30

Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

Curso de doctorado a distancia para becarios ALFA

“Globalización, Integración Regional y Desarrollo territorial: desafíos

para territorios desfavorecidos”

Módulo I: Globalización, Integración regional y

dinámicas territoriales.

Page 2: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

1

Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas

territoriales.

Profesor responsable: Manuel Belo Moreira. Instituto Superior de Agronomia,

Universidade Técnica de Lisboa, Portugal

Índice

Introdução .......................................................................................................2

Programa .........................................................................................................3

I. Introdução e enquadramento teórico .....................................................4

II. Os principais agentes da globalização.................................................. 11

III. Integração regional e dinámicas territoriais.........................................16

Perguntas para os becarios ...............................................................................20

Anexo- Lista extensa de referências bibliográficas e Links .....................................21

Page 3: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

2

Introdução general

Com este módulo pretende-se fornecer aos alunos do Doutorado ALFA elementos

de enquadramento metodológico que sirvam de guia à exploração de caminhos

ligados à crescente interligação, à escala mundial, de fenómenos sociais,

económicos, técnicos e culturais de extrema relevância para as economias e

sociedades.

Fixou-se como objectivo principal, contribuir para que os alunos possam elaborar

um percurso metodológico próprio que, com fronteiras claras, lhes permita

alargar os horizontes dos interesses e conhecimentos e, ao mesmo tempo, seja

capaz de fornecer uma sólida base para a abordagem das temáticas deste

módulo numa óptica multidisciplinar. 1

De facto, na abordagem deste tema e uma vez que não existe um corpo

disciplinar único que trate da globalização, a multidisciplinaridade surge como

uma necessidade teórica. Assim, como se pode avaliar pela bibliografia de apoio

seleccionada, considerou-se indispensável que, para além de achegas da

geografia e da economia ortodoxa, sejam também tidas em consideração

perspectivas que cabem nas áreas conhecidas como economia crítica, economia

política ou ainda em disciplinas como a história ou a sociologia económica, no

sentido dado por Smelser e Swedeberg na colectânea que organizam sob o nome

de Handbook of Economic Sociology.

1 “Il y a eu, il y a encore un économisme, un géographisme, un sociologisme, un hsitoricsime; tous impérialismes assez naïfs dont les prétentions sont cependant naturelles, voire nécessaires: pendant un certain temps du maoins, cette agressivité a eu ses avantages. Mais peut-être, aujourd'hui, conviendrait-il d'y mettre un terme” Braudel (1969:193) Écrits sur l'Histoire, Paris, Flammarion.

Page 4: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

3

Programa do módulo

O programa deste módulo estrutura-se em torno do processo de globalização em

confronto com a questão territorial desenvolvendo três grandes temas. O

primeiro introduz o tema geral e reflecte sobre a necessidade de partir de um

conceito de globalização operacional, o segundo trata da apresentação dos

quadros teóricos tomados como referência, o terceiro aprofunda o tratamento da

globalização incidindo sobre os principais agentes do processo e, finalmente, num

registo mais próximo da aplicação abordam-se algumas das principais questões

que a globalização coloca à agricultura, espaço e sociedades rurais.

Seguidamente indicam-se os temas e sub-temas considerados.

Sesión I. Introdução e enquadramento teórico

1.1 A ideia de globalização.

1.2 Diferentes perspectivas de abordar a globalização.

1.3 Para um conceito operacional de globalização.

Sesión II. Os principais agentes da globalização

2.1 As empresas transnacionais e os agentes de intermediação financeira.

Evolução histórica.

2.2 Modelos tipo de capital global.

2.3 O Estado-nação e a globalização.

Sesión III. Integração Regional E Dinámicas Territoriais

3.1 A integração regional no contexto da globalização.

3.2 Determinantes de localização do capital global.

3.3 Dinâmicas territoriais

De seguida desenvolve-se, ainda que de forma esquemática, o conteúdo dos

temas e sub-temas referidos, bem como se dá informação sobre os objectivos a

alcançar, a bibliografia obrigatória e a bibliografia optativa aconselhadas e,

finalmente, juntam-se outras referências bibliográficas, citadas ou não neste

programa, que se destinam a pôr à disposição dos alunos um maior leque de

opções sobre os temas tratados. Com idêntico propósito juntam-se também

alguns links que remetem para páginas de Web, institucionais ou individuais onde

é possível obter informações relevantes sobre a globalização.

Page 5: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

4

Sesión I. Introdução e enquadramento teórico

I.1 A ideia de globalização

- Dá-se relevo ao carácter polissémico da globalização, com entendimentos muito

diversos que decorrem e promovem uma forte disputa ideológica entre os actores

favoráveis e que manifestam sentimentos anti-globalização. Chamar a atenção

que se exige uma abordagem ao tema que ultrapasse e rejeite as visões

simplistas e maniqueístas.

- Apontar para as características e importância dos fenómenos económicos,

sociais, políticos, ideológicos e religiosos que estão na origem do que se entende

por globalização.

- Chamar a atenção para a necessidade de reflectir sobre a intensificação das

relações sociais à escala mundial (Giddens, 1992) e, em especial, atender às

seguintes questões bem ilustrativas da transformação do tempo e do espaço:

• crescimento do comércio internacional e, sobretudo, o crescimento do

comércio intra-firma;

• A explosão dos fluxos financeiros que ligam as principais praças financeiras

mundiais, em tempo real, visando essencialmente fins especulativos;

• Embora rejeitando qualquer determinismo tecnológico, reconhecer que o

progresso tecnológico foi condição necessária para a emergência do actual

fenómeno globalizador. Em particular é de salientar os progressos que se

verificaram no âmbito dos transportes e nas tecnologias de cálculo e

transmissão da informação que se encontram na origem de novas formas de

gestão corrente e estratégica;

• As tendências que apontam para uma crescente uniformização, a nível

mundial, de certos padrões de comportamento pessoal e de consumo,

veiculadas pelas chamadas indústrias de cultura globais de que os meios de

comunicação social representam a parte mais visível e, quiçá, mais actuante.

• Finalmente, referir o papel catalisador do processo de hegemonização da

ideologia neo-liberal em oposição frontal às conquistas keynesianas de

intervenção estatal. Hegemonia essa que abriu caminho às privatizações e à

liberalização, instrumentais para o fenómeno globalizador.

- Sublinhar que o carácter polissémico da globalização tem correspondência nas

muito diversificadas abordagens teóricas da globalização, consoante as disciplinas

ou sub-disciplinas envolvidas e com o nível de análise. De facto, Dunning (1990

:10-11) referindo-se apenas a uma das diversas dimensões da globalização, o

Page 6: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

5

investimento estrangeiro, ilustra perfeitamente a questão: “As teorias abundam.

Actualmente há pelo menos meia dúzia de candidatos para a teoria ou a teoria

dominante da actividade económica internacional”.

- Sublinhar a necessidade de seguir a seguinte prevenção metodológica de

Dunning que enumera seis razões para tão grande número de abordagens: (1)

um grande número de teorias reflectem o processo de aprendizagem que

qualquer nova disciplina tem de passar na sua procura de um paradigma

dominante. (2) O mundo muda, razão pela qual algumas primeiras explicações

perdem a validade. Isto é, torna-se fundamental o cuidado metodológico já

referido segundo o qual é necessário tomar em considerações os diferentes

contextos socio-económicos para apreender completamente a globalização. (3) As

primeiras teorias não procuravam responder às mesmas questões; algumas

estavam mais interessadas no onde e outras no porquê ou no como da

produção no estrangeiro. (4) Os estudiosos centram-se, muitas vezes, no

tratamento de diferentes questões. São as variáveis que melhor explicam o acto

inicial do investimento directo no estrangeiro também relevantes par explicar o

aumento no grau da actividade multinacional? (5) Também o nível das

abordagens pode ser muito diferentes, i.e., umas procuram a dinâmica do

investimento estrangeiro directo e outras procuram os padrões e composição da

produção do capital estrangeiro num determinado momento. (6) Finalmente,

Dunning reconhece, que devido às próprias disciplinas envolvidas os

investigadores têm diferentes perspectivas da produção internacional. E conclui,

“não existe tal coisa como uma explicação definitiva dos negócios internacionais.

As empresas mudam e também a produção e as condições de mercado em que

operam”.

I.2 Diferentes perspectivas teóricas de abordar a globalização

- Salientar que, na ausência de uma Teoria Geral da Globalização, as abordagens

teóricas de um fenómeno multidimensional como a globalização exigem uma

abertura de espírito que não só aceite a interdisciplinaridade, como esteja

disposto a integrar na análise achegas de disciplinas bem diversas. Isto é, não

basta aprofundar os conhecimentos teóricos do comércio internacional ou da

teoria da empresa por forma a dar conta dos aspectos mais evidentes do

fenómeno da globalização. É necessário ainda considerar outras dimensões, como

as que tratam dos diferentes agentes do processo de globalização e dos modos

como se relacionam entre si e reconhecer o carácter dialéctico deste processo,

Page 7: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

6

bem como a influência dos processos de desenvolvimento desigual (Giddens,

1992:52).

- Sem prejuízo da perspectiva que pugna por abordagens interdisciplinares,

defende-se a necessidade de uma tentativa de sistematização no que respeita às

formas como a globalização é considerada teoricamente. Para essa sistematização

apresentam-se, separadamente, as abordagens que se colocam ao nível macro e

aquelas que centram o seu objectivo em responder a questões que fazem

sobretudo sentido numa óptica de empresa.

- Sublinhar, todavia, que mesmo nas abordagens que se situam ao nível macro

convém ainda considerar separadamente as que decorrem de perspectivas

guiadas essencialmente pelas doutrinas económicas dominantes, das que,

embora as respectivas fronteiras nem sempre sejam bem nítidas, entroncam em

métodos e preocupações críticas, abrangendo aspectos mais de ordem

sociológica, geográfica ou da economia política.

- Sendo o comércio internacional um dos principais aspectos ilustrativos da

globalização, torna-se evidente a necessidade de ter em conta, ainda que muito

brevemente, as principais contribuições teóricas que têm sido transmitidas à sub-

disciplina do comércio internacional. Em especial dar relevo às hipótese restritivas

que a caracterizam, desde a contribuição de Ricardo das vantagens comparativas

e os ganhos do comércio, às da economia neoclássica, nomeadamente as

contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski

(Lindert e Kindleberger, 1983). Consideradas as insuficiências da visão

neoclássica, nomeadamente no que respeita às chamadas falhas do mercado e

aos mecanismos da concorrência imperfeita, referir a Nova Teoria do Comércio

Internacional cuja figura de proa é Paul Krugman (1994). Salientar, todavia, que

mesmo a nova teoria do comércio internacional não aparece como satisfatória

para o estudo da globalização, uma vez que, embora com muito maior poder

explicativo quanto às trocas internacionais, não deixa de apresentar um âmbito

insuficiente para a análise das diversas dimensões da globalização.

- Referir ainda, nomeadamente na avaliação do impacte da globalização nos

processos de desenvolvimento, a importância crescente dada por recentes

abordagens económicas às questões da assimetria de informação (na base da

outorga do prémio Nobel a Stiglitz e a Akerlof) e à necessidade de dar atenção às

questões institucionais sublinhadas quer por Rodrik, qjuer por Stiglitz.

- Salientar ainda que outra grande crítica à maioria ou mesmo à totalidade das

abordagens da ortodoxia económica dominante está relacionada com o grau de

Page 8: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

7

abstracção e formalização da respectiva elaboração, baseada em hipóteses muito

simplistas e redutoras — decorrentes de “uma axiomática invariante fundada

sobre as noções de racionalidade e equilíbrio” (Boyer, 1994:20) — e deixando de

lado aspectos que se prendem com o que os economistas designam por variáveis

extra-económicas.

- Das perspectivas teóricas sobre a globalização não estritamente económicas,

sublinhar a crítica de Giddens (1992: 51 e ss.) ao que ele considera como os dois

principais “corpus bibliográficos”:

• das relações internacionais que focam a abordagens na questão dos Estados-

nação, tratados como actores que se relacionam uns com os outros e

reforçam os laços de interdependência que os tornam progressivamente

menos soberanos;

• a teoria do “sistema mundo” tal como foi desenvolvida por Wallerstein e que

se centra na análise da economia capitalista mundial que tem tido uma

influência globalizadora tão fundamental precisamente por ser de ordem

económica, em vez de ordem política.

A crítica de Giddens centra-se no facto dessas abordagens ao focalizar uma

dimensão da globalização, esquecerem as outras dimensões que este autor

considera serem quatro: o sistema do Estado-nação; a economia capitalista

mundial; a ordem militar mundial e a divisão internacional do trabalho.

- Ainda numa perspectiva macro é de referir, ainda que muito esquematicamente,

algumas das principais visões críticas que procuram isolar os determinantes da

globalização nos movimentos globais e em perspectivas históricas como nas

teorias do sistema-mundo; as que centram a explicação na procura de lucros e

rendas de monopólio resultantes do desproporcionado poder de mercado das

maiores empresas multinacionais (Hymer, 1979); as que teorizam a procura de

abastecimento global de recursos de trabalho baratos pelas empresas

transnacionais de que deriva uma Nova Divisão Internacional de Trabalho,

designação usada primeiro por Hymer e desenvolvida por Fröbel, Henrichs e

Kreye (1980); as que defendem que se trata da passagem de uma fase de

capitalismo de produção e consumo de massas — fordismo — para uma época de

produção flexível (Piore e Sabel, 1984); as abordagens regulacionistas que

sublinham a importância das instituições, da política e da decomposição do

regime de acumulação fordista (Boyer, 1994); as que entendem a globalização

como resultado da internacionalização do capital provocada pela natureza

competitiva do modo de produção capitalista (Jenkins, 1991); as que explicam a

Page 9: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

8

internacionalização como resultado dos três circuitos do capital: o circuito do

capital dinheiro, o circuito do capital produtivo e o circuito do capital mercadoria

(Palloix citado por Dicken, 1992:122-123), ou as que enfatizam a centralização

do capital como o processo de reordenação do capitalismo mundial, vista como o

resultado da crise (Andreff, 1982 e 1984). De salientar ainda o esforço de Ross e

Trachte (1990:5-6) para construir aquilo que designam por formulação midle

level sobre o capitalismo global a partir da análise do capitalismo como

“necessidade lógica” tal como Marx nos Vol. I e II do Capital e Adam Smith em A

Riqueza das Nações, iluminado por “observações ao nível de uma formação social

específica no seu próprio (frequentemente único) desenvolvimento”.

- Ao nível micro, cujo desenvolvimento muito deve às abordagens das chamadas

Business School, para além da contribuição de Raymond Vernon que introduziu

explicitamente uma dimensão de localização no conceito do ciclo de vida dos

produto, a síntese de Dunning é, talvez, o melhor processo de apresentar

resumidamente as várias contribuições teóricas. Trata-se do “Paradigma Eclético”

como o autor o designa e que aparece também na literatura anglo saxónica como

a OLI framework (OLI são as iniciais de ownership, location e internalization). De

acordo com este quadro conceptual (Dunning, 1988:26) uma empresa iniciará

actividades lucrativas no exterior se e quando as condições seguintes forem

satisfeitas: (1) “Quando possui vantagens líquidas específicas de propriedade

(ownership advantage) para servir mercados particulares em relação às firmas de

outras nacionalidades”. (2) “Assumindo que a condição (1) é satisfeita, será mais

benéfico para a empresa que possui essas vantagens usá-las (ou aos seus

resultados) ela própria, em vez de vendê-las ou alugá-las a firmas estrangeiras:

isto processa-se através da extensão de cadeias existentes de valor

acrescentado, ou juntando novas. Essas vantagens chamam-se vantagens de

internalização (internalization advantage)”. (3) "Assumindo que as condições (1)

e (2) são satisfeitas, pode ser do interesse global da empresa usar essas

vantagens em conjunção com pelo menos alguns factores de produção (incluindo

recursos naturais) fora do seu país. Estas vantagens são chamadas de vantagens

de localização (location advantage) dos países.

- Sublinhar que esta abordagem, bem como as restantes abordagens das escolas

económicas ortodoxas, focam sobretudo a análise ao nível da empresa, embora o

próprio Dunning e outros autores como Porter (1993) tentem alargar a análise

articulando a lógica da empresa com o Estado-nação, colocando a questão da

competitividade entre países. Todavia, embora estas abordagens forneçam

Page 10: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

9

análises aprofundadas e com bom poder explicativo das razões que levam às

falhas de mercado e o modo como afectam as empresas transnacionais, as levam

a investir e expandir-se, falta, como o próprio Dunning reconhece, pesquisa no

estudo da interface entre as acções governativas e a geografia e estrutura das

actividades inovadoras das transnacionais.

- Em contraste com esta visão micro e economicista, referir que as abordagens

críticas, alargando é certo os campos disciplinares em que se colocam, ao se

posicionarem preferencialmente ao nível macro, embora forneçam boas

explicações das tendências genéricas e dos movimentos globais, não prestam

muita atenção aos modos concretos como as empresas se globalizam, o que só

muito dificilmente pode ser detectado com abordagens macro.

- Sublinhar, finalmente, que a abordagem teórica da globalização não podendo

restringir-se ao nível estritamente económico, seja micro seja macro, e não se

vislumbrando o aparecimento de uma Teoria Geral, a procura de sínteses

satisfatórias, obriga a um esforço de teorização mais modesto, cuja via mais

fecunda será, muito provavelmente, a tentativa de construção de formulações de

middle level na senda do que se propuseram Ross e Trachte, acima citados.

I.3 Para um conceito operacional de globalização

- Explicitar a necessidade de procurar um conceito que balize a análise e as

interpretações dos fenómenos que estão na origem da ideia de globalização e

avançar com uma proposta de conceito operacional de globalização.

- Salientar a necessidade de entender a globalização como um processo

dialéctico, isto é, como a resultante de um sistema de forças económicas, sociais,

políticas, ideológicas, culturais e religiosas que, consoante os diversos contextos,

vão promovendo a globalização dos mercados e a homogeneização dos padrões

de comportamento e dos consumos, em permanente confronto com forças que se

lhe opõem.

- Sublinhar o papel da hegemonia ideológica das correntes neoliberais opondo-se

às tendências keynesianas que dominaram até aos anos 70 de que resultou a

defesa intransigente do alargamento do mercado a esferas antes reguladas de

outro modo. Evidenciar que a outorga ao mercado de poderes de regulação

anteriormente privilégio da esfera política e social, centrando o ataque a todas as

forma de intervenção estatal que possam ser entendidas como contrárias à

hegemonia do mercado como o único regulador da vida económica, está na base

Page 11: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

10

do aparecimento de fortes movimentos de contestação que desenvolvem um

contra ataque ideológico que tem vindo a ganhar força.

- Todavia, o ataque à intervenção estatal terá no entanto de ser cuidadosamente

qualificado, pois ao invés de muitas análises simplistas, tal não representa menor

intervenção estatal, mas sobretudo outro tipo de intervenção estatal, em

particular, tornando o estado como força determinante do alargamento da esfera

do mercado.

- Referir que as tendências para o crescimento do comércio mundial estão

associadas a um novo padrão de divisão internacional de trabalho cuja influência

tanto se faz sentir nos países mais industrializados como nos países em

desenvolvimento, embora com implicações muito diversas. Nova divisão do

trabalho que, sob a retórica de uma extensão do mercado e promoção da livre

troca, não deixa de apresentar sinais evidentes de um forte jogo de interesses

geo-estratégicos que não se coíbem de colocar entraves à expansão do mercado

livre nas esferas e nas áreas geográficas que entendem preservar, caso do

isolamento da competição global de sectores das economias da tríade (US, UE e

Japão), como é caso paradigmático a agricultura e a agro-indústria.

- Salientar que a globalização mais do que a uma intensificação e alargamento do

comércio mundial está associada à crescente integração das economias mais

importantes. Isto é, o processo que habitualmente se designa por globalização

acaba por ter, em grande parte das suas manifestações económicas

nomeadamente no que respeita às trocas comerciais e ao investimento

estrangeiro, uma incidência geográfica que está longe de ter alcance planetário,

justificando assim que alguns autores considerem a globalização como um mito.

- Sublinhar, no entanto, que ao nível financeiro já é apropriado falar de

globalização na medida em que se trata já de um mercado financeiro

mundializado cuja influência se espalha pelos vários cantos do mundo, mesmo os

que poucas relações directas têm com este mercado.

- Sublinhar também outras dimensões não económicas mas de forte incidência

geográfica e territorial que reforçam a ideia da necessidade de visão global, sejam as

questões ambientais, de saúde humana ou animal ou de criminalidade internacional.

Bibliografia obrigatória:

• Bairoch, Paul (1997), “Globalization myths and realities", em Boyer e Drache

(orgs.) States Against Markets, Londres, Routledge, p.173-192.

Page 12: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

11

• Castells, Manuel. (1996), The Rise of the Network Society, Malden, MA - USA

e Oxford, U.K. Blackwell, pp. 92-103.

• Grupo de Lisboa (1994), Limites à Competição, Lisboa, Publicações Europa-

América, pp. 13-39.

• Moreira, M. Belo (2001), Globalização e Agricultura. Zonas Rurais

Desfavorecidas, Oeiras, Celta, pp.9-37.

• Riggs, Fred, Contribuições sobre o entendimento dado ao termo

“globalização” forum virtual preparatório do Congresso Mundial de Sociologia

de Montreal em 1998, disponível na Internet

http://www2.hawaii.edu/~fredr/globe-l.htm.

Bibliografia optativa:

• Bonanno, A. et al. (eds.) (1994) From Columbus to ConAgra. The

Globalization of Agriculture and Food, University Press of Kansas, pp. 1-26.

• Doremus, P.e al. (1998), The Myth of the Global Corporation, Princeton, New

Jersey, Princeton University Press, cap. 1 e 2, pp- 3-21.

• Giddens, Anthony (1992) As Consequências da Modernidade, Oeiras, Celta

Editora, capítulos I e II, pp. 1-60.

• Moreira, M. Belo (1994) “The firm and the state in the globalization Process”,

International Journal of Sociology of Agriculture and Food, Volume IV, pp. 84-

112. http://www.ryerson.ca/~isarc40/IJSAF/archive/IJSAF-Vol4-1994.pdf.

Sesión II. Os principais agentes da globalização

II.1 As empresas transnacionais e os agentes de intermediação

financeira. Evolução histórica

- Transmitir as grandes linhas de evolução histórica das empresas transnacionais.

Da grande empresa mercantilista sec. XVI à empresa com estrutura funcional

(produção, marketing, finanças, etc.), passando pela empresa de estrutura

divisional — organizada por produto em vez de função, que deu origem às

grandes empresas multinacionais multi-divisão onde as filiais respondem perante

a divisão exterior — e pela empresa que se organiza à escala geográfica mundial

segundo formas complexas de “rede ou matriz global”. As formas mais complexas

de organização, mas também de grande flexibilidade, representam o que Reich

Page 13: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

12

designa por “teias de empresas” à escala global ou Castells (1996) que para dar

conta dessa complexidade as designa por empresa-rede.

- Referir as determinantes do desenvolvimento da grande empresa industrial à luz da

teoria da empresa, nomeadamente a teoria das barreiras à entrada, a economia dos

custos de transacção e os modelos de comportamento estratégico.

- Salientar a diferença de métodos e estratégias das empresas envolvidas em

actividades directamente produtivas daquelas que procuram a coordenação multi-

espacial de actividades de produção e se preocupam, sobretudo, com o design e

concepção dos produtos e da sua distribuição. A passagem da preocupação

centrada nas economias de escala para as economias de âmbito e de

oportunidade.

- Breve referência aos agentes de intermediação financeira, salientando a

evolução recente do sistema bancário internacional, a instabilidade financeira

endémica e o potencial de crescimento da especulação e da fraude, associado à

liberdade trazida pelas políticas de desregulação e liberalização.

- Chamar a atenção para o facto de apesar dos sintomas de movimentos de

centralização do capital, tendencialmente limitadores da concorrência, as

rivalidades e a competição não deixam de se estabelecer, embora agora mais

nitidamente à escala mundial.

- Breve referência ao peso das industrias culturais, desde as do cinema e

espectáculo, passando pela moda, até às industrias da publicação e dos media.

Não apenas enquanto veículo de mensagens uniformizantes quanto aos valores e

modos de vida da sociedade moderna de cariz ocidental, mas também enquanto

veículo transmissor de mensagens ideológicas. Quanto a esta última questão é

sintomático o modo como a hegemonia ideológica neoliberal se foi afirmando

através da conquista de espaço nos media, tanto nos media especializados em

temas económicos e políticos, como nos órgãos de massas não especializados.

II.2 Modelos tipo de capital global

- Referir a necessidade de ultrapassar a visão restritiva e enganadora que toma o

país como a única e significativa unidade de análise.

- Salientar o interesse de obter uma visão global ao longo de uma cadeia de

processos de trabalho associados a determinadas tecnologias que, em

determinado contexto histórico, permita acompanhar todas as etapas percorridas

de uma determinada mercadoria, desde a produção até ao consumidor final (com

Page 14: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

13

diversas variantes como a análise de filière da terminologia francesa, a

commodity systems ou commodity chains dos autores americanos)

- Distinguir os conceitos de cadeias de mercadorias orientadas por uma lógica

produtiva, as producer-driven commodity chains das buyer-driven commodity

chains, orientadas por uma lógica comercial, seja com características de ligação

privilegiada ao retalho ou centrando-se essencialmente na organização da

logística da distribuição, embora estas funções nem sempre se separem com

clareza.

- Indicar que para a apreensão dos fenómenos decorrentes da globalização e

seus efeitos sobre o espaço e a sociedade rural parece-nos necessário fazer uma

distinção entre, por um lado, o capital que está dependente de uma lógica e

dinâmica global, a que chamámos capital global e, por outro lado, o capital que

escape aos ditames da lógica e dinâmica globais, designado por capital local,

capaz de atender de forma exclusiva ou, pelo menos, prioritária às necessidades

da vida económica local, em especial quando se trata de zonas desfavorecidas.

Tendo presente essa separação entre capital global e capital local, pareceu-nos

ainda importante avançar com uma distinção suplementar por forma a melhor

enquadrar a lógica e dinâmica do capital global, recorrendo para tal à figura dos

modelo tipo.

- Referir o interesse pedagógico de, com o auxílio da metodologia Weberiana do

tipo ideal, distinguir três modelos tipo do capital global que, não são mais do que

uma abstracção teórica de grande utilidade heurística, que permite isolar modelos

coerentes que, na realidade prática, só muito dificilmente poderão encontrar-se

com toda a sua pureza.

- Referir que se consideraram três modelos tipo de capital global, cada um deles

com lógica e dinâmica próprias:

• capital global voltado para as actividades produtivas;

• capital global interessado na comercialização;

• capital global dirigido para a especulação financeira

- Sublinhar que ao desenvolver as características destes modelos tipo de capital

global se torna mais simples perceber o maior ou menor interesse das diferentes

formas de capital global pelas diversas actividades e espaços territoriais. Deste

modo, ao antever as actividades e áreas que mais interessem ao capital global

abre-se a possibilidade de, por exclusão, estimar as que menos lhe interessem,

nomeadamente as que se interessem às zonas rurais mais desfavorecidas.

Page 15: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

14

II.3 O Estado-nação e a globalização

- Salientar que o processo da globalização surge associado a tendências políticas

que se foram tornando dominantes nos países industriais ocidentais,

nomeadamente a partir da altura em que se verificou a hegemonia das doutrinas

económicas promotoras da liberalização, da desregulamentação e da crescente

privatização daqueles sectores da actividade económica capazes de gerar lucros,

postas em prática pelos governos Tatcher no Reino Unido e pelos governos

Reagan nos Estados Unidos, .

- Sublinhar que ao nível das empresas que têm dimensão global se verifica uma

perda de importância da pátria de origem uma vez que seguem uma lógica de

funcionamento que, cada vez menos, está sujeita a ditames nacionais. Isto é, os

detentores do capital, os gestores e, por vezes, os trabalhadores, bem como os

locais de produção e consumo dos bens e serviços que implicam essas empresas,

cada vez menos estão sujeitos a constrangimentos derivados de qualquer ordem

de prioridade ditada por critérios de nacionalidade.

- A situação referida anteriormente não implica, todavia, que seja indiferente qual

o Estado-nação de origem. De facto, não se pode esquecer a história dos apoios

estatais em tudo o que se relaciona com a intervenção nos mecanismos de

financiamento, de pesquisa e mesmo das políticas, mais ou menos activas e

eficazes, de apoio à conquista de mercados pelas empresas dos respectivos

países.

- É de salientar, no entanto, que a apreciação do papel do Estado tem de ser

entendida de forma dialéctica, uma vez que as diferentes camadas sociais e

interesses económicos são atravessados por posições a favor e contra a

intervenção estatal na vida económica, pelo que a situação em cada conjuntura

concreta não pode ser mais do que a resultante dum complexo sistema de forças.

- Referir que, sobretudo no âmbito financeiro, os diversos Estados-nação têm

vindo a perder parcelas significativas de poder em relação a operadores que se

posicionam numa escala global, as mais das vezes com fins essencialmente

especulativos, recorrendo frequentemente à fraude.

- Referir, brevemente, posições teóricas que reconhecem a erosão do poder do

Estado-nação, preocupando-se em abordar a relevância ou irrelevância do

Estado-nação no processo da globalização, bem como a emergência de certos

Page 16: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

15

fora internacionais para onde se vão, progressivamente, deslocando parcelas de

poder que até há bem poucos anos eram prerrogativa exclusiva dos Estados-

nação.

Bibliografia obrigatória:

• Boyer, Robert (2000), Deux défis pour le XXIe Siècle: Discipliner la finance et

organiser l’internationalisation, CEPREMAP, Document 2000-08,

http://www.cepremap.cnrs.fr.

• Castells, Manuel. (1996), The Rise of the Network Society, Malden, MA - USA

e Oxford, U.K. Blackwell, pp. 151-195.

• Korten, David (1997), “The United Nations and the Corporate Agenda” in

http://www.globalpolicy.org/reform/korten.html.

• Krugman, Paul (1997), “Seven habits of highly defective investors”, Fortune,

December 29, pp.22-23.

• Moreira, M. Belo (2001), Globalização e Agricultura. Zonas Rurais

Desfavorecidas, Oeiras, Celta, pp.39-69.

• Reich, Robert (1992), The Work of Nations, New York, Vintage Books, pp. 81-

118.

• Shiller, Robert. (2000), Exubérance Irrationnelle, Hendaye, Valor Editions,

cap. 9 e 10, pp. 215-250.

• Stiglitz, Joseph (2002), Globalization and its discontents, New York, W.W.

Norton & Company, cap. 1 e 2 pp- 3-52.

Bibliografia optativa:

• Boyer, Robert (1998), “Etat, Marché et Developpement: Une Nouvelle

Synthèse Pour le XXIe Siècle?”, CEPREMAP, Document-9907.

http://www.cepremap.cnrs.fr.

• Fitoussi, Jean-Paul (1997), O Debate-Tabu. Moeda, Europa, Pobreza, Lisboa,

Terramar.

• Gereffi, Gary (1994) “The International Economy and Economic

Development”, in Smelser, N. e Swedberg, R. (ed.) The Handbook of

Economic Sociology, Princeton, N.J., Princeton University Press, pp. 206-233.

• Heffernan W. D e Constance D. H. (1994), “Transnational corporations and

the globalization of the food system”, in Bonanno, A., Busch, L., Friedland,

W., Gouveia, L. and Mingione, E. (ed.) From Columbus to ConAgra. The

Globalization of Agriculture and Food, pp. 29 - 51.

Page 17: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

16

• Stiglitz, Joseph (2001), “Information and the change in the paradigm in

economics”, Nobel Prize lecture.

http://www.gsb.columbia.edu/faculty/jstiglitz/download/NobelLecture.pdf

Sesión III. Integração regional e dinámicas territoriais

III.1 A integração regional no contexto da globalização. Considerações

geopolíticas

- Rodrik (2002) naquilo que designa por trilema da globalização sintetisa

claramente o nível de considerações geopolíticas que impedem a integração

económica completa, implícita em certas visões da globalização: segundo este

autor procura-se a integração económica para melhorar os padrões de vida,

queremos a democracia para garantir que as decisões políticas possam ser

tomadas pelos que são afectados por elas (ou pelos seus representantes) e não

abdicamos da auto determinação que se exprime através dos Estados-nação. Só

que não podemos tê-las todas ao mesmo tempo! Isto é, as diferentes

combinações possíveis englobam, quanto muito, dois pólos do trilema, satisfazer

os três ao mesmo tempo não parece ser possível sem o recurso a arriscados

exercícios que relevam da ficção científica. Uma imagem expressiva dessa

impossibilidade, também fornecida pelo referido autor num outro texto, decorre

daquilo que seria uma economia mundial completamente integrada

economicamente. Teríamos então uma situação em que o preço da mão-de-obra

seria aferido pelos salários de Shenzen, o preço do dinheiro seria fixado em Wall

Street e a fiscalidade determinada pelos padrões das ilhas Caimão (Rodrik,

1998). Situação que, por muito poderosas que sejam as forças globalizadoras,

não parece viável num horizonte temporal de médio prazo2, mostrando-se

claramente incompatível com os processos democráticos correntes e com a

manutenção de uma ordem mundial baseada em Estados-nação soberanos e

independentes.

- Mas se é verdade que a integração económica completa a nível mundial

configura um projecto utópico, não é menos verdade que existem blocos

regionais com níveis de integração importante, embora com distinções entre si.

Veja-se o que se convencionou chmar de triadização, ou seja à integração nos

três grandes espaços económicos mais ricos: um sob a liderança dos EUA,

2 Médio prazo no sentido de Keynes para quem no longo prazo estaremos todos mortos.

Page 18: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

17

englobando a NAFTA e, de certo modo, o MERCOSUL, um espaço Europeu

constituído pela União Europeia alargada recentemente e com perspectivas de

futuros alargamentos e o espaço das economias industrializadas do Pacífico sob a

liderança japonesa no APEC (Asian-Pacífic conomic Cooperation) forum.

- No entanto, como refere Reis (2002), talvez faça sentido chamar a atenção para

uma espécie de dupla regionalização do mundo. Por um lado, a regionalização

que corresponde à tríade e, por outro lado, as relações mais intensas que se

verificam e se desenvolvem através de lógicas de proximidade (linguística e

histórica, configurada no surto de investimentos directos nos países da América

Latina pelo capital de origem Espanhola e Portuguesa em grande parte em

consonância com os respectivos aparelhos estatais) e contiguidade territorial

entre economias de que os exemplos europeus são evidência mais que suficientes

(caso de Espanha e Portugal ou o bloco nórdico).

III.2 Determinantes de localização do capital global

- Referir que o capital que segue uma lógica e dinâmica de integração nos

sectores financeiros globais, que designámos por capital global, pode ter lógicas e

dinâmicas diferenciadas, consoante se trata essencialmente de capital com

preocupações produtivas, com objectivos comerciais ou com interesses

especulativos.

- Enumerar determinantes que justifiquem a preferência dos diferentes tipos de

capital por determinada actividade ou espaço territorial.

- Salientar que, na ausência de atractivos particulares que as enquadrem nas

determinantes referidas, as chamadas zonas rurais mais desfavorecidas

continuarão a não ser atractivas para o capital global. A exemplo do que sucede

com muitos países do chamado Terceiro Mundo, também nos países

industrializados há muitas regiões que têm vindo a ser abandonadas pelo capital

que segue uma lógica global, não se vislumbrando que, salvo em situações muito

particulares, essa tendência possa ser invertida.

III.3 Resistências à globalização. Dinâmicas territoriais

- Sublinhar que as resistências ao esforço globalizador têm raízes em

preocupações muito variadas remetendo para diferentes problemáticas. Nesta

perspectiva propôe-se aos alunos que, de uma forma sistemática, enumerem as

razões que estão na base das manifestações antiglobalizadoras. Devem, no

Page 19: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

18

entanto, procurar a exaustividade não ficando apenas na referência de exemplos

mais mediáticos. Neste sentido devem separar claramente as manifestações com

fundamentos e de âmbito global, dos exemplos de casos localizados que

configurem explícita ou implícitamente, formas de resistência à globalização.

- Em particular chama-se a atenção dos alunos para resistências que tem origem

em políticas institucionalizadas, como sejam as resistências dos países mais

desenvolvidos em aplicar os ditames do Consenso de Washington no que respeita

à liberalização das trocas agrícolas, ou as resistências às políticas globais do

ambiente.

- Sublinha-se ainda o interesse em entender a globalização como ameaça, mas

também como fonte de novas oportunidades que, certamente, dependem da

forma como as dinâmicas territoriais se desenvolvem.

Bibliografia obrigatória:

• Agnew, J & S. Corbridge (1995), Mastering space: hegemony, territory and

international political economy. London, Routledge, pp. 1-45 e 211-227.

• Mittelman, James H. (2000), The Globalization Syndrome. Transformation

and Resistance, Princeton New Jersey, Princeton University Press, pp.3-30 e

223-249.

• Moreira, M. Belo (2001), Globalização e Agricultura. Zonas Rurais

Desfavorecidas, Oeiras, Celta, pp.133-167.

• Reis, José (2002) “A Economia Portuguesa: Entre Espanha e as Finanças

Transnacionais”, separata do Boletim de Ciências Económicas, Vol. XVL-A, pp.

683-712. Universidade de Coimbra.

• Rodrik, Dani (2002), “Feasible Globalizations”

http://ksghome.harvard.edu/~.drodrik. academic.ksg/papers.html.

• Stiglitz, (2002), Globalization and its discontents, New York, W.W. Norton &

Company, cap. 8 e 9, pp. 195-252.

• Storey, David (2001) Territory: the claiming of space. Harlow (UK), Prentice

Hall, cap. 6, pp. 98-122.

Bibliografia optativa:

• Rodrik, Dani, Arvind Subramanian and Francesco Trebbi (2002),

“Institutions Rule: The Primacy of Institutions over Geography and

Integration in Economic Development” (with), revised October 2002, in

http://ksghome.harvard.edu/~.drodrik.academic.ksg/papers.html.

Page 20: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

19

• Rodriguez, Francisco e Dani Rodrik (1999), “Trade policy and economic

growth: a skeptical guide to the cross-national evidence”

http://ksghome.harvard.edu/~.drodrik. academic.ksg/papers.html.

• Rosset, Peter (1997) “In Focus: overseas rural development policy in US

Foreign Policy”, In Focus, 2 (7), January, http://www.foreignpolicy-

infocus.org/briefs/vol2/v2n7ove.html

Page 21: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

20

PERGUNTAS PARA OS BECARIOS

• Na ausência de uma teoria geral da globalização e atendendo até que alguns

autores defendem que a globalização é um mito. Diga quais são, no seu

entender, os traços distintivos que autorizam a considerar a globalização

como algo substancialmente novo?

• Desenvolva o que lhe parece ser o papel da ideologia no aparecimento e

consolidação da globalização.

• Pode inferir-se que muitas das transformações que o mundo empresarial

vem apresentando desde as últimas décadas do século XX são,

simultaneamente, causa e consequência da globalização? Desenvolva este

assunto.

• O comportamento dos agentes do capital é homogéneo ou diferenciado?

• O Estado-nação e os agentes do capital global desenvolvem relações

dialéticas. Sublinhe os aspectos essenciais dessas relações e as

consequências que delas decorrem.

• Em que medida o próprio conceito de território, entendido como qualquer

espaço limitado (mesmo informalmente) que represente uma expressão

geográfica principal do poder social, é afectado pela globalização?

• A localização das actividades económicas depende de muitos e variados

factores. Que determinantes de localização são mais relevantes para o

capital global e quais podem interessar mais ao capital local (resultante da

acumulação e das actividades desenvolvidas nesse território e de

propriedade de agentes dele oriundos)?

• Faz sentido falar de dinâmicas territoriais? Em que medida é que essas

dinâmicas se articulam com a globalização?

• Dos muito e variados efeitos sobre a organização económica e social das

sociedades da América Central e do Sul imputáveis à globalização, sublinhe

os que lhe parecem merecer maior relevo no que respeita à agricultura e à

sociedade rural, justifique a sua escolha.

Page 22: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

21

ANEXO

Lista extensa de referências bibliográficas e links

Aglietta, Michel (1993) "Financial Globalization. Systemic Risk, Monetary Control

in OECD Countries", in Notas Económicas, Número 1, Abril, Coimbra,

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, pp.9-21.

Agnew, J & S. Corbridge (1995), Mastering space: hegemony, territory and

international political economy. London, Routledge, pp. 1-45 e 211-227.

Allaya, M.- C., Destandau, J.- P., Madelaine, C., Oncuoglu, S., Perez, R. e

Rastoin, J.- C. (1990), AGRODATA, les 100 Premiers Groupes Agro-

Alimentaires Mondiaux, Montpellier, CIHEAM/IAM.

Aydalot, Philippe (1985), Economie Régionale et Urbaine, Paris, Economica.

Andreff, Wladimir (1984), "The International centralization of capital and the re-

ordering of world capitalism", in Capital & Class, nº 22 Spring, pp. 58-80.

Andreff, Wladimir (1982) Les Multinationales hors la crise, Paris, Editions Le

Sycomore.

Baptista, Fernando Oliveira (1993) Agricultura, espaço e sociedade rural,

Coimbra, Fora do Texto.

Benko, G. e Lipietz, A. (ed.) (1992), Les Régions qui Gagnent. Districts et

Réseaux: les Nouveaux Paradigmes de la Géographie Économique, Paris,

Presses Universitaires de France.

Block, Fred (1994) "The Roles of the State in the Economy", in Smelser, N. e

Swedberg, R. (ed.) The Handbook of Economic Sociology, Princeton, N.J.,

Princeton University Press, pp..691-710.

Bonanno, A. Constance, D. e Hendrickson, M. (1995) "Global Agro-Food

Corporations and the State: The Ferruzi Case", in Rural Sociology, Vol. 60, nº

2, pp. 274-296.

Bonanno, A. et al. (eds.) (1994) From Columbus to ConAgra. The Globalization

of Agriculture and Food, University Press of Kansas, pp. 1-26.

Bonnano, A, Friedland W., Llambi, L. Marsden, T. Moreira, M. e Schaeffer

R. (1994) "Global Post Fordism and Concepts of the State", in International

Journal of Sociology of Agriculture and Food, Vol. IV, pp. 11-29.

Bourginat, Henri (1992) Finance Internationale, Paris, Presses Universitaires de

France.

Page 23: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

22

Boyer, Robert (2000), Deux défis pour le XXIe Siècle: Discipliner la finance et

organiser l’internationalisation, CEPREMAP, Document 2000-08,

http://www.cepremap.cnrs.fr.

Boyer, Robert (1998), “Etat, Marché et Developpement: Une Nouvelle Synthèse

Pour le XXIe Siècle?”, CEPREMAP, Document-9907.

http://www.cepremap.cnrs.fr.

Boyer, Robert (1994) "Les Capitalismes vers le XXIème Siècle. Des

Transformations Majeures en Quête de Théories (I)", in Notas Económicas,

Número 3, Abril, Coimbra, Faculdade de Economia da Universidade de

Coimbra, pp. 8-37.

Braudel, Fernand (1969) Écrits sur l'Histoire, Paris, Flammarion.

Buttel, F. H. e Goodman, D. (1989) "Class, State, Technology and International

Food Regimes. An introduction to recent trends in the sociology and political

economy of agriculture", in Sociologia Ruralis, Vol. XXIX - 2, pp. 86-92.

Castells, Manuel. (1996), The Rise of the Network Society, Malden, MA - USA e

Oxford, U.K. Blackwell, pp. 151-195.

Chandler Jr., Alfred D. (1994), Scale and Scope. The Dynamics of Industrial

Capitalism, Cambridge, Massachusetts, The Belknap Press of Harvard

University Press.

Chandler Jr., Alfred D. (1977) The Visible Hand. The Managerial Revolution in

American Business, Cambridge, Massachusetts, The Belknap Press of Harvard

University Press.

Chesnais, François (1994), La Mondialisation du Capital, Paris, Syros.

Connor, J. Roger, R., Marion, B. e Mueller, W. (1985), The Food

Manufacturing Industries. Structure, Strategies, Performance, and Policies,

Lexington, Mass., Lexington Books.

Constance D. e Heffernan, W. (1991) "Global Poultry Agro/Food Complex", in

International Journal of Sociology of Agriculture and Food, Vol. 1, pp. 126-142.

Coriat, Benjamin e Weinstein, Olivier (1995), Les Nouvelles Théories de l'

Entreprise, Paris, Le Livre de Poche - Librairie Générale Française.

Delapierre, Michel (1996), "Les Firmes Multinationales: Évolutions Structurelles

et Stratégies Face à la Mondialisation", in Économie Rurale, Paris, SFER, nº

231 Janvier-Février, pp. 12-20.

Dicken, Peter (1992), Global Shift. The Internationalization of Economic Activity,

(Second Edition) New York, The Guilford Press.

Page 24: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

23

D'Hauteville, François (1995) "Marketing Agro-Alimentaire et Globalisation des

Marchés: le Rôle Perturbateur du Consommateur et du Distributeur",

comunicação apresentada ao Colóquio da SFER "Globalisation des Économies

Agricoles et Alimentaires", Paris 16-17/10.

Doremus, P.e al. (1998), The Myth of the Global Corporation, Princeton, New

Jersey, Princeton University Press, cap. 1 e 2, pp- 3-21.

Dunning, John H. (1990) "The Globalization of Firms and the Competitiveness of

Countries: Some Implications for the Theory of International Production", in

Dunning, J.H., Kogut, B. e Blomstrom Globalization of Firms and the

Competitiveness of Nations, Lund, Institut of Economic Research, Lund

University, pp. 9-57.

Ferrão, J. e Baptista, A. M. (1992), "Industrialization and Endogenous

Development in Portugal: Problems and Perspectives", in Garofoli, Gioacchino

(ed.) Endogenous Development and Southern Europe, Aldershot, Avebury --

Ashgate Publishing Ltd, pp. 195-211.

Friedland, William H. (1991) "The transnationalization of agricultural production:

Palimpsest of the transnational state", in International Journal of Sociology of

Agriculture and Food, Vol. I, pp. 48-58.

Friedland, William H. (1984) "Commodity system analysis:An approach to the

sociology of agriculture", in Schwarzweller. H. K. (ed.) Research in Rural

Sociology and Development: A Research Annual, Greenwich, Connecticut, JAI

Press, pp. 221-235.

Friedland, W. H. e Goodman, D. (1993) "A Research Agenda: The Globalization

of the Fresh Fruit and Vegetable System", in International Journal of Sociology

of Agriculture and Food, Vol. 3, 1993, pp. 169-173.

Friedmann, Harriet (1994) "Distance and Durability: Shaky Foundations of the

World Food Economy", in McMichael, Philip (editor) The Global Restructuring

of Agro-Food Systems, Ithaca, Cornell University Press, pp. 258 - 276.

Friedmann, Harriet (1991) "Changes in the International Division of Labor: Agri-

food Complexes and Export Agriculture" in Friedland, W. H., Busch, L.,

Buttel, F. e Rudy, A. (ed.) Towards a New Political Economy of Agriculture,

Boulder, Westview Press, pp. 65-93.

Friedman, H. e McMichael, P. (1989) "Agriculture and the State System. The

rise and decline of national agricultures, 1870 to the present", in Sociologia

Ruralis, Vol. XXIX - 2, pp. 93-117.

Page 25: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

24

Fröbel, F., Henrichs J. e Kreye, O. (1980), The New International Division of

Labour, Cambridge, Cambridge University Press.

Gereffi, Gary (1994a) "The International Economy and Economic Development",

in Smelser, N. e Swedberg, R. (ed.) The Handbook of Economic Sociology,

Princeton, N. J., Princeton University Press, pp. 206-233.

Gereffi, Gary (1994b) "The organization of Buyer-Driven Global commodity

Chains: How U.S. retailers Shape Overseas Production Networks" in Gereffi,

G. e Korzeniewicz (ed.) Commodity chains and global capitalism, Westport,

Connecticut, Greenwood Press, pp. 95-122.

Giddens, Anthony (1992) As Consequências da Modernidade, Oeiras, Celta

Editora.

Girvan, Norman (1987), "Transnational Corporations and Non-Fuel Primary

Commodities in Developing Countries, World Development, vol. 15, nº5, pp.

713-740.

Goodman, David (1991) "Some Recent Tendencies in the Industrial

Reorganization of the Agri-food System", in Friedland, W. H., Busch, L.,

Buttel, F. e Rudy, A. (ed.) Towards a New Political Economy of Agriculture,

Boulder, Westview Press, pp. 37 - 64

Green, Gary (1988), Finance Capital and Uneven Development, Boulder,

Colorado, Westview Press.

Grennes, Thomas (1990), "The Link Between Financial Markets and World

Agricultural Trade", in Grennes Thomas (ed.) International Financial Markets

and Agricultural Trade, Boulder, Westview Press, pp. 1-9.

Grupo de Lisboa (1994), Limites à Competição, Lisboa, Publicações Europa-

América.

Heffernan W. D. e Constance D. H. (1994), "Transnational corporations and the

globalization of the food system", in Bonanno, A., Busch, L., Friedland, W.,

Gouveia, L. and Mingione, E. (ed.) From Columbus to ConAgra. The

Globalization of Agriculture and Food, University Press of Kansas, pp. 29 - 51.

Hilferding, Rudolf (1970) Le Capital Financier, Paris, Les Éditions de Minuit.

Hopkins, Terence K. e Wallerstein, Immanuel (1994), "2.1 Commodity chains:

construct and research" , pp. 17 - 20 e "2.4 Conclusions about commodity

chains", in Gereffi, G. e Korzeniewicz (ed.) Commodity chains and global

capitalism, Westport, Connecticut, Greenwood Press, pp. 48 - 50.

Page 26: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

25

Hymer, Stephen H.(1979) The Multinational Corporation. A Radical Approach.

Papers by Stephen Herbert Hymer (edited by Cohen et alii), Cambridge,

Cambridge University Press.

Jenkins, Rhys (1991) Transnational Corporations and Uneven Development. The

Internationalization of Capital and the Third World, London and New York,

Routledge.

Kébabdjian, Gérard (1994) L'Économie Mondiale. Enjeux Nouveaux, Nouvelles

Théories, Paris, Éditions du Seuil.

Klemkosky, Robert C. (1989), "The 1980s. An Evolutionary Decade for the

Financial System", Business Horizons, Nov. Dec., pp. 2-13.

Koc, Mustafa (1994), "Globalization as a Discourse", in Bonanno, A., Busch, L.,

Friedland, W., Gouveia, L. and Mingione, E. (ed.) From Columbus to

ConAgra. The Globalization of Agriculture and Food, pp. 265-280.

Korten, David (1997), “The United Nations and the Corporate Agenda” in

http://www.globalpolicy.org/reform/korten.html.

Krugman, Paul (1997), “Seven habits of highly defective investors”, Fortune,

December 29, pp.22-23.

Krugman, Paul R. (1994) Rethinking International Trade, Cambridge

Massachusetts, The MIT Press.

Labys, Walter (1980), Market Structure, Bargaining Power, and Resource Price

Formation, Lexington Mass., Lexington Books.

Lindert, P. e Kindleberger, C. (1983) Economie Internationale, Paris,

Economica, 7ª. edição.

Lipietz, Alain (1992) Towards a New Economic Order. Postfordism, Ecology and

Democracy, New York, Oxford University Press.

Lourenço, Nelson (1994) Globalização e Pertinências Regionais: Macau e a

Região do Delta, Lisboa, Instituto Oriental.

Maizels, Alfred (1984), "A Conceptual Framework for Analysis of Primary

Commodity Markets", in World Development, Vol. 12 Nº.1 Pergamon Press pp.

25-41.

Malassis, Louis (1973) Économie agro-alimentaire. I - Économie de la

consommation et de la production agro-alimentaire, Paris, Ed. Cujas.

McMichael, Philip (1994) "Global Restructuring: Some Lines of Inquiry", in

McMichael, Philip (editor) The Global Restructuring of Agro-Food Systems,

Ithaca, Cornell University Press, pp. 277-300.

Page 27: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

26

Mittelman, James H. (2000), The Globalization Syndrome. Transformation and

Resistance, Princeton New Jersey, Princeton University Press, pp.3-30 e 223-

249

Montigaud (1995) "La Logistique dans les Filières Agro-Alimentaires et ses

Consequences sur le Secteur Agricole", Comunicação ao Seminário realizado

no ISA em Maio, com o mesmo título.

Moreira, M. Belo (2001), Globalização e Agricultura. Zonas Rurais

Desfavorecidas, Oeiras, Celta.

Moreira, M. Belo (1994) “The firm and the state in the globalization Process”,

International Journal of Sociology of Agriculture and Food, Volume IV, pp. 84-

112. http://www.ryerson.ca/~isarc40/IJSAF/archive/IJSAF-Vol4-1994.pdf.

Murteira, Mário (1995) Economia Mundial. A Emergência duma Nova Ordem

Global, Lisboa, Difusão Cultural.

Ohmae, Kenichi (1991), "Managing in a Borderless World", in Montgomery C.

and Porter M. (ed.), Strategy: Seeking and Securing Competitive Advantage,

Boston, Harvard Business School, pp. 205-224.

Pecqueur, B. and Silva, M. R. (1992), "Territory and Economic Development:

The Example of Diffuse Industrialization", in Garofoli, Gioacchino (ed.)

Endogenous Development and Southern Europe, Aldershot, Avebury --

Ashgate Publishing Ltd., pp. 17- 29.

Perez, Roland (1996) "Les Stratégies des Firmes Multinationales Alimentaires", in

Économie Rurale nº. 231, Janvier-Février, Paris, SFER, pp.21-28.

Piore, M. e Sabel, C. (1984) The Second Industrial Divide: possibilities for

prosperity, New York, Basic Books.

Pitelis, Christos (1989) "The Transnational Corporation: A Synthesis, in Review

of Radical Political Economics, Vol. 21 (4), pp. 1-11.

Pooley, Sam (1990) "The State Rules, OK? The Continuing Political Economy of

Nation-States", in Capital&Class, pp. 65-82.

Porter, Michael E. (1993) A Vantagem Competitiva das Nações, Rio de Janeiro,

Editora Campus.

Porter, Michael E. (1991), "The Competitive Advantage of Nations" in

Montgomery C. and Porter M. (ed.), Strategy: Seeking and Securing

Competitive Advantage, Boston, Harvard Business School, pp. 135-169.

Radice, Hugo (1984), "The National Economy: a Keynesian Myth? Capital &

Class, nº 22, Spring, pp. 111-140.

Page 28: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

27

Rainelli, Michel (1996), "La Firme Multinationale dans la Nouvelle Économie

Industrielle Internationale", in Économie Rurale, Paris, SFER, nº 231 Janvier-

Février, pp. 5-11.

Rastoin, J-L and Allaya, M.-C (1990), "Les Multinationales de l'Agro-Alimentaire

à la Fin des Années 80: l'Impératif de la Mondialisation", Economie et Gestion

Agro-Alimentaire, nº 17 Octobre, pp. 20-25.

Raynolds, Laura (1994) "Institutionalizing Flexibility: A Comparative Analysis of

Fordist and Post-Fordist Models of Third World Agro-Export Production", in

Gereffi, G. e Korzeniewicz (ed.) Commodity chains and global capitalism,

Westport, Connecticut, Greenwood Press, pp. 143-161.

Reich, Robert B. (1993) O Trabalho das Nações, Lisboa, Quetzal Editores.

Reich, Robert (1992), The Work of Nations, New York, Vintage Books, pp. 81-

118.

Reis, José (2002) “A Economia Portuguesa: Entre Espanha e as Finanças

Transnacionais”, separata do Boletim de Ciências Económicas, Vol. XVL-A, pp.

683-712. Universidade de Coimbra.

Reis, José (1994), "O Desenvolvimento Local é Possível?", in O Desenvolvimento

Local é Possível? FORUM - SPER (Sociedade Portuguesa de Estudos Rurais),

pp. 3-16.

Reis, José (1992), Os Espaços da Indústria: a Regulação Económica e o

Desenvolvimento Local em Portugal, Porto, Afrontamento.

Resnick, Bruce G. (1989),"The Globalization of World Financial Markets",

Business Horizons, Nov.-Dec. pp. 34-41.

Riggs, Fred, Contribuições sobre o entendimento dado ao termo “globalização”

forum virtual preparatório do Congresso Mundial de Sociologia de Montreal em

1998, disponível na Internet http://www2.hawaii.edu/~fredr/globe-l.htm.

Rodriguez, Francisco e Dani Rodrik (1999), “Trade policy and economic growth:

a skeptical guide to the cross-national evidence”

http://ksghome.harvard.edu/~.drodrik. academic.ksg/papers.html.

Rodrik, Dani (2002), “Feasible Globalizations”

http://ksghome.harvard.edu/~.drodrik. academic.ksg/papers.html.

Rodrik, Dani; Arvind Subramanian and Francesco Trebbi (2002), “Institutions

Rule: The Primacy of Institutions over Geography and Integration in Economic

Development”, in

http://ksghome.harvard.edu/~.drodrik.academic.ksg/papers.html.

Page 29: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

28

Rodrik, Dani (1998), “Symposium on globalization perspective: an introduction”,

The Journal of Economic Perspectives, Vol. 12 (4), pp.3-8.

Ross, R.J.S. e Trachte, K.C. (1990) Global Capitalism. The New Leviathan,

Albany, State University of New York Press.

Rosset, Peter (1997) “In Focus: overseas rural development policy in US Foreign

Policy”, In Focus, 2 (7), January, http://www.foreignpolicy-

infocus.org/briefs/vol2/v2n7ove.html

So, Alvin Y. (1990), Social Change and Development: Modernization,

Dependency, and World-System Theories, Newbury Park, Sage Publications.

Shiller, Robert. (2000), Exubérance Irrationnelle, Hendaye, Valor Editions

Stiglitz, (2002), Globalization and its discontents, New York, W.W. Norton &

Company.

Stiglitz, Joseph (2001), “Information and the change in the paradigm in

economics”, Nobel Prize lecture.

http://www.gsb.columbia.edu/faculty/jstiglitz/download/NobelLecture.pdf

Storey, David (2001) Territory: the claiming of space. Harlow (UK), Prentice

Hall.

Teulon, Frédéric (1993) La Nouvelle Économie Mondiale, Paris, Presses

Universitaires de France.

Thurow, Lester (1992), Head to Head. The Coming Economic Battle Among

Japan, Europe, and America, New York, William Morrow and Company, Inc..

Time (1995) Global Agenda. The New Economic Revolution, March 13, New York

pp. 42-60.

Tozanli, Selma (1996), "L'Évolution des Structures des Groupes Agro-Industriels

Multinationaux Pendant le Dernier Quart du XXe Siècle", in Économie Rurale nº.

231, Janvier-Février, Paris, SFER, pp.29 38.

Veltz, Pierre (1993), "Logiques d'Entreprise et Territoires: les Nouvelles Règles

du Jeu", in Les Nouveaux Espaces de l'Entreprise, Paris, Datar/Éditions de

l'Aube, pp. 47-79.

Vernon, Raymond (1992) "Transnational corporations: where are they coming

from, where are they headed?", in Transnational Corporations, U.N., Vol. I,

Number 2, August.

Vernon, Raymond (1971), Sovereignty at Bay. The Multinational Spread of U.S.

Enterprises, New York, Basic Books Inc.

Page 30: Módulo I: Globalización, Integración regional y dinámicas ...fentrena/Modulo1.pdf · contribuições de Heckscher, Ohlin, Stolper, Samuelson, Leontief e Rybczynski (Lindert e

29

Vernon, Raymond (1966) "International Investment and International Trade in

the Product Cycle", in Quarterly Journal of Economics, May, pp. 190-207.

Wachtel, Howard M. (1986), The Money Mandarins. The making of a

supranational economic order, New York, Pantheon Books.

Wallerstein, Immanuel (1995) Impenser la science sociale. Pour sortir du XIXe

siècle, Paris, Presses Universitaires de France.

Wallerstein, Immanuel (1974) O Sistema Mundial Moderno. Vol. I. A agricultura

capitalista e as origens da economia-mundo europeia no século XVI, Porto,

Edições Afrontamento.

Zey, Mary (1993), Banking on Fraud. Drexel, Junk Bonds, and Buyouts, New

York, Aldine de Gruyter.

Links

http://www.ryerson.ca/~isarc40/IJSAF/archive/IJSAF - Edição online do

International Journal of Sociology of Agriculture and Food e volumes anteriores

em Arquivo. Os primeiros números são bilingues, em Inglês e Espanhol.

http://ksghome.harvard.edu/~.drodrik. academic.ksg/papers.html. – Página de

Dani Rodrik, onde se encontra uma extensa lista de publicações.

http://www.pkarchive.org/ - Página onde se encontram artigos disponíveis de

Paul Krugman e que por seu turno tem uma série de links interessante.

http://www.rrojasdatabank.org/ - Página com extensíssima informação em várias

línguas. “Creado y administrado por el Dr. Róbinson Rojas, este sitio académico

promueve excelencia en la enseñanza y la investigación de la economía y del

desarrollo, y en los procesos de descripción, entendimiento,