Ley End as Delos Orixas

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  • 7/25/2019 Ley End as Delos Orixas

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    Lendas dos OrixsIntroduo

    Ajak

    Ayr

    Bayanni

    Ibeji

    Iyami Oshoronga

    If

    Iroko

    Egun

    Esu

    Ewa

    Logun Ede

    Nana

    Oba

    Odduw

    Odus

    Ogum

    Oko

    Olodumar

    Omulu

    Oranian

    Osaguian

    Osalufan

    Ossain

    Osossi

    Oxum

    Oxumare

    http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/lenda_dos_orixas_principal.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/ajaka.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/ayra.htmlhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/bayanni.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/ibeji.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/iyami.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/ifa.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/iroko.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/egun.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/esu.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/ewa.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/logun.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/nana.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/oba.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/oduduwa.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/odus.htmlhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/ogum.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/oko.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/olodumare.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/omulu.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/oranian.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/osaguian.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/osalufan.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/ossain.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/osossi.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/osun.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/oxumare.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/oxumare.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/osun.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/osossi.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/ossain.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/osalufan.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/osaguian.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/oranian.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/omulu.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/olodumare.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/oko.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/ogum.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/odus.htmlhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/oduduwa.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/oba.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/nana.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/logun.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/ewa.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/esu.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/egun.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/iroko.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/ifa.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/iyami.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/ibeji.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/bayanni.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/ayra.htmlhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/ajaka.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/lenda_dos_orixas_principal.htm
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    Oya

    Sango

    Yemoja

    Na frica cada Orix estava ligado originalmente a uma cidade ou a umpas inteiro. Tratava-se de uma srie de cultos regionais ou nacionais.Sng em Oy, Yemoja na regio de Egb, Iyewa em Egbado, Ogn em Ekitie Ond, ssun em Ijex e Ijebu, Erinl em Ilobu, Lgunnde em Ilex,Otin em Inix, Osl-Obtl em If, subdivididos em Oslfon em Ifan

    e sgiyan em Ejigb.

    REFERNCIA: Casa dos Orixas 01

    Podemos afirmar que a cultura do candombl no brasil, nasceu nas senzalas,com a juno de povos(africanos) com seus costumes e orixs. Provenientesde milhes de negros de diversos pases e cidades africanas, trazidos(arrancados) de seus lares, de suas famlias e de seus pais e filhos; paratrabalharem nas plantaes de cana e caf das cidades baianas, cariocas,pernambucanas, cearenses e paulistanas. E, posteriormente, nos exrcitose fazendas de fronteiras do rio grande do sul.

    Graas aos conquistadores portugueses, franceses, ingleses e de padres ebispos da poca; (que legaram aos brancos poder de matar os negros e ndios,afirmando que os negros eram sub-humanos, e portanto, no haveria pecado.)Milhes de negros foram massacrados nas colnias e em navios negreiros.

    Porm, ironicamente podemos afirmar que: se no fosse essa catstrofe ouatrocidade animalesca; provocadas por animais considerados humanos, contrahumanos considerados animais; hoje o brasil no teria o prazer de conheceresta maravilhosa cultura, sem mencionar nos orixs e seus axs.

    Ao contrrio que muitos acreditam, na frica no existia somente tribosde ndios semi-culturados. L existia e ainda existem, reinos com suashierarquias (reis, rainhas, sacerdotes, prncipes, generais, exrcitos,etc.); assim como, havia uma cultura avanada relacionada a religio ecomrcio em todo continente, inclusive possuindo muitas heranas culturaisegpcias, gregas e persas.

    No continente africano, muitos reinos com suas ricas e milenares cidades,foram extintos graas s influncias e dominaes crists e mulumanas.Aniquilando o resto da cultura existente nos pases enfraquecidos pelaescravido, tornando-os rfos de orixs.

    fcil de se verificar que em muitas regies africanas o povo carece deenergia (ax).

    http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/oya.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/sango.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/yemonja.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/yemonja.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/sango.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/oya.htm
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    Assim:Sem oxum (gua); sem ogum (trabalho/ferramentas); sem xang (justia); semoxal (paz); sem iemanj (estudo/psicologia); sem nan (origem,famlia);sem od/oxossi (comida/caa); sem ossain (remdio); etc.

    bom saber, que ainda existe cultura na frica, mesmo que seja em poucas

    regies.l ainda existem reinos, prncipes, rios e orixs... Onde possamoslevar e trazer fundamentos, realizando a to sonhada e difundida unio entrecontinentes; pregada, catalogada e amplamente difundida por autores como:Pierre vergere tantos outros.

    Quanto a escravido...Em vrias senzalas brasileiras, foram aglomerados negros de diversasrazes, que uniram-se culturalmente; trocando, dividindo fundamentos decultuao e prtica religiosa.Tambm por esses motivos, os negros escravos eram muito temidos. Elesarquitetavam facilmente, planos de fuga, de defesa e at mesmo deguerrilhas."assim nascera: a capoeira, o zumbi dos palmares, o candombl, etc."

    Como ocorreu ...

    Sabendo-se que: era costume em muitas cortes e tribos africanas,escravizarem os presos de guerra (principalmente os guerreiros), ao mesmotempo que no haviam exrcitos europeus capazes de vencer uma guerra ouconfronto direto com povos africanos (os mesmos possuam tambm tticasavanadas de guerra). Os portugueses uniam-se a reis africanos, oferecendoarmas e ttulos da nobreza europia em troca dos prisioneiros de guerra.Desencadeando um grande conflito inter-continental, apenas levantandocalnias e difamaes entre os povos vizinhos.

    Aps anos de guerras e conflitos, muitos reinos enfraqueceram seus sistemasde defesa, e muitos soldados j estavam trabalhando nas colnias comoescravos. Os portugueses deram o golpe final invadindo e conquistando osreinos dos prprios aliados enfraquecidos. Arrastando para as senzalastambm as mulheres, crianas e nobres das cortes.Assim prosseguiu a barbrie tarefa europia de comrcio humano. At o finalda segunda guerra mundial. Onde ainda existia nas colnias africanas doimprio britnico, trabalho escravo e apartheid, em pleno sculo "XX".

    Na prpria terra dos orixs a pobreza e as doenas, assistidas e divulgadasem meios de comunicao, como ex: em angola (ex-colnia portuguesa);tiveram como principal foco inicialisador, a extino da cultura dos povospor seus opressores. Onde muitos habitantes, no reconhecem mais seusantepassados. Perdendo o elo com seus orixs.Porm, assim como ocorreu na escravido no Brasil, sabemos que na frica,existem bravos sobreviventes, que lutam para que seus paises resgatem suacultura e prestgio.

    E toramos para que a cultura dos orixs permaneam vivas e fortes em muitoscoraes e povos, sobrevivendo inclusive de ataques das religies que sedizem nicos donos da "palavra de deus"; Induzindo inclusive a separao

    http://www.corrupio.com.br/verger-p.htmhttp://www.corrupio.com.br/verger-p.htm
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    de negros e brancos como nos EUA, por exemplo: onde o negro abdicoutotalmente de sua cultura ancestral, absorvendo a religio e oscostumes(cultura) dos brancos, onde pregam em suas liturgias a paz e o amor,assim como a igualdade entre os homens. Mas mesmo assim, foram humilhadose separados dos demais brancos. Onde reza um negro, no reza um branco,e cada qual possui sua igreja de mesmo deus, (para brancos e negros),

    perdendo assim sua identidade , seu orgulho, sua cultura.

    E aqui no brasil, quando no mais houver crianas chorando com fome, epessoas somente criticando os atos das pessoas de boa vontade ao invs decontribuir ou ajudar. Certamente este pas mais frtil, mais cultural ecom o povo mais nobre e humano do mundo. Ter certamente lugar de destaque,respeito e reconhecimento em todo o planeta.

    Hoje conhecemos a religio africana no continente americano como:-candombl, batuque, xang, santeria, vodoo e outras)Em cada grupo, juntaram-se culturas, associadas ao maior ou menor nmerode pessoas originrias da mesma raiz (nag, ketu, angola, oyo, jje, ijex,etc) (ver mapa).

    Em muitos reinos/cidades, cultuava-se diferentes orixs em cadaraiz(famlia). Como em muitos locais, eles conheciam orixs por diferentesnomes. Ex: obaluaie e omulu em ketu(nag); xapanan e sapakta em jje. (queso os mesmos orixs). E que em muitas naes foram associados a outrosorixs, tornando-se qualidades.Seus fundadores ou reis, eram cultuados especificamente em suas prpriascidades conquistadas ou fundadas. Ex: xang em oy, logun-ed em efon,oxossi em ketu, etc. Sendo at hoje reverenciados, servindo de pilar naidentificao da origem de cada casa de candombl existente no brasil.

    Tambm em vrias regies da frica, existem ainda sacerdotes e obs(reis)

    supremos de determinados orixs, sendo os mesmos detentores nicos de todosos segredos e fundamentos a um ou dois orixs especficos.Em muitas naes, os mesmos orixs, ou possuem cultos nicos e diretos,ou tornaram-se qualidades de orixs primrios. Ex: no oy (batuque) otin um orix feminino que se cultua junto a od. Em outras naes de candombl,a mesma uma qualidade de oxossi/od. Assim como ibeji, etc.Infelizmente, muitos outros orixs no so mais cultuados, pois perderam-seos fundamentos dos mesmos, porm ainda existem na natureza, e seus axs(energias) ainda reinam no universo.

    Nota: devido as diferenas litrgicas e culturais existentes entre naesafricanas de razes, jje, angola, ketu etc. Sempre ocorreu uma certadesunio entre as mesmas.Umas das principais misses nesta obra, a de promover a unio da religioafricana no Brasil.No nos referimos a uma unio litrgica (modo de cultuao e prtica), poissabemos que devido aos costumes de nossos antepassados, que desde aantigidade, cultuavam orixs diferentes em cada nao religiosa. Mas sim,numa unio cultural.Portanto, no devemos nos atenuar em diferentes nomes de qualidadesdesignadas a orixs, exs e at mesmo certas diferenas ligadas a maneiras

    http://newwindow%28%27amp_mapa.html%27%2C%27janela%27%2C%27405%27%2C%27395%27%2C%27no%27%29/http://newwindow%28%27amp_mapa.html%27%2C%27janela%27%2C%27405%27%2C%27395%27%2C%27no%27%29/
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    de tocar um candombl/batuque/xang, etc.Devemos sim buscar maneiras de interagir nossos conhecimentos e culturaem prol de uma unio mais slida, respeitvel e influente.

    REFERNCIA: Casa dos Orixas 02

    Origem...So muito contraditrias as publicaes referentes a verdadeira origem dareligio dos orixs na frica.Alguns historiadores, associam Odudu o "conquistador". Com Nimrod; tambmcitam a semelhana de nosso mtodo de consulta a If (orculo), com aKaballah judaica; Dan a serpente telrica representando a eternidade, coma Dan serpente referente a umas das doze tribos de Israel e outras. Ou seja,muitos historiadores afirmam que os yorubs possuem descendncia judaica.Outros defendem somente a tese que: os orixs so antepassados divinizadosde antigos reis africanos, assim como generais e sacerdotes; que tiveramsuas faanhas eternizadas nas histrias dos antigos. Lendas repassadas degerao em gerao aos descendentes dos reinos e tribos africanas.Em suas pesquisas, constataram a presena de influencias egpcias efencias na cultura yorubana.Verger mostrou em suas obras, que nossa origem remota a muitas outrasconhecidas, como gregas e romanas. Pois temos orixs em nosso culto queso anteriores a conquista e conhecimento do metal, como nan.

    Verger tambm tratou de mostrar a semelhana existente entre nossos deusese deuses gregos, como por exemplo:Zeus: deus grego do trovo e dos raios, tem como smbolo um machado duplo.Xang: deus yorub dos raios e troves, tem como smbolo um ox (machadode duas lminas).

    Certamente em meio a tanto estudos, podemos afirmar que em um vastocontinente como o africano, certo que todas as teses so corretas.E que aos poucos, todas estas origens regionais, fundiram-se formando umacultura slida e nica, que conhecemos hoje como a cultura dos orixs;verificadas em todos os povos (yorubanos, angolanos, jjes, etc.), com seuxang, odudu, obatal e demais reis, guerreiros e sacerdotes. Eternizadose unidos com as energias da natureza (florestas, animais, rios, oceanos,etc.) Onde em nossos yls so louvados e suas histrias narradas a nossosiniciados, afim de servir de exemplo de conduta e f, associada a naturezae bem estar da sociedade.

    Tal como em livros milenares, editados como por exemplo: a arte da guerra

    do general chins "sun tzu" vendido no mundo todo. Narrando suas condutase tticas de batalhas, transformadas em auto-ajuda, associada a negciose condutas para os dias atuais.Ns tambm ensinamos a nossos seguidores, as histrias de nossos reis(Xang) de nossos generais milenares (Ogun), etc. Com suas tticas, seuserros, suas virtudes e glrias; afim que possam ter como princpio de vida,o equilbrio associado a normas e condutas culturais de nossosantepassados.E com simbologias e danas em louvor a nossos antigos mestres saudamos

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    nossos orixs e antepassados, que em energia nos lega seu ax.

    Sincretismo...

    Nos referimos a sincretismo, quando so associadas duas religies em umnico culto, com suas simbologias e doutrinas mescladas.

    No caso do candombl/batuque, foram associados imagens de santos catlicosa nossos orixs. O que existe uma explicao inconteste e nica para talassociao.O sincretismo religioso, nasceu tambm nas senzalas. Hoje h uma grandediferena de sincretismo de orixs nas naes de candombl.Na bahia, ogum sincretizado por so sebastio, no rio grande do sul porso jorge, e assim por diante.

    Na poca quando ouve a troca de cultura entre os habitantes das senzalas,os negros continuaram a cultuar seus orixs, mesmo aps os brancos com suasanta inquisio catlica, obrigarem os negros a converterem-se aocristianismo e trocarem seus nomes originais, por nomes portugueses.Quando os negros danavam para seus orixs, eles colocavam sobre o"assentamento", esttuas de santos catlicos para enganar os inquisidores.Como eles cantavam aos seus orixs em seu dialeto primitivo, os padres efazendeiros, tinham a iluso que os escravos louvavam os santos catlicosna linguagem yorub. Mas na verdade, estavam usando as imagens destes santospara esconder em seu interior, suas obrigaes e verdadeiras simbologiasdos orixs.Certamente, os negros assimilaram muito bem os ensinamentos dos senhoresbrancos, utilizavam as imagens catlicas comparando-as aos orixs poraparncia ou feitos. Como exemplo: oxal com jesus, oxum e yemanj com asaparies da virgem maria, oy/yansan com santa brbara e assim por diante.

    Mas cabe lembrar: os negros s usavam as imagens catlicas no propsito

    de esconder suas obrigaes, em hiptese alguma, os negros cultuavam ossantos catlicos como orixs.

    Referncia: Candombl Il Ax Op Afonja

    Algumas consideraes...

    A palavra candombl sinnimo de religio africana. Sempre foi e usadaainda neste sentido. Isto explica muitas coisas. Vejamos. O negro foiarrancado de sua terra e vendido como uma mercadoria, escravizado. Aquiele chegou escravo, objeto; de sua terra ele partiu livre, homem. Na viagem,no trfico, ele perdeu personalidade, representatividade, mas sua cultura,sua histria, suas paisagens, suas vivncias vieram com ele. Estassementes, estes conhecimentos encontraram um solo, uma terra parecida coma frica, embora estranhamente povoada. O medo se impunha, mas a f, a crena- o que se sabia - exigia ser expresso. Surgiram os cultos (onil -confundidos mais tarde com o culto do Caboclo, uma das primeiras versesdo sincretismo), surgiu a raiva e a necessidade de ser livre. Apareceramos feitios (ebs), os quilombos.

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    Os trezentos anos da histria da escravido do negro no Brasil, atestamacima de tudo, a resistncia, a organizao dos negros. A cultura africanasobreviveu para o negro atravs de sua crena, de sua religio. O que seacredita, se deseja, mais forte do que o que se vive, sempre que h umasituao limite. A religio, sua organizao em terreiros (roas), foi comomuito j se escreveu, a resistncia negra. Resistiu-se por haver

    organizao. A organizao consigo mesmo. Cada negro tinha, ou sabia queseu av teve, um farol, um guia, um orix protetor.

    No meio dos objetos traficados (os escravos) haviam jias raras:Babalorixs e Iyalorixs. Estes sacerdotes, inteiros nas suas crenas,criaram a frica no Brasil. Esta mgica, esta organizao reestruturantes possvel de ser entendida se pensarmos no que a iniciao , todoprocesso que implica e estabelece. A cana de acar do Senhor de Engenhoera plantada por Ias recm sados das camarinhas, dos roncs.

    A fora se espalhou, o ax cresceu e apareceu na sociedade sob a forma dosterreiros de candombl (religio de negros yorub como definido no

    Dicionrio de Aurlio Buarque). Era coisa de negros, portanto escusa,ignorante, desprezvel e rapidamente traduzida como coisa ruim, coisa dodiabo, bem e mal, certo e errado, branco e preto. Antagonismos opressores,sem possibilidades alternativas. O negro resolveu tentar agir como se forabranco, para ser aceito.

    Ele dizia:- meu Senhor, a gente t tocando para Senhor do Bomfim, seu Santo, nh!No para Oxal, quer dizer, Oxal o Pai Nosso, o mesmo que Senhordo Bomfim. Sincretismo. Forma de resistncia que criou grande onus, severascicatrizes desfiguradoras. O processo social, a dinmica implacvel. Aimobilidade no se mantm. O filho do africano j dizia que no confiavaem negro brasileiro (o sgd, por exemplo, um encantamento deinvisibilidade e criao de elemental, no foi ensinado). Muito se perdeu,a terra africana reduziu-se a pequenos torres, o candombl era eficaz;o Senhor procurava a negra velha para fazer um feitio, para que lhe desseum banho de folha, lhe desse um patu. Proliferao de terreiros.Massificao, turismo, folclore.

    Mas os grandes iniciados, iguais queles criadores da terra africana noBrasil, ainda existem. Od Kayode - Me Stella de Oxossi , em 1983, dizia:"Ians no Santa Brbara", e explicava. Mostrou que candombl no erauma seita, era uma religio independente do catolicismo. A terra tremeu;algumas pessoas falavam: "- sempre fomos missa, sempre a ltima beno,depois da iniciao, era na Igreja, fazemos missa de corpo presente quando

    algum morre, no pode mudar isso". Era a tradio alienada versus arevoluo coerente, era a quebra do ltimo grilho. A represa foi quebradae as guas fertilizaram os campos quase estreis da sobrevivncia. O negro livre. Veio da frica, tem uma histria, tem uma religio igual qualqueroutra e ainda, no politeista, monoteista: acima de todos os Orixsest Olorum. Nina Rodrigues conta que uma vez perguntou a um Babalorixporque ele no recebia Olorum, j que este existia. Ouvindo a seguinteresposta: "- Meu Doutor, se eu recebesse, eu explodia".

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    Agora um novo limite, uma nova configurao se instala. Neste fim de sculocom a corroso das instituies religiosas tradicionais, com o surgimentode novas religies, com as doutrinas esotricas alternativas, o candombl,agora considerado religio, visto tambm como uma agncia eficiente:resolve problemas, cura doenas, acalma as cabeas. Os brancos querem sernegros, j no se ouve "o negro de alma branca", agora o privilgio ser

    um branco de alma negra, ter ancestralidade, "ter enredo, histria com oSanto". Mais do que nunca as Iyalorixs e Babalorixs se questionam. Asarmadilhas, os "caa-fugitivos" esto instalados. So os congressos, a TV- a mdia - os livros, a 'web', em certo sentido. Tudo isto transformado,por ns, em pinas para separar o joio do trigo, porisso estamos aqui.Dizendo o que somos, damos condio para que se perceba o que est postoe se entenda o suposto, o oposto e o aposto. Diferenciao conhecimento,candombl religio, no seita.

    As Iyalorixs organizam as cabeas. O processo de organizao do ori awo(segredo). O candombl uma religio que trabalha com o segredo, o ladomudo do ser, o que a Olorum pertence. O candombl organiza o fragmentado,

    abrindo canais de expresso para o ser humano.

    - Oni Kw -Salvador, outubro de 1996

    Referncia: ACAIBA

    Hoje, quando se fala em "candombl", o que se tem em mente um tipoespecfico de religio formada na Bahia, denominado candombl "queto" ou"Ketu", que atualmente pode ser encontrado em praticamente todo o Pas.Mas o termo candombl designa muitas variedades religiosas, como veremosadiante.

    "O CANDOMBL: SUAS NAES E VARIANTES" NAO KET NAO ANGOLA NAO JEJ HISTRICO

    O candombl e demais religies afro-brasileiras tradicionais formaram-seem diferentes reas do Brasil com diferentes ritos e nomes locais derivadosde tradies africanas diversas: candombl na Bahia, xang em Pernambucoe Alagoas, tambor de mina no Maranho e Par, batuque no Rio Grande do Sule macumba no Rio de Janeiro.A organizao das religies negras no Brasil deu-se bastante recentemente,

    no curso do sculo XIX. Uma vez que as ltimas levas de africanos trazidospara o Novo Mundo durante o perodo final da escravido (ltimas dcadasdo sculo XIX) foram fixadas sobretudo nas cidades e em ocupaes urbanas,os africanos desse perodo puderam viver no Brasil em maior contato unscom os outros, fsico e socialmente, com maior mobilidade e, de certo modo,liberdade de movimentos, num processo de interao que no conheceramantes. Este fato propiciou condies sociais favorveis para asobrevivncia de algumas religies africanas, com a formao de grupos deculto organizados.

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    At o final do sculo passado, tais religies estavam consolidadas, mascontinuavam a ser religies tnicas dos grupos negros descendentes dosescravos. No incio deste sculo, no Rio de janeiro, o contato do candomblcom o espiritismo kardecista trazido da Frana no final do sculo propiciouo surgimento de uma outra religio afro-brasileira: a umbanda, que tem sido

    reiteradamente identificada como sendo a religio brasileira porexcelncia, pois, nascida no Brasil, ela resulta do encontro de tradiesafricanas, espritas e catlicas.Desde o incio as religies afro-brasileiras formaram-se em sincretismocom o catolicismo, e em grau menor com religies indgenas. O culto catlicoaos santos, numa dimenso popular politesta, ajustou-se como uma luva aoculto dos pantees africanos. A partir de 1930, a umbanda espraiou-se portodas a regies do Pas, sem limites de classe, raa, cor, de modo que todoo Pas passou a conhecer, pelo menos de nome, divindades como Iemanj, Ogum,Oxal etc.

    O candombl, que at 20 ou 30 anos atrs era religio confinada sobretudo

    na Bahia e Pernambuco e outros locais em que se formara, caracterizando-seainda uma religio exclusiva dos grupos negros descendentes de escravos,comeou a mudar nos anos 60 e a partir de ento a se espalhar por todosos lugares, como acontecera antes com a umbanda, oferecendo-se ento comoreligio tambm voltada para segmentos da populao de origem no-africana.Assim o candombl deixou de ser uma religio exclusiva do segmento negro,passando a ser uma religio para todos. Neste perodo a umbanda j comearaa se propagar tambm para fora do Brasil.

    Durante os anos 1960, com a larga migrao do Nordeste em busca das grandescidades industrializadas no Sudeste, o candombl comeou a penetrar o bemestabelecido territrio da umbanda, e velhos umbandistas comearam e seiniciar no candombl, muitos deles abandonando os ritos da umbanda parase estabelecer como pais e mes-de-santo das modalidades mais tradicionaisde culto aos orixs. Neste movimento, a umbanda remetida de novo aocandombl, sua velha e "verdadeira" raiz original, considerada pelos novosseguidores como sendo mais misteriosa, mais forte, mais poderosa que suamoderna e embranquecida descendente, a umbanda.

    Nesse perodo da histria brasileira, as velhas tradies at entopreservadas na Bahia e outros pontos do Pas encontraram excelentescondies econmicas para se reproduzirem e se multiplicarem mais ao sul;o alto custo dos ritos deixou de ser um constrangimento que as pudesseconter. E mais, nesse perodo, importantes movimentos de classe mdiabuscavam por aquilo que poderia ser tomado como as razes originais da

    cultura brasileira. Intelectuais, poetas, estudantes, escritores eartistas participaram desta empreitada, que tantas vezes foi bater portadas velhas casas de candombl da Bahia. Ir a Salvador para se ter o destinolido nos bzios pelas mes-de-santo tornou-se um must para muitos, umanecessidade que preenchia o vazio aberto por um estilo de vida moderno esecularizado to enfaticamente constitudo com as mudanas sociais quedemarcavam o jeito de viver nas cidades industrializadas do Sudeste, estilode vida j, quem sabe?, eivado de tantas desiluses.

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    O candombl encontrou condies sociais, econmicas e culturais muitofavorveis para o seu renascimento num novo territrio, em que a presenade instituies de origem negra at ento pouco contavam. Nos novosterreiros de orixs que foram se criando ento, entretanto, podiam serencontrados pobres de todas as origens tnicas e raciais. Eles seinteressaram pelo candombl. E os terreiros cresceram s centenas.

    O termo candombl designe vrios ritos com diferentes nfases culturais,aos quais os seguidores do o nome de "naes" (Lima, 1984). Basicamente,as culturas africanas que foram as principais fontes culturais para asatuais "naes" de candombl vieram da rea cultural banto (onde hoje estoos pases da Angola, Congo, Gabo, Zaire e Moambique) e da regio sudanesado Golfo da Guin, que contribuiu com os iorubs e os ew-fons,circunscritos principalmente aos atuais territrio da Nigria e Benin. Masestas origens na verdade se interpenetram tanto no Brasil como na origemafricana. inicio

    Na chamada "nao" queto, na Bahia, predominam os orixs e ritos deiniciao de origem iorub. Quando se fala em candombl, geralmente areferncia o candombl queto e seus antigos terreiros so os maisconhecidos: a Casa Branca do Engenho Velho e duas casas derivadas da CasaBranca, o Ax Op Afonj e o Gantois; alm do candombl do Alaketo. Ocandombl queto tem tido grande influncia sobre outras "naes", que tmincorporado muitas de suas prtica rituais. Sua lngua ritual deriva doiorub, mas o significado das palavras e a sintaxe em grande parte seperderam atravs do tempo. Alm do queto, as seguintes "naes" tambm sodo tronco iorub (ou nag, como os povos iorubanos so tambm denominados):ef e ijex na Bahia, nag ou eba em Pernambuco, oi-ijex ou batuque denao no Rio Grande do Sul, mina-nag no Maranho, e a quase extinta "nao"xamb de Alagoas e Pernambuco.

    Mais recentemente, quando o candombl (de origem baiana, nao queto) jse encontrava espalhado por todos os grandes centros urbanos, tendo j,inclusive, iniciado sua propagao por pases do Cone Sul e tambm daEuropa, iniciou-se um movimento de recuperao de razes africanasconhecido como "africanizao", que rejeita o sincretismo catlico,procura reaprender o iorub como lngua original e tenta reintroduzir ritosque se perderam ao longo do tempo e redescobrir os mitos esquecidos dosorixs.

    Fonte, Internet

    A "nao" angola, de origem banto, adotou o panteo dos orixs iorubs

    (embora os chame pelos nomes de seus esquecidos inquices, divindadesbantos, assim como incorporou muitas das prticas iniciticas da naoqueto. Sua linguagem ritual, tambm intraduzvel, originou-sepredominantemente das lnguas quimbundo e quicongo. Nesta "nao", temfundamental importncia o culto dos caboclos, que so espritos de ndios,considerados pelos antigos africanos como sendo os verdadeiros ancestraisbrasileiros, portanto os que so dignos de culto no novo territrio a queforam confinados pela escravido. O candombl de caboclo uma modalidadeda nao angola, centrado no culto exclusivo dos antepassados indgenas.

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    Foram provavelmente o candombl angola e o de caboclo que deram origem umbanda. H outras naes menores de origem banto, como a congo e a cambinda,hoje quase inteiramente absorvidas pela nao angola.

    Fonte, Internet

    A nao jeje-mahin, do estado da Bahia, e a jeje-mina, do Maranho,derivaram suas tradies e lngua ritual do ew-fon, ou jejes, como j eramchamados pelos nags, e suas divindades centrais so os voduns.As tradiesrituais jejes As tradies rituais jejes foram muito importantes naformao dos candombls com predominncia iorub.

    A palavra JEJE vem do yorub adjeje que significa estrangeiro, forasteiro.Portanto, no existe e nunca existiu nenhuma nao Jeje, em termospolticos. O que chamado de nao Jeje o candombl formado pelos povosfons vindo da regio de Dahom e pelos povos mahins. Jeje era o nome dadode forma perjurativa pelos yorubs para as pessoas que habitavam o leste,porque os mahins eram uma tribo do lado leste e Saluv ou Savalu eram povosdo lado sul. O termo Saluv ou Savalu, na verdade, vem de "Sav" que erao lugar onde se cultuava Nan. Nan, uma das origens das quais seria Bariba,uma antiga dinastia originria de um filho de Odudu, que o fundador deSav (tendo neste caso a ver com os povos fons). O Abomei ficava no oeste,enquanto Axantis era a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povosJeje.

    REFERNCIA: Rubem Csar Fernandes

    Candomblpor Rubem Csar Fernandes

    H sacerdotes africanos que vm ao Brasil aprender sobre a sua prpria

    religio. Este um fenmeno extraordinrio de sobrevivncia cultural ede desenvolvimento de tradies massacradas pelo trfico de escravos.Iorubas, daomeanos, os fanti-ashanti, os bantos, contriburam de diversasmaneiras para a religiosidade afro-brasileira, introduzindo variantesrituais. A corrente Jej-Nag, no entanto, constituiu-se como a principalreferncia estruturante a partir do sculo XIX. Fenmeno semelhante ocorreuno Caribe, com o Voudou no Haiti ou a Santeria em Cuba. Religiosos destastrs regies - litoral do Brasil, Caribe, frica Oriental - constituem umcircuito de prticas sagradas comuns que ainda ho de desenvolver as suasrelaes.

    A vitalidade das tradies afro no Brasil evidencia-se por um modoparticular de expanso. No se restringiu afirmao dos limites de umaidentidade tnica. A simbologia negra e a memria africana so fortementereiteradas, com certeza, e oferecem uma fonte perene de elementosanimadores dos movimentos negros. O negro no , para os fiis, no entanto,a cor identificadora da essncia de sua religio. Oxum do amarelo ouro,Oxossi do verde das matas, Yemanj do azul-marinho, Xang do vermelho ebranco, e assim por diante, pelas cores do arco-ris. A nfase ritual no posta na histria da destribalizao, do trfico, da tremenda travessiaocenica ou da violncia desagregadora nos trabalhos escravos.

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    Os ritos e mitos do Candombl pouco falam de histria. Valorizada, sim, a presena dos orixs nos espaos sagrados, assim como sua influncianas cabeas e no comportamento das pessoas. O Candombl dramatiza relaesde uma dimenso csmica, que se passam no tempo mtico, compreensivo davida como a conhecemos. Esta abertura mtica, combinada dinmica

    sincrtica do catolicismo no Brasil, levou a que as verdades do Candomblfossem percebidas como tais e eventualmente apreciadas por um vastocontingente de brasileiros, fossem eles negros, mulatos ou brancos. OCandombl sempre foi condenado pela Igreja, mas o ministrio clerical nuncateve grande penetrao entre a massa dos fiis. Foi perseguido pelo Estadoe com violncia ainda no perodo getulista, mas os policiais que invadiamos terreiros eram, eles prprios, com freqncia, temerosos freqentadoresdos mesmos. A perseguio diminuiu a partir dos anos 50, dando maisliberdade para a multiplicao das casas de culto e para a sua frequentao.Movimentos culturais passaram a enobrec-lo na literatura, na msica, nocinema ou na TV, emprestando-lhe um brilho que atraente at mesmo paraas elites.

    Sua influncia sobre a Umbanda, movimento novo e expansionista, levou osorixs a serem cultuados em crculos mais amplos, inclusive de classe mdia.Um levantamento dos anos 80 registrou cerca de 16 mil centros de Umbandano Rio Grande do Sul, por exemplo, a maioria deles liderada por descendentesdos alemes, italianos, poloneses e de outros imigrantes europeus. Hdevotos dos orixs entre japoneses e judeus no Brasil. Casas de Candomble Centros de Umbanda proliferam na Argentina por influncia brasileira.

    A sofisticao esttica dos ritos do Candombl contribui, sem dvida, paraa atrao que exerce nas pessoas em geral e, particularmente, nos meiosartsticos. As cerimnias abertas de cada casa de culto tm a caractersticade uma "festa". As divindades que nelas se manifestam no vm para pregarou distribuir conselhos. Vm expressar a sua energia vital, danando. Fazemisto de modo solene, seguindo uma estrita lgica ritual, comandada pelosom dos atabaques e dos cantos. Vestem-se com pompa e produzem um gestualcodificado, identificador de cada orix. As festas terminam,invariavelmente, com um jantar aberto ao pblico, feito de comidassagradas, relativas ao evento da noite.

    As Casas de Candombl desenvolvem uma intensa e constante atividade demanuteno das relaes entre o sagrado e o profano. O espao cuidadosamente subdividido, com o barraco para as festas pblicas, acamarinha, para os iniciados, o peji, de acesso restrito e onde ficam osobjetos sagrados, as casas de cada orix, de frequentao especificada,

    as plantas sagradas, a sala de recepo para os fiis etc., compondo umaarquitetura to complexa quanto a hierarquia do culto.

    As obrigaes para cada orix, as iniciaes, o atendimento individualizadodo pblico, as adivinhaes, a leitura dos bzios, uma variedade de ritosparticulares, a difcil harmonizao dos distintos poderes que constituemuma Casa de Candombl, o relacionamento com a sociedade exterior, tudo istodeve ser cuidado no detalhe, segundo uma esttica ritual meticulosa. Aautoridade de uma Ialorix (me de santo) ou de um Babalorix (pai de santo)

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    est vinculada, justamente, ao seu domnio sobre todas estas matrias. Oconhecimento sobre como fazer, as justificativas para cada gesto nastradies, compem o vasto acervo simblico personalizado na figura da meou do pai de santo.

    Babalorix Pai Cido de Osum Eyn

    O CANDOMBLPor Pai Cido de Osum Eyn

    O candombl uma religio que teve origem na cidade de If, na frica,(ver mapa)e foi trazida para o Brasil pelos negros iorubs. Seus deusesso os Orixs, dos quais somente 16 so cultuados no nosso pas. Ess, gn,Osossi, Osanyin, Obalay, smr, Nn Buruku, Sng, Oya, Ob, Ewa,Osun, Yemanj, LogunEde, Osguian e Oslufan.O Pai ou a Me de Santo a autoridade mxima dentro do candombl. Elesso escolhidos pelos prprios Orixs para que os cultuem na terra. Os Orixsos induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejamnaturalmente levadas religio, at que assumem o cargo para o qual esto

    destinadas. Uma pessoa no pode optar se quer ou no ser um Pai ou Me deSanto se no acontecer durante sua vida fatos que a levem a isto.So pessoas que de alguma forma so iluminadas pelos Orixs para que cumpramseu destino.Os Pais de Santo, normalmente, so donos de uma roa, ou seja, um lugaronde esto plantados todos os axs e no qual os Orixs so cultuados. Dentroda roa existe o barraco (assim denominado por causa dos negros queantigamente moravam em barraces), que o lugar em que so feitos os grandesassentamentos (oferendas) para os deuses.

    Hierarquicamente, existe, ainda, na roa um pai pequeno ou me pequena,que o brao direito do Pai de Santo e normalmente um filho ou filha

    da casa. Depois vem as Ekedes, so mulheres tambm escolhidas pelos Orixspara cuidar deles e ajud-los. Embora sejam consideradas autoridades dentroda roa, no podem ser Mes de Santo, visto que sua funo j foi determinadae no h como mudar.

    A seguir vem os Ogans, que tocam os atabaques e ajudam o Pai de Santo nosfundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto , de todasas comidas dos Santos; a Ya Efun, dona do efun (pemba), e que estencarregada de pintar os Yas (iniciantes que esto recolhidos para fazero Orix); e finalmente os filhos de Santos, que so as pessoas que "rasparamo Santo", ou melhor, rasoaram a cabea para um Santo a pedido deste.s vezes o Santo, ou Orix, incorpora em determinadas pessoas, mas no h

    necessidade que haja esta "incorporao"para que uma pessoa raspe o Santo.Se a pessoa deve ou no raspar o Santo s pode se sabido com certeza atravsdo jogo de bzios do Pai ou Me de Santo que, diga-se de passagem, so osnicos que podem jogar bzios.O candombl uma religio com uma vasta cultura e rica em preceitos. Sopouqussimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo. necessrio muitadedicao e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo daseita. Seus preceitos so todos fundamentos e qualquer um pode se dedicarao seu estudo e desfrutar seus benefcios. Existe muita energia positiva

    http://planeta.terra.com.br/arte/candomble/orixas_1/pag01_1.htmlhttp://planeta.terra.com.br/arte/candomble/orixas_1/pag01_1.htmlhttp://newwindow%28%27amp_mapa.html%27%2C%27janela%27%2C%27405%27%2C%27395%27%2C%27no%27%29/http://newwindow%28%27amp_mapa.html%27%2C%27janela%27%2C%27405%27%2C%27395%27%2C%27no%27%29/http://planeta.terra.com.br/arte/candomble/orixas_1/pag01_1.htmlhttp://planeta.terra.com.br/arte/candomble/orixas_1/pag01_1.html
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    no candombl, e o seu culto pode trazer paz e felicidade.

    Origem do Candombl: If

    A antiga cidade de If, ao sudoeste da atual Nigria, deslumbrava desdeo comeo do sculo como a capital religiosa e artstica do territrio que

    cobria uma parte central da antiga Repblica do Daom. a fonte msticado poder e da legitimidade, o bero da consagrao espiritual, e para ondevoltaram os restos mortais e as insgnias de todos os reis iorubs. Acivilizao de If, ainda hoje, pouco conhecida e apresenta uma criaoartstica variada do realismo, enquanto que a maioria da arte africana abstrata. O material empregado na arte de If espanta e abisma qualquerhistoriador, incluindo os prprios africanistas. Ao lado das esculturasem pedra e terracota (argila modelada e cozida ao fogo) tradicionais nafrica, esto as esculturas em bronze e artefatos em prola. Uma das artesmais conhecidas a de Lajuwa, que segundo o povo de If permaceu no palcioreal, mostrando os vestgios em terracota, antes de ter sido redescoberta.

    Lajuwa foi o camareiro de Oni (soberano do reino de If ou Aquele quepossui). A atribuio dessa terracota a Lajuwa no estabelecida de maneirasegura, entretanto a escultura foi preservada e conservou uma superfcielisa, ainda que o nariz tenha sido quebrado.

    A maior parte das descobertas das obras foi feita nos BOSQUETES SAGRADOS:vastas extenses de terras situadas no corao da savana. Cada uma destasdescobertas consagrada a esta ou aquela divindade, entre elas:

    - BOSQUETE SAGRADO DE OLOKUM:cobre uma superfcie de 250 ha, ao norte da sada da cidade de If. dedicadoa OLOKUM, divindade do mar e da riqueza.

    - BOSQUETE SAGRADO D'IWINRIN:encerra numeroso tesouro artstico, testemunhado, na maior parte, uma arteextremamente realista e refianada. Uma delas de um personagem com 1,60m de altura, sentado num banco redondo, esculpido em quartzo e provido comum brao curvado para dentro em forma de anl. Apia o brao em um tamboreteretangular com quatro ps, sendo adeado por dois outros de igual tamanhonatural, um dos quais tem na mo a extremida de de uma vestimenta cortada.Supe-se que o artista tenha manuseado a argila crua em separado. Depoisde concludo foi seca ao sol e cozida numa imensa fogueira ao ar livre,obtendo uma terracota de cor uniforme.

    - BOSQUETE SAGRADO OSON-GONGON: os arquelogos descobriram uma variedade

    de esculturas de argila cozida e a maior parte de uma mesa miccea. Entreelas est a cabea da prpria OSON-GONGON, porm menos refinada do que ade LAJUWA. Ao lado desta escultura, h numero sas outras representandopersona-gens com deformaes fsicas, uma delas com elefantase nostestculos (doena ligada intimamente ao esprito dos negros e impotnciasexual), objeto de tratamento com rituais especiais. Nos funerais, aliturgia era feita por um sacerdote da antiga sociedade ORO, tida aos"ocidentalizados" como formas mostruosas. O principal achado o vaso doritual destes funerais, decorado em relevo. Revela certos ritos e insgnias

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    religiosas de If. Vem-se com os efeitos: Edans (bastes de bronze,utilizados pelos membros da Sociedade OGBONIS na cerimnia secreta), umbasto de ritual com uma espcie de espiral saliente em ambos os lados,um tambor, um objeto com dois crnios na base, um machado e dois presonagenssem cabeas.

    BOSQUETE SAGRADO DE ORE: possue abundantes esculturas de homens e animais.O grupo principal constitudo de duas esttuas humanas, a maior cha-manda IDENA, o porteiro.IDENA usa um colar de prolas (contas), diferente dos demais usados emesttuas de terracota. Na cintura ostenta um lao e tem as mosentrelaadas. A cabeleira no esculpida, mas representada por pregos deferro fincados, como acontece na srte de If.

    BOSQUETE SAGRADO DE ORODI: encontra-se nele uma esttua de pedra com acabea e o corpo enfeitados com pregos, similares aos que ornam Idena. Temna mo direita uma espada e na esquerda um abano. Est situada em Enshure,provncia de Ado Ekiti.

    Criao do reino de If

    O grande Deus Olodumar enviou Oxaluf (Orix) para que criasse o mundo.A ele foi confiado um saco de areia, uma galinha com 5 dedos e um camaleo.A areia deveria ser jogada no oceano e a galinha posta em cima para queciscasse e fizesse aparecer a terra. Por ltimo, colo-caria o camaleo parasaber se es-tava firme.Oxaluf foi avisado para fazer uma oferenda ao OrixExu antes de sair para cumprir sua misso. Por ser um Orix funfun, Oxalufse achava acima de todos e, sendo assim, negligenciou a oferenda. Exudes-contente, resolveu vingar-se de Oxaluf, fazendo-o sentir muita sede.No tendo outra alternativa, Oxaluf furou com o seu apaasoro o tronco deuma palmeira. Um l-quido refrescante dela escorreu, era o vinho de palma.

    Ele saciou sua sede, embriagou-se e acabou dormindo.

    OLODUMAR, vendo que Oxaluf no cumpriu sua tarefa, enviou Oddwa paraverificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Oxaluf estava embriagado,Oddwa recebeu o direito de vir e criar o mundo.Aps Oddwa cumprir sua tarefa, os outros deuses vm se reunir a ele,descendo dos cus graas a uma corrente que ainda se podia ver, segundoa tradio, no BOSQUE DE OLOSE, at h alguns anos. Apesar do erro cometido,uma nova chance foi dada a Oxaluf: a honra de criar os homens. Entretanto,incorrigvel, embriagou-se novamente e comeou a fabricar anes,corcundas, albinos e toda espcie de monstros.

    Oddwa interveio novamente, anulou os monstros gerados por Oxaluf e criouos homens bonitos, sos e vigorosos, que foram insufla dos com a vida porOLODUMAR. Esta situao provocou uma guerra entre Oddwa e Oxaluf. Oltimo foi derrotado e ento ODDWA tornou-se o primeiro ONI (rei) de If.Distribuiu seus filhos e os enviou paracriar novos e vrios reinos fora de Ife Mais tarde os Orixs retornarama Orum, deixando na terra seus conhecimentos e como deveriam ser cultuadosseus toques, comidas e costumes, para que fossem cultuados pelos seusdescendentes. Ento o ser humano comeou a fazer pedidos aos Orixs e para

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    que cada pedido fosse atendido eles ofereciam comida em troca. Ao contrriodo que se pensa, nem todos os pedidos so atendidos, embora os Orixs sempreaceitem as oferendas. Quando um Orix recebe um pedido, ele o leva aOlodumar e este decide se o pedido vai ou noser atendido. Este julgamento vai ser baseado no merecimento da pessoa quefez o pedido.

    O povo continua fazendo oferen das aos Orixs at hoje, pois os Orixsprocuram sempre fazer o melhor para as pessoas. O crculo dos deuses constitudo segundo o nmero 16, nmero sagrado no candombl. Ele se en-contra em toda parte: no nmero de bzios, no nmero de chamas da lmpadados sacrifcios, na numerao dos membros fsicoa e psquicos, quer dizer,das foras e das partes que possui o homem na organizao hierrquica.

    Ajak

    AGANJ, TERRA FIRME E AJAK SEU PAI

    A histria dessa situao contada pela tradio Lucumi, no ashistrias da Tradio mas pelo que se considera historias adicionais.

    Antes de apaixonar-se pelo caador, Oddw deu a luz para seu maridoObatl, a um menino e uma menina, chamados respectivamente Aganj eYemoj. O nome Aganj significa a parte no habitada do pas, a regioselvagem, terra firme, a plancie, ou a floresta; e o nome Yemojsignifica "me dos peixes" (yeye, me; eja, peixes). A prole da uniodo paraso e da terra, isto , de Obatl e de Oddw, pode assim serdita representar a unio de terra e gua. Yemoj a Deusa dos riose crregos, e gere as dificuldades causadas pela gua. representada

    por uma figura feminina, sua cor o amarelo, contas azuis e vestimentabranca. A adorao de Aganj parece ter cado em desuso, ou ter-sefundido com a de sua me; mas diz-se existir um espao aberto na frenteda residncia do rei em Oyo onde Aganj foi adorado no passado e que

    ainda se chama Oj-Aganj - "Olhos de Aganj".Yemoj casou-se com seu irmo Aganj, e teve um filho chamado rugn.Este nome combinao de orun, do cu, e de gan, do ga, para ser elevado;e parece significar "na altura do cu." Parece responder ao khekheme,ou " regio livre de ar" dos povos Ewe, para significar o espaoaparente entre o cu e a terra. A prole da terra e da gua seria assim

    o que ns chamamos de ar. rugn apaixonou-se por sua me, querecusou-se a ouvir de sua paixo culpada. Um dia rugn aproveitou-seda ausncia de seu pai e a possuiu. Imediatamente depois do ato, Yemoj

    levantou-se e fugiu, esfregando as mos e lamentando. Ela foiperseguida por rugn, que a tentou consolar dizendo que ningum

    precisaria saber do ocorrido. E declarou que no poderia viver sem ela.Pediu-lhe considerar que vivesse com dois maridos, um reconhecido, eo outro em segredo; mas ela rejeitou com horror todas suas propostase continuou a fugir. rugn, entretanto, alcanou-a rapidamente equando estava ao alcance de sua mo, ela caiu para trs na terra entoseu corpo comeou imediatamente a inchar em uma maneira temvel, dois

    crregos da gua saram de seus seios, e seu abdmen explodiu,

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    abrindo-se. Os crregos dos seios de Yemoj uniram-se formando umalagoa. E da abertura de seu corpo vieram:

    DadDeus dos Vegetais

    SngDeus do Relmpago

    gnDeus do Ferro e da Guerra

    lokunDeusa do Mar

    losaDeusa da Lagoa

    OyDeusa do Rio Nger

    sunDeusa do Rio sun

    ObaDeusa do Rio Oba

    rs OkoDeus da Agricultura

    ssi

    Deus dos Caadores

    OkeDeus das Montanhas

    AjDeus da Riqueza

    SponDeus da Varola

    run

    O Sol

    sA Lua

    Para comemorar este evento construiu-se uma cidade chamada If (quesignifica distenso, aumento de tamanho, ou inchamento), no local onderebentou o corpo de Yemoj, essa cidade transformou-se em cidade

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    sagrada para os povos de fala Yorub. O local onde seu corpo caiucostumava ser mostrado e provavelmente ainda o ; mas a cidade foidestruda em 1882, na guerra entre o Ifs contra os Ibadans e osModakekes. O mito de Yemoj explica assim a origem de diversos dos

    Deuses, fazendo-os netos de Obatl e de Oddw.

    AJAK

    O Alfin de y, o Oba Ajak, meio irmo de Sng, era muito pacifico,aptico e no realizava um bom governo. Sng, que cresceu nas terrasdos Tapas (Nupe), local de origem de Toros, sua me, e mais tarde seinstalou na cidade de Kso, mesmo rejeitado pelo povo por ser violentoe incontrolvel, mas sendo tirnico, se aclamou como Oba Kso. Maistarde, com seus seguidores, se estabeleceu em y, num bairro querecebeu o mesmo nome da cidade que viveu, Kso e com isso manteve seu

    titulo de Oba Kso.

    Sng percebendo a fraqueza de seu irmo e sendo astuto e vido porpoder, destrona Ajak e torna-se o terceiro Alfin de y. Ajak,tambm chamado de Dad, exilado, sai de y para reinar numa cidademenor, Igboho ,vizinha de y, e no poderia mais usar a coroa realde y. E, com vergonha por ter sido deposto, jura que neste seu reinadovai usar uma outra coroa (ade), que lhe cubra seus olhos envergonhadose que somente ir tira-la quando ele puder usar novamente o ade que

    lhe foi roubado.

    Esta coroa que Dad Ajak passa a usar, rodeada por vrios fios ornados

    de bzios no lugar das contas preciosas do Ade Real de y, e estachama-se Ade Baynni. Dad Ajak ento casa-se e tem um filho quechama-se Aganj, que vem a ser sobrinho de Sng. Sng reina durantesete anos sobre y e com intenso remorso das inmeras atrocidadescometidas e com o povo revoltado, ele abandona o trono de y e se

    refugia na terra natal de sua me em Tapa.

    Aps um tempo, suicida-se, enforcando-se numa rvore chamada de yn(yn) na cidade de Kso. Com o fato consumado, Dad Ajak volta ye reassume o trono, retira ento o Ade Baynni e passa a usar o AdeAlfin, tornando-se ento o quarto Alfin de y. Aps sua morte,assume o trono seu filho Aganj, neto de rnmyn e sobrinho de Sng,tornando-se o quinto Alfin de y. Como Aganj no teve filhos, com

    ele acaba a dinastia de Oddw em y, assim termina o primeiro perodode formao dos povos yorubanos. De If at y, de Oddw a Aganj,

    passando por Sng.

    Autor: Aulo Barreti

    Ayr

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    AYR era um dos servos de confiana de Sango. OSLFN (N DE IF) fez uma visita as terras de Oyo onde Sango (Oba de Oyo) reinava. Nocaminho de volta Sango se negou a carregar OSLFN at seus domnioscomo uma forma de submisso a OSLFN, ento designou tal misso a

    Ayr. Este por sua vez no s ajudou OSLFN como o carregou nas costasat seus domnios. Ayr tentou tirar partido da situao intrigandoOSLFN contra Sango.

    Ayra tentou convencer OSLFN que Sango fora o nico culpado deleOSLFN, ter passado os sete anos sofrendo maus tratos na priso deOyo, acusado de ser o ladro dos cavalos de Sango. Mas, OSLFN nocedeu a seu veneno e perdoou Sango, que sabedor do acontecido cortourelaes com Ayra pela traio. OSLFN ficou grato pela submissode Ayra e lhe concedeu o ttulo de seu primeiro ministro, fazendo deleseu mais fil amigo, motivo pelo qual AYR come diferente dos SNG.

    Foi-lhe concedido comer em sua gamela o arroz, a canjica e o mingaude aca, sendo-lhe proibido o dend e o sal. Por motivo de rivalidadecom SNG, no se deve coloc-los juntos na mesma casa nem em cima de

    pilo. Sua gamela oval e seus ornamentos prateados.

    Seu assentamento na gamela oval e no leva pilo. A fogueira lhepertence e acesa pelo lado esquerdo. Dentro da fogueira coloca-se

    :

    - Um tacho de cobre com 12 quiabos;- Uma pedra, representando o ODUN AR;

    - Frutas.

    Lendas

    Qualidades

    ANTILE

    Veste branco e ligado a YEMONJA SOB e SUN KAR. Foi le quem carregouOSLFN nos ombros e tentou coloca-lo contra SNG , dizendo que leteria passado os sete anos na priso por culpa de seu filho, SNG.Por isto existe uma KIZILA entre AYR e SNG , no podendo AYR serposto em cima do pilo , pois provoca a ira de OSLFN. Come com S.

    OSUIBURU

    Veste o preto e caminha nas trevas com S e GN, no se raspa.

    AYR AYR

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    Come com SL e veste branco. Caminha junto com GN J, se noassenta-lo AYR no caminha e a pessoa para no tempo.

    AYR OC

    Idntico ao AYR AYR, s que calmo.

    AYR IBONA

    o pai do fogo. Veste branco.

    AYR OMONIGI

    um AYR muito quente e filho do fogo. Se provocado solta fogo pelaboca. Come com SUN.

    ALAMOD

    um AYR menino. Come com YEMONJA e OSOGUIAN. GN J fica a seus ps.

    AJOSSIN

    o dono do camelo. No tem medo da morte como SNG de dend. Vestebranco.

    EPOMIN

    Foi le quem brigou e destronou OMOL.

    ADJAOSSI

    O verdadeiro esposo de OB. Brigou com GN J. Veste branco. GN Jfica em outro quarto.

    YIGBOMIN ou BOMIN

    bom, conselheiro, dono da verdade, reina nas guas junto com SUN.No faz nada sem perguntar a SL.

    ETINJDepende de GN J para caminhar, guerreiro e cruel, no recusa uma

    batalha. Veste branco.

    YBONA

    o AYR da quentura.

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    DUNDUN

    Identico ao OXUIBURU.

    Fonte: http://kasange.vilabol.uol.com.br/ayra.html

    Bayanni

    Baynn vista como a irm mais velha de Xang, que governou Oy comoregente, depois da ineficaz de Dada jak, irmo mais velho de Xang,governante ineficaz para poca. A palavra Baynn uma concentraoda expresso Bab yn mi, "Papai escolheu-me", refere-se crena deque o ancestral masculino escolheu-a para retornar vida na formacorporal de Baynn. Sendo assim, esta seria a razo da coroa de bzios

    que usa, um smbolo de continuidade em termos de reencarnao.

    Ajak, tambm chamado de Dad, exilado, sai de y para reinar numacidade menor, Igboho ,vizinha de y, e no poderia mais usar a coroareal de y. E, com vergonha por ter sido deposto, jura que neste seureinado vai usar uma outra coroa (ade), que lhe cubra seus olhos

    envergonhados e que somente ir tira-la quando ele puder usar novamenteo ade que lhe foi roubado. Esta coroa que Dad Ajak passa a usar, rodeada por vrios fios ornados de bzios no lugar das contas preciosas

    do Ade Real de y, e esta chama-se Ade Baynni.

    Ibeji

    bej o rs dos gmeos. Da-se o nome de Taiwo ao Primeiro gmeogerado e o de Kehinde ao ltimo. Os Yorb acreditam que era Kehindequem mandava Taiwo supervisionar o mundo, donde a hiptese de ser aquele

    o irmo mais velho.Cada gmeo representado por uma imagem. Os Yorb colocam alimentossobre suas imagens para invocar a benevolncia de bej. Os pais degmeos costumam fazer sacrifcios a cada oito dias em honra ao rs

    .

    Conta uma lenda que os Ibejis so filhos paridos por Ians e jogadosnas guas. Osun os abraou e os criou como se fosse seus filhos.O animal tradicionalmente associado a bej o macaco colobo, umcercopiteco endmico nas florestas da frica Equatorial. A espcie emquesto o colobus polykomos, ou "colobo real", que acompanhado deuma grande mstica entre os povos africanos. Eles possuem coloraopreta, com detalhes brancos, e pelas manhs eles ficam acordados em

    silncio no alto das rvores, como se estivessem em orao oucontemplao, da eles serem considerados por vrios povos como

    http://kasange.vilabol.uol.com.br/ayra.htmlhttp://kasange.vilabol.uol.com.br/ayra.html
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    mensageiros dos deuses, ou tendo a habilidade de escutar os deuses.A me colobo quando vai parir, afasta-se do bando e volta apenas nodia seguinte das profundezas da floresta trazendo seu filhote (quenasce totalmente branco) nas costas. O colobo chamado em Yorb deedun orkun, e seus filhotes so considerados a reencarnao dosgmeos que morrem, cujos espritos so encontrados vagando na floresta

    e resgatado pelas mes colobos pelo seu comportamento peculiar.

    Ao contrrio dos ers, entidades infantis ligadas a todos os orixse seres humanos, so divindades infantis, orixs-crianas. Por seremgmeos, so associados ao princpio da dualidade; por serem crianas,so ligados a tudo que se inicia e brota: a nascente de um rio, o

    nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas...So divindades gmeas infantis, um orix duplo e tem seu prprio

    culto, obrigaes e iniciao dentro do ritual.Divide-se em masculino e feminino, (gmeos). No oy cultua-se como ersligado a qualidades de xang e oxun. Popularmente conhecido como xang

    e oxun de ibeji.

    Lendas

    dois pequenos prncipes...

    Existiam num reino dois pequenos prncipes gmeos que traziam sortea todos. Os problemas mais difceis eram resolvidos por eles; em troca,

    pediam doces balas e brinquedos. Esses meninos faziam muitastraquinagens e, um dia, brincando prximo a uma cachoeira, um deles

    caiu no rio e morreu afogado.

    Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do prncipe. O gmeoque sobreviveu no tinha mais vontade de comer e vivia chorando de

    saudades do seu irmo, pedia sempre a Orumil que o levasse para pertodo irmo.

    Sensibilizado pelo pedido, Orumil resolveu lev-lo para se encontrarcom o irmo no cu, deixando na terra duas imagens de barro. Desde ento,todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos ps dessas imagens

    para ter seus pedidos atendidos.

    filhos de Ians e Xang...

    Ians e Xang tiveram dois filhos gmeos. S que, quando eles aindaeram pequenos, houve uma epidemia que matou muitas crianas do povo,

    e um dos gmeos morreu.

    Os pais ficaram desesperados e Ians, como amiga dos Eguns, resolveupedir sua ajuda. Esculpiu um boneco de madeira igual ao filho que haviamorrido, vestiu-o e enfeitou-o como se fosse para uma festa e colocou-o

    no lugar de honra da casa.

    Todos os dias ela colocava uma oferenda aos ps da imagem e conversavacom ela como se fosse seu filho vivo. Comovidos com seu amor pelacriana, os Orixs fizeram a esttua viver e Ians voltou a ter seus

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    dois filhos.

    Iyami Oshoronga

    Quando se pronuncia o nome de Iyami Oxorong quem estiver sentado devese levantar, quem estiver de p far uma reverncia pois esse um

    temvel Orix, a quem se deve respeito completo.

    Pssaro africano, Oxorong emite um som onomatopaico de onde provmseu nome. o smbolo do Orix Iyami, ai o vemos em suas mos. Aos seusps, a coruja dos augrios e pressgios. Iyami Oxorong a dona dabarriga e no h quem resista aos seus ebs fatais, sobretudo quandoela executa o Ojiji, o feitio mais terrvel. Com Iyami todo cuidado pouco, ela exige o mximo respeito. Iyami Oxorong, bruxa pssaro.

    As ruas, os caminhos, as encruzilhadas pertencem a Esu. Nesses lugaresse invoca a sua presena, fazem-se sacrifcios, arreiam-se oferendase se lhe fazem pedidos para o bem e para o mal, sobretudo nas horasmais perigosas que so ao meio dia e meia-noite, principalmente essahora, porque a noite governada pelo perigosssimo odu Oyeku Meji.

    meia-noite ningum deve estar na rua, principalmente em encruzilhada,mas se isso acontecer deve-se entrar em algum lugar e esperar passaros primeiros minutos. Tambm o vento (afefe) de que Oya ou Iansan a dona, pode ser bom ou mau, atravs dele se enviam as coisas boas eruins, sobretudo o vento ruim, que provoca a doena que o povo chama

    de "ar do vento".

    Ofurufu, o firmamento, o ar tambm desempenha o seu papel importante,sobretudo noite, quando todo seu espao pertence a Eleiye, que soas Aj, transformadas em pssaros do mal, como Agbibg, Ell, Atioro,Osoronga, dentre outros, nos quais se transforma a Aj-me, mais

    conhecida por Iyami Osoronga. Trazidas ao mundo pelo odu Osa Meji, asAj, juntamente com o odu Oyeku Meji, formam o grande perigo da noite.Eleiye voa espalmada de um lado para o outro da cidade, emitindo umeco que rasga o silncio da noite e enche de pavor os que a ouvem ou

    vem.

    Todas as precaues so tomadas. Se no se sabe como aplacar sua friaou conduz-la dentro do que se quer, a nica coisa a se fazer

    afugent-la ou esconjur-la, ao ouvir o seu eco, dizendo Oya obe lori(que a faca de Ians corte seu pescoo), ou ento Fo, fo, fo (voe, voe,voe).

    Em caso contrrio, tem-se que agrad-la, porque sua fria fatal. Se num momento em que se est voando, totalmente espalmada, ou aps oseu eco aterrorizador, dizemos respeitosamente A fo fagun wolu ([sado] a que voa espalmada dentro da cidade), ou se aps gritarresolver pousar em qualquer ponto alto ou numa de suas rvores

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    prediletas, dizemos, para agrad-la Atioro bale sege sege ([sado]Atioro que pousa elegantemente) e assim uma srie de procedimentos

    diante de um dos donos do firmamento noite.

    Mesmo agradando-a no se pode descuidar, porque ela fatal, mesmo emse lhe felicitando temos que nos precaver. Se nos referimos a ela ou

    falamos em seu nome durante o dia, at antes do sol se pr, fazemosum X no cho, com o dedo indicador, atitude tomada diante de tudo querepresenta perigo. Se durante noite corremos a mo espalmada, alturada cabea, de um lado para o outro, afim de evitar que ela pouse, oque significar a morte. Enfim, h uma infinidade de maneiras de

    proceder em tais circunstncias.

    (Do livro "Mural dos Orixs" de Carib e texto de Jorge Amado - RazesArtes Grficas)

    Iyami Oshorong o termo que designa as terrveis ajs, feiticeirasafricanas, uma vez que ningum as conhece por seus nomes. As Iyamirepresentam o aspecto sombrio das coisas: a inveja, o cime, o poder

    pelo poder, a ambio, a fome, o caos o descontrole. No entanto, elasso capazes de realizar grandes feitos quando devidamente agradadas.Pode-se usar os cimes e a ambio das Iyami em favor prprio, embora

    no seja recomendvel lidar com elas.

    O poder de Iyami atribudo s mulheres velhas, mas pensa-se que, emcertos casos, ele pode pertencer igualmente a moas muito jovens, que

    o recebem como herana de sua me ou uma de suas avs.

    Uma mulher de qualquer idade poderia tambm adquiri-lo,voluntariamente ou sem que o saiba, depois de um trabalho feito por

    alguma Iyami empenhada em fazer proselitismo.

    Existem tambm feiticeiros entre os homens, os ox, porm seriaminfinitamente menos virulentos e cruis que as aj (feiticeiras).

    Ao que se diz, ambos so capazes de matar, mas os primeiros jamais atacammembros de sua famlia, enquanto as segundas no hesitam em matar seusprprios filhos. As Iyami so tenazes, vingativas e atacam em segredo.Dizer seu nome em voz alta perigoso, pois elas ouvem e se aproximam

    pra ver quem fala delas, trazendo sua influncia.

    Iyami freqentemente denominada eley, dona do pssaro. O pssaro o poder da feiticeira; recebendo-o que ela se torna aj. ao mesmotempo o esprito e o pssaro que vo fazer os trabalhos malficos.

    Durante as expedies do pssaro, o corpo da feiticeira permanece emcasa, inerte na cama at o momento do retorno da ave. Para combateruma aj, bastaria, ao que se diz, esfregar pimenta vermelha no corpodeitado e indefeso. Quando o esprito voltasse no poderia mais ocupar

    o corpo maculado por seu interdito.

    Iyami possui uma cabaa e um pssaro. A coruja um de seus pssaros. este pssaro quem leva os feitios at seus destinos. Ele pssarobonito e elegante, pousa suavemente nos tetos das casas, e silencioso.

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    "Se ela diz que pra matar, eles matam, se ela diz pra levar osintestinos de algum, levaro".

    Ela envia pesadelos, fraqueza nos corpos, doenas, dor de barriga,levam embora os olhos e os pulmes das pessoas, d dores de cabea efebre, no deixa que as mulheres engravidem e no deixa as grvidas

    darem luz.

    As Iyami costumam se reunir e beber juntas o sangue de suas vtimas.Toda Iyami deve levar uma vtima ou o sangue de uma pessoa reuniodas feiticeiras. Mas elas tm seus protegidos, e uma Iyami no pode

    atacar os protegidos de outra Iyami.

    Iyami Oshorong est sempre encolerizada e sempre pronta a desencadearsua ira contra os seres humanos. Est sempre irritada, seja ou nomaltratada, esteja em companhia numerosa ou solitria, quer se falebem ou mal dela, ou at mesmo que no se fale, deixando-a assim numesquecimento desprovido de glria. Tudo pretexto para que Iyami se

    sinta ofendida.

    Iyami muito astuciosa; para justificar sua clera, ela instituiproibies. No as d a conhecer voluntariamente, pois assim poderalegar que os homens as transgridem e poder punir com rigor, mesmoque as proibies no sejam violadas. Iyami fica ofendida se algumleva uma vida muito virtuosa, se algum muito feliz nos negcios ejunta uma fortuna honesta, se uma pessoa por demais bela ou agradvel,se goza de muito boa sade, se tem muitos filhos, e se essa pessoa nopensa em acalmar os sentimentos de cime dela com oferendas em segredo. preciso muito cuidado com elas. E s Orunmil consegue acalm-la.

    Fonte: As Senhoras do Pssaro da Noite

    Manoel Gomes Filho

    If / Orumil

    If ou Orumil o deus da adivinhao. Suas vestes so brancas e leusa o opel para responder s perguntas no jgo das adivinhas. Levasempre consigo um saco contendo ccos de dend. Seu dia da semana

    quinta-feira.

    Lendas... Rivalidade entre Orumil e Ossain

    Orunmil (Eleri Ipin), o testemunho do destino dos seres humanos, estprecisando de um criado. Ele vai ao mercado e, entre os escravos queesto venda ele escolhe Ossain. Manda-o desmatar o campo para prepararas novas plantaes. Entretanto, para desespro de Orunmil, Ossainvolta, noite, sem ter cumprido sua ordem. Orunmil o peergunta por

    que nada fez. Ossain lhe responde:

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    "Todas essas plantas, estas folhas e estas ervas tm virtudes. Elasno podem ser destrudas. Esta folha por exemplo, acalma as dores dedentes; esta outra, protege contra os efeitos de trabalhos malficos;esta outra, ainda, cura a febre. Impossvel, em verdade, arrancar

    plantas to necessrias sade e felicidade!"

    Orunmil, impressionado, decide que Ossain dever, a partir de ento,permanecer ao seu lado durante as sesses de adivinhao, para gui-lona escolha dos remdios que dever prescrever a seus consulentes. Umasurda rivalidade se estabelece, pouco a pouco, entre esses deuses.Ossain, sofrendo por ser mantido em submisso, se vangloriava de sermais importante que Orunmil, pois ele possua o poder da magia mortale dos medicamentos que preparava. Ossain chegou a declarar ao reiAjalay que ele viera ao mundo antes de Orunmil e, sendo mais antigo,tinha direito a seu respeito. O rei Ajalay envia, uma mensagem aOrunmil. Ele quer saber, entre ele e Ossain, qual o mais importantedos dois. Orunmil responde ser ele mais antigo que Ossain. O rei decide

    submet-los a uma prova. Ele os convoca, acompanhados de seus

    primognitos. Orunmil chega com seu filho chamado Sacrifcio. Ossainapresenta-se com o seu, chamado Remdio. Os dois sero enterradosdurante sete dias. Aquele que sobreviver provao e responder

    primeiro, com uma voz clara e forte, ao chamado que ser feito, no fimdo ltimo dia, ver seu pai ser declarado vencedor.

    Duas covas foram abertas. Sacrifcio e Remdio foram colocados dentroe as covas firam fechadas. Orunmil, voltando para casa, consultou If."Meu filho estar ainda vivo, passados os sete dias?" If aconselhou-oa oferecer muito ekuru - um prato saboroso, bolo de feijo, pimenta,um galo, um bode, um pombo, um coelho e dezesseis bzios da costa.Orunmil preparou a oferenda. Ela foi colocada em quatro lugares: naestrada, numa encruzilhada, diante de Ex e no mercado. Ex exerceuseu poder sobre o coelho sacrificado. Este ressuscitou e cavou um buracoque foi terminar na cova de Sacrifcio, o filho de Orunmil. Assim,

    o coelho levou alimento para ele.

    Remdio, o filho de Ossain, nada tinha para comer. Mas ele possuaalguns talisms, que agiam sobre a terra e lhe permitiram, assim,encontrar Sacrifcio no fundo da sua cova. Remdio pede-lhe comida.Sacrifcio responde: " Ah! Como posso eu, filho de Orunmil, dar-lhecomida, quando h uma disputa em jogo? Tu no vs que assim causarso sucesso de Ossain, estando vivo para responder ao chamado que serfeito no fim dos sete dias?" Remdio insiste e promete a Sacrifciopermanecer calado quando for feito o aplo. Sacrifcio, ento, d de

    comer a Remdio.E chegou o final da prova. Os juzes chamam o filho de Ossain: "Remdio,Remdio, Remdio" Eles chamam em vo. Remdio no responde. "Bem!Remdio est morto", concluem eles. Chamam, em seguida, o filho de

    Orunmil: "Sacrifcio!" Imediatamente, escutam um forte sim.Sacrifcio est so e salvo! Remdio sai, em seguida, igualmente vivo.Ossain pergunta ao filho a razo do seu silncio, quando foi chamadoo seu nome. Remdio narra o pacto feito com Sacrifcio. Comida contra

    silncio!

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    Este pacto tornou-se provrbio: "Sacrifcio no deixa Remdio falar."Significando que Sacrifcio mais eficaz que Remdio. Razo pela qual,

    Orunmil tem uma posio mais elevada que Ossain.

    Lendas Africanas dos Orixs de Pierre Fatumbi Verger e Caryb - EditoraCurrupio

    Iroko

    Orix representado pela mais suntuosa rvore das casas de candomble o guardio das matas. Representa a dinastia dos orixs e ancestrais,seus filhos so rarssimos na religio, porm, no h nada mais bonitode se ver do que uma grande rvore de iroko, protetor das variaesclimtica. Tem ligao com o orixa Aira e Oxal. Poderosa rvore dafloresta, em cujos galhos se abrigam divindades e ancestrais aos ps

    da qual so depositadas as oferendas para as ymi Aj.

    Poderosa rvore da floresta, cujas razes alcanam o rn ancestrale o tronco majestoso serve como apoio ao prprio Olfn.

    Iroko partcipe do culto ancestral feito s rvores sagradas (Iroko,Apaoka, Akoko etc).

    No Brasil considerado o protetor de todas as rvores, sendo associadoparticularmente gameleira branca. Seu cultoest intimamenteassociado ao de Osnyn, a Divindade das Folhas litrgicas e

    medicinais. o rs da floresta, das rvores, do espao aberto; por extenso

    governa o tempo em seus mltiplos aspectos, funo que o equipara aAir (divindade da famlia de Sang).

    cultuado pelas naes de origem dahomeana (Mina-Gge, Gge-Mahi) como nome de Lok e pelos Banto-sudaneses pelo nome de Zaratembo (a

    divindade Tempo da nao de Angola). referido como "rs do grande pano branco que envolve o mundo", numa

    aluso clara s nuvens do Cu.

    As rvores nas quais Iroko cultuado normalmente so de grande porte;so enfeitadas com grandes laos de pano alvo (oja fnfn) e ao p dessasrvores so colocadas suas oferendas, notadamente nas casas de origem

    Ketu, onde recebe lugar de destaque. Jamais uma dessas rvores podeser derrubada sem trazer srias consequncias para a comunidade.

    No culto aos Vodn, Loko ocupa lugar destacado, comparado somente Lisa (Osal) e Dan (Osmar).

    Iroko invocado em questes difceis, tais como desaparecimento depessoas ou problemas de sade, inclusive a mental. Seus filhos soaltivos e generosos, robustos na constituio, extremamente atentos

    a tudo o que ocorre a sua volta.

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    Lendas

    Iroco castiga a me que no lhe d o filho prometido...

    No comeo dos tempos, a primeira rvore plantada foi Iroco. Iroco foia primeira de todas as rvores, mais antiga que o mogno, o p de obi

    e o algodoeiro. Na mais velha das rvores de Iroco, morava seu esprito.E o esprito de Iroco era capaz de muitas mgicas e magias. Irocoassombrava todo mundo, assim se divertia. noite saia com uma tochana mo, assustando os caadores. Quando no tinha o que fazer, brincavacom as pedras que guardava nos ocos de seu tronco. Fazia muitas mgicas,para o bem e para o mal. Todos temiam Iroco e seus poderes e quem o

    olhasse de frente enlouquecia at a morte.

    Numa certa poca, nenhuma das mulheres da aldeia engravidava. J nohavia crianas pequenas no povoado e todos estavam desesperados. Foiento que as mulheres tiveram a idia de recorrer aos mgicos poderesde Iroco. Juntaram-se em crculo ao redor da rvore sagrada, tendo ocuidado de manter as costas voltadas para o tronco. No ousavam olhar

    para a grande planta face a face, pois, os que olhavam Iroco de frenteenlouqueciam e morriam. Suplicaram a Iroco, pediram a ele que lhes dessefilhos. Ele quis logo saber o que teria em troca. As mulheres eram,em sua maioria, esposas de lavradores e prometeram a Iroko milho,inhame, frutas, cabritos e carneiros. Cada uma prometia o que o maridotinha para dar. Uma das suplicantes, chamada Olurombi, era a mulherdo entalhador e seu marido no tinha nada daquilo para oferecer.

    Olurombi no sabia o que fazer e, no desespero, prometeu dar a Irocoo primeiro filho que tivesse.

    Nove meses depois a aldeia alegrou-se com o choro de muitosrecm-nascidos. As jovens mes, felizes e gratas, foram levar a Iroco

    suas prendas. Em torno do tronco de Iroco depositaram suas oferendas.Assim Iroco recebeu milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros.Olurombi contou toda a histria ao marido, mas no pde cumprir suapromessa. Ela e o marido apegaram-se demais ao menino prometido.

    No dia da oferenda, Olurombi ficou de longe, segurando nos braostrmulos, temerosa, o filhinho to querido. E o tempo passou. Olurombimantinha a criana longe da rvore e, assim, o menino crescia fortee sadio. Mas um belo dia, passava Olurombi pelas imediaes do Iroco,entretida que estava, vindo do mercado, quando, no meio da estrada,bem na sua frente, saltou o temvel esprito da rvore. Disse Iroco:"Tu me prometeste o menino e no cumpriste a palavra dada. Transformo-teento num pssaro, para que vivas sempre aprisionada em minha copa."

    E transformou Olurombi num pssaro e ele voou para a copa de Iroco paraali viver para sempre.

    Olurombi nunca voltou para casa, e o entalhador a procurou, em vo,por toda parte. Ele mantinha o menino em casa, longe de todos. Todosos que passavam perto da rvore ouviam um pssaro que cantava, dizendo

    o nome de cada oferenda feita a Iroco.

    At que um dia, quando o arteso passava perto dali, ele prprio escutou

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    o tal pssaro, que cantava assim: "Uma prometeu milho e deu o milho;Outra prometeu inhame e trouxe inhames; Uma prometeu frutas e entregouas frutas; Outra deu o cabrito e outra, o carneiro, sempre conformea promessa que foi feita. S quem prometeu a criana no cumpriu o

    prometido."

    Ouvindo o relato de uma histria que julgava esquecida, o marido deOlurombi entendeu tudo imediatamente. Sim, s podia ser Olurombi,enfeitiada por Iroco. Ele tinha que salvar sua mulher!

    Mas como, se amava tanto seu pequeno filho?

    Ele pensou e pensou e teve uma grande idia. Foi floresta, escolheuo mais belo lenho de Iroco, levou-o para casa e comeou a entalhar.Da madeira entalhada fez uma cpia do rebento, o mais perfeito boneco

    que jamais havia esculpido.

    O fez com os doces traos do filho, sempre alegre, sempre sorridente.Depois poliu e pintou o boneco com esmero, preparando-o com a gua

    perfumada das ervas sagradas. Vestiu a figura de pau com as melhoresroupas do menino e a enfeitou com ricas jias de famlia e raros adornos.

    Quando pronto, ele levou o menino de pau a Iroco e o depositou aos psda rvore sagrada. Iroco gostou muito do presente. Era o menino que

    ele tanto esperava!

    E o menino sorria sempre, sua expresso, de alegria.

    Iroco apreciou sobremaneira o fato de que ele jamais se assustava quandoseus olhos se cruzavam. No fugia dele como os demais mortais, nogritava de pavor e nem lhe dava as costas, com medo de o olhar de frente.Iroco estava feliz. Embalando a criana, seu pequeno menino de pau,

    batia ritmadamente com os ps no solo e cantava animadamente. Tendosido paga, enfim, a antiga promessa, Iroco devolveu a Olurombi a formade mulher. Aliviada e feliz, ela voltou para casa, voltou para o maridoarteso e para o filho, j crescido e enfim libertado da promessa.

    Alguns dias depois, os trs levaram para Iroco muitas oferendas.Levaram ebs de milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros, laos de

    tecido de estampas coloridas para adornar o tronco da rvore.

    Eram presentes oferecidos por todos os membros da aldeia, felizes econtentes com o retorno de Olurombi. At hoje todos levam oferendasa Iroco. Porque Iroco d o que as pessoas pedem. E todos do para Iroco

    o prometido.

    Lenda 79 do LIvro Mitologia dos Orixs de Reginaldo Prandi

    Iroco ajuda a feiticeira a vingar o filho morto...

    Iroco era um homem bonito e forte e tinha duas irms. Uma delas eraAj, a feiticeira, a outra era Ogbo, que era uma mulher normal. Ajera feiticeira, Ogbo, no. Iroco e suas irms vieram juntos do Orunpara habitar no Ay. Iroco foi morar numa frondosa rvore e suas irms

  • 7/25/2019 Ley End as Delos Orixas

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    em casas comuns. Ogbo teve dez filhos e Aj teve s um, um passarinho.

    Um dia, quando Ogbo teve que se ausentar, deixou os dez filhos soba guarda de Aj. Ela cuidou bem das crianas at a volta da irm. Maistarde, quando Aj teve tambm que viajar, deixou o filho pssaro comOgbo. Foi ento que os filhos de Ogbi pediram me que queriam comer

    um passarinho. Ela lhes ofereceu uma galinha, mas eles, de olhos noprimo, recusaram. Gritavam de fome, queriam comer, mas tinha que serum pssaro. A me foi ento foi a floresta caar passarinhos, que seusfilhos insistiam em comer. Na ausncia da me, os filhos de Ogbomataram, cozinharam e comeram o filho de Aj. Quando Aj voltou e sedeu por conta da tragdia, partiu desesperada a procura de Iroco. Irocoa recebeu em sua rvore, onde mora at hoje. E de l, Iroco vingou Aj,lanando golpes sobre os filhos de Ogbo. Desesperada com a perda demetade de seus filhos e para evitar a morte dos demais, Ogo ofereceusacrifcios para o irmo Iroco. Deu-lhe um cabrito e outras coisas emais um cabrito para Ex. Iroco aceitou o sacrifcio e poupou os demaisfilhos. Ogbo a me de todas as mulheres comuns, mulheres que noso feiticeiras, mulheres que sempre perdem filhos para aplacar aclera de Aj e de suas filhas feiticeiras. Iroco mora na gameleira

    branca e trata de oferecere a sua justia na disputa entre asfeiticeiras e as mulheres comuns.

    Lenda 80 do Livro Mitologia dos Orixs de Reginaldo Prandi

    Iroco engole a devota que no cumpre a interdio sexual...

    Era uma vez uma mulher sem filhos, que ansiava desesperadamente porum herdeiro. Ela foi consultar o babalawo e o babalawo lhe disse como

    proceder.

    Ela deveria ir rvore de Iroco e a Iroco oferecer um sacrifcio.Comidas e bebidas que ele prescreveu a mulher concordou em oferecer.Com panos vistosos ela fez laos e com os laos ela enfeitou o p deIroco. Aos seus ps depositou o seu eb, tudo como mandara o adivinho.Mas de importante preceito ela se esqueceu. A mulher que queria terum filho deu tudo a Iroco, quase tudo. O babalawo mandara que ns trsdias antes do eb ela deixasse de ter relaes sexuais. S ento, assim,com o corpo limpo, deveria entregar o eb aos ps da rvore sagrada.A mulher disso se esqueceu e no negou deitar-se com o marido nos trs

    que precediam o eb.

    Iroco irritou-se com a ofensa, abriu uma grande boca em seu grossotronco e engoliu quase totalmente a mulher, deixando de fora s os

    ombros e a cabea. A mulher gritava feito louca por ajuda e toda a aldeiacorreu para o velho Iroco. Todos assistiam o desespero da mulher. Obabalawo foi tambm at a rvore e fez seu jogo e o jogo que o babalawofez para a mulher revelou sua ofensa,sua oferta com o corpo sujo, porquepara fazer oferenda para Iroco preciso ter o corpo limpo e isso ela

    no tinha.

    Mas a mulher estava arrependida e a grande rvore deixou que ela fosselibertada. Toda a aldeia ali reunida regozijou-se pela mulher. Todos

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    cantaram e danaram de alegria. Todos deram vivas a Iroco.

    Tempos depois a mulher percebeu que estava grvida e preparou novoslaos de vistosos panos e enfeitou agradecida a planta imensa. Tudoofereceu-lhe do melhor, antes resguardando-se para ter o corpo limpo.Quando nasceu o filho to esperado, ela foi ao babalawo e ele leu o

    futuro da criana: deveria ser iniciada para Iroco. Assim foi feitoe Iroco teve muitos devotos. E seu tronco est sempre enfeitado e aosseus ps no lhe faltam oferendas.

    Lenda 81 do Livro Mitologia dos Orixs de Reginaldo Prandi

    Eguns

    O CULTO DOS EGUNS NO CANDOMBL

    Os negros iorubanos originrios da Nigria trouxeram para o Brasil oculto dos seus ancestrais chamados Eguns ou Egunguns. Em Itaparica

    (BA), duas sociedades perpetuam essa tradio religiosa.

    (Revista Planeta n. 162 - maro 86)Os cultos de origem africana chegaram ao Brasil juntamente com osescravos. Os iorubanos - um dos grupos tnicos da Nigria(ver mapa),resultado de vrios agrupamentos tribais, tais como Keto, Oy, Itex,Ifan e If(ver mapa), de forte tradio, principalmente religiosa -nos enriqueceram com o culto de divindades denominadas genericamentede orixs.(1 - Por motivos grficos e para facilitar a leitura, os

    termos em lngua yorub foram aportuguesados. Ex.: oris = orix.)Esses negros iorubanos no apenas adoram e cultuam suas divindades,mas tambm seus ancestrais, principalmente os masculinos. A morte no

    o ponto final da vida para o iorubano, pois ele acredita nareencarnao (tnwa), ou seja, a pessoa renasce no mesmo seio familiar

    ao qual pertencia; ela revive em um dos seus descendentes. Areencarnao acontece para ambos os sexos; o fato terrvel e

    angustiante para eles no reencarnar.Os mortos do sexo feminino recebem o nome de Iami Agb (minha me anci),mas no so cultuados individualmente. Sua energia como ancestral aglutinada de forma coletiva e representada porIami Oxorong, chamadatambm de I Nl, a grande me. Esta imensa massa energtica que

    representa o poder de ancestralidade coletiva feminina cultuada pelas"Sociedades Geled", compostas exclusivamente por mulheres, e somenteelas detm e manipulam este perigoso poder. O medo da ira de Iami nascomunidades to grande que, nos festivais anuais na Nigria em louvorao poder feminino ancestral, os homens se vestem de mulher e usammscaras com caractersticas femininas, danam para acalmar a ira emanter, entre outras coisas, a harmonia entre o poder masculino e o

    feminino.

    http://newwindow%28%27amplia.php/?dir=mapas&&img=etnicos.jpg%27,%27janela%27,%27406%27,%27338%27,%27no%27)http://newwindow%28%27amp_mapa.html%27%2C%27janela%27%2C%27405%27%2C%27395%27%2C%27no%27%29/http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/iyami.htmhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/scratch_6/iyami.htmhttp://newwindow%28%27amp_mapa.html%27%2C%27janela%27%2C%27405%27%2C%27395%27%2C%27no%27%29/http://newwindow%28%27amplia.php/?dir=mapas&&img=etnicos.jpg%27,%27janela%27,%27406%27,%27338%27,%27no%27)
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    Alm da Sociedade Geled, existe tambm na Nigria a Sociedade Oro.Este o nome dado ao culto coletivo dos mortos masculinos quando noindividualizados. Oro uma divindade tal qual Iami Oxorong, sendoconsiderado o representante geral dos antepassados masculinos e

    cultuado somente por homens. Tanto Iami quanto Oro so manifestaesde culto aos mortos. So invisveis e representam a coletividade, mas

    o poder de Iami maior e, portanto, mais controlado, inclusive, pelaSociedade Oro.

    Outra forma, e mais importante de culto aos ancestrais masculinos elaborada pelas "Sociedades Egungum". Estas tm como finalidade

    celebrar ritos a homens que foram figuras destacadas em suas sociedadesou comunidades quando vivos, para que eles continuem presentes entreseus descendentes de forma privilegiada, mantendo na morte a sua

    individualidade. Esse mortos surgem de forma visvel mas camuflada,a verdadeira resposta religiosa da vida ps-morte, denominada Egum ouEgungum. Somente os mortos do sexo masculino fazem aparies, pois sos homens possuem ou mantm a individualidade; s mulheres negado

    este privilgio, assim como o de participar diretamente do culto.Esses Eguns so cultuados de forma adequada e especfica por suasociedade, em locais e templos com sacerdotes diferentes dos dosorixs. Embora todos os sistemas de sociedade que conhecemos sejam

    diferentes, o conjunto forma uma s religio: a iorubana.No Brasil existem duas dessas sociedades de Egungum, cujo tronco comumremonta ao tempo da escravatura: Il Agboul, a mais antiga, em Pontade Areia, e uma mais recente e ramificao da primeira, o Il Oy, ambas

    em Itaparica, Bahia.

    O Egum a morte que volta terra em forma espiritual e visvel aosolhos dos vivos. Ele "nasce" atravs de ritos que sua comunidade elabora

    e pelas mos dos Oj (sacerdotes) munidos de um instrumentoinvocatrio, um basto chamado ix, que, quando tocado na terra portrs vezes e acompanhado de palavras e gestos rituais, faz com que a"morte se torne vida", e o Egungum ancestral individualizado est de

    novo "vivo".A apario dos Eguns cercada de total mistrio, diferente do cultoaos orixs, em que o transe acontece durante as cerimnias pblicas,perante olhares profanos, fiis e iniciados. O Egungum simplesmentesurge no salo, causando impacto visual e usando a surpresa como rito.Apresenta-se com uma forma corporal humana totalmente recoberta poruma roupa de tiras multicoloridas, que caem da parte superior da cabeaformando uma grande massa de panos, da qual no se v nenhum vestgiodo que ou de quem est sob a roupa. Fala com uma voz gutural inumana,

    rouca, ou s vezes aguda, metlica e estridente - caracterstica deEgum, chamada de sg ou s, e que est relacionada com a voz do macaco

    marrom, chamado ijimer na Nigria (veja lendas de Oy).

    As tradies religiosas dizem que sob a roupa est somente a energiado ancestral; outras correntes j afirmam estar sob os panos algum

    mariwo (iniciado no culto de Egum) sob transe medinico. Mas,contradizendo a lei do culto, os mariwo no podem cair em transe, dequalquer tipo que seja. Pelo sim ou pelo no, Egum est entre os vivos,

    http://aulobarretti.sites.uol.com.br/Egungun.htmhttp://aulobarretti.sites.uol.com.br/Egungun.htm
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    e no se pode negar sua presena, energtica ou medinica, pois asroupas ali esto e isto Egum.

    A roupa do Egum - chamada de eku na Nigria ou op na Bahia -, ou oEgungum propriamente dito, altamente sacra ou sacrossanta e, pordogma, nenhum humano pode toc-la. Todos os mariwo usam o ix paracontrolar a "morte", ali representada pelos Eguns. Eles e a assistncia

    no devem tocar-se, pois, como dito nas falas populares dessascomunidades, a pessoa que for tocada por Egum se tornar um

    "assombrado", e o perigo a rondar. Ela ento dever passar por vriosritos de purificao para afastar os perigos de doena ou, talvez, a

    prpria morte.Ora, o Egum a materializao da morte sob as tiras de pano, e o contato,ainda que um simples esbarro nessas tiras, prejudicial. E mesmo osmais qualificados sacerdotes - como os oj atokun, que invocam, guiame zelam por um ou mais Eguns - desempenham todas essas atribuies

    substituindo as mos pelo ix.

    Os Egum-Agb (ancio), tambm chamados de Bab-Egum (pai), so Eguns

    que j tiveram os seus ritos completos e permitem, por isso, que suasroupas sejam mais completas e suas vozes sejam liberadas para que elespossam conversar com os vivos. Os Apaarak so Eguns mudos e suas roupasso as mais simples: no tm tiras e parecem um quadro de pano com duastelas, uma na frente e outra atrs. Esses Eguns ainda esto em processo

    de elaborao para alcanar o status de Bab; so traquinos eimp