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SETEMBRO-DEZEMBRO 1953 VOLUME II N. o 3 SUPLEMENTO AO BOLETIM DA fACULDADE OE DIR EITO I' t: U L I ,\ ç ,\ Q e ,\ J) lU \1 E S T lt A L J. J. TEIXEIRA RIBEIRO FAC LD,\DE DE DIREITO o I B H A

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SETEMBRO-DEZEMBRO 1953

VOLUME II N.o 3

SUPLEMENTO AO BOLETIM DA fACULDADE OE DIR EITO

I' t: U L I ,\ ç ,\ Q e ,\ J) lU \1 E S T lt A L

J. J. TEIXEIRA RIBEIRO

FAC LD,\DE DE DIREITO

o I ~1 B H A

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

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Notas e Comentários

As anotações do Professor Hansen à « General Theory » de Keynes

1. uando em 194 apareceu entre nós a lntroduc-

ción a Keynes de Raul Prebisch, publicada no México no ano anterior, escrevemo sobre ela uma sumária nota de critica, aproveitando o ensejo para tentar um rápido balanço da literatura de iniciação ke nesiana utilizável

nessa época - entre nós e no estrangeiro ( t ).

Seis anos decorreram desde então, e a biografia keynesiana proliferou com extraordinária intensidade; de tal modo, com efeito, que já hoje se encontram ten­tativas de reunir, em exaustivos apanhados bibliográ­ficos, as contribuições de alguns países onde a obra de l\:eynes tem sido largamente estudada ( J), e, como disse alguém, quase não se passa um trimestre sem que se cfaça o ponto" da economia keynesiana ( 8). Também

( I) obl't a Jll/rodufüo ao E ltldo da Sova E COIIOfllla Keynesiana (a llfOPOsllo de 11m IIVI'O de Raul Pnbuch), eparata do e Boletim da Facul­dade de Direito>, vol. XXIV.

( 2) tr. a bibliografia de mais de 150 e pécies, relativa à Itá-lia, incluida em tudl h f1JIIPSIa1li, obra colectiva com prefácio de

. Papi, el tituto di Economia e Finanza della Facoità Giuridica di Roma>, Milão, Dott. A. Giuffrll, Ed., 1953.

( 3 ) Henri Guitton, Lps Flurlualiolls Économiques, vol. IX do .Traité d'~conomie Politique. de Gtetan Pirou, Paris, Recuei! Sirey, 1961,

pág. 374, nota.

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no nosso meio, dentro e fora do ambiente universitário, se prosseguiu com a divulgação do pensamento keyne­siano, e com a investigação de alguns problemas com ele relacionados, tendo até, inclusivamente, chegado ao ensino o influxo da obra magna do economista de Cambridge. Seis anos de investigação e divulgação do pensamento de Keynes em diversos pai ses - e, mais recentemente, na Alemanha (' l-produziram, sem dú vida, bastantes novidades e, nos aspectos fundamentais, impor­tantes resultados. Não é porém o momento, nem seria aqui o lugar, para nos referirmos à vultuosa ma sa de livros e artigos de revista que os estudiosos da economia key­nesiana terão decerto atentamente acompanhado. Trata.se de matéria que demanda forçosamente desenvolvimentos mais amplos, que se não contêm nas ambições modestas de uma simples recensão.

Nas páginas que seguem, propomo·nos apenas dar a conhecer um livro recente, saído nos Estados Unidos

(4) Até há poucos anos, as novas teorias de I eynes não tinham encontrado na Alemanha intere se equivalente ao despertado nou­tros países. Como reacção contra o tacto, realizou-se na Alemanha Ocidental, no segundo sem e tre de 1950, uma reunião consagrada ao pleno emprego. relatório que serviu de introdução ao deba­tes - versando a problemática do emprego e as questões da aplica­('ão prática do sistema Jceynesiano - foi apresentado pelo Prof. Erich

chneider, autor de uma obra de relevo: Em(ü1m/1/g iI! dle 1I'i1·tsrha(ls­leol'ie, Tübingen, 3 vols., 1947, 1949 e 1952, encontrando-se anunciada tradução inglesa dos dois primeiros desde 1950. (efr. Alan T. Peacock, .Recent German Contributions to Economics., in E l'onomlco, 1950, pág. 175 e segs.). Nessa reunião, alguns dos principais economi tas germânicos - Weber, Roepke e Rahn-tomaram abertamente posição anti-keynesiana. A notável resposta de Schneider a esses autores - bem oomo a R. Mayer e outros - encontra-se no artigo .Funda­mental Errors in Recent Anti-Keynesian Literature., QUQI'/er/!I Revim' da Banca Nazionale deI Lavoro, Roma 1963, D.o 24, págs. 3 e segs.

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em 1953 _ obra sui generis por qualquer dos lados por que e encare: a Guide to Keynes de Alvin H. Ransen ( ), Profe sor de cátedra cLucius N. Littauer> da niversi­dade Harvard e, fora de discussão, - como aliás salienta

e"mour E. Harris na introdução do volume - o mais . ' proeminente ke nesiano da América do Norte. Trata· se de um livro largamente apoiado em anteriores obras do autor sobre o mesmo assunto, em discussões em semi­nários de estudos, e na orientação e apreciaçAo de várias dissertações de doutoramento sobre temas keynesianos.

ondensa o volume, portanto, nas suas duzentas e trinta páginas, uma autorizada interpretação americana do key­ne ismo destinando-se a estudantes e ao público culto.

As dificuldades de iniciação no pensamento de Ke -nes continuam, assim, a dar lugar a curiosas surpresas: depois da exposição acess1vel, destinada ao grande público, mas onde os especialistas têm a aprender alguma coisa, mesmo que não seja mais do que uma insinuante lição de limpidez didáctica- como é o caso do pequeno livro de Joan Robinson, lntt'oduction to the

Theot'y of Employment; depois do vade mecum modesto, composto com os próprios textos de Keynes, unidos por um ténue fio expositivo da pena do compilador, de que é exemplo o livrinho de Prebischj depois da obra mono­gráfica, assente numa informação completa, e moldada na procura da explicitação sistemática do que em Keynes é tantas vezes lacónico ou ímpl1cito, -- e é já clássico a e te respeito o livro de Dillard (The Economics of John

( ~ ) cEconomic Handbook Series., Nova York, Mc 'raw Book CompaDy, Ine., 195a, XIV + 287 págs., Introdução de St'ymour E. Harri , director da colecção.

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