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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN PRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO PROEG CAMPUS AVANÇADO “PROFª MARIA ELISA DE ALBUQUERQUE MAIA” DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - DE CURSO DE PEDAGOGIA MÁRCIA MYCHELLE NOGUEIRA DO NASCIMENTO AQUINO AS TECNOLOGIAS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA: RECURSOS DIGITAIS PARA INTEGRAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL PAU DOS FERROS - RN 2016

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

PRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO – PROEG

CAMPUS AVANÇADO “PROFª MARIA ELISA DE ALBUQUERQUE MAIA”

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - DE

CURSO DE PEDAGOGIA

MÁRCIA MYCHELLE NOGUEIRA DO NASCIMENTO AQUINO

AS TECNOLOGIAS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA: RECURSOS DIGITAIS PARA

INTEGRAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL

PAU DOS FERROS - RN

2016

MÁRCIA MYCHELLE NOGUEIRA DO NASCIMENTO AQUINO

AS TECNOLOGIAS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA: RECURSOS DIGITAIS PARA

INTEGRAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de conclusão de curso de graduação

apresentado à Universidade do Estado do Rio

Grande do Norte, como requisito obrigatório para

obtenção do Grau de Licenciado em Pedagogia.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Luís Miguel Dias

Caetano

PAU DOS FERROS - RN

2016

MÁRCIA MYCHELLE NOGUEIRA DO NASCIMENTO AQUINO

AS TECNOLOGIAS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA: RECURSOS DIGITAIS PARA

INTEGRAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de conclusão de curso de graduação

aprovado pela Universidade do Estado do Rio

Grande do Norte, como requisito obrigatório

para obtenção do Grau de Licenciado em

Pedagogia.

Aprovada em _____ de ___________________ de ________.

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________________________

Orientador Prof. Dr. Luís Miguel Dias Caetano

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

__________________________________________________________

1ª Examinadora Prof.ª Ma. Sheyla Maria Fontenele Macedo

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

__________________________________________________________

2ª Examinador Prof. Paulo Jorge

Doutorando da Universidade Gironda, Espanha

Ao meu avô Lourival Lopes “In memorian”,

por tanto amor, cuidado e ensinamentos que

me transformaram no que hoje sou. Tudo isso

devo a ti meu herói.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo milagre da vida, pelas incontáveis bênçãos e

por ter cumprido mais uma de suas promessas.

Ao meu orientador Prof. Dr. Miguel Dias, por ter me ajudado e me guiado durante

esse trabalho, me dando todo o apoio e suporte necessário.

À minha família pela paciência e apoio incondicional aos meus sonhos, em especial a

minha mãe, meu maior exemplo e minha mais profunda inspiração, por sempre me fazer

acreditar que tudo é possível, desde que tenhamos fé, coragem e perseverança. Ao meu

marido, por sempre encorajar meus sonhos. A minha avó, dádiva preciosa em minha vida, as

minhas tias e aos meus irmãos por tanto carinho e estímulo.

À coordenação geral do PARFOR, a Iandra e a Karine pelo apoio e incentivo de

sempre e a todos os meus professores pelas significativas contribuições.

Aos meus colegas de sala, pela partilha de conhecimentos e de tantos momentos de

alegria e angústia.

Aos professores que gentilmente se disponibilizaram a participar da pesquisa,

permitindo a realização desse trabalho.

RESUMO

O uso das tecnologias nas práticas pedagógicas é um tema de fundamental importância, uma

vez que vivenciamos a presença constante das tecnologias em todos os âmbitos da sociedade.

Assim, a educação precisa adequar-se a esse cenário e inserir os recursos tecnológicos em

seus objetivos como forma de possibilitar um ensino que esteja em sintonia com os interesses

da sociedade. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo pesquisar sobre o potencial

dos recursos digitais nas práticas pedagógicas dos professores do ensino fundamental,

identificando as suas dificuldades dos na utilização desses recursos, assim como conhecendo

alguns recursos digitais para o ensino fundamental. Esse estudo se trata de uma pesquisa

qualitativa de natureza bibliográfica, de caráter investigativo exploratório, no sentido que, se

propõe a investigar sobre o potencial educativo dos recursos digitais nas práticas pedagógicas.

Utilizaremos como corpus, questionários que foram aplicados aos professores do ensino

fundamental da Escola Estadual Padre Cosme localizada no município de São Miguel/RN. Os

resultados nos permitiram identificar que os recursos digitais tem enorme potencial

pedagógico de favorecer o desenvolvimento de estratégias de ensino e aprendizagem

inovadoras. Entretanto os professores apresentam como principal dificuldade para utilização

das Tecnologias na construção de práticas pedagógicas, a necessidade de formação técnica e

principalmente pedagógica e consequente a sua utilização no contexto educativo.

Palavras-chave: Tecnologia. Práticas Pedagógicas. Ensino Fundamental.

RESUMEN

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Frequência de uso da Internet ................................................................................. 30

Gráfico 2 – Equipamentos utilizados ....................................................................................... 30

Gráfico 3 – Local de acesso à internet ...................................................................................... 31

Gráfico 4 - Atividades realizadas na Internet ........................................................................... 31

Gráfico 5 - Professores por gênero ........................................................................................... 54

Gráfico 6 – Distribuição dos professores por faixa etária ........................................................ 54

Gráfico 7 – Distribuição dos professores por nível de habilitação ........................................... 54

Gráfico 8 – Distribuição dos professores por anos de experiência profissional ....................... 55

Gráfico 9 –Contexto em que os professores utilizam a tecnologia .......................................... 55

Gráfico 10 – Conhecimentos gerais dos professores sobre a tecnologia .................................. 56

Gráfico 11- Participação em curso de formação em tecnologia nos últimos 2 anos ................ 57

Gráfico 12- Conhecimentos de tecnologia aplicada a contextos educativos. ........................... 57

Gráfico 13 - Obstáculo para a integração da tecnologia em contexto educativo. .................... 58

Gráfico 14 – Conhecimento sobre os recursos digitais disponíveis no Portal do Professor

(MEC). ...................................................................................................................................... 58

Gráfico 15 - Conhecimento sobre os recursos digitais disponíveis no Banco Internacional de

Objetos Educacionais. .............................................................................................................. 59

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Dimensões de avaliação da qualidade dos recursos da internet .............................. 35

Figura 2 - Página inicial do Portal do Professor ...................................................................... 38

Figura 3- Página do Espaço de Aula ........................................................................................ 39

Figura 4- Página do Jornal ........................................................................................................ 39

Figura 5- Página do Espaço Multimídia ................................................................................... 40

Figura 6 – Página do espaço Cursos e Materiais ...................................................................... 40

Figura 7- Página do espaço Colaboração ................................................................................. 41

Figura 8 – Página do espaço Links ........................................................................................... 41

Figura 9 - Página de entrada do Banco Internacional de Objetos Educacionais ...................... 42

Figura 10 – Página do Prezi com Slides sobre os cinco últimos Jogos Olímpicos .................. 52

Figura 11 - Modalidades esportivas ......................................................................................... 52

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Exemplos de Recursos Digitais e Endereço Eletrônico. ........................................ 37

Quadro 2 - Necessidades para melhorar a integração educativa da tecnologia ........................ 59

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12

2 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO ................................................................................... 15

2.1 O USO DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO ............................................................. 15

2.2 OS DESAFIOS DA INSERÇÃO DAS TECNOLOGIAS NA ESCOLA ...................... 20

2.3 O PAPEL DO PROFESSOR .......................................................................................... 23

3 RECURSOS DIGITAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL .......................................... 28

3.1 AS TECNOLOGIAS E O ENSINO FUNDAMENTAL ................................................ 28

3.2 QUALIDADE DOS RECURSOS DIGITAIS ................................................................ 33

3.3 RECURSOS DIGITAIS: EXEMPLOS .......................................................................... 37

4 METODOLOGIA ........................................................................................................... 44

4.1 OBJETIVOS ................................................................................................................... 45

4.2 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ............................................................. 46

4.3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA ESCOLA, PROFESSORES E ALUNOS ..................... 47

4.4 PROPOSTAS DE UTILIZAÇÃO DIDÁTICA .............................................................. 49

4.5 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS ........................................................................ 54

5 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 62

6 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 64

ANEXOS ................................................................................................................................. 67

ANEXO 01 – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES ............................... 67

ANEXO 02 – PROPOSTA PEDAGÓGICA ........................................................................ 76

12

1 INTRODUÇÃO

O uso das tecnologias na prática pedagógica é um tema de fundamental importância,

uma vez que, vivenciamos a presença constante das tecnologias em todos os âmbitos da

sociedade, a qual se beneficia desses recursos para melhorar suas atividades, necessidades e

relações entre os indivíduos. Assim, a educação precisa adequar-se a esse cenário e inserir os

recursos tecnológicos em seus objetivos como forma de possibilitar um ensino que esteja em

sintonia com os interesses da sociedade, utilizando o potencial pedagógico das Tecnologias.

Desse modo a Tecnologia terá um contributo para um processo de ensino e

aprendizagem mais interativo e composto por novas formas de ensinar e aprender.

Este cenário de transformações tecnológicas vislumbram novos caminhos e desafios

à tarefa de ensinar e aprender. É necessário compreender que a aprendizagem está em

permanente estado de adaptação às novas questões e desafios que constantemente se

apresentam à escola e a sociedade. Não se trata, portanto, de algo extremamente alheio ao

nosso conhecimento, mais de situações reais que precisamos conhecer de forma mais

abrangente para poder disseminá-las no contexto educativo das escolas (KENSKI, 2010).

A incorporação das Tecnologias nos processos educativos é uma discussão

relevante para estruturação de um ensino que se apoia na criação de ricos e novos processos

de construção do conhecimento, levando em consideração que essa incorporação tem

implicações que transcendem à escola, uma vez que, a utilização da Tecnologia com

finalidade educativa, estabelece parâmetros que podem despertar nos alunos outro olhar para

o uso dos recursos tecnológicos.

O interesse em pesquisar sobre esse tema foi motivado pelo fato de estar inserida

no cotidiano escolar como docente, e perceber que, apesar das grandes transformações

tecnológicas pelas quais a sociedade passou, as Tecnologias estão pouco presente nas

práticas pedagógicas enquanto ferramentas favoráveis ao processo de ensino e

aprendizagem. Mesmo as escolas dispondo de recursos como computadores, notebooks,

retroprojetores, internet, entre outros, torna-se reduzida à taxa de utilização dos mesmos,

uma vez que, a maioria dos professores apresenta pouco domínio na utilização educativa dos

recursos digitais.

Assim, sentimos a necessidade de pesquisar e compreender a partir de estudo

bibliográfico e de campo quais são as discussões sobre uso das Tecnologias na educação, suas

contribuições para o ensino na atualidade, a importância da adequação de práticas

13

pedagógicas com uso dos recursos tecnológicos e como os professores se relacionam com as

Tecnologias aplicando-as ao ensino e aprendizagem. Dessa forma, partindo de experiências

onde encontramos dificuldades e resistência no uso da Tecnologia por parte de alguns

professores, colocamos a seguinte problemática: Quais os benefícios da utilização das

Tecnologias na educação e como integrar os recursos digitais no processo de ensino e

aprendizagem no ensino fundamental?

Com a intenção de resolver o referido questionamento, traçamos como objetivo

geral, pesquisar sobre o potencial dos recursos digitais nas práticas pedagógicas dos

professores do ensino fundamental. Além disso, iremos identificar as dificuldades dos

professores acerca da utilização das Tecnologias na construção de práticas pedagógicas,

conhecer alguns recursos digitais que podem ser utilizados pelos professores como

ferramentas de ensino e aprendizagem e propor a integração dos recursos digitais nas práticas

pedagógicas no ensino fundamental.

Tendo em vista a inquietação e vontade de estudar sobre a importância do uso das

Tecnologias como recursos didáticos, sugerimos nessa pesquisa um estudo bibliográfico,

para conhecermos mais detalhadamente a relevância dos recursos digitais nas práticas

pedagógicas, e um estudo de campo como forma de analisarmos uma realidade específica.

Assim, após a realização do trabalho, esperamos entender a visão de alguns autores sobre o

tema abordado e se a realidade em análise condiz com os apontamentos feitos pelos autores

sobre o uso da tecnologia na educação, as principais dificuldades encontradas pelos

professores no uso desses recursos, e os fatores que impedem a inserção da Tecnologia nas

práticas pedagógicas como ferramentas de ensino e aprendizagem.

Para o desenvolvimento da pesquisa partimos de estudos bibliográficos que

consideramos como referência, utilizando assim os escritos de Caetano (2012); Costa

(2010); UNESCO (2004); Almeida e Prado (2005) e Kenski (2010). Para além desse

referencial analisamos documentos que regulamentam a organização e funcionalidade da

educação básica, tais como as Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental, o Plano

Nacional de Educação (PNE 2014-2024) e o Plano Estadual de Educação do Rio Grande do

Norte (PEE-RN 2015-2025).

O nosso trabalho está estruturado em quatro capítulos. O primeiro capítulo destina-se

a discussão sobre Tecnologia e educação a qual foi dividida em três subtópicos: “O uso da

tecnologia na educação”, “Os desafios da inserção das TIC na escola” e “O papel do

professor”. O segundo capítulo tratará dos recursos digitais no Ensino Fundamental sendo

14

apresentados os subtópicos: “As tecnologias e o Ensino Fundamental”, “Qualidade dos

recursos digitais” e “Recursos digitais: exemplos”.

No terceiro capítulo disponibilizamos o processo metodológico que perpassa nossa

pesquisa, onde especificamos os objetivos, os instrumentos de coletas de dados, a

contextualização da escola onde realizamos a pesquisa e apresentação de uma proposta de

utilização didática dos recursos digitais. Neste também apresentamos a análises dos resultados

da pesquisa de campo. E, por fim, as considerações finais, onde apresentamos os resultados de

nossa pesquisa, bem como nossa contribuição para estudos, projetos e pesquisas com a

inserção das Tecnologias no Ensino Fundamental.

15

2 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO

As tecnologias estão intimamente presentes no nosso dia a dia, introduzindo novas

maneiras de agir, de pensar, de comunicar, proporcionando mais informação e comunicação

aos indivíduos e consequentemente introduzindo inúmeras formas de obter conhecimentos

como também diversas ferramentas para alcançá-lo, sendo dessa forma, consideradas vitais

nas transformações que ocorrem na sociedade à medida que produzem profunda mudança nas

maneiras como os indivíduos se comunicam e interagem no meio social (UNESCO, 2004).

Esses novos padrões interferem e provocam mudanças em vários setores da

sociedade, afetando também escolas e o exercício docente, “eles têm o potencial para

transformar a natureza da educação a respeito de onde e como ocorre o processo de

aprendizagem, como também mudanças nos papéis de professores e alunos” (UNESCO, 2004

p. 17). Assim, é essencial a integração das tecnologias à dinâmica da sala de aula na tentativa

de aproveitar o potencial que esses recursos oferecem viabilizando a apropriação de

metodologias que garantam processos de ensino e aprendizagem de forma mais interativa e

dinâmica.

2.1 O USO DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO

Existem inúmeras maneiras de compreender a tecnologia, e para conceituá-la de

forma mais ampla podemos descrevê-la como qualquer dispositivo, método ou técnica criada

pelo homem para tornar seu trabalho mais suave, seu deslocamento e comunicação mais ágil,

ou até mesmo, sua vida mais satisfatória e dinâmica (CHAVES, 2007). Logo, percebe-se que

a tecnologia não é uma característica da contemporaneidade uma vez que o homem para se

adaptar ao meio e se desenvolver, a todo tempo criou recursos e técnicas que facilitasse sua

relação com o ambiente e garantisse sua sobrevivência.

Nesta perspectiva, Kenski (2010), afirma que as tecnologias são tão antigas quanto à

espécie humana. Entretanto, a cada fase de desenvolvimento o ser humano vai criando

capacidades de elaborar tecnologias cada vez mais precisas e eficientes como as que se

destacam no século XX, as tecnologias da informação e comunicação, que a cada dia se

propagam, modificando o homem na sua forma de pensar, agir como também na forma de

educar.

Todos os âmbitos da sociedade estão permeados pelas tecnologias e o acesso a esses

recursos de forma congênita facilitam a apropriação e utilização dos mesmos pelos

16

indivíduos, proporcionando mudança nos mais variados espaços sociais, inclusive no setor

educacional. Nesse sentido, Caetano (2015), defende que um dos campos mais férteis para o

uso da tecnologia é o da Educação, à medida que potencializa novas situações de

aprendizagem.

O emprego das tecnologias no contexto educacional favorece o desenvolvimento de

estratégias de ensino e aprendizagem inovadoras, além de práticas que possibilitam ao aluno

uma aprendizagem significativa de modo integrado as estratégias didáticas que potencializam

o desenvolvimento dos objetivos de aprendizagem. Para isso, a escola não pode se esquivar

diante das possibilidades que as tecnologias favorecem a educação, nem ignorar a atratividade

que estes recursos podem proporcionar ao fazer pedagógico, desconsiderando a importância

dos mesmos como ferramenta de aprendizagem, porém é necessário haver preparação e

recursos materiais que garantam essa mudança nas práticas educativas (COSTA, 2010).

Doravante as transformações na forma de ensinar exigidas pela sociedade atual e

com a inserção das tecnologias nesse processo, mudam-se também as formas de aprendi-

zagem. Os alunos sentem-se mais incentivados e atraídos pelas inovações pedagógicas que as

tecnologias favorecem ao fazer docente, pois estas diferem das práticas monótonas e

cansativas que por muito tempo permearam a sala de aula, quando não existia diálogo entre

professor e aluno (COSTA, 2010).

Para Caetano (2015), há uma grande troca de informações em sala de aula, na qual o

professor não é mais o único que detém todo o conhecimento, o único que comanda os

processos de aprendizagens, de modo que o aluno passa a ser também responsável pela

construção do seu conhecimento, tendo um papel atuante na busca de aprendizagens.

Segundo Moran (1995, apud MAINART; SANTOS, 2010, p. 04):

A concepção de ensino e aprendizagem revela-se na prática de sala de aula e

na forma como professores e alunos utilizam os recursos tecnológicos dis-

poníveis. [...] A tecnologia deve servir para enriquecer o ambiente

educacional, propiciando a construção de conhecimentos por meio de uma

atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores.

Assim, entendemos que um dos principais objetivos do processo de ensino-

aprendizagem que utiliza as tecnologias como recursos metodológicos é formar alunos mais

participativos nesse processo, de modo que o professor e a tecnologia se tornem mediadores

da ação educativa e da busca pelo conhecimento. As práticas pedagógicas com a utilização

das tecnologias representam uma possibilidade a mais para os professores à medida que

estimulam o aprendizado, de modo a proporcionar ao aluno os meios necessários para

17

aprender a obter informações para construir conhecimentos e adquirir competências de forma

mais autônoma e crítica.

A UNESCO (2004, p. 13) defende que para alavancar de forma eficaz o poder das

tecnologias da informação e comunicação no âmbito educacional é necessário atender as

seguintes condições:

- Alunos e professores devem ter acesso suficiente às tecnologias digital e

Internet nas salas de aula, escolas e instituições de formação de professores.

- Alunos e professores devem estar disponíveis para o conteúdo educacional

em formato digital, que são significativos, de boa qualidade e ter em conta a

diversidade cultural.

- Os professores devem possuir as competências e conhecimentos

necessários para ajudar os alunos a alcançar níveis elevados utilizando novos

recursos e ferramentas digitais.

Nesse contexto, percebemos que para haver efetiva implementação de práticas

pedagógicas mediadas pela tecnologia, antes de tudo, se faz necessário a garantia do acesso às

mesmas, tanto para professores quanto para alunos nas instituições de ensino, como também

preparação docente que favoreça o desempenho significativo do seu papel enquanto mediador

das relações entre alunos e recursos digitais na construção do conhecimento. Esses critérios

dependem não apenas do desejo dos professores de potencializar suas práticas com

metodologias mais inovadoras e interativas que proporcionem mais eficácia ao ensino e

aprendizagem, mas de políticas públicas que garantam estruturas e formação para que

professores e alunos possam utilizar as tecnologias como recursos de aprendizagem

melhorando a atuação dos profissionais da educação, as relações entre professores e alunos, as

estratégias de ensino e consequentemente a aquisição de aprendizagens mais sólidas e

duradouras dos conhecimentos transmitidos pela escola.

A UNESCO (2004) acrescenta que, as tecnologias têm um poder grandioso para o

acesso universal da educação, contribuindo para sua equidade, qualidade de ensino e

aprendizagem, bem como o desenvolvimento profissional de professores, gestores, e toda

esquipe escolar ao fornecer a mistura certa de políticas, tecnologias e capacidades.

O uso da tecnologia na educação requer um olhar abrangente para as possibilidades

que esses recursos dispõem para o ensino e aprendizagem. É preciso que os profissionais

envolvidos nesse processo tenham a oportunidade de conhecer melhor esses recursos,

dominar suas funções e utilidades para que possam facilitar o envolvimento de novas formas

de ensinar e aprender, potencializando a construção de um currículo condizente com a

sociedade tecnológica. Nessa ótica, entende-se que, para usufruir das contribuições das

18

tecnologias na escola, é importante considerar todas as suas potencialidades, relacionando-as

às diferentes formas de representar e construir o conhecimento, possibilitando aos alunos o

desenvolvimento da autonomia na constante busca de novas aprendizagens. (UNESCO, 2004)

A exploração das tecnologias na escola possibilita o contato com novas abordagens

para o ensino. É notório que o uso desses recursos permite a abrangência de diversas

possibilidades que dinamizam a prática pedagógica docente, propiciando um processo de

reconstrução do conhecimento para a compreensão do mundo. Nessa direção, a incorporação

das tecnologias à escola, à sala de aula possibilita a construção de uma cidadania democrática,

participativa e responsável. Porém é necessário destacar que a integração das tecnologias no

ambiente de aprendizagem deve ser promovida de forma cuidadosa, levando em consideração

uma nova elaboração de conteúdos e atividades, para não correr o risco de reforçar as práticas

tradicionais que colocam o aluno numa situação de agente passivo.

Segundo Penteado, (1997, p. 23):

Para explorar o potencial educacional das tecnologias é preciso haver

mudanças na organização da escola e particularmente, no trabalho do

professor. Quanto à escola, é necessário ajustar e/ou eliminar práticas e

regras já existentes e concentrar esforços na criação de situações novas.

Estão em jogo as normas institucionais, o currículo, a relação com os alunos,

com os pais e professores.

Levando em consideração o pensamento do autor, percebe-se que é de fundamental

importância a implementação de inovações na estruturação institucional da escola que visem a

introdução das tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, e para isso, se faz

necessário que o Projeto Político Pedagógico da mesma esteja congruente com a proposta de

aproveitar a potencialidade educativa das tecnologias como prática inovadora nesse processo,

uma vez que esse importante documento da escola é essencial para indicar a direção que a

mesma vai seguir, não apenas para gestores e professores mas também alunos, funcionários e

até mesmo a família. Ele precisa ser completo o suficiente para não deixar dúvidas sobre esse

percurso, e flexível o bastante para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos.

Almeida e Prado (2005, p. 49), comentam no livro Tecnologias da educação, que:

O uso da tecnologia na escola, quando pautado em princípios que

privilegiam a construção do conhecimento, o aprendizado significativo,

interdisciplinar e humanista, requer dos profissionais novas competências e

atitudes para desenvolver uma pedagogia voltada para a criação de

estratégias e situações de aprendizagem que possam torna-se significativa

para o aprendiz, sem perder de vista o foco da intencionalidade educacional.

19

As mudanças na forma de ensinar e aprender devem ser analisadas a partir de um

contexto mais abrangente. Na era das revoluções tecnológicas, é impossível obter resultados

positivos insistindo na didática da transmissão e reprodução do conhecimento. A escola

precisa estar atenta para organizar situações de aprendizagens que favoreçam a compreensão

do mundo, provocando transformações na maneira de pensar e de agir diante das demandas

que ocorrem na sociedade (Almeida e Prado 2005).

Neste sentido, Costa (2010, p. 5) reforça que:

Para além do uso instrumental das tecnologias, enquanto ferramentas

(domínio de competências digitais básicas) prevê-se ainda um patamar

intermédio para alcançar aquele objetivo e que, no essencial, visa

precisamente a integração das TIC como recurso pedagógico poderoso,

mobilizando-as para o desenvolvimento de estratégias de ensino e de

aprendizagem, numa perspectiva de melhoria das aprendizagens dos alunos.

A inserção das tecnologias nas práticas pedagógicas não requer apenas a

disponibilidade de recursos tecnológicos, mas principalmente que os professores assumam

uma predisposição à mudança, compreendendo o modo de ser, pensar e se comunicar da

sociedade atual. Além disso, precisam também saber o que são essas tecnologias, como, por

que e quando usá-las no processo de ensino e aprendizagem, para que se possa atender a este

novo cenário no qual vivemos.

Costa (2010), defende que estamos diante de uma evolução sem paralelo na história

da educação escolar por três razões: o potencial das tecnologias como instrumento de

aprendizagem; a criação de uma nova cultura de aprendizagem; e, por ultimo, a relevância e

incremento do papel da escola no desenvolvimento da sociedade. Assim, é notória a

relevância das tecnologias para a evolução das práticas educacionais à medida que as mesmas

estão de encontro com os paradigmas estabelecidos pela sociedade atual que protagoniza

novas possibilidades para obtenção e construção de conhecimentos.

Para complementar esse cenário de progresso proporcionado pela inclusão das

tecnologias nas praticas educativas, Costa e Jorge (2011, apud CAETANO, 2015, p. 301),

indicam que esses recursos apresentam duas grandes vantagens para o processo educativo: a

primeira é o desenvolvimento de competências associadas a criatividade e inovação , e a

segunda é a maior comunicação e colaboração para superação dos obstáculos que interferem

no desenvolvimento educativo.

20

As reflexões aqui propostas sobre tecnologia e ensino nos permite um melhor

entendimento dos contributos que as tecnologias agregadas a educação podem favorecer ao

processo de ensino e aprendizagem à medida que as mesmas dispõem de inúmeras

possibilidades para a democratização do acesso ao conhecimento. Nesta perspectiva, a escola

como instituição formadora do pensamento e do conhecimento humano é protagonista na

busca de soluções para enfrentar o desafio de compreender as tecnologias como recursos

favoráveis ao conhecimento e implementar ações sistematizadoras que conduzam o uso das

mesmas em beneficio das práticas educativas.

2.2 OS DESAFIOS DA INSERÇÃO DAS TECNOLOGIAS NA ESCOLA

As tecnologias têm um papel de grande importância na educação, considerando o

contexto atual de sociedade, no entanto, é notório que essas tecnologias trazem novos desafios

pedagógicos para as escolas, a qual, é envolvida por vários obstáculos que dificultam a

incorporação das transformações ocasionadas pelo desenvolvimento tecnológico, pela

massificação do acesso as tecnologias e suas interações com o sistema educacional. Dentre

eles podemos destacar a deficiência na formação inicial e continuada dos professores e a

consequente insuficiência de saberes para utilização das tecnologias como estratégias de

ensino, assim como a ausência de políticas públicas dentro de escolas que ainda não possuem

acesso a essas ferramentas para a garantia de um ensino mais dinâmico e eficiente.

Costa (2010), em seu estudo sobre o subaproveitamento do potencial das TIC, aponta

que há uma variedade de fatores e uma diversidade de situações contribuintes para o problema

da integração das tecnologias na escola, porém propõe duas dimensões que são

particularmente relevantes:

a)...a incapacidade para se usar e tirar partido do potencial que essas

tecnologias oferecem para os objetivos de aprendizagem;

b) a desadequação da formação de professores e de educadores que tem sido

realizada até o momento, não apenas ao nível de formação contínua, mas,

sobretudo ao nível da formação inicial.

Nesse contexto, percebe-se que os desafios para a inserção das tecnologias na escola

e consequentemente os baixos índices de utilização das mesmas estão em grande parte

relacionados a postura exercida pelo professor que, mesmo diante de tamanho progresso

tecnológico e da efetiva presença desses recursos no dia a dia da sociedade, ainda se veem

limitados a usar esses recursos como ferramentas de aprendizagem pois, na maioria das vezes,

21

não tem domínio para utilizá-las, não reconhecem o potencial pedagógico dessa tecnologias e

há pouca preparação dos professores quanto a formação inicial e continuada.

No que se refere à formação de professores e o uso das TIC, Costa (2010, p. 4),

aponta que:

[...] é incompreensível o facto de não se considerar indispensável à

preparação dos futuros professores para a utilização educativa das TIC. Não

apenas para que os futuros professores possam beneficiar do potencial das

tecnologias em termos do seu próprio desenvolvimento profissional, mas,

sobretudo, para que possam utilizá-las com os seus alunos, proporcionando-

lhes situações de aprendizagem inovadoras, mais ricas e mais interessantes.

Sabe-se que a maioria dos cursos de formação de professores pouco contribui para a

implantação de mudanças na prática pedagógica para utilização das tecnologias como

inovação curricular mesmo esse sendo um ponto imprescindível para capacitação desses

profissionais. É indispensável na formação dos professores, não só elementos que

proporcionem a construção de conhecimentos sobre tecnologia e como manuseá-las, mas

conhecimentos que os ajudem a compreender como e porque integrá-las à sua prática

pedagógica para que os mesmos consigam criar condições para se atingir os objetivos

pedagógicos a que se propõe (CAETANO, 2015).

Neste mesmo sentido Leite e Ribeiro (2012), reforçam que um dos principais

problemas para utilização das TIC na educação é a limitação do conhecimento e domínio

dessas tecnologias por grande parte dos professores, assim como a deficiência na formação

acadêmica que não inclui em seu currículo disciplinas relacionadas às tecnologias, se

distanciando da abordagem que incorpora o uso das tecnologias nas práticas pedagógicas

desses futuros professores.

Lourenço (2010), aponta algumas condições básicas que as escolas devem dispor aos

professores para o uso da tecnologia, destacando: sala de Informática com computadores em

perfeito estado de funcionamento e em quantidade suficiente para todos os alunos, acesso à

internet razoável, um auxiliar técnico permanente e um software de gerenciamento dos

computadores para tornar a aula mais organizada. Destacamos que esse é um desafio a ser

superado por muitas escolas públicas que não dispõem dessas condições, entretanto,

chamamos atenção para o fato de que, a inserção das tecnologias na escola não se limita a

presença desses recursos como garantia de práticas pedagógicas impactantes para

aprendizagem com uso das tecnologias.

Para além desses critérios, a escola e o professor precisam criar situações e

possibilidades para o planejamento de metodologias inovadoras com as tecnologias levando

22

em conta as necessidades dos alunos e sua realidade para assim desenvolver condições para

incorporar novas formas de pensar e aprender através das tecnologias garantindo maior

qualidade no ensino e aprendizagem.

Outro desafio que podemos destacar para inserção das tecnologias na escola está

relacionado as políticas de inclusão digital e o investimento estratégico na formação

continuada de professores, já que o sucesso das práticas pedagógicas mediadas pelas

tecnologias está associado ao processo de qualificação dos docentes, para que possam fazer

uso das ferramentas tecnológicas como elemento diferencial para reconstrução de suas

práticas contribuindo assim para sua evolução e melhoria.

Porém, é importante destacar que as políticas para inclusão das tecnologias nas

instituições de ensino da rede pública envolve muito mais do que a formação de professores,

pois as escolas enfrentam grandes dificuldades de ordem estrutural, pedagógica e tecnológica,

para aplicação desses recursos nas situações de ensino e aprendizagem. Neste sentido, Freire e

Prado (1998, apud LEITE e RIBEIRO, 2012), afirmam que, devemos ter em mente que, para

transformação da prática pedagógica torna-se insubstituível também, condição de trabalho que

sustentem essas novas perspectivas.

Valente (1998, apud LEITE e RIBEIRO, 2012, p. 179), nesse mesmo enfoque

ressalta:

Embora a formação do professor seja um dos fatores importantes dessa

mudança, ela não pode ser vista como o único fator desencadeador de

mudanças na escola. As práticas pedagógicas inovadoras acontecem quando

as instituições se propõem a repensar e a transformar a sua estrutura

cristalizada e uma estrutura flexível, dinâmica e articulada.

Isso significa que não se pode pensar em transformações na educação focalizando

apenas a formação do professor, muito embora esse seja um dos principais pilares para tal

mudança, porém se faz necessário repensar toda estruturação do sistema educacional para a

superação desses entraves que dificultam a efetiva aplicação das tecnologias como recurso de

ensino e aprendizagem.

Freire e Prado (1998, apud LEITE e RIBEIRO, 2012, p. 179), acrescentam que, se

desejamos que as tecnologias ultrapassem os limites do modismo, é preciso investir na

transformação da escola para que a mesma possa incorporar novas iniciativas, cooperando

para que essas propostas atinjam de forma relevante os principais beneficiados pelo processo

educativo: os alunos.

23

Frente à contínua mudança e aperfeiçoamento das tecnologias no meio social, se faz

necessário que a escola supere os desafios inerentes a inserção desses recursos no processo

educativo e desenvolva um trabalho voltado para o reconhecimento das tecnologias como

ferramentas auxiliares na construção do conhecimento. Para isso, o professor, principal

responsável pela mediação entre tecnologia e prática pedagógica, precisa capacitar-se e buscar

novos saberes, para que assim consiga desenvolver no aluno um perfil crítico, pensante e apto

a atuar na sociedade informatizada, utilizando de forma consciente essas tecnologias, não

apenas como meio de diversão e entretenimento, mas como ferramentas auxiliares para

aquisição do conhecimento.

É relevante que o professor amplie seus olhares para contribuir com o

desenvolvimento de projetos com o uso das tecnologias, incentivando o espírito crítico e

reforçando nos alunos o prazer em aprender por meio dessas ferramentas (PRADO, 2010).

Diante das discussões apresentadas sobre os desafios da inserção das TIC na escola

percebe-se a necessidade da escola avançar na construção de propostas que valorizem o

trabalho docente para sua atuação com as TIC, além da construção de referenciais de

formação que ampliem o horizonte de implantação destas políticas educacionais voltadas para

essa área, como também alterações na estrutura escolar no sentido de possibilitar novas

iniciativas que contribuam para inserção das tecnologias na escola, a partir da ação não apenas

do professor, mas de toda comunidade escolar, objetivando a oferta de uma educação mais

democrática voltada para a formação do ser crítico capaz de colocar os conhecimentos

adquiridos a serviço da transformação do meio em que está inserido.

2.3 O PAPEL DO PROFESSOR

A sociedade está cada vez mais permeada por mudanças advindas do

desenvolvimento tecnológico e essas mudanças estabelecem novas formas de se relacionar, de

pensar, de ensinar e aprender com base nas tecnologias. Assim, se faz necessário que os

professores busquem a aquisição de novas habilidades, ajustando seu perfil a essa realidade.

Neste enfoque, Caetano (2015), afirma que o desenvolvimento tecnológico presente em vários

setores da sociedade, e em particular na educação, estabelecem novos desafios aos professores

e alterações no seu papel, requerendo a incorporação de uma postura inovadora que ultrapasse

a mera transmissão de conhecimentos para assumir a função de guia do aluno na construção

do saber.

24

Para Prado (2005, p. 51), é essencial que a escola e o professor redimensionem suas

funções frente ao cenário social permeado pelas tecnologias:

Na sociedade do conhecimento e da tecnologia, torna-se necessário repensar

o papel da escola e do professor, mais especificamente as questões

relacionadas ao ensino e à aprendizagem. O ensino organizado de forma

fragmentada, que privilegia a memorização de definições e fatos, bem como

as soluções padronizadas, não atende às exigências desse novo paradigma.

Sem dúvida, a organização de ensino pautada no tradicionalismo das práticas

pedagógicas onde o professor exerce a função de mero transmissor de conhecimentos não

atende as perspectivas dos alunos dessa nova geração informatiza, pois os mesmos estão a

todo tempo conectados a redes de conhecimentos que disponibilizam informações e saberes

cada vez mais dinâmico. Desta forma, o papel do professor precisa ser direcionado para a

utilização dessas ferramentas de aprendizagens dominadas pelos alunos no sentido de

possibilitar o uso das tecnologias como estratégias criativas de aprendizagem, desenvolvendo

no indivíduo posicionamento crítico e reflexivo na busca do conhecimento (PRADO, 2005).

Neste sentido, a UNESCO (2004), acrescenta que os professores precisam atualizar

os seus conhecimentos e habilidades continuamente, acompanhando as mudanças que

abrangem currículo e tecnologia para suprir o perfil dos novos alunos que, cada vez mais

estão inseridos no mundo tecnológico, desenvolvendo capacidades para o uso desses recursos

no contexto escolar. A UNESCO (2008, p. 9), aponta ainda que as principais capacidades para

o professor utilizar as tecnologias em sala de aula incluirão: “a capacidade de desenvolver

formas inovadoras de usar a tecnologia para melhorar o ambiente de aprendizagem e

incentivar a alfabetização em tecnologia, o aprofundamento do conhecimento e a criação do

conhecimento”. Assim, o desenvolvimento do professor nesses aspectos será um fator

essencial para evolução educacional com vistas na inserção da tecnologia ao currículo escolar,

à pedagogia e às estruturas de sala de aula.

O professor é o maior responsável pelo gerenciamento do ambiente de

aprendizagem, sendo as suas ações significativas para desenvolver habilidades de

colaboração, criação, inovação e formulação do pensamento crítico nos alunos, habilidades

necessárias às demandas requeridas pelo século XXI (UNESCO, 2008).

De acordo com Prado (2005, p.51):

A melhor forma de ensinar é aquela que propicia aos alunos o

desenvolvimento de competências para lidar com as características da

sociedade atual, que enfatiza a autonomia do aluno para a busca de novas

compreensões, por meio da criação e de ações criativas e colaborativas.

25

Levando em consideração o pensamento da autora, entende-se que o professor

precisa promover estratégias pedagógicas que propiciem aos alunos habilidades que atendam

as exigências da atualidade, sendo fundamental o envolvimento dos alunos nesse processo.

Para isso não se pode desconsiderar o papel da tecnologia nesse processo, sendo a inserção da

mesma indispensável, uma vez que diversifica a prática pedagógica do professor em sala de

aula, estimulando consequentemente o interesse e a participação do aluno, aperfeiçoando a

aprendizagem para que o processo de ensino promova e facilite a relação entre o

conhecimento e a construção da autonomia. Dessa forma, não há como desvincular a

tecnologia e suas relações com a atuação do professor deste século.

Perrenoud (2000 apud ALMEIDA, 2005), afirma que o papel do professor redefine-

se à medida que sua função vai além do simples ato de ensinar, pois o professor trata

principalmente de fazer aprender, focalizando-se na invenção, gerenciamento e regulação das

situações de aprendizagem. Assim, ensinar não corresponde à mera transmissão de saberes

mais principalmente a organização de situações de aprendizagens que tenham significância

para o aluno que vão além da sala de aula e da escola.

De acordo com Almeida (2005 p. 72):

O professor que associa a TIC aos métodos ativos de aprendizagem

desenvolve a habilidade técnica relacionada ao domínio da tecnologia e,

sobretudo, articula esse domínio com a própria prática pedagógica e com as

teorias educacionais que o auxiliem a refletir sobre a própria prática e a

transformá-la, visando explorar as potencialidades pedagógicas da TIC em

relação à aprendizagem e à consequente constituição de redes de

conhecimento.

É preciso que o professor além da capacidade de dominar a tecnologia seja capaz de

transformar e inovar o processo de ensino e aprendizagem usando esses recursos, não apensas

como ferramentas que reforce a tradicional transmissão de saberes mais que propicie à

organização de ambientes que favoreçam a participação, a comunicação, a interação e o

envolvimento dos alunos com o objetivo de estimular a aprendizagem.

Prado (2005, p. 56), enfatiza que a transformação do perfil do professor não pode ser

vista como algo automático uma vez que essas mudanças são permeadas por inúmeros

desafios que envolvem a ressignificação da prática docente:

Essa perspectiva de articulação de saberes exige do professor uma nova

postura, o comprometimento e o desejo pela busca, pelo aprender a aprender

e pelo desenvolvimento de competências, as quais poderão favorecer a

reconstrução da sua prática pedagógica. No entanto, não podemos esquecer

26

que o professor foi preparado para ensinar com base no paradigma da

sociedade industrial, em que os princípios educacionais eram pautados na

reprodução e na segmentação do conhecimento. Portanto, não basta que o

professor tenha apenas acesso às propostas e as concepções educacionais

inovadoras e condizentes com as sociedades do conhecimento e da

tecnologia. É preciso oportunizar a esse profissional a ressignificância e a

reconstrução de sua prática pedagógica, voltada para a articulação das áreas

de conhecimento e da tecnologia.

Dessa forma, o professor não pode estar isolado nesse processo de mudança, é

preciso que as estruturas educacionais favoreçam condições que auxiliem a escola e o

professor a reestruturar as práticas pedagógicas, assim como é necessário que a formação

inicial e continuada do professor garanta a apropriação de habilidades que possam contribuir

para a inserção da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem, como também condições

para a superação da crença implícita sobre a aprendizagem em que o ato de aprender não é

unicamente conduzido pelo professor sendo o aluno atuante nesse processo.

De acordo com Prado (2005), é essencial que o professor compreenda as

peculiaridades de cada um dos recursos tecnológicos a serem utilizados em suas práticas

pedagógicas para assim orientar-se na organização de espaços que possam enriquecer o

processo de aprendizagem do aluno.

A inserção das tecnologias nas práticas docente requer um conjunto de habilidades e

competências que garantam condições para o professor utilizar esses recursos com maior

eficácia na criação de diferentes contextos de aprendizagens e sentir-se confiante diante das

exigências atuais da sala de aula. Neste sentido Ponte e Serrazina (1998, apud CAETANO,

2015 p. 303), enfatizam que o professor deve dispor de competências tecnológicas como:

- o conhecimento de implicações sociais e éticas das TIC;

- a capacidade de uso de software utilitário;

- a capacidade de uso e avaliação de software educativo;

- a capacidade de uso de TIC em situações de ensino e aprendizagem.

Costa (2010, p. 6), estabelece um conjunto de “macro competências do professor”

em âmbito tecnológico proposto no referencial de competências TIC em Portugal:

- Detém conhecimento atualizado sobre recursos tecnológicos e seu

potencial de utilização educativo;

- Acompanha o desenvolvimento tecnológico no que implica a

responsabilidade profissional do professor.

- Executa operações com Hardware e sistemas operativos (usar e instalar

programas, resolver problemas comuns com o computador e periféricos,

criar e gerir documentos e pastas, observar regras de segurança no respeito

pela legalidade, etc.);

27

- Acede, organiza e sistematiza a informação em formato digital (pesquisa,

seleciona e avalia a informação em função de objetivos concretos);

- Executa operações com programas ou sistemas de informação online e/ou

off-line;

- Comunica com os outros, individualmente ou em grupo, de forma síncrona

e/ou assíncrona através de ferramentas digitais específicas;

- Elabora documentos em formato digital com diferentes finalidades e para

diferentes públicos, em contextos diversificados;

- Conhece e utiliza ferramentas digitais como suporte de processos de

avaliação e/ou de investigação;

- Utiliza o potencial dos recursos digitais na promoção do seu próprio

desenvolvimento profissional, numa perspectiva de aprendizagem ao longo

da vida;

- Compreende vantagens e constrangimentos do uso das TIC no processo

educativo e o seu potencial transformador do modo como se aprende.

Desse modo, é indispensável que o professor conheça as potencialidades educativas

das tecnologias e detenha capacidade para inseri-las no processo de ensino e aprendizagem,

criando possibilidades para a utilização dos vários softwares (programas) educativos

disponíveis como ferramenta indispensável para alcançar os objetivos educacionais,

concebendo-os de maneira abrangente ultrapassando os limites da sala de aula e da escola.

Assim, como reforça Caetano (2015 p. 306), “os professores precisam estar progressivamente

preparados para o desafio de integrar as tecnologias no ensino”.

Para Caetano (2015), a formação de professores ao nível da utilização pedagógica

das tecnologias é o maior desafio a ser superado. Os professores precisam adquirir formação

que os capacitem a usar as tecnologias para a realização de sua prática profissional e serem

capazes de planear, realizar e avaliar atividades de ensino e aprendizagem tirando partido

desses recursos. Não basta apenas integrar as tecnologias na prática pedagógica, é necessário

ser capaz de detectar o papel que esses recursos podem desempenhar na melhoria do processo

educativo.

Diante das reflexões acima, percebe-se a importância do professor estar munido de

competências e disposto a mudanças que garantam a utilização das tecnologias como recursos

favoráveis a formação dos alunos, como também ser cônscio das possibilidades de estratégias

didáticas que poderão ser aplicadas ao processo de ensino e aprendizagem garantindo a

construção do conhecimento de maneira mais interessante, motivadora e dinâmica.

28

3 RECURSOS DIGITAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL

Cada vez mais a escola está permeada por alunos que convivem diariamente com as

tecnologias. Esses alunos tem contato com uma série de aplicativos, jogos, acesso a internet,

comunidades virtuais, redes sociais, compartilhando informações e tendo acesso as mais

variadas formas de conhecimentos. Nesse sentido, a escola precisa acompanhar os avanços

tecnológicos e integrar os recursos digitais as suas práticas para atender as necessidades

desses alunos. Para isso, é necessário que os programas curriculares do Ensino Fundamental,

adequem-se para trabalhar com as novas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem,

visando uma maior proximidade à realidade dos alunos.

3.1 AS TECNOLOGIAS E O ENSINO FUNDAMENTAL

O Ensino Fundamental corresponde a um dos níveis da Educação Básica sendo a

segunda etapa na educação escolar de crianças e jovens com faixa etária entre 06 e 14 anos.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, o Ensino

Fundamental tem cumprimento obrigatório e duração de nove anos. Seu principal objetivo é a

formação básica do cidadão e para isso, segundo o artigo 32º dessa Lei, é necessário o

desenvolvimento da capacidade de aprender mediante domínio da leitura, escrita e cálculo,

compreensão dos ambientes natural e social, político, tecnológico, artístico e valores

indispensáveis à vida em sociedade, incluindo desde vínculos familiares até laços de

solidariedade humana (BRASIL, 2013).

O Plano Nacional de Educação (PNE), Lei nº 13.005/2014, que orienta a execução e

o aprimoramento de políticas públicas do setor educacional apresenta um conjunto de

diretrizes para a melhoria da qualidade da educação. No que concerne ao uso da tecnologia o

PNE em suas metas 2, 5 e 7 propõem estratégias para desenvolver tecnologias pedagógicas

que combinem, de maneira articulada, a organização do tempo e das atividades didáticas entre

a escola e o ambiente comunitário, assim como a seleção, certificação e divulgação de

tecnologias educacionais que possam garantir maior qualidade ao ensino e aprendizagem de

crianças e jovens, assegurando a diversidade de métodos e propostas pedagógicas inovadoras,

considerando diversas abordagens metodológicas. Para isso o Plano apresenta também

estratégias para promover e estimular a formação inicial e continuada dos professores com o

conhecimento de novas tecnologias educacionais.

29

Já o Plano Estadual de Educação do Rio Grande do Norte (PEE-RN 2015-2025), Lei

nº 10.049, de 27 de janeiro de 2016, aponta a importância das tecnologias na educação em sua

2ª dimensão que trata da qualidade da educação básica e suas condições de aprendizagem,

citando na estratégia 15 da meta 3 a proposta de universalizar o acesso à rede mundial de

informática, ampliando a relação dos alunos com computadores nas escolas de Educação

Básica para promover o uso das tecnologias da informação e da comunicação como

estratégias inovadoras que assegurem a aprendizagem dos estudantes.

O plano nacional e o plano estadual de educação como também as diretrizes

Curriculares para o ensino fundamental, documentos principais que regulamentam a

organização da educação básica no país, apresentam várias estratégias para uso das

tecnologias no ensino. Entretanto, os sistemas de ensino e principalmente o professor são os

responsáveis pela organização de caminhos que garantam uma prática pedagógica mediada

pela tecnologia e métodos inovadores para o processo de ensino e aprendizagem.

O currículo do Ensino Fundamental deve ser constituído por experiências escolares

em torno do conhecimento, buscando articular vivências e saberes dos alunos com os

conhecimentos historicamente acumulados. O currículo tem uma base nacional comum,

porém deve ser complementado por uma parte diversificada que possibilite a sintonia dos

interesses mais amplos da formação básica do aluno, para isso, as escolas devem organizá-lo

integrando-o ao contexto local, regional e global. A junção da parte diversificada do currículo

com sua base comum proporcionará aos alunos construir suas identidades para tornarem-se

responsáveis por suas ações e serem autônomos em suas vidas (BRASIL, 2013).

Diante do proposto pelas Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental, citado

acima, se faz necessário à articulação dos saberes trazidos pelos alunos para escola, como

conhecimentos historicamente acumulados através das vivências em vários espaços sociais,

com as práticas de ensino e aprendizagem. A escola não pode desconsiderar que os alunos

vivenciam processos de aprendizagens contínuos fora da escola através do uso permanente

dos recursos tecnológicos, sejam eles celular, computador, games, internet, entre outros. Se a

proposta é a complementaridade do currículo por uma parte diversificada relacionada ao

contexto vivenciado pelo aluno, é necessário levar em consideração que os recursos

tecnológicos estão efetivamente criando novas relações, comportamentos e construindo um

padrão cultural de aluno que não pode ser ignorado pela escola.

Essa realidade pode ser comprovada com os dados da pesquisa realizada pela TIC

Kids Online Brasil 2014, elaborada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da

Informação e da Comunicação (Cetic.br) sobre o uso e hábitos da população brasileira usuária

30

de Internet entre 9 a 17 anos em relação às tecnologias, através de uma mostra de 2.105

crianças/adolescentes e 2.105 pais/responsáveis, abrangendo 129 municípios do país entre

outubro de 2014 a fevereiro de 2015. A pesquisa revela que 81 % dos entrevistados usam a

internet todos os dias ou quase todos os dias através de celular, computadores, tablete, entre

outros, sendo esse acesso feito em sua própria residência, de familiares e amigos destacando-

se o acesso às redes sociais e a realização de pesquisas sobre trabalho escolar, evidenciando

que as tecnologias estão efetivamente presentes no dia a dia dos alunos, conforme mostram as

figuras 1, 2, 3 e 4.

Gráfico 1- Frequência de uso da Internet

Fonte: TIC Kids Online Brasil (2014). Disponível em:

http://www.cetic.br/media/pdfs/apresentacoes/tic_kids_online_brasil_2014_hangout_imprensa.pdf

Gráfico 2 – Equipamentos utilizados

Fonte: TIC Kids Online Brasil (2014). Disponível em

http://www.cetic.br/media/pdfs/apresentacoes/tic_kids_online_brasil_2014_hangout_imprensa.pdf

31

Gráfico 3 – Local de acesso à internet

Fonte: TIC Kids Online Brasil (2014). Disponível em

http://www.cetic.br/media/pdfs/apresentacoes/tic_kids_online_brasil_2014_hangout_imprensa.pdf

Gráfico 4 - Atividades realizadas na Internet

Fonte: TIC Kids Online Brasil (2014). Disponível em

http://www.cetic.br/media/pdfs/apresentacoes/tic_kids_online_brasil_2014_hangout_imprensa.pdf

Diante da análise dos dados acima percebemos que, cada vez mais cedo, as crianças

e jovens brasileiras estão tendo acesso à internet e as tecnologias, tirando proveito desses

recursos. Assim, a escola enquanto instituições responsáveis pela formação das novas

gerações tem a obrigação de enquadrar os padrões de ensino às realidades e necessidades dos

alunos, tendo o desafio de incluir a tecnologia nos objetivos de aprendizagem.

32

O estudo da TIC Kids Online Brasil 2014, mostra-nos ainda que as tecnologias e a

internet têm grande potencial para inovação das práticas educativas por oferecerem maior

motivação para aprendizagem na sala de aula e fora dela. Para tanto, fica evidente a

importância do professor nesse contexto, à medida que ele precisa se apropriar de abordagens

pedagógicas que ultrapassem o uso das tecnologias apenas como recursos que reforcem as

estratégias tradicionais de ensino.

Os alunos mudaram radicalmente e não são os mesmos para os quais o nosso sistema

educacional foi criado. O âmbito dessas mudanças não se limita apenas a linguajar, estilos ou

roupas como ocorrido nas gerações passadas, essa mudança envolve uma grande

„descontinuidade‟ a qual foi motivada pela rápida disseminação da tecnologia digital nas

últimas décadas do século XX (PRENSKY, 2001).

Assim, a escola precisa voltar-se para a criação de estratégias que garantam a

interação de práticas de ensino e aprendizagem com uso das tecnologias para atender esse

novo perfil de aluno, que pensa e se comporta de forma diferente de tempos anteriores e que,

não está mais disposto a passividade da transmissão de conhecimento, pois a tempo todo

vivenciam situações que possibilitam a criação e recriação de saberes.

Prensky (2001), denomina os alunos contemporâneos de “Nativos Digitais” uma vez

que nasceram inseridos na linguagem digital dos computadores, internet e game e por isso

melhor se relacionam e dominam esses recursos. Assim, os professores precisam aprender a

se relacionar com a linguagem desses novos alunos para alcançar a rapidez com que eles se

relacionam com as inúmeras fontes de conhecimentos.

Kenski (2010, p.30), aponta que “as velozes transformações tecnológicas da

atualidade impõem novos ritmos e dimensões à tarefa de ensinar e aprender. É preciso estar

em permanente estado de aprendizagem e de adaptação ao novo”. A escola e principalmente o

professor precisa adaptar-se e acompanhar as mudanças que estabelecem novas maneiras de

viver, de aprender e de se relacionar em sociedade. Não se pode ter o pensamento de que o

professor é totalmente formado e preparado para atender as exigências desse novo padrão de

ensino que permeia a sociedade tecnológica, onde o livro didático não é mais a ferramenta

principal nesse processo e o professor o único detentor do conhecimento, é preciso que o

professor esteja constantemente se aperfeiçoando e buscando novos conhecimentos para

inserir em suas práticas estratégias de ensino e aprendizagem inovadoras e estimulantes

(KENSKI, 2010).

Para Jacques Delors (1996, apud SANTOS 2006, p. 108):

33

[…] as novas tecnologias oferecem, como instrumentos de educação de

crianças e adolescentes, uma oportunidade sem precedentes de responder

com toda a qualidade necessária a uma procura cada vez mais intensa e

diversificada. As possibilidades e vantagens que apresentam no campo

pedagógico são consideráveis.

Desse modo, os professores devem estar dispostos à mudança, recorrendo à

multiplicidade de recursos e processos tecnológicos que suscite a dinamização das práticas

pedagógicas possibilitando inúmeras estratégias de aprendizagem e consequentemente maior

interação e empenho das crianças e jovens nas relações de ensino e aprendizagem no Ensino

Fundamental. A escola precisa adaptar-se às necessidades resultantes do desenvolvimento

tecnológico e encarar os desafios propostos para acompanhar essa evolução.

É sabido que o desenvolvimento tecnológico não se deu especificamente para atender

o sistema educativo, porém a rapidez como sua propagação atingiu todos os setores sociais faz

com que seja essencial a sua inserção no sistema educacional evitando que o mesmo se torne

obsoleto e defasado. É preciso atender as exigências dessa sociedade que se beneficia das

tecnologias de maneira contínua e natural em seu cotidiano atrelando esses recursos aos

processos educativos no âmbito escolar (SANTOS, 2006).

Diante das reflexões propostas percebe-se a necessidade da escola e dos professores

serem capazes de reconhecer que as tecnologias podem possibilitar novas ferramentas e

estratégias de aprendizagem, tornando a sala de aula um espaço pertinente a um ensino que

privilegie a interação entre todos. A transformação da escola requer mudança na postura dos

professores e reestruturação dos processos educacionais para concepção de metodologias que

contemple ensino e tecnologia como meio para construção do conhecimento.

3.2 QUALIDADE DOS RECURSOS DIGITAIS

Para compreendermos de que forma os recursos digitais possibilitam e facilitam a

criação de métodos de apoio à atividade educativa é importante também voltarmos à atenção

para a qualidade dos mesmos. É notório que são inúmeros os recursos digitais, - arquivos

digitais utilizados como ferramenta de ensino para apoiar o aprendizado -, disponíveis para

uso dos professores em suas práticas pedagógicas, porém é necessário que o professor faça

uma análise adequada da qualidade desses diferentes tipos de conteúdos, descobrindo o valor

pedagógico dos mesmos, conhecendo-os detalhadamente e decidindo sobre o posterior uso

com seus alunos para assim conseguir alcançar os objetivos de aprendizagem (COSTA,

2006).

34

Em meio aos inúmeros recursos digitais disponíveis, a internet destaca-se por

assumir o papel de plataforma, disponibilizando uma infinidade de conteúdos e materiais

possíveis de serem utilizados no âmbito educacional abrangendo o acesso a fontes de

informação, vídeos, imagens, visitas online a lugares distantes, comunidades virtuais, e

conteúdos criados e armazenados à disposição de todos.

Dessa forma, o professor tem acesso a um conjunto de ferramentas que poderão ser

integradas as suas práticas pedagógicas, para estimular o envolvimento do aluno na

construção do conhecimento (PROENÇA, 2014), entretanto o professor precisa saber

selecionar o recurso apropriado que esteja condizente com os objetivos que deseja alcançar.

Para Costa (2006), a internet é uma rede que disponibiliza os mais variados tipos de

recursos digitais educativos, porém os mesmos precisam ser classificados para uma melhor

compreensão do seu potencial inovador bem como facilitador da aprendizagem. Sobre a

informação disponibilizada na internet Costa afirma que, “só é útil quando passa do estado

inerte a uma utilização com significado. Ou seja, quando é utilizada para fins específicos e,

com base nela, é possível criar conhecimento, articulando saberes, produzindo coisa nova”.

Assim, concordando com o pensamento do autor, acreditamos que não faz sentido a

utilização dos recursos disponíveis na internet, para fins educativos, sem antes haver uma

análise e seleção do que trará significância para o ensino e aprendizagem, pois usá-los apenas

como meio de introduzir a tecnologia nas práticas pedagógicas sem um planejamento e

adequação ao que se pretende alcançar, não se atingirá os resultados desejáveis para o ensino

de qualidade.

Sobre o conceito de qualidade dos recursos digitais Costa (2006 p. 46), afirma que:

[...] não se confinando às características intrínsecas dos produtos, se

relacionaria diretamente com os contextos de aprendizagem específicos em

que é proposta a sua exploração e a adequação desses mesmos produtos aos

utilizadores concretos e aos fins previstos e previamente estabelecidos.

Compreendemos assim que a qualidade dos recursos digitais não está unicamente

relacionada à própria natureza do recurso, mas a sua capacidade de proporcionar situações de

aprendizagens através da sua apropriação, uso, exploração e adaptação no contexto educativo.

Relaciona-se prioritariamente aos componentes voltados para estruturação pedagógica e

didática destacando essencialmente a maneira como essa estruturação pode influenciar o seu

uso para fins educativos e resultados concretos na aprendizagem (COSTA, 2006).

35

Embasados no pensamento do autor citado anteriormente, percebemos que o

professor precisa saber identificar de que maneira os recursos digitais podem levar o aluno a

aprender, para isso é preciso conhecê-los, identificando o tipo de conteúdo que os mesmos

agregam e qual sua função educativa para dessa forma utilizá-los como potencial na

construção de estratégias de ensino e aprendizagem estimulantes, motivadoras e mais ricas.

Essas são condições essenciais para uma aprendizagem significativa.

Conforme podemos ver na figura 5, Costa (2006), estabelece quatro dimensões de

avaliação da qualidade dos recursos disponibilizados pela internet que podem ser usados com

fins educativos, sendo eles: aspectos pedagógicos, qualidade do conteúdo, qualidade da

estética (design) e atributos técnicos (funcionalidades) sendo que as mesmas devem ser

entendidas como um todo integrado.

Figura 1 – Dimensões de avaliação da qualidade dos recursos da internet

Fonte: Costa (2006)

Diante dessas quatro dimensões o autor pretende mostrar que, os professores que

desejarem explorar, escolher e usar os inúmeros recursos acessíveis na internet para fins

educativos precisam avaliar a qualidade dos mesmos, observando seu potencial pedagógico,

as possibilidades de adequação a situações de aprendizagem e como os mesmos favorecem o

desenvolvimento crítico do aluno, raciocínio, reflexão e criatividade, para assim favorecer a

construção coletiva da aprendizagem.

Galvis (1993, apud CAETANO 2012, p. 85), apresenta algumas características que

os recursos digitais devem possuir enquanto recurso educativo:

Ter em conta as características próprias do potencial utilizador (nível de

domínio, de desenvolvimento e de experiências prévias);

Promover o desenvolvimento de habilidades, conhecimentos ou destrezas

consubstanciais com vista à realização dos objetivos propostos;

Aproveitar a capacidade de interação com o computador;

36

Facilitar a participação ativa do aluno na pesquisa, assimilação e aplicação

do conhecimento;

Oferecer ao professor e ao aluno a possibilidade de viver experiências que

dificilmente podem levar ter com outros meios.

Graeels e Valle & Arenas (1999; 2007 apud CAETANO 2012 p. 86), apresentam

alguns critérios que possibilitam constatar a qualidade dos programas educativos agrupados

em quatro aspectos: identificação do ambiente, aspectos técnicos e estéticos, aspectos

pedagógicos e aspectos funcionais. Dentre esses critérios chamamos atenção para os aspectos

pedagógicos os quais segundo os autores envolvem:

(a) a apresentação dos objetivos de aprendizagem previstos de forma clara e

explícita; (b) a capacidade de motivação no sentido de despertar a

curiosidade científica e no manter o interesse dos alunos; (c) conteúdos de

qualidade e em coerência com os objetivos; (d) relevância dos elementos

multimídia; (e) existência de guias didáticos e ajudas; (f) flexibilização das

aprendizagens; (g) orientação dos utilizadores; (h) tutoriais aos itinerários;

(i) múltiplas atividades; (j) enfoque crítico, aplicativo e criativo; (k)

aprendizagem colaborativa; (l) correção de atividades; (m) adequação aos

destinatários; (n) avaliação das aprendizagens e (o) sistemas de apoio aos

docentes.

Percebemos assim que a qualidade dos recursos educativos relacionada aos aspectos

pedagógicos propostos pelos autores abrange uma infinidade de critérios que devem seguir

um percurso gradual que vai desde a apresentação dos objetivos que se deseja alcançar até os

resultados da interação dos alunos com esses recursos e consequentemente o desenvolvimento

de todos os envolvidos no processo de aprendizagem.

Segundo Caetano (2012), mais importante que o recurso em si é a maneira como o

mesmo será utilizado. É essencial que a escolha do recurso digital seja fundamentada na

proposta pedagógica, pois é a partir dela que se deve pensar qual meio mais pertinente para

sua execução.

Diante do exposto concluímos que a qualidade dos recursos digitais disponíveis para

uso nas práticas educativas implica não apenas no conhecimento técnico das ferramentas a

serem utilizadas mais principalmente na capacidade de identificar a qualidade e as

potencialidades que os mesmos dispõem como estratégias pedagógicas. O professor deve ser

capaz de identificar se o recurso que deseja utilizar é adequado aos objetivos a que se propõe

alcançar e qual valor este recurso vai trazer ao processo de ensino e aprendizagem, para assim

não correr o risco de ser apenas mais uma estratégia sem resultados impactantes na

aprendizagem do aluno.

37

3.3 RECURSOS DIGITAIS: EXEMPLOS

Ao longo das reflexões propostas até aqui foi possível constatar que os recursos

digitais, sem dúvida, são objetos de aprendizagem de grande valor educativo quando

utilizados de maneira significativa, como meios inovadores e motivadores do processo de

ensino e aprendizagem, uma vez que, são recursos muito próximos dos alunos e

consequentemente interligados a maneira como eles se relacionam, pensam e aprendem.

Beck (apud JORDÃO, 2009), caracteriza os recursos digitais como objetos de

aprendizagem que possa ser utilizado para subsidiar o ensino tendo como principal finalidade

retalhar o conteúdo em várias partes para que possam ser reutilizados em diversos ambientes

de aprendizagem. Esses recursos digitais podem ser imagens, vídeos, histórias em quadrinhos,

jogos, experimentos, software, animações, áudios, hipertextos, dentre outros que oferecem

possibilidades de trabalhar com diversos assuntos de forma lúdica e motivante com os alunos.

Esses recursos são elaborados e disponibilizados livremente através da internet nos

repositórios de objetos de aprendizagem que corresponde a bancos de recursos catalogados

que podem ser acessados por meio de buscas (JORDÃO, 2009).

O professor precisa encarar o desafio de repensar sua prática docente e tirar proveito

do potencial dos diferentes recursos digitais disponíveis para diversificar suas estratégias de

ensino. Assim, nos propomos agora a apresentar alguns exemplos de recursos digitais de

aprendizagem disponibilizados pela internet que são excelentes meios de apoio aos

professores que se preocupam em inovar suas práticas pedagógicas e motivar seus alunos a

integrarem-se de forma efetiva no processo de ensino e aprendizagem. (Quadro1)

Quadro 1 - Exemplos de Recursos Digitais e Endereço Eletrônico.

Descrição Site

Portal do Professor http://portaldoprofessor.mec.gov.br

Banco Internacional de Objetos Educacionais http://objetoseducacionais2.mec.gov.br

TV Escola http://tvescola.mec.gov.br/tve/home

Escola Digital http://escoladigital.org.br/

Domínio Público http://www.dominiopublico.gov.br

e-Proinfo http://e-proinfo.mec.gov.br

Educopédia http://www.educopedia.com.br

38

São inúmeros os sites que disponibilizam recursos digitais livres para subsidiar os

professores em suas atividades pedagógicas, entretanto, elencamos apenas sete, dos quais

iremos caracterizar o Portal do Professor e o Banco Internacional de Objetos Educacionais.

O Portal do Professor foi criado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2007, sendo

que sua operacionalização foi iniciada no ano seguinte. Para sua formulação cotou com a

parceria das secretarias estaduais e municipais de educação, universidades públicas assim

como a colaboração de diferentes empresas e fundações privadas e públicas.

O portal tem como objetivo fomentar a participação dos professores em

comunidades educacionais, e oferecer conteúdos digitais, espaços de comunicação dentre

outros elementos que contribuem para inclusão dos professores no ambiente de tecnologias

educacionais. O mesmo está estruturado em sete espaços: Espaço da aula, Jornal, Multimídia,

Cursos e Materiais, Colaboração, Links e Visite também.

A figura abaixo mostra a página de entrada do Portal do Professor, com acesso

imediato a esses sete espaços principais acima mencionados.

Figura 2 - Página inicial do Portal do Professor

Pode-se perceber também que na página inicial do portal tem um espaço nomeado

“DESTAQUE” onde são apresentados links que direcionam o usuário a notícias atuais

referentes à educação e ao ensino.

Faremos agora uma breve apresentação dos conteúdos disponíveis em cada um dos

sete espaços do Portal do Professor:

39

1) Espaço de Aula: ambiente em que o usuário tem acesso para criação, visualização e

compartilhamento de aulas de todos os níveis de ensino disponíveis através de vários recursos

multimídia, como vídeos, animações, áudios etc.

Figura 3- Página do Espaço de Aula

2) Jornal: espaço destinado a manter o professor conectado. É um ambiente que ajuda a

despertar a curiosidade para notícias na área da educação, para a participação de eventos e

para a publicação de notícias.

Figura 4- Página do Jornal

3) Multimídia: espaço onde se encontra disponível inúmeros conteúdos multimídia para

todos os níveis de ensino e em diversos formatos. Está organizado em cinco seções que

40

direciona o usuário a ter acesso a recursos educacionais, coleção de recursos, sites temáticos,

cadernos didáticos e TV escola ao vivo.

Figura 5- Página do Espaço Multimídia

4) Cursos e Materiais: espaço que apresenta links que direciona o usuário a sites contendo

informações de cursos ofertados pelo MEC, dispondo também de materiais de estudos,

publicações, entrevistas, dicas, conteúdos e informações da TV Escola, programas

jornalísticos, avaliações educacionais, parâmetros e diretrizes curriculares, estratégias

pedagógicas e outros.

Figura 6 – Página do espaço Cursos e Materiais

41

5) Colaboração: espaço que dispõe de ferramentas para o usuário interagir com outros

professores e participar dos debates.

Figura 7- Página do espaço Colaboração

6) Links: espaço que disponibiliza uma coleção de links, organizados em categorias, para

assuntos significativos para os professores como: museus virtuais, bibliotecas virtuais,

softwares educacionais, projetos de escolas, produções de professores, revistas digitais,

dicionários, tradutores e enciclopédias, softwares de edição dentre outros.

Figura 8 – Página do espaço Links

7) Visite também: espaço que propõe ao usuário indicações de outros portais que dispõe de

objetos educacionais elaborados para dar suporte ao professor como: Domínio Público, e-

proinfo, Objetos Educacionais, Plataforma Freire e TV Escola.

42

O Banco Internacional de Objetos Educacionais é uma plataforma criada pelo

Ministério da Educação (MEC) em 2008, em parceria com o Ministério da Ciência e

Tecnologia, Rede Latino-americana de Portais Educacionais - RELPE, Organização dos

Estados Ibero-americanos - OEI e outros.

A finalidade do Banco Internacional de Objetos Educacionais é manter e

compartilhar recursos educacionais digitais de livre acesso em todas as áreas e níveis de

ensino, elaborados em diferentes formatos como: vídeo, áudio, software educacional,

animação, além de imagem, mapa, hipertexto, significativo e adequado à realidade da

comunidade educacional. Este repositório está integrado ao Portal do Professor, também do

Ministério da Educação.

Um diferencial desse portal é a presença de conteúdos relacionados a experiências de

outros países, que estão disponíveis no acervo do Banco e podem ser consultados e utilizados

pelos usuários de forma democrática. Essa característica possibilita que países com avanços

mais significativos na área das tecnologias na educação possam contribuir com os outros a

atingir melhor nível de desempenho com os recursos digitais.

Este Repositório possui objetos educacionais de acesso público para todos os níveis

de ensino que podem ser acessados isoladamente ou em coleções. A figura abaixo mostra a

página de entrada do Banco Internacional de Objetos Educacionais, com acesso imediato a

conteúdos para educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação profissional.

Educação superior e modalidades de ensino.

Figura 9 - Página de entrada do Banco Internacional de Objetos Educacionais

Cada um dos links presentes na página de abertura do Banco correspondente às

modalidades de ensino direciona o usuário a uma gama de conteúdos e recursos relacionados

43

às diferentes disciplinas de cada nível. Também é possível realizar pesquisas direcionadas

através dos título dos objetos, título das coleções, autor, assunto, tema e pela data de envio.

Assim, o professor tem a facilidade de localizar com precisão os temas e assuntos que deseja

encontrar.

Os professores que introduzem em suas práticas pedagógicas os recursos digitais

disponibilizados pela web contam com vantagens significativas para o processo de ensino e

aprendizagem como por exemplo:

Introdução de estratégias diversas de ensino;

Ampliação do contato dos alunos com novas linguagens;

Maior qualidade e mobilidade no trabalhar com conteúdos diversos;

Integração de imagem, vídeo e animação às aulas;

Aproximação das ferramentas de ensino às novas gerações;

Aulas mais interativas e dinâmicas;

Desenvolve nos alunos habilidades e competências diferenciadas.

Diante do exposto, podemos concluir que, tanto o Portal do Professor quanto o

Banco Internacional de Objetos Educacionais são importantes estratégias criadas pelo

Ministério da Educação para que os professores tenham acesso e se beneficiem dos mesmos

utilizando-os em suas práticas pedagógicas como ferramentas que promovam inovação em

sua atuação e maior interação entre os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.

Assim, diante de tantos recursos ao seu dispor, o professor precisa ter a iniciativa de buscar,

conhecer, selecionar e utilizar os recursos digitais educacionais, de modo que possa mediar o

processo de ensino e aprendizagem com os mais variados meios tecnológicos, provocando

dessa forma mudanças no paradigma pedagógico.

44

4 METODOLOGIA

Esta pesquisa trata-se de um estudo qualitativo de natureza bibliográfico, de caráter

investigativo exploratório, no sentido que, se propõe a investigar sobre o potencial educativo

dos recursos digitais nas práticas pedagógicas dos professores do ensino fundamental da

Escola Estadual Padre Cosme.

O estudo de campo “procura o aprofundamento de uma realidade específica. É

basicamente realizado por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de

entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações do ocorrem naquela

realidade” Entendemos que a pesquisa é bibliográfica, “quando elaborada a partir de material

já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com

material disponibilizado na Internet” (GIL, 1991 apud SILVA e MENESES, 2005, p. 21).

Neste seguimento, propomos um estudo bibliográfico, a fim de aprofundar nossos

conhecermos sobre a funcionalidade dos recursos digitais em práticas pedagógicas, para então

analisar o corpus de nossa pesquisa. Portanto, trata-se de uma combinação entre estudo

bibliográfico e estudo de campo.

No que se refere ao caráter de nossa pesquisa, podemos dizer que é de caráter

investigativo exploratório, uma vez que, investigaremos e exploraremos o potencial dos

recursos digitais em práticas pedagógicas de professores do ensino fundamental da Escola

Estadual Padre Cosme.

Sobre a pesquisa exploratória, Gil (1991, apud SILVA e MENESES, 2005, p. 21.),

afirma que:

[...] visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a

torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento

bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com

o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão.

Como mencionamos anteriormente, nossa pesquisa investiga e explora o potencial

dos recursos digitais em práticas pedagógicas de professores do ensino fundamental, dessa

maneira, fica evidente que se enquadra nos parâmetros metodológicos de abordagem

qualitativa por envolver materiais que, descrevem o comportamento ou atividades de um

determinado grupo de sujeitos, considerando que os questionários nos dão subsídios para

interpretação de dados dos sujeitos envolvidos. “A interpretação dos fenômenos e a atribuição

de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa” (SILVA e MENEZES, 2005,

p. 20).

45

Bryman (1989, apud CAETANO, 2012 p. 112), elenca alguns elementos que

caracterizam uma investigação de natureza qualitativa:

- Destaque para as interpretações dos indivíduos;

- Descrição do contexto;

- Enfoque dado aos processos em curso ou ao desenrolar dos

acontecimentos;

- Utilização de várias fontes de informação;

- Flexibilidade nos procedimentos de pesquisa.

Gil (1991 apud SILVA e MENESES, 2005, p. 20), quanto à pesquisa qualitativa afirma

que:

A Pesquisa Qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o

mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo

objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números.

A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no

processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas

estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o

pesquisador é o instrumento chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a

analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos

principais de abordagem.

As pesquisas qualitativas são ainda caracterizadas pela utilização do método

indutivo. Segundo Gil (1991 apud SILVA e MENESES, 2005), o método indutivo foi proposto

pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hu-me, para esses autores o método indutivo

considera que o conhecimento é fundamentado na experiência, não priorizando os princípios

predeterminados uma vez que nessa linha de raciocínio a generalização provém de casos reais

concretos. O autor apresenta o método indutivo é caracterizado em quatro etapas, a saber: a

observação e o registro dos fatos, análise e a classificação dos fatos, a derivação indutiva de

uma generalização a partir dos fatos e a verificação.

Caetano (2012, p. 113), julga que a pesquisa qualitativa “possibilitará reforçar, não

só os elementos em análise, como a interpretação e compreensão dos resultados encontrados

junto de alunos, professores e processos de ensino”.

Neste momento é pertinente registrar que utilizaremos como corpus, questionários

que foram aplicados aos professores do ensino fundamental da Escola Estadual Padre Cosme

localizada no município de São Miguel/RN.

4.1 OBJETIVOS

46

Os objetivos a que nos propomos nesta pesquisa serão apresentados de forma geral e

específica.

Objetivo Geral:

Pesquisar sobre o potencial dos recursos digitais nas práticas pedagógicas dos professores

do ensino fundamental.

Objetivos Específicos:

Identificar as dificuldades dos professores acerca da utilização das Tecnologias na

construção de práticas pedagógicas;

Conhecer alguns recursos digitais para utilização das Tecnologias no Ensino

Fundamental;

Propor a integração dos recursos digitais nas práticas pedagógicas do ensino fundamental.

4.2 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Com o objetivo de encontrarmos respostas às inquietações que nos levaram a realizar

a pesquisa, utilizamos como instrumentos de coleta de dados o Questionários Online (anexo

1).

Gil (1991, apud SILVA e MENESES, 2005 p. 33), define questionários como “uma

série ordenada de perguntas que devem ser respondidas pelo informante. O questionário deve

ser objetivo, limitado em extensão e estar acompanhado de instruções”.

O questionário foi enviado de forma online a 20 (vinte) professores do Ensino

Fundamental da Escola Estadual Padre Cosme e teve como objetivos:

Conhecer o perfil de formação dos professores;

Avaliar o conhecimento dos professores sobre tecnologia;

Averiguar os conhecimentos de tecnologia aplicada a contextos educativos;

Conhecer os obstáculos que dificultam a integração da tecnologia em

contexto educativo;

Avaliar o conhecimento dos professores sobre os recursos digitais disponíveis

no Portal do Professor e no Banco Internacional de Objetos Educacionais;

Conhecer as necessidades para melhorar a integração educativa da tecnologia.

47

A estrutura do questionário está organizada em 17 questões divididas em quatro

partes. A parte inicial contém a solicitação da colaboração dos destinatários, o motivo da

aplicação do questionário e a assertiva de sigilo e anonimato dos mesmos.

A segunda parte destina-se a coleta de dados relacionados ao perfil pessoal e

profissional dos professores como, por exemplo, gênero, idade, formação, ano escolar onde

atua, anos de experiencia, etc.

Na terceira parte buscamos informações sobre o contexto de utilização da tecnologia

(como obtiveram os conhecimentos sobre tecnologia, se participaram de algum curso

formativo na área, etc.).

A última parte do questionário destina-se à obtenção de dados sobre a tecnologia no

contexto educativo onde propomos questões relacionadas a conhecimentos de tecnologias

aplicadas a prática pedagógica, obstáculos para integração, conhecimentos sobre recursos

digitais disponíveis nos portais do MEC, necessidades para melhorar a integração educativa

da tecnologia, etc..

O questionário foi elaborado através de um recurso online disponível pelo Google

Drive: Formulários Google, uma ferramenta online que permite a coleta organizada de dados

e maior precisão na obtenção dos resultados, dando melhores condições para se fazer as

análises a que se pretende. Outra importante característica do formulário é que seus arquivos

podem ser acessados de qualquer local, pois ficam armazenados no serviço da Google, não

ocupando espaço no computador do usuário.

O formulário construído foi disponibilizado através do endereço eletrônico dos

destinatários e a medida do seu preenchido pelos respondentes, as respostas automaticamente

eram enviadas para a página do Google Drive do usuário.

A utilização dessa ferramenta propiciou maior agilidade na visualização dos dados

coletados à medida que as respostas aparecem organizadas em gráficos e tabelas dando maior

precisão e eficácia ao tratamento dos dados.

4.3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA ESCOLA, PROFESSORES E ALUNOS

Para Silva e Menezes (2005, p. 32), “uma amostra é parte da população ou do

universo, selecionada de acordo com uma regra ou plana, podendo ser probabilística ou não

probabilística”. De acordo com as autoras, as amostras não probabilísticas podem ser

48

amostras acidentais, por quotas ou intencionais, já as probabilísticas são compostas por

sorteio e podem ser amostras casuais simples, casuais estratificadas ou por agrupamento.

No caso dessa pesquisa foi escolhida a amostra não probabilística intencional por ser

“escolhidos casos para a amostra que representem o bom julgamento da população/universo”

(SILVA e MENEZES, 2005, p. 32).

A escolha da amostra se deve ao fato de enquanto docente, atuar na escola e sentir a

necessidade de conhecer mais detalhadamente a relação existente entre os professores e o uso

dos recursos digitais em suas práticas pedagógicas.

Foi escolhida a Escola Estadual Padre Cosme que fica situada no município de São

Miguel-RN. A escola foi criada através do Decreto número 085 de 04 de dezembro de 1918 e

inaugurada em 24 de fevereiro de 1920, sendo a primeira escola criada na cidade. Esta

Instituição atende alunos do Ensino Fundamental de 1º ao 9º ano, nos turnos matutino e

vespertino, e Educação de Jovens e Adultos – EJA, no turno noturno.

Apesar de a Escola ter 96 anos, desde sua construção nunca passou por uma reforma

significativa em suas estruturas físicas que viesse a suprir as necessidades básicas viáveis ao

bom funcionamento, deixando a desejar em vários aspectos estruturais. A mesma possui 09

salas de aula, reduzida biblioteca, um laboratório de informática com 10 computadores, uma

sala de recursos multifuncionais e uma sala de vídeo.

O laboratório de informática da E. E. Padre Cosme foi instalado em 2008 e apenas e

2012 passou a dispor de banda larga. Contando com 10 (dez) computadores, dos quais

atualmente apenas 2 (dois) funcionam. Nos primeiros anos de sua implantação funcionou com

um profissional que ministrava aulas para professores e alunos, entretanto os computadores

foram se danificando e a ausência de um técnico que deveria ser enviado à escola pelo estado

para repará-los fez com que o laboratório passasse a ser desativado.

Vale destacar que, na época da instalação do laboratório, foi ofertado um curso, o e-

Proinfo, que contou com a participação principalmente do pessoal da secretaria. A finalidade

do curso era de caráter meramente técnico, onde os participantes aprendiam as noções básicas

de manuseio das máquinas. Atualmente o laboratório encontra-se desativado, pois a escola

não tem a permissão nem recurso para contratar um técnico que possa fazer manutenção aos

equipamentos e não há previsão da visita do técnico do estado para repará-los e reativar a

funcionalidade do laboratório.

A E. E. Padre Cosme conta com um corpo docente de 20 professores sendo 19

(dezenove) regentes de sala de aula e 01 (um) atuando na sala de recursos para alunos

especiais. Dos 19 (dezenove) professores, 03 (três) estão lotados nos 4º e 5º anos, 14

Figura 6 – Página inicial do Portal do Professor.

49

(quatorze) exercem suas funções do 6º ao 9º e 02 (dois) professores atuam na Educação de

Jovens e Adultos.

Os professores da escola tem idade média entre 26 a 35 anos, a grande maioria

possui curso de pós-graduação e tem em média de 5 a 10 anos de serviço.

O corpo discente é composto por 449 (quatrocentos e quarenta e nove) estudantes

distribuído da seguinte maneira: 61 (sessenta e um) alunos nos 4º e 5º anos, 338 (trezentos e

trinta e oito) alunos do 6º ao 9º anos e 50 (cinquenta) alunos na EJA. O Atendimento

Educacional Especializado (AEE) é ministrado para 11 estudantes.

4.4 PROPOSTAS DE UTILIZAÇÃO DIDÁTICA

O planejamento é uma estratégia que deve estar presente em todas as ações

cotidianas das pessoas. É o ato de planejar que estrutura as metas que se deseja alcançar em

qualquer ação a ser realizada, seja na nossa vida pessoal ou profissional.

Segundo Gil (2002), o planejamento pode ser definido como o processo

sistematizado mediante o qual se pode conferir maior eficiencia durante o processo de

realização do plano para em determinado prazo alcançar as metas estabelecidas.

Dessa forma, o professor para obter bons resultados em suas práticas precisa, de

maneira contínua, estruturar planejamentos que garantam eficácia na execução das metas que

se propõe atingir, pois é o mesmo que direciona para onde ir e como chegar até lá. Assim, o

plano de aula é uma ferramenta indispensável para o professor uma vez que é por meio dele

que são estabelecidos os conteúdos, objetivos, estratégias e recursos, atividadaes e avaliação a

serem desenvolvidos, porém o mesmo tem carater flexível podendo ser reestruturado e

redimensionado de acordo com novos interesses e necessidades que surgem durante sua

execução.

É nesse enfoque que nos propomos agora a apresentar uma proposta de utilização

didática com recursos digitais disponíveis em portais educativos da internet.

Apresentação e justificativa

A presença dos recursos tecnológicos na escola e na sala de aula favorece a

utilização didática dos mesmos como ferramentas de ensino e aprendizagem, criando

possibilidades de dinamização das aulas e maior integração dos alunos nesse processo.

50

Na sala de aula o professor pode utilizar-se de imagens, vídeos, hipertexto, entre

outros recursos digitais que contribuem para que o aluno se envolva e participe da construção

do conhecimento. Assim nos propomos a apresentar uma sequência de atividades com a

utilização de recursos digitais para trabalhar sobre os Jogos Olímpicos 2016, uma vez que,

nosso país vivencia esse momento e parte das nossas crianças e adolescentes ainda

desconhecem a origem e importância social e cultural desse evento.

Assim, buscamos através de recursos digitais, fazer com que os alunos reflitam sobre

a simbologia e importância desse evento internacional desde a Grécia Antiga à

contemporaneidade, através de ferramentas que propiciem um ambiente de aprendizagem

lúdico e dinâmico onde o aluno torna-se mais ativamente participante no processo de

aquisição de conhecimentos.

Tema da aula: Os Jogos Olímpicos

Componente curricular: Interdisciplinar

Nível de ensino: Ensino Fundamental

Ano(s): 6º ao 9º

Duração: 04 aulas de 50 minutos

Objetivo: Despertar no aluno a compreensão sobre a história dos Jogos Olímpicos e

suas principais características, conhecendo algumas de suas modalidades esportivas,

pesquisando sobre as últimas edições desse evento através dos recursos digitais

disponíveis na internet, estimulando a reflexão sobre o papel social, cultural e

econômico desse evento internacional.

Conteúdos:

Origem dos Jogos Olímpicos;

Características atuais dos Jogos Olímpicos;

Modalidades esportivas realizadas nas Olimpíadas;

Localização e breve caracterização dos países que sediaram as últimas cinco edições das

Olimpíadas;

Legado social, cultural e econômico dos Jogos Olímpicos.

Estratégias e recursos:

- Apresentação do vídeo “Você Sabia? Olimpíadas-Origem”.

https://www.youtube.com/watch?v=bwCQR08po6Q;

- Apresentação de slides para explicar os principais legados dos Jogos Olímpicos de

Barcelona (1992), Sidney (2000), Atenas (2004), Pequim (2008) e Londres (2012).

51

https://prezi.com/8icn12qlk3pk/olimpiadas/#_=_;

- Visualização das modalidades esportivas praticadas durante as Olimpíadas.

http://novaescola.org.br/jogos-olimpicos/;

- Exibição do vídeo: “candidatura do Rio de Janeiro para sediar os jogos olímpicos de 2016”.

https://www.youtube.com/watch?v=Z5gg4ziIm60

- Exibição do vídeo “Rio 2016”: o salto de uma cidade.

https://www.rio2016.com/educacao/videos.

- Resolução de Quiz sobre os Jogos Olímpicos.

https://rachacuca.com.br/quiz/esportes/jogos-olimpicos/

Procedimentos das atividades

1º momento: Na sala de aula o professor propõe um debate sobre o conhecimento

que os alunos têm sobre os Jogos Olímpicos a partir da apresentação de imagens, fazendo

questionamentos sobre o que sabem sobre suas origens, modalidades esportivas, entre outros.

Na sequência, o professor distribuirá o texto de Cláudio Fernandes “Origem dos jogos

Olímpicos” que apresenta o panorama histórico do evento, propondo reflexão sobre suas

principais características, abordando questionamentos sobre suas implicações culturais,

políticas, social como: o que os Jogos Olímpicos significam? Sempre tiveram os mesmos

simbolismos? Qual a importância das Olimpíadas para o esporte? E para as trocas culturais

entre as diversas nações? Como acontecem? Quais os benefícios para as cidades sede da

Olimpíada?

2º momento: Esse momento acontecerá na sala de vídeo onde o professor fará a

exibição do vídeo “Você Sabia? Olimpíadas-Origem” como forma de reforçar a compreensão

dos alunos sobre o tema a partir de um recurso mais real, que proporcionará ao aluno a

visualização de ambientes e espaços relacionados ao evento. Na sequência os alunos serão

levados a conhecer um pouco sobre as consequências do evento para os países sede dos cinco

últimos Jogos Olímpicos realizados, através de slides contendo o mapa dos países e os

principais legados que esse evento trouxe para os mesmos, assim como, o que está sendo feito

no Rio de Janeiro para sediar o evento, através do acesso ao site “Prezi” como mostra a figura

9.

52

Figura 10 – Página do Prezi com Slides sobre os cinco últimos Jogos Olímpicos

Fonte 1-Site da “Prezi”. Disponível em: https://prezi.com/8icn12qlk3pk/olimpiadas/#_=_- acesso em

13/07/2016.

Após esse momento o professor apresentará aos alunos, através do site da nova

escola, um conjunto de hiperlinks contendo as modalidades esportivas que são realizadas

durante as Olimpíadas, conforme figura 10.

Figura 11 - modalidades esportivas

Fonte 2 – Site Nova Escola. Disponível em http://novaescola.org.br/jogos-olimpicos/ - acesso em

13/07/2016.

Após apresentação, a turma será dividida em duplas as quais serão encarregadas de

escolher o hiperlink com a modalidade esportiva desejada. Os alunos receberão o endereço do

link para que acessem em casa e se preparem para apresentação que farão para os demais

alunos sobre as características do esporte escolhido. A realização da atividade será na sala de

vídeo e o professor disponibilizará o computador e o datashow para as apresentações.

53

3º momento: Nesse momento serão apresentados dois vídeos sobre: “escolha do Rio

de Janeiro para sediar as Olimpíadas 2016” e “Rio 2016: o salto de uma cidade”, para que os

alunos conheçam um pouco sobre o processo de escolha do Rio como sede das Olimpíadas e

2016, e como está sendo a preparação da cidade para sediar esse tão importante evento. Após

a projeção dos vídeos, o professor estimulará um debate com os alunos sobre a importância

para o país sediar um evento como dessa natureza, quais notícias acompanharam nos últimos

dias sobre a preparação do país para o evento, se estão acompanhando o revezamento da tocha

olímpica pelos estados brasileiros, etc.

Em seguida o professor acessará o site “Racha Cuca” para realização do Quiz sobre

os Jogos Olímpicos. Nesse momento a turma será dividida em quatro grupos que responderá

as perguntas exibidas através do datashow.

Após a realização das atividades o professor orientará os alunos a visitarem sites para

complementar seus conhecimentos sobre o tema e elaborar um texto para compor o jornal

mural, assim como para fomentar a curiosidade e o desejo de usarem as tecnologias nas

atividades educacionais, principalmente nas pesquisas e buscas de conteúdos educativos.

4º momento: será o momento em que cada dupla apresentará a reportagem elaborada

e organizará o jornal mural sobre os Jogos Olímpicos que ficará exposto para toda escola.

Avaliação

A avaliação dar-se-á durante todo o percurso de realização das atividades, na

participação dos alunos durante os debates sobre os questionamentos realizados a partir do

texto estudado e dos vídeos exibidos, da apresentação das modalidades esportivas através dos

hiperlinks, assim como da produção textual de reportagem para elaboração do jornal mural.

Ao final das atividades o professor deverá avaliar se os alunos foram capazes de desenvolver

as atividades propostas com competência e, sobretudo sua compreensão sobre a história dos

Jogos Olímpicos, bem como a importância social, política e econômica para o país que sedia

estes jogos.

Sugestão de links complementares para professores:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=44230

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=10573#

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=10634

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=10634

54

http://novaescola.org.br/ensino-medio/olimpiadas-legado-rio-janeiro-792726.shtml

https://www.rio2016.com/educacao/aulas-digitais

http://www.centrodetreinamentocob.com.br/movimento-olimpico/jogos-olimpicos

4.5 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS

Na sequência da aplicação dos questionários aos professores da escola, (20)

obtivemos uma taxa de retorno de 70% (14).

Das respostas obtidas na primeira parte do questionário relacionada à caracterização

geral dos professores, obtivemos os seguintes resultados:

Gráfico 5 - Professores por gênero

Gráfico 6 – Distribuição dos professores por faixa etária

Gráfico 7 – Distribuição dos professores por nível de habilitação

55

Gráfico 8 – Distribuição dos professores por anos de experiência profissional

Dos gráficos apresentados (Gráfico 1 a 4), podemos verificar que, na sua maioria, o

perfil dos professores situa-se no gênero feminino (71,4%), com idade compreendida entre os

26 a 35 anos (64,3%), com habilitação ao nível da Especialização (71,4%) e com nível de

experiência profissional até 10 anos (57,1%).

Os resultados relacionados a faixa etária nos revela que a maioria dos professores são

jovens sendo esse dado importante para esta pesquisa, pois a amostra passa a ser representada

por uma geração inserida na realidade tecnológica. Já no que se refere ao nível de formação

dos professores, os dados revelam que, apesar de se tratar de uma amostra jovem, há um nível

de formação profissional relevante uma vez que, a maior parte dos professores tem curso de

pós-graduação, sendo positivamente importante para a qualidade do ensino.

Assim, podemos levantar o seguinte questionamento: será que professores mais

jovens e com pouco tempo de formação estão preparados para inserir em suas práticas

pedagógica os recursos tecnológicos?

Quanto à utilização geral da tecnologia, os professores revelam que o contexto de

utilização da mesma acontece com maior frequência ao nível da utilização pessoal (uso

frequente) e que a utililização educativa acontece apenas em algumas vezes como mostra o

gráfico 5.

Gráfico 9 –Contexto em que os professores utilizam a tecnologia

56

Ao compararmos os dados que mostram o perfil jovens dos professores e o nível de

formação com os dados relacionados ao contexto no qual os prefessores usam a tecnologia,

voltamos ao questionamento feito anteriormente e interpretamos que, nem sempre o perfil

jovem dos professores vai direcioná-los ao uso frequente das tecnologias no contexto

educativo, isso dependerá da dedicação constante em buscar atualização profissional assim

como acompanhar as mudanças que estão a todo tempo acontecendo.

Foi registrado que a grande maioria dos professores respondentes desta pesquisa

possuem Bom nível de conhecimento tecnológico principalmente no que concerne a utilização

do e-mail, de processador de texto e das redes sociais; e nível de conhecimento Muito Bons

para exploração de páginas da web, para aplicativos de comunicação (Skype, whatsApp, etc.)

e utilização de retroprojetor. Destacamos que os professores possuem nível Muito Fraco para

utilização de aplicativos de proteção, folhas de cálculo e com edição de arquivos de áudio e

vídeo, como mostra o gráfico 6.

Gráfico 10 – Conhecimentos gerais dos professores sobre a tecnologia

57

No que se refere à participação dos professores em cursos na áres das tecnologias nos

últimos dois anos, a grande maioria (85,7%) não frequentou, como mostra o gráfico 7.

Gráfico 11- Participação em curso de formação em tecnologia nos últimos 2 anos

Em relação aos conhecimentos sobre tecnologia aplicada a contextos educativos,

destacam-se como Bons os conhecimentos dos respondentes relacionados à utilização da

internet na sala de aula, a organização de aulas com utilização de meios tecnológicos e os

conhecimentos em ensino a distância. Destaca-se ainda que a maior parte dos professores tem

conhecimentos Fracos para utilização de Software educativos, da Web Quest, da Lousa

Digital, dificuldades na criação de recursos digitais e na utilização de redes sociais na sala de

aula, como mostra o gráfico 8.

Gráfico 12- Conhecimentos de tecnologia aplicada a contextos educativos.

58

Quanto aos obstáculos encontados para integrar as tecnologias no contexto educativo

71,5% dos professores responderam que estão relecionados a necessidade de formação técnica

para dominar a tecnologia e formação para utilização pedagógica da mesma como mostra o

grafico 9.

Gráfico 13 - Obstáculo para a integração da tecnologia em contexto educativo.

Sobre os conhecimentos dos professores relacionados aos recursos digitais

disponíveis no Portal do Professor (MEC) e no Banco Internacional de Objetos Educacionais,

57,1% dos professores não conhecem o Portal do Professor e 78,6% não conhecem os Objetos

Educacionais, como mostra os gráficos 10 e 11. Esse dado nos revela que a maioria dos

professores desconhecem os recursos elaborados pelo Ministério da Educação (MEC)

destinado exclusivamente para fins educativos, não utilizando os mesmos como recursos

digitais integrantes a prática pedagógoica como ferramentas para melhorar o processo de

ensino e aprendizagem.

Gráfico 14 – Conhecimento sobre os recursos digitais disponíveis no Portal do Professor (MEC).

59

Gráfico 15 - Conhecimento sobre os recursos digitais disponíveis no Banco Internacional

de Objetos Educacionais.

Quando questionados sobre o que é necessário para melhorar a integração da

tecnologia nas práticas pedagógicas percebemos, através da categoria de análise organizada a

partir das respostas (Quadro 2), que a maioria dos professores elencam como principal fator

que implica na integração educativa da tecnologia é a necessidade de formação.

Nesta perspectiva, quando voltamos o olhar para os dados referentes ao nível de

formação dos professores da amostra, percebemos que não basta o professor ser graduado e

pós-graduado para ter domínio de utilizar as tecnologias como recurso pedagógico, para além

da formação inicial é necessário que o professor busque formação continuada especifica que

garanta conhecimentos relacionados ao uso e integração das tecnologias como recursos

didáticos que possibilita maior qualidade para a ação educativa, uma vez que a maioria dos

cursos de graduação deixa a desejar nesse aspecto.

Quadro 2 - Necessidades para melhorar a integração educativa da tecnologia

Respondentes Resposta Categoria de análise

R1 Preparação no contexto pedagógico, além

da conscientização para com os alunos no

que diz respeito ao uso dessas novas

ferramentas para contribuir com a

Educação.

Necessidades de Formação

R2 Formação adequada para utilizar

pedagogicamente as ferramentas

tecnológicas disponíveis.

Necessidades de Formação

R3 Compreender quais são suas

especificidades técnicas e seu potencial

pedagógico, as novas tecnologias na

educação visa discutir a construção do

conhecimento, ao permitir o uso integrado

e interativo das diversas mídias, a

exploração textual de um volume enorme

Compreensão do potencial

pedagógico das tecnologias

60

de informações e a comunicação a

distância,

R4 Disponibilidade de tempo para o

aperfeiçoamento do uso das tecnologias e

cursos profissionalizantes nessa área.

Necessidades de Formação

R5 Mais momentos de formação para que o

professor possa conhecer melhor as

ferramentas tecnológicas e aprender a usá-

las com eficácia. E equipamentos com boa

qualidade instalados nas salas de aula,

evitando assim, que o professor perca seu

tempo pedagógico montando e

desmontando aparelhos sempre que

precisar utilizá-los.

Necessidades de Formação;

Disponibilidade de

equipamentos

R6 A princípio acredito que equipamentos

suficientes para se trabalhar de maneira

satisfatória com a quantidade de alunos

existentes no universo educativo das

escolas, em seguida formações técnicas e

pedagógicas para poder se utilizar esses

recursos tecnológicos de maneira eficaz

garantindo assim, melhor desempenho nas

práticas educativas.

Reforço equipamentos

Necessidade de formação

R7 Primeiro o professor preciso ter o

conhecimento tecnológico, para isso é

necessário o docente buscar estudar e

conhecer algumas tecnologias que existem

e como essas podem melhorar a sua

prática, dessa forma poderá integrá-la de

maneira adequada.

Necessidade de formação

R8 E necessário q seja realisado primeiro um

trabalho de concientizacao dos alunos, para

que os mesmo use as tecnologias em sala

de aula para sua aprendizagem e não

apenas para navegação nas redes sociais o

que leva muitas vezes a perda do foco do

que realmente se deseja aprender.

Necessidade de uso adequado

pelos alunos na sala de aula

R9 Mais conhecimento, tempo para dedicação

e preparo para utilização dos meios

tecnológicos para a educação.

Necessidade de formação;

Tempo para dedicação

R10 Formação dos professores para uso dos

equipamentos.

Necessidade de formação

R11 Tempo para maior dedicação e formação

continuada.

Necessidade de formação;

Tempo para dedicação

R12 Tempo para maior dedicação e formação

continuada.

Necessidade de formação;

Tempo para dedicação

R13 Formações para os educadores a respeito

das diversas possibilidades de utilizar

Necessidade de formação;

61

No que se referem às propostas dos professores da amostra, que contribuam para

inserção da tecnologia no Ensino Fundamental, foi sugerido:

Formação técnica e pedagógica para habilitar os professores a usarem as ferramentas

tecnológicas com finalidades educativas;

Conhecer e analisar os recursos disponíveis na web que podem ser utilizados no

contexto pedagógico;

Disponibilidade de recursos e espaços que garantam a implantação de atividades com

a tecnologia;

Inserir no contexto escolar as ferramentas tecnológicas como auxílio para

aprendizagem;

Elaboração de atividades com os Softwares educativos;

Planejamento junto à coordenação pedagógica de atividades que utilizem as

ferramentas tecnológicas;

Utilização das redes sociais adequando-as aos conteúdos das aulas.

Trabalhar com pesquisas;

Utilização de processador de textos;

Incentivo ao educando para se reconhecer no século da informatização.

recursos digitais em sala de aula.

Aquisição de novos recursos e sua

manutenção.

Disponibilidade de recursos.

R14 Faz-se pertinente uma reflexão acerca da

postura do professor visto que este,

enquanto mediador do conhecimento, deve

promover um ensino inovador e ao mesmo

tempo precisa ter a consciência da

necessidade de se introduzir a tecnologia

na sala de aula.

Postura reflexiva do professor.

62

5 CONCLUSÃO

A partir da realização desse estudo que objetivou pesquisar sobre o potencial dos

recursos digitais nas práticas pedagógicas no ensino fundamental, percebemos que:

Os professores possuem apropriação tecnológica, porém a frequência de utilização se

destaca em contexto pessoal;

A avaliação dos professores em conhecimentos tecnológicos mostrou-nos a pouca

utilização desses recursos com finalidades pedagógicas uma vez que os mesmos

demostram a aplicação desses conhecimentos principalmente para exploração de

páginas da web, redes sociais, e-mails e utilização de datashow;

Os obstáculos encontrados pelos professores para integração das Tecnologias em

contextos educativos estão relacionados à falta de formação pedagógica e técnica;

A maior parte dos professores desconhecem os recursos digitais disponíveis no Portal

do Professor e no Banco Internacional de Objetos Educacionais, portais elaborados

pelo MEC com a finalidade de contribuir para inclusão das tecnologias em contexto

educativo;

Ao questionarmos os professores sobre o que é necessário para melhorar a integração

das tecnologias às práticas pedagógicas, a maioria afirmou, ser a necessidade de

formação na área e disponibilidade de equipamentos.

Diante da análise bibliográfica percebemos que os recursos digitais tem enorme

potencial pedagógico de favorecer o desenvolvimento de estratégias de ensino e

aprendizagem inovadoras e disponibilizar meios que garantam processos de ensino e

aprendizagem mais eficazes, cooperativos e dinâmicos proporcionando a construção de

saberes a partir da comunicação e interação com um mundo permeado por múltiplos

conhecimentos, no qual não há limites para a obtenção e troca de conhecimentos.

No trabalho verificamos que os recursos digitais funcionam como meios

impulsionadores do processo de ensino e aprendizagem e como dinamizadores das práticas

educativas. Entretanto cabe à escola e ao professor a tarefa de conhecer o potencial

pedagógico desses recursos, selecionar e utilizá-los de maneira criativa para que não sejam

uma ferramenta a mais para reforçar o tradicionalismo muitas vezes presente na atuação dos

professores.

63

É necessária a compreensão de que a Tecnologia não são o ponto central do processo

de ensino e aprendizagem, mas um recurso que oportuniza a mediação entre os envolvidos no

processo de busca do conhecimento. Dessa forma, é preciso superar a ideia que a Tecnologia

pode resolver o tradicionalismo dos modelos pedagógicos e compreender que é necessário ir

além da sua incorporação como mais um recurso. Precisamos entender que, a inserção dos

recursos tecnológicos nas práticas pedagógicas perpassa pela formação do professor na

perspectiva de desenvolver estratégias que sejam capazes de transformar o processo de ensino

em algo eficaz e inovador com o apoio das Tecnologias.

É possível afirmar que são várias as dificuldades dos professores acerca da utilização

das Tecnologias na construção de práticas pedagógicas, entretanto destacamos como aspecto

central a necessidade de formação técnica e principalmente pedagógica para o domínio da

tecnologia e consequente utilização no contexto educativo.

Podemos destacar ainda que são inúmeros os recursos digitais disponíveis para

utilização dos professores do Ensino Fundamental, como os exemplos citados na pesquisa:

Portal do Professor e Banco Internacional de Objetos Educacionais. No entanto, uma minoria

dos professores conhece e utiliza esses recursos.

Assim, como forma de contributo da pesquisa, apresentamos no trabalho uma

proposta de utilização didática com recursos digitais disponíveis nos referidos portais

educativos e que podem ser aplicados no Ensino Fundamental.

Diante de toda reflexão feita no decorrer do nosso trabalho de pesquisa,

consideramos ainda que existem alguns desafios a serem superados pelos professores para

integração da tecnologia na sala de aula:

Sairmos do foco de que a inserção das tecnologias nas práticas pedagógicas

acontece em um espaço determinado (ex. laboratório de informática);

Perceber que não existe curso de graduação adequado para integração da

tecnologia nas práticas pedagógicas;

Oferta adequada de formação didática no âmbito da tecnologia;

Levar os professores a conhecer recursos digitais e práticas para integração

das tecnologias;

Produção de recursos digitais pelos professores.

64

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da série integração de tecnologias com as mídias digitais. IN: boletim do salto para o

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______. Padrões de competência em TIC para professores: marco político. Paris: 2008.

67

ANEXOS

ANEXO 01 – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES

68

69

70

71

72

73

74

75

76

ANEXO 02 – PROPOSTA PEDAGÓGICA

PLANO DE AULA PARA INTEGRAÇÃO DE RECURSOS DIGITAIS

PROFESSOR

Nome Márcia Mychelle Nogueira do Nascimento Aquino.

Email [email protected]

Instituição Escola Estadual Padre Cosme

TÍTULO DA ATIVIDADE

Conhecendo os Jogos Olímpicos

CONTEXTO DE APLICAÇÃO

Nível de Ensino Ensino Fundamental

Área disciplinar Interdisciplinar

Ano(s) 6º ao 9º

Duração 04 aulas de 50 minutos

JUSTIFICATIVA

A presença dos recursos tecnológicos na escola e na sala de aula favorece a utilização

didática dos mesmos como ferramentas de ensino e aprendizagem, criando possibilidades de

dinamização das aulas e maior integração dos alunos nesse processo. É pensando nessas

possibilidades que buscamos através da utilização de imagens, vídeos, hiperlinks, entre

outros recursos digitais disponíveis na internet apresentar uma sequência didática para

trabalhar os Jogos Olímpicos uma vez que, nosso país vivencia esse momento e parte das

nossas crianças e adolescentes ainda desconhecem a origem e importância social e cultural

desse evento.

Assim, a nossa proposta é fazer com que os alunos reflitam sobre as raízes culturais

desse evento internacional desde a Grécia Antiga à contemporaneidade e sua importância

social, através de ferramentas que propiciem um ambiente de aprendizagem lúdico e

dinâmico onde o aluno se envolva e participe da construção do conhecimento.

77

OBJETIVOS

Despertar no aluno a compreensão sobre a história dos Jogos Olímpicos e suas principais

características, conhecendo algumas de suas modalidades esportivas, pesquisando sobre as

últimas edições desse evento através dos recursos digitais disponíveis na internet,

estimulando a reflexão sobre o papel social, cultural e econômico desse evento internacional.

CONTEÚDOS

Origem dos Jogos Olímpicos;

Características atuais dos Jogos Olímpicos;

Modalidades esportivas realizadas nas Olimpíadas;

Localização e breve caracterização dos países que sediaram as últimas cinco edições das

Olimpíadas;

Legado social, cultural e econômico dos Jogos Olímpicos.

RECURSOS TECNOLÓGICOS A UTILIZAR

(identificar e descrever)

- Apresentação do vídeo “Você Sabia? Olimpíadas-Origem”

https://www.youtube.com/watch?v=bwCQR08po6Q;

- Apresentação de slides para explicar os principais legados dos Jogos Olímpicos de

Barcelona (1992), Sidney (2000), Atenas (2004), Pequim (2008) e Londres (2012)

https://prezi.com/8icn12qlk3pk/olimpiadas/#_=_;

- Visualização das modalidades esportivas praticadas durante as Olimpíadas

http://novaescola.org.br/jogos-olimpicos/;

- Exibição do vídeo: “candidatura do Rio de Janeiro para sediar os jogos olímpicos de 2016”

https://www.youtube.com/watch?v=Z5gg4ziIm60

- Exibição do vídeo “Rio 2016”: o salto de uma cidade”

https://www.rio2016.com/educacao/videos.

- Resolução de Quiz sobre os Jogos Olímpicos

https://rachacuca.com.br/quiz/esportes/jogos-olimpicos/

78

DESCRIÇÃO DETALHADA DA(S) ATIVIDADE(S)

(Identificar aspectos de organização do espaço, cuidados na preparação dos meios

tecnológicos, indicar o momento em que usa a tecnologia, duração da atividade, como será

desenvolvida a atividade pelo professor e aluno, etc).

1º momento: Na sala de aula o professor propõe um debate sobre o conhecimento que os

alunos têm sobre os Jogos Olímpicos a partir da apresentação de imagens, fazendo

questionamentos sobre o que sabem sobre suas origens, modalidades esportivas, entre outros.

Na sequência, o professor distribuirá o texto de Cláudio Fernandes “Origem dos jogos

Olímpicos” que apresenta o panorama histórico do evento, propondo reflexão sobre suas

principais características, abordando questionamentos sobre suas implicações culturais,

políticas, social como: o que os Jogos Olímpicos significam? Sempre tiveram os mesmos

simbolismos? Qual a importância das Olimpíadas para o esporte? E para as trocas culturais

entre as diversas nações? Como acontecem? Quais os benefícios para as cidades sede da

Olimpíada?

2º momento: Esse momento acontecerá na sala de vídeo onde o professor fará a exibição do

vídeo “Você Sabia? Olimpíadas-Origem” como forma de reforçar a compreensão dos alunos

sobre o tema a partir de um recurso mais real, que proporcionará ao aluno a visualização de

ambientes e espaços relacionados ao evento. Na sequência os alunos serão levados a

conhecer um pouco sobre as consequências do evento para os países que sediaram as últimas

edições dos Jogos Olímpicos, através de slides contendo o mapa dos países e os principais

legados que esse evento trouxe para os mesmos, assim como, o que está sendo feito no Rio

de Janeiro para sediar o evento, através do acesso ao site “Prezi” como mostra a figura 1.

Figura 1 – vídeo completo disponível em: https://prezi.com/8icn12qlk3pk/olimpiadas/#_=_- acesso

em 13/07/2016.

Após esse momento o professor apresentará aos alunos, através do site da nova escola, um

conjunto de hiperlinks contendo as modalidades esportivas que são realizadas durante as

Olimpíadas, conforme figura 2.

79

Figura 2- modalidades esportivas através de hiperlinks disponíveis em http://novaescola.org.br/jogos-

olimpicos/ - acesso em 13/07/2016.

Após apresentação, a turma será dividida em duplas as quais serão encarregadas de escolher

o hiperlink com a modalidade esportiva desejada. Os alunos receberão o endereço do link

para que acessem em casa e se preparem para apresentação que farão para os demais alunos

sobre as características do esporte escolhido. A realização da atividade será na sala de vídeo

e o professor disponibilizará o computador e o datashow para as apresentações.

3º momento: nesse momento serão apresentados dois vídeos sobre: “escolha do Rio de

Janeiro para sediar as Olimpíadas 2016” e “Rio 2016: o salto de uma cidade”, para que os

alunos conheçam um pouco sobre o processo de escolha do Rio como sede das Olimpíadas

esse ano, e como está sendo a preparação da cidade para sediar esse tão importante evento.

Após a projeção dos vídeos, o professor estimulará um debate com os alunos sobre a

importância para o país sediar um evento dessa natureza, quais notícias acompanharam nos

últimos dias sobre a preparação do país para o evento, se estão acompanhando o

revezamento da tocha olímpica pelos estados brasileiros, etc.

Em seguida o professor acessará ao site “Racha Cuca” para realização do Quiz sobre os

Jogos Olímpicos. Nesse momento a turma será dividida em quatro grupos que responderá as

perguntas exibidas através do datashow.

Após a realização das atividades o professor orientará os alunos a visitarem sites para

complementar seus conhecimentos sobre o tema, para que possam elaborar um texto para

compor o jornal mural que será organizado ao final do estudo sobre os Jogos Olímpicos. As

80

produções deverão conter textos e imagens (fotos, desenhos) os quais devem ser elaborados

através do Word e impressos. Essa atividade servirá para fomentar a curiosidade e o desejo

dos alunos usarem as tecnologias nas atividades educativas.

4º momento: será o momento em que cada dupla apresentará a reportagem elaborada e

organizará o jornal mural sobre os Jogos Olímpicos que ficará exposto para toda escola.

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE

A avaliação dar-se-á durante todo o percurso de realização das atividades onde o professor

observará a participação dos alunos durante os debates sobre os questionamentos realizados

a partir do texto estudado e dos vídeos exibidos, da apresentação das modalidades esportivas

através dos hiperlinks, assim como da produção textual de reportagem para elaboração do

jornal mural. Ao final das atividades o professor deverá avaliar através do nível de

participação se os alunos foram capazes de desenvolver as atividades propostas com

competência e, sobretudo a compreensão adquirida sobre a história dos Jogos Olímpicos,

bem como a importância social, cultural, e econômica para o país que sedia estes jogos.

OUTRAS PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE

Sugestão de links complementares para professores:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=44230

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=10573#

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=10634

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=10634

http://novaescola.org.br/ensino-medio/olimpiadas-legado-rio-janeiro-792726.shtml

https://www.rio2016.com/educacao/aulas-digitais

http://www.centrodetreinamentocob.com.br/movimento-olimpico/jogos-olimpicos

https://pt.wikipedia.org/wiki/Portal:Jogos_Ol%C3%ADmpicos