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Bibliografia• AMIN, A. COHENDET, P. Geographies of knowledge formation in firms. Industry and
Innovation, vol. 12, n.4, 465-486, Dezembro 2005.• BATHELT, H; MALMBERG, A.;MASKELL, P. Clusters and knowledge: local buzz,
global pipelines and the process of knowledge creation. Progress in Human Geography 28,1, 2004, p.31-56
• COOKE, P.; DE LAURENTIS, C; TODTLING, F.; TRIPPL, M. Regional KnowledgeEconomies – Markets, Clusters and Innovation. Cheltenham, U.K: Edward Elgar, 2007.Cap.2
• ROCHA, H. Entrepreneurship and Development: The Role of Clusters. Small BusinessEconomics 23:363-400, 2004
• STORPER, M.; VENABLES, A.J Buzz:face-to-face contact and the urban economy.Journal of Economic Geography 4, 2004, p.351-370
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Estrutura da Aula
O Papel dos Clusters (Rocha)
•Conceitos de Proximidade (Amin e Cohendet)
•Economia do conhecimento : conceitos e evidências (Cooke et
al.)
•Clusters e conhecimento (Bathelt et al.)
•Buzz na economia urbana (Storper e Venables)
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Rocha: Entrepreneurship and Development: the roleof clusters
• Questão: qual o papel que aglomerações de empresas
têm para o empreendedorismo e o desenvolvimento?
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Estudos sobre Clusters
Variedade de definições:
Aglomeração de empresas que produzem o mesmo produto
(Marshall, Arthur)
Grupo de indústrias interrelacionadas próximas
geográficamente (Porter)
Redes de pequenas empresas e instituições (Beccatini,
Saxenian)
Firmas que usam a mesma tecnologia (Wade)
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Estudos sobre Clusters - evolução
Final século XIX: estudos de Marshall apontam vantagens da
aglomeração e são ponto de partida para estudos sobre
clusters
5 traços principais:
1. Vantagens da aglomeração para economias de escala
2. Economias de especialização e eficiência
3. Proximidade como pré-condição para economias de
especialização
4. Spillovers, confiança e difusão de conhecimento
associados a aglomeração
5. Não explica por que aglomerações surgem
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Estudos sobre Clusters - evolução
Até 1970, prevalência grandes empresas reduziu interesse
em clusters
Exceções: Perroux (pólos de crescimento que valorizam
aspecto econômico clusters), Steiner (vantagens de cadeias
produtivas localizadas)
Anos 70/80 => emergência de:
a)estudos sobre distritos industriais italianos (Becattini,
Brusco, Garofoli) enfatizam duas dimensões:
•Sucesso de comunidades de empresas pequenas e ganhos
de eficiência associados a divisão tarefas
•Fatores históricos e socio-culturais
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Estudos sobre Clusters - evolução
b)Abordagem institucionalista dos clusters: ideia do New
Industrial Divide (Sabel e Piore)
Clusters apontados como uma nova forma organizacional,
que ocorre também em outras regiões – caso Alemanha
Mérito: apontar influência da localização no aprendizado
tecnológico (linha de pensamento que foi mais tarde
retomada por Ash Amin e outros)
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Estudos sobre Clusters - evolução
c) Escola Californiana de Geografia (Scott, Storper)
Apontam para vantagens dos clusters na redução de custos
de transação
Apontam para a existência de interdependências não
comercializáveis, tais como convenções, regras informais,
hábitos que coordenam os agentes econômicos
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Estudos sobre Clusters - evolução
A partir dos anos 90:globalização e inovação localizada
Literatura se divide em duas correntes principais:
1) Vantagens econômicas, seguindo a tradição de Marshall
(ex. Porter, Krugman)
2) Abordagem institucionalista, territorial, social e cultural
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Estudos sobre Clusters – vantagens econômicas
Porter define clusters a partir de vantagens econômicas mas
depois amplia abordagem para analisar aspectos geográficos
e setoriais
Krugman foca nos retornos crescentes de escala associados à
aglomeração (forças centrípetas) e propõe modelo de análise
de forças centrípetas e centrífugas (p.ex. preços terra,
fatores fixos de produção, deseconomias de escala)
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Estudos sobre Clusters – abordagem do territorio ede redes
Abordagem de redes: utiliza conceitos da sociologia tais como
enraizamento, redes sociais e interdependências não
comercializáveis
Correntes principais: spillovers de conhecimento (p.ex.
Audrestch), millieu inovador (p.ex. Camagni) e economia
do aprendizado (p.ex. Lundvall)
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Estudos sobre Clusters – abordagem institucional ecultural
Valoriza visão sistêmica (p.ex. DiMaggio e Powell, Saxenian)
Considera fatores institucionais, sociais e culturais mais
importantes que fatores econômicos
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Estudos sobre Clusters – Críticas
Estudos mostram que proximidade é importante apenas
quando arranjos institucionais e spillovers de
conhecimento são informais
Proximidade organizacional por vezes é mais importante que
proximidade geográfica
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Estudos sobre Clusters –Sintetizando
Diversidade de conceitos e pressupostos introduz “ruído” na
análise e impede que se possa afirmar que clusters
contribuem para o desenvolvimento
O que se pode dizer é que firmas em clusters têm melhor
desempenho
Se região só tem um ou dois clusters, lock-in pode ser
problema
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Estudos sobre Clusters –Sintetizando
Se cluster é só de uma indústria, também pode haver
problemas para o desenvolvimento industrial
Estudos mostram que high-tech clusters podem criar fortes
disparidades regionais
Políticas de apoio a clusters também pode intensificar
disparidades regionais
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Estudos sobre Clusters – Desafios
Diversas medidas de cluster
Impactos sobre empreendedorismo diferem de acordo com o
ciclo de vida das empresas e do cluster (clusters mais
maduros têm maior competição, o que desencoraja
criação de startups)
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Estudos sobre Clusters – Conclusões
Estudos sugerem associação positiva entre
empreendedorismo e crescimento econômico
Não é possível generalizar conclusões sobre impactos
positivos dos clusters sobre desenvolvimento e sobre
empreendedorismo
Ao nível da firma, clusters têm impacto positivo sobre
desempenho; ao nível regional, impactos podem ser
positivos ou negativos
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Amin e Cohendet: Geography of KnowledgeFormation in Firms
Espaço não é apenas territorial, como também organizacional
Anos 80 e 90:
• Foco nos sistemas nacionais de inovação e nos
elementos institucionais do território
• Estudos sobre clusters e vantagens das aglomerações
• Estudos sobre comunidades de prática
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Conceitos de Proximidade
• Estudos levam à noção de que território define
oportunidades dos empreendedores e capacidade de
inovação
• Mas não há nada que comprove a dualidade entre lugar
(aderente) e espaço (impessoal)
• O conceito de ba de Nonaka e Konno mostra que há
vários tipos de espaço de relacionamento
• Organizações modernas, ao reduzir distância cognitiva,
criam seus próprios espaços relacionais (ou
organizacionais)
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Conceitos de Proximidade
• O resultado é que a fronteira entre relações locais e
globais fica tênue
• Harris (1998) mostra papel organizações globais na
disseminação de valores comuns (exs. Companhia das
Indias, Companhia de Jesus durante as grandes
navegações)
• Como as organizações antigas, empresas modernas
globais funcionam em rede, têm mecanismos complexos
de governança
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Conceitos de Proximidade
• Organizações globais podem ficar aprisionadas em
trajetórias devido à acumulação de competências mas
também buscam inovar mobilizando e envolvendo suas
equipes
• Atributos de redes globais que levam à geração de
conhecimento apontados pela literatura sobre empresas
globais são os mesmos que são apontados na literatura
sobre clusters
• Portanto, é necessário levar em consideração os dois
tipos de proximidade: geográfica e relacional (ou
organizacional)
Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 25
Cooke et al.: The emergent knowledge economy
•Crescimento da literatura sobre economia do conhecimento
ou do aprendizado
•Debate suscitado por globalização e difusão das TICs
•Parte da literatura foca nos aspectos espaciais da economia
do conhecimento, em particular cluster high-tech, spillovers
locais e relações globais-locais
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Economia do Conhecimento
Diferentes formas de compreender economia do
conhecimento:
•Conhecimento como insumo
•Conhecimento como produto
•Conhecimento codificado
•Difusão do conhecimento via TICs
•Criação de conhecimento
Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 27
Economia do Conhecimento
•Economia do conhecimento não se refere apenas a setores
de base tecnológica
•Há limites à codificação e à difusão eletrônica do
conhecimento
•Distinção informação e conhecimento: informação se
constitui de conjuntos de dados passivos que são mobilizados
por conhecimento; conhecimento é capacidade cognitiva que
habilita seus possuidores para ação manual e intelectual
Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 28
Economia do Conhecimento
•Proximidade e geografia são importantes no processo de
inovação e de geração de conhecimento
•Várias abordagens sobre proximidade têm em comum a
constatação que economia do conhecimento tem distribuição
espacial desigual no espaço
•Duas visões de espaço: Marshall (externalidades positivas
de aglomerações especializadas) e Jacobs (externalidades
positivas de aglomerações diversificadas)
•Economia do conhecimento tem vários indicadores possíveis
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Bathelt et. al:Clusters and Knowledge
•Vários autores apontam para o conhecimento tácito como
sendo local e o conhecimento como sendo global
•Esta visão não explica por que interações e transações dentro
de um cluster podem ser limitadas
•Dicotomia tácito=local versus codificado=global deve ser
substituída por análise das relações de troca de conhecimento
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Clusters e conhecimento
Criação de conhecimento nas firmas se desenvolve de
diversas formas, dentro dos limites das competências
À medida que firma cresce estoque de conhecimento também
cresce e se torna menos coerente
Custos de coordenação e de mudança fazem com que firma
acabe se concentrando num leque de competências específico
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Clusters e conhecimento
Firmas multidivisionais, ao mesmo tempo que apresentam
tensões no desenvolvimento de inovações, podem ter
vantagens na combinação de ideias de vários campos
Mas à medida que inovações se esgotam devido ao foco das
competências da firma, firmas buscam cooperação com outras
firmas para desenvolver inovações
Esta cooperação tem limites dados pelo aumento da distância
cognitiva resultante da cooperação
Clusters podem ser modo de equilibrar criação de
conhecimento dentro e fora da firma
Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 38
Clusters e conhecimentoEstudos sobre clusters mostram que relações input-output
internas ao cluster são raramente expressivas
Quadro institucional, comunicação interfirmas e
desenvolvimento de competências localizadas nos clusters são
elementos decisivos para inovação e crescimento
Qualidade exclusiva do cluster: burburinho (“Buzz”)
Buzz consiste de informação específica, atualização de
informações, aprendizado não intencional em encontros
organizados e acidentais, aplicação de interpretações comuns a
respeito de tecnologias, compartilhamento de hábitos e
tradições dentro de determinado campo tecnológico que
contribuem para o estabelecimento de convenções e outros
arranjos institucionais
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Clusters e conhecimento
Buzz contribui para o estabelecimento de laços de confiança
Clusters podem se tornar catalisadores para o
estabelecimento de comunidades de prática
Porém, não há evidência empírica de que redes locais
prevalecem sobre redes globais
Redes externas ao território são importantes para transmitir
conhecimento
“Pipelines”: termo usado para designar canais de
conhecimento externo
Tanto buzz como pipelines são fundamentais na construção de
conhecimento do cluster
Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 40
Clusters e conhecimento
Firmas tendem a formar pipelines para complementar suas
competências específicas
Conhecimento que chega via pipelines será assimilado de
acordo com a capacidade de absorção da firma
Quanto mais desenvolvidas as pipelines, maior será a
qualidade do buzz
Há limites no número de pipelines que cada firma é capaz de
administrar
Implicações de política: estabelecimento de redes externas
deve ser encorajado para garantir sobrevivência do cluster no
longo prazo
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Buzz e economia urbana (Storper e Venables)
•3 forças por detrás da urbanização:
Ligações para frente e para trás entre empresas
Aglomeração da força de trabalho
Interações que promovem inovação tecnológica
•Nestas três forças, o contato cara a cara é importante
•Jacobs: cidades são ambiente variado
•Marshall: aglomerações permitem troca de conhecimento
•Questão: como esta troca se realiza no contato cara a
cara?
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Buzz e economia urbana
•3 forças por detrás da urbanização:
Ligações para frente e para trás entre empresas
Aglomeração da força de trabalho
Interações que promovem inovação tecnológica
•Nestas três forças, o contato cara a cara é importante
•Jacobs: cidades são ambiente variado
•Marshall: aglomerações permitem troca de conhecimento
•Questão: como esta troca se realiza no contato cara a
cara?
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Buzz e economia urbana
•Motivação para o contato cara a cara
Incentivos em projetos cooperativos
Formação de grupos
•Indivíduos num ambiente com buzz interagem e cooperam
com outros indivíduos de alta capacidade, estão aptos a
comunicar ideias complexas e são altamente motivados. Colher
estes benefícios requer co-localização em vez de interlúdios
ocasionais do contato cara a cara
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Buzz e economia urbana
Exemplos: projetos de C&T, interação universidade-empresa,
•Cidades apresentam fertilização cruzada entre redes de
empresas
•Cidades com buzz derivam sua força aglomeradora de
externalidades de aglomeração e desenvolvem atividades
intensivas em informação como: funções criativas e culturais;
serviços financeiros; pesquisa, ciência e tecnologia; atividades
de poder e influência ligadas ao setor público
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Buzz e economia urbana
•Conclusões:
•Duas forças contraditórias:
•Codificação conhecimento reduz necessidade do contato cara a
cara e permite localização de atividades industriais em regiões
remotas
•Surtos de inovação envolvem processos complexos e esforço
de coordenação