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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CAMPUS DE SÃO LUÍS DE MONTES BELOS
CURSO DE ZOOTECNIA
MANEJO DE BOVINOS EM FRIGORÍFICO: DA RECEPÇÃO A SANGRIA
Acadêmica: Daiane Jéssica Linhares Silva
Orientador: Prof. MSc. Diogo Alves da Costa Ferro
São Luís de Montes Belos Novembro de 2014
ii
DAIANE JÉSSICA LINHARES SILVA
MANEJO DE BOVINOS EM FRIGORÍFICOS: DA RECEPÇÃO A SANGRIA
São Luís de Montes Belos Novembro de 2014
Monografia apresentada ao
Curso de Zootecnia do
Campus de São Luís de
Montes Belos, Universidade
Estadual de Goiás, para
obtenção do grau em
Bacharel em Zootecnia.
iii
iv
DEDICATÓRIA
Á Deus por tudo que me foi concedido. Ao meu pai David Pereira da Silva por todo apoio e amor que a mim foi
dado e a minha mãe Kátima Linhares dos Santos (in memoriam) que mesmo não estando mais aqui comigo em corpo, sei que sempre esteve e sempre estará ao meu lado me apoiando em tudo, e sei que está muito orgulhosa de mim.
v
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, o Pai criador que me acompanha em todos os momentos de minha vida.
Aos meus pais David Pereira da Silva e minha mãe Kátima Linhares dos
Santos (in memoriam) por todo amor e apoio que a mim foi dado. Aos meus irmãos Tatiele Linhares da Silva e Hugo Alves Carneiro por
sempre estarem do meu lado em todos os momentos da minha vida. A minha madrasta Hely Alves de Rezende, por me apoiar e me aconselhar
nos momentos mais difíceis, estando sempre do meu lado. As minhas amigas Thays Fernandes, Lorena Costa e Cristiene de Freitas
por me suportarem principalmente nos momentos de fúria, sei que sou uma pessoa nada fácil de conviver e vocês sempre estiveram do meu lado.
As minhas amigas irmãs Débora Gabriela, Fernanda Moura e Graziely
Rios, que mesmo distantes umas das outras nunca nos separamos e nem a nossa amizade foi abalada por isso, verdadeiras amigas sim, pra sempre, amo vocês.
Ao meu orientador Diogo Ferro por ser mais que um professor e orientador,
e sim um grande amigo que sempre me apoiou e me ajudou em tudo. Ao meu amigo Rafael Ferro que sempre esteve do meu lado me apoiando,
ajudando e sempre sorrindo das minhas brincadeiras, você é muito importante pra mim, mesmo longe sei que sua amizade é pra sempre.
A empresa Qualifrig/SApor me receberem com muito carinho. Ao meu amigo Anésio Júnior que conheci durante o estágio e que se
tornou uma pessoa muito especial, que posso contar em qualquer momento e situação, que está sempre do meu lado me apoiando em qualquer que seja a decisão tomada.
vi
Aos meus amigos Jorge Faustino, Jorge Henrique Faustino, Maria Gorete, Lorhana Faustino, Paulo Henrique e meu principezinho Paulo Henrique Filho por sempre estarem comigo em todos os momentos durante essa jornada, me apoiando, aguentando meu estresse, estando sempre do meu lado, a vocês o meu muito obrigado.
Aos meus amigos Sara Machado, André Divino, Elis Christine da Silva,
Juliano Silva, Otávio Augusto, Kaio Caixeta, Ulisses Lobo, Thiago Ferreira, Jorge Almeida e Bruna Lima, por estarem comigo sempre, tivemos momentos únicos que jamais serão esquecidos, vocês são muito importantes pra mim.
vii
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS......................................................... viii LISTA DE FIGURAS.....................................................................
RESUMO...................................................................................... ABSTRACT..................................................................................
ix x xi
1 INTRODUÇÃO............................................................................. 1 2 REVISÃO DA LITERATURA........................................................ 3 2.1 Abate Humanitário e Bem-Estar Animal...................................... 3 2.2 Desembarque............................................................................... 4 2.3 Curral de Chegada ou Curral de Seleção.................................... 6 2.4 Curral de Observasção................................................................ 6 2.5 Departamento de Necropsia........................................................ 7 2.6 Curral de Matança....................................................................... 7 2.7 Rampa de Acesso ao Boxe de Atordoamento............................. 8 2.8 Seringa......................................................................................... 9 2.9 Atordoamento ou Insensibilização............................................... 10 2.9.1 Métodos de insensibilização........................................................ 11 2.10 Sangria......................................................................................... 12 3 RELATÓRIO DE ESTÁGIO.......................................................... 14 3.1 Caracterização da Empresa......................................................... 14 3.2 Desembarque............................................................................... 15 3.3 Curral de Chegada ou de Seleção............................................... 17 3.4 Curral de Observação................................................................... 18 3.5 Departamento de Necropsia e Matadouro Sanitário..................... 19 3.6 Curral de Matança......................................................................... 20 3.7 Rampa de Acesso ao Boxe de Atordoamento.............................. 22 3.8 Seringa.......................................................................................... 24 3.9 Atordoamento ou Insensibilização................................................ 25 3.9.1 Métodos de insensibilização......................................................... 28 3.10 Sangria.......................................................................................... 29 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................... 31 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................. 32
viii
LISTA DE ABREVIATURAS
% - Porcento °C - Graus Celsius atm - Atmosferas DFD - Dura Seca e Escura GO - Goiás GTA - Guia de Transporte Animal Kg - Quilograma Km - Quilômetro m² - Metros Quadrado OMS - Organização Mundial de Saúde Animal ppm - Partes Por Milhão S/A - Sociedade Anônima SIF - Serviço de Inspeção Federal
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Empresa Qualifrig Alimentos S/A.............................................. 15 Figura 2 Caminhão boiadeiro posicionado rente a rampa de
desembarque............................................................................ 16
Figura 3 Animais no curral de chegada ou de seleção........................... 18 Figura 4 Curral de observação de uso exclusivo do Serviço de
Inspeção Federal......................................................................
19 Figura 5 Equipamentos utilizados na sala de necropsia......................... 20 Figura 6 Forno crematório....................................................................... 20 Figura 7 Animais no período de descaso nos currais de matança........ 21 Figura 8 Rampa de acesso ao boxe de atordoamento........................... 23 Figura 9 Animais durante o banho de aspersão..................................... 24 Figura 10 Afunilamento na porção final da seringa.................................. 25 Figura 11 Posicionamento da pistola antes do disparo. .......................... 26 Figura 12 Animal na área de vômito......................................................... 27 Figura 13 Içamento do animal pela pata direita........................................ 28 Figura 14 Animais na calha de sangria..................................................... 30
x
RESUMO Os produtos oriundos do abate humanitário no Brasil vêm ganhando espaço tanto no mercado interno como externo, onde os consumidores vêm se preocupando cada vez mais com os manejos adotados antes e durante o processo de abate livrando os animais de dor e sofrimento desnecessário. Objetivou-se descrever o processo e manejo de bovinos em frigoríficos, adotados da recepção dos animais à sangria. Os abatedouros frigoríficos vem adotando técnicas no manejo que minimizam os danos causados nas carcaças devido métodos inadequados, o que causa sérias contusões nas carcaças dos animais, acarretando em perdas econômicas tanto para o proprietário dos animais como para o abatedouro frigorifico. A forma com a qual os animais são conduzidos tem uma grande influência na qualidade do produto, sendo que dentro do abatedouro frigorífico esses manejos se inicia no desembarque dos animais, passando por uma avaliação para determinar se estão aptos a matança normal, caso não estejam são destinados a sala de necropsia.Os animais aptos são direcionados para o curral de matança passando pelo período de descanso, jejum e dieta hídrica, posterior condução pela rampa de acesso ao boxe de atordoamento passando pelo banho de aspersão até serem conduzidos a sala de matança para serem insensibilizados livrando-os de dor e sofrimento durante a sangria. O manejo pré abate quando realizado respeitando o bem-estar animal e de forma humanitária, proporcionam para as empresas frigoríficas uma melhor qualidade do produto final, o que traz retornos econômicos significantes ao estabelecimento. PALAVRAS-CHAVE: Abate humanitário, bem-estar, insensibilização, pré abate.
xi
ABSTRACT
Products from the humane slaughter in Brazil are gaining space in both the domestic and export markets, where consumers have been concerned increasingly with management impacted before and during the slaughter process freeing the animals from unnecessary pain and suffering. The objective was to describe the process and management of cattle in slaughterhouses, animals adopted from receipt of the bleeding. Slaughterhouses abattoirs has been adopting the management techniques that minimize damage due to inadequate methods in carcasses, causing severe bruising on carcasses of animals, resulting in economic losses for both the owner of such animals to the slaughterhouse refrigerator. The way in which animals are conducted has a large influence on the quality of the product, and in the meat-packing slaughterhouse these managements starts landing in animals undergoing an evaluation to determine if they are able to kill regulates, if not are designed to fit necropsy. The animals are targeted for killing corral through the rest period, and water fasting diet later driving through access to boxing stunning ramp through the spray bath room to be led to the slaughter room be desensitized freeing them from pain and suffering during slaughter bleeding. The preoperative management when performed respecting the animal humanely and well-being, provide refrigeration for businesses greater better quality, which brings significant economic returns the establishment. KEYWORDS: Humane slaughter, welfare, stunning, pre slaughter.
xii
1 INTRODUÇÃO
A preocupação com o bem-estar animal e consequentemente a redução
do sofrimento dos mesmos, antes e durante o abate, principalmente nos países
europeus, torna-se cada vez maior, em função de um mercado consumido cada
vez mais exigente perante a qualidade do produto final e da qualidade de vida dos
animais.
A tecnologia de abate dos animais que são destinados ao consumo
humano, somente assumiu importância científica quando foi observado que os
eventos que se sucedem da propriedade rural até o abate tinham uma grande
influência direta na qualidade da carne. O excesso de agressividade no manejo
pré abate desencadeia um alto nível de estresse nos animais, comprometendo
seu bem-estar, acarretando em dor e sofrimento que pode ser percebido por meio
de contusões, fraturas e hematomas na carcaça dos animais. Em consequência
desses manejos inadequados além das perdas na carcaça, há também as perdas
no mercado, uma vez que os países importadores de carne estão dando
preferência por abatedouros que empregam técnicas humanitárias durante o
processo de abate.
No Brasil, apesar das atitudes em defesa do bem-estar animal parecerem
distantes, já é visível produtos ganhando espaço no mercado brasileiro por ter
suas origens relacionadas ao bem-estar animal. Em função da necessidade de
diminuir as perdas no abate ocasionadas principalmente com manejo inadequado
e também pela pressão exercida por grupos sociais, foi desenvolvido um conjunto
de procedimentos e técnicas que tem por objetivo garantir a redução do
sofrimento e melhorar o bem-estar dos animais no processo de abate.
Essas técnicas são denominadas Abate Humanitário, abrangendo não
somente ao abate do animal em si, mais também estão relacionadas as etapas de
pré-abate como o transporte até o abatedouro frigorífico, aspectos relacionados a
condução dos mesmos, embarque, desembarque, as operações de atordoamento
e finalizando com a sangria. O importante é que em todas as etapas os animais
sofram o menos possível e que sejam tratados sob condições humanitárias em
todos os períodos que antecedem sua morte.
xiii
Os abatedouros frigoríficos desenvolveram um conjunto de técnicas que
vem sendo cada vez mais utilizadas e aprimoradas no processo de abate dos
animais, que se inicia no transporte, por meio de veículos próprios e
colaboradores treinados para realizar tal atividade causando o mínimo possível de
estresse e transtornos aos animais, conduzindo-os das propriedades até o
frigorífico. Logo na chegada são desembarcados o mais rápido possível e
destinados aos currais de descanso aguardando o manejo para o abate. Este
manejo consiste na condução dos animais desde o curral de descanso onde são
submetidos a jejum e dieta hídrica, passando pela rampa de acesso ao boxe de
atordoamento até a sala de abate, onde serão insensibilizados, ficando
inconscientes para posteriormente ser realizada a sangria.
Existem basicamente, cinco problemas que acometem o bem-estar dos
animais no abatedouro frigorífico, sendo, falta de treinamento dos colaboradores
que os manejam, estresse provocado por equipamentos e métodos impróprios
que proporcionam excitação e contusões, transtornos que impedem o movimento
natural do animal, como água no piso, brilho de metais e ruídos de alta
frequência, falta de manutenção dos equipamentos como conservação dos
corredores e pisos e as condições precárias pelas quais os animais chegam ao
estabelecimento, principalmente devido ao transporte.
Neste contexto, objetivou-se descrever o processo e manejo adotado no
frigorífico desde a recepção dos animais até a sangria.
xiv
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Abate Humanitário e Bem-Estar Animal
O abate humanitário pode ser definido como o conjunto de procedimentos
técnicos e científicos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque
na propriedade rural até a operação de sangria na indústria frigorífica, este
processo engloba não somente a etapa de abate, mas também leva em
consideração todos os aspectos relacionados as etapas de pré abate, como o
embarque, transporte, métodos de acondicionamento, condução e operações de
atordoamento (Silva, 2012).
Já o bem estar-animal pode ser definido como a habilidade de
manutenção da condição corporal saudável dos animais, evitando o sofrimento
desnecessário dos mesmos. Existem alguns pontos a serem seguidos chamados
de cinco liberdades sendo, a liberdade fisiológica – livre de fome e sede, liberdade
ambiental – livre de desconforto, liberdade sanitária – livre de dor, ferimento e
doença, liberdade comportamental – livre para expressar seu comportamento
normal e liberdade psicológica – livre de medo e angústia. No Brasil esses
conceitos vêm sendo cada vez mais consolidados com a criação de leis e
decretos que visam o bem-estar animal e o abate humanitário nos sistemas de
criação, buscando um produto de qualidade atendendo com isso as exigências do
consumidor (Petroni et al., 2008).
As diretrizes brasileiras de bem-estar animal são realizadas e elaboradas,
tendo como base as recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal
(OMS). Essas recomendações abordam a necessidade de que durante o período
de pré abate e abate, os animais de produção não sofram, envolvendo alguns
pontos, tais como: os animais devem ser transportados somente se estiverem em
boas condições físicas; os animais que estiverem sem condições de se mover ou
machucados devem ser abatidos de forma humanitária imediatamente; os animais
não devem ser forçados a se movimentar além da sua capacidade natural
evitando com isso, quedas ou escorregões; é proibido o uso de objetos que
possam causar dor aos animais (Ludtke et al., 2012).
xv
O processo de abate representa um elevado grau de estresse ao animal,
desta forma, torna-se propício o desenvolvimento de diretrizes que proporcionam
ao animal um menor índice de estresse, essas diretrizes buscam por melhorias no
deslocamento, carregamento e descarregamento dos animais e também a
separação em grupos de acordo com a categoria, sexo e idade (Hernades et al.,
2009).
Durante a espera no frigorífico as necessidades básicas dos animais
devem ser supridas, como fornecimento de água, espaço e condições favoráveis
de conforto térmico, o abate deverá ser realizado com equipamentos adequados
para cada espécie e de forma humanitária. Em caso de falha no primeiro método
de insensibilização o equipamento de emergência deve estar disponível. Todo
estabelecimento de abate deve ter um responsável pelo bem-estar dos animais,
esse profissional deve possuir autoridade direta, a fim de identificar as prioridades
na rotina e determinar ações que supram as necessidades do bem-estar animal
(Ludtke et al., 2012).
2.2 Desembarque
Logo na chegada dos animais no abatedouro frigorífico, é realizada uma
verificação na documentação exigida como Guia de Transporte Animal (GTA) que
contém dados da fazenda e do município de origem, do proprietário, distância
percorrida, quantidade de animais, atestado de sanidade para Brucelose,
Tuberculose, Raiva entre outros. Também é realizada a verificação de ocorrência
de animais fraturados durante o transporte ou se há animais mortos, caso haja o
Serviço de Inspeção Federal (SIF) é comunicado imediatamente para que o
médico veterinário faça uma análise minuciosa, para tomar as medidas cabíveis
(Silva, 2011).
Ao chegar no abatedouro frigorífico além de cansados e estressados
devido o transporte e ao manejo submetidos no embarque, os animais chegam a
um ambiente estranho, portanto, o desembarque deve ser realizado de maneira
calma e controlada, de modo que isso seja fácil e possível para eles e para as
pessoas que os manejam. O desembarque dos animais deve ser realizado logo
xvi
após a chegada do caminhão no abatedouro frigorífico, no máximo dez minutos
após sua chegada. O ideal é que os animais desçam a passo e sem pressa,
evitando com isso que os mesmos caiam e também possíveis lesões. Se eles não
saírem naturalmente, deve-se estimular a saída através do uso da fala, batidas de
palma, bandeiras brancas ou com movimentos laterais do caminhão, jamais
utilizando choques ou objetos pontiagudos que possam acarretar em ferimentos
(Silva, 2012).
É importante ressaltar que os animais já chegam no local de
desembarque estressados, pois foram transportados em caminhões, em alguns
casos em números maiores que o ideal, onde os mesmos ficam apertados
podendo cair dentro do caminhão e ser pisoteados pelos outros animais podendo
até mesmo chegar a óbito, o que não é muito difícil de acontecer. Pode ocorrer
também de serem transportados em números menores que o ideal, onde esses
animais podem cair e se machucarem podendo também ser lançados nas laterais
do caminhão, além de permanecer sem comida e água (Branco, 2014).
Geralmente os animais são embarcados e transportados em caminhões
boiadeiros, com uma capacidade média de 20 animais cada um, porém essa
quantidade pode variar de acordo com o peso e tamanho dos animais. Se torna
necessário que os motoristas dos caminhões sejam conhecedores do bem-estar
animal para que possa realizar o transporte de forma correta, pois um manejo
realizado de forma incorreta, pode ocasionar em contusões no embarque, durante
a viajem, no desembarque e também no manejo realizado até a sangria
(Mioranza, 2008).
No frigorífico a rampa de desembarque deve conter um declive de 25
graus para facilitar a descida dos animais, o piso deve ser de material
antiderrapante, sem concavidades ou fendas que possam ferir os animais
(Branco, 2014).
Durante o desembarque dos animais, os procedimentos a serem
realizados deverão ser basicamente os mesmos adotados para o embarque na
fazenda, tendo uma atenção redobrada nas atividades a serem executadas, como
evitar o uso de equipamentos como bastões de choque ou ferrões para forçar os
animais a descer do caminhão. É fundamental que logo após o desembarque no
frigorífico, os animais tenham a sua disposição um local apropriado, sendo este,
xvii
um curral de espera onde permanecerão por um tempo suficiente para que se
acalmem e descansem da viajem, antes de serem encaminhados para a próxima
etapa do abate. É muito importante que ocorra a separação dos lotes no curral de
espera, evitando com isso que os animais se estressem cada vez mais e também
possíveis traumas que poderão resultar no comprometimento da qualidade do
produto final (Pereira & Lopes, 2006).
2.3 Curral de Chegada ou de Seleção
Os currais de chegada ou de seleção são destinados ao recebimento dos
animais, onde serão avaliados e separados em lotes de acordo com sexo, idade e
categoria. Devem ter um pequeno declive, sendo de dois graus para facilitar a
limpeza e desinfecção do ambiente, o piso pode ser construído de concreto
evitando ralos centrais, as cercas devem ter no mínimo dois metros de altura,
construídas com madeira ou outro material resistente, sem a presença de
proeminências como pregos, parafusos que possam machucar, causar contusões
ou danos a pele do animal. Devem ter disponível em cada curral um bebedor
podendo ser este construído do tipo cocho, de alvenaria, concreto armado ou de
aço carbônico, devem ser afastados com no mínimo 80 metros das dependências
onde se elaboram produtos comestíveis. Deve-se ter uma maior atenção voltada
para a quantidade de animais que são colocados em um lote, pois, a superlotação
nos currais aumenta o número de contusões e o estresse influência na qualidade
da carcaça(Macedo, 2007).
2.4 Curral de Observação
O curral de observação é destinado a receber os animais que foram
excluídos da matança por suspeita de doenças infectocontagiosas, onde serão
examinados e observados minuciosamente até que se conclua o diagnóstico.
Este curral deve estar localizado a cerca de três metros dos outros currais,
devendo ser de fácil acesso ao matadouro sanitário e departamento de necropsia,
de fácil higienização, limpeza e desinfecção, sendo facilmente identificados com a
xviii
cor vermelha e com os dizeres: Curral de Observação uso exclusivo da Inspeção
Federal (Macedo,2007).
2.5 Departamento de Necropsia
O departamento de necropsia é uma instalação frigorífica que é
constituída de uma sala de necropsia e um forno crematório, deve estar localizado
nas adjacências do curral de observação, uma vez que os animais que são
destinados para o mesmo, devem passar por período de observação antes de
receber tal fim e próximo também da rampa de desembarque para o caso de
chegada de animais mortos que para lá serão levados (Macedo,2007).
O departamento de necropsia tem por finalidade detectar a causa da
morte de animais que chegam ao estabelecimento mortos ou que morrem nos
currais e também para análise de animais que apresentem sinais de doenças
contagiosas graves. O animal e suas vísceras serão destinados a graxaria, onde
serão aproveitados somente para a fabricação de produtos que não são
destinados ao consumo, no caso de animais que após serem examinados e for
constatado doentes, estes serão queimados no forno crematório. Já o matadouro
sanitário é uma instalação destinada ao abate de emergência dos animais que
estavam com suspeita de doenças contagiosas e também daqueles que não
conseguem chegar a sala de abate por apresentarem fraturas ou com luxações
que os impeçam de se locomover (Morelatto &Ternoski,2010).
2.6 Curral de Matança
Os currais de matança são destinados a receber os animais que estão
aptos para receberem a matança normal. Ficam separados por uma passarela
dos currais de desembarque ou de seleção, devem ser construídos da mesma
forma, com mesmo declive, tamanho, iluminação, bebedouros entre outros. Os
animais que são considerados aptos para receber a matança normal, devem
permanecer nos currais de matança em jejum e dieta hídrica, até completarem as
xix
horas regulamentares de descanso conforme a distância por eles percorrida
(Morelatto &Ternoski,2010).
O período de descanso, jejum ou dieta hídrica é necessário para que os
animais se recuperem do desgaste sofrido desde o local de origem, transporte,
até o estabelecimento de abate. O período ideal é de 24 horas, porém esse tempo
pode ser reduzido de acordo com a distância percorrida. O descanso e a dieta
hídricatem como função principal reduzir a quantidade do conteúdo gástrico
intestinal, facilitando a evisceração da carcaça e diminuindo os riscos de
contaminação e também restabelecer as reservas de glicogênio muscular, pois
devido o estresse sofrido durante as várias etapas de manejo, essas reservas de
glicogênio são reduzidas antes do abate, sendo necessário o seu
restabelecimento. Durante este período é realizado a inspeção ante mortem com
a finalidade de identificar o estado higiênico e sanitário dos animais, identificar e
isolar os animais que apresentem suspeitas de doenças e também verificar as
condições higiênicas e sanitárias dos currais e anexos (Roça,2014).
2.7 Rampa de Acesso ao Boxede Atordoamento
Após serem submetidos ao descanso, jejum e dieta hídrica, os animais
são encaminhados ao boxe de atordoamento, devendo ser manejados de forma
cuidadosa, para que os riscos de ferimentos e estresse sejam os mínimos
possíveis. Outros fatores importantes que devem ser observados são quanto a
presença de pontos metálicos que possam provocar ruídos ou reflexos de grande
intensidade, locais escuros e pessoas aos redores que podem apresentar
barreiras, afetando com isso o avanço normal dos animais pela linha de abate. É
proibido espancar, empurrar, esticar, esmagar, torcer ou quebrar a cauda dos
animais ou atingi-los nos olhos (Silva,2011).
Na rampa de acesso ao boxe de atordoamento, são realizadas avaliações
visuais do estresse provocado no período ante mortem dos animais que propõe
avaliações de deslizamento, queda e mugidos dos animais. Quando o manejo dos
animais é realizado de forma tranquila, sem correria, gritos, ferrões e bastões
elétricos, torna-se quase que impossível que os mesmos caiam ou escorreguem
xx
durante o trajeto, por esses motivos é essencial que o piso por onde os animais
caminham durante o trajeto sejam de piso antiderrapante (Trecenti, 2013).
Durante o acesso ao boxe de atordoamento deve ser realizado o banho
de aspersão,a rampa de acesso deve dispor de chuveiros transversais, laterais e
longitudinais, orientando os jatos para o centro, tendo uma pressão não inferior a
três atm (atmosferas), de modo que os jatos sejam em forma de ducha, a água
deve ser hiperclorada, e a largura da rampa deve ser de no mínimo três metros
(Macedo, 2007).
O banho de aspersão tem como função principal a higienização dos
animais, e tem sido apontado com atividade muito importante em favor da
qualidade da carne, pois além de retirar grande parte da sujidade presente na
pele dos animais também tem efeito favorável sobre a vasoconstrição periférica e
vaso dilatação interna sobre o ato da sangria. É recomendável que eles
permaneçam alguns minutos na rampa de acesso do boxe de atordoamento para
secar a pele, pois é impossível realizar uma esfola higiênica se o couro do animal
estiver excessivamente úmido (Morelatto &Ternoski,2010).
2.8 Seringa
A seringa é o local subsequente do banho de aspersão, devendo ser
construída em forma de V, permitindo a passagem de apenas um animal por vez
e impedindo que consigam se virar numa tentativa de retornar ao corredor,
ocorrendo o afunilamento final da rampa de acesso ao boxe de atordoamento.
Deve possuir rampa com piso antiderrapante, dividida por porteiras, se possível,
do tipo guilhotina, facilitando o manejo dos mesmos, paredes impermeabilizadas
com cimento liso, sem apresentar bordas ou extremidades salientes. Para serem
conduzidos ao boxe de insensibilização, os animais devem passar por uma
situação de grupo, estando livres para realizar movimentos no corredor, onde
posteriormente formará uma fila única na seringa de abate (Morelatto
&Ternoski,2010).
2.9 Atordoamento ou Insensibilização
xxi
Esta etapa do abate é fundamental, pois irá garantir os princípios
humanitários, onde os animais ficaram inconscientes durante o processo estando
livres do sofrimento desnecessário e também irá facilitar a operação de manejo e
sangria, tendo como função primordial a insensibilização imediata e profunda da
consciência do animal, evitando o sofrimento durante o sacrifício. O atordoamento
além de proteger os funcionários de possíveis acidentes e imobilizar o animal, tem
grande importância no bem-estar animal, tendo como propósito que o animal fique
inconsciente de maneira que não sinta dor durante a operação subsequente que é
a sangria, além de facilitar a inserção da faca, ocorrendo com isso uma sangria de
forma precisa, segura e rápida, levando o animal a uma morte rápida (Morelatto
&Ternoski,2010).
A insensibilização ou atordoamento pode ser considerada a primeira
operação do abate propriamente dita, pois se consiste em colocar os animais em
um estado de inconsciência que perdure até o fim da sangria (Silva,2011).
A eficácia deste processo depende de alguns fatores, tais como o
equipamento utilizado, da adequada manutenção dos mesmos e dos cuidados
durante o seu uso, mantendo o seu bom estado de conservação. Os operadores
que realizam a insensibilização, devem ser competentes e passar por um
treinamento para que realize tal função de maneira correta e com eficiência. Após
o atordoamento, pode-se determinar se o animal está bem insensibilizado,
verificando alguns reflexos como, entrar em colapso e não mostrar nenhum sinal
de respiração rítmica,cabeça estendida e a posição do globo ocular fixa, animais
inconscientes apresentam mandíbula inferior relaxada, sem reflexo corneal,
coração batendo normalmente, língua caída para fora da boca com os músculos
relaxados, movimentos das patas poderão ocorrer, deve-se ignorar e observar
somente a cabeça, que deverá estar morta (Morelatto &Ternoski,2010).
O atordoamento dos animais representa apenas uma das diversas etapas
do processo dentro da indústria, e uma demora ou até mesmo uma falha nesta
etapa de abate, pode afetar todo o restante do processamento (Gueirado, 2009).
Após o atordoamento o animal é liberado e cai na praia de vômito, onde
ocorre a lavagem da região perianal com água hiperclorada caso necessário, com
objetivo de eliminar fezes que poderão contaminar a carcaça nas operações
xxii
subsequentes. Posteriormente faz-se a verificação dos reflexos citados
anteriormente para que se tenha a certeza da insensibilização, caso o animal
apresente algum dos reflexos é feito a repetição do processo com um novo
disparo, e finalmente o animal é içado pela pata traseira esquerda por uma
corrente até a nórea (Silva,2011).
O piso da praia de vômito deve ser revestido com uma grade metálica,
localizada à saída do boxe de insensibilização, removível para facilitar a
higienização e construída de tubos galvanizados, facilitando a drenagem dos
resíduos liberados do vômito e demais procedimentos de higienização (Bredt,
2011).
2.9.1 Métodos de insensibilização
Os métodos de insensibilização mais utilizados no Brasil são os
mecânicos, que podem ser do tipo insensibilização por dardo cativo com
penetração e insensibilização por dardo cativo sem penetração (Charro,2014).
As principais falhas desses métodos estão relacionadas com a falta de
manutenção dos equipamentos e cansaço dos funcionários. O local ideal para se
realizar o disparo é no plano frontal da cabeça do animal, na interseção de duas
linhas imaginárias que vão da base do chifre até o olho do lado oposto da cabeça,
quando o disparo não é realizado neste local, corre o risco de uma
insensibilização mal feita ou do animal voltar a consciência mais rápido, sendo
necessário com isso que o posicionamento da pistola permita que o dardo ou a
força do impacto atinja as principais estruturas cerebrais que são as responsáveis
por deixar o animal inconsciente, sendo o córtex cerebral, tronco encefálico e
cerebelo.A angulação e localização do disparo no atordoamento com pistola de
dardo cativo sem penetração se torna mais importante, pois as injúrias causadas
por esse tipo de atordoamento são menores que as causadas no dardo cativo
com penetração. A lesão causada pela insensibilização com dardo cativo sem
penetração é denominada contusão cerebral, esse método pode causar uma
rápida aceleração ou desaceleração da cabeça do animal, sem perfurar ou
fraturar o crânio (Neves,2008).
xxiii
2.10 Sangria
A sangria deve ser feita logo após a insensibilização do animal, para
provocar um rápido e mais completo possível escoamento do sangue antes que o
animal recupere a sensibilidade, fazendo a secção da barbela e posteriormente o
rompimento dos grandes vasos (artéria carótida e veia jugular). Quando realizada
com pistola de dardo cativo com penetração, o tempo máximo recomendado entre
o intervalo de uma operação e outra é de um minuto, se for realizado com pistola
de dardo cativo sem penetração, este tempo cai pela metade. O sangue deve ser
recolhido por meio de uma canaleta de sangria, devendo o animal permanecer
içado por no mínimo três minutos para remoção máxima do sangue, não sendo
permitindo qualquer outra operação nesse intervalo de tempo. Existem vários
fatores que podem ser responsáveis pela eficiência do processo de sangria,
podendo citar o método de atordoamento, o intervalo entre o atordoamento e a
sangria e o estado físico do animal antes do abate (Silva,2012).
Durante o processo de sangria, duas facas são utilizadas, uma para
abertura da barbela e outra para o corte dos vasos, ambas de cores diferentes,
após cada operação as facas são higienizadas e esterilizadas porimersão em
esterilizadores com temperatura mínima da água de 83° C por no mínimo 15
segundos para que seja usada novamente em outro animal, este procedimento de
troca de faca é realizado para evitar que contaminações de pele e pelo do animal
seja levado para a musculatura (Silva,2011).
A quantidade de sangue presente no corpo de um bovino é estimado em
6,4 a 8,2 litros/100 kg de peso vivo. Numa boa sangria, necessária para a
obtenção de uma carne com adequada capacidade de conservação é removida,
cerca de 60% do volume total de sangue, sendo que o restante fica retido nas
vísceras (20 a 25%) e nos músculos (10%). Para obtenção de um produto final de
qualidade, é indispensável que seja removido a maior quantidade de sangue
possível durante o processo de sangria, pois, uma carcaça mal sangrada,
apresenta aspecto desagradável, além de se constituir em um excelente meio de
cultura para o crescimento de microrganismos (Trecenti, 2013).
xxiv
Todos os procedimentos acima citados, além de diminuir o sofrimento dos
animais que serão abatidos, também são muito importantes economicamente,
pois atualmente os melhores compradores de carne do país, exigem que o bem-
estar animal seja empregado, além é claro de se ter uma carne de melhor
qualidade, reduzindo com isso, a quantidade de animais com carne DFD (dura,
seca e escura) (Branco, 2014).
xxv
3 RELATÓRIO DE ESTÁGIO
3.1 Caracterização da Empresa
O estágio curricular obrigatório foi realizado na empresa Qualifrig
Alimentos S/A, Iporá/Go, localizada na Rodovia Go 221, km 3, Zona Rural, sob
supervisão do Médico Veterinário Cláudio Roberto de Souza Ribeiro, no período
de 21 de julho a 26 de setembro de 2014, totalizando 300 horas.
O abatedouro frigorífico possuía capacidade para abater 228 animais em
um turno de produção, com aproximadamente150 colaboradores distribuídos em
diversos segmentos. A unidade além de matadouro/frigorífico, possuía seções de
bucharia, triparia, miúdos e graxaria.
A indústria fornecia produtos somente para o mercado interno, em função
da falta de estrutura exigida pelo Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento (MAPA) para a comercialização no mercado externo, no entanto, o
frigorífico estava passando por reformas para se enquadrar nas normas de
exportação.
A empresa Qualifrig Alimentos S/A(Figura 1), prezava pela excelência em
qualidade dos seus produtos, promovendo treinamentos com seus colaboradores,
desde o desembarque dos animais até a expedição das peças que eram
destinadas a diversos estados, visando sempre atualizar seus funcionários quanto
a exigência do mercado consumidor.
As principais fontes de abastecimento da indústria estavam localizadas
nos municípios de Iporá, Amorinópolis, Rio Verde, Montividiu, Jataí e Caiapônia, e
os principais compradores estavam nos estados doPará, Ceará, Recife, São
Paulo e Rio de Janeiro,além de outros estados, porém, em menor escala.
xxvi
Figura 1. Empresa Qualifrig Alimentos S/A. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.
3.2 Desembarque
Logo na chegada dos caminhões no abatedouro/frigorífico se realizava
uma verificação do local de onde os animais estavam vindo pelo guarda que
ficava na portaria, em seguida o portão de entrada da empresa era liberado para
que o caminhão adentrasse a mesma.
Os caminhões boiadeiros antes de entrarem na indústria, eram pesados e
após o descarregamento dos animais, realizando posteriormente o cálculo do
peso líquido da carga. Os caminhões eram adequados ao transporte de bovinos
com piso antiderrapante.
O caminhão logo na entrada se posicionava rente a rampa de desembarque como
pode ser visualizado na figura 2 ,onde um agente do SIF realizava a conferência
de toda a documentação como Guia de Transporte Animal (GTA),onde verificava-
xxvii
se os dados da fazenda e do município de origem, dados do proprietário,
distância percorrida, quantidade de animais, atestado de sanidade para
Brucelose, Tuberculose, Raiva e a nota fiscal. Também realizava-se uma
avaliação visual nos animais antes de serem desembarcados como, a ocorrência
de animais fraturados ou mortos, se fraturados eram destinados a um curral de
observação, e o médico veterinário do SIF era comunicado imediatamente sobre
tal ocorrido para realizar uma análise minuciosa da situação e tomar as decisões
cabíveis, se mortos, eram destinados a sala de necropsia e posteriormente
queimados no forno crematório.
Figura 2. Caminhão boiadeiro posicionado rente a rampa de desembarque. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.
Os motoristas dos caminhões boiadeiros responsáveis por transportar os
animais, passaram por um treinamento e foi elaborada uma minuta documental,
constando o endereço da propriedade, o nome do proprietário, a quantidade de
animais, o sexo e um espaço em branco onde era descrito os manejos que foram
adotados na fazenda, e caso fosse adotado métodos agressivos que
machucassem os animais, os mesmos eram descritos detalhadamente na minuta
e era entregue para que o proprietário dos animais assinasse, caso ocorresse do
mesmo se recusar a assinar, a documentação era levada para o
abatedouro/frigorífico sem a assinatura do proprietário e entregue ao gerente
geral.
xxviii
Quando os animais passavam pela seção de retirada do couro, era
quando se notava a quantidade de hematomas e ferimentos na carcaça causados
por manejos agressivos. Sendo que essas carcaças eram destinadas a um
compartimento separado dentro da indústria, e passada posteriormente por uma
avaliação minuciosa pelo médico veterinário do SIF, onde geralmente, quando
muito contundas, eram destinadas a graxaria, tendo com isso a perda total da
carcaça. Quando ocorria tal eventualidade, alguém tinha que se responsabilizar
pelo prejuízo, sendo o proprietário ou o motorista responsável pelo transporte, e,
com a minuta feita e assinada pelo proprietário o motorista teria como provar que
não foi erro dele, e sim por manejo inadequado realizado na propriedade,
passando com isso, a responsabilidade para o dono os animais.
3.3 Curral de Chegada ou Seleção
Após desembarcados no frigorífico, os animais eram destinados ao curral
de chegada ou curral de seleção sendo separados em lotes, de acordo com a
idade, sexo e categoria, como pode ser visto na Figura 3 onde permaneciam em
descanso em tempo determinado de acordo com a distância percorrida durante a
viajem.
O estabelecimento possuía 12 currais, sendo seis de chegada e seis de
matança, ambos com 96 m², sendo 2,5 m² por animal, totalizando uma
capacidade de 38 animais por curral. Os bebedouros dos currais eram de
cimento, porém estavam sendo trocados aos poucos por bebedouros de aço
carbônico, todos os bebedouros possuíam bóias para regular o nível da água e
para não deixar faltar. O piso era de concreto armado, as cercas possuíam
mourões de madeira e nove cabos de aço, com altura de dois metros, e não
possuíam ralos centrais, sendo que o escoamento da água era realizado através
de canaletas laterais.
xxix
Figura 3. Animais no curral de chegada ou de seleção. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.
3.4 Curral de Observação
O curral de observação de uso exclusivo do SIF, destinado unicamente a
receber animais que na inspeção ante mortem foram excluídos da matança
normal por suspeita de alguma doença.
O curral de observação da empresa era afastado dos currais de chegada
ou de seleção, sendo, três metros de distância. Era construído de alvenaria e as
laterais dos corredores eram de cilindros de ferro, sendo que o último cilindro era
pintado da cor vermelha para efeito de identificação e os outros da cor branca.
Logo na entrada do curral havia uma placa de identificação com os seguintes
dizeres: curral de observação uso exclusivo o SIF como pode ser visto na Figura
4.
xxx
Figura 4. Curral de observação de uso exclusivo do Serviço de Inspeção Federal. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.
3.5 Departamento de Necropsia e Matadouro Sanitário
O departamento de necropsia da empresa localizava-se próximo a rampa
de desembarque e dos currais de observação, o que tornava o manejo dos
animais mais fácil,caso houvesse a necessidade de levar algum animal para tal
fim. Era construída de alvenaria com paredes azulejadas, janela telada, piso
impermeável e com um leve declive voltado ao ralo de escoamento central. Neste
departamento existiam alguns instrumentos necessários como uma pistola para
insensibilização de dardo cativo com penetração e também uma serra de peito
como pode ser visualizado na Figura 5.
A sala de necropsia dava acesso ao forno crematório como pode ser
visualizado a Figura 6, este forno quando utilizado era alimentado a lenha, onde o
animal era colocado dentro do mesmo sobre barras de ferro, e as lenhas eram
colocadas abaixo do animal.
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Figura 5. Equipamentos utilizados na sala de necropsia. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.
Figura 6. Forno crematório. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.
3.6 Curral de Matança
Após a avaliação visual realizada pelo médico veterinário e constatado
xxxii
por ele que os animais estavam aptos a matança normal, os mesmos eram
destinados ao curral de matança, onde permaneciam até o próximo passo como
pode ser visualizado na figura 7.
Os currais de matança possuíam o mesmo dimensionamento e a mesma
capacidade que os currais de chegada ou de seleção, sendo de 38 animais por
curral totalizando 228 animais, sendo a quantidade máxima que podia ser abatida
diariamente, pois as câmaras frias não suportavam números superiores.
Figura 7. Animais no período de descaso nos currais de matança. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.
Os animais após serem destinados ao curral de matança passavam por
um período de descanso, jejum e dieta hídrica, sendo respeitado o período de 12
a 24 horas dependendo da distância, para que os animais se restabelecessem do
estresse sofrido durante a viajem e também devido os vários manejos que eram
submetidos desde a propriedade rural até o frigorífico. Como no frigorífico a
quilometragem máxima que se realizam as compras dos animais era de 200 km,
não excedendo duas horas de viajem esse período era de 12 horas. A empresa
tinha essa quilometragem limitada devido o valor pago pelo frete, uma vez que,
quanto mais distante, maior seria o valor pago.
xxxiii
Esse período de descanso era essencial para que a evisceração fosse
facilitada devido o esvaziamento do trato gastrintestinal, evitando assim o
rompimento das vísceras e diminuindo o risco de contaminação da carcaça. Este
fator tornava a sangria mais abundante e eficiente, facilitava a esfola, além de que
o período de descanso favorecia a reposição de glicogênio muscular e a queda do
pH na transformação de músculo em carne. Os animais permaneciam durante
esse período sem se alimentar, ficando em jejum recebendo apenas uma dieta
hídrica para que não se desidratassem.
Todos os currais possuíam aspersores, sendo dois em cada lateral,
totalizando quatro, sempre que os animais fossem destinados aos currais, esses
aspersores eram ligados para que os animais se tranquilizassem, ajudando
também a diminuir a temperatura dos mesmos, pois devido ao estresse sofrido, o
aperto dentro do caminhão transportador e o tempo que permaneciam sob essas
condições a temperatura se elevava, além de fazer uma pré limpeza no couro.
3.7 Rampa de Acesso ao Boxe de Atordoamento
A rampa de acesso ao boxe de atordoamento da empresa, possuía
parede lateral direita feita de alvenaria, pois era o local de maior fluxo de
colaboradores, sendo que o corredor que dava acesso aos departamentos da
indústria seguia juntamente com a rampa, sendo divididos pela parede, evitando
com isso que os animais se assustassem e se estressem ao ter contato com
pessoas. Já a lateral esquerda da rampa era composta por cercas de cabo de
aço, sendo dez cabos dispostos um sobre o outro, possuindo dois metros de
altura como pode ser visualizado na figura 8. A cerca de cabo de aço, favorecia
os colaborados responsáveis pelo curral durante o manejo com os animais, uma
vez que nem todos os animais seguiam corretamente o percurso. Quando ocorria
de um ou outro animal não subir na rampa, os colaboradores utilizavam uma
bandeira branca para guiá-los até o boxe.
xxxiv
Figura 8. Rampa de acesso ao boxe de atordoamento. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.
No final da rampa de acesso ao boxe de atordoamento tinha um
compartimento antes da seringa chamado de banheiro de aspersão, onde possuía
chuveiros transversais, laterais e longitudinais, orientando os jatos para o centro
do banheiro como pode ser visualizado na Figura 9. A pressão da água era de
três atm, e a água era hiperclorada a 15 ppm., este banho tinha como objetivo a
redução da flora contaminante da pele, minimizando os riscos de possíveis
contaminações durante esfola.
Os animais permaneciam no banho de aspersão por cinco minutos, logo
após os chuveiros eram desligados e os mesmos permaneciam por cerca de 15
minutos na rampa de acesso ao boxe de atordoamento para escorrimento de
uma parte da água do couro do animal, diminuindo as contaminações nas
atividades subsequentes.
xxxv
Figura 9. Animais durante o banho de aspersão. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.
3.8 Seringa
Após o banho de aspersão, os animais permaneciam na seringa até que
fossem destinados a sala de atordoamento. Essa seringa era construída em
forma de V, onde na sua porção final era totalmente afunilada, para que os
animais permanecessem em fila, sem conseguir se virar e provocar transtornos e
tumultuo ao ambiente, era construída de alvenaria, e sem qualquer tipo de
extremidades salientes que podiam acarretar em ferimento nos animais como
pode ser visto na figura 10.
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Figura 10. Afunilamento na porção final da seringa. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.
3.9 Atordoamento ou Insensibilização
O atordoamento é de fundamental importância para que os animais sejam
abatidos de forma humanitária, livrando-os de dor e sofrimento desnecessário,
este é um período em que o animal fica inconsciente, porém com seus órgãos
vitais ainda estão em funcionamento.
Na empresa, assim que liberada a entrada do animal para a sala de
atordoamento, o mesmo permanecia de pé, sem visão lateral, facilitando o
manejo. Logo em seguida, a pistola era posicionada na fronte do animal como
pode ser visualizado na Figura 11, onde era traçada uma linha imaginária entre os
chifres e olhos dos animais, com posterior disparo entre a junção das linhas. O
atordoamento era realizado por profissional altamente capacitado e treinado para
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realizar tal função, geralmente o atordoamento era realizado com sucesso, com
somente um disparo, porém acontecia do animal se mover muito, ser mais
estressado, estar mais agitado, e o disparo não ser realizado no local adequado,
caso ocorresse, um novo disparo era realizado.
Figura 11. Posicionamento da pistola antes do disparo. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.
Logo após, o alçapão era liberado e o animal caia na área de vômito
como pode ser visualizado na figura 12, local que permanecia para que fosse
realizada a lavagem do reto, caso necessário, com água hiperclorada, evitando
com isso possíveis contaminações do produto nas atividades
subsequentes.Também era realizado neste momento uma avaliação visual,
verificando alguns reflexos para se ter a certeza que o animal estava bem
insensibilizado, como língua para fora, ausência de respiração rítmica, cabeça
estendida, posição do globo ocular fixo, mandíbula inferior relaxada, caso
ocorresse de algum desses sentidos ainda estar em funcionamento, um novo
disparo era realizado.
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Figura 12. Animal na área de vômito. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.
Posteriormente era realizado o içamento do animal pela pata direita, com
o auxílio de uma peia composta por uma corrente de ferro e um feixe também de
ferro como pode ser visto na figura 13, em seguida a nórea era acionada e o
animal após totalmente aéreo, era destinado a calha de sangria para posterior
atividade.
xxxix
Figura 13. Içamento do animal pela pata direita. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.
3.9.1 Métodos de insensibilização
O método mais utilizado para insensibilização de bovinos no Brasil é o
mecânico, podendo ser insensibilização por dardo cativo com penetração, e
insensibilização por dardo cativo sem penetração.
O método utilizado na empresa era a insensibilização por dardo cativo
com penetração, onde ocorria após o disparo, a penetração de uma fenda
metálica na fronte do animal, atingindo o cérebro, deixando-o inconsciente para
posterior sangria.
A pistola de insensibilização recebia manutenção semanal, ou sempre
que necessário, caso estragasse durante o processo. A manutenção era realizada
pelo encarregado da manutenção elétrica do estabelecimento, profissional
altamente capacitado para estar realizando não só a manutenção da pistola, mais
também de todos os maquinários elétricos pertencentes a empresa.
xl
3.10 Sangria
Após a insensibilização os animais passavam pelo processo de sangria,
onde era respeitado o tempo máximo de um minuto da insensibilização até a
ruptura dos grandes vasos.
O corte do couro era realizado com uma faca de cabo amarelo, queera
destinada ao manuseio da parte exterior dos animais, como esfola, retirada dos
chifres, patas, entre outros.
A faca era retirada do esterilizador, com temperatura mínima de 82,5°C,
devidamente esterilizada, posteriormente era realizado o corte do couro da
barbela até o peito do animal sem tirar a faca, realizando um único corte, evitando
com isso qualquer tipo de contaminação. Após o corte, a faca era lavada com
água fria, em seguida o colaborador passava na chaira e colocava dentro do
esterilizador novamente, retirando a faca de cabo branco para realizar a ruptura
dos grandes vasos, essa faca era utilizada somente com as partes que entravam
em contato com o produto comestível, posteriormente também era lavada,
passada na chaira e colocada no esterilizador novamente. Este processo era
realizado a cada troca de animal, para que não ocorresse de levar qualquer tipo
de contaminação de um animal para o outro.
O animal permanecia na calha de sangria durante três minutos como
pode ser visualizado na Figura 14, eliminando o máximo de sangue possível, e
posteriormente era realizado a esfola dos mesmos, seguindo o restante da linha
de abate até a comercialização do produto final.
xli
Figura 14. Animais na calha de sangria. Fonte: Arquivo Pessoal, 2014.
xlii
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os animais ao serem desembarcados devem passar por uma rigorosa
avaliação, observando se estão ou não aptos a matança normal, sendo
destinados aos currais de observação e posteriormente para os currais de
matança, onde passarão por um período de descanso, jejum e dieta hídrica. No
final deste período os animais devem ser conduzidos pela rampa de acesso ao
boxe de atordoamento, com a realização do banho de aspersão.
Posteriormente devem ser conduzidos ao boxe de atordoamento onde
serão insensibilizados para prosseguirem a próxima etapa do abate a sangria,
evitando com isso que os animais sintam dor desnecessária. Todas as etapas
desde o desembarque até a sangria, devem ser realizadas de maneira calma e
tranquila, visando sempre o bem-estar, evitando que os mesmos se estressassem
desnecessariamente o que pode acarretar em sérias contusões na carcaça.
O estágio curricular obrigatório teve uma grande importância,
principalmente no que diz respeito a conviver e lidar com as pessoas, além de
contribuir para o crescimento profissional, vendo na prática o que foi discutido
durante minha vida acadêmica.
xliii
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