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Manuseio hidroeletrolítico do paciente cirúrgico
Francisca Luzia AraújoFrancisca Luzia Araújo
““The recognition and The recognition and management of fluid, management of fluid,
electrolyte, and related acid-electrolyte, and related acid-base problems are common base problems are common challenges on the surgical challenges on the surgical
service.”service.”
Lawrence, Essentials of General Surgery
O paciente cirúrgico
Resposta ao Estresse Cirúrgico
Catabolismo Tecidual Acelerado
Consumo de Proteínas
Depósitos deGlicogênio
Catecolaminas
Cortisol Insulina
Glucagon
1 – Alterações vasculares secundárias à anestesia
2 – Déficit hídrico prévio (desidratação) - observar jejum e preparo pré-operatórios
3 – Manutenção hemodinâmica intra e pós-cirurgia
4 – Redistribuição de líquidos durante a cirurgia - edema
Características do paciente cirúrgico
O cirurgião e sua equipe
Alterações no volume intravascular e débito cardíaco
Anestesia Regional nestesia Regional Vasodilatação Diminuição do retorno venoso Diminuição do débito cardíaco
Anestesia Geral Anestesia Geral Depressão MiocárdicaDiminuição do débito cardíaco
Anestesia
Anestesia e balanço hídrico• Avaliar estado hemodinâmico inicial do paciente• Avaliar presença de comorbidezes• Corrigir déficits hidroeletrolíticos pré, intra e pós-cirurgia• Efetuar balanço HE intra-cirurgia
Anestesista
Anestesia e balanço hídrico• Repor perdas intraoperatórias
• Avaliar extensão da redistribuição líquida intraoperatória (edema) – aumento do volume intersticial• Calcular reposição conforme duração da cirurgia• Evitar hiperhidratar ( ↓ oferta de o₂ aos tecidos )
Truque para manutenção horária = 40 mL + peso (kg)
Grande e pequeno porte
Intra-operatório Minimizar a perda sangüínea cirúrgica
Técnicas anestésicas• Prevenir episódios de hipertensão e
taquicardia – hiperatividade simpática - ANALGESIA
• Controle da ventilação – evitar a retenção excessiva de dióxido de carbono vasodilatação e aumento da perda sangüínea
Epidemiade traumas
... E o cirurgião?
O Cirurgião Pré-operatório
Avaliação clínica do paciente antes da cirurgia
• Identificar e tratar anemia• Identificar distúrbios da coagulação• Interromper drogas que alterem hemostasia• Identificar comorbidezes
Aumentam o risco operatório
O Cirurgião Pré-operatório
Fatores que afetam o risco cirúrgico• Tipo de cirurgia – eletiva / urgência, vídeo /
aberta• Duração do procedimento• Condição clínica do paciente• Técnica cirúrgica e anestésica • Experiência do cirurgião – curva de
aprendizagem
Previsão de perda de sangue??
Cirurgias eletivas Cirurgias de urgênciaCirurgias de urgência
Intra-operatório Minimizar a perda sangüínea cirúrgica
Técnica cirúrgica meticulosa• Verificar pontos de sangramento• Eletrocoagulação, se disponível• Hemostáticos locais: selante de fibrina
Pós-operatório• Parte fundamental do ato Parte fundamental do ato operatóriooperatório• Decisivo para a boa Decisivo para a boa recuperaçãorecuperação do paciente – observação diáriado paciente – observação diária
NÃO deve ser delegado a NÃO deve ser delegado a terceirosterceiros
... O que eu tenho com isso ? pré
pós
Integração dos mecanismos Integração dos mecanismos homeostáticoshomeostáticos
água, sódio, cloreto e potássio
Sistema digestório
Fezes
Glândulas Sudoríparas
Sangue Sangue Pulmões
Rins
suor
respiração
urina
Pele evaporação
Somos aproximadamenteSomos aproximadamente 2/3 de água2/3 de água
... a verdade
Compartimentos hídricosCompartimentos hídricos
INTRACELULAR
EXTRACELULAR
LIC (28L)
INTERSTÍCIO ( 11L)
PLASMA ( 3L)
Intracelular
Extracelular
Pla s
ma
Pla s
ma
40% 60%
Água: distribuiçãoÁgua: distribuição
Inte
rstíc
io
Trocas líquidas entre plasma e interstícioTrocas líquidas entre plasma e interstício
P. hidrostática
P. oncótica
+ 40
- 25
+ 15saída de líquido
-15retorno de líquido
+ 10
- 25
Interstício
Vaso
. . Entre o LIC e o LEC – pressão hidrostática e pressão osmóticaEntre o LIC e o LEC – pressão hidrostática e pressão osmótica
. . Entre o plasma e o interstício – pressão hidrostática e coloidosmóticaEntre o plasma e o interstício – pressão hidrostática e coloidosmótica
Regulação hidroeletrolíticaRegulação hidroeletrolítica
Solutos principais•Intravascular: proteínas
•LEC: sódio•LIC: potássio
albumina
plasmaplasma interstíciointerstício intracelularintracelularCátionsNa 140 146 12K 4 4 150Ca 5 3 10Mg 2 1 7ÂnionsCl 103 104 3HCO 24 27 10SO4 1 1 -HPO4 2 2 116Proteína 16 5 40
Composição eletrolítica dos Composição eletrolítica dos compartimentoscompartimentos
E a água ?
Representa cerca de 60% do peso corporal e varia em função de
- Idade - Gênero - Tecido adiposo
Água total no organismoÁgua total no organismo
E existem diferenças ! ...E existem diferenças ! ...
Diminui progressivamente Diminui progressivamente com a idadecom a idade
Idoso tem excesso deIdoso tem excesso deágua livreágua livre
Mulheres menos hidratadasMulheres menos hidratadas- ação hormonal- ação hormonal
Percentual de águaPercentual de água
Obesos são menos hidratados e devem ter suas necessidades calculadas pelo
peso ideal + perdas
Fluid and electrolyte management are paramount to the care of the surgical patient. Changes in both fluid volume and electrolyte composition occur preoperatively, intraoperatively, and post operatively, as well as in response to trauma and sepsis. Fluid and Electrolyte Management of the Surgical Patient JaffarAlkhuzaie
O objetivo da reposição de O objetivo da reposição de líquidos e eletrólitos é líquidos e eletrólitos é manter manter
a perfusão tissular a perfusão tissular
Necessidades diárias de fluídos
Média - 35 mL/kg/dia adulto jovem observar estado de hidratação Idosos – 20mL/kg/dia + perdas Insuficiência renal, hepática e cardíaca Necessitam reposição e ressuscitação
.15 a 20 mL/kg/dia ou 500 mL + perdas
.2g ClNa/dia .ClK ( observar diurese) Gestantes – grande perda para o interstício
evitar soluções hipotônicas
10 kg x 100 ml/kg = 1000 ml10 kg x 50 ml/kg = 500 ml50 kg x 20 ml/kg = 1000 ml
2500 ml / dia
Necessidades diárias
VCT = 1500 + (P – 20) 20VCT = 1500 + (P – 20) 20
homem 70kg
... E agora ?
Tipo da perda Grau do déficit Perda sanguínea Comorbidezes Resposta à reposição
Reposição de fluidos
Cálculo da reposição
Necessidades basais + perdas acessórias Necessidades basais SG 5% + eletrólitos:ClNa⁺ + ClK⁺ (2 a 4g/dia) Perdas acessórias Digestivas – RL ou SG 5% + eletrólitos Respiratórias – SG 5% Hipovolemia aguda – colóide (3.1)
Sódio: 1-2 mEq/kg/dia Potássio : 0.5 -1 mEq/kg/dia Cálcio: 800 - 1200 mg/dia Magnésio: 300 - 400 mg/dia Fósforo: 800 - 1200 mg/dia
Necessidades diárias de eletrólitos
Regra prática: 2 a 4g ClNa e 2 a 4g ClK
Uso prático Os eletrólitos mais usados são Na⁺ e K ⁺ (Cl) .ClNa⁺ 10 ou 20 % (1 ou 2g) amp 10ml / 17mEq .ClK⁺ 10% (1g) amp 10ml / 13mEq
Cálcio – pancreatite aguda, IRA .Gluconato de Ca⁺⁺ 10% (1g) amp 10ml /4.7mEq
Bicarbonato de Na⁺ – PCR, perdas digestivas altas, acidoses prévias
.Amp 10 ml a 8.4% (1mEq/ml)
FLUIDOS
CRISTALÓIDES
FLUIDOS
• SF 0,9% SF 0,9%
• Ringer lactato e RSRinger lactato e RS
• SF Hipertônico 7,5 %SF Hipertônico 7,5 %
Soluções endovenosasSolução Na+ Cl- K+ Ca+2 HCO3- Glicose
Plasma141 103 4-5 5 26 0
SF 0.9% 154 154 0 0 0 0
G 5% 0 0 0 0 0 50 G
RL 130 109 4 3 28 0
mEq / 1000 mL
COLÓIDES
FLUIDOS
• Albumina Albumina
• Dextrans Dextrans
• Gelatinas Gelatinas
• StarchesStarches
ALBUMINA
COLÓIDES
• Proteína Globular
• Peso Molecular 66 kDa
• Soluções a 5 % são isooncóticas
• Soluções a 25 % são hiperoncóticas
• Preparação do plasma humano
• 6-10% solução de HES em salina
• Preparação principal do amido de milho
• Amido do milho possui > 95% de amilopectina
• Grande capacidade de ligação com a água
STARCHES - HES
COLÓIDES
As regras da reposição de fluídos
Reponha sangue com sangue Reponha plasma com colóide Ressuscitação com
cristalóide/colóide Reponha perdas do
extracelular com salina Rehidrate com glicose
Principais órgãos envolvidos no equilíbrio Principais órgãos envolvidos no equilíbrio hidroeletrolíticohidroeletrolítico
100 mlfezes
2100 ml ingestão
300 mlinsensível
100 ml100 ml suorsuor
300 mlinsensível
1500 mlurina
Produção endógena
Balanço hídrico diário
LIC LEC28L 14L
Ingesta líquida 1300mlAlimentos sólidos 800mlÁgua endógena 400ml
Pele 500mlPulmões 400ml
Urina 500mlFezes 100ml
Paciente: Paciente: + líquidos EV+ líquidos EV- diarréia, vômitos, - diarréia, vômitos, drenos, sondas (SNG), drenos, sondas (SNG), fístulas, fístulas, peritoniostomia, peritoniostomia, queimaduras, 3º espaçoqueimaduras, 3º espaço
Perdas insensíveis
Cálculo da água endógena 100ml – 15 kcal (ml) Cálculo das perdas insensíveis 100ml – 45 kcal (ml) Ganhos endovenosos - não entram no balanço: ST, albumina, aminoácidos - entram: CH, plasma (1/3), colóides sintéticos
Controle do manuseio hídrico
Cateter vesical - 0,5 ml/kg/h Linha Arterial Cateter de pressão venosa
central Cateter arterial pulmonar
Monitorização adequada à gravidadeMonitorização adequada à gravidadedo pacientedo paciente
Racional para fluidoterapia Racional para fluidoterapia
Preservar oferta de oxigênio aos tecidos • Corrigir hipovolemia
• Manter débito cardíaco
• Otimizar troca gasosa
• Repor eletrólitos e água
• Manter débito urinário
Colóides + CH
Cristalóides
Identifique o objetivo Identifique o objetivo
Resumindo ... Avalie e reavalie Use soluções salinas para ressuscitação Use água mais Na⁺ e K⁺ para manutenção Sangue se houver hemorragia ativa ou
anemia Cuidado com hiponatremia dilucional! Observe casos especiais - comorbidezes
Campbell D. Perioperative fluid management,2003
OBRIGADA !!OBRIGADA !!