Jerry e Marilyn O'Dell - Primeiro Amor - A Chave Para a a Celestial

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Primeiro Amor A chave para a recompensa celestial

Jerry e Marilyn O'Dell

023p

O'Dell, JerryPrimeiro amor - a chave para a recompensa celestial / Jerry e Marilyn O'Dell;traduzido por Dra. Maria Eugênia da Silva Fernandes / Rio de Janeiro; GraçaEditorial, 2001.

88 p. 14x21cm.ISBN 85-7343-564-XTradução de: First love: the key to heavenly reward

1. Vida eterna. 2. Salvação (Teologia). I.O'Dell, Marilyn. II. Título.

CDD-236.2

Digitalizado por sssuca

01/01/2012



Dedicatória

Este livro é dedicado aos nossos colaboradores e amigos, que têm

sido responsáveis em permitir que participemos do alcance de milhões depessoas por meio do Evangelho de Jesus Cristo.

Salmo 19.7-11

A lei do SENHOR é perfeita e refrigera a alma; o teste-

munho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices. Ospreceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; omandamento do SENHOR é puro e alumia os olhos. O temordo SENHOR é limpo e permanece eternamente; os juízos doSENHOR são verdadeiros e justos juntamente. Maisdesejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; emais doces do que o mel e o licor dos favos. Também por elesé admoestado o teu servo; e em os guardar há granderecompensa.

Sumário

Introdução ...................................................................................................................... 4

1. Mantenha os seus olhos no Céu.................................................................................. 5

2. Quais são as recompensas do Céu? ...........................................................................16

3. Dons ministeriais e as obras do primeiro amor....................................................... 27

4. Você se qualifica para as recompensas do céu? ....................................................... 36

Conclusão......................................................................................................................44



Introdução

Se você é um crente em Jesus Cristo, se é nascido de novo e lavadono sangue do Cordeiro, então este livro o levará, face a face, com a glória

que o aguarda na eternidade. Deus não deseja que você seja ignorantesobre a vida após a morte.

Quando meu marido e eu estudamos o que a Bíblia tem a dizersobre este assunto, tornou-se óbvio para nós que nosso amoroso Paicelestial reteve dos Seus filhos alguma informação e nos surpreenderácom ela quando chegarmos à glória. Os poucos vislumbres de eternidadeque Ele compartilhou conosco em Sua Palavra, todavia, ajudarão você,abençoarão a sua vida na Terra e o auxiliarão a preparar-se para o futuro.

O Senhor não deseja que você viva sentindo-se insignificante, nãorealizado, frustrado ou com medo da morte. Ele precisa de você, almejaque entenda o que é o primeiro amor do céu e que saiba o que éimportante para Ele; assim você fará a sua corrida na Terra de talmaneira a ter certeza do prêmio que o aguarda no céu.

As passagens bíblicas examinadas neste livro o estimularão,inspirarão você e trarão descanso para a sua alma. Mantenha a mente e ocoração abertos ao ler. No final, você sentirá que é importante, realizadoe seguro da sua recompensa eterna. Deus o abençoe nesta leitura!

Marilyn J. O'Dell

Se você obteve um exemplar deste livro e não pode dizer com segurança que você temcerteza que vai para o céu quando morrer, você provavelmente nunca nasceu de novo,

como Jesus ordenou. Você deve ter aquela certeza, antes deste livro ter algo a ver com

você. Por favor, escreva-nos e peça o meu livro "Will you go to heaven when you

die?" ("Você irá para o céu quando morrer?") Eu o enviarei gratuitamente.

O'Dell Ministries

P. O. Box 159 – Pine Knot

Kentucky 42636 - USA



Capítulo 1

Mantenha os seus olhos no Céu

MJO

Em Apocalipse 22.12, Jesus Cristo declara ousadamente: Eis que venho em breve! A minha recompensa está comigo, e eu retribuirei acada um de acordo com o que ele fez! (NVI)

Considerando que a vida, como conhecemos na Terra, terminarápara nós no momento em que Jesus voltar, devemos assumir que asrecompensas que Ele traz Consigo são para beneficiar-nos em nossa

próxima vida, no futuro. Evidentemente, as recompensas quereceberemos no céu pelo que fizemos, enquanto vivos em nossos corpos,afetará o nosso destino na eternidade. Parece também, de acordo comeste versículo, que nós não receberemos todos a mesma recompensa.

Algum dia, cada um de nós, que clamamos por salvação, teremos deapresentar-nos diante do trono de Deus e fazer uma prestação de contasda nossa vida na Terra.

Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará aDeus. De maneira que cada um de nós dará conta de simesmo a Deus.

Romanos 14.11-12

Pare e pense sobre isso por um momento. Imagine-se no céu,inclinando seus joelhos diante de Jesus Cristo, o seu Senhor e Salvador, e

então, voltando-se para o trono de Deus e apresentando, com confiança,uma prestação de contas do que você fez na Terra. E uma reflexão séria,não é? Você estremecerá e se agitará em silêncio absoluto? Irá desculpar-se ou gemer do fundo do seu ser? Irá balançar a cabeça de dor e

vergonha? Ou, irá, com grande alegria e entusiasmo, olhar na face do seuPai celestial e declarar: "Eu fiz o meu melhor! Vi na tua Palavra o que tuesperavas de mim e fiz tudo o que podia! Eu te amo, Pai!"

No céu, Deus está bem consciente do que você fará naquele dia, se você não tiver sido iluminado com a verdade sobre a eternidade,

enquanto vivo. Neste exato momento, Ele pode estar dizendo para Jesuse os anjos: "Eu ficaria maravilhado se eles aceitassem a Verdade! Então,quando se apresentassem diante de mim, não tremeriam nem se



agitariam, pedindo desculpas por meio de suspiros que vêm do íntimo doser".

Se você, em algum momento, rejeitar mentalmente estas indicaçõesde que o céu poderia reter alguma coisa de você exceto a felicidade pura,não se desespere! Sem dúvida, o céu será um lugar glorioso e alegre,comparado ao tormento eterno do inferno, e todo filho de Deusexperimentará e ficará agradecido por esse fato. Entretanto, será quealgum ensino tradicional que tenhamos aprendido, não nos deu umafalsa impressão a respeito do nosso futuro? E possível que a eternidadeseja, de alguma forma, diferente para cada um de nós? Será verdade quenós não receberemos todos a mesma recompensa? Valerá a pena gastartempo lendo este livro para examinar o que a Bíblia tem a dizer sobreeste assunto.

A maioria de nós conhece a Bíblia o suficiente para entender que,depois que morrermos, não iremos simplesmente desenvolver asas,exibir uma auréola e voar ao redor do nosso corpo espiritual com umaharpa, louvando a Deus pela eternidade. O que podemos esperar, então?Como o que fazemos na Terra afetará a nossa morada celestial? O que aBíblia nos conta que acontecerá quando chegarmos diante do trono deDeus?

Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de

Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feitopor meio do corpo, ou bem ou mal.

2 Coríntios 5.10

Este dia chegará para todos nós, quer estejamos prontos ou não.Estas palavras foram escritas para o Corpo de Cristo, e declara demaneira inequívoca, que todos enfrentarão essa hora de julgamento. Odespertar para esta realidade, provavelmente, levará a maioria dos filhos

"carnais" de Deus a examinarem o seu nível de santidade. Em outraspalavras, eles refletirão sobre os pecados com os quais lutaram duranteanos, e perguntar-se-ão como Deus os tratará no céu, pelos pecados quecometeram depois que foram salvos. Por exemplo, se um cristão cometeuadultério e nunca foi descoberto, independentemente do seuentendimento da graça e da justiça, ele poderá secretamente temer estemomento diante do trono de Deus. Poderá questionar-se se o que fez emsecreto, mesmo que ele tenha-se arrependido, será exposto abertamentediante de todos.

Quando um cristão atinge um ponto na sua caminhada com oSenhor, no qual a luta pela santidade não é mais o fator principal na sua

vida, então 2 Coríntios 5.10, provavelmente, servirá como uma espécie de



análise pessoal, mas de forma bastante diferente. Ao ouvir e ler estapassagem bíblica, ele focalizará, mentalmente, aquilo que realizou para oSenhor, em obediência à Sua Palavra ou às Suas instruções que lhe foidada pessoalmente. Alguns se sentem mais satisfeitos com as suasrealizações do que outros, mas todos os cristãos maduros devem estar

desejosos de ser avaliados, e de receberem correção do Pai de amorenquanto estão vivos. Pessoalmente, eu prefiro saber o que tenho feitoque desagrada ao meu Pai celestial, antes de ficar face a face com Ele.

Você não? Eu quero saber se eu estou agora agradando ao Senhor ecumprindo o Seu plano para a minha vida, e desejo evitar qualquerlamento eterno, ouvindo a Sua voz de correção enquanto estou vivo nestecorpo.

Como Deus avalia e corrige a Sua Igreja? Quais são os critérios queEle usa? O que é bom ou mau à Sua vista? Um dos modos pelos quais as

igrejas e os indivíduos podem saber como Deus os avalia é por meio doexame das Suas avaliações e castigos de pessoas e igrejas na Bíblia.Havendo similaridades na ação, que acarretaram elogio ou ameaça porparte do trono do céu, é seguro assumir que as igrejas e as pessoasreceberão o mesmo elogio ou ameaça, com os mesmos avisos dasconseqüências. Por exemplo, podemos dizer que o padrão que Deus usoupara avaliar as sete igrejas no Livro do Apocalipse, é o mesmo que Eleusou para julgar todas as igrejas das eras futuras. De maneira similar, oalerta da conseqüência eterna que o Pai concedeu para algumas delas

tem sido o mesmo para cada era da Igreja, desde aquele tempo.Em Apocalipse, capítulo 2, a igreja de Éfeso recebeu disciplina do

Espírito de Deus. Eles mantinham padrões morais bíblicos e trabalhavampara o Senhor com paciência. Foram elogiados por estas coisas e por semanterem firmes na sã doutrina. Sem dúvida, muitas atitudes dequalidade, boas e maravilhosas foram realizadas pelos ministros daquelaigreja no Nome do Senhor. Contudo, Deus a avaliou e a seus líderes, eficou bastante insatisfeito com eles em uma área. Ele lançou uma ameaçacom conseqüências eternas, se eles não escolhessem o arrependimento e

uma mudança. A ameaça e suas conseqüências não foram só para a igrejade Éfeso, mas para todas as igrejas das eras vindouras.

Vamos examinar a respeito da avaliação e disciplina de Deus emrelação aos Efésios:

Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, eque não podes sofrer os maus; e puseste à prova os quedizem ser apóstolos e o não são e tu os achaste mentirosos; e

sofreste e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome e nãote cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste a tuaprimeira caridade. Lembra-te, pois, de onde caíste, e



arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, senão te arrependeres.

Apocalipse 2:2-5

O que era a primeira caridade [primeiro amor ]?

Vários comentaristas da Bíblia respondem esta questão dediferentes modos filosóficos. Uma das obras mais populares declara queo próprio Jesus era o seu "primeiro amor". Tal tese indica que, de algumaforma, o fervor do relacionamento da igreja com Jesus tinha-sedesvanecido. Contudo, é difícil aceitar esta especulação vaga, pois a igrejade Éfeso, na época em que o Apocalipse foi escrito, trabalhava por Cristo,amava as promessas de Deus e esperava, pacientemente, que elas

acontecessem. Aquela igreja odiava o mal e trabalhava, intensamente,pela causa do Nome do Senhor. Separar tudo isso do que algunschamariam de "relacionamento pessoal de amor com Cristo" é,certamente, falar em termos abstratos, que são difíceis de apreender-se eavaliar. Seria a terrível ameaça de remover o castiçal, a puniçãoresultante para tal pecado evasivo, difícil de ser apontado? Provavel-mente não.

É provável, entretanto, ao examinarmos o que os efésios fizerampor Cristo uma vez, que já não o faziam mais. O que encontramos na

Palavra de Deus que agradara tanto ao Senhor, em uma época, a ponto deo término desta mesma atividade ser a causa de disciplina severa? O queeles não faziam mais, que impulsionou Cristo a dizer que eles poderiamnem mais existir? Que pecado foi tão horrível à vista de Deus, que todo

bem feito anteriormente não poderia sequer ser comparado com a faltadeste "primeiro amor e das suas primeiras obras?"

Sabemos pela Epístola aos Efésios que, na época em que aquelaigreja realizava as "obras do primeiro amor", ela possuía dentre seusmembros um grupo maduro de cristãos. Quando o apóstolo Paulo foienviado por Deus para Éfeso, ele testemunhou para os judeus a respeitode Cristo. Em Atos, capítulo 19, nós encontramos apenas um pequenonúmero de judeus recebendo a Verdade. Paulo, então, juntou forças comum homem chamado Tirano que, evidentemente, tinha naquele lugaruma escola parecida com um centro de treinamento.

Mas, como alguns deles se endurecessem e não obede-cessem, falando mal do Caminho e perante a multidão,

retirou-se deles e separou os discípulos, disputando todos osdias na escola de um certo Tirano. E durou isto por espaçode dois anos, de tal maneira que todos os que habitavam na



Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, tanto judeus comogregos.

Atos 19.9,10

Deve ser assinalado que o termo disputando, não significa quePaulo estava argumentando com os estudantes. Outras traduções daBíblia deixam claro que este termo significa "ensinar por discussão ouaula". Paulo separava os judeus que tinham recebido a Cristo, daquelesque não O receberam, e aqueles se tornavam parte do corpo estudantil naescola de Tirano. Por favor, perceba que depois de ensiná-los durantedois anos, os alunos de Paulo, naquela escola em Éfeso, foramresponsáveis por todos terem ouvido a Palavra do Senhor na Ásia.

Não existe outra explicação para o alcance do Evangelho na Ásia.

Obviamente, não foram os asiáticos que viajaram até aquela escola.Conseqüentemente, nós presumimos que os alunos que Paulo levantouforam para o mundo e pregaram o Evangelho. Tais alunos não foramapenas ensinados sobre alguns temas bíblicos, não ganharam diploma eentão se lançaram no mundo sem direção ou ajuda. Eles foram, verdadei-ramente, discipulados para pregar, produzir milagres, provar queJesus está vivo, para gerar igrejas e discípulos convertidos. Éincompreensível presumirmos que eles poderiam ter realizado, comsucesso, essa façanha se a igreja em Éfeso não tivesse cooperado e feito a

sua parte ao enviar os estudantes. Estes alunos não levaram anos para viajar em volta da Ásia, desenvolvendo contatos e pregando em igrejas,de tal forma que, no final, recebessem algum favor e financiamento doscristãos para fazer algo no campo missionário.

As carências dos alunos, naquele tempo, não eram diferentes dasnecessidades dos nossos ministros e graduados do Centro deTreinamento Bíblico de hoje. É bem razoável pensar que Paulo,realmente, orquestrou aquele primeiro "plano de colheita" (com a ajudado Espírito Santo) para assegurar que cada área geográfica da Ásia fosse

coberta por alguns dos estudantes. Aqueles graduados precisavam dedinheiro para viajar, para evangelizar, para comprar ou alugarpropriedades para as igrejas, e para sobreviver -a menos que osgraduados pudessem levantar convertidos, suficientemente, e que estescompreendessem o dar, e, eventualmente, colaborassem com eles.

É mais sensato assumir que grande parte do dinheiro paraevangelizar toda a Ásia veio da igreja de Éfeso. À medida que o tempopassava, relatórios de evangelismo bem-sucedido destas áreasgeográficas eram enviados para tal igreja, e sem dúvida o zelo dos efésios

diminuiu. Entretanto, na época em que foi escrito o Apocalipse, umaoutra geração ou duas tinham nascido. Não eram apenas aqueles que



haviam escutado a Palavra do Senhor e rejeitado a Cristo, sem salvação,mas, naquela ocasião, havia multidões deles.

De acordo com historiadores da Bíblia, a Epístola aos Efésios foiescrita, aproximadamente, de 60-64 d.C. O Livro do Apocalipse foiescrito em 96 d.C. Compreender isto torna mais evidente que o desejoque consumia a jovem igreja de Éfeso era estar certa de que todas aspessoas que pudessem alcançar, ouvissem o Evangelho de Jesus Cristo.Há dúvida de ser esse o primeiro amor? Na época em que o Apocalipsefoi escrito, a igreja de Éfeso não estava mais consumida com a grandecomissão de nosso Senhor.

Em certo sentido, deixar de lado o motivo das batidas do coração deDeus (a prioridade para o nosso Salvador) seria o mesmo que diminuir orelacionamento de amor com Ele. Assim, os comentários bíblicos nãoestão inteiramente errados (alguns não estão, especificamente,focalizados no que seriam as "primeiras obras"). Quando você amaalguém, importa-se em fazê-lo feliz; aprende o que é importante para elee faz o seu melhor para agradá-lo, deixando de lado o que é importantepara você, a fim de abençoar a vida dele. As palavras de Cristo na ocasiãoda Ultima Ceia foram: Se me amardes, guardareis os meusmandamentos (Jo 14.15). Suas últimas palavras antes da ascensão foram:Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura (Mc 16.15).

Aqueles que, como Paulo, amavam a Jesus, levaram a sério as Suaspalavras. Não pode haver dúvida de que nos momentos em que Paulo (o

qual nunca perdeu o primeiro amor) compartilhava com as pessoas emÉfeso a respeito do que Cristo mais desejava delas. Tais pessoasdesprezaram seus próprios desejos e foram compelidas, por amor a Ele eem obediência à Sua Palavra, a espalhar as Boas Novas, tão rapidamentequanto podiam.

Como isso deve ter agradado ao Senhor! Eles ouviram, entenderame O amavam o bastante para cumprirem a Sua ordem. A igreja de Éfeso,no ano 98 d.C, estava, obviamente, obedecendo a muitas outras palavrasde Jesus, mas a desobediência à grande comissão não podia ser toleradapor aqueles que, um dia, estiveram no Caminho. O Senhor não osadvertiu por estarem sendo seduzidos ou enganados. Não os admoestoupor eles estarem fugindo do comportamento moral aceitável. Não osacusou de serem preguiçosos, ou de não terem os frutos do Espírito, oude falta de fé. Contudo, a única coisa que seu corpo de cristãos não tinha,iria custar-lhes o direito de existir e mudaria o destino eterno dos efésios.Por quê? Por que Jesus não os louvou pelo bem que estavam fazendo,abençoou-os e procurou alguma outra igreja do corpo para realizar essaobra?

Deus precisava muito da igreja de Éfeso. É óbvio que Deus desejaque o propósito final de toda igreja seja o mesmo daquela igreja.



Naturalmente, não se espera que todas assumam a responsabilidadefinanceira de pregar o Evangelho em toda a Ásia. Deus, realmente, anseiaque cada igreja faça o possível para cumprir a grande comissão, dando omelhor de suas habilidades. Algumas, por causa do tamanho e da forçafinanceira, podem fazer mais que outras. Sim, Jesus ama as pessoas de

todas as igrejas, mas a obra que Ele mais precisa que cumpram é impedirque as pessoas pereçam no inferno. Isso não apenas muda a direçãoeterna dos pecadores, mas também muda o destino eterno das igrejas edos cristãos que as freqüentam.

Um ministro que verdadeiramente ama a vida das pessoas estarátão interessado na vida delas após a morte quanto pela vida na Terra.Tais ministros olharão adiante no tempo, e verão o momento em que

você contemplará o seu Deus. Eles o instruirão com relação ao papel vitalno propósito final de Deus ter mandado Jesus Cristo e formado o Seu

Corpo em primeiro lugar: salvar os perdidos! Os crentes em Éfesoestavam no caminho para o céu, mas milhões de outros estavam na rotado inferno. O pedido desesperado do Senhor para o arrependimento oupara que as pessoas encarassem as conseqüências do pecado, demonstraonde o Seu coração estava e ainda está.

É por esse motivo que a palavra de correção e advertência aosEfésios em Apocalipse, capítulo 2, é tão relevante para nós nos dias dehoje. É similar a quando um médico adverte o seu paciente para deixarde tomar sorvete com alto conteúdo de gordura todos os dias, e para

deixar de fumar, ou a sua saúde irá deteriorar-se e a sua vida seráencurtada. O alerta é para aquele paciente em particular, mas é idênticoao que o médico faz para qualquer um que não cuide, devidamente, dasaúde do corpo. Se o paciente prestar atenção na advertência do médico,tal paciente mudará os hábitos da sua vida diária. Se não, sua saúdeficará pior, e haverá mais chances de ele ter uma morte lenta e dolorosa,a menos que sofra um ataque cardíaco rápido e fatal.

Da mesma maneira, a carta para a igreja de Éfeso foi escrita,especificamente, para eles, no entanto, a mesma correção e advertênciaservem para qualquer igreja que sinta semelhante indiferença peloprimeiro amor do céu. Ela foi escrita para nós, de tal forma que possamoster uma compreensão de como funciona o Reino de Deus. Se o céu e aeternidade permanecem inatingíveis, fora da vista, realidades difíceis deimaginar-se, eles não afetarão a existência diária de alguns cristãos. Serámais fácil para tais cristãos tomarem decisões sem considerar asconseqüências eternas que elas acarretarão para eles e para outros. Oapóstolo Paulo, tendo, realmente, visitado o céu, certamente, fixou seusolhos nele, enquanto o apóstolo se estabeleceu, durante sua vida e

ministério, persuadindo os homens a fazer o mesmo e a realizar tudo oque podiam para cumprir a parte deles na grande comissão.



Paulo teve uma influência poderosamente convincente na igreja deÉfeso, a qual resultou na escalada do crescimento daquelas "primeirasobras". Contudo, Paulo escreveu a Timóteo no fim do seu ministério, ecompartilhou sobre como todos os ministros na Ásia o haviam desertado.Podemos duvidar que homens de boa intenção persuadiram aquela

grande igreja ganhadora de almas a abandonar o propósito que Paulotinha estabelecido tão claramente, que era o de propagar o Evangelho?Talvez, alguém mais tenha raciocinado com eles de que a necessidade nacomunidade era tão grande quanto a do mundo. É provável que alguémtenha debatido: "Temos os perdidos exatamente aqui em nosso próprioterreno. Não nos preocupemos com as pessoas de outros lugares". Outrosainda, devem ter sugerido para a liderança que usasse o dinheiro queDeus lhes confiara, para construir instalações melhores, a fim de cuidarmelhor daqueles ao redor, em vez de usar o dinheiro para o alcancemundial (isso não é para sugerir que instalações bonitas não sejamconstruídas pelas igrejas). Tudo isso é suposição.

Imaginemos ainda, que alguém na liderança em Éfeso estavacansado de viver na sombra e na memória de Paulo, a ponto de decidirmudar a ênfase ou a visão da igreja. A Bíblia não enuncia, claramente,a maneira exata como isso aconteceu, mas na época em que 2 Timóteo foiescrita, Paulo disse que todos que tinham habilidade para ajudá-lo nacontinuação da obra, abandonaram-no, e, sem dúvida, deixaram o seupropósito e o propósito da Igreja, também.

Bem sabes isto: que os que estão na Ásia todos se apar-taram de mim; entre os quais foram Fígelo e Hermógenes.

2 Timóteo 1.15

A American standard version [Versão padrão americana] diz:Todos os que estão na Ásia se afastaram de mim. Qual a relação queessa declaração tem conosco hoje? Como tudo isso afeta a nossaeternidade? Em primeiro lugar, vamos assumir que existamcircunstâncias similares hoje. Satanás ainda tem seduzido ministros eigrejas, afastando-os da sua obrigação para com o Evangelho. Devemosainda presumir que, atualmente, há ministros os quais têm tentadocumprir as mesmas diretrizes concedidas a Paulo. O apóstolo continuou,por meio de exemplificações e pregação, a orientar o coração dosministros e das igrejas para o primeiro amor de Deus. Paulo advertiuas igrejas asiáticas que elas não estavam agradando ao Senhor.Evidentemente, foi ridicularizado pelos ministros de algumas delas.

Posteriormente, através das cartas em Apocalipse, o próprio JesusCristo se envolveu e disciplinou alguns daqueles ministros, duramente,



com a ameaça de dissolução divina, caso eles não se arrependessem efizessem as primeiras obras. Nesta geração, há muitas igrejas quetanto abandonaram o primeiro amor que vem do céu, assim como nuncaderam importância a ele, e jamais a realizaram as primeiras obras.

Atualmente, os ministros que têm em mente o primeiro amor — osquais pensam da mesma forma que o apóstolo Paulo —, muitas vezes,deparam-se com igrejas e líderes ansiosos por desarmar a ferocidade coma qual eles tentam iluminar a Igreja. Tais ministros enfrentam a mesmaresistência que Paulo encontrou. Nesta geração, de alguma maneira, aschances são remotas de que os líderes de hoje, em algum momento,recebam uma carta de alguém, como a que foi escrita à igreja de Éfeso em

Apocalipse, a qual poderia, com sucesso, direcionar seus corações, fazercom que se arrependessem e mudassem a direção do seu curso. Oslíderes de igreja devem observar a verdade na Palavra e aplicá-la ao

ministério. Da mesma maneira, você pode assimilar toda esta verdade eaplicá-la na sua vida e eternidade, ou na vida e eternidade de sua igreja.Seja você pastor, ministro ou, simplesmente, um cristão, não importa,porque a verdade que Deus compartilhou conosco na Sua Palavra, sobrea análise da nossa vida quando estivermos na eternidade, foi escrita paratodos os que foram chamados em o Nome do Senhor.

Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que

já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre estefundamento formar um edifício de ouro, prata, pedraspreciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um semanifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelofogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra decada um. Se a obra que alguém edificou nessa partepermanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém sequeimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todaviacomo pelo fogo.

1 Coríntios 3.11-15

Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas dastrevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então,cada um receberá de Deus o louvor.

1 Coríntios 4.5

Que dia será aquele! Imagine-o agora. Você se apresentará diantedo trono de Deus. Tudo ao seu redor — de alguma forma representado —será cada obra que você tiver feito. Então, um fogo santo poderoso virá e



queimará todas as suas obras. Aquelas que foram feitas com amotivação do coração correta, em obediência a Deus e à Sua Palavra,suportarão o calor da prova e permanecerão como se fossem ouro, prataou pedras preciosas que tivessem passado pelo fogo. As obras que nãoforam realizadas conforme a motivação correta, ou em obediência às

Suas diretrizes, serão consumidas. Como estas passagens declaram,alguns cristãos sequer conseguirão passar eles mesmos pelo fogo. Nãoterão recompensa ou louvor de Deus.

Uma vez que a carta de Apocalipse, capítulo 2, foi dada à igreja deÉfeso, se eles não cressem que ela era de Deus ou não tomassem umaatitude para corrigir a ênfase ou a visão da sua igreja, eu creio que oSenhor teria de honrar a Sua Palavra e levar adiante a Sua ameaça deremover o castiçal, ou o direito deles de existir. Deus lhes falou que elesteriam de voltar àquelas primeiras obras, senão...

Alguns ministros podem admitir que, para a igreja de Éfeso, fazeras primeiras obras era apoiar, ajudar e enviar aqueles quecontinuariam a colheita na Ásia, mas que as primeiras obras de outrosministérios ou indivíduos podem ser diferentes. Em outras palavras, elespresumem que, quaisquer que forem as instruções que Deus atribuiu a

você para cumprir, se não executá-las, deve arrepender-se e tentar fazê-las novamente.

Essa é uma teoria interessante e é fácil ver como um ministro pode

tender para tal explicação, a fim de tornar Apocalipse, capítulo 2,relevante para o seu ministério hoje. Permanece o fato, entretanto, deque a ênfase de Paulo na pregação do Evangelho a toda criatura não eraapenas a sua visão ou ênfase para aquela determinada igreja. Ele estava,simplesmente, esclarecendo e instruindo não só àquela igreja, mastambém a todas as outras, desde então, sobre como executar a ordem deJesus Cristo do Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a todacriatura (Mc 16.15). Aquela ordem foi e sempre será relevante por todasas gerações. Ela sempre será a diretriz número um da Igreja de JesusCristo.

Naturalmente, ministérios, igrejas e indivíduos receberãoatribuições que farão com que trabalhem na direção do cumprimento dastarefas. Tal trabalho incluirá tudo, desde alimentar viúvas e órfãos até oministério em prisões. Estes são ministérios importantes e suas obrasserão, certamente, julgadas pelo fogo. Contudo, no final de cada uma dassete cartas às igrejas no Livro de Apocalipse, o Senhor disse: Quem temouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

Quando você lê aquelas cartas, percebe que, nos exemplos de

repreensão do Espírito de Deus a cada uma das igrejas, o resultado dasofensas destas igrejas foi a falta de desejo em cumprir a grande comissão.Duas delas permitiram um certo ensinamento, em seu meio, o qual fez



com que o povo adorasse aos ídolos. Adoradores de ídolos não ganhamalmas. Uma das igrejas era morna em vez de quente (a igreja deLaodicéia) para cumprir a sua parte da comissão do Senhor. A existênciaanêmica de tal igreja foi exposta e eles foram ameaçados pelo Senhor,como também o foi a igreja em Éfeso. Pela reputação, os de Laodicéia

eram considerados bem-sucedidos e bastante ativos. Na carta à igreja deSardes, o Senhor disse: Estás morto! (Ap 3.1c). Foram intimados a voltaratrás, ao que ouviram e creram anteriormente.

Em essência, parece que, se as igrejas não assumem aresponsabilidade espiritual de fazer o possível para ajudar a alcançaralguma parte do mundo com o Evangelho, então, o Senhor não Se agradadisso e tais igrejas ficam ameaçadas. Elas podem parecer muito avivadaspara aqueles ao seu redor, mas estarão mortas na concepção de Deus.

Se isso é verdadeiro, como uma igreja, independentemente do seutamanho, realiza as obras que são de suma importância para o Senhor?Como cada cristão, individualmente, faz o mesmo? Quais são asrecompensas que receberemos no céu por fazê-las? Tais perguntas serãotodas respondidas nos capítulos seguintes.



Capítulo 2

Quais são as recompensas do Céu?

MJO

Em Mateus, capítulo 19, Jesus falou diretamente aos Seusdiscípulos e lhes contou o que eles poderiam esperar como recompensaspor desistirem de tudo a fim de segui-Lo. Cristo falou-lhes de recompen-sas que receberiam tanto na Terra como no céu. O Senhor Jesus sabiaque seria crucificado em breve, e tentou assegurar-lhes que a vidasacrificial deles na Terra seria recompensada tanto nesta vida quanto naeternidade.

E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que meseguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem seassentar no trono da sua glória, também vos assentareissobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. Etodo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, oupai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor domeu nome, receberá cem vezes tanto e herdará a vida

eterna.Mateus 19.28-29

A declaração seguinte do Senhor foi: Porém muitos primeirosserão derradeiros, e muitos derradeiros serão primeiros (v. 30). Eleentão prosseguiu, contando esta parábola extremamente esclarecedora:

Porque o Reino dos céus é semelhante a um homem, pai defamília, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadorespara a sua vinha. E, ajustando com os trabalhadores a umdinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha. E, saindoperto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos napraça. E disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. Saindo outra vez, perto dahora sexta e nona, fez o mesmo. E, saindo perto da horaundécima, encontrou outros que estavam ociosos eperguntou-lhes: Por que estais ociosos todo o dia? Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide

vós também para a vinha e recebereis o que for justo. E,



aproximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seumordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o salário,começando pelos derradeiros até aos primeiros. E, chegandoos que tinham ido perto da hora undécima, receberam umdinheiro cada um; vindo, porém, os primeiros, cuidaram

que haviam de receber mais; mas, do mesmo modo,receberam um dinheiro cada um. E, recebendo-o, murmu-ravam contra o pai de família, dizendo: Estes derradeirostrabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco, quesuportamos a fadiga e a calma do dia. Mas ele,respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça;não ajustaste tu comigo um dinheiro? Toma o que é teu eretira-te; eu quero dar a este derradeiro tanto como a ti. Ounão me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau oteu olho porque eu sou bom? Assim, os derradeiros serãoprimeiros, e os primeiros, derradeiros, porque muitos sãochamados, mas poucos, escolhidos.

Mateus 20.1-16

Alguns explicaram que esta parábola significa que,independentemente da idade que você se entrega a Cristo, ou quão difícile longamente você trabalhou nesta Terra, no céu todos receberão omesmo. Tal suposição pode não ser verdadeira, porque Jesus tinha

acabado de explicar aos Seus discípulos que, por causa do que deixarampara trás, e do que teriam de sofrer, eles receberiam uma recompensaespecial. A referida parábola, entretanto, realmente explica o singelomistério do Evangelho da graça. Um pequeno trecho do Matthew Henry's commentary [Comentário de Matthew Henry ] o qual traz umaexplicação concisa, condensada, desta parábola, foi incluído neste livro.O autor começa com o esclarecimento do que afirmou o nosso SenhorJesus: Muitos primeiros serão derradeiros, e muitos derradeiros serãoprimeiros.

Comentário de Matthew Henry:

Esta parábola dos trabalhadores na vinha tem a intenção derepresentar para nós o Reino do céu, isto é, a maneira e ométodo da dispensação do Evangelho. Nada foi maismisterioso na dispensação do Evangelho do que a rejeição dos

judeus e o chamado dos gentios, então o apóstolo fala disso(Ef 3.3-6), que os gentios seriam co-herdeiros. Nada foi mais

provocador para os judeus do que essa alusão. Este parece sero principal objetivo desta parábola, o de mostrar que os

judeus seriam os primeiros chamados para a vinha, e muitos



deles iriam com aquele chamado. No entanto, finalmente, oEvangelho deveria ser pregado aos gentios, e eles oreceberiam, e seriam admitidos com privilégios e vantagensiguais como os judeus. Seriam concidadãos com os santos,com os quais os judeus, mesmo aqueles que criam, ficariam

muito aborrecidos, mas sem razão.Mas a parábola pode ser aplicada de uma maneira maisgeral, e nos mostra isso:

1. Que Deus não é devedor a homem algum; uma grande verdade, que o conteúdo bíblico dá como escopo destaparábola.

2. Que muitos que começam por último, e prometem poucoem religião, algumas vezes, pela bênção de Deus, chegam amaiores conquistas no conhecimento, na graça e noresultado, do que aqueles cuja conversão foi anterior, e queprometeram mais lealmente. Às vezes, os que sãoconvertidos, mais tarde, ultrapassam aqueles que sãoconvertidos mais cedo. Paulo foi como um nascido fora dotempo, entretanto, não foi atrás dos mais importantesapóstolos, e excedeu aqueles que estavam em Cristo antesdele. Muita afinidade existe entre esta parábola e aquela dofilho pródigo, na qual o que tinha voltado da sua andança era

tão querido do seu pai quanto aquele que nunca se desviou,sendo semelhantes os primeiros e os últimos.

3. Que a recompensa de galardão será dada aos santos, nãode acordo com o tempo de conversão, mas de acordo com aspreparações para ela, pela graça neste mundo. Não de acordocom a idade (Gn 43.33), mas sim, com a medida da estaturada plenitude de Cristo. O Senhor Jesus prometeu aosapóstolos, que O seguiram na regeneração, no começo da

dispensação do Evangelho, grande glória (Mt 19.38), masnaquele momento Ele lhes disse que aqueles que forem demaneira semelhante fiéis a Ele, mesmo no final do mundo,terão a mesma recompensa, assentar-se-ão com Cristo no Seutrono, bem como os apóstolos (Ap 2.26-3.21). Sofredores porCristo, nos últimos dias, terão a mesma recompensa que osmártires e confessores dos tempos primitivos, embora estesúltimos sejam mais celebrados. E os ministros fiéis de hoje,terão a mesma recompensa que os seus primeiros pais.



Matthew Henry comenta ainda em seu livro: que embora hajadegraus de glória no céu, será para todos uma felicidade completa. Quaissão esses degraus de glória? Quais são, exatamente, as recompensas quenós esperamos? Efésios 1.14 nos conta que temos, na Terra, recebido openhor da nossa herança como filhos de Deus. O Corpo de Cristo

herdou a vida eterna. Dentre outras coisas, a vida eterna é uma espéciede imortalidade que é incompreensível, simplesmente, porque não estárevelada, completamente, e descrita para nós na Palavra de Deus.Quando Paulo visitou o céu, foi proibido de descrever tudo o que viu.Provavelmente, Deus deve ter tido uma boa razão. É bastante concebívelque, se um cristão conhecesse, integralmente, o sistema de recompensano céu, os motivos dele para as obras que realizaram para Cristoresultariam na sua queima no fogo santo no Dia do Julgamento.Entretanto, temos na Bíblia, na verdade, alguns vislumbres daeternidade.

E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe,que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempode angústia, qual nunca houve, desde que houve nação atéàquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu povo,todo aquele que se achar escrito no livro. E muitos dos quedormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vidaeterna e outros para vergonha e desprezo eterno. Os sábios,

pois, resplandecerão como o resplendor do firmamento; e osque a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas,sempre e eternamente.

Daniel 12.1-3

Provérbios 11.30b diz: E o que ganha almas sábio é. Pode ser ditoque os ganhadores de almas também levam os homens à justiça. Será queaqueles que ganham almas, ou tornam possível que outros as ganhem,

serão notados no céu pelo resplendor da sua aparência? Há uma ligeirainsinuação em 1 Coríntios de que isso seja verdadeiro.

Uma é a glória do sol, e outra, a glória da lua, e outra, aglória das estrelas; porque uma estrela difere em glória deoutra estrela. Assim também a ressurreição dos mortos.

1 Coríntios 15.41-42a

Embora estes versículos possam não ser evidência conclusiva deque nós seremos capazes de conhecer, ao olharmos no céu, quem foi fiel



ao Senhor e aos Seus mandamentos e quem não o foi, elas, certamente,nos fornecem algo para refletirmos. Também, parece claro que osganhadores de alma serão recompensados. Aqueles que sofremperseguição também serão galardoados.

Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, eperseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós,por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o

vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram osprofetas que foram antes de vós.

Mateus 5.11-12

Não existe indicação, na passagem bíblica acima, de qual seja ogalardão, contudo, tal recompensa deve ser alguma coisa digna de serexultada! Pode não haver recompensa visível nesta vida, ao sermosperseguidos por causa do Senhor. Haverá, entretanto, no céu. Parecehaver um padrão por toda a Palavra de Deus que, quando uma pessoasofre pelo Senhor, ou faz algo por Ele, com a motivação correta nocoração, é recompensada aqui ou no céu. Por exemplo, em Mateus,capítulo 6, há uma recompensa mencionada por orar.

Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechandoa tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai,que vê o que está oculto, te recompensará.

Mateus 6.6

A palavra recompensará neste versículo, em particular, significacompensará. O texto não menciona se a recompensa será entregue naTerra ou no céu, apenas que ela será dada publicamente. Alguns teólogos

acreditam que esta recompensa é a oração respondida e, provavelmente,ela deve ser parte disso. Considere, entretanto, Mateus 6.3,4:

Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mãoesquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola sejadada ocultamente, e teu Pai, que vê em secreto, terecompensará publicamente.

Há, certamente, abundância de passagens bíblicas as quais indicamque Deus irá recompensá-lo, nesta Terra, pela oferta financeira para a



obra do Evangelho. Contudo, considere por um momento a ordem deJesus: Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugemconsomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam. Porque ondeestiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração (Mt 6.20).Que necessidade nós teremos destes tesouros no Reino eterno? Que

espécie de tesouros eles são? No céu, seremos capazes de adquirir benscom eles ou trocá-los por outras coisas que desejarmos? Eles tornarãonossa vida mais agradável na glória, ou durante o novo milênio? Elestrarão mais méritos para honrarmos ao Senhor? Certamente, taistesouros não são, simplesmente, guardados em uma conta bancáriacelestial, para retirarmos enquanto estivermos na Terra, como algunssugeriram. Sabemos da existência deles porque o Senhor deixa claro, naSua carta à igreja de Laodicéia, em Apocalipse, capítulo 3, que Ele temuma perspectiva definida sobre a riqueza eterna. Deus se aborrecequando não compreendemos a Sua perspectiva e quando não temosriqueza eterna armazenada no céu.

Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenhofalta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, epobre, e cego, e nu), aconselho-te que de mim compres ouroprovado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas,para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; eque unjas os olhos com colírio, para que vejas.

Apocalipse 3.17-18

Quando o Senhor Jesus falou de ouro nesta passagem da Bíblia, Elese referiu à riqueza eterna. Imediatamente, precedendo estaadmoestação, Jesus advertiu tais pessoas de que Ele estava a ponto de

vomitá-las da Sua boca, porque nem eram quentes nem frias. No final daSua correção, Jesus determinou que elas se arrependessem daindiferença em que viviam. Indiferença com relação a quê? Há dúvidas

de que seja desinteresse para com os Seus mandamentos e comissão? Hádúvidas de que as recompensas ou conseqüências eternas das pessoas deLaodicéia seriam determinadas pelo modo com que elas responderiam aessa disciplina?

É possível fazermos uma correlação entre esta carta de amor divinoe as instruções da parábola de Jesus na qual Ele nos adverte pararecebermos os estrangeiros, visitarmos os doentes e prisioneiros ealimentarmos os famintos (Mt 25.34-46). Aquelas instruções foramconcedidas dentro de uma parábola que tem uma aplicação espiritual

óbvia acima da literal. Quando as igrejas levam Cristo às pessoas,compram para elas vestes celestiais, libertam-nas da prisão da escravidãode Satanás, curam os seus olhos e ouvidos espirituais (cegos e surdos),



alimentam-nas com comida do céu e lhes dão água para beber, e estaspessoas nunca mais têm sede novamente.

A igreja de Laodicéia pode ter-se encontrado mais nas obrasnaturais do que nas primeiras obras. Talvez, os laodicenses tenhamaceitado a mentira filosófica que declara que as pessoas que não ouvem oEvangelho serão julgadas de modo diferente. Provavelmente, foramlevadas a crer que Deus não enviará as pessoas boas para o inferno, seelas nunca tiveram a oportunidade de ouvir o Evangelho antes de morrer.Ou ainda, sentiam que o evangelismo não era o "foco" do ministériodeles. Seja qual for a doutrina diabólica responsável pela falta deprodutividade dos cristãos de Laodicéia, com relação aos não alcançados,uma coisa é certa: no céu, tais cristãos seriam realmente capazes de ver eexperimentar, tangivelmente, os resultados da obediência oudesobediência à correção do Senhor.

Um dos ensinamentos de Jesus que indicam que as nossas"recompensas" nos beneficiarão depois que terminar esta dispensação é aparábola encontrada em Lucas, capítulo 19. Jesus falava aos Seusdiscípulos, no término da visita a Zaqueu, o qual se arrependeu, algumtempo depois que Jesus o avistou em uma árvore, e após o Mestre tê-lo

visitado. Aquele homem de baixa estatura fez um voto de dar metade dosseus bens para os pobres, e restaurar quatro vezes o que havia roubadodo povo.

E disse-lhe Jesus: Hoje, veio a salvação a esta casa, poistambém este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem

veio buscar e salvar o que se havia perdido. E, ouvindo elesestas coisas, ele prosseguiu e contou uma parábola,porquanto estava perto de Jerusalém, e cuidavam que logose havia de manifestar o Reino de Deus. Disse, pois: Certohomem nobre partiu para uma terra remota, afim de tomarpara si um reino e voltar depois. (Jesus os preparava para a

Sua longa ausência da Terra). E, chamando dez servos seus,deu-lhes dez minas e disse-lhes: negociai até que eu venha.Mas os seus concidadãos aborreciam-no e mandaram apósele embaixadores, dizendo: Não queremos que este reinesobre nós. E aconteceu que, voltando ele, depois de tertomado o reino, disse que lhe chamassem aqueles servos aquem tinha dado o dinheiro, para saber o que cada um tinhaganhado, negociando. (Note que a contagem do "ganho"acontece depois que Jesus volta). E veio o primeiro dizendo:Senhor, a tua mina rendeu dez minas. E ele lhe disse: Bemestá, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dezcidades terás a autoridade. E veio o segundo, dizendo:



Senhor, a tua mina rendeu cinco minas. E a este dissetambém: Sê tu também sobre cinco cidades. (A recompensadeles não foi em dinheiro, mas em um maior nível deautoridade no governo do Seu Reino). E veio outro, dizendo:Senhor, aqui está a tua mina, que guardei num lenço, porque

tive medo de ti, que és homem rigoroso, que tomas o que nãopuseste e segas o que não semeaste. Porém ele lhe disse: Mauservo, pela tua boca te julgarei; sabias que eu sou homemrigoroso, que tomo o que não pus e sego o que não semeei.Por que não puseste, pois, o meu dinheiro no banco, paraque eu, vindo, o exigisse com os juros? E disse aos queestavam com ele: Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dezminas. E disseram-lhes eles: Senhor, ele tem dez minas. Poiseu vos digo que a qualquer que tiver ser-lhe-á dado, mas aoque não tiver até o que tem lhe será tirado. E, quanto àquelesmeus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles,trazei-os aqui e matai-os diante de mim.

Lucas 19.9-27

Jesus disse aos seus servos: Negociai até que eu venha. OComentário de Matthew Henry acrescenta que este trecho poderia sertraduzido melhor, da seguinte forma: "Negociai até que eu venha — estaiocupados". Matthew Henry continua em seu comentário:

A interpretação, mais adequadamente, seria: "Vocês sãoenviados para pregar o Evangelho, para estabelecer umaigreja para Cristo no mundo, para trazer as nações àobediência da fé e edificá-las nela. Vocês receberão poderpara fazer isto, pois serão cheios com o Espírito Santo" (At1.8). Neste ponto o comentário certifica de que o derramarinicial do Espírito Santo acontece no momento em que os

servos receberam as dez minas.Ele teria dito: "Agora, cuidem dos seus negócios, e façamdisso um negócio, estabeleçam-no com confiança, e atenham-se a ele. Proponham-se a fazer todo o bem que puderem emfavor das almas dos homens e as juntem a Cristo".

Aqueles que negociam diligente e fielmente no serviço deCristo serão ganhadores. A conversão das almas significaganhar pessoas. Cada verdadeiro convertido é ganho, claro,para Jesus Cristo, de quem os ministros são, simplesmente,

colaboradores, e devem prestar contas dos "peixes" quepescaram na "rede" do Evangelho, ou de quais convidadoseles conseguiram para ir ao banquete de casamento; em



suma, do que ganharam negociando. O abençoado Paulo foi,certamente, este servo que ganhou dez minas, o dobro do quequalquer um do restante fez, porque ele trabalhou maisabundantemente do que todos eles, e pregou plenamente oEvangelho de Cristo.

Aquele que ganhou dez minas se tornou governador de dezcidades. O que ganhou apenas cinco minas teve domíniosobre cinco cidades. Isso sugere que existem graus de glóriano Reino do céu. Cada vaso será igualmente cheio, mas nãoigualmente grande. E os graus da glória serão de acordo comos graus de suas realizações aqui.

Um dos servos teve uma sentença pela sua preguiça einfidelidade. Ele disse: "Tive medo de ti, que és homemrigoroso, que tomas o que não puseste". Aquele servo achouque o seu superior estava sendo rígido com os seus servos, aoexigir e esperar o aumento de suas minas. O servo acreditouque isso significava colher onde o seu senhor não haviasemeado, ao passo que aquilo era, realmente, colher onde elehavia semeado, como o lavrador, esperando na proporção aque semeara. O servo não tinha razão para temer aausteridade do seu senhor, nem de censurá-lo pelas suasexpectativas, no entanto, isso foi uma mera simulação, umadesculpa sem fundamento para a sua indolência, a qual nãotinha jeito de disfarçar.

Lembre-se de que, imediatamente, precedendo o conto destaparábola, Jesus declarou: Porque o Filho do Homem veio salvar o que setinha perdido (Mt 18.11). O que esta parábola tentou imprimir nos Seusdiscípulos foi uma pepita de ouro, que é o entendimento. O propósito deJesus era inspirá-los — com uma recompensa prometida — para que osdiscípulos se lembrassem deste fato importante depois da Sua morte,ressurreição e ascensão e, conseqüentemente, discipulassem outros a

entender o mesmo.Esta parábola levanta mais questões. Será que existirão cidades

reais para alguns governarem no Reino milenar? O governo mencionadonesta parábola é símbolo de alguma espécie de nível graduado deautoridade que nós teremos no céu ou na nova Terra? Estas passagens

bíblicas por si mesmas não são conclusivas. Entretanto, uma coisa estácompletamente clara: aqueles que ajudam com suas finanças ehabilidades para buscar e salvar os que estão perdidos serãorecompensados em dobro. Tal promessa se encontra no capítulo 18, mas,

justamente no capítulo anterior, Jesus prometeu que aqueles que deixas-sem casa, pais, irmãos, esposa ou filhos por causa do Reino de Deus,receberiam muitas vezes mais nesta vida. Então, na parábola sobre os



servos, capítulo 19, Cristo indica que a eternidade terá as suas própriasrecompensas.

Há muito que um filho de Deus poderia considerar e imaginar a

respeito da nossa vida no céu. Nós teremos empregos ouresponsabilidades no Reino? Nossas mansões serão em um lugarespecifico ou serão especialmente amplas, de acordo com a nossafidelidade na Terra? Nenhum de nós saberá as respostas de taisperguntas e de tantas mais. Uma coisa é cristalina: A maiorrecompensa para aqueles que fizeram parte na pesca de almas serárealmente ver na glória aqueles que poderiam ter queimado no inferno,se eles não se tivessem se ocupado, negociado e se mantido atarefadoscom eles.

Os perdidos, em geral, e os não alcançados, individualmente, sãonossa responsabilidade. A Igreja deve alcançá-los com o Evangelho.Temos de seguir o exemplo de Jesus e fazer tudo o que pudermos paraque as pessoas escapem do inferno. Nem todos que nós tentarmosalcançar ouvirão e serão salvos, mas ter o poder para apresentar a

Verdade, e não o fazer é um assunto sério. Muito mais sério, aos olhos deDeus, é o ministro que se recusa a aderir ao chamado do Senhor para

voltar às obras do primeiro amor.

Neste ponto, você deve estar imaginando o dilema de um ministro,

de um outro cristão ou de uma igreja que não sente a sua visão,ministério, chamado ou ênfase para cumprir alguma parte na grandecomissão. Por exemplo: alguns cujo chamado é ensinar ao Corpo deCristo podem endurecer o coração, não cumprindo tal instrução, crendoque o seu chamado por si só já é um exemplo. Algumas donas de casa quesentem no coração que o seu lar é um campo missionário, certamente,têm um argumento muito válido, mas elas podem rejeitar o peso daresponsabilidade de ver que elas e seus familiares têm uma funçãotransformadora de vidas ao executar as primeiras obras. Um músico,

cantor ou ministro de louvor, crendo que o seu principal papel notrabalho da igreja é praticar e liderar as pessoas em louvor e adoraçãopode não prestar atenção nas cartas de Apocalipse. Todos os mencio-nados acima, provavelmente, sentem-se justificados ao ignorar asadvertências nas cartas, crendo que elas não se dirigem diretamente aeles.

Esse tipo de pensamento pode gerar confusão, falta deprodutividade dos cristãos na Terra e conseqüências na eternidade. Porconseguinte, os próximos dois capítulos tratarão de como tudo o que já

apresentamos afeta, diretamente, a vida de obreiros, construtores,ministros, aposentados e a de todo cristão do Corpo de Cristo.Começaremos, no próximo capítulo, a lidar com as obras do primeiro



amor dos cinco dons ministeriais. No Capítulo 4, trataremos a respeitodas igrejas e indivíduos que constituem a íntegra do Corpo de Cristo.



Capítulo 3

Dons ministeriais e as obras do primeiro amor

(Neste capítulo há trechos do livro: Why don't they cry ?[Por que eles não choram?], de co-autoria dos O'Dell com oRev. David Horton)

A fim de ajudar, efetivamente, aqueles que se sentem chamadospara um certo ministério ou área de trabalho da igreja, começaremos pordefinir o que entendemos por um chamado. Quando os cristãos falam a

respeito do que são chamados para fazer, podem indicar que aquelechamado tem relação com inúmeras tarefas, desde cantar até o minis-tério de socorros. No entanto, todas as vezes que um ministro se refere aoseu chamado, ele, geralmente, faz alusão a um ou mais dos cinco donsministeriais listados em Efésios 4.11:

E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros paraprofetas, e outros para evangelistas, e outros para pastorese doutores.

O que entendemos como objetivo principal de cada ministério, oqual sustenta uma ou mais atividades missionárias é, simplesmente,operar em tal atividade. Teoricamente, isso deve ser, em si mesmo,suficiente para realizar o que Efésios 4.12 nos diz ser a razão pela qualesses dons ministeriais foram concedidos.

A responsabilidade deles é equipar o povo de Deus parafazer a sua obra e edificar a igreja, o corpo de Cristo (NLT).

O propósito mais completo e o objetivo principal da Bíblia para aoperação correta dos dons ministeriais são revelados, posteriormente,quando nós continuamos em Efésios, capítulo quatro, dos versículos 13 a16.

Até que cheguemos a tal unidade da nossa fé e doconhecimento do Filho de Deus que sejamos maduros e



crescidos no Senhor, atingindo a medida da estatura deCristo.

Então não mais seremos como crianças, mudando otempo todo as nossas mentes sobre o que cremos, porquealguém nos mentiu astutamente e fez a mentira parecer

verdade.Em vez disso, seguiremos a verdade em amor, tornando-nos cada vez mais de todas as formas semelhantes a Cristo,que é o cabeça do seu corpo, a igreja.

Sob a sua direção, todo o corpo é perfeitamente ajustado.Na medida em que cada parte exerce a sua própria função,ajuda as outras partes a crescer, de tal forma que todo corpoé saudável, crescendo, e cheio de amor (NLT).

Em linguagem simples, a operação combinada dos donsministeriais é para:

1. Equipar o povo d e Deus par a fazer a sua obra e edificara igreja, o corpo de Cristo (v. 12) A palavra equipar é traduzidacomo aperfeiçoar — amadurecer — na Versão King James. Amadurecerou equipar os santos não os colocará, necessariamente, em donsministeriais. Equipar ou amadurecer os santos, simplesmente, preparará

os cristãos para exercerem uma parte no cumprimento da tarefa da obraque Jesus deu à Igreja quando deixou a Terra.

2. Unir a nossa fé por meio do pr opósito, por causa do quenós sabemos sobre Jesus Cristo, e fazer-nos amadurecer atéque andem os na plenitude do Seu caráter e cham ado (vv.13,14).Se os dons ministeriais funcionarem, então, o propósito, caráter echamado dos cristãos devem tornar-se como os de Cristo. Enquanto

Jesus esteve na Terra, o Seu propósito foi o de buscar e salvar o que sehavia perdido (Lc 19.10b) e desfazer as obras do diabo (1 Jo 3.8b).Quando o nosso propósito de vida for o mesmo que o dEle, nossoobjetivo na vida será imutável, independente de alguma doutrinadeturpada ou outras influências diabólicas, as quais nos tenham tentado.

3. Fazer-nos crescer n a espécie de am or que Cristo tinhapela raça humana, a fim de que todo corpo seja ajustado oucoopere para fazer crescer o Corpo (vv.15-16). A palavracrescendo é traduzida por aumentando na Versão de King James.Nesta passagem, o crescimento ou aumento do Corpo significa torná-lo



maior, por meio de arrebanhar almas. O Corpo aumenta sempre que aspessoas são acrescentadas ao Reino de Deus. Quando o Corpo aumenta, éequipado e edificado pelo amor maduro de Cristo, ao qual cada membrotem acesso, ao fazer parte do alcance de pessoas que constituirão esseaumento.

Todos os que têm dons ministeriais devem entender o propósitoprincipal de cada dom. Devem aceitar as ordens de trabalho que Jesusdeixou para o Seu Corpo antes de subir ao céu, como as suas própriasordens de trabalho. As Suas últimas ordens foram realizar o que Eleconsiderava como trabalho principal:

Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer

será condenado.Marcos 16.15,16

Isto é referido comumente como a grande comissão. Essa ordem foia diretriz primária dada a todos aqueles presentes durante a ascensão deCristo. Muitas daquelas pessoas desenvolveram vários donsministeriais para a Igreja. Contudo, Jesus determinou que todosexecutassem as Suas ordens e vigiassem para que todo ser humano

ouvisse o Evangelho. Ainda é a Sua comissão primordial para a Igreja.Todos do Corpo de Cristo, independente das descrições do seu trabalho,têm de estar interessados na diretriz principal que Deus atribuiu à Igrejaem geral. Todos devem ser dentes da engrenagem nas rodas quemantêm a máquina da colheita movendo-se ao redor da Terra.

Poucos cristãos discordariam desse conceito. Entretanto, arealidade de como a maior parte da Igreja opera é outra coisa. Na maiorparte do tempo, somente aqueles que se sentem chamados para fazerdessa comissão uma prioridade na sua vida, fazem-no. Os demais se

isentam de ter muita participação na colheita. Fazem isso declarando queforam chamados para outro ministério.

Tais cristãos podem não estar focalizados na colheita o suficiente,ao ponto de compreenderem que eles têm uma parte vital a desempenharna comissão da Igreja. Talvez, não entendam que o seu conhecimento,dons e habilidades lhes foram dados de tal maneira que pudessem ajudaro Corpo a continuar a obra que Jesus nos deixou para fazer. Hoje, issoacontece, geralmente, em relação àqueles que se sentem chamados aoperar no ofício de "mestre". Esse mal-entendido, que se tornou uma

espécie de pensamento tradicional, sem dúvida, dá-se pelo fato de,provavelmente, alguém ter entendido errado a passagem de Mateus28.19,20:



Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as emnome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as aguardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis queeu estou convosco todos os dias, até a consumação dosséculos.

À primeira vista, parece que na grande comissão — comoanunciada em Marcos 16.15,16 e Mateus 28.19,20 — Jesus outorgou duasordens diferentes à Igreja. Isso dividiria a grande comissão em duaspartes de igual importância: o evangelismo e o ensino dos temas daBíblia. Entretanto, a palavra grega traduzida por ensinai em Mateus 28,

versículo 19, nesta versão, é o mesmo verbo traduzido na maioria das

outras versões como discipulai. A raiz do termo discipular realmentesignifica: aprender, no entanto, indicando pensamento acompanhado poresforço. O tempo de verbo usado nesse texto bíblico, em particular paraesse verbo, significa fazer de uma pessoa um discípulo. Em outraspalavras, quando Jesus nos disse para irmos e fazermos discípulos emtodas as nações, Ele se referia a ensinarmos as pessoas como Ele pensavae agia, . . .mas por quê ? Porque Jesus amava o mundo. Ele veio para

buscar e salvar aqueles que estavam perdidos e destruir as obras dodiabo. Ele Se esforçou o quanto pôde, a fim de mostrar às pessoas o amor

de Deus. O Senhor Jesus curou-lhes os corpos doentes e as libertou dotormento demoníaco.

Então, o versículo 20 diz para ensiná-los (os novos discípulos) aobservar todas as coisas ordenadas. A definição da palavra gregatraduzida como observar é guardar ou manter . Jesus não estavaordenando que eles, simplesmente, ensinassem temas bíblicos às pessoasque são batizadas, mas que as ensinassem a guardar as mesmas ordensque Ele deu aos Seus discípulos e prestassem atenção para que elesfizessem as mesmas coisas. Você perceberá quão errado é assumirmos

que essa passagem significa apenas ir e ensinar assuntos da Bíblia aoscristãos. Jesus Se referia ainda mais especificamente ao fato de que,quando nós discipulamos um grupo — ou formamos cristãos — umgrupo, devemos ter certeza de que iremos ensiná-los como pregar ecompartilhar o Evangelho. Para quê? Para que nosso Salvador cooperecom eles, dando-lhes meios de provar que aquilo que pregam é

verdadeiro, por meio dos sinais e maravilhas que se seguirão.

E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes,cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra comos sinais que se seguiram.



Marcos 16.20

Os discípulos pregavam o Evangelho, e o Senhor cooperava comeles. Eles ensinavam os outros a fazerem o mesmo, e o Senhor cooperavacom aqueles que tinham sido, recentemente, ensinados (ou discipulados)da mesma forma. É o que o verso seguinte exemplifica.

E, após terem pregado o evangelho naquela cidade e ensi-nado a muitos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia.

Atos 14.21

A raiz grega nessa passagem bíblica para ensinado é a mesma da

palavra ensinai em Mateus 28.19. Os discípulos não só evangelizavam,como também ensinavam a respeito da Bíblia. Eles discipulavam osnovos convertidos para que, mais tarde, estes fizessem o mesmo. Jesusnunca enfatizou o ensino de temas bíblicos aos cristãos como um fim emsi mesmo, em pé

de igualdade com a pregação do Evangelho para aqueles que nuncaouviram, embora seja importante ensinar a Palavra. Todas as funções sãotremendamente importantes. O Corpo não pode funcionar adequada-mente sem pastores ou mestres mais do que ele pode funcionar semevangelistas. Contudo, se todos não estiverem conscientes do que o seutrabalho verdadeiramente tem de alcançar, todo o objetivo estaráperdido. Este foi, provavelmente, o caso das gerações anteriores à nossa,pois vivemos em um planeta que tem 3 bilhões de pessoas que nuncaouviram o Evangelho.

A diretriz principal (ou o primeiro amor) é ganhá-los e discipulá-losa ser como Cristo, para que possam continuar a fazer as obras, as quaisEle e Seus discípulos realizaram. Este é o propósito central de

Mateus 28.19,20: exigir que todos os dons ministeriaisoperem, tendo o alcance dos perdidos como a força motrizprincipal. Qualquer coisa menor do que isso é diluir opropósito do Corpo de Cristo . Entretanto, quando os ministrosescolhem permanecer no seu escritório, dissociados, na sua mente, dagrande comissão, afetam todos a quem eles ministram. Dessa forma,faltarão dentes nas rodas que manteriam as máquinas de colheita,ceifando os campos. Aqueles que eles influenciam não priorizarão asobras do primeiro amor.

Existe uma razão para o conhecimento que os ministrostransferem. Existe um propósito para os ministros de poderensinarem os leigos a receberem e operarem. Também há um



plano para a prosperidade, motivo pelo qual os ministros nosencorajam a crer em Deus. Todos os ministros, no começo da era daIgreja, estavam focalizados nos campos brancos de colheita. Elesensinaram os discípulos a discipularem discípulos... a encontrarem ecumprirem a sua parte na tarefa para a qual a Igreja foi criada — colheita

na Terra. Os ministros de hoje devem fazer o mesmo!É possível que muitos ministros, por causa dos seus modelos de

função e mestres, nunca tenham experimentado aquele primeiro amor.Isso é compreensível. Se um ministro está desejoso de manter umcoração aberto, é também facilmente corrigível. Aqui está um panoramacondensado da maneira pela qual os dons ministeriais poderiam edeveriam operar até o final, para que todo o Corpo de Cristo possaparticipar na realização das obras do primeiro amor.

Mestre

Um mestre que não abandonou o seu primeiro amor ensinará as verdades da Bíblia, mantendo em mente que o propósito doconhecimento que ele está compartilhando é equipar ou inspirar oscristãos a fazerem as obras do primeiro amor. Por exemplo, quando umaprofecia for ensinada, o mestre examinará todas as profecias no NovoTestamento e entenderá que o resultado final de cada uma é um efeito no

plano de salvação, ou na salvação pessoal de alguém ou de algum grupode pessoas. O mesmo é verdade com relação aos sonhos e às visões).Quando a fé for ensinada, um mestre que não perdeu o seu primeiroamor, acrescentará: "Fé, para quê?" nas suas mensagens. Enfatizará queo propósito fundamental para exercer a fé em relação às finanças é maiordo que, simplesmente, crer em Deus para fazer-nos prosperar. Creio que

você entendeu. Cada pessoa deve preparar os cristãos para o ministérioou ensiná-los a se manterem vitoriosos neste mundo, a fim de cumprirema parte na grande comissão que lhes cabe.

Pastor

Pastores considerarão, em oração, as suas ênfases de missões ecolocarão os perdidos em uma posição prioritária, tendo em vista queesses pastores não perderam o primeiro amor. Eles ensinarão as suascongregações a fazerem o mesmo, e ainda entenderão que a razão pelaqual a Igreja existe é a de ser usada por Deus para alcançar as suas

comunidades e o mundo. Como subproduto, esses pastores desfrutarãodo descanso na confiança de que, quando chegarem ao céu, o Senhorestará satisfeito com o que fizeram em relação às finanças das suas



igrejas. Membros destas congregações esperarão ver os seus tesouros erecompensas guardados no céu, porque eles realizaram as obras doprimeiro amor.

Evangelista

Se um evangelista cumpre as primeiras obras, há razão paraduvidar se ele é realmente um evangelista. Um verdadeiro evangelista sededicará à pregação aos perdidos, em geral, e aos não-alcançados emparticular. Eles pregarão o Evangelho simples e estarão confiantes nossinais e maravilhas que se seguirão. Não ficarão contentes em,simplesmente, ministrar aos santos na sua própria nação ou deempreender viagens ao exterior para ministrar aos santos de outros

países.

Apóstolo

Não pode existir apóstolo que não faça as primeiras obras. Ummissionário que só constrói uma igreja ou uma escola bíblica ou fazalgum trabalho cristão, mas não prega o Evangelho aos perdidos eapenas estabelece igrejas não é apóstolo. Um apóstolo fará como Paulo,

nosso exemplo da Bíblia. O apóstolo deverá olhar para uma nação, oupara parte dela, e assumir a responsabilidade espiritual daquela área efazer tudo para ter certeza de que todos os moradores daquela regiãoouvirão o Evangelho e testemunharão a demonstração do poder de Deus.Ele também discipulará ou cooperará com outros que discipularão, ecuidará para que igrejas sejam estabelecidas. Ele deverá treinar ouinfluenciar os pastores daquelas igrejas, mostrando-lhes a razão pelaqual elas existem, que é alcançar os perdidos e moribundos ao seu redor.

O apóstolo Paulo teve de exercer vários ofícios ministeriais, àmedida que ele se desenvolvia, e a necessidade requeria isso. Ele não tevemedo algum. Deve ter sido um exemplo para os jovens ministros queaprenderam que Deus estaria com eles para fazer o que desejavam a fimde realizar a tarefa. Aqueles que se sentiram predispostos a pastoreartambém sabiam que podiam fazer a obra de um evangelista e produzir asmesmas salvações e milagres de cura que alguém mais apto para ser umevangelista. Os ministros do Evangelho sabiam que Deus os ajudaria adiscipular os novos convertidos, caso não existissem pastores ou mestrescheios de poder, produtores de milagres com o pensamento no primeiro

amor, ou ainda professores disponíveis para realizar a tarefa.



Esse entendimento permitiu que os dons ministeriais fossemajuntados adequadamente, a fim de aumentar o número de pessoas noCorpo de Cristo. Tal idéia evitava que ministros e leigos julgassem o queeles sentiam sobre outros ministros serem ou não chamados paratrabalhar. Alguns afirmam que evangelistas não devem pastorear. Essa

maneira de pensar é tradicional, não-bíblica. Na verdade, o oposto é bastante óbvio no Livro de Atos. Cada ministro deve estar desejoso deobedecer às instruções ou à liderança do Espírito de Deus na sua vida,independentemente do que os outros sentem que seja o seu "chamado".

Profeta

Dentre outras coisas, os profetas que não deixaram o seu primeiro

amor, ouvirão e anunciarão a confirmação da direção para ministros queestarão ocupados na colheita. Nós encontramos isso exemplificado em Atos, capítulo 13, no qual vários profetas e mestres estavam reunidos.

E servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o EspíritoSanto: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que ostenho chamado.

Atos 13.2

O resultado final da obediência àquela profecia foi que todos da Ásia ouviram a Palavra do Senhor. Todos os envolvidos entenderam quea profecia foi o coração de Deus revelado. Isto se alinha com a nossaanálise de todas as profecias do Novo Testamento. Ao estudá-las, tornou-se bastante óbvio que há duas razões bíblicas para a profecia: revelar ocoração de Deus e o coração dos homens. Em qualquer momento em queo coração de Deus foi revelado, sempre teve algo a ver com a salvação dahumanidade. A profecia acima é um bom exemplo. Por causa dela,aqueles presentes estavam de acordo com o que deveria ser o papel dePaulo na colheita. Eles concordaram que ele deveria ser separado para oque Deus estava requerendo dele. Quando as direções dadas, naquelaprofecia, foram obedecidas, todos na Ásia, finalmente, tiveram aoportunidade de serem salvos.

Quando o coração dos homens é revelado, isso também poderálevá-los à própria salvação. Paulo nos instrui nessa verdade em 1Coríntios 14.



Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infielentrar, de todos é convencido, de todos é julgado. Ossegredos do seu coração ficarão manifestos, e assim,lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicandoque Deus está verdadeiramente entre vós.

1 Coríntios 14.24,25

Hoje, se os segredos do coração de um cristão forem revelados pormeio da profecia, terão um efeito sobre a sua habilidade futura para aeficiência na colheita, ou afetarão a habilidade daqueles ao seu redor.Quando Pedro revelou o coração de Ananias e Safira, o resultado foi umademonstração abundante do poder de Deus. Todo o incidente teve umefeito drástico e positivo sobre o desejo das pessoas de serem aquilo queDeus desejava que fossem, pois Atos 5.5 relata que grande temor veiosobre todos!

O fato óbvio de que a profecia deve ser conectada de alguma formacom o Evangelho ou com o Seu propósito é inteiramente bíblico.

Porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia. Apocalipse 19.10c

Tudo no Antigo Testamento aponta para a cruz e tudo no NovoTestamento aponta novamente para a cruz. Os profetas quecompreendem isso não se desviarão para o erro e não serão enganadospor falsos profetas ou cristãos imaturos, os quais pensam que sãoprofetas. Os sábios profetas não deixarão o seu primeiro amor.Reconhecerão que eles são um dos dentes nas rodas que mantêm asmáquinas de colheita ceifando ao redor do mundo.

Todos os que compõem os assim chamados cinco ministérios

devem entender que o seu papel é fortalecer e amadurecer os membrosdo Corpo de Cristo, para que eles possam descobrir as suas tarefas decumprir a grande comissão e viver para executá-las. No próximocapítulo, examinaremos como a Bíblia diz que um cristão leigo, que nãotira o seu sustento do ministério de tempo integral, poderá qualificar-separa receber as recompensas do céu pelo primeiro amor.



Capítulo 4

Você se qualifica para as recompensas do céu?

JRO

A geração atual de cristãos tem um grande conhecimento daPalavra. Contudo, pode-se dizer que "nunca se sou be tanto e se feztão pouco". Há uma razão para isso. Há um motivo para esse giganteadormecido chamado Igreja deixar o diabo apavorado com as suassutilezas: de que algo aconteça e ela desperte! O diabo não deseja que aIgreja sábia desperte. Ele quer que o gigante continue a ser indulgente,apavorando-se, arranhando-se, dando um tapinha nas costas uns dos

outros, abençoando-se e levantando-se, centrada em si mesma. A maioriados ministérios que vai para o exterior é ministério corpo-a-corpo. Ocorpo daqui ministrando para o corpo de lá. Graças a Deus pelosresultados que acontecem quando as pessoas aprendem mais verdadessobre a Bíblia. Mas, muito freqüentemente, até mesmo depois de taisresultados, as pessoas não se tornam "ganhadoras de almas" tãofervorosas quanto nós.

Quando alguém se torna um filho de Deus, tem a opção de tornar-se também um servo. Paulo chamava a si próprio de servo. Todo filho deDeus irá para o céu, entretanto, quando chegar ao trono de Deus naqueledia mencionado em 1 Coríntios, certamente, desejará ter sido mais doque apenas filho de Deus. Todavia, será muito tarde naquela altura, se jánão tiver recebido os seus "documentos de servo". Você teria feito melhorse servisse ao Mestre. Faria melhor se fizesse algo pelo Reino... por aquiloque Jesus deu a Sua vida.

Quando o Senhor Jesus morreu na cruz, Ele disse: Estáconsumado! A partir desse ponto, Deus teve uma tarefa e propósito

número um para a Igreja. Contudo, todas as vezes que parece que elatende a soltar-se e a descobrir qual a sua função, alguma coisa acontece ea suga novamente. Mais uma vez, ela começa a olhar para si mesma e aabençoar-se, enquanto o mundo caminha para o inferno. Esta é umaafirmação geral que não se aplica a todas as igrejas. A Igreja, geralmente,é composta por muitas igrejas. Como indivíduo, a primeira coisa que

você desejará fazer é assegurar-se de que você está ligado a uma igreja ouministério que realiza as primeiras obras.

O que é uma igreja? O que qualifica uma igreja a ser considerada

como tal aos olhos de Deus? É comum as pessoas serem fiéis na igreja enem mesmo entenderem qual é o propósito de uma igreja. Certifique-se



de que você não é uma dessas pessoas. Freqüente e apóie uma igreja queseja considerada um verdadeiro celeiro.

O que é um verdadeiro celeiro? O que o torna celeiro à vista deDeus? O que faz um pastor ser um pastor à vista de Deus? Existe umadiferença entre ser um líder e um pastor. Se um ministro é um pastor quetem agradado a Deus, ele liderará você corretamente, e você não seráenvergonhado quando estiver frente a frente com o Senhor da Colheita. A igreja que ele pastoreia será um verdadeiro celeiro. Nem todas as igrejasse qualificam para ser celeiro.

Independentemente da igreja que freqüentam, todos os cristãostêm um propósito na vida. Você pode trabalhar e ganhar o sustento emqualquer lugar, mas esse não é o seu propósito na vida. Deus lheconcederá qualquer espécie de trabalho que você seja capaz de fazer, paraque sustente a sua vida e família. Você não deve amar o seu emprego,mas precisa amar quem você é e o que é, e tem de amar o fato de queDeus colocou o Seu Espírito em você a fim de concluir Sua tarefa.Quando você se levantar de manhã e sair, terá de perceber que é Deussaindo por aquela porta. Há pessoas por todo o mundo que se orgulhamde serem fiéis na igreja. No entanto, a maioria delas talvez nunca tenharealmente servido a Deus no campo missionário, mas o Senhor tem o"lugar" para elas. Esse lugar é aquele com o qual elas poderão contar na

vida e na eternidade.

Uma das maiores razões que Jesus nos contou para guardar os Seusmandamentos é a de sermos beneficiados. É para o nosso bem. Alémdisso, é para o bem de toda criação. Se o Corpo de Cristo — a Família deDeus — não guardar os Seus mandamentos, não O honrar e O glorificar,criando qualquer outro propósito de honra, glória e louvor, tornar-se-áuma perversão de propósito.

Guardando os Seus mandamentos, nós nos tornamos Seus servos.Qualquer um pode se tornar um filho. Qualquer um que invocar o Nomedo Senhor e nascer de novo é um filho de Deus. Mas ser servo é algo

totalmente diferente. Abrange um escalão diferente no zelo com relaçãoaos Seus mandamentos. Quando um servo vê alguma coisa errada naprópria vida, ele se corrige. Isso é maturidade. Os cristãos maduroscompreendem que a vida é superficial e vazia, a menos que entendamcomo se encaixa no cenário e no plano divino para a raça humana. Todosnós devemos, de tempos em tempos, analisar isso mais uma vez.Devemos cuidar para nos inserirmos, de uma forma ou de outra, no pro-cesso de levar a humanidade de volta à comunhão com Deus, para queSatanás não continue a destruir tantas vidas que iriam para a eternidade.Tenha isso em mente à medida que você lê este livro. Tudo de que Jesusdispõe para realizar a obra é o Seu Corpo.



Este capítulo começou desta forma, para que você se entusiasmesobre o fato de que Deus está levantando um grande exército, reunido damaior colheita, se os cristãos e as igrejas entenderem o que precisa serfeito. A Igreja deve compreender que há obras que precisamos fazer.

Alguns temem que estejamos correndo o risco de escorregar nesse ponto,

para a "justificação pelas obras". A palavra obras, entretanto, é muito vital, quando nos preparamos para espalhar o Evangelho de Jesus Cristo. Aquelas obras estão englobadas no primeiro amor a respeito do qualDeus falou à grande igreja de Éfeso. Então, por favor, não rejeite esteensino porque você sente que estamos enfatizando muito as obras. É

bastante óbvio para nós que não ganharemos favor algum de Deus porcausa de qualquer crédito auto-indulgente que recebemos por algo quetenhamos feito para Deus, que nem vale a pena mencionar. Entretanto,há obras que Deus deseja que sejam realizadas, e Ele tem de usar pessoaspara executá-las. Nosso Senhor não dispõe de outro meio para usar.

Ele não pode usar os anjos, embora eles possam trabalhar em proldos herdeiros da salvação. Até Jesus Cristo precisou ir de uma aldeia aoutra. Ele não subiu, simplesmente, em um monte e espalhou o quequeria dizer por alguma grande nuvem de glória que se estabeleceria emuma aldeia a fim de que os seus habitantes subitamente dissessem:"Agora eu vejo!" Ele precisou ir e, depois, os Seus discípulos também ofizeram. Agora, o Senhor exige a nossa ida e requererá a de mais alguém,que propagará o Evangelho quando estivermos mortos e tivermos partido

para a glória.Deus conta com pessoas de todas as categorias as quais

Ele precisa usar , para tornar isso possível. Ele conta com homensde negócios, professores, profissionais liberais, obreiros de igreja,cantores, donas de casa, ministros, missionários, aposentados. Todasessas categorias têm de ajustar-se em uma máquina cujo propósitofundamental é espalhar o Evangelho de Jesus Cristo, primeiramente eacima de qualquer coisa.

Para mim, a mensagem importante deste livro é a compreensão doselementos envolvidos, que ganham para nós recompensas eternas quetodo cristão anseia ter e que nosso Pai celestial deseja que tenhamos.Compreender claramente a respeito do que o Espírito de Deus estavafalando quando Ele mencionou as obras do primeiro amor dos efésios, éa revelação mais importante que a nossa Igreja contemporânea podeconhecer.

A Primeira Igreja Cristã se afastou rapidamente desse primeiroamor e colocou ministérios muito válidos acima da obra número um deDeus: a de alcançar os não-salvos. Paulo declara, em Romanos, capítulodez, o que Deus requer da Igreja, a fim de que o Evangelho sejaproclamado e as pessoas nasçam de novo.



Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor serásalvo. Como, pois, invocarão aquele em que não creram? Ecomo crerão naquele de quem não ouviram? E comoouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se nãoforem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pésdos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas! Masnem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor,quem creu na nossa pregação?

Romanos 10.13-16

Todos nós concordamos que as pessoas devem crer que Jesus é oFilho de Deus, a fim de serem salvas. Se qualquer cristão nascido de

novo, cheio do Espírito for interrogado sobre a importância do alcancedos perdidos, ele declarará: "Com absoluta certeza é importante. Por essemotivo Cristo morreu". Entretanto, quando você examina a prioridade(planos, propósitos, busca e recursos materiais) que o Corpo de Cristotem colocado nessa tarefa, constata que alcançar os perdidos, usandoestratégias de evangelismo de massa ou individual, ainda está muitodistante da prioridade que Deus pretendeu.

Depois que Paulo completou a sua declaração da rede decomunicação que Deus diz que é necessária para levar adiante essa tarefa

importante da Igreja, ele, então, anunciou uma revelação surpreendenteque, infelizmente, ainda é verdade e, provavelmente, tem sido verdadeem cada era da Igreja. Ele caminhou no grito profético de Isaías elamenta: Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz:Senhor, quem creu na nossa pregação? Estou certo de que este texto

bíblico está referindo-se ao fato de que nem todas as pessoas queouviram o Evangelho creram. Entretanto, estou igualmente certo de quePaulo está falando da Igreja e declarando que ela deixou o seu primeiroamor e não obedeceu às instruções de Deus de continuar a espalhar o

Evangelho a toda criatura.Pessoalmente, creio que as instruções de Deus de propagar o

Evangelho são tão parte da verdade completa do Evangelho quanto o atosacrificial real de Cristo. Assim, a questão é: como pode cada cristão, dequalquer época, profissão ou chamado, quer ministros ou leigos, ajustar-se na tarefa número um de alcançar os perdidos? Naturalmente, compre-endo que todo cristão pode ser uma testemunha pessoal e pode ganhar osperdidos, fazendo isso a cada oportunidade. Além disso, compreendocomo cada cristão pode estar ajustado corretamente no Corpo.

A resposta reside em descobrir-se dentro da "rede de comunicação"de Romanos, capítulo dez. Se você não é um daqueles que vão, então,



seja um dos que enviam. Um enviador é alguém que pode ser definido biblicamente como: 1) Um cristão que envia, tornando financeiramentepossível para alguém levar o Evangelho aos outros. 2) Um cristão que oraa fim de gerar as viagens e a atividade dos que vão para culminar emsalvações com segurança. 3) Um cristão que tem usado os seus talentos,

habilidades e tempo concedidos por Deus para, de alguma forma, ajudara alguém que aceitou o ide. Esses são dentes nas rodas que mantêm asmáquinas de colheita girando.

Os primeiros dois enviadores descritos são fáceis de seremidentificados. Muito simples: se você dedicar-se a um ministério decolheita de linha de frente, ou a uma igreja que faz o mesmo, você, então,será qualificado como um enviador. Se orar por aquele tipo de ministérioou igreja, você também será considerado um enviador. A terceiracategoria tem tantas variações que seria difícil listar todas, todavia, você

pode examinar o seu tempo e energia e avaliar se os está usando de um jeito que, no final, resulte em primeiras obras. Verifiquemos algumaspessoas na Bíblia que foram enviadoras.

Jeremias teria sido um profeta que nada teria publicado, se nãofosse seu amigo e escriba Baruque. (Veja Jeremias 32.12). Baruque usouo seu tempo e talento para, literalmente, escrever parte da Bíblia. Oresultado final da sua lealdade e obediência é óbvio. As pessoas queajudam ministérios com algum tipo de trabalho de escritório e aquelasque utilizam seus dons de outras maneiras úteis são enviadoras.

Outro que também pode ser considerado como enviador é Barnabé. Você acredita que Barnabé, o qual se tornou um colaborador e amigochegado de Paulo, começou seu envolvimento com a obra, vendendo umapropriedade que possuía a fim de que a Igreja pudesse progredir natarefa de proclamar o Evangelho (Atos, capítulo quatro)? Portanto, umproprietário de terra se tornou um dente na roda da colheita. O seufinanciamento do Evangelho o fez um enviador.

Priscila e Áquila eram fabricantes de tendas, mas foram uma

grande bênção para Paulo, quando eles se mudavam para várias cidadese, então, ajudavam Paulo na sua obra de espalhar o Evangelho. Sem eles,é bem provável que alguns, para os quais Paulo pregou, jamais teriamouvido falar sobre Jesus. Priscila e Áquila foram enviadores, emboratambém expusessem a Palavra do Senhor pessoalmente para as pessoas,que se tornaram discípulos de Cristo.

Oh, meu amigo! Como você teria gostado de ser um homem denegócios na igreja de Filipos... Uma daquelas pessoas para as quais Pauloestava escrevendo quando falou de como aquela igreja lhe dava tempo e,

novamente, ajudava-o a cumprir o ministério para o qual Deus o haviachamado! Não foram mencionados nomes, mas garanto a você que osregistros do céu têm um relatório detalhado do que os homens e



mulheres daquela igreja fizeram para ajudar Paulo a espalhar oEvangelho. O bom senso lhe diz que as pessoas naquela obra em Filiposnão só ofertaram, mas também foram seguramente ávidas parceiras deoração, cobrindo Paulo durante a extensão do seu tumultuado ministério.Eram verdadeiramente enviadoras.

Um outro exemplo é Raabe. Sabemos que Raabe era umaprostituta, e você, provavelmente, não a tornaria presidente do seuGrupo Auxiliar de Mulheres, mas aquela mulher estava no lugar certo, nahora certa, e tomou as decisões certas em favor de homens justos. Suarecompensa terrestre foi: Raabe e toda a sua família foram poupadas damorte. Para sempre, a Igreja se lembrará dela como nas passagens deHebreus 11.31 e Tiago 2.25 por ser um dos nossos exemplos de pessoasfiéis a Deus. Ela foi listada bem ali com Abraão, como um ícone da fé!Isso não é tudo. Essa outrora prostituta se tornou parte da linhagem de

Jesus Cristo. Ela se tornou, literalmente, um vaso necessário para que oplano de salvação fosse cumprido.

Seja você quem for, independente do que considere qual seja a suaposição no Corpo de Cristo, não se exclua, caso eu não tenha mencionadoum exemplo que se aproxima do que você é. Pessoas leigas, que perma-necem fielmente com igrejas e ministérios, tornam-se tão vitais quanto oministro que elas apóiam. O segredo é apenas ter certeza de que se estáapoiando pessoas que estão envolvidas com o trabalho número um dealcançar os perdidos como prioridade máxima. Todos podem fazer isso,

desde a dona de casa e mãe mais atarefada até os executivos maisocupados. Todos podem dar. Todos podem orar. Todos podemtestemunhar de Cristo para os outros. Essas não são tarefasmenores com recompensas menores que outras. A fidelidadepara ir ou enviar é o que Deus recompensará . Todos devem estardesejosos de aceitar suas tarefas ou "ordens de marchar" no exército dacolheita. Infelizmente, alguns cristãos não estão em posição de sequerouvir as suas ordens, não obstante estarem desejosos de cumpri-las.

Para esses cristãos, é possível que haja um pesar celestialaguardando-os. A melhor maneira que posso descrever tal pesar é esta:minha esposa e eu não tiramos férias nos dez primeiros anos do nossocasamento. Até hoje, nunca arrumamos uma mala e dissemos: "Vamossair para descansar", nem mesmo por um fim de semana. Há algunsanos, entretanto, uma igreja em Honduras pagou para que nóstirássemos férias em uma ilha da costa daquele país, depois de havermoscompletado nosso ministério naquele lugar. Quando chegamos à ilha,pensamos que tínhamos desembarcado no paraíso! A água eraultraturquesa, a areia super branca e o céu azul. Nós, inclusive fizemos

alguns mergulhos enquanto estivemos lá, e os peixes que vimos eram tãolindo e exótico quanto se pode imaginar.



Naquela ilha, sentimos que estávamos vivendo de maneiratotalmente egoística. Tínhamos boa comida naquele "paraíso", eestávamos muito gratos e felizes. Freqüentemente, quando olhávamosatravés das janelas do nosso quarto de hotel, observávamos grandes iatesentrando no porto. Eles pertenciam a pessoas ricas e famosas. Tais

pessoas vivem com um padrão totalmente diferente do meu e de minhaesposa. Elas partem, constantemente, de porto em porto, então selocomovem para o próximo. É uma vida completamente diferente danossa. É um escalão bem diferente do nível de vida que experimentamose algum sentimento em nós nos diz que elas possuem (naturalesteticamente) o melhor do que temos na Terra. Aquelas pessoas fizeramalgo a fim de adquirir aquele estilo de vida. Contudo, nosso estilo é tãoseparado do delas, que nos momentos em que os belos iates passam, nemexiste a tentação de invejar. Algo dentro de nós nos faz sentir felizes poraquelas pessoas. Julgamos maravilhoso o fato de algumas delas poderemdivertir-se tanto, usufruindo suas riquezas. É claro que a riqueza delasnão as levará para o céu.

Creio que essa analogia pode ajudar a descrever como será paraalgumas pessoas no céu. Alguns ficarão felizes apenas pelo fato deestarem lá, usando suas vestes brancas. Tudo o que elas fizeram de ruimna Terra foi por razões erradas. Foram egoístas e auto-indulgentes, masirão para o céu e se sentirão felizes por estarem naquele lugar e não noinferno. De repente, olharão para cima e verão um iate (pensando

figurativamente). Então, elas refletirão sobre o que vêem e, de uma certaforma, ficarão contentes ao saber que as pessoas naquele iate estãofelizes. Contudo, tais pessoas que observam esse iate fictício sentirão umpesar celestial sobre elas, ao crerem que algo foi deixado para trás naTerra. Houve coisas que elas não fizeram, algumas diretrizes na Palavraas quais não seguiram.

Aqueles que afirmam: "Eu viverei como quero aqui na Terra, e nocéu, vou pegar o que eu conseguir", terão um pesar celestial. Esse será ocaso de todos que não fazem o que sabem. Entretanto, mais tarde, uns

compreenderão terem "perdido" oportunidades celestiais de servir aoMestre com alguma habilidade. Eles experimentarão um certo pesar aquina Terra, quando olharem para trás, para o que poderiam ter sido. Porexemplo, muitas vezes, mulheres idosas começam a chorar quandorefletem sobre o campo missionário, porque se sentiram "chamadas"para serem missionárias quando jovens. No entanto, por alguma razão —geralmente pelo fato de terem-se casado com o homem errado — elasnunca cumpriram o seu sonho celestial. A sua dor, porém, não devecontinuar enquanto estão vivas. É muito ruim olhar para trás earrepender-se ou lamentar o passado, pois já não há o que se possa fazerpara mudá-lo. O que as pessoas têm de entender agora é que o resto da



vida delas poderá incomodar bastante o diabo, mas, por conseguinte,agradar a Deus.

Se você é uma dessas pessoas que tem lamentos, enquanto ponderasobre o sistema de recompensa celestial, não tema pelas coisas negativasque construiu no passado. Não há fatos negativos no que se refere aDeus. Há somente tempo perdido. Você pode fazer o seu melhor daquipara a frente, a fim de recuperá-lo. Uma vez que você coloca o seu ombrona roda, Deus o recompensará. Não compreendo como Deus julga tudo.

Você pode ter sido uma pessoa horrível, que zombava de Deus e doscristãos, quando, de repente, a luz brilhou. Deus o tomará a partir desseponto, momento no qual você se tornará fiel a Ele. Isso poderá acontecermesmo na última hora. Pode até não acontecer de você tornar-se fiel aEle, e se isso ocorrer, o Senhor o honrará e o usará. Ele precisa de vocêtanto quanto você dEle. Compreenda isso e não se inquiete com relação

ao que não realizou. Preocupe-se apenas com o que fará a partir destedia.

Se há obras que gostaria de realizar para Deus, mas o seu cônjugenão está em conformidade com você, Deus lhe mostrará como manter oamor no seu lar e fazer o que precisa para as coisas funcionarem. OSenhor lhe concederá paz onde quer que você esteja. As coisas podem atémudar no futuro. Nesse meio tempo, não se sinta frustrado. Deus o faráfeliz trabalhando para Ele sem que você seja um missionário ou que oreoito horas por dia. Se ao menos orar dez minutos por dia, isto somará 60

horas por ano!Seria um erro, por outro lado, dizer que, porque você tem um

marido (ou esposa) e filhos, Deus não tem um plano perfeito para a sua vida. Seu lar e filhos não devem significar tudo para a sua vida, e Deus oajudará a realizar a sua tarefa onde você estiver. Então, uma boa igrejaentra em ação. O seu pastor ajudará aconselhando-o. Com este auxílio, oPai lhe mostrará como você pode ajustar-se no Reino e realizar a tarefade tal forma que a sua estrutura de recompensa seja estabelecida. Então,Deus o contemplará e o chamará de fiel! Você receberá sua recompensacelestial. Deus o conduzirá pelos caminhos da justiça, e você doará o queé necessário. Você será o que precisa ser, e Ele o abençoará agora e naeternidade.



Conclusão

MJO

A cada dia de sua existência, tente pensar no céu com freqüência.Se o fizer, toda decisão importante que tomar levará em consideração asconseqüências eternas da sua ação. Em outras palavras, você seperguntará: "Como esta decisão afetará o meu destino eterno?" Lembre-se também de que, realmente, existe uma riqueza eterna. Alguns de vocêspodem pensar: "Bem, eu não farei algo para o meu Jesus a fim de obteruma recompensa. Tudo o que farei para Ele, será porque eu O amo". Estátudo bem, e Deus apreciará esta atitude. Não deixe de considerar,

entretanto, que Deus declara, freqüentemente, na Sua Palavra que Elequer que você tenha entendimento sobre o amanhã.

Deus se agrada quando você olha para a frente antecipando a suaeternidade. Estar confiante nisso o ajudará, hoje, a manter a sua paz,alegria e foco na vida. Naturalmente, se o seu coração estiver correto,será impossível desenvolver uma motivação errada. Ninguéminterpretará mal o que dissemos, e planejará ser a pessoa mais rica nocéu, pois isso é, totalmente, impossível. As pessoas com um coraçãoegoísta, pela maneira de pensar, jamais obterão a riqueza eterna. Deus

determinou que motivações erradas seriam mantidas fora do céu por doismotivos. Primeiro: nós temos pouco entendimento sobre o que estádisponível para nós, ou nos aguarda. Segundo: tudo será queimado naentrada. Entretanto, o Senhor, realmente, deseja que você sejarecompensado, pois de outro modo Ele não teria afirmado isso naPalavra.

Recorde-se de como, na ocasião em que Jesus estava para sercrucificado, Ele sabia que a maioria dos Seus discípulos acabaria sendomartirizada, apedrejada, aprisionada, perseguida de alguma maneira.

Assim, Ele voltou os Seus olhos para o céu. Ele lhes prometeu umaposição no Reino. Eles estavam sempre ansiosos para que o Seu Reino

viesse, esperando que ele fosse estabelecido na Terra de modo que elesadquirissem autoridade sobre os líderes políticos estabelecidos nos seusdias. É por isso que o Senhor Jesus, tão freqüentemente, tentavaesclarecê-los com parábolas que começavam com as palavras: "O Reinodo Céu é semelhante a..." Ele estava dizendo, em essência: "Entendamque Eu quero que vocês aguardem o céu, onde está o Meu Reino. Eudesejo que vocês saibam que ao Me seguirem e permanecerem com este

propósito, algum dia, irão assentar-se em tronos e julgarão as doze tribosde Israel. Receberão uma honra eterna, porque vocês fizeram isto". Caso



não recebamos esta mesma recompensa, é evidente que existem outrosgalardões.

Jesus, o seu Salvador que o ama, deseja que o seu destino eternoseja considerado, e que você entenda isso, para poder ficar firme e fazer onecessário para alcançar os outros e arrancá-los do inferno. Você nãodeve ficar perguntando-se: "Será que Deus me ama? Eu sou importante?Deus pretende usar-me? Será que Ele precisa de mim?" Você não podeadmitir a depressão em forma de pensamentos negativos como: "Eu souinsignificante!" Ou: "A vida é uma tragédia, mal posso esperar até chegarao céu". Não, Ele deseja que você mantenha os seus olhos nocéu, para ter força e perseverança na mente e no espírito epara saber que você alcançará a glória no céu por esforçar-separa arr ancar outros da cova do inferno .

Por essa razão, Jesus lhe ordenou: Ajuntai tesouros no céu (Mt6.20). Por quê? Porque onde estiver o vosso t e s o u r o , aí estará tambémo vosso coração (Mt 6.21). Se o seu coração estiver com Ele, vocêobedecerá aos Seus mandamentos, dará fruto nesta Terra e levará paraEle o precioso fruto da terra. Ele o recompensará! Você não podepreencher um cheque, nesta vida, pelos seus tesouros celestiaisarmazenados, mas quando doa um pouco da sua vida para que osperdidos sejam salvos, estará armazenando para a eternidade. Quandochegar àquele lugar santo, seus tesouros estarão esperando por você.Ninguém os poderá tirar antes de você chegar. Então, você irá fazer uso

deles.Nossa oração deve ser para Deus direcionar o nosso coração

corretamente, não para que ambicionemos o ganho celestial, mas em vezdisso, devemos desejar um entendimento desta riqueza divina, paraglorificá-Lo na Terra e no céu. Devemos almejar a Verdade, porque nóssabemos que Ela nos libertará. Então, daremos toda a glória a Cristonaquele momento, quando formos julgados e virmos as nossasrecompensas.

Transfira a sua lealdade para os qu e desejam executar asprimeiras obras — não só porque eles as estão fazendo, masporque o céu considerará que você tomou parte na obra queeles realizaram .

Conscientize-se da sua mo tivação de coração, vivendo ciente daeternidade. Vale a pena mencionar neste trecho que 2 Coríntios, capítulo5, informa-nos que compareceremos perante o Tribunal de Cristo a fimde recebermos o prêmio pelo que fizemos em nosso corpo, de bom ou deruim e logo a seguir, Paulo expressa a sua razão por compartilhar isso, e

está relacionado à motivação do coração dos cristãos.



É porque sabemos deste temor solene ao Senhor que nóstrabalhamos tanto para persuadir outros. Deus sabe quesomos sinceros, e eu espero que vocês também saibam.

Vamos tentar nos elogiar outra vez? Não, nós estamos lhesdando uma razão para estarem orgulhosos de nós, para que

vocês possam responder àqueles que se gabam de ter umministério espetacular ao invés de ter um coração sincerodiante de Deus (NLT).

2 Coríntios 5.11,12

A Versão King James traduz a última parte desta passagem daseguinte forma: Para que tenhais que responder aos que se gloriam naaparência e não no coração.

A motivação do seu coração será sempre julgada pura, quando asua inspiração for arrancar as pessoas das garras de uma eternidadeatormentada no inferno. Esta motivação conservará as suas obras doprimeiro amor fluindo. Você será uma das jóias mais valiosas de Deusquando gastar tempo para compartilhar pessoalmente Cristo com osoutros. Então, algum dia, quando o seu Pai amoroso recepcioná-lo no seular, você ouvirá aquelas palavras de elogio: Bem está, bom e fiel servo [...]Entra no gozo do teu senhor (Mt 25.23).

Naturalmente, nem todos com quem você compartilhou de Cristo O

receberão como Salvador. Finalizando, iremos identificar-nos com oapóstolo Paulo que, certa vez, apresentou Cristo para alguns judeus, osquais rejeitaram a Verdade. Mais tarde, ele fez uma declaraçãodogmática.

Mas, resistindo e blasfemando eles, sacudiu as vestes edisse-lhes: O v o s s o s a n g u e s e ja s o b r e a v o s s a c a b e ça ;

e u e s t ou l im p o e, desde agora, parto para os gentios.

Atos 18.6

Paulo disse: O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estoulimpo. O que ele estava dizendo era que não haveria conseqüência eternapara ele, porque ele obedecia à ordem de Deus e compartilhava Cristocom eles. Como estava familiarizado com as Escrituras do AntigoTestamento, Paulo sabia o que Ezequiel profetizara quanto àsconseqüências por não avisar aos ímpios a respeito de sua incredulidade.



Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; não oavisando tu, não falando para avisar o ímpio acerca do seucaminho ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpiomorrerá na sua maldade, mas o seu sangue da tua mão orequererei. Mas, se avisares o ímpio, e ele não se converter

da sua impiedade e do seu caminho ímpio, ele morrerá nasua maldade, mas tu livraste a tua alma.Ezequiel 3.18,19

Paulo sabia que ele havia sido lavado da condenação daqueles judeus, ao compartilhar a respeito de Cristo com eles. É provável que oapóstolo cresse que, no final, haveria um dia de avaliação ou de vergonhapara aqueles que sabiam como levar o Evangelho de Cristo para aspessoas, entretanto, não o fizeram. Paulo mantinha os seus olhos no céuenquanto perseverava na Terra, considerando-se o menor dos santos. Se,porém, fizermos o mesmo, algum dia, brilharemos como estrelas, paratodo o sempre.

1 Coríntios 9.22-24

Sim, tento encontrar um terreno comum com todos paratraze-los até Cristo. Faço isso para espalhar as Boas Novas,e fazendo isso, desfruto das bênçãos. Lembrem-se de que emuma corrida, todos correm, mas apenas uma pessoa ganhao prêmio. Vocês também disputem para ganhar. Todos osatletas praticam o autocontrole rigoroso. Fazem isso para

ganhar um prêmio que perecerá, mas nós o fazemos por umprêmio eterno. Assim, eu corro direto para o alvo, compropósito a cada passo (NLT).



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Jerry e Marilyn O'Dell - Primeiro Amor - A Chave Para a a Celestial