La Influencia De La Cancion De Autor Francesa En La Creacion

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  • 7/23/2019 La Influencia De La Cancion De Autor Francesa En La Creacion

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    LA INFLUENCIA DE LA CANCIN DE AUTOR FRANCESA

    EN LA CREACIN MU SICAL ESPAOLA :

    PACO IBEZ TRADUCTO R VERSIONADOR E

    INTRPRE TE DE GEO RGES BRASSENS

    A N A L U N A A L O N S O

    niversidade de Vigo

    RESUMEN

    E n

    l a

    B a r c e l o n a

    d e l o s

    a o s

    6 0 s e

    d i e r o n

    a

    c o n o c e r

    l a s

    c a n c i o n e s

    d e

    c a n t au t o r e s f r a n c e s e s c o m o

    L .

    F e r r ,

    J .

    B r e l

    o G .

    B r a ss e n s .

    S u s

    i n t e r p r e t a c i o n e s d e sp e r t a r o n

    e l

    i n t e r s

    d e u n

    c i e r t o s e c t o r

    d e l

    p b l i c o

    e s p a o l q u e v i v a

    l o s

    a o s

    d e l a

    p o e s a

    d e

    c o m b a t e , d a s

    e n

    q u e

    l a

    p a l ab r a a dq u i r a u n a g r a n i m p o r t a n c i a .

    N u e s t r a c o m u n i c a c i n c o m e n t a a l g u n o d e l o s a sp e c t o s m s s i g n i f i c a t i v o s d e l t r a s l a do d e l a s c a n c i o n e s d e

    G . B r a s s e n s a l c a s t e l l an o e n b o c a d e P a c o I b e z , q u i e n c o n u n t o n o m s d r a m t i c o q u e e l a u t o r , v e r s i o n a

    e l t e x t o

    d e

    p a r t i da , m a n t e n i e n d o

    e l

    e s t i lo m o n o t o n o r e c i t at i v o .

    Palabras

    clave t r a du c t o r , v e r s i o n a d o r , c a n c i n , P . I b e z ,

    G .

    B r a s s e n s .

    RSUM

    L a p r o d u c t i o n m u s i c a l e d u n p e u p l e f a i t p a r t i e

    d e

    s o n h i s t o i r e .

    E n

    E s p a g n e ,

    d u

    t e m p s

    d e l a

    d i c t a t u r e ,

    B r a s s e n s t ai t t r s p e u c o n n u , e n d e h o r s d u n c e r c l e a s se z r e s t r e in t d e c o n n a i s se u r s , d e s g e n s q u i a v a i e n t l e

    r e g a r d t o u r n v e r s

    l e

    N o r d , v e r s

    l a

    c u l t u r e f r a n a i s e .

    P .

    I b e z

    e s t l e

    p r e m i e r

    e n r e g i s t r e r

    e n

    e s p a g n o l

    u n

    a l b u m d e c h a n s o n s d e B r a s s e n s . S o n i n t e r p r t a t i o n f l u i d e , l e s a da p t a t i o n s s u p e r b e m e n t ab o u t i e s d e s o n a m i

    P . P a s c a l

    e t l e s

    r y t h m e s q u i l

    a

    d o n n s

    c e s

    c h a n s o n s

    e n

    f e r o n t ,

    e n l a

    m a t i r e ,

    u n e

    o e u v r e

    d e

    r f r e n c e

    i n c o n t o u r n a b l e . N o t r e e x p o s e s sa y e d e m o n t r e r q u e l q u e s di f f r e n c e s e n t r e l e s d e u x v e r s i o n s .

    Mots cls: T r a d u c t i o n , v e r s i o n , c h a n s o n , P . I b e z ,

    G .

    B r a s s e n s .

    ABSTRACT

    T h e s o n g s

    o f

    L . F e r r ,

    J .

    B r e l

    o r G .

    B r a s s e n s

    g o t a

    n a m e f o r t h e m s e l v e s

    i n

    B a r c e l o n a

    i n t h e

    s i x t i e s .

    T h e i r i n t e r p r e t a t i o n s a r o u s e d t h e i n t e r e s t o f a s p e c i f i c s e c t o r o f t h e S p a n i s h p u b l i c w h o w e r w l i v i n g t h e

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    y e a r s o f t h e p o e t r y o f p r o t e s t , t h e d a y s w h e n t h e w o r d a c q u i r e d g r e a t i m p o r t a n c e , t r a n s c e n d i n g t h e l i t e r a l

    s t y l e . O u r p a p e r c o m m e n t s o n s o m e o f t h e m o s t s i g n i f i c a n t a s p e c t s o f t h e t r a n s l a t i o n i n t o S p a n i s h o f G .

    B r a s s e n s s s o n g s b y P. I b e z . A l t h o u g h t h e i r t on e i s m o r e d r a m a t i c a n d d r y . T h e m o n o t o n o u s s t y l ea n d

    a b s e n c e

    o f

    g r a n d i l o q u e n c e

    o f

    t h e u n i t e r

    i s

    s t i l l p r e s e r v e d .

    K e y w o r d s : t r a n s l a t i on , v e r s i n , s o n g , P . I b e z , G . B r a s s e n s .

    Conv encidos de que la historia de un pueblo tam bin es la historia de sus canciones, pode-

    mos afirmar que la produccin musical espaola de los ltimos cincuenta aos nos ofrece una

    muestra significativa de su panorama cultural.

    A partir de los aos cuarenta, la cancin andaluza y la copla constituyeron la msica popu-

    lar por excelencia. Algunos de sus representantes ms significativos alcanzaron la fama interna-

    cional en el mundo de la cancin antes de la irrupcin de otros gneros. ste fu e el caso de Luis

    Mariano q ue, nacido en Irn pero franc s por deseo propio, con sigui triun far en el cine y en los

    escenarios de Francia y Espaa. Cincuenta aos despus, estas canciones tradicionales todava

    se resisten a desaparecer, a pesar del xito de la msica pop d e origen a nglosaj n, ejemp lo de la

    modernidad en los ltimos decenios.

    El renacimiento de la cancin espao la , considerada durante algn tiempo como un

    gnero nacion al-franqu ista y precisamen te por esa razn despreciada por las generaciones de

    posguerra que defendan los ideales democrticos y progresistas, ha sido posible, paradjica-

    mente, gracias al apoyo que le ha prestado la nueva ola de cantantes y cineastas. Entre ellos,

    hay que destacar la figura de un realizador como Pedro Almodvar quien con mayor notoriedad

    ha asumido y defendido el gnero, dentro y fuera de nuestras fronteras. En sus pelculas ha uti-

    lizado numerosos mecanismos emocionales y tpicos de la denominada cancin espaola y de

    sus representantes, las llamadas folklric as , recurriendo con frecuenc ia a canciones clsicas

    del gnero.

    El disco microsurco y la radio fueron los mejo res aliados de la cancin espao la duran-

    te la dcada de los aos cincuenta y sesenta. Durante la poca de la dictadura franquista, auto-

    res como Georges Brassens o Lo Ferr eran autnticos desconocidos en el panorama musical

    espaol, fuera del crculo restringido de aquellos privilegiados catalanes o vascos que seguan

    manteniendo relaciones con el pas vecino. La censura existente en los medios de comunicacin

    se ejerca especialmente con los ritmos extran jerizantes. De m anera que, tanto para editar discos

    com o para programar msica en la radio, se requera un perm iso, tras pasar por una censura pre-

    via. Incluso las peticiones del oyen te precisaban el visto bueno del censor. Eran tiempos en

    que las autoridades se proponan preservar al pas de canciones procedentes de otros mundos.

    Sin embargo, el cambio en los gustos musicales de la sociedad espaola se produjo preci-

    samente a travs de las canciones y los ritmos que procedan del extran jero. La radio y las revis-

    tas de actualidad, a medida que la sociedad franquista se abra tmidamente al exterior, se iban

    haciendo eco de los estilos de moda en Europa y Amrica. Durante los aos sesenta, las estre-

    llas de la cancin franc esa, italiana o am ericana, aparecan cada vez con m ayor frecu encia en las

    pginas de las publicaciones espaolas. As, la industria discogrfica francesa, italiana y esta-

    dounidense se abra paso, lenta pero irremediablemente, en el mercado espaol.

    Las canciones interpretadas por Edith Piaf, Yves Montand o Charles Aznavour podan ser

    escuchadas en la radio junto con las de produccin propia. La adaptacin al gusto internacional

    se produjo sin alteraciones y con el consentim iento general, sobre tod o de los sectores m s jv e-

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    nes y abiertos a los cambios que im pona la sociedad m oderna en todos los mbitos. Al igual que

    los cantantes franceses e italianos de entonces, el Do Dinmico, por ejemplo, cantaba baladas

    al estilo romntico de un Paul Anka o del propio Elvis Presley, pero tambin entonaba baladas

    gitanas y melodas italianas o france sas con sabor espao l

    Lleg tambin aqu el momento de organizar festivales que descubrieran y dieran a cono-

    cer nuevos valores para la msica popular espaola. As, se instituy en el ao 1962, el Primer

    Gran Premio de la Cancin, organizado por Radio Juventud de Barcelona. Pero los certmenes

    de ms renombre fueron los del Mediterrneo, Benidorm y Mallorca. Raimon, un cantante de

    estilo tan opuesto a este tipo de concursos, fue ganador, junto a Salom, del V Festival de la

    Cancin Mediterrnea. Raimon, al igual que Joan Manuel Serrat, seguira despus unos derro-

    teros muy distintos a los del resto de los cantantes que participaban en festiva les y entrara a for-

    mar parte de lanova cang catalana. Se le ofrecieron actuaciones, giras y promocin, a condi-

    cin de que cantara en castellano, pero su respuesta fue grabar un disco cuyo titulo:Diguem no,

    hablaba por si slo.

    La nova cang fue el ms importante e influyente movimiento musical en los primeros

    aos sesenta. Esta escuela de cantantes catalanes se form alrededor de un ncleo de poetas,

    msicos y estudiantes que proponan renovar la cancin de su tierra, con un marcado espritu

    nacionalista. Los obstculos burocrticos, la censura y las prohibiciones de la administracin

    franquista afectaron a muchos de sus representantes. sta era la otra cara de la moneda musical

    del pas, se trataba de voces como las de Raimon o Paco Ibez, Lerxuntdi o Laboa, Elisa Serna

    o Luis Pastor, voces que actuaban con coherencia ante unas circuntancias muy concretas.

    El trmino cantau tor se empe z a utilizar precisam ente cuando aparecieron los primeros

    movim ientos de la nueva cancin en Catalua, Pas Vasco, Castilla y Galicia. Inspirados todos

    ellos en sentimientos autonmicos y con una ideologa generalmente de izquierdas, sus repre-

    sentantes tenan en comn su clara oposicin al rgimen franquista. Aunque la mayora de los

    llamados cantautores interpretaban sus propias canciones, otros cantaban poemas de Antonio

    Machado, Federico Garca Lorca o Gabriel Celaya. ste era el caso de Paco Ibez, o en oca-

    siones, el de Raimon y Serrat.

    La peculiar situacin poltica espaola (la del gobierno oficial), con unos planteamientos

    ideolgicos de carcter claramente antidemocrticos, producir una evidente falta de sincrona

    entre lo que estaba viviendo aquella juventud y la juventud que viva ms all de nuestras fron-

    teras. Un amplio sector de los jvenes espaoles permanecer pues, ajeno casi por completo a

    los problemas sociopolticos que otros grupos de su misma generacin estaban afrontando en

    otros lugares del mundo. Ms tarde, y coincidiendo con una etapa de mayor progreso econmi-

    co, y en consecuencia, de mayor poder adquisitivo, esta juventud se reencontrar a travs de la

    msica pop de consumo, recuperando en parte la modernidad perdida.

    Sin embargo, no todo se mueve por estos cauces. Quizs debido a la situacin anterior-

    mente descrita, y en una andadura que se ver constantemente interrumpida por las prohibicio-

    nes, las suspensiones y la censura, surgen voces aisladas primero, y en forma de grupo despus,

    que tratarn de rescatar para nuestra msica una opcin ms racional y ms coherente con la

    autntica situacin del pas.

    Paco Ibez logr uno de sus mayores xitos comerciales cantando poemas de Quevedo

    Don dinero),

    de Rafael Alberti

    Balada del que nunca fue a Granada),

    Miguel Hernndez

    Andaluces de Jan) o Blas de Otero Me queda la palabra). Con la llegada de la democracia,

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    tras la muerte de Franco en el ao 1975, la radical divisin entre cantan tes por un lado y can-

    tautores por el otro, emp ez a desdib ujarse. La denominacin careca de criterio, desde el

    mom ento en que los cantauto res no siempre cantaban canciones com puestas por ellos mismos,

    adems de que tambin haba un conjunto de compositores de xito, que no se podan incluir en

    el grupo anterior. De ah que la diferencia entre unos y otros haya que buscarla ms en la cali-

    dad de los textos y las composiciones que en la propia denominacin.

    Hoy en da, los intereses son otros, lo que ahora importa por encima de la calidad, son los

    resultados, esto es, las copias vendidas de un disco, la popularidad, el cach del artista en cues-

    tin y el xito de una gira. Todo esto, que antes pareca no preocupar demasiado a los cantauto-

    res, debe ser tomado en consideracin, porque tanto las compaas discogrficas como los

    medios de comunicacin exigen a los cantantes una rentabilidad inmediata a la hora de grabar

    discos o ser incluidos en cualquier programacin.

    La situacin era bien distinta en la Barcelona de los aos sesen ta, donde se gest un pequ e-

    a sociedad de consumo, con suficiente poder adquisitivo como para poder saltarse la censura e

    importar discos de contrabando. Fue entonces cuando se dieron a conocer las canciones de Lo

    Ferr, Jacques Brel o Georges Brassens. Aquellos cantautores peninsulares que tanto contribu-

    yeron a la renovacin de la cancin, dirigieron su mirada hacia el pas vecino, inspirndose en

    autores tan significativos como G. Brassens, que con su aspecto bonachn seduca al restringi-

    do pblico de los cabarets parisinos con breves historias com o aquella de un g orila lleno de vigor

    que escapa de su jaula y persigue a una anciana y a un juez

    Le gorille).

    Canciones que desper-

    taron el inters de un cierto sector del pblico espaol que viva los aos de la poesa de com-

    bate, das en que la palabra adquira una gran importancia, transcendiendo el sentido literal.

    Pensamos que el ejemplo de Brassens es pues significativo por tratarse de un artista cata-

    logado como pop ular en Francia, que supo man tenerse en el mercad o del disco, transmitien-

    do un men saje comprometido y estrechamente ligado a la tradicin. Un fenm eno anlogo tuvo

    lugar en nuestro pas con la aparicin de los cantautores.

    Esta coincidencia nos ha llevado a reflexionar sobre la influencia que la cancin francesa

    de autor ha ejercido en la produccin de los cantautores de la Pennsula, y como consecuencia,

    en su pblico receptor, no slo a travs de la obra original, a la que slo tenan acceso unos pri-

    vilegiados, sino gracias a la traduccin. Tomam os como eje mplo la versin que Paco Ibez rea-

    liz de varias canciones de G. Brassens en espaol, convencidos de que no se trata de un caso

    anecdtico, sino que esta eleccin presupone un importante desafio para el traductor-versiona-

    dor-intrprete, y tiene importantes consecuencias para la posterior produccin.

    Georges Brassens recoga en sus canciones los temas que interesaban a la sociedad espa-

    ola de entonces: el anarquismo, su preocupacin por los seres marginados, la existencia de

    Dios, el paso del tiempo, la crisis de la tradicin, la rebelda de

    l

    juventud que rechaza los valo-

    res acomod aticios de los adultos, la stira social, la denuncia de la falsedad y de la injusticia. La

    llamada a la verdad en definitiva. El compositor cantaba a la libertad en todas las formas posi-

    bles. G. Brassens fue un hombre lcido y honesto, generoso y fraternal, que ocup la escena

    musical francesa durante ms de dos generaciones, convirtindose as en la voz de la conciencia

    de todo un pas. Sus canciones reunan un tono carente d e artificiosidad, y conseguan la frmula

    ideal donde la palabra simple conviva en perfecta armona con la sofisticacin. Escogiendo una

    de las formas ms modestas del arte, y convencido de que sus pequeas historias no eran ms

    que

    chansonnettes,

    Brassens llevaba la cancin a su mayor grado de expresin. El cantante

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    difund e un men saje universal de poeta que ha podido ser traducido, versionad o e interpretado en

    numerosas lenguas, a pesar de las evidentes dificultades tcnicas que implica el traslado de un

    gnero como la cancin. A esto hay que aadir la particular riqueza de las referencias culturales

    e idiomticas que caracterizan el registro textual del autor.

    Si tenemos en cuenta que toda traduccin se fundamenta en el concepto de interpretacin

    previa al acto de reescritura, tenemos que sta siempre nace de un proceso subjetivo donde el

    traductor debe recurrir a todas las fuentes de su creatividad para reescribir en su mundo y en el

    de su auditorio el mensaje del original. El resultado consiste en la actualizacin de la obra en

    otro espacio, en otro tiempo y en otra lengua, en la cultura que lo har identificable para otro

    pblico.

    La voz de Paco Ibez fue el germen del movimiento musical en lengua castellana que ha

    dado en llamarse Cancin del pue blo Su obra represent parte de la nueva resistencia espa-

    ola que ofreca una fuente de riqueza para la juventud universitaria de mediados de los aos

    sesenta. En el ao 1979, Paco Ibez graba por primera vez en castellano un disco de canciones

    de G. Brassens. Sus interpretaciones son versiones fluidas y adaptadas con maestra a partir de

    un primer trabajo de traduccin d e su amigo P ierre Pascal. Paco Ibez se identifica con el autor

    y sin desaparecer por completo, aporta ciertos rasgos de estilo propio, dotando de un carcter

    personal al texto, trasplantndolo necesariamente a otros parmetros lingsticos y culturales.

    Veinte aos ms tarde, el pblico espaol sigue escuchando su voz, disfrutando con el

    ritmo y la palabra de composiciones como: Pobre Martn oLa m ala reputacin...La idea haba

    surgido en 1967, pero tuvo que esperar algn tiempo hasta que se hiciese realidad.

    Recientemente, un joven cantante como Loquillo retomara La mala reputacin en uno de sus

    trabajos discogrficos, obteniendo un gran xito de ventas.

    P. Ibez confiesa en una de sus entrevistas que G. Brassens fue quien le mostr el cami-

    no. Exiliado en Pars durante los aos cincuenta, P. Ibez conoce al cantautor de Ste, a travs

    de las traducciones de Pierre Pascal y pronto se siente identificado. P. Ibez haba decidido

    abandonar su pas para luchar desde fue ra por el cam ino de la clarificaci n, del rigor, de la toma

    de posiciones democrticas y del compromiso con la realidad. Por eso haba encontrado su ins-

    piracin en G. Brassens, a pesar de que la situacin poltica en cada uno de los pases fu ese muy

    diferente, y G. Brassens hubiese renunciado a militar por una ideologa concreta que no fuese la

    del humanismo universal.

    Para llegar a la produccin definitiva del disco, tendran que pasar ms de veinte aos. En

    la edicin colaboraron el poeta Jos Manuel Caballero Bonal, junto con el escritor Jos Agustn

    Goytisolo (cuyos poemas tambin sern musicados por el cantautor). Antes de hacer efectivo el

    proyecto, P. Ibez decide pasar la prueba de fuego ante el propio autor que, sorprendido, pero

    entusiasmado, canta y graba tres de los temas en espaol:La mala reputacin La pata de Juana

    y El testamento. Desgraciadamente, G. Brassens nunca aceptara la invitacin de Paco Ibez

    para venir a Espaa. Los primeros aos de la democracia le hubiesen concedido el xito que no

    lleg a obtener el disco en espaol, quizs porque los jvenes de los aos ochenta buscaban

    entonces otras formas de expresin musical y tenan ya sus odos puestos en los ritmos del rock

    procedentes del mundo anglosajn. Slo Loquillo, con su aspecto rebelde, ha sabido ofrecer una

    nueva versin deLa mala reputacin, que sed ujo durante algn tiempo a la juventud espaola.

    Sin embargo, P. Ibez nunca ha dejado de introducir en cada uno de sus recitales alguna de las

    canciones de su maestro G. Brassens, y su pblico reacciona siempre con el mismo entusiasmo.

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    Con la intencin de ejemplificar en los textos todo lo dicho anteriormente, nos ha pareci-

    do oportuno comentar brevemente algunos de los aspectos ms significativos del traslado de las

    canciones de G. Brassens al castellano. As, algo que resulta representativo es que las versiones

    de P. Ibez tienen en general un tono ms dramtico y ms seco que las de G. Brassens; sin

    embargo, su estilo carece de grandilocuencia y su voz no ignora el montono recitativo del fran-

    cs. Presentamos aqu una muestra de diversos elementos poticos que se pierden en el traslado,

    aunque con todo, tambin querem os insistir en el hecho de que

    P

    Ibez ha sabido no slo repro-

    ducir, sino tambin recrear las palabras y sobre todo el espritu brassensiano en su versin. Se

    trata de una labor de difusin, de divulgacin, entre aquellos que no hayan podido conocer el

    original.

    Cuando P. Ibez interpreta una cancin como Saturno por ejemplo, busca la expresin

    tajante para expresar la casi seductora impresin que d eja el paso del tiempo en el cantante fran-

    cs. As, desde la primera estrofa, el verso M ais c'est un dieu fort inquitant pasa a ser en el

    cantautor castellano: pero es un dios, cuidado con l Lo mism o ocurre en la segunda donde:

    Il joue bousculer les roses , es traducido por Se entretiene matando ro sas

    En Cancin para un mao Chanson pour VA uvergnat), la version castellana mantiene el

    carcter popular del original. Reproducimos aqui el estribillo original donde:

    Toi l Auvergnat, quand tu m ourras,

    Quand le croquemort t emportera,

    Qu il te condu ise, travers ciel,

    Au Pre ternel.

    pasa a:

    T mao cuando has de llegar

    A la hora de la verdad

    Que te lleve el enterrador

    Al cielo si hay Dios.

    P. Ibez formula la duda existencial, que no figura en el texto original, aunque si repro-

    duce la actitud que G. Brassens adoptara siempre en sus canciones, cuando se trataba de hablar

    de la divinidad. Incorporando adems un camb io en el verso A la hora de la verdad por A la

    hora negra de la verdad en las dos ltimas rplicas del estribillo.

    En una de las canciones m s identificativas del autor:La m auvaise rputation, G. Brassens

    utiliza la primera persona para presentar a un individuo fuera de la norma. Estos personajes

    siempre participaron de su simpata por la mera rebelin y el rechazo individual de las obliga-

    ciones sociales que esto supone. P. Ibez aprovecha los dos versos que se repiten a lo largo de

    la comp osicin: Je ne fais pourtant de tort perso nne,/ En suivant mon chemin de petit bon-

    homme , para incorporar el espritu de insumisin militar que tendra mucha repercusin social

    en los primeros aos de la transicin dem ocrtica espaola, y as versiona Yo no pienso pues

    hacer ningn dao / Queriendo vivir fuera del rebao en la primera estro fa, y contina en la

    segunda: En el mundo pues no hay mayor pecado / Que el de no seguir al aband erado a par-

    tir del francs Je ne fais pourtant de tort personne, / En n'co utan t pas le clairon qui son ne

    En otra de las canciones versionadas como esBonhomme, P. Ibez castellaniza los ele-

    mentos ms comunes de la cancin, empezando por el ttulo: Bon hom me que es Juan Lanas

    en P. Ibez; la bise qui mord , es el cierzo cruel y la mort naturelle pasa a ser la buena

    mu erte en expresin tpicamente popular.

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    Ni el dios Saturno, ni M onseigneur l'astre solaire , El seor astro del da ni Sa

    M ajest financire , Su m ajestad Don dinero , en la version de P. Ibez, imprimen su pode-

    rosa autoridad sobre el autor que, fiel a sus particulares creencias, renuncia a seguir su ley. J ai

    rendez-vous avecvous ttulo de la cancin donde ap arecen estos v ersos, es una vez ms una can-

    cin de tipo reivindicativo, donde el amor est por encima de los bienes materiales.

    En Je me suis fait tout

    petit

    P. Ibez decide adelantar info rmac in en el ttulo que da a la

    versin espaola con Por una mu eca me hice chiqu itn La com posicin cuenta cm o el

    protagonista se rinde ante los pies de una dama dspota y celosa, que pasa de fine m ouche a

    mo sca muerta ; y convierte al amante en su servidor, vctima de sus torturas: Es mi verdugo

    / por sus celos paso las de Can / bajo su yugo , tradu ce P. Pascal a partir de la versin original:

    Sous son empire, / Bien qu'elle soit jalouse au-del de tout, / Et mme pire...

    Pauvre Martin es otra de las canciones que coincide con la temtica de Bonhomme. G.

    Brassens, defensor de los deshererados, canta la triste historia de un campesino que trabaja las

    tierras de los ricos hasta que un da llega la muerte a visitarlo:

    Et quan d la mort lui a fait signe

    De labourer son dernier champ,

    De labourer son dernier champ,

    Il creusa lui-mme sa tombe

    En faisant vite en se cachan t

    u

    Et s y tendit sans rien dire

    Pour ne pas d ranger les gens...

    La delicadeza, la ternura con que el autor trata el tema, aparece as reconstruida en P.

    Ibez.

    Y cuando le avis la muerte,

    Que por fin llegaba el final

    Abrindose la propia tumba

    Gan su ltimo jornal.

    Pobre Martn, pobre miseria,

    Cava la tierra sin descansar

    (-i

    Y se tumb sin decir nada

    El no quera molestar

    Com o ya adelantamos, la estrofa france sa es menos brusca qu e la versin en castellano. Un

    ejemplo ms se presenta en la cancin basada en el tema popular de Dans l eau de la claire fon-

    taine (La bella y e l manantial),tema tradicional que tambin aparece en la literatura popular cas-

    tellana, donde La belle es La moza

    En Le estament

    ltima cancin del disco, el traductor busca en su mundo las palabras que

    G. Brassens utiliz para escribir aquel Testamento tan particular, lleno de humor y de simpata.

    As, ma pipe y mon tabac son las chinelas y mi ajuar ; y les chats pasan a ser la jaca

    en el cantautor aragons. El cambio localista y casticista, mantiene el carcter popular tan mar-

    cado del original, pero pierde poder de seduccin, pierde humor y, sobre todo, la dulzura con la

    que Brassens trata el tema: Quil boiv' mon vin, qu ' il aim ' ma fem m e, pasa a Qu e sea dueo

    de mi esposa ; y la expresin fran cesa: je rve d'en cor e une am ourette , se convierte en

    Quiero otra vez estar celoso . P. Ibez recupera acertadamen te la alusin a la infancia en faire

  • 7/23/2019 La Influencia De La Cancion De Autor Francesa En La Creacion

    8/8

    la tome buissonnire , con la expresin hacer novillos ; pero obvia una estrofa en su interpre-

    tacin, quizs porque lo desafortunado de la traduccin provoca que no aada nada destacable

    con respecto a la anterior. Sorprende en todo caso esta elisin cuando estamos hablando de una

    cancin de minutaje no excesivo, adems de ser una de la obras ms elaboradas y paradigmti-

    cas del mundo potico de Brassens, de ah que nos hayamos detenido ms en esta composicin.

    La razn de la supresin podemos buscarla en la prdida de gracia que sufre la estrofa al asumir

    P. Ibez la sobriedad casticista del espritu castellano, nada travieso en las traducciones de P.

    Pascal.

    Lo mism o ocurre con los trminos am ourette (un amor sin impo rtancia, pasajero ) y el

    neologismo m 'enjupp onn er P. Ibez propone estar celoso y dar mi corazn respectiva-

    mente, cuando el ideario brassensiano nunca admitira, con toda su herencia de la am oral occi-

    tana, un tratamiento tan poco irnico de un tema tan anticuado, desde su punto de vista, como el

    de los celos. Aqu, el intento de Ibez de espaolizar el poema, lo lleva a traicionar una de las

    peculiaridades ms caractersticas y recurrentes de la poesa de Brassens. Ibez es en definiti-

    va, ms puritano y menos coloquial, por la urgencia de la palabra y la necesidad de pronunciar

    aseveraciones de mayor carga poltica y social; pero s dignifica literariamente la estrofa, y no

    manipula, al recurrir a un trmino tan amb iguo com o perju dica r para el fran cs perscuter ,

    consiguiendo un excelente remate no exento de irona.

    La traduccin de la cancin (como ocurre tambin con la poesa) consiste en producir con

    medios diferentes efectos anlogos. Los ejemplos de traduccin (de labor personal y reexpre-

    sin) de los diferentes textos que acabamos de ver, demuestran que una cancin admite nume-

    rosas forms posibles de traduccin, incluso en la misma lengua.

    La forma autntica es la que recrea el texto como si se tratase de una cancin de creacin

    personal, escrita y cantada para el pblico de otra lengua, la que pone en marcha una serie de

    procedimientos anlogos (y no idnticos) cuya audicin produzca un efecto o una sensacin rt-

    mica y evocadora similar a la que provoca el original. La operacin de traduccin de P. Pascal,

    se completa con la interpretacin de

    P

    Ibez en el escenario. La cancin llega al pblico y con-

    sigue la autonoma necesaria para funcionar como un texto nuevo, prueba de la eficacia de la

    propuesta del traductor.

    P. Ibez se convirti as en transmisor de la clasica cancin de texto fran cesa de ritmo tra-

    dicional. Su actividad independendiente encuentra grandes coincidencias con la actitud indivi-

    dualista de su maestro. Desde la edicin de sus primeros discos en Espaa, el cantautor alcanz

    un puesto fundamental, pasando a ser el centro irradiador de influencias de la mxima impor-

    tancia para la produccin musical espaola, a pesar de que con anterioridad existiese en la

    Pennsula el embrin de lo que habra de ser el movimiento de la nueva cancin en castellano.

    Fenmeno que no procede pues del pueblo, como ente abstracto, sino que se nutre de fuentes de

    la msica popu lar internacional contem pornea, para enfren tarse con la tarea de ofrec er una

    cancin en castellano ms digna, ms autntica y ms comprometida con la realidad.