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MEETING DA EQUESTRIAN EDUCATIONAL NETWORK EM SAUMUR
(23 a 27 de Abril de 2014)
RELATÓRIO
1. Situação
De acordo com o Plano de Mobilidades para cumprimento do projecto “ESKO -
Exchange of Skills, Knowledge and Opportunities” (no âmbito do PROALV, em
parceria com as escolas da EEN), teve lugar em Saumur, na Escola Nacional de
Equitação Francesa/Cadre Noir, um meeting que decorreu de 23 a 26 de Abril de
2014, que teve como objectivos a realização do 2º Campeonato de Alunos e a
reunião da Assembleia-Geral.
2. As Escolas representadas em Warendorf
Neste meeting estiveram representadas as seguintes escolas e participantes:
� Helicon NHB, Deurn, Holanda
� Norwegian Equine College, Starum, Noruega
� Die Deutsche Reitschule, Warendorf, Alemanha
� Flyinge, Suécia
� Hevesopisto, Ypäjä, Finlândia
� Stromsholm, Suécia
� Escola Nacional de Equitação, Portugal
� Escola Nacional de Equitação Francesa – Saumur
� Hartpury College, Inglaterra
3. Debriefing do Meeting
a. Para a competição, cada escola fez-se representar por dois alunos e um
professor. Portugal levou ainda mais uma aluna que participou nos trabalhos de
apoio ao meeting
b. Foram constituídas seis equipas, por sorteio, compostas por três alunos e um
professor (team Leader), que a seguir se enunciam:
Nº 1 Meike (NTH) – Team Leader Marthe Vonheim (NORW)
Linn segander (SWD – Stromlsholm) Saskia Ohrmund (GER) Nº2
Hanne (NORW) – Team Leader Claire Fontanel (FR) Emma Richardson (GB) Sofia Karlsson (SWD – Flyinge)
Nº3
Daniel (SWD – Stromsholm) – Team Leader Filipa Alberty (POR) Diete Vos (NTH) Mari Lathi (FIN)
Nº 4
Jeremy Michaels (GB) – Team Leader Mari Hoffgaard (NORW) José Godinho de Carvalho (POR) Paulina Herzog (GER)
Nº 5
Luís Negrão (POR) – Team Leader Alix Barbier (GB) Anna Talja (FIN) Susanna Harjaluoma (SWD – Stromsholm)
Nº 6
Pirkko (FIN) – Team Leader Linda Eriksson (SWD – Flyinge) Louis Wood (FR) Isabel de Gueus (NTH)
c. O Painel de Juízes foi composto por:
Ulf Wilken – IGEQ Peter Stribosh – Helicon/Deurn Markus Sharmman – Deutsche Reitsschule/Warendorf Pierre Olivier – Dep Formação da Federação Equestre Francesa Pedro Carmo Costa – Escola Nacional de Equitação/Portugal
d. A ENE fez-se representar por:
Pedro Carmo Costa – Juiz Ana Varela – Delegada da ENE junto da EEN Luís Negrão – Treinador Filipa Alberty – Aluna participante na competição José Godinho de Carvalho – Aluno participante na competição Ana Barrocas – Aluna participante no meeting
e. A Competição decorreu de acordo com as seguintes fases:
(1) Primeira Fase (disputada por todos os alunos): Prova de Dressage e
Prova de Obstáculos.
(2) Segunda Fase (disputada pelos primeiros classificados de cada equipa
na fase anterior, constituída por duas semi-finais de três alunos cada):
Dressage, Obstáculos e Prática Pedagógica sobre ensino (lição dada
aos dois alunos da sua equipa que não foram apurados para esta
fase).
(3) Terceira e última Fase (disputada pelos dois alunos primeiros
classificados de cada uma das semi-finais da fase anterior): Dressage
e Obstáculos, Prática Pedagógica sobre obstáculos (lição dada ao
segundo melhor classificado de cada uma das semi-finais da fase
anterior), Dressage e Obstáculos.
(4) Apresentação Teórica: apresentação de um tema pelos três elementos
de cada equipa, cuja classificação contribui para a classificação final da
equipa.
f. As classificações nas várias provas foram obtidas através de uma nota única, de
1 a 10, dada pelo colégio de juízes, após discussão sobre o desempenho dos
alunos, tendo sido dado sempre conhecimento do parecer dos juízes aos alunos,
logo após a execução da respectiva prova.
g. A competição decorreu de forma exemplar, com uma organização que procurou
incrementar um ritmo bastante elevado na sequência das várias provas, com um
apoio sustentado nos vários professores e restantes alunos de Saumur. De referir
que tal ritmo foi bastante intenso, o que levou a que não houvesse lugar a
“tempos mortos”.
h. Os alunos portugueses tiveram a oportunidade de competir na primeira fase,
tendo-lhes calhado cavalos nada fáceis no sorteio, o que prejudicou bastante o
desempenho em prova, tanto na dressage como nos obstáculos. Como exemplo,
podemos mencionar que o cavalo de dressage que calhou por sorteio á Filipa,
segundo informação dos alunos franceses, há anos que não trabalhava só de
bridão. De acordo com a decisão da direcção da competição, todos os cavalos
foram montados para as provas de dressage em bridão, o que complicou
bastante a vida á Filipa que não conseguiu encostar o cavalo á mão e, por isso,
teve grande dificuldade em que a sua linha de cima funcionasse. Também nos
obstáculos, os cavalos que calharam aos nossos alunos dificultaram-lhes muito a
vida a começar no aquecimento, pois demonstraram muito pouca vontade de
saltar logo a partir de da pequena cruz com que iniciaram o aquecimento.
Podemos afirmar que foi pena não terem passado à fase seguinte, mas
certamente tiraram o máximo partido da experiência obtida nesta competição.
É também de salientar a enorme diferença de idades, de maturidade, experiência
equestre e experiência pedagógica entre os alunos portugueses e a maioria dos
restantes, principalmente entre os portugueses e os alunos franceses, alemães e
suecos.
Transcreve-se em seguida o testemunho dos alunos que participaram neste
meeting:
“Para mim, este meeting não correu da melhor forma.
A minha grande dificuldade foi “ligar-me” ao cavalo. O facto de não estar
habituada a montar cavalos “frios” dificultou-me imenso.
Na prova de ensino fiquei com um cavalo que, pelo que eu percebi, tinha
problemas nas costas e era instável, por isso no 20 minutos anteriores á prova
não consegui que ele trabalhasse o dorso, consequentemente a prova não correu
como eu esperava.
Nos obstáculos fiquei com uma égua que, apesar das recusas no aquecimento, no
campo de provas gostei de montá-la. Embora fosse uma égua desconfiada com
os efeitos dos obstáculos, consegui terminar a prova.
O ambiente de competição, as equipas com professores de nacionalidade
diferente, fez com que este meeting tivesse um ambiente de tensão mas ao
mesmo tempo muito agradável.
As aulas em inglês, as conversas e a apresentação teórica foram uma
oportunidade para praticar o meu inglês, adquirindo assim termos técnicos que
até ao momento desconhecia.
Agora sim, já consigo dar uma aula em inglês!
A escola é enorme, tem umas condições fantásticas, os professores e os alunos
foram 5 estrelas. E o ambiente em que se está envolvida é magnífico!
Saumur é uma cidade agradável.
Adorei participar neste meeting, não só pela experiência mas também pelo facto
de me “abrir outras portas” para o meu futuro.
VALEU A PENA!
Filipa Alberty Raposo”
“Na minha opinião, este meeting foi uma óptima experiência, tanto a nível
equestre como a nível cultural.
Ao nível da minha prestação, venho muito satisfeito porque sei que dei o meu
melhor em todas as competições. Mas foi difícil ter que me interligar com o
cavalo e conhecê-lo em apenas 20 minutos, e ainda mais difícil ficou quando o
cavalo não pode utilizar a sua embocadura do dia-a-dia na prova de dressage.
Não tive muita sorte com os cavalos que me foram atribuídos. O cavalo de
dressage era um cavalo já com alguma idade e com bastante dificuldade em
avançar nos andamentos, logo foi difícil tirar partido dele em prova. O cavalo de
obstáculos mostrou o que era logo no primeiro salto no aquecimento: “borregou”
a 50 cm de altura. Foi muito difícil fazer o aquecimento com ele pois estava
constantemente a parar, mas na pista consegui terminar o percurso sem
nenhuma recusa, o que para mim foi muito muito bom, tendo em conta a
dificuldade do cavalo.
Em relação ás instalações da escola, fiquei bastante surpreendido pela positiva.
Todos os sistemas automatizados são de bastante utilidade visto existirem cerca
de 400 cavalos estabulados. Fiquei bastante impressionado com a capacidade dos
alunos e professores da Escola de Saumur que organizaram grande parte deste
meeting, visto que sem cavalos, arreios, etc, nada teria sido possível.
Fiquei também bastante impressionado com a qualidade dos cavaleiros e
cavaleiras, pois todos tinham um bom nível de equitação, embora uns melhores
que outros.
Acho que foi uma experiência bastante produtiva, pois aprendi novas técnicas e
maneiras de trabalhar, não só com os colegas, mas também com os professores
estrangeiros.
José Maria Godinho”
“Fui convidada a participar no meeting em Saumur pelos meus docentes de
equitação de Elvas.
Apenas fui como ajudante/acompanhante dos cavaleiros e professores da equipe
portuguesa. Gostei muito da experiência de ir conhecer o mundo dos cavalos no
estrangeiro. Ajudou-me muito a perceber como os nossos horizontes se podem
abrir muito mais do que aquilo que já estão.
Toda a viagem, estadia e pessoas envolvidas, enquanto estive em Saumur, foram
muito boas. Só tive pena de não ter podido participar como cavaleira para
aproveitar ao máximo toda a experiência. Adorava voltar a repetir, mas como
participante activa, pois senti que podia aproveitar muito mais.
Saumur é muito bonito de se visitar. Gostei Muito!
Ana Barrocas”
i. Da troca de impressões com vários participantes no meeting, ficámos a saber,
através do Pierre Olivier, que a Federação Francesa vai implementar alterações
ao sistema de certificação de praticantes (os “galopes”) passando as provas
práticas de dressage e de obstáculos a serem feitas em competições oficiais, ou
seja, deixam de ser executadas aquando dos exames, mas antes deles, em
provas oficiais, tendo que executar uma prova de dressage com resultado acima
da percentagem definida e uma prova de obstáculos “limpa”. Deixa assim de ser
necessária a preocupação de se ter que nomear um colégio de juízes credível
para os exames, o que se torna num sistema mais económico e mais
transparente.
4. Assembleia-Geral
Participaram na Reunião da Assembleia-geral, os seguintes membros:
Markus Scharmann, Presidente Warendorf Maria-Charlotte Wist Warendorf Hannes Müller Warendorf Ann-Catrin Carlsson, Vice-Presidente Flyinge Mette Henriksen Flyinge Päivi Laine, Secretaria Ypäjä Pirkko Herd Ypäjä Peter Strijbosch Deurne Meike Theunissen Deurne Victoria Lewis Hartpury Jeremy Michaels Hartpury Pedro Carmo Costa Golegã Ana Varela Golegã Luis Negrão Golegã Claire Chabert Saumur Eloise Legendre Saumur Hanne Dahl Lien Starum Terese Johansen Starum Daniel Svensson Strömsholm Åsa Steninger Strömsholm Gabriella Thorell Strömsholm
Decisões e trabalhos na reunião da Assembleia-Geral:
a. O Markus Scharmman fez uma breve revisão das principais actividades da EEN
em 2013.
b. A Paivi Laine fez uma breve descrição do trabalho desenvolvido pela Management
Team em 2013.
c. A Claire Chabert enunciou as tarefas que são ainda necessárias desenvolver para
a concretização do Relatório Final do Projecto ESKO.
d. A Ann-Catrin Carlsson fez uma revisão do que foi a competição de estudantes em
2013.
e. Foi reeleita para o cargo de Vice-Presidente a Ann-Catrin da Escola de Flyinge, na
Suécia.
f. Foram revistos os Estatutos. De entre as várias alterações, destaca-se a
integração nos Estatutos do regulamento de admissão á EEN de novas escolas,
bem como a introdução do conceito de membro silencioso, e a eliminação de
limitações temporais a reeleição dos órgãos sociais.
g. Ficou decidido que a próxima competição de estudantes terá lugar em Ypaja,
Finlândia, em Maio de 2015.
h. Ficou decidido realizar-se um meeting em Paris, para discussão do futuro da EEN,
em Novembro de 2014, com o máximo de dois delegados por escola.
5. Conclusões
Após a realização deste meeting em Saumur, concluí-se que:
a. A experiência foi bastante proveitosa para todos os participantes, pelas diversas
razões acima apontadas.
b. A ENE esteve muito bem representada neste evento. No entanto, foi notória a
grande diferença de maturidade, experiência desportiva, nível académico (os
alunos das outras escolas estão a frequentar o ensino superior) e experiência
pedagógica dos nossos alunos em relação á grande maioria dos alunos das
restantes escolas europeias. Por isto mesmo, torna-se cada vez mais necessário
manter esta estreita ligação com esta rede de escolas, para podermos continuar
a observar e compararmo-nos com os restantes, no sentido de procurarmos
obter melhorias no nosso sistema de formação.
c. Com este meeting, a ENE completou as 24 mobilidades propostas e definidas
pelo projecto “ESKO”, financiado pelo PROALV.
d. A ENE irá procurar organizar o Meeting Final do projecto ESKO, com o mesmo
profissionalismo e brilhantismo que empregou no último meeting ocorrido em
Mafra, que continua a ser recordado com carinho por todos quantos nele
participaram. Este será um meeting não só de elevada importância para a EEN,
mas também de fundamental importância para a ENE, uma vez que terá mais
uma oportunidade de mostrar o que de melhor se faz em Portugal no que
respeita a qualidade de formação, dos seus produtos cavalares como o cavalo
lusitano e ainda de como sabemos receber bem quem nos visita.
Pelos representantes da ENE em Saumur
José Pedro L. do Carmo Costa