View
214
Download
0
Tags:
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Malinowski Argonautas Introducao Objeto Metodo e Alcance Desta Investigacao
Citation preview
Os A
rgona
utas d
o Pac
fico O
ciden
tal
Bron
islaw
Mali
novsk
i
Intro
du
o: o
bjec
to, m
tod
o e a
lcan
ce d
esta
inve
stiga
o
I
As
popu
la
es c
oste
iras
das
Ilh
as d
os M
ares
do
Sul
, co
m m
uit
o ra
ras
exce
pe
s, s
o, o
u er
am a
ntes
da
sua
exti
no
, per
itas
em
nav
ega
o e
com
r-
cio.
Alg
umas
del
as d
esen
volv
eram
exc
elen
tes
tip
os
de c
anoa
s d
e na
vega
o
em a
lto
mar
, nas
qua
is e
mba
rcav
am p
ara
expe
di
es c
omer
ciai
s di
stan
tes
ou
incu
rse
s de
gue
rra
e co
nqui
sta.
Os
Pap
ua-M
elan
sio
s, q
ue h
abit
am a
cos
ta e
as
ilh
as lo
ngn
quas
da
Nov
a G
uin
, n
o s
o e
xcep
o
a es
ta r
egra
. T
rata
-se,
de
um
mo
do
gera
l, d
e m
arin
heir
os c
oraj
osos
, ar
tes
os h
abil
ido
sos
e ne
go-
cian
tes
argu
tos.
Os
cent
ros
de m
anuf
actu
ra d
e ar
tigo
s im
port
ante
s, c
omo
a ce
rm
ica,
ins
trum
ento
s d
e pe
dra,
can
oas,
ces
tari
a fi
na s
orn
amen
tos
vali
osos
, di
stri
buem
-se
po
r di
fere
ntes
loc
ais,
de
acor
do c
om
a h
abil
idad
e do
s ha
bita
n-te
s, a
tra
di
o tr
ibal
que
her
dara
m o
u as
con
di
es p
rop
cias
ofe
reci
das
pela
re
gio
; po
r is
so, e
stes
pro
duto
s s
o co
mer
cial
izad
os a
trav
s d
e va
stas
reg
ies
, ch
egan
do a
per
corr
er-s
e ce
nten
as d
e qu
ilm
etro
s.
Ent
re a
s v
rias
tri
bos
esta
bele
cera
m-s
e fo
rmas
de
troc
as d
efin
idas
ao
long
o de
rot
as c
omer
ciai
s pr
ecis
as. U
ma
das
form
as d
e co
mr
cio
inte
rtri
bal
mai
s no
tve
l a
que
exi
ste
entr
e os
Mot
u de
Por
t Mor
esby
e a
s tr
ibos
do
Gol
fo
de P
apu
a. O
s M
otu
nave
gam
cen
tena
s d
e qu
ilm
etro
s em
can
oas
pesa
das
e de
saje
itad
as c
ham
adas
laka
toi,
que
tm
vel
as c
arac
ter
stic
as e
m f
orm
a de
ten
a-ze
s de
car
angu
ejo.
Tra
zem
cer
mic
a e
orna
men
tos
feit
os c
om c
onch
as -
e an
ti-
gam
ente
tra
ziam
lm
inas
de
ped
ra -
p
ara
os P
apua
s d
o G
olfo
, do
s qu
ais
obt
m,
em t
roca
, sag
e
as p
esad
as c
anoa
s es
cava
das
em t
ronc
os d
e r
vore
, qu
e m
ais
tard
e ut
iliz
am p
ara
a co
nstr
uo
das
suas
laka
toi1 .
M
ais
a L
este
, na
cost
a S
ul,
vive
a p
opul
ao
mar
tim
a e
dili
gent
e do
s M
ailu
, qu
e li
ga o
ext
rem
o or
ient
al d
a N
ova
Gui
n
s tr
ibos
da
cost
a C
entr
al,
atra
vs
de e
xped
ie
s co
mer
ciai
s an
uai
s2. P
or
fim
, os
nati
vos
das
ilha
s e
dos
arqu
ipl
agos
dis
pers
os p
elo
Ext
rem
o O
rien
tal,
man
tm
con
stan
tes
rela
es
co
mer
ciai
s en
tre
si. O
livr
o d
o P
rof.
Sel
igm
an o
fere
ce-n
os u
ma
exce
lent
e de
s-cr
io
des
te te
ma,
esp
ecia
lmen
te d
as r
otas
com
erci
ais
mai
s pr
xim
as e
ntre
as
18
Etim
olog
ia
vri
as i
lhas
hab
itad
as p
elos
Mas
sim
do
Sul
3.
Exi
ste,
tod
avia
, out
ro s
iste
ma
com
erci
al m
uito
ala
rgad
o e
alta
men
te c
ompl
exo,
que
inc
lui
nas
suas
ram
ifi-
ca
es,
no
s
as i
lhas
pr
xim
as d
o E
xtr
emo
Ori
enta
l, m
as t
amb
m
as
Lui
sad
as,
a Il
ha d
e W
oo
dla
rk, o
Arq
uip
lago
de
Tro
bri
and
e o
gru
po
de
Ent
reca
stea
ux, p
enet
rand
o no
con
tine
nte
da
Nov
a G
uin
e in
flue
ncia
ndo
indi
-re
ctam
ente
vr
ias
regi
es
dist
ante
s, c
omo
a Il
ha d
e R
osse
l e
algu
mas
par
tes
da c
osta
Nor
te e
Sul
da
Nov
a G
uin
. Est
e si
stem
a co
mer
cial
, o K
ula,
o
tem
a qu
e m
e pr
opon
ho d
escr
ever
nes
te v
olu
me
e to
rnar
-se-
ev
iden
te q
ue s
e tr
ata
de u
m f
enm
eno
econ
mic
o de
con
side
rve
l im
port
nci
a te
ric
a. R
eves
te-s
e de
um
sig
nifi
cado
ext
rem
o n
a vi
da t
riba
l do
s na
tivo
s qu
e vi
vem
den
tro
do
seu
circ
uito
, se
ndo
a su
a im
port
nci
a to
talm
ente
rec
onhe
cida
pel
os p
rpr
ios,
cuj
as
idi
as,
ambi
es
, de
sejo
s e
vaid
ades
est
o d
irec
tam
ente
rel
acio
nado
s co
m o
K
ula.
n A
ntes
de
pros
segu
ir c
om a
des
cri
o d
o K
ula,
ser
co
nven
ient
e fa
zer
um
a de
scri
o
dos
mt
odos
uti
liza
dos
na
reco
lha
do m
ater
ial e
tnog
rfi
co. E
m q
ual
-qu
er r
amo
do
conh
ecim
ento
, os
resu
ltad
os d
e u
ma
pesq
uisa
cie
ntf
ica
deve
m
ser
apre
sent
ados
de
man
eira
tota
lmen
te n
eutr
a e
hone
sta.
No
oco
rrer
ia a
nin
-gu
m f
azer
um
a co
ntri
bui
o e
xper
imen
tal n
o m
bito
da
cin
cia
fsi
ca o
u qu
-m
ica
sem
dar
con
ta d
etal
hada
de
todo
s os
pas
sos
das
expe
rin
cias
que
efe
c-tu
ou, u
ma
desc
ri
o ex
acta
dos
ins
trum
ento
s ut
iliz
ados
, da
man
eira
com
o as
ob
serv
ae
s fo
ram
con
duzi
das,
do
seu
nm
ero,
da
quan
tida
de d
e te
mpo
que
lh
e fo
i ded
icad
o e
do
grau
de
apro
xim
ao
com
o q
ual
cad
a m
edid
a fo
i rea
li-
zada
. Nas
ci
ncia
s m
enos
exa
ctas
, co
mo
na B
iolo
gia
ou
na G
eolo
gia;
ist
o n
o
pode
ser
feit
o de
for
ma
to
rigo
rosa
, mas
qua
lque
r es
tudi
oso
far
o s
eu m
elho
r de
man
eira
a f
orne
cer
ao l
eito
r todas
as
cond
ie
s em
que
as
expe
rin
cias
ou
obse
rva
es
fora
m e
fect
uada
s. L
amen
tave
lmen
te, n
a E
biog
rafi
a, o
nde
a ap
re-
sent
ao
des
inte
ress
ada
dess
a in
form
ao
se
torn
a ta
lvez
ain
da m
ais
nece
ss-
ria,
isto
nem
sem
pre
tem
sid
o de
vida
men
te e
xpli
cita
do e
mui
tos
auto
res
lim
i-ta
m-s
e a
apre
sent
ar o
s da
dos
adqu
irid
os, f
azen
do-o
s em
ergi
r, p
eran
te n
s, a
pa
rtir
da
mai
s co
mpl
eta
obsc
urid
ade,
sem
qua
lque
r re
fer
ncia
aos
pro
cess
os
util
izad
os p
ara
a su
a aq
uisi
o.
S
eria
fc
il ci
tar
obra
s de
gra
nde
repu
ta
o e
de c
unho
cie
ntf
ico
reco
-nh
ecid
o, e
m q
ue s
omos
con
fron
tado
s co
m g
ener
aliz
ae
s p
or
atac
ado,
sem
qu
alqu
er i
nfor
ma
o r
elat
iva
s e
xper
inc
ias
que
con
du
zira
m o
s au
tore
s s
su
as c
oncl
use
s. N
o
enco
ntra
mos
a
nen
hu
m c
apt
ulo
ou
par
graf
o es
pe-
cial
ded
icad
o
desc
ri
o da
s co
ndi
es
sob
as q
uais
as
obse
rva
es
fora
m
efec
tuad
as e
as
info
rma
es
reco
lhid
as. O
ra e
u pe
nso
que
a li
nha
que
sepa
ra
os r
esul
tado
s d
a ob
serv
ao
dir
ecta
e a
s de
clar
ae
s e
inte
rpre
ta
es n
ativ
as
das
infe
rnd
as
do
auto
r bas
ead
as n
o se
u se
nso
com
um
e c
apac
idad
e de
pe
netr
ao
psi
col
gica
4 s
pod
e se
r tr
aad
a co
m b
ase
ness
as f
onte
s et
no-
grf
icas
de
inqu
esti
onv
el v
alo
r cie
ntf
ico.
Na
verd
ade,
um
sum
rio
com
o o
milia
no.bl
ogsp
ot.co
m
que
est
inc
lud
o n
o qu
adro
aba
ixo
(Div
. IV
des
te c
apt
ulo)
, dev
eria
ser
sem
-pr
e ex
ibid
o, d
e fo
rma
a qu
e, n
um
olh
ar r
pid
o, o
lei
tor
poss
a av
alia
r com
pr
ecis
o o
gra
u de
con
heci
men
to p
esso
al d
o au
tor
sobr
e os
fac
tos
que
des-
crev
e e
form
ar u
ma
idi
a re
lati
vam
ente
s
cond
ie
s de
obt
en
o de
inf
or-
ma
o j
un
to d
os n
ativ
os.
Se
pen
sarm
os n
a ci
nci
a hi
str
ica,
nen
hum
aut
or e
sper
aria
ser
lev
ado
a s
rio
se e
nvol
vess
e as
sua
s fo
ntes
em
mis
tri
o e
fala
sse
do
pass
ado
com
o se
o
esti
vess
e a
adiv
inh
ar.
Na
Etn
ogra
fia,
o a
utor
, s
imul
tane
amen
te,
o se
u pr
-pr
io c
roni
sta
e hi
stor
iado
r; e
em
bora
as
suas
fon
tes
seja
m,
sem
dv
ida,
fac
il-m
ente
ace
ssv
eis,
ela
s s
o ta
mb
m a
ltam
ente
db
ias
e co
mpl
exas
; n
o
est
o m
ater
iali
zada
s em
doc
umen
tos
fixo
s e
conc
reto
s, m
as s
im n
o co
mpo
rtam
ento
e
na
mem
ria
dos
hom
ens
vivo
s. N
a E
tnog
rafi
a, a
dis
tnc
ia e
ntr
e o
mat
eria
l in
form
ativ
o br
uto
- ta
l com
o se
apr
esen
ta a
o in
vest
igad
or n
as s
uas
obs
erva
-
es, n
as d
ecla
ra
es d
os n
ativ
os, n
o ca
leid
osc
pio
da
vida
tri
bal
- e
a ap
re-
sent
ao
fin
al c
on
firm
ada
do
s re
sult
ado
s ,
fre
qen
tem
ente
, en
orm
e. O
E
tng
rafo
tem
que
sal
vagu
arda
r es
sa d
ist
ncia
de
anos
lab
orio
sos,
ent
re o
m
omen
to e
m q
ue d
esem
barc
a n
um
a il
ha n
ativ
a e
faz
as s
uas
pri
mei
ras
tent
a-ti
vas
para
ent
rar
em c
onta
cto
com
os
nati
vos
e o
per
odo
em q
ue e
scre
ve a
sua
ve
rso
fin
al d
os r
esul
tado
s. U
ma
idi
a ge
ral e
bre
ve d
as a
trib
ula
es
de u
m
Etn
gra
fo, t
al c
omo
eu a
s vi
vi, p
ode
lan
ar m
ais
luz
sobr
e es
ta q
uest
o d
o qu
e qu
alqu
er l
on
ga
disc
uss
o em
abs
trac
ta. m
Imag
ine
o le
ito
r que
, de
repe
nte,
des
emba
rca
sozi
nho
nu
ma
pra
ia t
ropi
-ca
l, pe
rto
de u
ma
alde
ia n
ativ
a, r
odea
do p
elo
seu
mat
eria
l, e
nqua
nto
a la
ncha
ou
peq
uena
bal
eeir
a qu
e o
trou
xe n
aveg
a at
de
sapa
rece
r de
vis
ta. U
ma
vez
qu
e se
in
stal
ou
na
vizi
nhan
a d
e u
m h
omem
bra
nco,
com
erci
ante
ou
mis
sio-
nri
o, n
o t
em n
ada
a fa
zer
sen
o co
me
ar im
edia
tam
ente
o s
eu tr
abal
ho e
tno-
grf
ico.
Im
agin
e ai
nda
que
u
m p
rinc
ipia
nte
sem
exp
eri
ncia
ant
erio
r, s
em
nada
par
a o
guia
r e
ning
um
par
a o
ajud
ar,
po
is o
ho
mem
bra
nco
est
tem
-po
rari
amen
te a
usen
te,
ou
ent
o im
poss
ibil
itad
o o
u se
m i
nter
esse
em
per
der
tem
po c
onsi
go. I
sto
desc
reve
exa
ctam
ente
a m
inh
a pr
imei
ra i
nici
ao
no
tra-
balh
o de
cam
po n
a co
sta
Sul
da
Nov
a G
uin
. Lem
bro-
me
bem
das
lon
gas
visi
-ta
s qu
e ef
ectu
ei
s po
voa
es
dura
nte
as p
rim
eira
s se
man
as e
da
sens
ao
de
des
nim
o e
dese
sper
o de
pois
de
mui
tas
tent
ativ
as o
bsti
nada
s m
as i
nte
is c
om
o ob
ject
ivo
frus
trad
o de
est
abel
ecim
ento
de
um
con
tact
o re
al c
om
os
nati
vos
ou d
a ob
ten
o d
e al
gu
m m
ater
ial.
Atr
aves
sei
per
odos
de
des
nim
o, a
ltur
as
em q
ue m
e re
fugi
ava
na l
eitu
ra d
e ro
man
ces,
tal
com
o u
m h
om
em l
evad
o a
bebe
r n
um
a cr
ise
de d
epre
sso
e t
dio
tro
pica
l. Im
agin
e-se
, ago
ra, o
leit
or, e
ntra
ndo
pela
pri
mei
ra v
ez n
a al
deia
, soz
inho
ou
na
com
panh
ia d
o se
u ci
cero
ne b
ranc
o. A
lgun
s na
tivo
s ju
ntam
-se
em s
eu
redo
r, e
spec
ialm
ente
se
pres
sent
irem
vue
h
taba
co. O
utro
s, m
ais
dist
into
s e
milia
no.bl
ogsp
ot.co
m
38
Etim
olog
ia
em t
abel
a; o
s da
dos
sin
pfci
cos
de u
ma
expe
di
o K
ula
no C
apitu
lo X
VI
e a
tabe
las
de
mag
ia K
ula
apre
sent
adas
no
Cap
tul
o XV
TL N
o q
uis,
aqu
i, so
brec
arre
gar
o re
lato
com
gr
fic
os, e
tc, p
refe
rind
o re
serv
-lo
s at
publ
ica
o in
tegr
al d
o m
eu m
ater
ial.
10
Pouc
o te
mpo
dep
ois
de a
dopt
ar e
sta
med
ida
rece
bi u
ma
cart
a do
Dr.
A. H
. Gar
dine
r, o
co
nhec
ido
cgip
tlo
go,
acon
selh
ando
-me
a fa
zer
isso
mes
mo.
Do
seu
pont
o de
vis
ta d
e ar
que
logo
, era
m e
vide
ntes
as
enor
mes
pos
sibi
lidad
es d
e qu
e um
cen
gra
fo d
isp
e pa
ra
obte
r um
cor
po d
e fo
ntes
esc
rita
s, s
emel
hant
e ao
s qu
e no
s ch
egar
am d
e cu
ltura
s an
ces-
trai
s, c
om a
van
tage
m d
e po
dere
m s
er cl
arif
icad
as g
raa
s ao
con
heci
men
to p
esso
al d
a vi
da
Aam
ifa
cul
tura
em
todo
s os
seu
s as
pect
os.
milia
no.bl
ogsp
ot.co
m
Mal
inow
ski:
Os A
rgon
auta
s do
Pac
fico
Oci
dent
al
37
seja
mos
inv
adid
os
por
um
sen
tim
ento
de
soli
dar
ied
ade
par
a co
m a
s d
ilig
n-
cias
e a
mb
i
es d
este
s n
ativ
os.
Tal
vez
a m
enta
lid
ade
do
Ho
mem
cheg
ue
at
ns,
nos
sej
a re
vel
ada
atra
vs
des
tes
cam
inh
os
nu
nca
ante
s p
erco
rrid
os.
Po
de
ser
que,
per
ceben
do
a n
atu
reza
hu
man
a so
b um
a fo
rma
mu
ito d
ista
nte
e e
stra
-nh
a p
ara
n
s, s
e ac
enda
alg
um
a lu
z so
bre
a n
oss
a. S
e as
sim
for
, e
s a
ssim
, poder
emos
pen
sar
que
o noss
o e
sfo
ro
par
a en
tender
est
es n
ativ
os,
as
suas
in
stit
ui
es
e c
ost
um
es v
aleu
a
pen
a, e
acr
edit
ar q
ue,
tam
bm
n
s, t
irm
os
alg
um
pro
vei
to d
o K
ula.
D 1
961
by B
roni
slaw
Mal
inow
ski.
Rep
rint
ed b
y pe
nnis
sion
of
John
Haw
kina
6c
Ass
ocia
tes,
In
c T
radu
o
de A
na P
aula
Dor
es. R
evis
o c
ient
fica
de
Mar
ia C
arde
ira
da S
ilva
e Ji
ll D
ias.
1
As h
iri,
com
o s
o ch
amad
as e
stas
exp
edi
es
na l
ngua
Mot
u, fo
ram
des
crita
s cl
ara
e de
ta-
lhad
amen
te p
elo
capi
to
F. B
arto
n, e
m T
he M
clan
csia
ns o
f Bri
tish
New
Gui
nea,
de
C G
. Se
ligm
an, C
ambr
idge
, 191
0, c
ap. V
UL
2 C
fr. B
. Mal
inow
ski,
The
Ma
bu,
in T
rans
actio
ns o
ftheR
. Soc
iety
o/S
. Aus
trl
ia, 1
915,
cap
. IV
, 4>
pp.
612
a 6
29.
' Ob
. dl*
cap
. XL
. 4
Mai
s um
a ve
z, n
este
pon
to d
o m
tod
o, e
stam
os e
m d
vid
a pa
ra c
om a
Cam
brid
ge S
choo
l of
Ant
hrop
olog
y, p
or te
r in
trod
uzid
o a
verd
adei
ra fo
rma c
ient
fic
a de
lida
r co
m a
que
s-t
o. N
as o
bras
de
Had
don,
Riv
ers
e Se
ligm
an, a
dis
tin
o en
tre
indu
o
e ob
serv
ao
est
se
mpr
e cl
aram
ente
exp
osta
, pod
endo
vis
ualiz
ar-s
e co
m p
reci
so
perf
eita
as
cond
ie
s so
b as
qua
is o
trab
alho
foi r
ealiz
ado
* Po
sso
apon
tar
desd
e j
que
hou
ve a
lgum
as a
grad
vei
s ex
cep
es,
par
a m
endo
nar
ape-
nas
os m
eus
amig
os:
Bill
y H
anco
ck, n
as T
robr
iand
, M. R
afa
el B
rudo
, ou
tro
com
erci
ante
de
pr
olas
, e o
mis
sion
rio
, Sr.
M. K
. Gil
mou
r.
* Se
gund
o um
hb
ito
til
da t
erm
inol
ogia
cie
ntf
ica,
uti
lize
i o
term
o E
tnog
rafi
a pa
ra o
s re
sulta
dos
emp
rico
s e
desc
ritiv
os d
a de
tida
do
Hom
em, e
o te
rmo
Etn
olog
ia p
ara
teo-
rias
esp
ecul
ativ
as e
com
para
tivas
. 7
A le
ndr
ia
auto
rida
de d
e an
tanh
o q
ue c
onsi
dera
va o
s na
tivos
ani
mal
esco
s e
sem
cos
-tu
mes
vir
ia m
esm
o a
ser u
ltrap
assa
da p
or u
m a
utor
rece
nte
que,
refe
rind
o-se
aos
Mas
sim
do
Sul
, com
que
m v
iveu
e tr
abal
hou
em
estr
eito
con
tact
o d
uran
te m
uito
s e
mui
tos
anos
, di
z:
Ens
inam
os e
stes
hom
ens
sem
lei a
ser
obe
dien
tes,
est
es h
omen
s de
sum
anos
a a
mar
, e
este
s ho
men
s se
lvag
ens
a m
udar
. E
ain
da:
Gui
ados
na
sua
cond
uta
apen
as p
elos
seu
s in
stin
tos
e im
puls
os e
gov
erna
dos
pela
s su
as p
aix
es m
cont
rola
das.
..;
Sem
lei
, des
u-m
anos
e se
lvag
ens!
. U
ma
detu
rpa
o t
o g
ross
eira
do
verd
adei
ro e
stad
o d
as c
oisa
s di
fi-
cilm
ente
ser
ia in
vent
ada,
mes
mo
por
algu
m q
ue q
uise
sse
paro
diar
o p
onto
de
vist
a do
M
issi
onr
ia G
tado
do
Rev
. C W
. Abe
l, da
Lon
don
Mls
sion
ary
Sod
ety,
Sav
age
Life
In N
ew
Gui
nea,
sem
dat
a.
1 Po
r ex
empl
o, a
s ta
bela
s de
cir
cula
o
das
valio
sas
lm
inas
de
mac
hado
, b.
cit.,
pp.
531
, 53
2.
' N
este
livr
o, a
lm
da
tabe
la a
nexa
, que
no
per
tenc
e ex
acta
men
te
cla
sse
de d
ocum
ento
s qu
e aq
ui r
efir
o, o
lei
tor
enco
ntra
r a
pena
s al
gum
as a
mos
tras
de
tabe
las
sin
ptic
as, t
al
com
o a
lista
dos
par
ceir
os d
o K
ula
men
cion
ada
e an
alis
ada
no C
apt
ulo
XII
L D
ivis
o
V
a lis
ta d
e of
erta
s e
pres
ente
s no
Cap
itulo
V%
Div
iso
VT,
ape
nas
desc
rita
e n
o d
snn
ctn
milia
no.bl
ogsp
ot.co
m
20
Ethn
olog
ia
idos
os, m
ant
m-s
e se
ntad
os o
nde
est
o. O
seu
com
panh
eiro
bra
nco
tem
a s
ua
form
a ha
bitu
al d
e li
dar
com
os
nati
vos
e n
o co
mpr
eend
e, n
em p
arec
e qu
erer
co
mpr
eend
er,
a m
anei
ra c
omo
voc
, enq
uant
o E
tng
rafo
, os
ter
de
abo
rdar
. A
pri
mei
ra v
isit
a de
ixa-
o co
m a
esp
eran
a d
e qu
e, q
uand
o vo
ltar
soz
inho
, as
cois
as c
orre
ro
mel
hor.
Ess
a er
a, p
elo
men
os,
a m
inh
a ex
pect
ativ
a.
Reg
ress
ei n
a pr
imei
ra o
port
unid
ade
e de
pres
sa r
euni
um
a au
din
cia
m
inha
vol
ta. U
mas
sau
da
es e
m p
idgi
n-En
glis
h* d
e am
bas
as p
arte
s e
alg
u-
mas
troc
as d
e ta
baco
ins
tala
ram
um
a at
mos
fera
de
amab
ilid
ade
m
tua.
Ten
tei
ent
o pa
ssar
ao
assu
nto.
Pri
mei
ro,
para
com
ear
com
tem
as q
ue n
o le
van-
tass
em s
uspe
itas
, co
mec
ei a
fa
zer
tec
nolo
gia.
Alg
uns
nati
vos
esta
vam
ocu
-pa
dos
a fa
bric
ar u
m o
u ou
tro
obje
cto.
Era
fci
l ob
serv
-lo
s e
obte
r os
nom
es
das
ferr
amen
tas
e m
esm
o al
gum
as e
xpre
sse
s t
cnic
as s
obre
os
proc
edim
en-
tos,
mas
lo
go
se e
sgot
ou o
ass
unto
.
pre
ciso
n
o es
quec
er q
ue o
pid
gin~
-E
nglis
h
um
inst
rum
ento
mu
ito
impe
rfei
to p
ara
expr
essa
r id
ias
e q
ue, a
ntes
de
se
alca
nar
um
tre
ino
razo
vel
na
cons
tru
o d
e pe
rgun
tas
e co
mpr
eens
o
de r
espo
stas
, a
sens
ao
a
de
que
nunc
a se
vir
a
atin
gir
uma
com
unic
ao
fl
uent
e co
m o
s na
tivo
s; e
eu
era
inca
paz
de e
stab
elec
er q
ualq
uer
conv
ersa
cla
ra
ou d
etal
hada
co
m e
les.
Est
ava
cien
te d
e qu
e o
mel
hor
rem
dio
par
a ul
trap
as-
sar
isto
era
em
pree
nder
a r
ecol
ha d
e da
dos
conc
reto
s e,
ent
o,
elab
orei
um
ce
nso
da
alde
ia,
regi
stei
gen
ealo
gias
, tr
acei
pla
no
s e
reco
lhi o
s te
rmos
qu
e de
sign
am a
s fo
rmas
de
pare
ntes
co.
Mas
tu
do
isto
era
mat
eria
l m
orto
que
po
uco
adia
ntav
a pa
ra o
con
heci
men
to d
a ve
rdad
eira
men
tali
dade
ou
com
-po
rtam
ento
nat
ivo,
um
a v
ez q
ue e
u' n
em s
eque
r p
od
ia a
dqui
rir u
ma
boa
inte
r-pr
eta
o l
ocal
de
nenh
um d
este
s te
mas
nem
alc
ana
r aq
uilo
que
pod
erem
os
desi
gnar
com
o o
sent
ido
da
vida
tri
bal
Rel
ativ
amen
te
s su
as i
dia
s so
bre
a re
ligi
o e
a m
agia
, as
suas
cre
nas
na
feit
iar
ia e
nos
esp
rit
os, n
ada
era
con-
segu
ido,
par
a al
m d
e al
guns
tem
as s
uper
fici
ais
de f
olcl
ore
detu
rpad
os d
evid
o ao
con
stra
ngim
ento
do
pidg
in-E
nglis
h.
A i
nfor
ma
o q
ue r
eceb
i de
algu
ns b
ranc
os r
esid
ente
s n
a re
gio
, em
bora
va
lios
a
sua
man
eira
, foi
mai
s de
senc
oraj
ador
a d
o qu
e qu
alqu
er o
utra
rel
aci-
onad
a co
m o
meu
pr
prio
tra
balh
o. A
li es
tava
m a
quel
es q
ue, v
iven
do
h
anos
no
loca
l, co
m o
port
unid
ades
con
stan
tes
de o
bser
var
os n
ativ
os e
de
com
unic
ar
com
ele
s, p
ouco
ou
nada
sab
iam
com
exa
ctid
o a
seu
res
peit
o. C
omo
po
dia
eu,
en
to,
em
pou
cos
mes
es o
u m
esm
o n
um
ano
, esp
erar
sup
er-
los
e ir
mai
s al
m?
Al
m d
isso
, a m
anei
ra c
omo
os m
eus
info
rmad
ores
bra
ncos
fal
avam
dos
nat
i-vo
s e
expu
nham
as
suas
opi
nie
s er
a, n
atur
alm
ente
, a
de m
ente
s de
stre
inad
as
e po
uco
acos
tum
adas
a f
orm
ular
os
seus
pen
sam
ento
s co
m a
lgum
gra
u de
con
-si
stn
cia
e pr
ecis
o. N
a su
a m
aior
ia, e
que
r se
tra
tass
e de
um
adm
inis
trad
or o
u de
um
com
erci
ante
, es
tava
m,
com
o se
ria
de e
sper
ar, m
arca
dos
po
r pr
econ
cei-
* In
icia
lmen
te u
tiliz
ado
em c
onte
xto
chin
s, o
pid
gin-
Engl
ish r
efer
e-se
gene
rica
men
te a
ap
ropr
ia
es l
ocai
s ru
dim
enta
res
da l
ngu
a in
gles
a, p
ara
com
unic
ao
ent
re i
ndg
enas
e
fora
stei
ros
gera
lmen
te c
omer
cian
tes.
(N
ota
de re
vis
o ci
entf
ica.
)
milia
no.bl
ogsp
ot.co
m
Mal
inow
ski:
Os A
rgon
auta
s do
Pac
fico
Oci
dent
al
21
tos
e op
ini
es p
reci
pita
das,
hab
itua
is n
o ho
mem
pr
tico
com
um m
as t
o r
epug
-na
ntes
par
a u
ma
men
te q
ue l
utav
a po
r um
a pe
rspe
ctiv
a ob
ject
iva
e ci
entf
ica
dos
fact
os. O
hb
ito
de t
rata
r co
m u
ma
friv
olid
ade
arro
gant
e o
que
re
alm
ente
s
rio
para
o E
tng
rafo
e a
neg
lig
ncia
vot
ada
qui
lo q
ue,
par
a es
te,
u
m
teso
uro
cien
tfi
co -
ref
iro-
me
s p
ecul
iari
dade
s e
auto
nom
ia m
enta
is e
cu
ltu
-ra
is
esta
s ca
ract
ers
tica
s, c
omun
s en
tre
os e
scri
tore
s am
ador
es d
e se
gund
a,
eram
a t
nic
a do
min
ante
no
esp
rito
da
mai
oria
dos
res
iden
tes
bran
cos9
. D
e fa
cto,
foi
ape
nas
quan
do m
e en
cont
rei s
ozin
ho n
a re
gio
que
a m
inha
pr
imei
ra o
bra
de p
esqu
isa
etno
grf
ica
na
cost
a S
ul c
ome
ou a
ava
nar
; de
s-co
bri
ent
o,
min
ha
cust
a, o
nde
resi
dia
o se
gred
o d
o ve
rdad
eiro
tra
balh
o de
ca
mpo
. Qua
l ,
afi
nal,
esta
mag
ia d
o E
tng
rafo
pel
a q
ual
ele
c
apaz
de
evo-
car
o ve
rdad
eiro
esp
rit
o do
s na
tivo
s, a
ver
dade
ira
imag
em d
a vi
da t
riba
l?
Com
o de
cos
tum
e, o
suc
esso
s
pode
ser
obt
ido
atra
vs
de u
ma
apli
ca
o si
s-te
mt
ica
e pa
cien
te d
e u
m d
eter
min
ado
nm
ero
de r
egra
s de
bo
m s
enso
e d
e pr
inc
pios
cie
ntf
icos
bem
def
inid
os e
no
atr
avs
de
qual
quer
ata
lho
mir
acu
-lo
so q
ue l
eve
aos
resu
ltad
os d
esej
ados
sem
esf
oro
ou
prob
lem
as.
Os
prin
c-
pios
do
mt
odo
pode
m s
er a
grup
ados
em
tr
s it
ems
prin
cipa
is: e
m p
rim
eiro
lu
gar,
com
o
bvi
o, o
inv
esti
gado
r de
ve g
uiar
-se
po
r ob
ject
ivos
ver
dade
ira-
men
te c
ient
fic
os,
e co
nhec
er a
s no
rmas
e c
rit
rios
da
etno
graf
ia m
oder
na; e
m
segu
ndo
luga
r, d
eve
prov
iden
ciar
boa
s co
ndi
es
par
a o
seu
trab
alho
, o
que
sign
ific
a, e
m t
erm
os g
erai
s, v
iver
efe
ctiv
amen
te e
ntr
e os
nat
ivos
, lo
nge
de
outr
os h
omen
s br
anco
s; fi
nalm
ente
, dev
e re
corr
er a
um
cer
to n
mer
o de
mt
o-do
s es
peci
ais
de r
ecol
ha, m
anip
ula
nd
o e
regi
stan
do a
s su
as p
rova
s. F
alem
os
um p
ouco
des
tas
trs
ped
ras
basi
lare
s d
o tr
abal
ho d
e ca
mpo
, com
ean
do p
ela
mai
s el
emen
tar:
a s
egun
da.
IV
Cond
ie
s ad
equa
das
ao tr
abal
ho e
tnog
rfic
o. C
om
o j
ref
eri,
o m
ais
impo
r-ta
nte
m
ante
rmo-
nos
afas
tado
s d
a co
mpa
nhia
de
outr
os h
omen
s br
anco
s e
num
con
tact
o o
mai
s es
trei
to p
oss
vel
com
os
nati
vos,
o q
ue s
po
de s
er r
eal-
men
te c
onse
guid
o ac
ampa
ndo
nas
suas
pr
pria
s po
voa
es.
m
uit
o re
con-
fort
ante
est
abel
ecer
um
a ba
se n
a pr
opri
edad
e de
um
bra
nco
po
r ca
usa
dos
man
tim
ento
s e
em c
aso
de d
oen
a o
u sa
tura
o
da
vida
ind
gen
a. M
as e
la d
eve
esta
r su
fici
ente
men
te a
fast
ada
de m
odo
a n
o s
e to
mar
no
loca
l on
de s
e vi
ve
perm
anen
tem
ente
e
de o
nde
se s
ai a
hor
as f
ixas
co
m o
obj
ecti
vo d
e ir
tr
aba-
lhar
na
alde
ia.
No
dev
e es
tar
sequ
er t
o p
rxi
ma
que
perm
ita
um
ace
sso
rpi
do e
a q
ualq
uer
mom
ento
par
a di
stra
co
. Is
to p
orqu
e o
nati
vo n
o
o
com
panh
eiro
nat
ural
de
um
hom
em b
ranc
o, e
dep
ois
de s
e te
r es
tado
a t
raba
-lh
ar c
om e
le d
uran
te a
lgum
as h
oras
, obs
erva
ndo
o m
od
o co
mo
arra
nja
os s
eus
jard
ins,
esc
utan
do a
s su
as i
nfor
ma
es
sobr
e fo
lclo
re o
u di
scut
indo
os
seus
co
stum
es,
nat
ural
que
se
anse
ie p
ela
com
panh
ia d
os n
osso
s se
mel
hant
es.
Mas
se
se
esti
ver s
, n
um
a al
deia
com
dif
cil
aces
so a
out
ros
bran
cos,
sai
-se
para
um
milia
no.bl
ogsp
ot.co
m
36
Etim
olog
ia
es
etn
ogr
fica
s s
o to
das
dec
ifr
veis
e c
lara
s, f
ora
m q
uase
todas
trad
uzi
das
co
mpl
etam
ente
e s
em a
mbi
gid
ades
e g
uar
ne
das
com
com
ent
rios
cru
zado
s do
s na
tivo
s o
u sc
holia
pro
cede
ntes
de
font
es v
ivas
. N
ada
mai
s a
acre
scen
tar
sobr
e es
te te
ma,
um
a v
ez q
ue m
ais
fr
ente
um
ca
ptu
lo i
ntei
ro (
Cap
tul
o X
VII
I) s
er
dedi
cado
a e
ste
tem
a e
su
a il
ustr
ao
co
m v
rio
s te
xtos
nat
ivos
. O C
orpu
s ser
ob
viam
ente
pub
lica
do p
oste
rior
men
te.
DC
As
cons
ider
ae
s fe
itas
at
aq
ui i
ndic
am e
nto
que
o o
bjec
tivo
do
trab
a-lh
o de
cam
po e
tnog
rfi
co d
eve
ser
alca
nad
o at
rav
s de
tr
s vi
as:
1)
A o
rgan
iza
o d
a tr
ibo
e a a
nato
mia
da
sua
cultu
ra d
eve
ser
regi
stad
a n
um
es
quem
a fi
rme
e cl
aro.
O m
tod
o de
doc
umen
ta
o co
ncre
ta e
esta
tstic
a
o m
eio
a ut
iliz
ar p
ara
a de
fini
o
dess
e es
quem
a.
2) D
entr
o de
sta
tram
a, d
evem
ser
ins
erid
os o
s im
pond
erab
ilia
da v
ida
real
e
o tip
o de
com
port
amen
to. O
s re
spec
tivo
s da
dos
dev
em s
er r
ecol
hido
s at
rav
s de
obs
erva
es
min
ucio
sas
e de
talh
adas
, so
b a
form
a de
um
a es
pci
e de
di
-ri
o et
nogr
fic
o, s
po
ssv
el a
trav
s d
e u
m c
onta
cto
nti
mo
com
a v
ida
nat
iva.
3)
Dev
e se
r ap
rese
ntad
a u
ma
reco
lha
de d
epoi
men
tos
etno
grf
icos
, n
ar-
rati
vas
cara
cter
sti
cas,
oco
rrn
cias
tp
icas
, tem
as d
e fo
lclo
re e
fr
mul
as m
gi-
cas
sob
a fo
rma
de
um
cor
pus
insc
ript
ionu
m, c
omo
docu
men
tos
da
men
tali
dade
na
tiva
. E
stas
trs
lin
has
de a
bord
agem
leva
m a
o ob
ject
ivo
fina
l que
um
Etn
gra
fo
nunc
a de
ve p
erd
er d
e vi
sta.
Est
e ob
ject
ivo
, r
esu
mid
amen
te,
o d
e co
m-
pree
nder
o p
on
to d
e vi
sta
do
nati
vo, a
sua
rel
ao
co
m a
vid
a, p
erce
ber
a su
a vi
so
do s
eu m
un
do
. Tem
os d
e es
tuda
r o
Hom
em e
dev
emos
est
udar
o q
ue
mai
s pr
ofun
dam
ente
o p
reoc
upa,
ou
seja
, aq
uil
o qu
e o
liga
v
ida.
Em
cad
a cu
ltur
a, o
s va
lore
s s
o li
geir
amen
te d
ifer
ente
s; a
s pe
ssoa
s as
pir
am a
fin
s di
fe-
rent
es,
segu
em i
mp
uls
os
dife
rent
es,
anse
iam
po
r di
fere
ntes
for
mas
de
feli
ci-
dade
. Em
cad
a cu
ltu
ra e
ncon
tram
os d
ifer
ente
s in
stit
ui
es a
trav
s d
as q
uais
o
hom
em p
erse
gue
os s
eus
inte
ress
es,
dife
rent
es c
ostu
mes
pel
os q
uais
sat
is-
faz
as s
uas
aspi
ra
es,
dife
rent
es c
dig
os d
e le
is e
mo
rali
dad
e qu
e re
com
-pe
nsam
as
suas
vir
tud
es o
u p
un
em o
s se
us e
rros
. Est
ud
ar a
s in
stit
ui
es, c
os-
tum
es e
cd
igos
ou
estu
dar
o co
mpo
rtam
ento
e a
men
tali
dade
sem
o e
mpe
nho
na c
ompr
eens
o s
ubje
ctiv
a d
o se
ntim
ento
que
as
mov
e, s
em p
erce
ber
a es
sn-
cia
da s
ua f
elic
idad
e ,
em
min
ha
opin
io,
des
prez
ar a
mai
or
reco
mpe
nsa
que
pode
mos
esp
erar
alg
um
dia
obt
er a
par
tir
do
estu
do d
o H
omem
.
O l
eito
r en
cont
rar
est
as c
onsi
dera
es
ger
ais
ilu
stra
das
no
s ca
ptu
los
segu
inte
s. A
enc
ontr
arem
os o
sel
vage
m e
sfor
and
o-se
po
r sa
tisf
azer
alg
umas
da
s su
as a
spir
ae
s, t
enta
ndo
cum
prir
os
seus
val
ores
, per
segu
indo
a s
ua p
r-
pria
am
bi
o so
cial
. Aco
mpa
nh-
lo-e
mos
nas
suas
dif
cei
s e
peri
gosa
s em
pre-
sas,
mov
ido
po
r u
ma
trad
io
de
mis
ses
mg
icas
e h
eri
cas,
enl
eado
no
seu
prp
rio
rom
ance
. p
oss
vel
que,
ao
lerm
os o
rel
ato
dest
es c
ostu
mes
rem
otos
milia
no.bl
ogsp
ot.co
m
Mal
inow
ski:
Os A
rgon
auta
s do
Pac
fico
Oci
dent
al
35
B po
ssam
sen
tir
enqu
anto
ind
ivd
uos,
no
decu
rso
acid
enta
l das
suas
pr
pria
s ex
peri
nci
as p
esso
ais;
ape
nas
nos
inte
ress
a o
que
sent
em e
pen
sam
enq
uant
o m
embr
os d
e u
ma
dete
rmin
ada
com
un
idad
e. O
ra, n
esta
qu
alid
ade,
os
seus
es
tado
s m
enta
is s
o m
arca
dos
po
r u
m c
unho
esp
ecf
ico,
tor
nam
-se
este
reot
i-pa
dos
pela
s in
stit
ui
es o
nde
vive
m,
pela
infl
unc
ia d
a tr
adi
o e
do
folc
lore
, pe
lo p
rpr
io v
ecu
lo d
o pe
nsam
ento
, o
u se
ja,
pel
a li
ng
uag
em. O
am
bien
te
soci
al e
cul
tura
l em
que
se
mo
vem
for
a-o
s a
pens
ar e
a s
enti
r de
det
erm
inad
a m
anei
ra.
Ass
im,
um
ho
mem
que
viv
a n
um
a co
mu
nid
ade
poli
ndr
ica
no
po
de e
xper
imen
tar
os m
esm
os s
enti
men
tos
de c
im
e qu
e u
m m
ong
amo
estr
ito
expe
rim
enta
, em
bora
pot
enci
alm
ente
o s
enti
men
to p
ossa
exi
stir
. Um
ho
mem
que
viv
a de
ntro
da
esfe
ra d
o K
ula
no
pod
e to
rnar
-se
perm
anen
te e
se
ntim
enta
lmen
te l
igad
o a
algu
ns d
os s
eus
bens
, em
bora
os
valo
rize
aci
ma
de
tudo
. E
stes
so
exe
mpl
os s
impl
es, m
as a
o lo
ng
o do
tex
to d
este
liv
ro e
ncon
-tr
arem
os o
utro
s m
elho
res.
A
ssim
, pod
erem
os r
esum
ir o
terc
eiro
man
dam
ento
do
trab
alho
de
cam
po
da s
egui
nte
form
a: e
ncon
trar
os
mod
os t
pic
os d
e pe
nsar
e s
enti
r, c
orre
spon
-de
ntes
s
inst
itui
es
e
cu
ltu
ra d
e u
ma
dete
rmin
ada
com
un
idad
e, t
form
u-la
r os
res
ulta
dos
da
form
a m
ais
conv
ince
nte.
Qua
l se
r o
pro
cedi
men
to p
ara
isso
? O
s m
elho
res
escr
itor
es e
tnog
rfi
cos
- m
ais
um
a v
ez a
Cam
brid
ge S
choo
l co
m H
addo
n, R
iver
s e
Sel
igm
an n
a p
rim
eira
lin
ha d
os E
tng
rafo
s in
gles
es -
sem
pre
se e
sfor
ara
m p
or
cita
r ver
batim
os
depo
imen
tos
de i
mpo
rtn
cia
fun-
dam
enta
l. O
s m
esm
os a
utor
es i
nsis
tem
ain
da
na
util
iza
o d
os t
erm
os n
ati-
vos
de c
lass
ific
ao
, te
rmin
i tec
hnic
i soc
iol
gico
s, p
sico
lgi
cos
e in
dust
riai
s, e
na
tra
nsm
iss
o, t
o p
reci
sa q
uant
o po
ssv
el,
da
desc
ri
o v
erb
al d
o pe
nsa-
men
to n
ativ
o. O
Etn
gra
fo p
od
e d
ar u
m p
asso
im
port
ante
nes
ta l
inha
ao
apre
nder
a l
ngu
a in
dge
na e
ao
util
iz-
la c
omo
inst
rum
ento
de
pesq
uisa
. T
raba
lhan
do e
m l
ngua
K
iriw
i d
epar
ei, d
e in
cio
co
m d
ific
ulda
des,
qua
ndo
regi
stav
a as
min
has
nota
s j
tra
du
zid
as. M
uita
s ve
zes
a tr
adu
o r
ouba
va a
o te
xto
as s
uas
cara
cter
sti
cas
sign
ific
ativ
as -
om
itia
os
seus
pon
tos
de v
ista
-,
de f
orm
a qu
e, g
radu
alm
ente
, fu
i im
peli
do a
esc
reve
r al
gum
as f
rase
s im
po
r-ta
ntes
tal c
omo
eram
fal
adas
na
lng
ua n
ativ
a.
med
ida
que
o m
eu d
omn
io
da l
ngu
a pr
ogre
dia,
pas
sei
a es
crev
er c
ada
vez
mai
s em
ln
gua
Kir
iwi
, at
qu
e, p
or
fim
, dei
po
r m
im a
esc
reve
r ex
clus
ivam
ente
nes
sa l
ngu
a, t
iran
do
nota
s ra
pida
men
te, p
alav
ra p
or
pala
vra,
de
cada
afi
rma
o. M
al c
hegu
ei a
est
e po
nto,
ape
rceb
i-m
e de
que
, ao
mes
mo
tem
po q
ue e
stav
a a
adq
uir
ir u
m m
ate-
rial
lin
gs
tico
abu
ndan
te,
reco
lhia
tam
bm
um
a s
rie
de d
ocum
ento
s et
no-
grf
icos
que
dev
iam
ser
rep
rod
uzi
do
s ta
l co
mo
os h
avia
reg
ista
do, i
ndep
en-
dent
emen
te d
a fo
rma
com
o os
uti
liza
sse
na
elab
ora
o d
o m
eu tr
abal
ho f
inal
10.
Est
e co
rpus
ins
crip
tionu
m K
irix
oini
ensi
um p
ode
vir
a s
er u
tili
zado
no
ape
nas
por
mim
mas
po
r to
dos
aque
les
que,
pel
a su
a m
aio
r acu
idad
e e
habi
lida
de d
e in
terp
reta
o,
pos
sam
enc
ontr
ar p
onto
s qu
e es
capa
ram
m
inh
a at
en
o; is
to
se
mel
han
a d
o qu
e se
pas
sa c
om
out
ros
escr
itos
que
con
stit
uem
a b
ase
das
vri
as i
nter
pret
ae
s de
cul
tura
s an
tiga
s e
pr-
hist
ric
as;
s q
ue e
stas
ins
eri-
milia
no.bl
ogsp
ot.co
m
22
Etim
olog
ia
pass
eio
soli
tri
o de
cer
ca d
e u
ma
hora
, reg
ress
a-se
e d
epoi
s, d
e fo
rma
natu
ral,
pr
ocur
a-se
a c
onvi
vnc
ia d
os n
ativ
os, d
esta
vez
par
a re
solv
er a
sol
ido
, com
o se
far
ia c
om q
ualq
uer
outr
a co
mpa
nhia
. E, a
trav
s d
este
rel
acio
nam
ento
nat
u-ra
l, ap
rend
e-se
a c
onhe
c-l
os e
a f
amil
iari
zar-
se c
om
os
seus
cos
tum
es e
cre
n-a
s de
for
ma
mu
ito
mai
s co
nven
ient
e d
o qu
e qu
ando
se
reco
rre
a u
m i
nfor
-m
ador
pag
o e
mui
tas
veze
s ab
orre
cido
. E
xist
e u
ma
dife
ren
a en
orm
e en
tre
um
a es
cape
la e
spor
dic
a n
a co
mpa
nhia
do
s na
tivo
s e
um
con
tact
o re
al c
om
ele
s. O
que
sig
nifi
ca i
sto?
Da
par
te d
o E
tng
rafo
, si
gnif
ica
que
a su
a vi
da n
a al
deia
- n
o in
cio
um
a av
entu
ra m
uita
s ve
zes
estr
anha
e d
esag
rad
vel,
outr
as v
ezes
inte
nsam
ente
int
eres
sant
e -
assu
me
depr
essa
um
cur
so n
atur
al e
m h
arm
onia
pro
gres
siva
co
m a
quil
o qu
e o
rode
ia.
Pou
co te
mpo
dep
ois
de m
e es
tabe
lece
r em
Om
arak
ana
(Ilh
as T
robr
iand
),
com
ecei
, de
cert
a fo
rma,
a p
arti
cipa
r na
vida
da
alde
ia, a
esp
erar
co
m i
mpa
-ci
nci
a pe
los
acon
teci
men
tos
impo
rtan
tes
ou
fest
ivos
e a
inte
ress
ar-m
e pe
ssoa
l-m
ente
pel
os m
exer
ica?
s p
elas
peq
uena
s oc
orr
ncia
s lo
cais
. Aco
rdav
a to
das
as
man
hs
par
a u
m d
ia q
ue s
e m
e ap
rese
ntav
a m
ais
ou
men
os s
emel
hant
e ao
de
um
nat
ivo
. Sa
a de
deb
aixo
do
meu
mos
quit
eiro
e o
bser
vava
a v
ida
da
alde
ia d
espe
rtan
do e
m m
eu r
edor
ou
aque
les
que
j t
inha
m c
ome
ado
o se
u tr
abal
ho, c
onso
ante
a h
ora
ou
a es
ta
o d
o an
o, p
ois
as
tare
fas
eram
ini
ciad
as
de a
cord
o co
m a
s ne
cess
idad
es d
o tr
abal
ho.
med
ida
que
dav
a o
meu
pas
-se
io m
atin
al p
ela
alde
ia, p
od
ia a
prec
iar
deta
lhes
nt
imos
da
vida
fam
ilia
r, d
e hi
gien
e co
rpor
al,
cozi
nha
ou
culi
nri
a; p
od
ia o
bser
var
os p
repa
rati
vos
par
a o
dia
de t
raba
lho,
as
pes
soas
in
icia
nd
o as
su
as i
ncum
bnc
ias
ou
gru
po
s de
ho
men
s e
mul
here
s oc
upad
os c
om
alg
umas
tare
fas
arte
sana
is.
Bri
gas,
pia
das,
ce
nas
fam
ilia
res,
aco
ntec
imen
tos
triv
iais
, p
or
veze
s dr
amt
icos
, m
as s
empr
e si
gnif
icat
ivos
, co
nsti
tua
m a
atm
osfe
ra d
a m
inh
a vi
da d
iri
a, t
al c
omo
a de
les.
D
eve 3
er le
mbr
ado
que
o fa
cto
de o
s na
tivo
s m
e ve
rem
dia
riam
ente
fez
co
m
que
deix
asse
m d
e se
int
eres
sar,
rec
ear
ou
mes
mo
de f
icar
con
dici
onad
os p
ela
min
ha p
rese
na,
dei
xand
o eu
de
cons
titu
ir u
m e
lem
ento
per
turb
ador
da
vida
tr
ibal
que
qu
eria
est
udar
, d
e al
ter
-la
com
a m
inh
a ap
roxi
ma
o,
com
o se
m-
pre
acon
tece
co
m u
m r
ecm
-che
gado
a u
ma
com
unid
ade
selv
agem
. De
fact
o,
com
o sa
biam
que
iria
met
er o
nar
iz e
m tu
do, m
esm
o on
de u
m n
ativ
o b
em e
du-
cado
no
son
hari
a fa
z-l
o, a
caba
ram
por
me
enca
rar
com
o pa
rte
inte
gran
te d
as
suas
vid
as, u
m m
al o
u u
m a
borr
ecim
ento
nec
ess
rio,
mit
igad
o p
or
dona
tivo
s em
tab
aco.
Mai
s ta
rde,
dur
ante
o d
ia, q
ualq
uer
cois
a qu
e ac
onte
cess
e se
to
mav
a de
f
cil
alca
nce
e di
fici
lmen
te e
scap
ava
ao m
eu c
onhe
cim
ento
. Ala
rmes
sob
re a
ap
roxi
ma
o d
o fe
itic
eiro
ao
fim
do
dia
, um
a o
u d
uas
gra
ndes
bri
gas
imp
or-
tant
es e
des
ente
ndim
ento
s de
ntro
da
com
unid
ade,
cas
os d
e do
ena
, te
ntat
i-va
s de
cur
a e
mor
tes,
rit
os m
gic
os q
ue t
inh
am d
e se
r ex
ecut
ados
, tu
do i
sto
se p
assa
va m
esm
o
fren
te d
os m
eus
olho
s, p
or
assi
m d
izer
, m
inh
a po
rta
e,
por
isso
, no
tin
ha d
e pe
rseg
uir
nen
hu
m d
este
s ca
sos
com
rec
eio
de q
ue m
e es
capa
ssem
. E
dev
o in
sist
ir q
ue d
e ca
da v
ez q
ue s
e pa
ssa
algo
dra
mt
ico
ou
milia
no.bl
ogsp
ot.co
m
Mal
inow
ski:
Os A
rgon
auta
s do
Pac
fico
Oci
dent
al
23
impo
rtan
te
ess
enci
al i
nves
tig
-lo
no p
reci
so m
omen
to e
m q
ue o
corr
e, p
ois
os
nat
ivos
no
con
segu
em e
nto
dei
xar
de f
alar
do
assu
nto
e e
sto
dem
asia
do
exci
tado
s p
ara
se m
ostr
arem
ret
icen
tes
e de
mas
iado
int
eres
sado
s pa
ra s
e to
r-na
rem
par
cim
onio
sos
nos
deta
lhes
. T
amb
m m
uita
s e
mui
tas
veze
s n
o cu
m-
pri
a et
ique
ta,
fact
o qu
e os
nat
ivos
, j
fam
ilia
riza
dos
com
igo,
no
hes
itar
am
em a
pont
ar.
Tiv
e de
apr
ende
r a
com
port
ar-m
e e,
at
cer
to p
onto
, ad
qu
iri
a se
nsib
ilid
ade
par
a o
que
entr
e os
nat
ivos
se
cons
ider
ava
bo
as
ms
man
ei-
ras.
Foi
gra
as
a is
to, e
c
apac
idad
e em
apr
ecia
r a
sua
com
panh
ia e
par
tilh
ar
algu
ns d
os s
eus
jogo
s e
dive
rse
s, q
ue m
e co
mec
ei a
sen
tir
em v
erda
deir
o co
ntac
to c
om
os
nati
vos.
E e
sta
, c
erta
men
te,
a co
ndi
o p
rvi
a pa
ra p
oder
le
var
a ca
bo c
om
xito
o t
raba
lho
de c
ampo
.
V
Mas
o E
tng
rafo
no
tem
ape
nas
de l
ana
r as
red
es n
o lo
cal c
erto
e e
spe-
rar
que
algo
cai
a ne
las.
Tem
de
ser
um
ca
ador
act
ivo
e co
nduz
ir p
ara
l a
sua
pr
esa
e se
gui-
la a
t a
os e
scon
deri
jos
mai
s .in
aces
sve
is. I
sto
leva
-nos
aos
mt
o-do
s m
ais
acti
vos
de p
erse
cu
o do
s te
stem
unho
s et
nogr
fic
os.
Com
o fo
i men
-ci
onad
o n
o fi
nal
da
Div
iso
m,
o E
tng
rafo
tem
de
insp
irar
-se
no c
onhe
ci-
men
to d
os r
esul
tado
s m
ais
rece
ntes
da
pesq
uisa
cie
ntf
ica,
nos
seu
s pr
inc
pios
e
obje
ctiv
os. N
o m
e v
ou
alar
gar
sobr
e es
te a
ssun
to,
exce
pto
nu
ma
cham
ada
de a
ten
o,
para
evi
tar
a po
ssib
ilid
ade
de e
quv
oco.
Est
ar t
rein
ado
e ac
tual
i-za
do t
eori
cam
ente
no
sig
nifi
ca e
star
car
rega
do d
e i
dia
s pr
econ
cebi
das
. Se
algu
m e
mpr
eend
e u
ma
mis
so,
det
erm
inad
o a
com
prov
ar c
erta
s hi
pte
ses,
e
se
inc
apaz
de
a qu
alqu
er m
omen
to a
lter
ar a
s su
as p
ersp
ecti
vas
e de
as
aban
-do
nar
de l
ivre
von
tade
per
ante
as
evid
nci
as, e
scus
ado
d
izer
que
o s
eu t
ra-
balh
o se
r i
nti
l. M
as q
uant
os m
ais
prob
lem
as e
le le
var p
ara
o ca
mpo
, qu
anto
m
ais
habi
tuad
o es
tive
r a
mol
dar
as s
uas
teo
rias
aos
fac
tos
e a
obse
rvar
est
es
lti
mos
na
sua
rela
o
com
a te
oria
, em
mel
hore
s co
ndi
es
se e
ncon
trar
pa
ra
trab
alha
r. A
s id
ias
pre
conc
ebid
as s
o p
reju
dici
ais
em q
ualq
uer
trab
alho
cie
n-tf
ico,
mas
a p
refi
gura
o
de p
robl
emas
o
do
m p
rinc
ipal
do
inve
stig
ador
cie
n-tf
ico,
e e
stes
pro
blem
as s
o r
evel
ados
ao
obse
rvad
or, a
ntes
de
mai
s, p
elos
est
u-do
s te
ric
os.
Em
Etn
olog
ia, o
s es
for
os i
nici
ais
de B
asti
an, T
ylor
, Mor
gan
e do
s V
olke
r-ps
ycho
loge
n al
eme
s re
form
ular
am a
inf
orm
ao
mai
s an
tiga
e e
m b
ruto
dos
vi
ajan
tes,
mis
sion
rio
s, e
tc,
e de
mon
stra
ram
-nos
qu
o im
port
ante
a
apl
ica-
o
de c
once
pe
s m
ais
prof
unda
s em
det
rim
ento
de
ou
tras
mai
s su
perf
icia
is
e eq
uivo
cas*
. O
con
ceit
o de
ani
rnis
mo
subs
titu
iu o
de
fet
ichi
smo
ou
cul
to d
emo-
nac
o,
ambo
s te
rmos
sem
sig
nifi
cado
. A
com
pree
nso
dos
sis
tem
as d
e re
la-
es
cla
ssif
icat
ria
s ab
riu
cam
inho
s
pesq
uisa
s de
soc
iolo
gia
nati
va m
ais
rece
ntes
e b
rilh
ante
s d
o tr
abal
ho d
e ca
mpo
da
esco
la d
e C
ambr
idge
. A a
n-
lise
psi
col
gica
dos
pen
sado
res
alem
es
prop
orci
onou
im
ensa
s in
form
ae
s
milia
no.bl
ogsp
ot.co
m
34
Ethn
obgi
a
inte
rven
ha n
o qu
e se
est
a p
assa
r. P
od
e pa
rtic
ipar
nos
jogo
s do
s na
tivo
s,1 p
od
e ac
ompa
nh-
los
nas
suas
vis
itas
e p
asse
ios,
sen
tar-
se o
uvin
do e
par
tilh
ando
as
suas
con
vers
as. N
o s
ei s
e is
to
igu
alm
ente
fc
il pa
ra t
oda
a ge
nte
- ta
lvez
a
natu
reza
esl
ava
seja
mai
s pl
sti
ca e
esp
onta
neam
ente
m
ais
selv
agem
do
qu
e a
dos
euro
peus
oci
dent
ais
-, m
as e
mbo
ra o
gra
u de
suc
esso
pos
sa v
aria
r, t
od
os
deve
m ten
tar.
Des
tes
mer
gulh
os n
a vi
da d
os n
ativ
os -
que
eu e
mpr
eend
i fr
e-q
ente
men
te n
o a
pena
s d
evid
o ao
est
udo
mas
por
que
toda
a g
ente
pre
cisa
de
com
panh
ia h
uman
a -
emer
gia
sem
pre
a cl
ara
sens
ao
de
que
o se
u co
m-
port
amen
to e
a s
ua m
anei
ra d
e se
r, e
m t
odos
os
tipo
s de
ope
ra
es t
riba
is, s
e to
mav
am m
ais
tran
spar
ente
s e
faci
lmen
te c
ompr
eens
vei
s d
o qu
e m
e er
am
ante
s. O
leit
or e
ncon
trar
to
das
esta
s co
nsid
era
es
met
odol
gic
as i
lust
rada
s,
mai
s u
ma
vez,
nos
cap
tul
os s
egui
ntes
.
vm
Por
fim
, pa
ssem
os a
o te
rcei
ro e
lt
imo
obje
ctiv
o d
o tr
abal
ho d
e ca
mp
o ci
ent
fico
, ao
lt
imo
tipo
de
fen
men
os q
ue d
evem
ser
reg
ista
dos
com
vis
ta
a um
jetr
ato
com
plet
o e
adeq
uado
da
cult
ura
nati
va. P
ara
alm
do
cont
orno
fi
rme
da
cons
titu
io
tri
bal
e do
s te
rnas
cul
tura
is c
rist
aliz
ados
que
fo
rmam
o
esqu
elet
o; p
ara
alm
do
s da
dos
da
vida
quo
tidi
ana
e d
o co
mpo
rtam
ento
co
mum
, que
so
, po
r as
sim
diz
er, a
su
a ca
rne
e sa
ngue
, ta
mb
m o
esp
rit
o -
as v
ise
s, o
pini
es
e ex
pres
ses
dos
nat
ivos
- de
ve s
er r
egis
tado
. Ist
o p
orq
ue,
em
cad
a ac
to d
a vi
da t
riba
l ex
iste
, em
pri
mei
ro l
ugar
, a r
oti
na
pres
crit
a p
elo
cost
ume
e tr
adi
o, d
epoi
s o
mo
do
com
o
leva
da a
cab
o e,
po
r fi
m, o
co
men
-t
rio,
que
sus
cita
, de
acor
do c
om
a su
a m
enta
lida
de. U
m h
om
em q
ue s
e su
b-
met
e a
vri
as o
brig
ae
s co
stum
eira
s e
que
actu
a se
gund
o a
trad
io
, f
-lo
impe
lido
po
r ce
rtos
mot
ivos
, aco
mpa
nhad
o de
cer
tos
sent
imen
tos,
gu
iad
o po
r ce
rtas
id
ias.
Est
as i
dia
s, s
enti
men
tos
e im
puls
os s
o m
olda
dos
e co
n-
dici
onad
os p
ela
cult
ura
em
que