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    Semana 6 – Febrero, 26: Estudio de textos medievales:“Notícia do Torto” in Ivo Castro, IHP , (130-146)

    El portugués médio. (6 págs.) 

    Notícia do Torto – Tradução de Ivo Castro em Introdução à is tór ia do Português e deCorreia de Oliveira e Saavedra Machado, Textos Portugueses Medievais  

    De notícia do torto (= dano, prejuízo) que fizeram (= fecer' ) a Lourenço Fernandes pelo pacto (oucontrato – plazo) que fez Gonçalo Ramires entre seus filhos e Lourenço Fernandes pelo qual podeis(= podedes) saber: teve (ou havia de haver – oue auer) de herança e de bens (erdade e d auer), tantocomo (cada) um dos seus filhos de quanto pudessem ter por bens (= de bona) de seu pai e foram-lhefiadores (  fiou-lhes, confiou-lhes, entregou-lhes  – fio-li-os) seu pai e sua mãe. E depois fizeram contrato (=plazo) novo e convém saber qual: nele estão (= seem) tais disposições (= firmamentos). RamiroGonçalves e Gonçalo Gonçalves, Elvira Gonçalves foram fiadores de sua irmã para que outorgasseaquele pacto como eles. Sobre este pacto fizeram seu preito (acordo, contrato = plecto).

    Notícia do Torto – Anotações de Ivo Castro

    Um inventário exaustivo de grafias revela a existência de cinco ditongos, todos decrescentes: [ew][ow] [ej] [oj] [uj].

    -  O ditongo [ew] tem sempre a grafia -  O ditongo [ow] tem quatro grafias: (Lour%zo), (custov), (octra, mãdoc),

    (fio, otra, troser' )- 

    O ditongo [ej] é representado por quatro grafias: (beiso), (plecto, rec), (Figeerecdo), (lexare)

    -  O ditongo [oj] tem três grafias: , (pois), (pos), (fui)-  O ditongo [uj] tem duas grafias: (muita), (fructu)

     A forma depos pode ser interpretada de duas formas: ou como correspondendo a uma pronúncia não-ditongada [p$s ], etimologicamente justificada (

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    O escriba mostra ainda mais dificuldades em representar a africada [t *  ]. Produto exclusivamentegalego-português representante de PL, CL, FL, não dispunha esta africada palatal surda de qualquergrafia latina ou tradicional e o escriba não conhecia as soluções que, na mesma época, eram ensaiadaspelos copistas do Testamento de Afonso II (CH e CI). Por isso, limitou-se a tomar emprestadas asgrafias que conhecia para a africada sonora correspondente [d+ ], ou seja e .

    agudas, getar'  iuizo, aiuda, ueriar (horto, pomar)

    Consonantismo:

    O Português Antigo possuía quatro consoantes africadas que desapareceram pouco depois, comexcepção de uma, a africada palatal surda [t * ]  que permaneceu na língua da capital até ao séculoXVIII e ainda hoje tem expressiva existência no Nordeste continental, pela sua grafia dafricativa palatal correspondente [  *  ], grafada . Possuía também duas fricativas ápico-alveolares,grafadas ou , que sobrevivem nos dialectos da mesma região, mas desapareceram no sul dopaís pelo século XVI; em compensação, não havia ainda as duas fricativas predorsi-dentais queresultariam da simplificação das africadas correspondentes, a que pertenciam as grafias , ,. A vibrante múltipla [R] tinha uma articulação ápico-alveolar que durou muito tempo na língua,mas hoje se encontra no grupo etário mais elevado da pronúncia padrão.

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    O sistema medieval assemelha-se muito ao brasileiro, conservando os cinco timbres básicos [i], [e],[a], [o], [u]. O português europeu moderno contraste em não possuir as três vogais [a] aberto, [e] e [o]fechados, e em possuir a mesma vogal fechadas [ " ], que figura no sistema tónico, e ainda uma vogalmuito elevada [ ! ] e que por razões de prosódia é omitido frequentemente: [  * piritu ] em vez de

    [ ! * piritu ] ou [pdidu] em vez de [p!didu]. Esta vogal é o resultado europeu da elevação e centralizaçãodo desaparecido [e], enquanto [u] ocupa hoje a distribuição que tinha na Idade Média, acrescida daque pertencia ao desaparecido [o].

    -   Vogais Átonas (finais):

    No português antigo o sistema das vogais átonas era idêntico, quer em posição final, quer emposição não final – sempre [i], [e], [a], [o], [u] – verifica-se que em português moderno apenas três vogais podem encerrar vocábulo – [ ! ], [ " ], [u], com exclusão de [i].

    -   Vogais Nasais (não finais):

    Se as vogais nasais são as mesmas das do português moderno – "               !, %,  & , õ, '  –  a sua distribuição édiferente. As vogais [õ] e [  &  ] podiam ocorrer em hiato, o que hoje é impossível: bõa, l & o, v  & o. Alémdisso, devia haver muito mais vogais nasais antes de consoante nasal (dõna).

    -   Vogais Nasais (finais):

    Os actuais [ã] e [õ] ainda não eram finais, pois encontravam-se em hiato (lã-a, bõ-o); emcompensação, eram finais em palavras de que hoje estão ausentes (pã, cã, leõ, coraçõ, fezerõ), porterem sido substituídos pelo ditongo [ "               ! w]. Também o [ % ] final do português antigo desapareceu,sendo substituído pelo ditongo [ % j ] (ou [ "               !j] na pronúncia padrão).

    Os seguintes textos são extraídos de: Amini Boainain Hauy, História da Língua Portuguesa  – I - SéculoXII, XIII e XIV.

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    1. Português Médio (do século XIV ao século XV)

    O português médio tem sido encarado como um período, que não excede a primeira metade doséculo XV, que faz a transição entre o português antigo e o clássico, uma longa transição da línguamedieval durante a qual coexistem as formas e os tratamentos próprios da etapa anterior com formase tratamentos que já anunciam o português do período clássico.Este período corresponde à época em que os filhos de D. João I já eram adultos, tinham umainfluência decisiva em vários aspectos da vida do país e, sendo vários deles homens de letras,ajudaram a criar uma nova língua literária, libertada do tecto galego-português e emancipada da antigalíngua dos Cancioneiros.

    Com o advento da dinastia de Avis, que afastou do poder a antiga nobreza de base setentrional,Lisboa (ou melhor: o eixo Coimbra-Lisboa-Évora) ganha verdadeiramente estatuto de capital danação. Em Lisboa está o Rei, a Corte, o poder e o comércio; para Lisboa convergem as populações,os interesses; de Lisboa sairá o movimento expansionista dos Descobrimentos.

    Norte e Sul opunham-se, em consequência das estratégias da Reconquista e do Repovoamento: um

    Centro-Sul moçárabe, reconquistado e colonizado, de população rarefeita, demarcava-se de umNorte-Noroeste estável e densamente povoado, românico, de organização antiga.

     A língua dos reconquistadores, com formas típicas do norte, impôs-se a sul do Tejo mas acolonização de uma região cuja configuração geográfica, menos montanhosa que a norte, tornavafáceis as comunicações, estabeleceu entre populações de origens e falares variados uma íntimaconvivência que conduziu a um nivelamento dialectal que se pode aproximar dos fenómenos dekoinê (primeiro dialecto supra-regional do grego antigo).

    2. Mudanças linguísticas :

    O fenómeno balizador é – para Bechara – a síncope do D intervocálico na desinência da 2ª pessoaplural dos verbos ( estades  > esta -es , vendedes  > vende -es  ) seguida da resolução do encontro vocálico assimcriado, geralmente por meio de uma ditongação ( estais , vendeis  ), embora uma outra solução ( vendês  ),resultante da crase das duas vogais, tenha sido experimentada durante algum tempo e pareça subsistira nível dialectal.Esta síncope não é um fenómeno geral, mas condicionado morfologicamente, pois não ocorre emoutros contextos (como, por exemplo, substantivos como vontade   ou os particípios passadosterminados em ado, ido, udo ).

    Havia um T intervocálico na terminação da segunda pessoa do plural de todos os tempos do latimclássico na voz activa, salvo no pretérito perfeito. Esse T se tornou e permaneceu D por vários

    séculos no português arcaico ( amabatis 

     >amavades 

     ). No futuro do conjuntivo e no infinitivo pessoal,deixou de ser intervocálico, pela queda da vogal postónica da penúltima sílaba, e continuasobrevivendo (  feceritis  > fizerdes  ). Nos outros oito tempos, caiu ( amavedes  > amáveis  ).

    Uma manifestação muito interessante desta substituição das formas plenas pelas formas sincopadasfoi descortinada por Leite de Vasconcelos no Leal Conselheiro, composto, como se sabe, entre 1428 e1438: D. Duarte usa geralmente as formas sincopadas (  filhay , dizee ,  fazees , queiraes  ), excepto quandotranscreve com escrúpulos de fidelidade textos mais antigos, onde mantém verbos como  fazede ,convertede , arredade .

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     ANU - ã-u - ão ADUNT - ã-u - ão

    2.3. Sibilantes :

    Em todo o país, no século XV, prevalecia o sistema de quatro sibilantes (duas predorso-dentais,representadas na escrita por , e , e duas ápico-alveolares, representadas por e que ainda hoje encontramos nos dialectos do Nordeste.

    2.4. Género:

    O desaparecimento do género neutro latino no romance implicou a absorção das formas terminadasem –o (ou –u  ) no género masculino e das formas terminadas em –a  no feminino. Mas os substantivosque terminavam em outra vogal ou em consoante, ou tinham mais de um género em latim,originaram oscilação na escolha do género. Essa hesitação reflecte-se não só na diferente escolha degénero em romances diversos ( leite  ), mas também dentro de cada romance. Nomes como  fim , mar , planeta , aleijão, eram femininos no português arcaico; linhagem  era masculino. Os quatro primeiros sãoagora masculinos e o último feminino.

    Dos biformes, alguns vieram a tornar-se uniformes (  firme  

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    Detecta-se algum contraste entre a atitude dos renascentistas do século XV, preocupados emexplorar as possibilidades de adaptação da língua portuguesa a novas realidades conceptuais eexpressivas, e a dos autores do século XVI, que não hesitavam em importar latinismos intactos.

    2.6. Conclusão:

    O número de formas verbais contendo – d - na 2ª pessoa plural passou a ser inferior ao das formascom essa consoante intervocálica sincopada, e nunca mais parou de diminuirOs particípios passados terminados em – udo, típicos do português antigo, coabitam durante asegunda metade do século XIV com particípios terminados em ido, que são em número muitoinferior (temudo / temido). No século XV, estas formas em ido, começam a aumentar de número,enquanto as formas em udo se tornam cada vez mais raras; as formas em ido passam de minoritárias amaioritárias no segundo quartel do século XV, ou seja, em simultâneo com o predomínio da síncopede d .

    É a elaboração do português do século XV que permitirá a sua gramaticalização a partir do séculoseguinte. Assim, o português médio, mais do que ‘período de transição’, pode definir-se como um

    ‘período de transição’, pode definir-se como um ‘período crítico’, crucial na história da línguaportuguesa.

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    Os seguintes textos são extraídos de: Dulce de Faria Paiva, História da Língua Portuguesa – II – SéculoXV e meados dos século XVI.

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     J. J. Nunes “Textos Antigos Portugueses” in Revista Lusitana. 1918, nº 21, dirigida por J. Leite de Vasconcelos. Lisboa: Livraria Clássica Editora

    Regra de S. Bento: é um texto normativo que rege a vida nas comunidades monásticas tanto daordem de São Bento, como de Cister. Foi escrita pelo fundador no monaquismo ocidental, SãoBento de Núrsia (480-543), e teve numerosas cópias durante a Idade Média, algumas das quaischegaram a Portugal. (Ivo Castro)O seguinte excerto é o da edição de meados do século XV (BN, Alc. 44) publicada na RevistaLusitana.Em seguida apresentam-se as variantes da BN, Alc. 14, do século XIII-XIV (representante do‘português antigo’), da BN, Alc. 231 (1414-1427, representante do português médio) e da IAN/TT(1565, representante do português clássico) assim como os comentários de Ivo Castro às três versões.

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    Português Antigo

    Do seenço

    Façamos o que diz o propheta: (1) Dixi: guardarey as mhas carreyras, que (3) nõ peque na (2) mha ligua; (1)  pugi  a mha boca guarda; amudici e sõo homildado e caley-me das bõas cousas. Aquidemostra o propheta: se das bõas falas aas uezes espões o ce%ço deue calar, quãto mays das (4)  paravras maas espões a p%a do pecado deue cessar? Ergo, pero que das bõas cousas e santas e doseyuigam%tos das falas, ous dicipulos perffeytos, espões a grauidade do ce%ço, rara lec%ça seiaoutorgada de falar, (5) ca escrito he: In muyta fala nõ seerá fugido o pecado. De mays: A morte e vida nas mãos da lingua. A certas falar e  & sinar cõu% ao maestre, calar e oouir conu% ao dicipolo. E(7)  por$, se alg 'as cousas son a demãdar do priol, c'  toda homildade e sugeyçõ de reuer%ça seiãdemãdadas. 

    Português Médio

    Do silencio

    Façamos aquello que diz o propheta: (1) Disse: eu guardarei as (2) minhas carreyras que (3) nõ peque na minha lingua; (1)  puse guarda aa minha boca, fize-me mudo e humildey-me e caley-me defalar as boas cousas. En estas (4)  palauras nos demostra o propheta que, se alg 'as uezes por amor eguarda do silençio nõ deuemos de falar n% dizer as boas cousas, quanto mays deuemos de cessar ecalar-nos das maas palauras porla pena do peccado? E por esto aos discipulos perfeytos por grauezae peso, por guarda do calar poucas uezes lhes seja outorgada lecença de falar, ajnda que queyram falarde boas cousas e santas e de edificaçõ, (5)  por que scripto he: En no myto falar nõ poderás fugir n% scapar de peccado. E en outro logar diz a escriptura: A morte e a uida (6) sta nas mãaos da lingua,conu% a ssaber, no calar e falar das maas cousas e das boas. Caa ao meestre soo conuen e perteecefalar e ensinar e ao discipulo ouuir e calar. E (7)  por$de, se o discipulo quiser demandar e preguntaralg 'as cousas, pregunte-as e demande-as ao prior cõ toda humildade e sugeyçõ de reuerença.

    Português Clássico

    Do silencyo

    Façamos aquillo que diz o propheta. (1) Dysse. Eu guardarei as (2) minhas careiras, que (3) não peque na minha lingoa. (1) Pus guarda aa minha boca. Fizme mudo e humildeime, e caleime de falaras boõas cousas. Em estas (4)  pallavras nos demostra o propheta. Que se alg 'as vezes por amor eguarda do silençio. Não devemos de falar n% dizer as boõas cousas quãto mais devemos de çessar ecalarnos, das máas pallavras polla penna do peccado? E por ysto aos disçipolos perfeitos. Por gravezae peso e por guarda do calar. Poucas vezes lhes seja outorgada licença de falar, ainda que queirã falarde boõas cousas e sanctas e de e[di]ficação. (5) Por que  scripto he. Que em o muyto falar. Nãopoderas fugir n% escapar de peccado. E em outro luguar diz a escriptura. A morte e a vida. (6) Estáá nas maãos da linguoa. Ss. No calar e falar. Das máas cousas e das boõas. Por que ao mestre soo cõv % e pertençe falar, e ensinar. E ao disçipolo. Ouvyr e calar. E (7)  por$ se o disçipolo quiser demãdar epreguntar alg 'as cousas, pregunteas e demandeas ao prior. Com toda humildade e sugeyção derrever%çia.

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    (1) Dixi / Disse / Dysse e Pugi / Puse / Pus

    É a partir do século XV que as flexões verbais se regularizam e ganham a forma moderna.O grafema que correspondia em latim ao som [ks] que evoluiu para a sibilitante apical surda [ 3 ] – dixit > disse, como para a palatal [  *  ] grafada , convivendo as formas disse  e dixi  até ao século

    XVI.Pugi : parece ser uma forma irregular, explicável por analogia. A evolução normal foi POSUI > posi >puse > pus. 

    (2) Mha / minha: mea > m#a > mea > mia. A evolução deste possessivo tomou no portuguêsantigo duas direcções divergentes, condicionadas pela posição ocupada. Em próclise, mia passou dedissílabo a monossílabo com semivocalização da vogal palatal [i > j], que depois sofre síncope: mia >mja > ma. Esta forma extinguiu-se no século XV. Em outras posições, o [i] de mia tornou-se tónicoe nasalou por assimilação progressiva, como aconteceu com mãe  e com muito; em seguida, o hiato foiresolvido por epêntese da consoante nasal palatal [  ( ]: mi-a > m & -a > mi (a. Assim se obteve a formamoderna do possessivo. Segundo Houaiss a forma minha surge no século XIV. 

    (3) Nõ / não

    É de finais do século XV que se uniformiza por completo no ditongo ão as formas terminadas nas vogais nasais ã  e õ  ou no hiato ã -o.

    (4) Paravras / Palavras

    Segundo Ramón Lorenzo, o latim PARABOLA teve duas evoluções em galego e português:PARAVOA > PARABLA > PARAVLA > PALAVRA. A etapa PARAVLA teve uma variantePARAVRA devido à fáci permuta de articulação das líquidas L / R.

    (5) Ca / por que

    No português antigo há dois ca : o causal (= QUIA > qua > ca – porque) e o comparativo (QUAM <qua < ca – do que). A conjunção causal porque , formada a partir de por  + que substituiu ca .

    (6) Sta / Estáá

     A forma está  exibe o protético E que foi adquirido pelos vocábulos portugueses cujos étimos latinoseram iniciados por S + consoante como scriptu (escrito), studiu (estudo), sperare (esperar). Aduplicação de A é a indicação de que a vogal é tónica e aberta.

    (7) Por$ / Por$de 

     Trata-se da conjunção consecutiva, do latim PRO INDE, que significava ‘por isso, por esse motivo’ . A forma plena  porende era substituída, em substituição de próclise, pela forma apocopada  poren . Ambas são contemporâneas e perduraram em toda a Idade Média. Modernamente, existe apenas porém com conjunção adversativa, ‘contudo, todavia’, tendo adquirido esse valor no século XIII.