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Indústria, território e políticas de desenvolvimento Profs. Marcelo Matos e José Cassiolato Aula 2

Indústria, território e políticas de desenvolvimento · Racionalidade Limitada e Teoria das Competências • Simon, 1962: – Agentes econômicos são “intendedlyrational but

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Indústria, território e políticasde desenvolvimento

Profs. Marcelo Matos e José Cassiolato

Aula 2

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Bibliografia• FREEMAN, C. The National System of Innovation in historical perspective. Cambridge

Journal of Economics, v. 19, n. 1, 1995. p. 5-24.• LUNDVALL, B-A (2007). Innovation System Research: where it came from and where

it might go. CAS Seminar, Oslo, December 4, 2007.• NELSON, R. (1993). A retrospective. In: R. NELSON (ed.) National innovation systems:

a comparative analysis. New York, Oxford: Oxford University.• CASSIOLATO, J. E., MATOS, M. P., LASTRES, H. M. M. (2014). Innovation Systems

and Development. In: Currie-Alder, B.; Kanbur, R.; Malone, D.M.; Medhora, R.(ed.) International Development Ideas, Experience and Prospects, pp. 566-581.Oxford:Oxford University Press.

• AROCENA, R.; SUTZ, J. (2002). Sistemas de innovación y países en desarrollo.Organización de Estados Iberoamericanos para la Educación, la Ciencia y la Cultura(OEI).

• CASSIOLATO, J. E; LASTRES, H. M. M. (2005). Discussing innovation anddevelopment: converging points between the Latin American school and the innovationsystems perspective?. Globelics Working Paper Series No. 08-02. Globelics.

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1. Firma e Concorrência na Visão Evolucionária

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A Abordagem Evolucionária

Teoria representa fusão de:

No que se refere à firma:Racionalidade limitada (Simon), Teorias comportamentais (Cyert andMarch) e visão baseada em competências (Penrose)

No que se refere à concorrência e dinâmica capitalista:Papel da inovação e os processos de inovação (InspiraçãoSchumpeteriana)Processo evolucionário (Nelson e Winter)

No que se refere ao ambiente e às relações entre agentes:Perspectiva Institucional Discussão do contexto evolucionário(Winter).

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Racionalidade Limitada e Teoria dasCompetências

• Simon, 1962:– Agentes econômicos são “intendedly rational but only

limitedly so” (H. Simon)– “… because individual human beings are limited in

knowledge, foresight, skill and time that organizationsare useful investments for the achievement of humanpurpose” (H. Simon)

– Em algumas circunstâncias (p.ex., jogo de xadrez)existe informação simétrica mas existem tantassoluções alternativas que mesmo um indivíduobrilhante tem dificuldades em sistematizar todas asalternativas.

– Importância de definição de “racionalidade noprocedimento” de resolução de problemas

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Racionalidade Limitada e Teoria dasCompetências

• Cyert and March 1963:– Na presença de racionalidade limitada, as

possibilidades de produção são descobertas através demecanismos de busca.

– Conhecimento produtivo encontra-se incorporado e éimplementado através de ”procedimentos padrões deoperação.”

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Estrutura / Constituição da Empresa

A Firma Penrosiana (Edith Penrose)• Empresa enquanto conjunto de recursos organizados

administrativamente• Empresa combina recursos não há relação biunívoca entre recurso e

serviço que dele se pode obter• Vários objetivos perseguidos objetivo amplo de crescimento• Conhecimento dá caráter único a cada firma

– Capacidade de gestão– Capacidade de aproveitamento dos serviços que podem prestar os demais

recursos• Especificidade - capacidades acumuladas ao longo do tempo

– Gerente busca melhorar o rendimento dos recursos de que dispõe– Possibilidades de criação de novos serviços produtivos– Estabelece limite à velocidade de crescimento

• Grande parte das habilidades são relacionadas a um contexto específicoe tácitas trabalho em equipe

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Racionalidade e Competências

• Racionalidade: agente com limitada capacidade computacional ecognitiva em ambiente de constante mudança (boundedrationality)

“The evolutionary response to the competence puzzle focuses onthe role of learning and practice and specifically on the degree ofcorrespondence between the current challenge and the earliercontext in which experience trained the actors.”

Mesmo assim, organizações se revelam muito competentes.Como explicar?

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Rotinas

Competências, aprendizado e rotinas

Aprendizagem

Conhecimento

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Competências, aprendizado e rotinasConhecimento

Conhecimento diferente da informação que pode lhe dar origem (aocontrario da teoria neoclássica)

Conhecimento está localizado na memória das organizações – nosprocessos de rotinização das suas atividades – que se constituem naforma mais importante de armazenar conhecimentos operacionaisespecíficos (Nelson e Winter, 1982)

Conhecimento tecnológico é visto como informação processada que setorna relevante na busca de respostas de determinados problemasidentificados pelos agentes (Fransman, 1994)

A natureza do conhecimento (pública ou privada) gera certasespecificidades com relação ao seu processo de transferência, afetandosuas condições de acesso (Nelson, 1993)

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Competências, aprendizado e rotinas

ConhecimentoNatureza tácita e codificada do conhecimento (Polanyi)

• Conhecimento codificado: pode ser estocado, copiado e transmitidofacilmente através de infra-estruturas de informações por meio de seuregistro em manuais, normas e procedimentos. Este tipo de conhecimento émais formalizado e pode ser transmitido com um baixo custo através delongas distâncias.

• Conhecimento tácito: do tipo não formalizado, refere-se ao conhecimentoque não pode ser facilmente transferido uma vez que não está estabelecidoem uma forma explícita. Este tipo de conhecimento não pode ser vendido oucomprado no mercado, sendo que sua transferência ocorre de maneiraespecífica dentro do contexto social.

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Competências, aprendizado e rotinas

AprendizagemA aprendizagem nas firmas caracteriza-se por ser um processocumulativo que amplia o seu estoque de conhecimento, queimplica em custos, que ocorre no interior das firmas e estárelacionado a diferentes fontes de conhecimento internas ouexternas a ela (Malerba, 1992)

Para Lundvall e Johnson (1994) aprendizagem é um processoessencialmente social e interativo que depende do contextoinstitucional para possibilitar a criação e transmição deconhecimento

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Rotinas

Competências, aprendizado e rotinas

Nas organizações há um fluxo de informações em rotinas deoperação que são provenientes de mensagens oriundas de outrosmembros ou a partir do ambiente externo

O conhecimento reside na memória das organizações, isto é, narotinização das atividades destas organizações – constitui-se naforma mais importante de armazenagem de conhecimentosoperacionais específicos

Rotinas são, portanto, o conhecimento criado edepositado a partir das informações

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Rotinas

Competências, aprendizado e rotinas

Rotinas de organizações habilidades individuais

• Regras: sempre a mesma ação em dada situação

• Rotinas: mais complexas; padrão de reação e adaptação da ação a situações

• Organizações exploram informações de forma rotinizada

• Resistência à mudança

• Alto custo de acumulação e acesso a informações

• Formas de lidar com situações de conflito dentro das organizações

Rotinas diferentes de regras simples

Persistência de rotinas

Ação/escolhas guiadas por rotinas

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Crescimento da Firma - Nokia

• 1865 – produção de papel• 1898 – produtos de borracha• 1910 – eletrificação de domicílios• 1963 – rádio VHF e início em telecomunicação• 1971 – exchange switch• 1974 (1982) – primeiro telefone móvel para carros• 1981 – criação de primeira rede móvel internacional• 1985 – primeiro celular portátil• 1991 – GSM• 1992 – SMS• 2004 – primeiro modelo touch screen• Anos 2000 - Líder mundial baseado em mercado de

massa e sistema Symbian• Anos 2010 – lock-in em trajetória baseada em

software fechado Windows

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A Abordagem Evolucionária

Teoria representa fusão de:

No que se refere à firma:Racionalidade limitada (Simon), Teorias comportamentais (Cyert andMarch) e visão baseada em competências (Penrose)

No que se refere à concorrência e dinâmica capitalista:Papel da inovação e os processos de inovação (InspiraçãoSchumpeteriana)Processo evolucionário (Nelson e Winter)

No que se refere ao ambiente e às relações entre agentes:Perspectiva Institucional Discussão do contexto evolucionário(Winter).

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• Endogeneidade da inovação no âmbito dos processoseconômicos

• Inovação como um processo gradual e contínuo, processocumulativo

• Atividade inovativa é um processo cumulativo

• Processos inovativos impõem intensas articulações dentro dafirma, entre firmas e instituições de pesquisa e ensino

Inovação

Processo não linear com múltiplas inter-relações e determinações

Inovações (na firma): • Inovações de produto• Inovações de processo• Inovações organizacionais

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• Incerteza quanto aos resultados• Fatores econômicos, institucionais e sociais desempenham um

importante papel de seleção que opera ex-ante e ex-post(Dosi, 1982)

• Apropriação dos resultados do esforço inovador comoestímulo para a busca inovativa Lucros excepcionais demonopólio

• Concorrência Schumpeteriana: Analogia com a biologiaDarwiniana vs. NC com analogia com física mecanicista (ação/reação)– Geração de variedade (mutação)– Seleção e validação por mercado e outras instituições (seleção

natural)– Difusão (transmissão de características)

• A seleção final por parte do mercado pode ser equiparada aoambiente de seleção de mutações (Nelson e Winter, 1982)

Inovação

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Ritmo ou velocidade de difusão

• A difusão geralmente assume a forma de S.

• É lenta inicialmente devido as incertezas tecnológicas, aoalto custo e falta de serviços e infra-estrutura.

• Torna-se rápida a partir da comprovação do sucesso pelospioneiros.

• Esgota-se pela ampla difusão e aparecimento de outrasinovações.

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Taxa deinovação

tempo

Inovação no processo

Inovação no produto

Ritmo ou velocidade de difusão

Númerocompeti-dores

tempo

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A Abordagem Evolucionária

Teoria representa fusão de:

No que se refere à firma:Racionalidade limitada (Simon), Teorias comportamentais (Cyert andMarch) e visão baseada em competências (Penrose)

No que se refere à concorrência e dinâmica capitalista:Papel da inovação e os processos de inovação (InspiraçãoSchumpeteriana)Processo evolucionário (Nelson e Winter)

No que se refere ao ambiente e às relações entre agentes:Perspectiva Institucional Discussão do contexto evolucionário(Winter).

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Instituições e organizações

Dosi (1988) destaca a importância do papel das instituições nacoordenação e organização da atividade econômica referindo-se anatureza co-evolutiva da tecnologia, estruturas produtivas einstitucionais

Importância da variedade institucional e da formulação depolíticas industriais e tecnológicas

A análise da evolução das instituições relevantes implica numacomplexa interação entre as ações privadas de firmas emcompetição, associações industriais, órgãos técnicos, universidades,agências governamentais, aparelho jurídico, etc.

Tanto a acumulação interna de conhecimento dentro das firmas,quanto as interações destas com outras firmas e instituições sãofortemente afetadas pelo ambiente institucional

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Instituições e organizações

A análise da evolução das instituições leva em consideração a suanatureza path-dependency - instituições de hoje quase semprepossui conexões com aquelas do período anterior (Nelson, 1994)

Dadas as características das instituições decorrentes dastrajetórias históricas diferenciadas e das condições locais, essasvão impor especificidades aos vários países ou regiões

As instituições podem tanto favorecer quanto retardar osurgimento de novas inovações, em função da existência de umdescompasso entre a estrutura institucional e aprodutiva/tecnológica

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Paradigma tecnológico e Trajetóriatecnológica

• “Paradigma tecnológico é definido como um padrão desolução de problemas técnico-econômicos baseados emprincípios altamente selecionados derivados das ciênciasnaturais, conjuntamente com regras específicas que objetivamadquirir conhecimento novo e resguardá-lo, sempre que sejapossível, contra a rápida difusão para os competidores” (Dosi,1988).

• As características de desenvolvimento desse paradigma focamas dimensões path-dependence e cumulativa que vão construir arota de determinado padrão de solução.

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Paradigma tecnológico e Trajetóriatecnológica

• Trajetória tecnológica é o padrão de resolução do problema“normal” no plano de um paradigma tecnológico (Dosi, 1988)

semelhante a definição de Nelson e Winter (1982) detrajetória natural do progresso técnico;

•Assim, a trajetória tecnológica é definida como a atividade doprogresso tecnológico ao longo de trade-offs econômicos etecnologias determinadas pelo paradigma (Dosi, 1982).

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Paradigma tecno-econômicoFreeman e Perez (1986)

• Sucessão de paradigma: mudanças tecnológicas envolvidas vãoalém de trajetórias de engenharia para produtos específicos ouprocessos tecnológicos que afetam as estruturas dos custos dosinsumos e as condições da produção ou distribuição.

• Um novo paradigma emerge começando a demonstrar suasvantagens comparativas em alguns poucos setores, mas ainda emum mundo dominado por um velho paradigma.

• Mudanças têm ampla consequência em todos setores da economiade modo que a sua difusão é acompanhada por grandes crisesestruturais de ajustamento, em que mudanças sociais einstitucionais são necessárias para promover uma melhorcombinação entre novas tecnologias e o sistema de administraçãosocial da economia.

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Paradigma tecno-econômicoFreeman e Perez (1986)

• Pérez (1998) usa como referencial para sua analise as ondaslongas de desenvolvimento (Kondratieff, Shumpeter,...);

• Crescimento econômico mundial vem experimentando ciclos de50 a 60 anos, com 20 a 30 de prosperidade, seguidos por 20 a 30de crescimento desigual, de recessões e depressões;

• Explicação: surgimento de revoluções tecnológicas sucessivas esua difícil assimilação;

• O que é importante observar é que os períodos de maior e maisespetacular crescimento deriva das revoluções tecnológicas, queprecedem as décadas historicamente descritas como auge eprosperidade total.

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Paradigma tecno-econômico

Duplo impacto das revoluções tecnológicas:• “El resultado de este crecimiento explosivo de los nuevosproductos, de sus insumos y de la nueva red de infraestructura quegeneralmente acompaña su despliegue es el surgimiento de polosde crecimiento en regiones y sectores distintos de lostradicionales, impulsando un proceso de cambio en la estructurade la economía y del empleo en cada país y en el mundo”.

• Tais acomodações são acompanhadas de fortes desajustes nospreços relativos;• Também se produz um realinhamento entre países, regiões eempresas movendo para cima aqueles que dominam as novastecnologias.

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Fonte: “Economia da informação, do conhecimento e do Aprendizado”, Lastres e Ferraz, 1999

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2. Desdobramentos da Visão EvolucionáriaA abordagem de Sistemas de Inovação

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A Abordagem Evolucionária

Teoria representa fusão de:

No que se refere à firma:Racionalidade limitada (Simon), Teorias comportamentais (Cyert andMarch) e visão baseada em competências (Penrose)

No que se refere à concorrência e dinâmica capitalista:Papel da inovação e os processos de inovação (InspiraçãoSchumpeteriana)Processo evolucionário (Nelson e Winter)

No que se refere ao ambiente e às relações entre agentes:Perspectiva Institucional Discussão do contexto evolucionário(Winter).

Fontes e processos através dos quais agentes adquirem competências e asempregam

Como se dá o processo inovativo

Implicações teóricas/analíticas de contextualização em um arcabouçoinstitucional

Desdobramentos dos elementos conceituais, que constituem as bases para aabordagem evolucionária:

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Construção de competências como processosistêmico

• A - Firma deve alocar recursos para aprender

• B- Aprendizado pode ser interno e externo

– Interno – caracterizado por diferentes níveis decustos e idiossincrasias;

– Externo – não pode substituir o interno, masaumenta sua velocidade e eficiência, muda suadireção e dimensões relevantes.

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Construção de competências como processosistêmico

Aprendizado interno• Ligado às principais funções da firma: P&D, design,

engenharia, produção, organização e marketing;– Learning-by-using - Ligado à adaptação da empresa às novas

tecnologias incorporadas em bens de capital, componentes, etc;altamente tácito

– Learning-by-doing - Ligado ao processo produtivo da firma.Gera um fluxo contínuo de mudanças e inovações incrementais emprocessos e produtos

– Learning-by-searching - Ligado a atividades que objetivam acriação de novo conhecimento. Gera a introdução de inovaçõesincrementais e radicais

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Construção de competências como processosistêmico

Aprendizado externo• Principais razões para seu aumento recente

– Custos crescentes no desenvolvimento de novas tecnologias– Multiplicidade do novo conhecimento– Natureza sistêmica e complexa dos novos produtos e

processos• Aprendizado interno é pré-condição necessária ao

aprendizado externo: empresas devem ter capacidadesuficiente para receber, elaborar e assimilar conhecimentoexterno

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Construção de competências como processosistêmico

Aprendizado externo• learning-by-imitating - reprodução de inovações introduzidas por

outras empresas (de maneira autônoma, não-cooperativa). Diferente deréplica: (i) licenciamento e transferência de tecnologia; (ii) engenhariareversa; (iii) mobilidade da mão de obra; (iv) troca de informação,formal e informal

• learning-by-interacting - gerado através da interação com usuários,fornecedores, concorrentes e outras organizações

• learning-by-cooperating - gerado através da colaboração comoutras empresas, organizações de CTI (universidades, etc)

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Modos de aprendizado

• Equívocos e visões restritas da inovação e dos sistemas deinovação podem estar relacionados à ênfase exclusiva emum modo de aprendizado, em detrimento do outro

• Modos (Lundvall 2007):– STI – Baseado na busca interna e interativa com base

em atividades estruturadas de ciência, tecnologia einovação (P&D interno e externo, licenciamento,interação com ICTs, etc.)

– DUI – Duing, using, interacting – se refere aosprocessos mais difusos e cotidianos de aprendizado eacumulação incremental de conhecimento

• Distinção útil para elucidar usuais miopias, porém menosútil em termos de referência analítica

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Construção de competências como processosistêmico

A Perspectiva meso• Processos inovativos são caracterizados por um

aprendizado interativo• Interatividade pavimenta o caminho para a visão sistêmica

da inovação.• ... a system of innovation is constituted by elements and

relationships which interact in the production, diffusion anduse of new and economically useful, knowledge ... anational system encompasses elements and relationships,either located within or rooted inside the borders of anational state. (Lundvall, 1992, p.2)

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A Abordagem Evolucionária

Teoria representa fusão de:

No que se refere à firma:Racionalidade limitada (Simon), Teorias comportamentais (Cyert andMarch) e visão baseada em competências (Penrose)

No que se refere à concorrência e dinâmica capitalista:Papel da inovação e os processos de inovação (InspiraçãoSchumpeteriana)Processo evolucionário (Nelson e Winter)

No que se refere ao ambiente e às relações entre agentes:Perspectiva Institucional Discussão do contexto evolucionário(Winter).

Fontes e processos através dos quais agentes adquirem competências e asempregam

Como se dá o processo inovativo

Implicações teóricas/analíticas de contextualização em um arcabouçoinstitucional

Desdobramentos dos elementos conceituais, que constituem as bases para aabordagem evolucionária:

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O processo inovativo

• A inovação não é um ato isolado

• A inovação é um processo coletivo/sistêmico

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Modelo do processo inovativo?

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Entendendo o processo inovativo• A visão Schumpeteriana incorpora inovações técnicas e

organizacionais e tem sido comumente aceita pela literatura.• Porém, o outro ponto básico da visão de Schumpeter – a

separação da inovação dos processos de invenção de difusão –tem sido objeto de maior discussão.

• Até o final dos anos 60, tal separação era aceita e concebia-se ainovação como um ato, e o processo inovativo era entendidocomo um processo linear. A inovação, ocorreria através deestágios sucessivos e independentes de pesquisa básica, pesquisaaplicada, desenvolvimento, produção, “marketing” e difusão

• Típicas deste período são definições de inovação como sendo:the first use of an invention or the embodiment of an invention inactual productive processes' (Green and Morphet 1977: 5), ou'the first commercial application or sale (of an invention)' (Enos1962: 308)

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Entendendo o processo inovativo

Esforços de levantamento e análise de evidênciasempíricas:

Busca de refinamento tanto da visão:para dentro da organização (abrindo a caixa preta)da relação da organização com o ambiente externo

Projeto SAPPHO - Rothwell (1972; 1977)Gibbons e Johnson (1974)Yale Innovation Survey (1984)TEP Project (1989 - 1992)Nelson (1993)

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Evidências empíricasO Projeto SAPPHO - Rothwell (1972; 1977)

• Concebido como uma tentativa sistêmica de descobrir as diferenças entreinovações bem sucedidas e inovações mal sucedidas

• Comparação de pares de inovações, identificando os diferentescondicionantes e estratégias

• Resultados – determinantes do sucesso– Nível hierárquico da pessoa responsável pela inovação– P&D interna– Necessidade de integrar P&D, produção, design e marketing– Inovações que falharam: falta de comunicação com os usuários

• Serviço pós-venda• Compreensão das necessidades dos utilizadores e adaptações

– Interação com fornecedores: tecnologia incorporada e co-inovadores– Interação com concorrentes: cooperação e competição– Ligações com C&T externa– Ciência Básica (em setores hi-tech)– Ambiente nacional

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Evidências empíricasA Yale Innovation Survey (1984)

Foco no entendimento das estratégias das grandes empresas norte-americanas para o desenvolvimento de novos produtos e processos

Fatores importantes para a inovação (Klevorick et al., 1995):Extrema importância da acumulação de capacitações internasImportância da engenharia reversaFluxos de conhecimento entre agentes da mesma cadeia de produçãoO papel da universidade e infraestrutura de C&T (limitado e altamentediferenciado por setores)Serviços especializados como facilitadores/parceirosRelações de cooperação dependem significativamente de políticas públicasdireta ou indiretamente voltadas para o desenvolvimento científico etecnológicoRecursos para projetos de inovação papel importante de fontes definanciamento

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Evidências empíricasFatos Estilizados

• O conhecimento está na base do processo inovativo; O aprendizadointerativo é o mecanismo dinâmico principal para a acumulação doconhecimento, inovação e crescimento das empresas

Processo de tentativa e erro, a adição cumulativa de pequenas egrandes modificações dos processos produtivos e desenho de produtos,com contínuas e numerosas interações e feedbacks

Processos de inovação que têm lugar no nível da firma são gerados esustentados por suas relações com outras empresas e organizações, ouseja, a inovação consiste em um fenômeno sistêmico e interativo

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As Distintas “Gerações” da Visão sobre o ProcessoInovativo

• Primeira GeraçãoTechnology Push: Processo simples de caráter linear e sequencial. Ênfaseem atividades de P&D. Mercado como receptáculo dos frutos da P&D

• Segunda GeraçãoDemand Pull: Processo simples de caráter linear e sequencial. Ênfase ematividades de marketing. Mercado como fonte de novas idéias quedirecionam P&D. Papel reativo de atividades de P&D

• Terceira GeraçãoModelo Interligado: Processo sequencial com mecanismos de feed-back.Combinação de estímulos (demand pull - technology push). Balanceamentode atividades de P&D e marketing. Ênfase na integração das interfaces entreP&D/marketing

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As Distintas “Gerações” da Visão sobre o ProcessoInovativo

• Quarta GeraçãoModelo Integrado: Desenvolvimento em paralelo utilizando equipesintegradas. Forte articulação com fornecedores. Interligação próxima comconsumidores mais importantes. Ênfase na integração entre atividades deP&D e produção e na adequação do design do produto aos seus usos.Colaboração horizontal (joint-ventures, etc.)

• Quinta GeraçãoIntegração de Sistemas e Modelo de Desenvolvimento em Rede(Systems Integration and Networking Model - SIN): sistemasespecialistas e de modelos de simulação em P&D; fortes articulaçõescom principais consumidores e integração estratégica comfornecedores primários (incluindo desenvolvimento conjunto deprodutos); articulações horizontais de diversos tipos; flexibilidadecorporativa, etc.

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Definições de inovação como processosistêmico

• ‘not a single well defined act but a series of acts closely linked to theinventive process. An innovation acquires economic significanceonly through an extensive process of redesign, modification and athousand small improvements’ (Rosenberg 1976: 75-6),

• ‘process of trial and error, the cumulative addition of small and largemodifications to production processes and product designs involvingfirms with links rather than free-standing, completely independentunits’ (Imai and Baba 1989: 3)

• ‘process characterised by continuous and numerous interactions andfeedbacks’ (OECD 1990: 11).

• “é o processo pelo qual as empresas dominam e implementam odesenvolvimento e a produção de bens e serviços, que sejam novospara elas, independentemente do fato de serem novos para seusconcorrentes – domésticos ou internacionais” (Ernst, Ganiatsos eMytelka, 1998, p. 12/13).

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Definições de inovação como processosistêmico

• Definir inovação dessa maneira não significa negar o papel da P&Dna geração de novos conhecimentos, mas permite uma perspectivamais ampla

• Sugere que deve se atentar mais detalhadamente para o que ocorreem PMEs e em setores normalmente classificados como tradicionais,os quais apresentam taxas de inovatividade significativa.

• Isto se aplica, particularmente à realidade dos países latino-americanos onde a norma, por parte das empresas, é a realização deP&D ocasional e informal e onde o tamanho médio das empresas émuito menor.

• As políticas voltadas para sistemas de inovação – que entendem ainovação surgem como consequência das relações entre empresas einstituições, particularmente através de contatos dentro de redes deatores locais e regionais – diferem radicalmente das políticasanteriores que eram baseadas na visão linear da inovação.

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51

Composition of innovation costs by industry, all firms pooled, mean

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

Food, beverages,tobacco

Textiles, clothing

Wood products

Pulp and paper

Chem

icals

Mineral products

Basic m

etals

Metal products

Machinery

Transport equipment

Electrical, electronic

etc

Other

R&D share

Non R&Dshare

Investmentshare

Figura 1. - Composição dos Gastos com Inovação por Setor -União Européia - 1998

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Composição dos Custos de Inovação (%) por Classe de TamanhoMédia das Empresas Européias - 1998

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Existem Setores de Alta Tecnologia?

• Setores ou Sistemas?

• Hi-Tech ou Low-Tech?

• Empresas de Base Tecnológica versus Empresas emSetores Tradicionais?

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Quadro - Atividades, áreas tecnológicas/de conhecimento –Exemplo da Indústria Alimentícia

Atividade Área tecnológica/do conhecimento

Seleção e preparação damatéria prima

Tecnologias de filtragem, centrifugação, lavagem; cozimento (tratamentotérmico), sensoriamento, biologia molecular e microbiologia; química ebioquímica

Processamento Engenharia; IT e informática; logística; aquecimento e refrigeração,sensoriamento; biologia molecular e microbiologia; química e bioquímica,bacteriologia, química analítica

Preservação earmazenamento

Tecnologias de resfriamento; tec. de vácuo; empacotamento hermético;esterilização; pasteurização e homogeneização; preservação biológica(fermentação); biotecnologia, bacteriologia e microbiologia, química analítica

Empacotamento/embalagem Tecnologias de tratamento de dejetos; tecnologia de materiais; engenharia,informática, design, marketing e preferências do consumidor; tec. de vácuo;empacotamento hermético; microbiologia e bacteriologia; bioquímica e químicaanalítica

Higiene e segurança Microbiologia, bacteriologia, bioquímica, química analítica

Qualidade e nutrição Química, microbiologia, aditivos, textura, análise e avaliação de sensores

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Quadro - Atividades, áreas tecnológicas/de conhecimento –Exemplo da Indústria Alimentícia

Atividade Área tecnológica/do conhecimento

Controle de Qualidade Tecnologias de mensuração e teste; sensoriamento;microbiologia e bacteriologia, bioquímica e análisequímica

Transporte e distribuição Logística, IT e informática; tecnologia de transportes,tecnologias de resfriamento, microbiologia ebacteriologia; bioquímica e química analítica

Comercialização, marketing e vendas Sociologia, economia, IT e informática.

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A Abordagem Evolucionária

Teoria representa fusão de:

No que se refere à firma:Racionalidade limitada (Simon), Teorias comportamentais (Cyert andMarch) e visão baseada em competências (Penrose)

No que se refere à concorrência e dinâmica capitalista:Papel da inovação e os processos de inovação (InspiraçãoSchumpeteriana)Processo evolucionário (Nelson e Winter)

No que se refere ao ambiente e às relações entre agentes:Perspectiva Institucional Discussão do contexto evolucionário(Winter).

Fontes e processos através dos quais agentes adquirem competências e asempregam

Como se dá o processo inovativo

Implicações teóricas/analíticas de contextualização em um arcabouçoinstitucional

Desdobramentos dos elementos conceituais, que constituem as bases para aabordagem evolucionária:

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Evidências empíricasEstudos comparativos entre paises

• “Paises com uma grande e crescente população podem oferecer um mercadoprotegido para uma ampla variedade de atividades manufatureiras [...] paises debaixo nível de renda tendem a diferenciar-se de países de alto nível de renda [...] eestas diferenças condicionam profundamente a natureza das innovações que sãorelevantes” (Nelson, 1993, p. 507)

• “Um importante fator que parece diferenciar os países nos quais as empresas sãoefetivamente inovativas daqueles nos quais elas não o são é o pacote de políticasfiscal, menotária e de comércio exterior” (Nelson, 1993, p. 511)

• “Não se pode ler os estudos do Japão, Alemanha, França, Coréia, [...] sem ficarcom uma forte impressão de que a nacionalidade (nationhood) importa e tem umainfluência pervasiva. [...] um caráter nacional distinto permeia as firmas, o sistemaeducacional, as leis, a política e o governo, todos os quais foram formados por umprocesso histórico cultural compartilhado” (Nelson, 1993, p. 518)

• “até mesmo as inovações radicais [..] dependem de um comportamentoinstitucionalizado. […] O aprendizado também é influenciado por fatoresinstitucionais […] podemos conceber uma infraestrutura institucional tendo umefeito indireto, porém forte, sobre as decisões, o aprendizado e o esquecimento emuma economia” (Johnson, 1992, p. 34)

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Sistema Nacional de Inovação

• Noção envolve não apenas empresas, mas também, instituições deensino e pesquisa, de financiamento, governo, etc.

• Além disso - e baseando-se na consideração que uma diversidadesignificativa existe entre os países e instituições na forma, nível epadrão dos investimentos em aprendizado - focalizam-separticularmente as ligações entre instituições e suas estruturas deincentivos e capacitações.

• A história é uma fonte importante da diversidade dos sistemasnacionais de inovação.

• Nesta ótica, o desenvolvimento institucional e as diferentes trajetóriastecnológicas nacionais contribuem para a criação de sistemas deinovação com características muito diversas.

• Uma implicação dessa idéia é que a ênfase na diversidade e no caráterlocalizado dos processos de aprendizado - e, portanto, na dimensãolocal da inovação - possibilita a conceitualização de “sistemasregionais ou locais de inovação”

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O Sistema (Nacional, Local, Regional) de Inovação:as visões restrita e ampla

Subsistema:Contexto Geo-Político, Social,Político, Econômico, Cultural e

Local

Subsistema:Criação de

Capacitações, Pesquisae Serviços Tecnológicos

Subsistema:Produção e Inovação

Tecnológicos

Restrita

Demanda(segmentada)

Subsistema:Políticas, Promoção,

Representação e Financiamento

Ampla

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Definindo Sistemas de Inovação

“todas as partes e aspectos da estrutura econômica e doarcabouço institucional, que afetam os processos deaprendizagem, bem como a busca e exploração de inovações”(Lundvall, 1992, p.12)

Ênfases distintas:• Freeman (1982, 1987): processos de inovação e difusão

historicamente determinados e ancorados em instituiçõesparticulares;

• Lundvall (1985, 1992): sistema definido a partir de relações einterações entre agentes definidas no plano micro e/ou“meso”econômico

• Nelson (1993): possibilidade de caracterização de políticas eestratégias nacionais de capacitação produtiva e tecnológica;

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SI é um referencial teórico?

• “In this sense it does what theory is expected to do: it helps toorganize and focus the analysis, it helps to foresee what isgoing to happen, it helps to explain what has happened and ithelps to give basis for rational action”

• “more realistic and fertile approach for social science than theaim to develop general theory is to combine attempts to buildgeneral, valid and reliable knowledge about causalities withthe insight that social science, by definition, always willremain historical.”

• “To develop a ‘general theory’ of innovation systems thatabstracts from time and space would therefore undermine theutility of the concept both as an analytical tool and as a policytool” (Lundvall, 2007, p. 18)

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Link SI e Desenvolvimento• List (1841) - Sistema Nacional de Produção

– Capital mental– Perspectiva de longo prazo e instituições que favoreçam o

direcionamento do capital mental e material para odesenvolvimento industrial

• Prebisch, Singer, Myrdal, Furtado: deterioração de termosde troca e subdesenvolvimento mudança estrutural(incorporação e domínio de avanços tecnológicos)

• Triângulo de Sabato: governo, indústria e academia(Sabato and Botana 1968)

• Paradoxo da inovação (Lundvall, 2007)– Foco exclusivo em modo STI– Fraca correlação entre “força” da base científica e

performance econômica

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Link SI e Desenvolvimento

• Ex-ante vs. Ex-post concept + creating institutions + systembuilding catch-up? (Arocena e Sutz, 2002; Lundvall 2007)

• Campos e aberto:– Desenvolvimento sustentável– Inovação focada em desafios e demandas sociais– Capacidade de aprender como constituinte das liberdades

fundamentais de Amartya Sem– Brecha de aprendizado

• Bases sociais e espaços de aprendizado• Capital social: “In rich societies it should be possible to afford

culture, ethics and knowledge for its own sake, not onlyknowledge that promotes innovation and economic growth.”(Lundavall 2007, p. 41)?

• Commodificação de conhecimento acadêmico

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SNI em países em desenvolvimento

• Existência de ambientes macroeconômico, político,institucional e financeiro marcados por instabilidade evulnerabilidade

• Problemas como alta inflação, dívida externa e altas taxasde juros constituem-se em constrangimentos para odesenvolvimento inovativo e produtivo nestes países

• Grandes disparidades de distribuição de renda e padrõesde consumo e maior diversidade de instituições

• Influência do ambiente macroeconômico sobre asestratégias microeconômicas pouco discutida pelaliteratura de SNI (baixa turbulência macro e maiorhomogeneidade nas instituições dos países avançados)

(Cassiolato e Lastres, 1999)

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Aplicação do referencial de Sistemas deInovação

Recortes / Dimensões Relevantes:

• Territorial– Nacional– Regional / Local

• Setorial

• Tecnológico

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Dimensão nacional - Sistemas Nacionais deInovação

• Presume existência de Estados Nacionais• Dimensão cultural (valores, códigos e ritos; língua; etc.)

– Pano de fundo para processos interativos de aprendizagem• O papel do Estado

– Políticas públicas que influenciam a inovação e a atividadeeconômica

– Organizações públicas

• Arcabouço institucional específico (leis, normas e padrões)• Estrutura produtiva e padrões tecnológicos;• Sistema financeiro;• Fatores conjunturais.

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Dimensão nacional - Sistemas Nacionais deInovação

Limites do recorte nacional

Grau de coesão/homogeneidade dosistema:

• Heterogeneidade do território;

• heterogeneidade estrutural da baseprodutiva;

• heterogeneidade da infra-estruturacientífico tecnológica

• especificidades culturais;

Sub-sistemas comtrajetórias e graus dedinamismo bastantedistintos

SI Regionais /LocaisSI SetoriaisSI Tecnológicos

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Outras Dimensão – uma introdução

Sistemas Setoriais de Inovação (Breschi e Malerba, 1997)Conjunto de cadeias produtivas estruturadas conformamsistemas de inovação particularesPossibilidade de políticas de fomento direcionadas parasetores específicos

Dimensão tecnológica - Sistemas TecnológicosCaracterísticas específicas de um conjunto (sistema) detecnologias (Carlson, 1995)Regimes tecnológicos (Malerba e Orsenigo, 1997)

Condicionantes distintos da evolução de um conjunto detecnologias

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Outras Dimensão – uma introdução

Sistemas Regionais e Locais de Inovação• Economias de aglomeração pecuniárias• Difusão local do conhecimento tácito e “transbordamentos”

de conhecimento• Colaboração entre organizações dentro da região

(networking)• Arcabouços institucionais• Interação pessoal e elementos culturais construção e

fortalecimento de confiança

Diversas contribuições: Distritos Industriais, Clusters, milleuinovativos, sistemas de inovação, APLsSão sinônimos/intercambiáveis?