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240 Há correlação entre o nível de atividade auto - referido e desempenho físico observado em mulheres idosas? Is there a correlation between self - reported level of activity and observed physical performance in elderly women? Renata Marinho Pereira 1 , Silvio Lopes Alabarse 2 , Renata Cereda Cordeiro 3 Estudo desenvolvido no Depto. de Medicina Preventiva da EPM/Unifesp – Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil 1 Fisioterapeuta especializada em Reabilitação Gerontológica 2 Educador físico Ms. 3 Fisioterapeuta Ms. Coordenadora do Setor de Reabilitação Gerontológica do Lar Escola São Francisco, vinculado à EPM/Unifesp ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA Renata M. Pereira R. Paula Ney 705 ap.1001 Aldeota 60140-200 Fortaleza CE e-mail: [email protected] APRESENTAÇÃO nov. 2007 ACEITO PARA PUBLICAÇÃO ago. 2008 RESUMO: Este estudo visou verificar se havia associação entre o nível de atividade físico-funcional auto-referido e o desempenho físico de idosas em centro de reabilitação. Foram selecionadas 37 mulheres idosas (com em média 72,7±5,9 anos) pelas fichas de admissão em serviço de atividade física de um centro de referência em reabilitação. Para a avaliação do nível de atividade física auto- referido empregou-se o Perfil de Atividade Humana (PAH); na observação direta de desempenho físico aplicaram-se os testes de caminhada em 6 minutos (TC6’) e levantar da cadeira em 30 segundos (TSL30”). Foi encontrada correlação positiva fraca (r=0,41) e estatisticamente significante (p=0,01) entre os valores do PAH e o TC6’; e uma tendência de associação entre a classificação do nível de atividade e a variável categórica TC6’ (p=0,08). Também foi encontrada correlação positiva fraca (r=0,36) e estatisticamente significante (p=0,02) entre o PAH e o TSL30”. Pode-se afirmar que o auto-relato de nível de atividade física das idosas estudadas correlaciona-se, porém fracamente, ao desempenho físico observado. Sugerem-se novas pesquisas com amostras representativas da população idosa em uma comunidade, não apenas de pacientes de centro de reabilitação, para averiguar possíveis tendências à subestimação ou superestimação do nível de atividade física em avaliações auto-referidas. DESCRITORES: Análise e desempenho de tarefas; Atividades cotidianas; Idoso; Mulheres ABSTRACT: The aim of the study was to verify the degree of association between self-reported level of physical activity and observed physical performance of aged women. Thirty-seven women (mean aged 72.7±5.99 years old) were selected by looking up admission records in a reference centre for physical rehabilitation. The Human Activity Profile (HAP) was used to measure activity level; and, for direct observation of physical performance, the six-minute walk test (6MWT) and the 30-second chair-stand test were applied. A statistically significant (p=0.01), weak positive correlation (r=0.41) was found between HAP scores and 6MWT values; and an association trend was noticed between the classification of activity level and the 6MWT variable (p=0.08). Also, a significant (p=0.02), weak positive correlation (r=0.36) was found between HAP scores and results of the 30-second chair stand test. It may be said there is a correlation, though weak, between self-reported and observed levels of physical performance among the elderly here studied. Further research should address aged community dwellers – not only rehabilitation patients – in order to assess a possible under or overestimation of the physical activity level in self-reported evaluations. KEY WORDS: Activities of daily living; Aged; Task performance and analysis; Women Fisioter Pesq. 2008;15(3):240-7 Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.15, n.3, p.240-7, jul./set. 2008 ISSN 1809-2950

Há correlação entre o nível de atividade física auto-referido e desempenho físico observado em

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240 Fisioter Pesq. 2008 ; 15 (3)

Há correlação entre o nível de atividade auto-referido e desempenho físicoobservado em mulheres idosas?

Is there a correlation between self-reported level of activity and observed physicalperformance in elderly women?

Renata Marinho Pereira1, Silvio Lopes Alabarse2, Renata Cereda Cordeiro3

Estudo desenvolvido no Depto.de Medicina Preventiva daEPM/Unifesp – Escola Paulistade Medicina da UniversidadeFederal de São Paulo, SãoPaulo, SP, Brasil

1 Fisioterapeuta especializadaem Reabilitação Gerontológica

2 Educador físico Ms.

3 Fisioterapeuta Ms.Coordenadora do Setor deReabilitação Gerontológica doLar Escola São Francisco,vinculado à EPM/Unifesp

ENDEREÇO PARA

CORRESPONDÊNCIA

Renata M. PereiraR. Paula Ney 705 ap.1001Aldeota60140-200 Fortaleza CEe-mail:[email protected]

APRESENTAÇÃOnov. 2007

ACEITO PARA PUBLICAÇÃOago. 2008

RESUMO: Este estudo visou verificar se havia associação entre o nível de atividadefísico-funcional auto-referido e o desempenho físico de idosas em centro dereabilitação. Foram selecionadas 37 mulheres idosas (com em média 72,7±5,9anos) pelas fichas de admissão em serviço de atividade física de um centro dereferência em reabilitação. Para a avaliação do nível de atividade física auto-referido empregou-se o Perfil de Atividade Humana (PAH); na observação diretade desempenho físico aplicaram-se os testes de caminhada em 6 minutos (TC6’)e levantar da cadeira em 30 segundos (TSL30”). Foi encontrada correlaçãopositiva fraca (r=0,41) e estatisticamente significante (p=0,01) entre os valoresdo PAH e o TC6’; e uma tendência de associação entre a classificação donível de atividade e a variável categórica TC6’ (p=0,08). Também foi encontradacorrelação positiva fraca (r=0,36) e estatisticamente significante (p=0,02) entreo PAH e o TSL30”. Pode-se afirmar que o auto-relato de nível de atividadefísica das idosas estudadas correlaciona-se, porém fracamente, ao desempenhofísico observado. Sugerem-se novas pesquisas com amostras representativasda população idosa em uma comunidade, não apenas de pacientes de centrode reabilitação, para averiguar possíveis tendências à subestimação ousuperestimação do nível de atividade física em avaliações auto-referidas.

DESCRITORES: Análise e desempenho de tarefas; Atividades cotidianas; Idoso;Mulheres

ABSTRACT: The aim of the study was to verify the degree of association betweenself-reported level of physical activity and observed physical performance ofaged women. Thirty-seven women (mean aged 72.7±5.99 years old) wereselected by looking up admission records in a reference centre for physicalrehabilitation. The Human Activity Profile (HAP) was used to measure activitylevel; and, for direct observation of physical performance, the six-minute walktest (6MWT) and the 30-second chair-stand test were applied. A statisticallysignificant (p=0.01), weak positive correlation (r=0.41) was found betweenHAP scores and 6MWT values; and an association trend was noticed betweenthe classification of activity level and the 6MWT variable (p=0.08). Also, asignificant (p=0.02), weak positive correlation (r=0.36) was found betweenHAP scores and results of the 30-second chair stand test. It may be said thereis a correlation, though weak, between self-reported and observed levels ofphysical performance among the elderly here studied. Further research shouldaddress aged community dwellers – not only rehabilitation patients – in orderto assess a possible under or overestimation of the physical activity level inself-reported evaluations.KEY WORDS: Activities of daily living; Aged; Task performance and analysis;

Women

Fisioter Pesq. 2008 ; 15 (3) : 240-7

Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.15, n.3, p.240-7, jul./set. 2008 ISSN 1809-2950

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Pereira et al. Atividade e desempenho físico de idosas

: 240-7

INTRODUÇÃOO crescimento da população de

idosos é um fenômeno mundial e estáocorrendo a um nível sem preceden-tes. Considerando a continuidade dastendências das taxas de fecundidadee longevidade da população brasileira,as estimativas para os próximos 20anos indicam que a população idosapoderá exceder 30 milhões de pessoas,chegando a representar quase 13% dapopulação1.

O envelhecimento é conceituadocomo um processo dinâmico e pro-gressivo, em que ocorrem alteraçõesmorfológicas e bioquímicas no orga-nismo, tornando-o mais suscetível àsagressões intrínsecas e extrínsecas queculminam na morte2. As alterações es-truturais e funcionais, embora variemindividualmente, são encontradas emtodos os idosos e próprias do processo deenvelhecimento normal3. O envelheci-mento biológico resulta em inevitáveldiminuição da capacidade fisiológica.O declínio dos principais sistemas doorganismo (cardiovascular, metabólico,respiratório e neuromuscular) contribuipara fraqueza, fadiga e movimentos maislentos, tidos como os principais marca-dores do envelhecimento4. A proporçãode massa muscular no adulto jovem,que chega a 19%, cai para 12% noidoso. A sarcopenia (perda de massamuscular ligada ao envelhecimento)é associada a níveis restritos de ati-vidade, redução do metabolismo basale da força muscular5. Esta atinge maisprecocemente seu auge nas mulheres,em quem a perda de força também seinicia antes da dos homens. Apesardessas diferenças, o decréscimo da for-ça muscular, ao longo do envelheci-mento, parece ser equivalente paraambos os sexos6.

A capacidade de pessoas idosas derealizar atividades aeróbicas, comoandar e correr, é adversamente afeta-da pelo declínio do consumo máximode oxigênio (VO2máx.), de cerca de 0,5a 1,0% ao ano. Em indivíduos sau-dáveis e sedentários, o VO2máx diminui1,3 l/min nas mulheres e 2,0 l/min emhomens dos 25 aos 85 anos7. A regres-são do VO2máx ao longo da vida corres-ponde à perda progressiva da capaci-

dade de trabalho e de engajamentoem uma diversidade de tarefas mo-toras. Muitos indivíduos sedentáriosentre 65 e 85 anos, período em queocorrem perdas mais severas, podematingir níveis críticos de consumo má-ximo de oxigênio, inviabilizando aautonomia motora. Em síntese, adiminuição do VO2máx no decorrer doenvelhecimento advém da diminuiçãoda freqüência cardíaca máxima, damassa muscular, da capacidade deredirecionamento do fluxo sangüíneoe da capacidade dos músculos deutilizar o oxigênio8. O consumo de oxi-gênio reflete-se na habilidade de idosossaudáveis em realizar atividades da vi-da diária, como transferências da camapara a cadeira, ir ao banheiro, vestir-se, tomar banho, preparar refeições ecaminhar9. Assim, a manutenção dacapacidade aeróbica é o maior con-tribuinte para a manutenção da inde-pendência funcional em idosos10.

Define-se capacidade funcional(CF) como “o grau de preservação dahabilidade em executar, de formaautônoma e independente, as ativida-des básicas de vida diária (de auto-cuidado) e instrumentais de vida diária(mais complexas, auxiliares), depen-dentes de habilidades físicas ementais”11. CF surge então como umnovo conceito ou paradigma de saúde,marcado pelo fato de o declíniofuncional constituir forte preditor demortalidade entre idosos12,13. Conside-rando-se a relevância da avaliação daCF, fundamentada nos conceitos defuncionalidade e saúde introduzidospela Organização Mundial de Saúde,têm sido criados instrumentos padroni-zados e psicometricamente rigorosospara descrever adequadamente a ca-pacidade funcional de populaçõesespecíficas de idosos (em hospitais,instituições de longa permanência,comunidade, ambulatórios)14. Umdesses instrumentos é o Perfil de Ativi-dade Humana (PAH)14, de auto-relatodas atividades físicas. O objetivo destetrabalho foi verificar em que medidao nível de atividade físico-funcionalauto-referido no PAH se relaciona como desempenho físico de idosas nostestes de caminhada de 6 minutos e delevantar da cadeira em 30 segundos.

METODOLOGIAEste é um estudo do tipo descritivo,

exploratório, de corte transversal. Paralocalização das participantes, foramlevantadas as fichas de avaliação depacientes encaminhados para o Setorde Atividade Física Adaptada do Cen-tro de Reabilitação Lar Escola SãoFrancisco, vinculado à Unifesp.

Foram incluídas no estudo mulherescom idade igual ou maior de 60 anos,admitidas no serviço no período demaio de 2006 a janeiro de 2007, so-mando um total de 37 idosas. Aamostra foi pois não-probabilística,consecutiva, respeitando-se a ordemde chegada ao serviço. Os indivíduosdo sexo masculino foram excluídospor sua ínfima ocorrência na amostra(três). Essa decisão tem por funda-mento os achados de Bennell et al.15,de que mulheres com osteoartrite(OA) de joelhos tenderam a menoresescores no Perfil de Atividade Huma-na (PAH) que os homens (cujos escoresentre aqueles com e sem a doença nãodiferiram significantemente, ao con-trário das mulheres). Sabendo-se ser oPAH menos sensível em homens do queem mulheres e discriminativo emrelação ao sexo16, isso implicaria con-trole dessa variável e o número exíguode homens não permitiria conduziranálise estatística.

Todos os dados utilizados nesteestudo foram extraídos da avaliaçãode triagem que separaria os partici-pantes para ingresso nos seus respecti-vos grupos de atendimento (iniciante,intermediário e avançado), planejadosde acordo com as habilidades físicasde cada grupo. Todas as pacientesencontravam-se pois em fase de“reabilitação preventiva”. Foramutilizadas apenas informações coleta-das em prontuários, todas obtidaspreviamente por avaliadores fisiote-rapeutas treinados para a aplicação dostestes de desempenho e dos questio-nários. Além dos dados destes últimos,foram coletados dados de identifica-ção e clínicos de doenças auto-referidas: dor no peito, dor no corpointeiro, dor na coluna, reumatismos,diabetes, hipertensão, dislipidemia,obesidade, quedas, fraqueza, proble-mas de visão e de audição.

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Perfil de Atividade Humana (PAH)O PAH é um questionário utilizado

na avaliação do nível funcional e deatividade física, tanto para indivíduossaudáveis, em qualquer faixa etária,quanto para aqueles com algum graude disfunção14. É composto de 94 itens,de atividades rotineiras de variadosníveis funcionais, ordenados de acordocom o custo energético: os de menornumeração demandam menor gastoenergético, os de numeração maisalta, maior gasto energético. Paracada item, há três respostas possíveis:“ainda faço”, “parei de fazer”, ou“nunca fiz”, sendo que esta última nãoé computada em qualquer escore ouclassificação. A ampla variação dos es-cores, contemplando atividades dasmais básicas às mais avançadas em ter-mos de aptidão física, é uma caracte-rística que evita efeitos chão-e-teto17.Para pontuação, é obtido o escore má-ximo de atividade (EMA), represen-tado pela atividade de maior consumode oxigênio que o indivíduo aindarealiza18. Em seguida, calcula-se oescore ajustado de atividade (EAA),subtraindo-se do último item cujaresposta é “ainda faço” o número deatividades que ele parou de fazer,anteriores ao item que o indivíduo ain-da faz14 (assim, o escore máximo seria94, ou seja, atividade física máxima,e o mínimo, zero). O EMA é conside-rado uma medida do nível de ativida-de física, enquanto EAA, uma medidade funcionalidade física18. O EAA for-nece uma estimativa mais precisa dasatividades diárias, pois representa onível médio de equivalente metabóli-co gasto em um dia típico. A classifi-cação é obtida pelo número do EAA,sendo o sujeito considerado ativo(EAA>74), moderadamente at ivo(53≤EAA≤74) ou prejudicado (EAA<53)14.

Teste da caminhadaem 6 minutos

A principal indicação do teste dacaminhada em 6 minutos (TC6’) é me-dir a resposta à intervenção medica-mentosa em pacientes com doençacardíaca ou pulmonar moderada asevera, mas também tem sido utiliza-do como medida da CF, bem como

prognóstico de morbidade e mortali-dade19. Esse protocolo analisa a via detransferência de energia predominan-temente aeróbica, pois considera-se osistema aeróbico como de longo prazoe baixa intensidade, em que o consu-mo de oxigênio aumenta exponencial-mente durante os primeiros minutos doexercício para atingir um platô entreo terceiro e o quarto minutos em ativi-dade física estável20.

Este teste foi aplicado em um cor-redor onde eram marcados 15 metrosde comprimento, delimitados por doiscones, com placas fixas na parede acada metro. Explicava-se às pacientesque o objetivo do teste era verificar omáximo que elas poderiam andardurante 6 minutos. Elas então eraminstruídas a caminhar na área demar-cada, no próprio passo, tentando andaro máximo possível19. A cada minuto oavaliador encorajava as participantescom frases como: “você está indobem” ou “continue assim, bom traba-lho”21, somente observando-as, semcaminhar ao lado das avaliadas paranão haver influência na realização doteste. O tempo era marcado com umcronômetro pelo avaliador que anota-va o número de voltas e ao finalcalculava a distância caminhada.

Para encontrar o valor predito paracada paciente, foi utilizada a equaçãode referência para o TC6’ paramulheres22: distância predita = (2,11 xalturacm) – (2,29 x pesokg) – (5,78 xidade) + 667m. De acordo com Enrightet al.21, foi considerada nota de corteo limite mais baixo de normalidade,que é de aproximadamente 75% dovalor predito.

Teste de levantarda cadeira em 30 segundos

Esse teste é uma alternativa práticapara medir indiretamente a força dosmembros inferiores devido à correla-ção moderadamente alta com o testede uma repetição máxima no leg pressem homens (0,78) e mulheres (0,71)23.Avalia a potência e capacidade anae-róbica alática, que representa ativida-de de alta intensidade e curta duração(até 30 segundos), mas que exige es-forço máximo e necessita de uma libe-

ração quase imediata de energia.Assim, esse teste de campo prático édestinado a avaliar a capacidade detransferência dessa energia imediata24.

A paciente avaliada sentava-secom a coluna reta, os pés apoiadosno chão e os braços cruzados contra otórax em uma cadeira sem braços, quedevia estar encostada em uma parede.Após o sinal do avaliador, a pacientedevia levantar-se, ficando totalmentede pé, retornando em seguida à posi-ção sentada e repetindo o movimento.Todas eram encorajadas a levantar-secompletamente o maior número pos-sível de vezes durante 30 segundos23.

Jones et al.23 calcularam a médiade repetições de acordo com a faixaetária e com o nível de atividade físicados pacientes. Estratificaram sua amos-tra da seguinte forma: de 60 a 69 anos,a média foi de 14±2,4 repetições; de70 a 79 anos foi de 12,9±3,0; e de 80a 89 anos, de 11,9±3,6. Os pacientesmais ativos apresentaram média de13,3 ± 2,8 e os menos ativos médiade 10,8±3,6 repetições.

Análise estatísticaAs variáveis categóricas foram des-

critas em freqüências absolutas e rela-tivas; as quantitativas de distribuiçãonormal foram descritas por média edesvio padrão, enquanto as de dis-tribuição assimétrica, como medianae intervalo interquartil. O teste deKolmogorov-Smirnov foi utilizadopara verificar a de normalidade devariáveis quantitativas25. A análise decorrelação linear (com IC=95%) foiefetuada utilizando-se o coeficiente decorrelação de Pearson26. Correlaçõesabaixo de 0,3 foram consideradasinexistentes; entre 0,3 e 0,5, fracas;entre 0,5 e 0,7, moderadas; e, acimade 0,7, correlações fortes. Intervalos deconfiança de 95% foram calculadospara o coeficiente de correlação dePearson segundo a transformação Z deFisher27.

Para testar associação entre duasvariáveis categóricas em tabelas decontingência maiores que 2x2, uti-lizou-se o teste exato de Fisher-Freeman-Halton, uma generalizaçãodo teste exato de Fisher28.

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20 151050

Número de repetições de levantar e sentar em 30”

12

10

8

6

4

2

0

Núm

ero

de s

ujei

tos

0

média (9,1±3,7 repetições)

1251007550250

Percentual percorrido da distância predita no TC6'

10

8

6

4

2

0

Núm

ero

de s

ujei

tos

média mediana

%

Todas as probabilidades de signifi-cância (valores de p) foram do tipobilateral, considerando-se significan-tes p<0,05; valores de p entre 0,05 e0,10 foram interpretados como margi-nalmente significantes.

A análise estatística foi efetuada uti-lizando-se SAS versão 9.1.3 (StatisticalAnalysis System, Cary, NC, USA) eMinitab versão 15.1 (Minitab Inc, StateCollege, PA, USA).

RESULTADOSA amostra foi composta por 37 mu-

lheres com idade média de 72,7±6,0anos, ocorrendo a maior concentraçãode idade na faixa de 70 a 79 (46%),sendo a idade mínima de 62 e a má-xima de 85 anos. A estatura média foi151±6,1cm e massa média, 65±11,6 kg.A aferição da pressão arterial realizadaem repouso apresentou valores médiosde pressão arterial sistólica de 130±13,6mmHg e diastólica de 79±10,3 mmHg,ou seja, 89,2% das mulheres eramnormotensas durante a verificação. Noentanto, segundo o relato das pato-logias auto-referidas (Tabela 1), 29pacientes (78,3%) eram hipertensas.O mesmo ocorreu para o relato deobesidade pois, no auto-relato, 70,3%da amostra não se considerou obesaou com dificuldade em diminuir opeso corporal (Tabela 1) mas, naavaliação realizada pelos examinado-res, encontrou-se o índice médio de

massa corpórea (IMC) de 28±4,7 kg/m2,indicando 61,1% de idosas obesas(IMC>27 kg/m2).

De acordo com o PAH, 70,2% daspacientes foram classificadas comomoderadamente ativas, 21,7% comoprejudicadas e apenas 8,1% comoativas, sendo a média±desvio padrãoencontrada de 60±13,1 pontos. Omenor escore atingido foi 23 e omáximo foi 88.

No TC6’, considera-se que sujeitospercorrendo menos de 75% da dis-tância prevista teriam pior condiçãofísica aeróbica. Neste estudo a media-na foi de 84±26,8% da distânciapercorrida em relação à prevista, comvalor mínimo de 1,4 e máximo de120,3%. Dentre as participantes, 23(65,7%) e 12 (34,3%) percorreramrespectivamente distâncias acima eabaixo de 75% da distância prevista

Doenças auto-referidas n % *

Dor no peito 12 32,4 Dor no corpo inteiro 15 40,6 Dor na coluna 29 78,4 Reumatismos 21* 58,3 Diabetes 6* 16,7 Hipertensão 29 78,4 Dislipidemia 17* 47,2 Obesidade 11 29,7 Quedas 14* 38,9 Fraqueza 11 29,7 Problemas de visão 22 59,5 Problemas de audição 16 43,2

* n=36; percentual válido

Tabela 1 Distribuição das doençasauto-referidas na amostra

Gráfico 1 Distância percorrida pelas idosas (% em relação à prevista) no testeda caminhada de 6 minutos (TC6’) n=35

Gráfico 2 Número de repetições no teste de levantar da cadeira em 30segundos (TSL30”) n=37

Pereira et al. Atividade e desempenho físico de idosas

: 240-7

medianamédia10

8

6

4

2

00 25 50 75 100 125

Percentual percorrido da distância predita no TC6’

Núm

ero

de s

ujei

tos

12

10

8

6

4

2

0

Núm

ero

de s

ujei

tos

0 5 10 15 20

Número de repetições de levantar e sentar em 30”

média (9,1±3,7 repetições

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0 5 10 15 20

EAA

90

80

70

60

50

40

30

20

Número de repetições no TSL30”

% de distância percorrida (em relação à prevista) no TC6’0 20 40 60 80 100 120

EAA

90

80

70

60

50

40

30

para cada uma (Gráfico 1). Duaspacientes não conseguiram finalizaro teste, com queixas de dispnéia e dornos membros inferiores, reduzindoportanto a amostra para 35 sujeitos.

No teste de levantar da cadeira em30 segundos (TSL30”), a amostra desteestudo apresentou média de 9±3,7repetições, com mínimo de uma e má-ximo de 18 repetições; 18 idosas(48,6%) fizeram mais de 9 repetiçõese 19 (51,4%) fizeram menos do que amédia (Gráfico 2).

Ao verificar a relação entre os resul-tados do PAH e do TC6’, encontrou-seuma correlação positiva fraca (r=0,41)e estatisticamente significativa (p=0,01)(Gráfico 3). Quanto ao desempenhono TC6’ em relação à classificaçãofuncional do PAH, 67% do grupo ati-vo, 76% do grupo moderadamenteativo e 28,5% do grupo prejudicadoconseguiram caminhar 75% ou maisda distância prevista durante o teste.Observou-se também uma tendênciade associação entre essa classificaçãoe a variável TC6’ (nota de corte em75%, p=0,08).

Na análise da correlação entre oPAH e o teste de levantar da cadeira,também foi encontrada correlaçãopositiva fraca (r=0,36) e estatistica-mente significante (p=0,02) na amos-tra estudada (Gráfico 4).

Não houve correlação significante(p=0,35) entre a classificação funcio-nal obtida pelo PAH e o TSL30”. Asmédias de repetições do teste de le-vantar da cadeira nos grupos modera-damente ativo e prejudicado foram 9,7e 7,6 repetições, respectivamente. Astrês mulheres do grupo ativo foramexcluídas desta análise em vista donúmero insuficiente para comparação.

DISCUSSÃONo presente estudo encontrou-se

maior concentração de idade na faixade 70 a 79 anos (46%) e idade médiade 72,7±5,99 anos, apresentando, por-tanto, diferenças em relação aos ido-sos da comunidade de um estudo mul-ticêntrico realizado em área metropoli-tana na região Sudeste do Brasil, cujapopulação analisada era relativamentemais jovem, com idade média de 69anos e 58% abaixo de 70 anos29.

Segundo o auto-relato das pacien-tes, 78,3% eram hipertensas, mas estu-dos epidemiológicos de vários paísesmostram prevalências de hipertensãoarterial sistêmica (HAS) variando de1% em regiões rurais de alguns paísesafricanos até aproximadamente 30%,entre operários urbanos da cidade deSão Paulo30. Nossos achados indicamíndices maiores, por se tratar de indi-víduos idosos, pois a HAS tem na ida-de um forte fator de risco.

Apesar de 70,3% da amostra nãoter se considerado obesa ou com difi-culdade em diminuir o peso corporal,foi encontrado IMC médio de 28±4,7kg/m2. De acordo com uma classifi-cação do estado nutricional e do IMCadotado para o idoso, índices maioresde 27 indicam obesidade31, pois du-rante o processo de envelhecimentoocorre uma sensível perda de massamuscular e o correspondente ganhoem massa de gordura, que aumentaem torno de 1,7% em mulheres pordécada de vida, dos 15 aos 98 anos

Gráfico 3 Correlação entre os escores ajustados de atividade (EAA) obtidos noPAH e as porcentagens da distância prevista percorrida no teste dacaminhada de 6 minutos (TC6’)

Gráfico 4 Correlação entre os escores ajustados de atividade (EAA) obtidos noPAH e o número de repetições no teste de levantar da cadeira em 30segundos (TSL30”)

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de idade32. Bennell et al.15 tambémencontraram valores semelhantes deIMC em pessoas com OA de joelhos(29,3±4,2Kg/m2) e controles (27,5±5Kg/m2), ambos grupos constituídos poridosos.

A média dos escores ajustados deatividade do PAH obtidas neste estudoforam inferiores às dos pacientes comartrite reumatóide e OA de Bilek etal.33 e às dos controles saudáveis deoutros estudos15,17,18, tendo sido su-periores às médias de pacientes emdiálise18, acidente vascular encefálico17

e mulheres com OA de joelhos15.

O questionário PAH classificou amaior parte das idosas (70,2%) comomoderadamente ativa. Tal resultadoseria esperado, já que geralmente exis-te um pequeno número de pessoas mui-to hábeis e outra pequena quantidadede pessoas muito debilitadas14. A pró-pria amostra favorece esse resultado,por ter sido selecionada em ambula-tório de atendimento de manutençãofuncional para pacientes já reabilita-dos, integral ou parcialmente; os acha-dos indicam justamente o público-alvopreferencial para tais ações em saúde.Supõe-se que idosos muito ativos ten-dem a procurar outras modalidades deassistência (centros de convivência,universidades abertas à terceira idade,academias) ou mesmo já incorporaramum estilo de vida ativo, mantendo-opor seus próprios meios, pela preser-vação de atividades domésticas, detrabalho e lazer.

Diversos estudos procuraram corre-lacionar o PAH a medidas de avalia-ção física como uma das formas detestar sua validade em populaçõesdistintas15-18,33,34. Com exceção deBennell et al.15, que obtiveram corre-lações fracas a moderadas do PAHcom medidas físicas (Timed up-and-go, step test e velocidade de marcha)e dor em pessoas com OA de joelhos,correlações fortes foram alcançadascom teste de consumo de oxigênio emesteira33, tempo para levantar cincoou dez vezes da cadeira18,33, caminhar10 ou 15 metros17,18,33, acelerômetro18

e tempo para subir escadas18. Noestudo de Bennell et al.15, menos dametade da variância no PAH pôde ser

explicada por uma combinação detestes de desempenho na análise deregressão múltipla, sugerindo que oPAH avalia uma dimensão diferentedas outras medidas (de fato, níveis deatividade e dispêndio de energia), nãofornecendo informação redundantequando em conjunto com outros ins-trumentos de avaliação em uma ba-teria de testes clínicos para reabili-tação, sendo, portanto, complementar.

O TC6’ não avalia diretamente opico de consumo de oxigênio, emboraessas medidas possam apresentar fortecorrelação19. Aplicado de modo apermitir que o sujeito empregue seupróprio passo durante o teste, a simi-laridade com as atividades de vidadiária é supostamente maior, visto queessas atividades exigem níveis submá-ximos de esforço19. No presente estudo,as correlações entre as medidas noTC6’, no TSL30” e o EAA do PAH esti-veram presentes, porém, fracas. Sendoo EAA uma medida mais próxima dasatividades cotidianas dos sujeitos,seriam esperadas correlações maisfortes entre as duas medidas.

O baixo grau de correlação encon-trado indica uma distância entre odesempenho físico-funcional observa-do e a percepção que as pessoas têmde seu próprio nível de atividade.Assim como em qualquer questionário,é inerente ao PAH a influência dasubjetividade nos resultados, podendorefletir-se em superestimação ousubestimação da capacidade real dosujeito19,33. Outra limitação do PAHrefere-se ao fato de que o sujeito équestionado sobre o que realmente jáfez e parou de fazer, ou o que aindafaz, não contemplando o fazer comdificuldade, limitação ou dor – umarealidade presente no paciente em fasede reabilitação33. Pode-se ponderarque o nível de atividade física relatadoé influenciado, portanto, por outrasvariáveis que não apenas o desempe-nho físico, tais como senso de contro-le, auto-eficácia, motivação, e dimen-sões contextuais como oportunidade,escolaridade, acesso a ambientesfísicos atrativos, nível socioeconômi-co, além do sexo e hábitos como otabagismo35.

Neste estudo, os valores de classifi-cação de atividade não se corre-lacionaram com os índices alcançadosno TC6’, em parte, pelo pequenonúmero da amostra e por particularida-des da amostra, selecionada a partirde sua inserção em serviço ambula-torial especializado. Outro aspectorelevante é que 6,5% dos itens do PAHem sua aplicação com idosos sãoerráticos: não se encaixando no con-tínuo de habilidade, prejudicam a men-suração da CF como um construtounidimensional14. É necessária cautelana aplicação desse instrumento, prin-cipalmente quando se tratar de popu-lação desfavorecida econômica e cul-turalmente, dada a variabilidade dasrespostas por dificuldade de com-preensão ou por não desenvolvimentode uma determinada atividade físicaao longo da vida por razões meramen-te contextuais.

Quando se compara a média dasrepetições do teste de levantar dacadeira em 30” entre os dois gruposde classificação funcional (moderada-mente ativo e prejudicado), não sãoobservadas diferenças estatisticamen-te significantes (p=0,35). Em estudorealizado por Jones et al.23 com idososda comunidade, foram encontradasmédias de repetições para o TSL30”de 13,3 para o grupo mais ativo e 10,8para o grupo menos ativo. Os presentesresultados mostram menores médiaspara os grupos moderadamente ativoe prejudicado (9,7 e 7,6 respectivamen-te), não sendo possível compará-lascom a pesquisa dos autores supra-citados, pois naquele estudo não hádescrição do critério de classificaçãode atividade adotado. Quanto à médiageral de repetições (9), foi mais baixaque a encontrada por Jones et al.23,que foi de 12,7 repetições em 42 mu-lheres idosas.

A maioria dos sujeitos do presenteestudo (65,7%) percorreu acima de75% da distância prevista no TC6’segundo a equação de referência,sendo a mediana da amostra de 84%.Mesmo em se tratando de amostra am-bulatorial, é oportuno enfatizar termosencontrado resultados dentro da nor-malidade, em concordância com

Pereira et al. Atividade e desempenho físico de idosas

: 240-7

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dados de pesquisas prévias: Enright etal.21 observaram que o 5o percentil dadistância do TC6’ percorrida por parti-cipantes saudáveis – o qual pode serconsiderado o limite mais baixo dafaixa de normalidade – foi de 75% dovalor predito.

Devido às limitações metodológi-cas do estudo, tais como tamanho re-duzido da amostra e o fato de ter sidoselecionada em um serviço de reabi-litação física de um centro público,sugerem-se novas pesquisas com amos-

tras maiores, representativas dapopulação residente na comunidade,para que se possa inferir se a medidaauto-referida está mais fortementeassociada à medida observada ou seocorre subestimação ou superestima-ção de desempenho quando a idosa équestionada sobre seu nível de ativi-dade física.

CONCLUSÃOTrata-se de um estudo de caráter pre-

liminar cujos resultados permitem afir-

mar que os níveis de classificaçãofuncional e de atividade física, obtidospelo Perfil de Atividade Humana, cor-relacionaram-se fracamente (nos casosem que as variáveis foram tomadasquantitativamente) ou apenas tenderamà correlação (nos casos de variáveiscategóricas) com o desempenho físicoavaliado por meio dos testes de cami-nhada de 6 minutos e de levantar dacadeira em 30 segundos, das idosasambulatoriais que iniciariam um pro-grama de reabilitação preventiva.

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Referências (cont.)

Pereira et al. Atividade e desempenho físico de idosas

: 240-7