans-β-ocimeno, eucaliptol e P-cimeno (CITÓ

et al., 2006; MOBIN et al., 2016). Os resultados de pesquisas com a resina obtida do caule,

mostram atuação da espécie como promotora de cicatrização com propriedades anti-

inflamatórias e analgésicas e diversos estudos relatam que a substância alfa, beta-amirina

encontrada na resina da planta é útil na redução da obesidade (CARVALHO et al., 2017;

CARVALHO et al., 2015; SANTOS et al., 2012).

Apesar da sua comprovada ação terapêutica, não há estudos na literatura relacionados

à quantificação de taninos da espécie P. heptaphyllum. Os extratos tanantes são provenientes de

plantas, possuindo em sua composição taninos e outros compostos. Os taninos são substâncias

que têm a característica de se associar com proteínas e certos polióis, sendo classificados

conforme a estrutura química como hidrolisáveis e condensados (PIZZI, 1993). Além disso,

eles estão presentes na maioria dos vegetais, onde a concentração varia conforme idade, parte

da planta, período e local de coleta (SARTORI et al., 2014).

Plantas com altos teores de taninos possuem, geralmente, atividade terapêutica e podem

ser empregadas na medicina tradicional para o tratamento de várias doenças (DIAS et al., 2011).

Entretanto, apesar de serem encontradas grandes quantidades de substâncias tânicas em plantas

com utilidades terapêuticas, ainda são escassos os estudos que avaliem o isolamento e o

potencial medicinal destes compostos (MONTEIRO et al., 2005).

Diante disto, é importante ter maior conhecimento das propriedades químicas das

espécies em ambientes naturais, de recursos florestais não madeireiros com potencial para

indústria, como os taninos, que podem ser extraídos de espécies florestais. No entanto, poucos

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2

estudos apresentam resultados significativos sobre características técnicas de produção e

rendimento em espécies nativas (MEUNIER e FERREIRA, 2015). Também, P. heptaphyllum

está situado em diversos ambientes naturais, podendo contribuir para desenvolvimento

sustentável no local com retorno socioeconômico positivo.

Assim, frente ao potencial farmacológico de P. heptaphyllum, como também as

propriedades farmacológicas e medicinais dos taninos, este trabalho tem como objetivo a

caracterização da casca, folha e fruto da espécie, bem como a obtenção de extratos tanantes,

quantificação de taninos e avaliação da composição química, para aplicação em fins

farmacológicos.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

__________________________________________________________________________

2.1. Produtos florestais não madeireiros

O conceito de produtos florestais não madeireiros (PFNM) está atrelado ao seu nome,

indicando que são todos produtos oriundos da floresta que não sejam madeira, como folhas,

frutos, flores, sementes e resinas (MACHADO, 2008; WONG et al., 2001), sendo recursos

disponíveis na natureza, mas com limitações quando comparados aos produtos agrícolas

(VANTOMME, 2001). Os PFNM de origem vegetal são divididos em dois grandes grupos, os

que para sua exploração não precisam da supressão dos indivíduos produtivos e os que precisam

da supressão, sendo conhecidos também como grupos de coleta não destrutiva e destrutiva,

respectivamente (MACHADO, 2008).

Conforme a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação),

aproximadamente 80% das pessoas de países em desenvolvimento utilizam os PFNM para

complementar suas rendas e suprir suas necessidades nutricionais (FAO, 1995). Além de

possuir outras utilidades, como produção de medicamentos, usos em cosméticos, construção de

moradias e tecnologias tradicionais (MACHADO, 2008). Nos países em desenvolvimento, a

demanda por esses produtos tem aumentado, onde eles possuem na maioria das vezes

importância cultural, relacionando-se com remédios e estilos de vida alternativos, despertando

o interesse em alimentos, fibras, plantas medicinais e ingredientes botânicos de produtos

cosméticos (SHANLEY et al., 2005).

A característica sustentável dos PFNM é maior quando comparada aos produtos

madeireiros, pois na exploração não há retirada total do indivíduo, ocasionando na manutenção

da estrutura florestal na área manejada. Atualmente, é uma alternativa para diminuir os impactos

ambientais, principalmente com as preocupações relacionadas ao aquecimento global e o

desmatamento das florestas (FIEDLER et al., 2010). Além disso, deve-se procurar técnicas

silviculturais e de manejo que sejam eficientes para reduzir impactos negativos nas espécies,

sempre relacionando os PFNM com o histórico das plantas e os efeitos da sua exploração

(CAMACHO, 2008). No país, é vantajosa a utilização dos PFNM, ocasionando um

desenvolvimento regional atrelado à conservação dos recursos florestais, onde a maior parte da

extração desses produtos é feita em plantios de pequena escala por famílias que vendem em

comércios locais (BALZON, 2005; ELIAS e SANTOS, 2016; SANTOS et al., 2014).

Em 2016 no Brasil, os PFNM geraram um valor de exportação equivalente a US$

341.995.464, onde a castanha do caju foi o que obteve maior valor de exportação e a Erva-mate

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o que teve a maior quantidade; também, os extratos tanantes tiveram um valor de US$ 31.278

e os taninos de US$1.653.593 (BRASIL, 2018). A extração de recursos florestais no Brasil,

ainda se dá na maior parte por famílias que se situam próximas a reservas extrativistas, em que

na maioria das vezes, passam por dificuldades de manter as atividades com os PFNM, levando-

as as atividades predatórias, que podem ocasionar desflorestamentos (MACIEL et al., 2010). A

maior estratégia de venda dos produtos está em cooperativas e associações comunitárias,

fornecendo uma alternativa para a geração de renda, principalmente com os recursos em áreas

de reserva legal (BENTES-GAMA, 2005).

Um dos usos mais comuns de PFNM no Brasil é na medicina popular, o qual as pessoas

os utilizam ao invés de fármacos sintéticos (SOARES et al., 2008). Na Mata Atlântica, já se

conhece muitas espécies nativas com o uso medicinal e potencial farmacológico, pois a

ANVISA as regulamentam como drogas vegetais para uso, acarretando em um maior consumo

pela população e na necessidade de mais pesquisas (MING et al., 2012). Ademais, apesar do

bioma ter uma escassez de estudos sobre esses produtos e ter sofrido forte degradação, restando

apenas poucos resquícios da grande diversidade original, os PFNM no bioma Mata Atlântica

são importantes para a conservação da biodiversidade, desenvolvimento rural e geração de

renda (FARIAS, 2009).

A legislação vem se mostrando incentivadora na exploração PFNM, mostrando que, de

forma sustentável, arrenda o aumento da economia sem comprometer o meio ambiente. Como

pode ser visto na Lei 11.284 de 2006 (BRASIL, 2006), que explica que o manejo florestal

sustentável é de grande importância na gestão das florestas para a obtenção de benefícios

econômicos, sendo por meio dele realizadas as atividades extrativistas dos produtos e

subprodutos não madeireiros. Além do mais, toda comercialização de matéria-prima florestal

nativa depende de autorização de órgão competente, sendo proibida a exploração de espécies

nativas ameaçadas de extinção (BRASIL, 2008).

A Lei 11.428 de 2006 (BRASIL, 2006), mostra que a exploração sustentável tende a

garantir a permanência dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, sempre

de forma socialmente justa e economicamente viável, demonstrando o ponto de partida para a

exploração dos PFNM, tanto para as comunidade e famílias, como para empresas. Na Mata

Atlântica, por exemplo, pode ocorrer livremente a coleta de subprodutos florestais, tais como

frutos, folhas ou sementes, porém, sem colocar em risco as espécies da fauna e flora e sempre

em apoio às leis referentes ao patrimônio genético, à proteção ao conhecimento tradicional

associado e de biossegurança (BRASIL, 2006).

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2.2. Extratos tanantes e taninos vegetais

Os extratos tanantes são provenientes de vegetais que possuem além do tanino outras

substâncias, em que o uso é decorrente da atuação dos taninos, que é o composto que age nas

diversas finalidades dos extratos. O termo "taninos" significa carvalho e foi usado pela primeira

vez em 1976 em curtumes (KY et al., 2016), sendo que a técnica no curtimento de peles tem

sido usada há séculos. O curtimento consiste na ligação dos taninos em moléculas de colágeno

da pele de animais, ocasionando no aumento da resistência ao calor, a água e aos

microrganismos (TAIZ e ZEIGER, 2009). Os métodos de extração de taninos são relativamente

recentes, iniciando no século XIX com a necessidade de corantes negros para roupas de seda e

depois outras aplicabilidades foram buscadas devido à queda de vendas de taninos para o

curtimento de couro nas décadas de 60 e 70 (PIZZI, 2008). Ademais, é relatado que os taninos

podem ser benéficos como também prejudiciais, possuindo atividades hepatotóxica,

antinutritional, carcinogênica, antimutagênica, anticarcinogênica, antimicrobiana e de

imunomodulação (CHUNG et al., 1998).

Os taninos vegetais são compostos polifenólicos naturais extraídos de diferentes tecidos

vegetais (BERTOLDI et al., 2014), sendo eles os metabólitos secundários mais abundantes

produzidos pelas plantas (BARBEHENN e CONSTABEL, 2011), repelindo outros organismos

devido a sua adstringência (RAVEN et al., 2007), atuando consideravelmente na defesa delas

(NABORS, 2012). Os polifenóis são metabólitos secundários encontrados nas plantas, que

podem ter propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, ajudando a proteger contra doenças

crônicas, como câncer e doenças cardiometabólicas (BARRETT et al., 2018).

Conforme a composição química, os taninos são classificados em condensados e

hidrolisáveis, os primeiros consistiam em 90% da produção mundial de taninos comerciais na

década de 80 (HERGET, 1989). Os taninos hidrolisáveis consistem em poliésteres da glicose e

são classificados conforme o ácido formado de sua hidrólise e os condensados são formados

por monômeros do tipo catequina, sendo conhecidos por flavonóides (PIZZI, 1980). A Figura

1 mostra o tanino com quatro unidades poliméricas, apresentando as unidades de extensão

catequina, epicatequina e epigalocatequina (SILVA, 2013).

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Figura 1 - Estrutura de tanino condensado hipotético (Fonte: (SILVA, 2013))

Os taninos condensados estão associados à dinâmica da decomposição, na qual seus

efeitos negativos em raízes finas podem ter grandes impactos nos processos biológicos do solo

(DIXON et al., 2013) e também possuem toxidade para insetos, defendendo a planta contra seus

ataques (BARBEHENN e CONSTABEL, 2011). Na natureza, a quantidade de taninos nas

plantas varia conforme suas fenofases, havendo diminuição dessa quantidade quando as plantas

investem em flores e frutos (AZEVÊDO et al., 2017). Também, as diferentes partes das plantas

possuem quantidades diferentes de taninos, pois uma parte pode ser viável para a extração e

comercialização e outras não (AZEVÊDO et al., 2017; PAES et al., 2010). Estudos com

espécies do Semiárido Nordestino já demonstram o potencial e a viabilidade de taninos para o

curtimento de pele, como também outros usos, demonstrando que são necessárias mais

pesquisas na área (PAES et al., 2006)

Na indústria alimentar, os taninos são principalmente utilizados como aromatizantes e

ingredientes alimentares, enquanto na vinificação são classificados como agentes de

clarificação para estabilização de proteínas do vinho (BERTOLDI et al., 2014). Além disso,

eles também têm utilização na fabricação de espumas para horticultura e hidroponia,

mostrando-se com desempenhos comparáveis ou superiores a espumas fenólicas sintéticas.

Meikleham e Pizzi, (1994) encontraram vantagens em espumas provenientes de taninos, uma

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vez que elas podem ser usadas na maioria das aplicações nas quais espumas à base de fenol são

utilizadas (TONDI e PIZZI, 2009; TONDI, et al., 2009).

Entre outras aplicabilidades, os taninos podem ser usados como bioadesivos para

cirurgias, de baixo custo com grande atividade antimicrobiana (GUO et al., 2018), e também

podem ser utilizados na confecção de filmes bio-híbridos, com capacidade antioxidante e de

proteção UV (LI et al., 2019). Ainda, por serem naturais, os taninos podem ser utilizados como

agentes anti-incrustantes em ambientes marinhos e, por não ter metais em sua composição,

podem eliminar a liberação de metais e outros biocidas tóxicos (PERES et al., 2015). Pesquisas

mostram que os taninos também têm atuação na remoção de metais como o cobre e ferro

(SARQUÍS et al., 2014), mostrando ser uma fonte de novos adsorventes, com capacidade

semelhante ou superior ao carvão ativado e outros materiais adsorventes (SÁNCHEZ-MARTÍN

et al., 2011).

Os resíduos florestais também possuem quantidades de taninos que podem ser bastante

utilizados, pois espécies comerciais como o Eucalyptus apresentam quantidade viável de

taninos (Trugilho et al., 2003). Aires et al., (2016) encontraram alto teor de taninos em resíduos

de castanha portuguesa, que aplicaram como substitutos do fenol na formulação de adesivos,

podendo ser aplicados também como suplementos antioxidantes em formulações alimentares,

cosméticas ou farmacêuticas. Além disso, taninos provenientes de resíduos de plantas para a

produção de adesivos e outros produtos comerciais, agregam valor à espécie (ATHOMO et al.,

2018; PIZZI, 1980), sendo vantajoso substituir partículas naturais por partículas inorgânicas

que possuem alto valor (TOMAK et al., 2018).

Estudos comprovam o quanto os taninos são promissores na indústria madeireira, sendo

aplicados na formação de adesivos de madeira de alta resistência (LI et al., 2004), aumentando

a hidrofobicidade da superfície da madeira, o que resulta em menor absorção de água (LIU et

al., 2017; FILGUEIRA et al., 2017; PING et al., 2011), e consequentemente na diminuição de

formações de fissuras (TOMAK et al., 2018). Do mesmo modo, Kemppainen et al., (2014)

mostraram o potencial das cascas de Picea abies para produção de taninos em grandes

quantidades, explicando seu potencial para diversas aplicabilidades, como na formação de

adesivos.

2.3. Potencial farmacológico dos taninos

Muitos estudos com taninos têm sido desenvolvidos para sua aplicabilidade na medicina

veterinária e produção animal, onde resultados já mostram sua eficácia na prevenção de doenças

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causadas por Clostridium perfringens em ruminantes e outras espécies de animais (ELIZONDO

et al., 2010), sendo eles eficientes na substituição de antibióticos (HUANG et al., 2017). Plantas

ricas em taninos também tem seu efeito sobre nematóides em ruminantes, podendo agir através

de atividade antiparasitária direta, ou indiretamente, aumentando a resistência do hospedeiro

(HOSTE et al., 2006; NOVOBILSKÝ et al., 2011). Além disso, os ruminantes são mais

tolerantes a alimentação rica em taninos, ocasionando maior eficiência no trato digestivo

(MCSWEENEY et al., 2001).

Taninos de espécies florestais da Caatinga têm mostrado resultados satisfatórios, como

exemplo de Thomas e Filho (1985), que já na década de 1980 encontraram atividade

antiinflamatória de taninos provenientes de cascas de Anacardium occidentale. Estudos vêm

sendo desenvolvidos contra patógenos em animais, como Dantas et al., (2016) que encontraram

atividade antimicrobiana dos taninos da casca de Piptadenia stipulacea sobre cepas clínicas de

Staphylococcus aureus. Semelhantemente, taninos provenientes das cascas de Anacardium

occidentale (PEREIRA et al., 2015), Mimosa arenosa (HIGINO et al., 2015) e Mimosa

tenuiflora (PEREIRA et al., 2015) inibiram o crescimento de bactérias que são sensíveis ou

resistentes a antibióticos sintéticos, demonstrando o potencial para o uso terapêutico na

Medicina Veterinária, e a indicação de produtos antibacterianos naturais em fármacos.

Mesmo sendo observado o efeito dos taninos sobre Staphylococcus aureus resistentes a

antibióticos (HATANO et al., 2005), algumas bactérias ainda são resistentes a eles, pois nos

animais que ingerem plantas com alto teor de taninos, o número de bactérias pode aumentar

(KRAUSE et al., 2005), sendo eficaz para diminuir o inchaço espumoso e melhorar o

desempenho dos animais sem efeitos negativos (MIN et al., 2012). Já um estudo sobre taninos

contra a bactéria Clostridium perfringens, mostrou que ela não oferece resistência aos taninos,

sendo eles eficientes na atuação antibacteriana (REDONDO et al., 2015).

Os principais efeitos biológicos e farmacológicos relatados para taninos condensados

podem ser classificados em atividades antibacterianas, antivirais, inibição enzimática, efeitos

anti-oxidantes, antimutagênicos e propriedades antitumorais. Taninos possuem um potencial

antiviral, como os obtidos pelos frutos de Terminalia chebula que inibiram o vírus da hepatite

C (AJALA et al., 2014). Ainda, taninos possuem efeitos antibacterianos (SRISOD et al., 2018),

como relatado por Carvalho et al., (2018) que o extrato da raiz de Cochlospermum regium

enriquecido em taninos teve ação contra várias bactérias, mostrando o potencial da espécie na

produção de bioativos. Do mesmo modo, esse potencial antibacteriano já é relatado para

microrganismos cariogênicos, comprovando cada vez mais que os taninos podem ser uma

alternativa fitoterápica eficaz (ARAÚJO et al., 2018).

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Os taninos possuem efeito antifúngico, tendo potencial no tratamento de doenças como

a candidíase (FREITAS et al., 2018). Romani et al. (2006) encontraram ampla atividade

antimicótica dos taninos em espécies de leveduras de interesse biomédico e Santos et al. (2017)

também encontraram aumento da atividade antimicrobiana do tanino contra fungos

filamentosos e leveduras. Há também estudos que mostram o potencial de taninos em

complicações diabéticas, sendo necessárias mais pesquisas que promovam o desenvolvimento

de novas drogas por meio deles (LADDHA e KULKARNI, 2018).

Deng et al., (2016) em estudo sobre taninos de folhas de Ficus altíssima, observaram

atividade antioxidante, mostrando que eles podem ser uma boa fonte de proantocianidinas com

atividade biológica. Inclusive, há anos já se sabe da sua atividade antitumoral, mostrando seu

potencial contra células cancerígenas (FONG et al., 1972; KANDIL e NASSAR, 1997), pois já

foi descoberta atividade citotóxica para células de câncer de mama humano (ZARIN et al.,

2016).

2.4. Bioma Mata Atlântica

O bioma Mata Atlântica abriga grande diversidade biológica no Brasil, abrangendo uma

área correspondente a 13% do território nacional, estando atualmente bastante fragmentada

(SFB, 2013). O bioma é um dos hotspots mundiais de biodiversidade, significando que tem

prioridade de conservação em todo planeta (MYERS et al., 2000). De acordo com a Lei 11.428

de 2006 (BRASIL, 2006), as formações florestais nativas e ecossistemas associados que

integram a Mata Atlântica são Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista, também

denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional

Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual, bem como os manguezais, as vegetações de

restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste.

Hoje, a Mata Atlântica é composta por algumas unidades de conservação e pequenos

remanescentes, que ao longo dos anos foi altamente afetada pela perda e fragmentação do

habitat (PERES et al., 2013), acarretando no isolamento dos remanescentes e prejudicando a

conservação da biodiversidade (ARAÚJO et al., 2015; MEDEIROS-FILHO et al., 2018). Todo

processo de fragmentação da Mata Atlântica ocorre desde a colonização do Brasil (BARBOSA,

2017), em consequência dos processos de urbanização, industrialização e expansão da

agricultura (PINTO et al., 2014; SCARANO e CEOTTO, 2015), sendo hoje o bioma brasileiro

com a maior quantidade de espécies de plantas ameaçada (MARTINELLI, 2013).

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Os remanescentes ainda são prejudicados pela pressão antrópica, ocasionada pela

exploração de recursos da biodiversidade (CUNHA, 2012) e por estarem inseridos em áreas

com grande densidade populacional, como as metrópoles Rio de Janeiro e São Paulo

(LAURANCE, 2009; SCARANO e CEOTTO, 2015). Assim sendo, mesmo com poucos

resquícios da floresta original, a legislação brasileira ainda não tem sido suficiente para a

conservação do bioma, podendo causar custos inaceitáveis no futuro, porque os governantes

ainda ignoram os impactos a longo prazo (ALARCON et al., 2015).

Nos últimos anos têm se buscado métodos para recuperar áreas de Mata Atlântica

degradadas, sendo a silvicultura intensiva para a restauração florestal um mecanismo altamente

viável para alcançar altas taxas de sequestro de carbono e a restauração local (FEREZ et al.,

2015). Tabarelli et al. (2005) explicam que para implementar uma rede de paisagens

sustentáveis no bioma, o planejamento de ações de conservação deve ser realizado com base

em fronteiras naturais ao invés de limites políticos. As entidades governamentais devem

colaborar, devem existir corredores de vegetação ligando áreas protegidas, fazer restauração de

matas de galeria e monitoramento com utilização dos melhores indicadores referentes a

aspectos biológicos, sociais e econômicos, garantindo a efetivação do uso dos recursos naturais

(TABARELLI et al., 2005).

Conjuntamente, na Mata atlântica já se tem informações a respeito de algumas espécies

com potencial farmacológico, principalmente pelas diversas aplicações na medicina popular

(SANTANA et al., 2016), exigindo cada vez mais a conservação das plantas que pode ser uma

alternativa econômica para as comunidades em geral (PINTO et al., 2006). Ademais, a medicina

popular no bioma é uma das mais importantes fontes de atenção à saúde, devido ao uso contínuo

das plantas medicinais, merecendo mais estudos, especialmente em um bioma em situação de

risco e com carência de informações, o que contribui também para a conservação das espécies

(TRIBESS, et al., 2015).

2.5. Protium heptaphyllum (Aubl.) March.

Com cerca de 19 gêneros e 615 espécies pantropicais (CHRISTENHUSZ e BYNG,

2016), a família Burseraceae está situada em todas as regiões do Brasil, apresentando sete

gêneros e 104 espécies no país (DALY, 2015). Além disso, maior parte das espécies da família

é nativa da Amazônia, onde são comumente conhecidas por suas estruturas aromáticas

(BARROSO et al., 1991; SOUZA e LORENZI, 2012), não apresentando importância

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econômica na madeira, mas sim na resina em abundância que muitas delas produzem

(LEENHOUTS, 1956).

Na família Burseraceae o gênero Protium é o que possui maior distribuição no Brasil

(SOUZA e LORENZI, 2012) e, devido às semelhanças entre as espécies, é necessário observar

detalhes para saber as diferenças entre elas (BARROSO et al., 1991). Uma das características

marcantes nas espécies do gênero é o aroma emitido pelas suas estruturas; Piva et al. (2019)

analisaram as emissões de monoterpenos voláteis da resina de 15 espécies do gênero, para

diferenciá-las e identificá-las por meio desses compostos químicos, servindo como uma

“impressão digital” para as espécies.

Entre as espécies do gênero está o Protium heptaphyllum (Aubl.) March. que dentre

tantos nomes populares é conhecida como breu, amescla e almecegueira (Figura 2), sendo

descrita por ser aromática (RAMOS et al., 2008; SILVA et al., 1977). A espécie é nativa do

Brasil e localiza-se nos domínios fitogeográficos Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata

Atlântica, apresentando ampla distribuição em todas regiões do país (DALY, 2015).

Figura 2 – Aspectos morfológicos de Protium heptaphyllum em fragmento de Mata Atlântica

(A); Botões florais (B), flores (C) e frutos da espécie (D). (Fonte: Ageu Freire)

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A espécie fica inserida em terrenos arenosos, tanto úmidos como secos (LORENZI,

1992) e principalmente em locais alagados, como ambiente de nascentes (PINTO et al., 2005).

Os frutos da espécie são drupas globosas e avermelhadas, com cerca de 1,3 a 1,5 cm, possuindo

arilo carnoso de 2 mm de espessura (SILVA et al., 2007). Há uma forte relação entre a espécie

e o sistema de galerias subterrâneas da formiga Atta sexdens L. (Hymenoptera: Formicidae),

onde as galerias ficam distribuídas de acordo com a distribuição das árvores (SILVA et al.,

2012). As formigas além de coletarem as sementes, fazem dispersão a curta distância,

aumentam o padrão de agregação das sementes e reduzem a sobrevivência das plântulas

embaixo das plantas-mãe (SILVA et al., 2007).

Os subprodutos de P. heptaphyllum são empregados na medicina popular, como

analgésico, cicatrizante e expectorante, bem como são utilizados na indústria de verniz, na

calafetagem de embarcações e como incenso em rituais religiosos (MAIA et al., 2000). Além

disso, o 3-careno e canfeno, dois monoterpenos encontrados na resina, mostraram-se únicos

para a espécie, servindo como uma “impressão digital” e, devido a essa exclusividade e

importância, contribui para outros estudos relacionados à interação das plantas com outros

organismos, filogenia, interações climáticas, uso de resinas e também para conservação, manejo

e uso sustentável (PIVA et al., 2019). A espécie é classificada como não ameaçada de extinção,

sendo de interesse para pesquisa e conservação (MARTINELLI e MORAES, 2013) devido à

pouca informação que se tem sobre ela, sendo necessários mais estudos, principalmente por ela

estar bem adaptada a diferentes regiões do Brasil e apresentar potencial para extração de

bioprodutos.

2.6. Potencial farmacológico de Protium heptaphyllum (Aubl.) March.

Estudos para observar o potencial farmacêutico de P. heptaphyllum vêm sendo

desenvolvidos durante os últimos anos, mas há bastante tempo já se tem conhecimento da

atuação da espécie na medicina popular. Mota e Scheel-Ybert (2019), em estudo do uso de

paisagem e da lenha na Toca do Boqueirão da Pedra Furada no Piauí, durante o início e meio

do Holoceno, encontraram evidências do uso de espécies do gênero Protium por volta de 7000

a 8000 anos atrás, comparando-o com P. heptaphyllum existente no local e seu uso na medicina

popular.

Brandão et al. (2008), listaram 203 espécies em estudo de verificação de plantas

medicinais brasileiras no século XIX, encontradas por naturalistas europeus e pela Farmacopeia

Oficial, entre elas o P. heptaphyllum foi apontada por possuir resina com atividade anti-

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inflamatória. A espécie também foi descrita na Amazônia, no século XIX, pelo botânico alemão

Carl Friedrich Philipp von Martius, sendo relatado que na medicina popular era utilizado como

remédio um bálsamo seco proveniente das plantas da espécie (BREITBACH et al., 2013).

Chaves et al. (2015) fizeram um estudo sobre a utilização de plantas brasileiras descritas pelo

escritor naturalista João Guimarães Rosa, no qual foram encontrados 964 nomes populares de

plantas e, 57 tendo seu uso descrito pelo escritor, estando P. heptaphyllum entre as 13 espécies

com ação medicinal.

A eficiência do P. heptaplyllum na medicina popular tem sido descrita na literatura,

relacionando-a com os estudos científicos para mostrar o quanto a espécie é promissora no

tratamento de doenças. Foi observado em estudo com os “caboclos ribeirinhos” do Rio Unini

no estado do Amazonas, que eles utilizam a resina da espécie como remédio para dor de cabeça,

derrame e doenças respiratórias (LAGO et al., 2016). Semelhantemente, foi realizado um

levantamento etnofarmacológico na Amazônia, no qual foram listadas 122 plantas, das quais

58 com utilização na medicina popular, e que P. heptaphyllum é uma das espécies mais citadas

(SANTOS et al., 2013), corroborando com outros estudos que a resina é utilizada em doenças

como derrame e problemas respiratórios, comprovados pela atuação de vários componentes

químicos (DUTRA et al., 2016).

A resina de P. heptaphyllum consiste no produto florestal não madeireiro mais estudado

da espécie, sendo descrita como a mais comercializada da família Burseraceae (HERNÁNDEZ-

VÁZQUEZ et al., 2010). Estudos como o de Albino et al., (2017), encontrou diferenças na

composição da resina fresca e envelhecida, sendo encontrada na primeira o componente

terpinoleno e na segunda, componentes como o p-cymeno, e p-cymen-8-ol. Oliveira et al.

(2003), observaram efeito gastroprotetor e antinflamatório da resina sobre úlcera gástrica,

apoiando ainda mais seu uso popular em desordens gastrointestinais. Diversos estudos com os

componentes químicos da resina da espécie em ratos, vem mostrando o apoio da utilização da

espécie na medicina tradicional e sua atuação no tratamento de doenças, como pruridos na pele

(OLIVEIRA, et al., 2004), distúrbios hepáticos (OLIVEIRA et al., 2005) e dor aguda e visceral

(OLIVEIRA, et al., 2005).

Os óleos essenciais da espécie podem ser uma ferramenta farmacológica muito útil

(SIANE et al., 1999), pois vários estudos mostram componentes químicos com potencial

farmacêutico. Amaral et al. (2009) encontraram no óleo essencial da resina constituintes como

o limoneno, trans-β-ocimeno, eucaliptol e P-cimeno, os quais possuem atividade anti-

inflamatória. No óleo essencial das folhas, Citó el al (2006) encontraram dez substâncias com

propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas, inseticidas e algumas que são utilizadas na

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perfumaria, com maior quantidade no trans-β-ocimeno (15,74%), β-cariofileno (32,08%),

ledeno (14,58%) e germacreno-B (16,71%).

Dentre os estudos relacionados à aplicação dos compostos químicos da espécie, os

triterpenos ganham destaque por estar em maior quantidade (SUSUNAGA et al., 2001). Melo

et al. (2011) afirmam que esses componentes, existentes na resina obtida no caule, atuam como

agente de cicatrização com propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, e diversos estudos

relatam que a alfa, beta-amirina encontrada na espécie é útil na redução da obesidade

(CARVALHO et al., 2017; CARVALHO et al., 2015; MELO et al., 2019; SANTOS et al., 2012)

e também tem potencial no tratamento de dores neuropáticas (SINGH, 2017) e dores orofaciais

(SIQUEIRA-LIMA et al., 2016).

Os triterpenos em espécies do gênero Protium também podem ter propriedades

ansiolíticas, pois um estudo sobre o incenso sagrado Maia proveniente da resina, mostrou

efeitos calmantes em experimentos com ratos (MERALI et al. 2018). Aragão et al. (2006)

avaliaram os efeitos ansiolíticos e antidepressivos da alfa, beta-amirina obtidos da casca de P.

heptaphyllum, obtendo resultados positivos e evidenciando o potencial clínico desses

componentes, sendo também observado efeito anticonvulsivante (ARAGÃO et al., 2014).

Outros estudos indicam o potencial da espécie no tratamento do câncer, como Barros et

al., (2011) que observaram que a citoxidade de derivados da alfa, beta-amirina provenientes da

resina induziram a morte por apoptose de células cancerígenas causadoras da leucemia e os

resultados também mostraram essa citoxidade e um efeito antiproliferativo em células

promotoras do câncer de mama (LIMA et al., 2014). Também já foi observado que componentes

das folhas de outra espécie do gênero têm efeito antiproliferativo nas células do câncer cervical

(ROSALEM et al., 2017).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

__________________________________________________________________________

3.1. Coleta e beneficiamento dos materiais vegetais

Coletou-se cascas, folhas e frutos imaturos com sementes em uma população natural de

P. heptaphyllum, situada em um fragmento de Mata Atlântica no município de Macaíba, no

estado do Rio Grande do Norte (Figura 3). O fragmento situa-se em altitude média de 50 m,

apresentando vegetação classificada como Floresta Estacional Semidecidual de Terras Baixas

(IBGE, 1992), com clima sendo uma transição entre os tipos As’ e BSh’ conforme a

classificação de Köppen, com temperaturas elevadas ao longo de todo o ano e estação chuvosa

de outono a inverno (CESTARO, 2002). O local apresenta precipitação média anual de 1.086,1

mm (EMPARN, 2017).

Figura 3 - Localização geográfica e imagem aérea da área de estudo. Fonte: Google Earth

(2017) adaptado.

A planta foi coletada e registrada no Herbário da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte, com número de registro 26577 e, o trabalho está cadastrado no Sistema Nacional de

Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado – SISBIO com

código AF83CE4. Foi selecionado aleatoriamente um indivíduo de P. heptaphyllum em bom

estado de conservação para a retirada das cascas e folhas, em um período em que não havia

evento reprodutivo e na época de frutificação para retirada dos frutos imaturos com sementes

(Figura 4). Todo material coletado foi armazenado em sacos plásticos para que não ocorresse a

perda da umidade. A partir de uma amostra, foi determinado o teor de umidade dos materiais

vegetais in natura em estufa a 103 °C ± 2 °C por 48 h.

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As cascas foram cortadas com faca em fragmentos de menor dimensão, as folhas e frutos

foram lavados com água corrente e os frutos com sementes, por serem imaturos, foram postos

para secar durante 24 h à temperatura ambiente. Todos materiais vegetais foram mantidos em

estufa a 103 °C ± 2 °C por 48 h e triturados em moinho do tipo Willey com peneira de abertura

16 mesh (1,00 mm), para alcançar menor granulometria no material. Posteriormente, os

materiais foram separados por faixa granulométrica e armazenados para posteriores análises,

sendo utilizada a fração passante na peneira de 16 “mesh” (1,00 mm) e retida na de 60 “mesh”

(0,25 mm).

Figura 4 – Demonstração em fluxograma da coleta e beneficiamento dos materiais vegetais de

Protium heptaphyllum.

3.2. Caracterização da biomassa

O teor de umidade foi realizado conforme a ASTM E871-82, consistindo na perda de

massa de uma amostra quando aquecida sob condições de temperatura, tempo e pressão

controladas. A análise foi feita em triplicata, no qual foi realizada a pesagem inicial dos

cadinhos vazios e depois foram inseridos 2 g de amostra de casca em cada um dos recipientes,

registrando a massa inicial, posteriormente os cadinhos com amostra foram inseridos em estufa

por 16 h a 103 ± 1 °C.

Os cadinhos com amostra foram retirados e esfriados em dessecador à temperatura

ambiente por 4 min, sendo retirados do dessecador e pesados imediatamente para registro da

massa. Os cadinhos com amostra retornavam para a estufa, repetindo o procedimento anterior,

sendo registrada a massa a cada 30 min, até a variação consistir em menos de 0,2%. Para o

cálculo do percentual de umidade, a seguinte equação (1) foi utilizada:

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O teor de cinzas seguiu a norma ASTM 1755-01 (reaprovada em 2015), consistindo em

uma medida aproximada do conteúdo mineral e outros materiais inorgânicos na biomassa,

sendo, juntamente com outros ensaios, determinada a composição total das amostras de

biomassa. O experimento foi realizado com os cadinhos com amostra do teor de umidade, onde

foram colocados na mufla à 575 °C ± 25 °C, em um passo de 10 °C/min com permanência nessa

temperatura por 3 h. Depois, os cadinhos foram retirados e inseridos em dessecador para atingir

temperatura ambiente e posteriormente pesados e registrados os valores. Para o cálculo do

percentual de cinzas foi utilizada a seguinte equação (2):

O método para obter o teor de voláteis seguiu a norma ASTM E872-82, determinando o

teor percentual de vapores liberados na decomposição da amostra de biomassa. Primeiramente

foi pesado o cadinho para registrar a massa do recipiente. Depois foi inserido 1 g de amostra no

cadinho, registrando a massa inicial. Posteriormente deixou-se o forno atingir 750 °C, inserindo

o cadinho com amostra, deixando-o 7 min dentro dele. Depois, o cadinho foi retirado e inserido

em dessecador, esperando esfriar por cerca de 30 min. Para o cálculo do percentual de perda de

massa foi utilizada a seguinte equação (3):

Como a amostra foi inserida diretamente na estufa, utilizou-se o valor da amostra final

e subtraiu-se do valor da umidade da amostra, das cinzas e voláteis. O método para determinar

o carbono fixo foi baseado na norma ASTM 3172-89 (reaprovada em 2002), com base no

seguinte cálculo (4):

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3.3. Análise composicional da biomassa

Todas as análises seguiram metodologia de Detmann et al., (2012). Para determinar a

porcentagem de matéria seca das amostras, subtraiu-se o teor de umidade de 100. Determinou-

se a fibra em detergente neutro (FDN) para ocorrer a separação das fibras insolúveis no meio,

onde essas fibras são constituídas basicamente de celulose, hemicelulose, lignina e proteína

lignificada. A solução era composta por sulfato láurico de sódio, EDTA sal dissódico,

tetraborato de sódio decahidratado, fosfato de sódio dibásico anidro, etilenoglicol e água

destilada. Também, foi determinado a fibra em detergente ácido (FDA), em que foi usado

detergente ácido específico para que ocorresse a solubilização do conteúdo celular e

hemicelulose, onde a solução era constituída de CTAB (Brometo de cetil trimetilamônio), ácido

sulfúrico e água destilada.

As análises foram feitas em triplicata, sendo pesados sacos vazios de tecido não tecido

(TNT), e inserido neles 0,55 g da biomassa. Os sacos foram selados e colocados em potes com

60 mL de solução FDN e FDA, inserindo-os em autoclave por 1 h, retirando-os e lavando-os

com água destilada quente por 3 vezes. Por fim, foram lavados com acetona. Em seguida,

colocou-se em estufa a 105 °C por 4 h e em dessecador por 30 min para posterior pesagem.

Foram utilizadas as equações 5 e 6 para obter os valores referentes a FDN e FDA:

Posteriormente, realizou-se a análise da quantidade de lignina, sendo inserido 0,55 g da

biomassa em sacos de tecido não tecido (TNT), colocando-os em potes com 60 mL de

detergente ácido. Os potes foram colocados em autoclave a 105 °C por 1 h, para que ocorresse

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a extração de todos componentes solúveis em detergente ácido. Os sacos foram lavados com

água destilada quente 3 vezes e depois com acetona por 2 minutos, sendo secados em estufa a

105 °C por 16 h e pesados. Por fim, os sacos foram submetidos à solução de ácido sulfúrico

72% durante 3 h, com agitação a cada 1 h, sendo depois lavados com água destilada fria 3 vezes

e lavados posteriormente com acetona para total remoção do ácido, sendo secos na estufa a 105

°C por 16 h e pesados para obtenção do valor do saco corrigido. Para obter o valor da lignina

foi utilizada a seguinte equação (7):

Depois, para obter os valores referentes à quantidade de celulose e hemicelulose,

utilizou-se as equações 8 e 9:

A análise de proteína bruta (PB) ocorreu em duplicata, seguindo o método de Kjedahl,

analisando a concentração de nitrogênio no material. Foram inseridos 200 mg de biomassa em

tubos de digestão, sendo adicionados neles 2 g de mistura digestora composta por Sulfato de

cobre, Sulfato de potássio e 7 mL de ácido sulfúrico. Inseriu-se os tubos em bloco digestor com

aquecimento progressivo até alcançar a temperatura de 400 °C, deixando-os nesta temperatura

até que a solução ficasse translúcida. Depois, os tubos foram retirados e, ao atingirem

temperatura inferior a 100 °C, foi adicionado 20 mL de água destilada para homogeneização.

Posteriormente, foi inserido em Erlenmeyer, 20 mL de solução de ácido bórico 40 g/L,

sendo adaptado ao conjunto de destilação para receber toda amônia destilada e, os tubos

digestores com as amostras digeridas foram transferidos também para o conjunto de destilação,

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no qual foram adicionados 25 mL de Hidróxido de sódio 500 g/L. Por fim, ocorreu destilação

por arraste até o volume total atingir 75 mL, sendo retirado o Erlenmeyer e titulado com Ácido

clorídrico até a mudança de cor. A equação (10) utilizada para determinar a porcentagem de

proteína bruta foi a seguinte:

3.4. Remoção de extratos tanantes e quantificação de taninos

A metodologia de remoção de extratos tanantes da casca, folha e fruto foi baseada em

outros trabalhos já desenvolvidos (AZEVÊDO et al., 2017; PAES et al., 2010). A remoção dos

extratos tanantes ocorreu em água destilada (Figura 5), sendo utilizadas três amostras de 25 g

em base seca da biomassa da casca, folha e fruto. Depois, as amostras foram realocadas para

balões de fundo chato com capacidade de 500 mL, onde foram inseridos 250 mL de água

destilada (relação 1:10 p/v), ocorrendo fervura sob refluxo, por 2 h. Foram realizadas duas

sequências de extrações para as amostras, com a finalidade de remover uma quantidade máxima

de extrativos presentes.

Figura 5 – Demonstração em fluxograma do processo de remoção dos extratos tanantes de

Protium heptaphyllum.

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Posteriormente, para que as partículas fossem retidas, o material passou por uma peneira

de 60 “mesh” (0,105 mm) e por um tecido de flanela. Depois de obter o extrato, foi feita a

homogeneização e filtração em funil de vidro sinterizado de porosidade 2 (Ø 28 mm). Em

aparelho tipo Soxhlet, o material foi concentrado para 250 mL pela evaporação da água e, em

seguida, três alíquotas de 50 mL foram retiradas de cada extrato. Foram utilizadas duas alícotas

para determinar o teor de taninos condensados (TTC) e uma foi evaporada em estufa a 103 ± 2

ºC por 48 h. Para determinação da porcentagem de teor de sólidos totais (TST), que é a mesma

coisa que a porcentagem de extrato tanante, foi utilizada a seguinte equação (11):

O TTC de cada amostra foi determinado pelo método de Stiasny, descrito por

Guangcheng et al. (1991), com algumas modificações. Foram colocados 4 mL de formaldeído

(37% m/m) e 1 mL de HCl concentrado em 50 mL do extrato bruto e cada mistura foi fervida

sob refluxo por 30 min. Assim, para a separação dos complexos insolúveis dos taninos, foi

realizada uma filtragem simples, com filtro de papel colocado em funil de Büchner de 10 cm

de diâmetro e 4 cm de profundidade. Em seguida, todo material recluso no filtro foi seco em

estufa a 103 °C ± 2 °C por 24 h, calculando-se o índice de Stiasny conforme a equação (12)

abaixo:

Para obter a quantidade de taninos presente em cada amostra, foi realizada a equação

(13) abaixo, usando o índice de Stiasny e o teor de sólidos totais:

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Para obter o teor de não taninos, foi realizada a diferença entre o teor de sólidos totais e

o teor de taninos condensados obtido de cada amostra. Conforme a Figura 6, os sólidos totais

correspondem ao extrato tanante, em que o índice de Stiasny compreende a porcentagem de

taninos existentes dentro desse extrato. No fim, os dados obtidos da caracterização e análise

composicional da biomassa, como também da extração e quantificação dos taninos, foram

analisados e submetidos à Análise de Variância e Teste de Tukey no programa estatístico

BioEstat 5.0 ® (AYRES, 2007).

Figura 6 – Demonstração dos sólidos totais, taninos condensados e não taninos na planta.

3.5. Análise termogravimétrica de biomassa e extratos tanantes

Foram realizadas análises termogravimétricas da biomassa e extratos tanantes da casca,

folhas e frutos, com objetivo de avaliar os seus comportamentos térmicos e faixa de degradação.

Utilizou-se a balança termogravimétrica TGA/DTA, Q600 da TA Instruments. Realizou-se as

análises com taxa de aquecimento de 10 oC min-1, da temperatura ambiente até 900 oC, sendo

utilizado atmosfera dinâmica de ar sintético (a), na vazão de 100 mL min-1. Utilizou-se cadinhos

de alumina de 70 L em todas análises e uma massa de amostra de aproximadamente 15 mg.

3.6. Espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) de biomassa e

extratos tanantes

Adquiriu-se os espectros de infravermelho em um espectrofotômetro de absorção na

região do infravermelho com transformada de Fourier da shimadzu, modelo IR Prestige-21,

utilizando brometo de potássio (KBr) como agente dispersante. Preparou-se as pastilhas pela

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mistura de cerca de 0,7 mg de amostras de biomassa e taninos em forma de pó com uma

quantidade suficiente de KBr para se atingir a concentração de 1% em massa da amostra.

Depois, homogeneizou-se a mistura em um almofariz de ágata, onde foi transferida para o

pastilhador e submetida a uma pressão de 8,0 t cm-2, formando uma pastilha fina e translúcida,

em que no fim, os espectros foram obtidos na região de 4000 a 400 cm-1, no modo transmitância.

3.7. Fracionamento cromatográfico do extrato tanante do fruto

Para fracionar o extrato tanante (Figura 7), uma massa de 5,08 g foi aquecida por 24 h

e solubilizada com 80 ml de 30% MeOH/H2O, sendo depois realizada rotaevaporação para

concentrar. Posteriormente, filtrou-se em papel filme, em que foi retido 4,87 g e obtido 0,20 g

que foi disposto em cromatografia de exclusão molecular em coluna de Φ 5,0 cm, empacotada

em gel dextrana sephadex LH-20 (h= 30 cm). Coletou-se 50 frações que foram analisadas por

Cromatografia de Camada delgada – CCD para reunir de acordo com a semelhança, dando

origem a oito subfrações. Foi escolhida a fração purificada, sendo diluída em dimetilsulfóxido

ou sulfóxido de dimetilo – DMSO para análises de FTIR.

Figura 7 – Demonstração em fluxograma do processo de fracionamento do extrato tanante do

de fruto de Protium heptaphyllum.

3.8. Teste de toxicidade frente a Mysidopsis juniae

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Para a realização do experimento foram feitos seis tratamentos com diferentes

concentrações dos extratos tanantes da casca, folha e fruto, inseridos em Becker com 300 ml de

água do mar com salinidade de 35 ppm (Figura 8). Os tratamentos foram distribuídos da

seguinte forma: T1= Tratamento controle (Sem extrato tanante); T2= 10 mg; T3= 25 mg; T4=

50 mg; T5= 75 mg; T6= 100 mg.

Figura 8 – Teste de toxicidade dos extratos tanantes da casca, folha e fruto de Protium

heptaphyllum.

O ensaio foi realizado em triplicata, totalizando 18 amostras, cada uma com 10

indivíduos de Mysidopsis juniae, que eram alimentados diariamente com náuplios de Artêmias

sp. Os Beckers foram protegidos com papel filme em sala climatizada a uma temperatura de

24ºC e, o teste teve duração de quatro dias, onde todos os dias eram contabilizados os indivíduos

mortos. No fim, os dados foram submetidos à Análise de Variância e Teste de Tukey no

programa estatístico BioEstat 5.0 ® (AYRES, 2007).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

__________________________________________________________________________

4.1. Caracterização da biomassa

O teor de umidade dos materiais vegetais in natura e da biomassa (Tabela 1) foi maior

na casca, seguida da folha e do fruto. A casca apresentou em sua biomassa 16,92% de cinzas,

sendo a estrutura da planta com maior quantidade e, folha e fruto apresentaram valores

estatisticamente iguais. Com relação ao teor de voláteis, a folha mostrou maior quantidade,

seguida do fruto e da casca. Em sequência, a biomassa do fruto foi a que apresentou maior

quantidade de carbono fixo, seguida da folha e da casca.

Tabela 1 - Teor de umidade in natura e teor de umidade, cinzas, voláteis e carbono fixo da

biomassa da casca, folha e fruto de Protium heptaphyllum.

Casca Folha Fruto

Teor de umidade in natura (%) 91,53 75,00 25,95

Teor de umidade (%) 9,13a ± 0,05 08,57b ± 0,09 4,85c ± 0,10

Teor de cinzas (%) 16,92a ± 0,21 5,88b ± 0,11 5,97b ± 0,31

Teor de voláteis (%) 72,29c ± 0,91 82,79a ± 0,21 77,67b ± 0,61

Carbono fixo (%) 1,66% 2,76% 11,51%

Médias seguidas da mesma letra entre linhas não diferem estatisticamente. ( ± Desvio-padrão).

A caracterização das estruturas de plantas medicinais é importante para o conhecimento

das espécies frente as suas utilizações, visto que há séculos o uso dessas plantas é comum no

Brasil, como P. heptaphyllum, cujo uso foi verificado desde o século XIX (BRANDÃO et al.,

2008). A umidade nas estruturas da espécie demonstra a importância da água como substância

essencial para a ocorrência dos processos metabólicos, em que ela constitui 80 a 90% da massa

de plantas em crescimento, 35 a 75% em tecidos lenhosos e 5 a 15% em sementes secas

(KERBAUY, 2008).

A casca in natura assim como sua biomassa, apresentaram maiores valores de umidade,

ocorrendo por ter na sua constituição tecidos vasculares, que translocam a seiva e tem a água

como sua substância mais abundante (TAIZ e ZEIGER, 2009). As folhas apresentam maior taxa

de transpiração, liberando grande quantidade de água e os frutos, quando maduros, diminuem

a concentração de água, por isto a umidade foi menor nessas estruturas. Corrêa Junior e Scheffer

(2013) mostram que após a secagem, plantas medicinais devem atingir até 12% de umidade,

expressando que todas estruturas deste estudo possuíram valores esperados. Após a coleta dos

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materiais vegetais é importante a secagem, assegurando melhor sua conservação (CORRÊA

JUNIOR et al., 1994), pois ela diminui a ação enzimática quando se reduz o teor de umidade,

onde o excesso de água prejudica sua qualidade, ocasionando na proliferação de

microrganismos que podem decompor os princípios ativos da planta (GARBIN et al., 2013).

Quando há remoção da casca, ocorre também a retirada do câmbio vascular, que é o

tecido que produz xilema e floema secundário, responsáveis pelo transporte de água e nutrientes

na planta (NABORS, 2012). Sendo assim, a casca foi a estrutura que apresentou maior teor de

cinzas, com quantidade superior à folha e ao fruto, definindo cinzas como todos compostos

minerais residuais após a calcinação, sendo seu teor mais elevado quando há maior quantidade

de minerais (OLIVEIRA, 2003). A quantificação de cinzas em plantas com propriedades

medicinais é importante para não levar em conta compostos inorgânicos de origem externa

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMACOGNOSIA, 2019).

Muitos dos compostos orgânicos voláteis fazem parte de mecanismos fisiológicos das

plantas para se defender, como de ataque de herbívoros e de situações de estresse (DURAREVA

et al., 2006). Essa habilidade de defesa faz com que as plantas produzam metabólitos

secundários tóxicos (RIFFEL e COSTA, 2015); Para casca já existem estudos referentes à resina

produzida, comumente utilizada na medicina popular e que vem mostrando potencial

farmacológico para tratamento de doenças (CARVALHO et al., 2017; MELO et al., 2019;

OLIVEIRA et al., 2003; OLIVEIRA et al., 2005), mostrando que a casca pode investir esses

compostos em maior quantidade na resina, visto que obteve menor teor de voláteis e carbono

fixo.

A espécie faz parte de uma família botânica com estruturas aromáticas (BARROSO et

al., 1991). Sabe-se que o odor forte é característica de defesa das plantas (DUDAREVA e

PICHERSKY, 2008) e Piva et al. (2019) diferenciaram 15 espécies do gênero Protium por meio

da identificação de monoterpenos, que são compostos orgânicos voláteis liberados pelas plantas

(RIFFEL e COSTA, 2015). Tendo isto em vista, a folha seguida do fruto, são as estruturas com

maior teor de voláteis e provavelmente agem liberando compostos para se defender. Os frutos

por apresentarem maior quantidade de carbono fixo, mostram que se pode extrair maior número

de compostos da biomassa sem serem volatilizados, diferentemente das cascas e folhas que

tiveram pouca quantidade de carbono fixo.

4.2. Análise composicional da biomassa

A folha apresentou maior quantidade de proteína bruta, seguida do fruto e casca,

respectivamente (Tabela 2). Do mesmo modo, a folha apresentou maior quantidade de

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hemicelulose, seguida dos frutos e casca. Em relação à quantidade de celulose, as três estruturas

apresentaram valores estatisticamente iguais. Já a quantidade de lignina foi superior na casca,

seguida da folha e do fruto que obtiveram valores estatisticamente semelhantes.

Tabela 2 - Proteína bruta, hemicelulose, celulose e lignina da casca, folha e fruto de Protium

heptaphyllum.

Casca Folha Fruto

Proteína bruta (%) 3,87c ± 0,00 8,42a ± 0,35 7,41b ± 0,01

Hemicelulose (%) 4,22c ± 3,36 21,50a ± 1,09 11,54b ± 0,71

Celulose (%) 23,53a ± 7,61 18,16a ± 1,67 14,54a ± 3,84

Lignina (%) 36,80a ± 6,07 28,33b ± 2,32 26,30b ± 3,20

Médias seguidas da mesma letra na mesma linha não diferem estatisticamente. ( ± Desvio-padrão).

A maioria das drogas vegetais são provenientes de folhas, cascas e raízes, sendo

importante a identificação das estruturas das espécies com propriedades medicinais, para saber

se o material é mesmo da planta (CUTLER et al., 2011), tanto que há uma descrição anatômica

e da composição de estruturas de espécies medicinais na Farmacopeia Brasileira (ANVISA,

2010).

A parede celular é essencial para a planta, com importância nos processos de

crescimento, desenvolvimento, manutenção e reprodução, em que nela está inserida a celulose,

que consiste em estruturas que dão resistência e estruturação (TAIZ e ZEIGER, 2009) e, nas

estruturas deste estudo elas não diferiram estatisticamente, podendo essa quantidade ser

característica da planta como um todo. Já as hemiceluloses são estruturadas para ligar-se à

superfície da celulose, estabilizando a parede celular, mostrando-se importante porque metade

do carbono na biosfera está na celulose. Almeida et al. (2014) explicam que nas cascas existe

grande quantidade de extrativos e baixo teor de celulose e hemicelulose, nas quais os valores

de celulose e hemicelulose das estruturas analisadas de P. heptaphyllum foram baixos quando

comparados aos valores médios de 45% de celulose e 30% de hemicelulose em folhosas

(KLOCK et al., 2005), sugerindo que as estruturas podem conter boa quantidade de extrativos.

A composição média de lignina, que é um composto fenólico, em espécies folhosas, é

de cerca de 20% (KLOCK et al., 2005), em que os resultados deste trabalho indicaram

quantidades superiores na cascas, folha e fruto de P. heptaphyllum. A lignina, diferentemente

de demais compostos fenólicos, localiza-se na parede celular, sendo responsável pela proteção

contra injúrias e ataques de microrganismos, nos quais, estudos sugerem que de início essa era

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a função dela e, com a evolução das plantas ela assumiu papel na estruturação e no transporte

de água (RAVEN et al., 2007). Kerbauy (2008) explica que quando os ramos apresentam altos

teores de lignina eles são quebradiços e os que tem maior quantidade de celulose são mais

flexíveis, mostrando que a casca P. heptaphyllum é a estrutura menos flexível, onde o alto teor

de lignina e baixo teor de celulose e hemicelulose pode influenciar na proteção contra

patógenos.

As proteínas estão entre as moléculas mais importantes nos sistemas vivos, exercendo

uma diversidade de funções, sendo formada por aminoácidos, que contém nitrogênio em suas

moléculas (RAVEN et al., 2007). O nitrogênio é um dos elementos minerais em maior

quantidade nas plantas e um fator limitante de crescimento (KERBAUY, 2008). Godoy et al.

(1997) explicam que existe uma relação negativa entre nitrogênio e substâncias fenólicas, onde

a casca, folha e fruto de P. heptaphyllum apresentaram pequena quantidade de proteína. Isto

demonstra que as estruturas da espécie podem investir mais em compostos fenólicos,

principalmente a casca, que obteve menor valor de proteína bruta, e já sendo constatado nela

pesquisas referentes a esses compostos.

4.3. Quantidade de taninos e sólidos totais

O fruto foi a estrutura que apresentou maior teor de sólidos totais, seguido da folha e da

casca (Tabela 3). Com relação ao Índice de Stiasny, casca e fruto obtiveram maior valor, sendo

estatisticamente iguais. O fruto apresentou maior quantidade de taninos condensados, seguido

da folha e da casca. Além disso, o fruto também apresentou maior teor de não taninos, seguido

das casca e folha, que não diferiram estatisticamente.

Tabela 3 - Teor de sólidos totais, índice de Stiasny, teor de taninos condensados e teor de não

taninos da casca, folha e fruto de Protium heptaphyllum.

Casca Folha Fruto

Teor de sólidos totais (%) 8,20c ± 0,92 15,53b ± 1,91 32,20a ± 3,51

Índice de Stiasny (%) 60,46a ± 1,42 63,62a ± 3,28 41,63b ± 4,01

Teor de taninos condensados (%) 5,10c ± 0,78 9,40b ± 1,04 13,27a ± 1,59

Teor de não taninos (%) 3,10b ± 0,15 6,13b ± 1,35 18,93a ± 4,37

Médias seguidas da mesma letra na mesma linha não diferem estatisticamente. ( ± Desvio-padrão).

O teor de sólidos totais corresponde a quantidade de extrativos contidos na biomassa,

ou seja, é o extrato tanante e, o índice de Stiasny aponta componentes fenólicos totais

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condensados desses extrativos, que reagiu com formaldeído em meio ácido (MORI et al., 2001).

Sendo assim, foi observado que o fruto é a estrutura da planta que apresenta maior quantidade

de carbono fixo e também maior quantidade de extrato tanante, onde muitos compostos

orgânicos que não são volatilizados conseguem ser extraídos da biomassa. Porém, o extrato

tanante do fruto contém menor percentual de taninos do que casca e folha, em que essas outras

estruturas por mais que tenham menor quantidade de extrato tanante, apresentam maior

porcentagem de taninos neles e, os frutos tem maior percentual de outros compostos que não

são taninos.

Panseira et al. (2003), ao analisarem o teor de taninos de sete espécies aromáticas e

medicinais, constataram que nos extratos das espécies havia o teor mínimo e máximo de

taninos, de 10 e 42% respectivamente, ficando abaixo dos 59% de taninos no extrato das cascas

da Acacia mearnsii, espécie com grande viabilidade comercial de taninos. Ainda, taninos das

cascas de Anadenanthera colubrina são comumente usados no curtimento de peles,

correspondendo a 59,85% no extrato (PAES et al., 2010), em que sua exploração sem manejo

adequado ocasionou no risco de extinção da espécie. Esses dados demonstram a quantidade

superior de taninos contido nos extratos tanantes da casca e folha de P. heptaphyllum.

Com relação à estrutura, o fruto apresentou maior quantidade de taninos condensados e

de não taninos, sendo a estrutura que apresentou maior quantidade de compostos orgânicos

extraídos. Não há trabalhos na literatura referentes à constituição química de compostos dos

frutos da espécie, sendo interessante estudos que viabilizem a identificação deles, tendo em

vista que o sabor e aroma dos frutos são provenientes de complexas interações entre

substâncias, algumas voláteis e outras não voláteis, como os taninos (KERBAUY, 2008).

Ademais, Schinus terebinthifolius é outra espécie com propriedades medicinais, que Bernardes

et al. (2011) encontraram 2,70% de taninos nos frutos, mostrando que o fruto de P. heptaphyllum

possui valor superior. Taiz e Zeiger (2009) explicam que geralmente há altas de concentrações

de taninos em frutos imaturos, pois eles dificultam a ingestão por animais, atuando contra

ataques de herbívoros e como repelente alimentar.

A folha apresentou maior quantidade de taninos condensados, possuindo sabor

adstringente que repele alguns animais (RAVEN et al., 2007). Inclusive, a folha apresentou

maior quantidade de compostos volatilizados, mostrando que é uma estrutura viável para

obtenção de compostos orgânicos de interesses comerciais, como já foi visto por Citó el al.

(2006), que encontraram no óleo essencial das folhas de P. heptaphyllum, dez substâncias com

propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas, inseticidas e algumas que são utilizadas na

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perfumaria, com maior quantidade no trans-β-ocimeno (15,74%), β-cariofileno (32,08%),

ledeno (14,58%) e germacreno-B (16,71%).

A casca apresentou menor quantidade de taninos condensados, onde foi observado

também pouca quantidade de voláteis e carbono fixo, sendo sugerido que nessa estrutura a

espécie investe seus compostos orgânicos na resina, visto que é o seu subproduto mais estudado.

A resina contém componentes químicos com atuação medicinal, como limoneno, trans-β-

ocimeno, eucaliptol e P-cimeno, que possuem atividade anti-inflamatória (AMARAL et al.,

2009), triterpenos que tem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas (MELO et al., 2011) e

alfa, beta-amirina que é útil na redução da obesidade (CARVALHO et al., 2017; CARVALHO

et al., 2015; MELO et al., 2019; SANTOS et al., 2012) e também tem potencial no tratamento

de dores neuropáticas (SINGH, 2017) e dores orofaciais (SIQUEIRA-LIMA et al., 2016). Além

disso, o teor de taninos na casca de P. heptaphyllum é inferior a quantidade de taninos presentes

nas cascas de espécies da Caatinga (AZEVÊDO et al., 2017; PAES et al., 2006; PAES et al.,

2010), porém, em relação a algumas plantas aromáticas e medicinais a espécie apresentou

quantidades superiores (PANSEIRA et al., 2003).

A quantidade de taninos condensados varia nas diferentes estruturas das plantas e entre

as espécies. A Farmacopeia Brasileira (ANVISA, 2010) descreve algumas plantas com teor de

taninos determinados, que são utilizadas como drogas vegetais e com atuação medicinal

comprovada, onde foi observado que a casca, a folha e o fruto de P. heptaphyllum possuem

quantidade satisfatória e superior de taninos, com atenção notável para o fruto, que apresentou

maior proporção. Segundo a Farmacopeia Brasileira (ANVISA, 2010), são encontrados 8% de

taninos nas cascas de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville (Fabaceae), 2% nas folhas

de Maytenus ilicifolia Mart (Celastraceae), 4% nas sementes de Paullinia cupana Kunth

(Sapindaceae), 0,6% nas folhas de Hamamelis virginiana L. (Hamamelidaceae), 1,7% nos

cotilédones de Cola nítida (Vent.) A.Chev. (Malvaceae), 5% nas folhas de Eugenia uniflora L.

(Myrtaceae), 6,5% nas partes aéreas de Phyllanthus niruri L. (Phyllanthaceae), 9% nas partes

aéreas de Phyllanthus tenellus Roxb. (Phyllanthaceae) e 5% nas raízes de Krameria triandra

Ruiz & Pav. (Krameriaceae).

Apesar do fruto possuir maior quantidade de taninos condensados, a viabilidade da

obtenção deles pode ser dificultada pela espécie ser dioica, em que apenas árvores com flores

femininas frutificam, sendo observado em campo pouca frutificação. Por mais que a casca

apresente teor de taninos superiores a outras espécies medicinais e aromáticas, a sua viabilidade

pode ser dificultada pelo investimento de compostos orgânicos na resina e por isso que foi a

estrutura com menor quantidade de taninos. A folha apresentou bons resultados na quantidade

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de taninos, onde mesmo não sendo a estrutura com maior teor, ela pode ser uma boa alternativa

de viabilidade comercial, visto que sua disponibilidade é constante durante todo ano.

Mesmo assim, todas as estruturas estudadas apresentam quantidades de taninos

superiores a de taninos de outras espécies, sendo necessários estudos que indiquem seu

potencial. Todavia, esses resultados também mostram características exclusivas da espécie e

devido seu elevado potencial farmacológico, são necessárias medidas adequadas de manejo e

conservação para os indivíduos e os compostos existentes neles, sendo visto que a população

do fragmento apresenta baixa diversidade genética, decorrente de efeitos de antropização,

podendo prejudicar a continuidade da espécie (FREIRE et al., 2019).

4.4. Análise termogravimétrica da biomassa e extratos tanantes

Como pode ser observado na Figura 9A, a casca apresentou três eventos de perda de

massa, o primeiro de 25 a 125 °C, perdendo 10% da massa referente a umidade, o segundo vai

de 126 a 360 °C, consistindo em perda de 45%, que corresponde a degradação da celulose,

hemicelulose e parte da lignina, a maior entre os eventos, e o terceiro vai de 361 a 870 °C,

correspondendo a decomposição de outros compostos orgânicos e formação de cinzas,

perdendo 39% da massa, restando a 900 °C 6% de massa. O extrato tanante da casca também

apresentou três eventos distintos (Figura 9B), o primeiro de 25 a 135 °C, o segundo de 136 a

276 °C e o terceiro de 276 a 485 °C, com perda de massa de 9%, 17% e 60%, respectivamente,

permanecendo a massa constante até 900 °C, restando 13%.

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Figura 9 - Análise termogravimétrica em atmosfera de ar da biomassa da casca (A), folha (C) e

fruto (E) e extrato tanante da casca (B), folha (D) e fruto (F) de Protium heptaphyllum.

A folha apresentou três eventos de perda de massa (Figura 9C), o primeiro de 25 a 110

°C, o segundo de 111 a 350 °C e o terceiro de 351 a 805 °C, com perdas de massa de 8%, 47%

e 40%, respectivamente, restando 5% de massa em 900 °C. O extrato tanante da folha,

diferentemente, apresentou seis eventos de perdas de massa (Figura 9D), o dobro da biomassa,

onde o primeiro evento iniciou em 25 °C e o último encerrou em 505 °C, ficando constante até

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900 °C, restando 14% da massa. O fruto, assim como a casca e folha, apresentou três eventos

distintos de perda de massa (Figura 9E), o primeiro de 25 a 150 °C, o segundo de 151 a 380 °C

e o terceiro de 381 a 900 °C, notando-se que a 900 °C a perda de massa era contínua, restando

ainda 30% de massa.

Holanda Neto (2013) explica a diferença de drogas vegetais e medicamentos

fitoterápicos, em que o primeiro é constituído da planta seca, inteira ou triturada, que são

utilizadas para preparar chás e os fitoterápicos são produtos feitos tecnicamente, com uso em

forma de comprimidos, cápsulas ou xarope. Além disso, ele fala que a análise térmica é uma

ferramenta que garante segurança e eficácia no uso de matérias-primas vegetais. Na Tabela 4

pode ser observado melhor uma comparação entre a biomassa e os extratos tanantes das

diferentes estruturas, onde nas curvas termogravimétricas já foram identificados que as três

estruturas apresentam em sua biomassa, três eventos distintos de perda de massa e, em

contrapartida, nos extratos tanantes, isso diferiu entre as estruturas.

Tabela 4 - Perda de massa (%) da biomassa e extratos tanantes da casca, folha e fruto de Protium

heptaphyllum em função das faixas de temperaturas.

Perda de massa (%)

Temperaturas °C 25-

150

150-

300

300-

450

450-

600

600-

750

750-

900 Resíduo

Casca Biomassa 10 28 27 13 10 8 6

Extrato tanante 10 22 53 2 0 0 13

Folha Biomassa 9 27 31 14 12 2 5

Extrato tanante 10 23 40 13 0 0 14

Fruto Biomassa 6 23 28 7 3 3 30

Extrato tanante 10 24 18 6 5 6 31

Como pode ser observado na tabela 4, até a faixa de temperatura de 450 °C, não houve

tanta diferença entre as perdas de massa, onde a biomassa dos frutos obteve menor perda de

umidade, corroborando por ser a estrutura que tem esse menor teor. Também é notável observar

que o fruto diverge da casca e folha, pois acima dos 900 °C ficou grande quantidade de resíduo

tanto na biomassa como no extrato tanante, mas que não pode ser cinzas, já que a casca possui

teor elevado e ficou com valor bem menor de resíduo. Como foi constatado que em relação as

outras estruturas, a biomassa do fruto tem teor elevado de carbono fixo e quantidade superior

de extrativos, pode ser que muitos compostos não possuem fácil decomposição em temperaturas

elevadas, sendo interessante mais estudos sobre os constituintes da estrutura. Outro fator

interessante, é que os extratos tanantes a partir de aproximadamente 500 °C, já não tinham

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muita perda de massa, mostrando que elementos existentes na biomassa não estão presentes nos

extrativos. E também, pelos frutos possuem menor quantidade de taninos, seria interessante

analisar os outros extrativos, tendo em vista a grande quantidade que ficou após os 900 °C.

Vieira Junior et al. (2005), realizaram a análise térmica da resina pura, que é o

subproduto mais estudado da espécie, como também de três resinas derivativas em solventes.

Eles observaram que as resinas possuem duas etapas de perda de massa, onde na primeira, três

resinas (faixa de 45 a 208 °C) perderam de 5 a 8% de massa, sendo atribuído à liberação de

água e de resíduos de solventes orgânicos absorvidos, e uma (faixa de 60 a 225 °C) perdeu 19%

de massa, sendo atribuída a liberação de resíduos de solventes e produtos de decomposição. Já

na segunda etapa, ocorreu a decomposição de todas as amostras, em que a resina pura ocorreu

na faixa de 210 a 364 °C e as demais na faixa de 205 a 420 °C. Além disso, todas apresentaram

resíduos na faixa de 1 a 4%. O que se pode observar é que, assim como os extratos tanantes, a

perda de massa da resina diverge da biomassa, principalmente pela biomassa apresentar maior

perda de massa a altas temperaturas, evidenciando que constituintes nela são perdidos nos

subprodutos da espécie.

4.5. Espectros de infravermelho da biomassa e extratos tanantes

Como pode ser observado na Figura 10, a biomassa e os extratos tanantes de todas as

estruturas são semelhantes, apresentando bandas próximas que caracterizam os mesmos grupos

funcionais. Isso demonstra que apesar de quantitativamente a composição ser diferente nas

estruturas, a composição elementar e presença de grupos funcionais oxigenados é característica

da espécie como um todo. Com isto, em conjunto com outras análises espectrais, pode-se

identificar a estrutura molecular da espécie (SILVERSTEIN et al., 2007), que é desconhecida,

definindo principalmente a estrutura molecular do tanino isolado, analisando sua importância e

se ele possui características de interesse farmacológico.

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Figura 10 - Espectros de FTIR da biomassa e extratos tanantes de Protium heptaphyllum.

Como pode ser visto na Tabela 5, alguns grupos funcionais foram encontrados baseados

em informações de espectroscopia de Silverstein et al. (2007). Houve uma vibração que mostra

um grupo hidroxila, sendo bandas características de álcoois e fenóis, onde foi observado

absorção larga, característica de estruturas poliméricas. Também, observou-se deformação axial

de C-H de alcanos, sendo os números de ondas característicos de grupos metilenos,

especificamente hidrocarbonetos alifáticos. Há vibração de deformação axial C=O, sendo

característico de ésteres alifáticos saturados.

Tabela 5 - Frequências espectrais vibracionais e grupos funcionais da biomassa e extratos

tanantes de Protium heptaphyllum.

Picos (cm-1)

Grupos funcionais Casca Folha Fruto

Biomassa Extrato tanante

Biomassa Extrato tanante

Biomassa Extrato tanante

3355 3348 3325 3395 3384 3392 OH livre ligação

intermolecular

2912 2912 2907 2920 2920 2920 C-H

Grupo metileno

1734 1734 1731 1734 1734 1734 C=O

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Ésteres alifáticos

saturados

1608 1615 1608 1615 1615 1615

Deformação axial

de C=C

Anéis aromáticos

1513 1513 1508 1513 1505 1505

Deformação axial

de C=C

Anéis aromáticos

1452 1446 1462 1438 1452 1438

Deformação axial

de C=C

Anéis aromáticos

1364 1372 1370 1372 1364 1372

Vibração de

deformação angular

de C-H

1050 1101 1037 1095 1056 1109 Deformação axial

de C–O

775 767 775 767 759 753

Deformação angular

fora de plano de C–

H

Foi observado também três deformações axiais de C=C em anéis aromáticos, como

também uma vibração característica de alquinos, com deformação angular de C-H, sendo uma

banda larga e fraca, e uma amina aromática. Silva (2006) em estudos de óleo essenciais obtidos

da resina de quatro espécies do gênero Protium encontrou características semelhantes com as

desses estudos, como uma deformação axial O-H, em aproximadamente 3400 cm-1, e

deformação axial C-H entre 2850-2950 cm-1. Já Vieira et al. (2014), caracterizando a resina

natural de P. heptaphyllum, como também a resina purificada, encontram resultados

semelhantes ao desse estudo (Figura 11), onde observaram uma hidroxila em 3340 e 3303 cm-

1, ligação C-H em 2923 e 2925 cm-1, e ligação C=O em 1731 e 1708 cm-1. Essas características

mostram atribuições específicas para espécie, sendo o extrato tanante das três estruturas um

subproduto com características semelhantes ao principal subproduto da espécie, a resina,

mostrando o potencial farmacológico que ele pode ter.

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Figura 11 - Espectros de FTIR da resina natural (A) e resina purificada (B) de Protium

heptaphyllum. (Fonte: (VIEIRA et al., 2014))

4.6. Espectros de infravermelho da subfração do extrato tanante do fruto

Como pode ser observado na Figura 12, os espectros de infravermelho indicaram menor

quantidades de grupos funcionais que a biomassa e o extrato tanante do fruto, apresentando um

grupo hidroxila, que foi bem característico de todas estruturas, sendo encontrado também na

resina da espécie (SILVA, 2006; VIEIRA et al., 2014). A maior banda foi em 1033 cm-1, que

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mostra uma deformação axial de C–O, e mais duas bandas em 818 e 745 cm-1 demonstram uma

deformação angular fora de plano de C–H. esses resultados indicam que a amostra mais

purificada perde alguns grupos funcionais existentes tanto na biomassa quanto no extrato

tanante.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

30

60

90

Tra

nsm

itân

cia

(%)

Número de ondas (cm-1

)

Figura 12 - Espectros de FTIR da subfração do extrato tanante do fruto de Protium

heptaphyllum.

4.7. Toxicidade frente a Mysidopsis juniae

O teste de toxicidade indicou que os extratos tanantes da folha e do fruto possuem

atuação tóxica desde as menores concentrações (Tabela 6), nas quais todos indivíduos de

Mysidopsis juniae morreram até o segundo dia de avaliação, com exceção do tratamento

controle e do tratamento 1 da folha. Já o tratamento 1 do extrato tanante da casca apresentou

resultado semelhante ao tratamento controle, indicando que não possui toxicidade em

concentração menor. Esses resultados indicam que os extrativos da espécie não podem ter uso

indiscriminado, principalmente por se tratar de uma espécie com propriedades medicinais e de

utilização popular.

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Tabela 6 – Média de microcrustáceos Mysidopsis juniae mortos em diferentes concentrações de

extratos tanantes da casca, folha e fruto de Protium heptaphyllum.

Tratamentos Casca Folha Fruto

Controle 0,3a ± 0,58 0a ± 0,00 1,3a ± 1,15

1 0,7a ± 1,15 8b ± 3,46 10b ± 0,00

2 8,3b ± 1,52 10b ± 0,00 10b ± 0,00

3 10b ± 0,00 10b ± 0,00 10b ± 0,00

4 10b ± 0,00 10b ± 0,00 10b ± 0,00

5 10b ± 0,00 10b ± 0,00 10b ± 0,00

Médias seguidas da mesma letra na mesma coluna não diferem estatisticamente (± Desvio-padrão).

Forte (2012) encontrou em extratos provenientes do caule fino de P. heptaphyllum

elevada quantidade de polifenóis, com atuação protetora na pele contra radiação solar, porém,

apesar desse efeito medicinal, ela explica que há poucos estudos referentes aos extrativos da

espécie. A baixa toxicidade na menor concentração do extrato tanante da casca pode ser

decorrente do investimento de compostos na resina, em que maior parte dos estudos da literatura

são sobre eles, com evidências da atuação contra várias doenças. O efeito tóxico para os

microcrustáceos Mysidopsis juniae indicam um potencial de aplicação deste extrato para ação

antibactericida, antifungica ou outros microrganismos. No entanto, o uso e avaliação

farmacológica deste extrato necessita de avanços na pesquisa para garantir a segurança em sua

manipulação e preservação da saúde humana.

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5. CONCLUSÕES

__________________________________________________________________________

P. heptaphyllum é uma espécie com propriedades medicinais que tem como seu principal

produto a resina, sendo comprovado na literatura o seu potencial farmacológico. Este estudo

mostrou que a composição e parte da estrutura vegetal influencia na produção de extrativos e

consequentemente dos compostos existentes neles. Mesmo o fruto sendo a estrutura com maior

teor de extrato tanante (32,20%) e taninos condensados (13,20%), a casca e folha também

possuem viabilidade para produção de taninos, pois apresentaram valores de extratos tanantes

superiores aos encontrados em outras espécies medicinais que são usualmente utilizadas para

extração de taninos, sendo necessário o uso sustentável na exploração desses recursos. Diante

dos resultados que mostraram os grupos funcionais, os quais alguns demonstraram-se similares

ao da resina, os extratos tanantes podem ser mais um subproduto à agregar valor a espécie, com

potencial farmacológico diante da ação letal contra os microcrustáceos Mysidopsis juniae,

indicando esse possível efeito contra outros microganismos.

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