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    História da Língua Portuguesa

    Índice Semana 1Semana 2Semana 3Semana 4Semana 5Semana 6Semana 7Semana 8Semana 9Semana 10Semana 11Semana 12Semana 13Semana 14

    Semana 15 

    Introdução Geral. Geografia da língua; línguas românicas; dialectos do PEConceitos gerais: fonética. Dialectos do PE e dialectos insularesLínguas românicas: do latim clássico ao século VIIFormação do galego-português: português antigoExercícios de transcrição fonética e estudo de texto medieval 1Estudo de texto medieval 2 e Português médioEstudo de texto de português médio e português clássico e modernoEstudo de texto português clássico e exame parcial 1Primeiras gramáticas portuguesas. Fenómenos mais recentesExpansão da língua portuguesa

     Variedade dialectal do português no BrasilExercícios de transcrição fonéticaCrioulos de base portuguesaExercícios práticos

    Exame parcial 2 

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     As páginas deste documento são uma adaptação (apenas com finalidade pedagógica) dasseguintes obras:

     TEYSSIER, Paul. 1993. História da Língua Portuguesa. [tradução de Celso Cunha]. 5ª ediçãoportuguesa. Lisboa: Livraria Sá da Costa.CASTRO, Ivo. 2005. Introdução à História do Português. Lisboa: Colibri. FARIA, Isabel Hub et al. (Orgs.). 1996. Introdução à Linguística Geral e Portuguesa. Lisboa:Caminho. MATEUS, M. H. M. et al. 2003. Gramática da Língua Portuguesa. 5ª ed. Lisboa: Caminho.

     ANDRÉS DÍAZ, Ramón. 2013. Gramática Comparada de las Lenguas Ibéricas. Gijón: Ediciones Trea.

    RIBEIRO, Gulherme. Apontamentos sobre a História da Evolução da Língua.HAUY, Amini Boainain. 1994. História da Língua Portuguesa, 1 – Séculos XII, XIII e XIV. SãoPaulo: Editora Ática.NUNES, José J. 1918. Textos Antigos Portugueses in Revista Lusitana. nº 21. dirigida por J. Leite de Vasconcelos. Lisboa: Livraria Clássica Editorahttp://esjmlima.prof2000.pt/hist_evol_lingua/R_GRU-N.HTML 

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    1. Introdução Geral

    O estudo da história da língua portuguesa reflecte a evolução dos estudos linguísticos desde o séculodezoito até ao século XX e XXI, combinando diversas das áreas de estudo da linguística (a fonologia  –que estuda os sons como abstracções pertencentes ao sistema de uma dada língua humana; a fonética  –que estuda os sons concretos, na sua componente articulatória, acústica e perceptiva – a morfologia  –que tem como objecto a palavra e os seus constituintes – a sintaxe  – que estuda a combinação depalavras em em frases e os sintagmas que as constituem).

     A forma particular, contextual, em que os sons são produzidos, articulados e recebidos, é o que umdos mais importantes linguistas, Ferdinand de Saussure, designou por  fala (em francês,  parole  ). Aforma abstracta, que reconhecemos por trás de cada uma das diferentes formas de dizer uma palavra,é estudada pela fonologia. A essa forma abstracta de cada som chamamos um fonema. As línguasorais como o português, espanhol, francês, são compostas por um conjunto finito de fonemas (aosquais alguns chamaremos vocálicos, outros consonânticos, e outros semi-vocálicos). Este conjuntofinito de fonemas compõe um sistema abstracto que Saussure designou como língua .É no contexto da combinação de fonemas (sons abstractos) em palavras que percebemos que a adiferença entre o fonema A e o fonema O permitem diferenciar as palavras FACA e FOCA. Omesmo se pode dizer quanto às palavras PATO e RATO. A única diferença ao nível do seu aspectosonoro (fonológico) entre as duas palavras está nos fonemas P / R. Observe-se como a substituição

    de um fonema por um outro (P por R) permite, nestes dois casos, mudar simultaneamente osignificado. Assim, no contexto de uma língua, os sons que permitem combinar-se em palavras, sãoentidades abstractas, que permitem distinguir significados, designadas por fonemas.Para além deste estudo da língua em que se estudam fonemas em relação e diferenciação uns com osoutros, num sistema de relações num momento histórico e estado específico da língua – a estaperspectiva se designa como perspectiva sincrónica  – também se estuda a língua do ponto de vista dasua transformação através de diferentes estados da língua, através da sua história – esta é aperspectiva diacrónica .Para além do estudo da língua portuguesa através da sua história (na sua diacronia  ), e do estudo decada um dos estados históricos da língua enquanto sistema (na sua sincronia  ), também se pode estar a variação e mudança da língua do ponto de vista geográfico (a que se dedica a dialectologia  ).

    1.1. História da Língua e Mudança Linguística

    Os fenómenos de mudança e variação numa língua manifestam-se em quatro dimensões:a)   variação social (ou diastrática  );b)   variação geográfica (ou diatópica  );c)   variação cronológica (ou diacrónica  );d)   variação de contexto comunicativo (ou diafásica  ).

    Semana 1 – Enero, 22: Presentación general del curso y de suscriterios de evaluación; introducción general; nociones generales degeografía: familias linguísticas; geografía lingüística: lenguasrománicas. (4 págs.) 

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     A variação social do uso da língua que desencadeia o surgimento de sociolectos e de gíriasprofissionais é estudada pela sociolinguística, à variação geográfica dedica-se a dialectologia, e a variação cronológica é o campo de estudo da linguística histórica.

    1.2. Unidade da Língua Portuguesa

     A língua portuguesa nasceu num pequeno território do canto noroeste da Península Ibérica, a Galécia   Magna   – que inclui a Galiza actual, parte do norte de Portugal e o ocidente das Astúrias, numterritório que vai continuamente desde a Corunha, no extremo setentrional da Galiza, até à ria de Aveiro e ao vale do rio Vouga.

    Monolinguismo quase absoluto em território português com a excepção do mirandês que é umalíngua oficial regional.

    Recorrendo aos conceitos coserianos de sistema   e de norma   podemos dizer que todas as normas(sociais, regionais e individuais) do português partilham as seguintes características:

    a) 

    a síncope das consoantes N e L  quando estão em posição intervocálica;b)  a não transformação em ditongo crescente das vogais tónicas E e A  em terra e cova ao

    contrário do que acontece em castelhano;c)  a manutenção do F inicial latino ao contrário do que sucede em castelhano.

    1.3. Diversidade da Língua Portuguesa

    Em 1983, Lindley Cintra identificava a existência de três normas nacionais dentro do sistemalinguístico unitário do português:

    1)  a norma do português europeu, igualmente adoptada pelos cinco países africanos;2)  a norma do português brasileiro;

    3) 

    a norma galega.

    Ivo Castro propõe uma revisão desta proposta, considerando a existência de:1)  duas variantes nacionais plenamente desenvolvidas: variante portuguesa e brasileira;2)  duas variantes em formação: variante moçambicana e angolana.

    O galego, não tendo vingado a proposta reintegracionista, é considerado como uma língua românicaautónoma.

    Para além das variantes desenvolvidas em Portugal e Brasil e das variantes em formação emMoçambique e Angola, há no espaço dos países que têm o português como língua oficial, outros

    aspectos a considerar:1) 

    a existência do mirandês, como língua oficial regional de Miranda do Douro, em Portugal;2)  a existência de línguas das nações índias no Brasil;3)  a existência de línguas indígenas em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau;4)  a existência do crioulo em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

    1.4. Famílias linguísticas: Indo-Europeu, Latim, Línguas Românicas, Línguas Ibéricas e Português

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    Desde o século XVI que se observavam as semelhanças entre traços das línguas europeias, antigas emodernas, e o Sânscrito, língua da Antiguidade indiana. A partir dessa época foram sendo reunidosdados sobre o que de comum havia entre tais línguas, ao mesmo temo que se ia compreendendo quea única resposta possível para o enigma das suas parecenças era a de ter havido um antepassadocomum a todas elas. Com a percepção de uma família de línguas que se convencionou chamar deindo-europeia, foi-se desenvolvendo um método de selecção de traços baseado na comparação dasrespectivas gramáticas e léxicos na reconstrução da língua antepassada, o Proto-Indo-Europeu.Pelas continuação das investigações que se prolongaram pelo século XX, sabemos hoje que aslínguas vivas indo-europeias se distribuem pelos seguintes ramos:

    -  Báltico – Letão e Lituano.-  Celta – Bretão, Gaélico Escocês, Gaélico Irlandês, Galês e o Manx (falado na ilha de Man). Estas

    línguas sofrem a vizinhança do Francês e Inglês pelo que têm um reduzido número de falantes.-  Eslavo  – Bielo-Russo, Búlgaro, Checo, Eslovaco, Esloveno, Macedónio, Polaco, Russo, Servo-

    Croata e Ucraniano.-  Germânico  – Alemão, Inglês, Dinamarquês, Escocês, Feróico, Frísio, Islandês, Neerlandês,

    Norueguês e Sueco.-  Helénico – Grego.- 

    Indo-iraniano  – Cengalês, Guzarate, Hindu-Urdu, Marata, Penjabe, entre as línguas Indianas, eCurdo, ‘Pashto’ e Persa entre as Iranianas.

    -  Românico  – Castelhano, Catalão, Francês, Franco-Provençal, Galego, Italiano, Português,Provençal, Reto-Romance, Romeno e Sardo.

    -   Albanês e Arménio. 

     Elenco das línguas românicas:

    1)  Ibero-românica2)  Galo-românica3)  Reto-românica4)

     

    Italo-românica5)  Sardo6)  Balcano-românica

    1)  Área ibero-românica :- Galego- Português- Castelhano: variante peninsular; principais dialectos: dialecto asturiano, dialecto leonês, dialecto

    navarro e aragonês, dialecto extremenho, dialecto andaluz e murciano, dialecto canário. Varianteamericana.

    2) 

     Área galo-românica :- francês: descende da langue d’oil medieval

    - provençal: provençal antigo ou langue d’oc. Os principais dialectos modernos são omistralien e o occitano.

    - franco-provençal: dialectos do sudeste da França, da Suíça ocidental e do norte deItália

    3)  Área reto-românica :

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    - Divide-se em três variantes: romansh (na Suíça), ladino (no Tirol do Sul), friulano (noroestede Itália).

    4)  Área italo-românica :- Toscano: dialecto, oriundo da região de Florença, foi adoptado como língua padrão noséculo XIX e a ele se associa a designação moderna de italiano.

    Reconhecem-se três grupos de dialectos muito diferenciados do italiano:-  Setentrional: piemontês, lombardo, lígure, veneziano, emiliano;-  Central: marchigiano, toscano, corso, úmbrico, romano;-  Meridional: abruzzese, campaniano, apuliano, lucaniano, calabrês.

    5)  Área sarda : A variedade mais conservadora, conhecida como logudorese, é falada na região central da Sardenha,

    o Logudoro.

    6)  Área balcano-românica:O romeno, língua oficial da Roménia, baseia-se na língua da região de Bucareste. Outras variedades

    são o moldavo e o daco-romeno.

    Línguas orais da Península Ibérica

    Catalão – também chamado valenciano em Valencia e balear nas Baleares. Aragonês   – também designado ‘fabla’, assim como navarro-aragonês se nos referimos ao seudesenvolvimento nos séculos medievais.Castelhano-aragonês  – falado na maior parte de Aragão.Basco – também conhecido como euskera  ou euskara .Castelhano – chamado também espanhol, cuja extensão geográfica é a maior da Península. Asturiano-leonês  – conhecido também asturiano, leonês ou mirandês, além de ‘bable’.

    Galego e português  – pode ser entendido como o de duas línguas distintas ou como um único domínioromânico. Aranês  – subdialeto do dialeto gascão da língua occitânica na metade sul de França.