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1 N.º 02 · Junho · 2012 Millennium miss grip Elena Cabac Bitburg Fabrice Tavarez entrevista cenário Norte vs. South Aniversário Blue Falcon big game & airball

GRIP Nº2 - Portuguese Version

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GRIP - Paintball Magazine | Number 2 Português

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N.º 02 · Junho · 2012

Millennium

miss gripElena Cabac

Bitburg

FabriceTavarezentrevista

cenárioNorte vs. South

Aniversário Blue Falcon

big game & airball

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índice08–09Equipa

10Editorial

12–13DestaqueEstampado nos olhos

14–15Notícias

16–17PerfilLyonnel Parra

18–37MillenniumBitburg

38–39Regras Domingos Leitão

40–43Tática João Anjos

44–45Técnica Nuno Lourenço

54-69Big Game & Airball

46–53EntrevistaNick Slowiak

54–69Big Game & AirballAniversário Blue Falcon

70–84GaleriaGirl Power

88–103EntrevistaFabrice Tavarez

16-17Perfil

índice

46-53Entrevista - N. Slowiak

88-103Entrevista Fabrice Tavarez

18-37Millennium

70-84Galeria

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54-69Big Game & Airball

104–107Girl Paintballer Hailey Adrienne

108-115Miss GRIPElena Cabac

116-131CenárioNorth vs. South

132-137CenárioLima Bravo

138-141Backstage

142-144ReviewDM12

146-150ReviewCamuflados

152-154Passatempos

156Agradecimentos

índice

CRÉDITOS CAPAFoto: Photopaintball

88-103Entrevista Fabrice Tavarez

142-144Review - DM12

132-137Lima Bravo

108-115Miss grip

116-131North vs South

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08 equipa

PEDRO SIMÕES

Editor de fotografia da GRIP. Fotojornalista credenciado e conhecido pelo seu mau feitio.

RICARDO CAMPOS Diretor-adjunto da GRIP. É fotógrafo e respira paintball desde pequenino.

RITA PEREIRA Responsável pela paginação da GRIP. É designer de comunicação.

ANDRÉ FARIAO homem do cenário. Se mete camuflados, réplicas de armas e diversão, este homem está lá.

GIL BELFORDCom um nome destes só podia ser tradutor… ou então era dono de uma casa de waffles.

JOÃO ANJOSVai ser o professor na GRIP. Tácticas, métodos de trabalho e mentalidade de jogo são com ele.

NUNO «OSSOS» LOURENÇO Um dos melhores jogadores portugueses explica-te como treinar e melhorar o teu desempenho.

GUILHERME PIRESO nosso verdadeiro escriba. É mestre das palavras e da língua, desconstrói e reconstrói textos à velocidade de 300bps.

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09equipa

DUARTE GOMESO grande mecânico de serviço. Poucos percebem tanto de marcadores e acessórios de paintball como ele.

ANDRÉ GOMESUm dos «putos» da equipa. Domina o Inglês e ajuda-nos a traduzir alguns milhares de palavras por edição.

DANIEL TEIXEIRAO miúdo da GRIP. Responsável por todas as novidades do mundo da tinta.

RITA RISCADOA nossa «irlandesa» traduz e atura-nos à brava com as nossas dúvidas. Sem ela, vocês não nos entendiam!

DOMINGOS LEITÃOChefe de campo no Millennium e na Liga Portuguesa. Explica-te o bê-á-bá das regras.

NUNO «OSSOS» LOURENÇO Um dos melhores jogadores portugueses explica-te como treinar e melhorar o teu desempenho.

HAILEY ADRIENNEA menina bonita do paintball mostra-nos o lado feminino do nosso desporto.

GUILHERME PIRESO nosso verdadeiro escriba. É mestre das palavras e da língua, desconstrói e reconstrói textos à velocidade de 300bps.

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editorial

É recorrente ouvirmos que somos muito sortudos por viajarmos tanto em trabalho. Mas poucos sabem de facto o que isso significa: longas horas de espera em aeroportos, pernoitar em hotéis onde por vezes não conhecemos ninguém, comer mal e barato, passar 12 horas ao sol e

encontrar multas inexplicáveis em viaturas alugadas. Está longe de ser o cenário perfeito para uma viagem, certo?

Somos sortudos apenas numa coisa: fazemos aquilo que adoramos.É ao fazer aquilo que gostamos que conhecemos novas pessoas, excelentes

jogadores, árbitros, organizadores e até empresários. Todas essas horas de viagem e de seca são esquecidas quando ouvimos a «confusão» do jogo. É esse o nosso escape!

Nesta edição da GRIP, damos-vos a conhecer uma das melhores equipas europeias, através da entrevista ao seu capitão Fabrice «Tavarez», que comemora este ano 20 anos: falo obviamente dos Tonton. Analisamos como sempre a prova do Millennium realizada em Bitburg e mostramo-vos um pouco do que se passou no maior evento português de sempre, que aliou competição e recreativo a menos de 4 km de distância, bem como muitos concertos, bebidas e comida — tudo para comemorar o aniversário dos Blue Falcon.

Demos ainda um pulinho ao North Vs. South, o maior evento europeu de paintball recreativo. Nesta vertente temos ainda o prazer de vos apresentar a equipa Lima Bravo, proveniente da Holanda.

Pelo meio terão algumas reviews e artigos técnicos que vos permitirão aprofundar assuntos que certamente vos interessarão.

E a aventura continua…

Por André GarridoDirector GRIP

editorial

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editorial

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Phot

oPai

ntba

ll

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Estampado nos olhos

O paintball vive de emoções, emoções que nos fazem gritar, chorar ou simplesmente ficar parados a pensar no que aconteceu naquele milésimo de segundo que nos fez levar um fullface.

Os nervos estão sempre à flor da pele, quando entramos em campo e vemos o adversário do outro lado, quando ouvimos «dez segundos», quando entramos na cobra e vemos três marcadores apontados a nós...

Mas a pior sensação para todos nós é estar de fora… Estar de fora a ver a nossa equipa jogar, não poder falar e apenas ficar a olhar para uma história cujo desenlace não podemos contribuir.

Será vitorioso, cheio de alegria e adrenalina; ou será triste, penoso e desmoralizador. Mas uma coisa é certa: seja qual for a sensação, estará estampada nos nossos olhos!

destaque

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14 notícias

A Planet Eclipse colocou recentemente aos dispor de todos os jogadores, possíveis compradores ou simples curiosos um guia avançado sobre todos os seus marcadores. Apresentado em formato PDF, este guia contem informações úteis como os componentes, especificações técnicas e esquemas, entre outros.Descarregue-o gratuitamente AQUI.

Marcadores Eclipse

A empresa norte-americana Empire lançou recentemente a sua nova máscara de paintball, conhecida por Empire Vidar, uma versão melhorada da JT Spectra.Esta nova máscara possibilita ao jogador um ângulo de visão de 260º,

lentes termais e proteção com o

mínimo de exposição.O preço deverá

rondar os 40 euros.

Vidar

Millennium Series LondresA organização do Millennium Series está a alertar as equipas que irão participar no Millennium Series em Londres para que reservem alojamento o mais rapidamente possível, devido ao aproximar dos Jogos Olímpicos que se disputarão na cidade. É importante relembrar que o Millennium Series decorre em Londres entre os dias 29 de Junho e 1 de Julho.

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15notícias

ETEK4

Pro Regulator GEO 3

Já se encontram no mercado os novos gatilhos da Critical Paintball para os marcadores CloneVX, CloneDX, CloneGT, DoneDX e Tactical Drone da MacDev.Estes gatilhos têm quatro formas de ajuste, sendo também leves, rápidos e suaves. Desta forma podem personalizar os vosso marcadores e ajustá-los à vossa forma de disparar.

Gatilhos Critical Paintball

A Planet Eclipse apresentou

recentemente o ETEk 4, o seu novo marcador, que conta com muitas novidades, como um regulador interno igual ao que é usado nos Ego11, Geo2.1 ou CSL, um peso de sensivelmente 1 kg e ainda um gatilho totalmente ajustável.

Já chegou ao mercado europeu o novo regulador da Ninja conhecido por Pro Regulator. Este novo regulador permite uma rotação de 360 graus e pode ser ajustado para funcionar a 450, 550, 700 e 800 PSI.

Surgiram imagens na internet do que se pensa ser a próxima GEO 3. A notícia, que de início parecia ser apenas um rumor, foi confirmada quando foi lançado um link na página do fabricante para uma contagem decrescente até ao lançamento deste marcador.

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PDevem ser poucas as pessoas que não conhecem o Lyonnel, nem que seja de vista, já que ele anda nestas lides faz algum

tempo. É uma carreira de 20 anos, que o torna num dos jogadores mais experientes no ativo.

O capitão dos Vision já jogou em tantos torneios que lhes perdeu a conta. No entanto, consegue facilmente indicar

as conquistas da sua equipa, as quais conseguem fazer inveja a muitos que por aí andam.

A experiência que tem e o respeito que granjeia junto dos seus pares fizeram com que chegasse a líder máximo da seleção francesa, embora tenha origem portuguesa por parte dos seus avós. O seu objetivo para este ano é subir a sua equipa ao escalão máximo do Millennium.

perfil16

Lyonnel Parra

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17perfil 17

NICKNAME Lyonnel «100%» ParraDATA DE NASCIMENTO23/12/1972PROFISSÃOGerente de um pub (bar típico da Grã Bretanha) COMEÇOU A JOGAR 1992EQUIPA ACTUAL Vision e seleção francesa (capitão de ambas as equipas)PROVAS INTERNACIONAISDemasiadas!PROVAS QUE GANHOU E COM QUE EQUIPAS Três provas do Millennium em 2005/2006, Campeão de França em 2011 e o primeiro lugar em St. Tropez 2012MAIOR REALIZAÇÃO NO PAINTBALL Ainda por concretizar! Mas muito orgulhoso por ser o capitão da seleção francesa.

Texto: André Garrido

Fotografia: PhotoPaintball

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Bitburg revelou-se o evento que mais

surpresa causou nos últimos anos.

O mote foi: resultados estranhos, pancadaria,

línguas azuis e muitas mulheres.Texto: Ricardo Campos Fotografia: PhotoPaintball

millennium 19

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O segundo evento do Millenium de 2012 ocorreu no Sportschule Bitburg Sportpark, de 25 a 27 de maio. A localização era semelhante à de St. Tropez, com alojamento disponível perto dos campos, dando aos jogadores um acesso rápido ao evento. Era necessário passar a área comercial para chegar aos campos CPL e SPL, com as divisões mais baixas situadas na parte mais distante do evento, como de costume.

A quinta-feira foi utilizada para registar alguns jogadores, ver os campos e treinar (neste caso, para algumas equipas). Este dia foi especialmente

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importante para dar às equipas uma ideia do formato dos campos e descobrir as posições-chaves que seriam usadas durante o fim de semana. A posição das bancadas manteve-se para este evento, sendo que vários sinais alertavam que o Millenium não se responsabilizaria por danos causados nos espetadores que as utilizariam. Esse risco foi tomado porque o topo das bancadas era o ponto de vista ótimo para visualizar o campo inteiro. A torre dos comentadores estava localizada na ponta do campo de CPL, e não no meio. O comentador que tinha o controlo do microfone só gemia quando

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algo verdadeiramente interessante acontecia, pelo que não sabemos se esta terá sido uma boa ou má decisão. E que tal dar informação útil sobre as equipas e os jogos? Ou sobre o evento em si? Mas não, só se ouvia «Whoooaaaa», «Yes!» ou «Aaargh» durante todo o fim de semana. Um chefe de campo chegou mesmo a comentar, afirmando que «pelo menos não estão a atiçar o público ao analisar o que os árbitros estão a fazer». Na área dos jogadores o chão estava coberto com

rede, o que prevenia danos ao relvado. No domingo esta zona estava um pouco escorregadia, mas tudo correu bem.

O novo formato estava a ser discutido pelos jogadores,

dando enfâse à cobra e ao que poderia ser feito com ela. Alguns defenderam que a cobra não deveria ser utilizada até que alguns jogadores tivessem sido

eliminados do jogo. Veremos como é que o London Masters

vai correr sem a clássica da cobra.Todos começaram a sentir ansiedade

com o aproximar do início dos jogos. Os chronys foram testados, actualizando

É

sempre engraçado

ver as bocas todas azuis.

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a tecnologia no campo. Também se vendiam bebidas, muito coloridas. É sempre engraçado ver aqueles que estão a fazer coach com as bocas todas azuis. De alguma forma, é engraçado.

Todos acharam que isto seria um evento colorido. Como o Ladies Cup — European Championship estava a decorrer no sábado, havia muitas mulheres a andar e a ver os campos, alegrando os fotógrafos.

Os jogos começaram na manhã se sexta-feira. O layout dos campos não ajudou a criar um plano de jogo para

o lado da cobra, por isso as equipas tinham que subir pelo meio do campo e pelas chamuças para poderem eliminar

adversários. Os jogos preliminares

estavam a decorrer nos campos, e a divisão SPL teria rapidamente o seu primeiro aviso de como o evento seria: os Hulk Kiev perderam 0:4 contra

os Bad Element, sendo essa a primeira surpresa

do dia. Depois de ficarem em primeiro lugar em St. Tropez, os Vision Marseille ganharam todos os jogos nas preliminares, mostrando uma equipa

Os Syndicate

demonstraram um paintball muito forte ao jogarem em casa.

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forte e consistente, que perdeu alguns pontos mas venceu todos os jogos no primeiro dia. Os Hellwood Paris, Polar Bears, Ronins PBW Haguenau, Ugly Ducklings Odense e Copenhagen PB Club também passaram às finais sem qualquer jogo perdido. Os Dogs D’Amour perderam o segundo jogo contra os Boost Air Rennes, mas ainda entraram no Sunday Club depois duma vitória contra os Fivestar Lleida no último jogo do dia. Por sua vez, os Hulk Kiev, com um quarto lugar na Riviera Francesa, perderam novamente por

4:0, derrota que acabaria com o fim de semana desta equipa.

O CPL abriu com os Frankfurt Syndicate derrotando os Outrage

Valence. Os Syndicate demonstraram um paintball

muito forte ao jogarem em casa, com Patrick Wrobler e Kirill alegrando o público com jogadas ótimas e consistentes.

Os GI Damage ganharam contra os Outrage Valence, o

que resultou num mau começo para as duas equipas francesas no

evento; só as mulheres é que poderiam salvar o dia. É muito fácil perceber

Um mau começo para as equipas

francesas; só as mulheres é que poderiam

salvar o dia.

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porque adoramos este desporto quando os Syndicate ganharam 5:4, fazendo as bancadas oscilar com todos a brandirem as bandeiras alemãs no ar. Keith Brown é um jogador rápido e hardcore, mas desta vez a velocidade dele na cobra não foi suficiente para vencer os alemães.

Os Dynasty, com uma equipa que incluía jogadores dos Impact, perderam o primeiro jogo contra London Nexus por 3:5, a equipa de Chaplen, que mereceram a vitória após conseguir virar o jogo a seu favor. Aliás, a atitude

e agressividade dos jogadores animou o público quando a pontuação virou a favor dos Nexus. O jogo dos Dynasty foi mais defensivo do que o costume: eles ganhavam os pontos ao forçarem as outras equipas a fazerem erros. Greenspan liderou a equipa até ao Sunday Club, ganhando aos Copenhagen Ducks (5:4) e aos Amsterdam Heat (5:1). Os London Nexus, com duas vitórias contra os Dynasty e os Heat, não foram aos quartos-de-final depois dum jogo renhido contra os Ducks,

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que acabaram as preliminares no topo do grupo B. Era possível ver a desilusão dos jogadores nas suas caras quando se aperceberam que os pontos que tinham adquirido não eram bastantes para poderem jogar no domingo.

Os Art Chaos não tiveram de se esforçar muito, vencendo os três jogos contra os Breakout Spa, os Birmingham Disruption e os Ranger Warsaw. Perdendo só um ponto contra os Disruption, a equipa mostrou que iria facilmente entrar nas finais, com uma estratégia

impressionante, assumindo a sua candidatura ao primeiro lugar. O Federov, no lado da cobra, conseguiu

controlar facilmente os jogos, eliminando os jogadores para

depois conseguir acabar o ponto sozinho.

As novas cobras não melhoraram o jogo; temos muitas saudades daquelas jogadas fortes nestes

pontos do campo. Os jogos agora são mais estáticos e

menos interessantes para os espetadores. Mas mesmo assim o local estava cheio: as bancadas de sábado à hora de almoço faziam lembrar as finais

K. Brown é um jogador hardcore,

mas desta vez a velocidade dele não foi suficiente.

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de domingo. Muitas pessoas visitavam as marcas que tinham stands ao lado dos campos, espaços que se tornavam, dessa forma, áreas onde os espetadores

podiam relaxar — especialmente no relvado à frente do stand da Emboscada, onde as novas máscaras E-flex podiam ser vistos, sendo já

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testados pelos San Diego Dynasty. O ótimo tempo deu às pessoas uma

oportunidade para aproveitaram o sol um pouco por todo o lado. Os Lisbon Benfica, debatendo-se sem qualquer tipo de coaching ou pit crew, perderam os seus dois jogos, por 0:5 contra os Icon e por 1:5 contra os Instinct — que conseguiram passar aos quartos de finais. O capitão dos Lisbon Benfica, Hugo Domingues, entrou numa discussão com um árbitro depois de contestar um 1 por 1, por alegadamente falarem fora de campo, chegando ao ponto de contacto físico com o árbitro no fim do jogo. Se é certo que se devem medir as palavras usadas para com clientes e jogadores, é fundamental ter sempre presente que este cuidado deve ser reforçado quando se trata dos árbitros. Existem muitas teorias e rumores sobre o que aconteceu na tenda dos árbitros, mas podemos assegurar-vos que não houve muita sensibilidade de ambas partes. Os eurorefs têm um trabalho complicado e sem eles seria impossível ter um torneio tão bom. São conhecidos por serem implacáveis e um pouco insensíveis, mas essas são características necessárias nestes casos. O trabalho destes árbitros é extremamente difícil desde o início até ao fim destes três dias de paintball. O seu trabalho é garantia de uma boa e saudável competição

entre as equipas. Todos os desportos têm discussões acerca das arbitragens, mas não é fácil encontrar exemplos de desportos em que os árbitros são postos em campo durante 12 horas seguidas debaixo de um sol ardente e com um nível tão elevado de concentração, exigência e compromisso.

Após a polémica, o Millenium chegou a uma decisão: Hugo Domingues será suspenso durante oito anos por contacto físico e agressão a um árbitro. Esta é basicamente uma proibição

vitalícia para o Hugo. Terão os árbitros, a partir de agora,

de prestar mais atenção à forma como se dirigem aos jogadores? Mesmo assim, os Lisbon Benfica, sem nenhuma possibilidade

de competir no domingo, jogaram o último jogo do

dia contra os Ton Ton — e que grande jogo foi! Depois de

estarem a perder por dois pontos, os portugueses conseguiram empatar e elevaram o seu jogo para outro nível, mostrando que não iriam ser derrotados facilmente. Com Sven de Weerdt a cortar todas as movimentações de Axel na cobra, Tony e o resto juntaram-se e conseguiram levar os Lisbon à vitória. A última derrota que os Ton Ton tinham sofrido na fase de grupos acontecera frente aos Dynasty em Paris. Desta vez a equipa que ficou em terceiro lugar em St. Tropez não conseguiu passar às

Com as novas cobras os jogos são

mais estáticos e menos

interessantes

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finais, após terem perdido contra os Ramstein Instinct, ganho aos Icon mas perdido outra vez contra os Lisbon Benfica, causando alguns danos na classificação geral da equipa.

Na Divisão 1 houve uma luta feroz para chegar ao Sunday Club, enquanto os vencedores de St. Tropez, Ml Kings Prague, estavam a arbitrar. Os Izmir Collision tiveram um caminho triunfante sem qualquer derrota, perdendo apenas dois pontos

para os Lisbon Benfica 2, que também conseguiram

entrar nas 16 equipas finalistas após duas vitórias contra os Ipnoz Paris e os

Gotheborg Brutal Deluxe, por 4:1 e 4:2. Chamamos também a

atenção para a malta de Moscovo, os Coyotes e os Desperados Moscow, equipas que terminaram nas primeiras posições

dos seus grupos. Destaque ainda para os Caracas

Fusion, os Copenhagen Synergy, os Toulouse Dagnir Dae

2, os Imperious Black Angers e os RMG Bratislava, que mostraram um paintball muito forte e consistente.

Na Divisão 2, as equipas que tiveram

Terão os árbitros

mais atenção à forma como se dirigem aos

jogadores?

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de se preparar para os confrontos dos quartos-de-final foram as seguintes: Paris AYD, Bad Boy Oss, London Relentless, Elite Ile Oleron, Incredi Knights Bamble, NPP Valencienne e Mustang Chartres. Os Agression The Hague, uma equipa muito forte e rápida, não deram grandes hipóteses a quem tivesse disposto a confrontá-los.

Sábado estava quase terminado para a maioria das equipas quando começou a Ladies Cup. Após as equipas femininas nacionais estarem todas alinhadas, o comentador, que desta vez não estava a balbuciar

algumas expressões verbais incoerentes ao microfone, deu-nos alguma paz de espírito enquanto os hinos nacionais tocavam. E a que cena teatral

assistimos! As enigmáticas bancadas «sobe a teu próprio risco»

estavam completamente cheias e prontas a vir abaixo. Uma multidão de gente contente a entoar cânticos com bandeiras enormes voando ao sabor

do vento e com bastões de ar para aplaudir, e uma

massa humana muito alegre viam as raparigas a cantar os hinos e

prepararem-se para os jogos. A França e a Rússia ganharam os

O comentador passou o fim de semana a balbuciar expressões incoerentes.

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seus jogos nas preliminares, enquanto o Reino Unido e a Áustria perderam ambos os jogos. Na Alemanha, Christine van Weidmann parecia ser capaz de levar sozinha a equipa às finais, jogando excecionalmente pelo lado das chamuças. A multidão aplaudiu a equipa alemã enquanto esta conquistou a sua primeira vitória e passou à fase seguinte.

As finais foram disputadas entre a França e a Rússia para o primeiro lugar, enquanto a Alemanha e a Polónia disputavam a conquista do terceiro lugar.

Por sua vez, o Reino Unido e a Áustria disputavam as restantes posições. Foi uma vitória fácil para a França, ganhando o por 4:0 à Rússia, numa partida onde a equipa se apresentou com um nível de jogo mais rápido e muito superior ao anteriormente apresentado. A Alemanha conquistou o terceiro lugar, com a Polónia, Áustria e Reino Unido atrás deles. Parabéns à França por ganharem a Ladies Cup. Allez les filles! Allez les filles! França é a campeã feminina de EPBF.

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No dia seguinte, domingo, os jogos em CPL oporiam os Art Chaos Moscow contra os Damage, os Icon contra os Dynasty, os Ducks contra os Instinct e os Syndicate contra os Breakout. Em SPL, os Dogs D’Amour iriam bater-se com os Vision Marseille, os Polar Bears defrontariam os Boost Air Rennes, os Hellwood Paris opunham-se aos Silents Lite Moscow e no grupo final os Drammen Solid iriam lutar contra os Ronins PBW Haguenau. Estes últimos, após um 22.º lugar muito desapontante na primeira etapa do Millennium de St. Tropez mostraram-se muito fortes nesta prova de Bitburg. As apostas inclinavam-

se para o lado dos Dogs para o primeiro lugar da liga Semi Profissional.

O público aplaudiu as equipas alemãs assim que os jogos começaram no campo de CPL. Após uma prestação inaceitável em St. Tropez, onde acabaram em 13.º, a equipa liderada por Wrobel estava mais forte do que nunca quando defrontou os Breakout Spa, obtendo uma vitória impressionante, na qual perdeu apenas um ponto para a outra equipa. Os Frankfurt Syndicate adotaram uma estratégia muito forte e foram sempre uma das equipas mais agressivas do torneio.

Os Art Chaos ganharam por 5:3

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aos GI Damage num combate feroz, o que faria com que fossem digladiar-se com os Dynasty — um encontro muito comum entre estas duas equipas. Na outra semifinal vimos os Instict a sucumbirem à superioridade dos Syndicate.

Em SPL, os Vision Marseille apresentaram resultados abaixo dos esperados ao perderem o jogo contra uns Dogs D Amour muito fortes, que estabeleceram o ritmo do jogo. Os Dogs continuaram a sua senda de vitórias

e confirmaram a presença no jogo que disputava o primeiro lugar da liga. Por

sua vez, os Drammen Solid foram superiores aos Hellwood Paris,

classificando-se para a disputa do terceiro lugar.

Os Izmir Collision ganharam o título da Divisão 1, continuando o excelente trabalho e

trabalho de equipa que mostraram na primeira etapa,

onde ficaram em segundo lugar. Foram seguidos pelos Caracas Fusion e pelos Moscow Desperados, no segundo e terceiro lugares respetivamente.

Christine van

Weidmann era capaz de levar

a sozinha a Alemanha

às finais.

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POWER IT UPGET THE FULL SPEC

© 2012 Copyright Planet Eclipse Ltd. Eclipse, the Estar Logo Device, Ego, Geo, Etek, Etha and EMC are all either design trademarks, registered trademarks or trademarks of Planet Eclipse Ltd. All other trademarks are property of their respective owners.

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Os Agression The Hague confirmaram a sua superioridade neste evento ficando em primeiro lugar da Divisão 2. A única equipa brasileira neste torneio, os Ninjinhas, de São Paulo, ficaram no segundo lugar, tendo perdido para os Neon Crew 62 Rellingen, a equipa vencedora da Divisão 3.

No campo de CPL era altura de ver os Dynasty darem a volta a uma desvantagem de 3:0 contra os Art Chaos, finalizando o resultado em 3:4. Provavelmente isto deveu-se àquela cobra pequena, ou então foi apenas porque os Art Chaos caíram na ratoeira dos Dynasty. Quando eles descobriram a estratégia russa, vimos os Art Chaos sentirem--se perdidos em campo, enquanto os Dynasty continuavam a empurrar cada vez mais, com um estilo passivo-agressivo. Mostraram claramente que muitas vezes a melhor defesa é o melhor ataque. Ou ao contrário... Não

importa! Foi um show dos Dynasty, que venceram mais uma prova de CPL. Mesmo sem algumas das caras mais conhecidas, como Lang, Fraige e Vanderbyl, os norte-americanos saíram por cima desta vez. No jogo seguinte marcharam pelo campo derrotando o exército alemão, representado

pelos Syndicate, que entraram em campo muito ansiosos

para manter o nível que demonstraram durante todo o torneio.

Os Ramstein Instinct aproveitaram a vantagem

sobre os Russos, que ainda estavam claramente

afetados pela derrota anterior com os Dynasty, e ganharam por

5:3, obtendo um merecido terceiro lugar para a equipa alemã. Como de costume, o público e os elementos dos media reuniram-se na longa e extensa entrega de prémios, enquanto os Assalas partilhavam algum amor (e bebidas) com as suas excelentes vibrações. Próxima paragem: Basildon.•

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Os Dynasty darem a

volta a uma desvantagem de 3:0 contra os Art Chaos.

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Já tive oportunidade de arbitrar em pelo menos quatro torneios (três em Portugal e um no Millennium de St. Tropez) que utilizaram as regras novas de paintball. Por isso, hoje pretendo relatar algumas impressões resultantes da aplicação destas normas.

A regra do touch back foi, do meu ponto de vista, a mais rapidamente assimilada pelos jogadores. Todos sabemos que, quando se ouve num campo o grito dos «10 segundos», a tensão acumula-se exponencialmente nos jogadores. Tal reação é fruto da ansiedade resultante de um bom início de jogo ou ponto, se possível com uma eliminação adversária logo nos primeiros instantes. Uma das novas regras, como sabemos, é a obrigatoriedade de, no início do jogo, os jogadores estarem a tocar com o cano na base de partida. Isto implicou uma entreajuda elevada nas pits, para que os jogadores estivessem a tempo

e em condições de jogar ponto atrás de ponto com gestão rigorosa do time -out disponível. A grande maioria das equipas que jogam os formatos Race to já tinham esta dinâmica interna consolidada, pelo que a possibilidade de o jogo começar e ainda poderem tocar permite uma margem de erro na sincronização do trabalho nas pits sem necessidade de gasto imediato do time-out disponível.

E como o jogo vive dos jogadores e

do seu desempenho no campo, esta regra veio claramente beneficiar o paintball.

Já a regra que proíbe o coaching no lado das pits ainda está a ser digerida por muitas equipas, não sendo tão consensual como a anterior entre a comunidade. Como referi na edição n.º 1, julgava que íamos assistir a uma maior lentidão nos jogos. No entanto,

regras

primeiras impressões

Por Domingos Leitão

A regra do touch back veio

claramente beneficiar o paintball.

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39regras

-se para o ponto seguinte, ir ao lado oposto dar algumas instruções aos seus colegas de equipa e regressar às pits para iniciar o próximo ponto pode ser fatal para qualquer equipa.

Não considerando estes handicaps que mencionei anteriormente, nota--se que a ausência de coaching tem permitido evidenciar a técnica mais apurada de alguns jogadores, forçando- -os a obter informação mais precisa dentro do terreno de jogo, dos seus companheiros de equipa ativos, o que reduz a sua dependência do coaching fora das redes.

Que venham mais provas para confirmar ou refutar estas ideias.•

tenho percebido que as equipas de divisões superiores se adaptaram rapidamente a esta mudança e que os pontos continuam com a mesma rapidez. Já em divisões inferiores, principalmente em equipas que jogam pela primeira vez no formato Race to, os pontos arrastam-se bastante, tornando-se morosos.

Outra situação que pode penalizar as equipas é o número reduzido do roster. Nos casos em que o roster da equipa é constituído única e exclusivamente por 5 jogadores, é quase o equivalente a jogarem 5-Man clássico, porque o desgaste físico associado a sair do campo, preparar

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«A força de vontade deve ser mais forte do que a habilidade». — Muhammad Ali.

Se existe uma máxima que todo o jogador de paintball que seja ambicioso deva ter em conta para a sua evolução no desporto, esta será provavelmente uma das mais indicadas. E afirmo isto porque ao fim de uma década de paintball já vi grandes talentos desaparecerem tão depressa como apareceram.

O padrão é comum a todos os jogadores. Primeiro, surge a consciência das suas capacidades inatas (talento), que poderíamos nomear como «o despontar». Segue-se um período de concretização, onde se obtêm resultados. E este é o momento-chave do trajeto, pois se não existir trabalho — e acima de tudo força de vontade — o passo seguinte é apenas a descensão e o inevitável desaparecimento.

Assim, o que me proponho a escrever deveriam ser alguns dos mandamentos para todo o jogador de paintball ambicioso, seja essa ambição local, nacional ou mundial.

Treina como um atleta, mentaliza-te que o paintball é um desporto! Planeia treinos físicos de acordo com as necessidades reais da competição. Seja na rua ou num ginásio, o que importa é que tenhas capacidade física para complementares o teu talento. Treina

corretamente: um treino de musculação, apesar de ser mais apelativo para o ego, pode não ser o mais indicado para o nosso desporto. Assim como correr uma hora cinco vezes por semana também não será o mais correto.

Alimenta-te como um atleta —

tática

Por João Anjos

Álcool, estupefacientes e comidas

«pesadas» são proibidos

nos dias de competição.

mandamentos de um jogador

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não falo de dieta rigorosa ou de suplementação desportiva. Toma consciência do que comes e do que bebes antes e durante uma prova, pois pode e vai afetar muito o teu desempenho em jogo. Álcool, estupefacientes e comidas «pesadas» deveriam ser elementos proibidos nestes dias. Em dias de muito calor, tem consciência de que apenas a água hidrata realmente o teu corpo, e de que as barras de cereais não são barras energéticas!

Trata o teu corpo como o de um atleta! Aquece antes dos treinos, sejam eles físicos ou de tinta, e os alongamentos no final são sempre obrigatórios. Nos dias de prova, não te esqueças de aquecer e alongar antes de ires jogar. Esta boa preparação atlética, física e alimentar vai ajudar-te a prevenir lesões.

Respeita a tua equipa. Chega a horas aos treinos e aos torneios — e especialmente apresenta-te com o teu material já pronto. Ficar a

limpar a máscara, ou fazer manutenção ao marcador enquanto a tua equipa já está a treinar ou a ver o campo, são atos arrogantes e egoístas. Outra atitude a evitar é confirmares a tua presença e depois não apareceres. Se, por outro lado, sabes que vais aparecer

completamente alcoolizado ou exausto da noite anterior, mais vale confirmares a tua ausência. Aliás este tipo de atitudes deveria ser completamente proibido na tua filosofia enquanto jogador de paintball ambicioso.

Prepara um conjunto de exercícios técnicos para ti e para a tua equipa quando treinarem em conjunto. Leva já preparados os exercícios que sabes que te vão melhorar a ti enquanto jogador de paintball. Se achas que és o único que necessita desse tipo de exercício, pratica-o no final. Procura em conjunto com a tua equipa melhorar os vossos pontos fracos.

Procura uma equipa que te motive. Se tens ambições reais, não te limites a querer ser o maior da tua rua.

tácticatática

Mentaliza-te que o paintball

é um desporto.

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42 tácica

Procura uma equipa na qual saibas que terás de provar constantemente o teu valor para mereceres jogar. E, acima de tudo, uma equipa onde existam outros jogadores que te desafiem a evoluir.

Não abandones os torneios se a tua equipa for eliminada antes das fases finais. Como é que podes ambicionar a ser melhor, se depois não perdes o tempo a observar a equipa que ganhou?! Essas ocasiões são oportunidades de analisar friamente os fortes e fracos dessas equipas e retirar conclusões para o futuro!

Observa os melhores a jogar. As facilidades tecnológicas dos dias de hoje permitem-nos ver os melhores do

mundo a jogar em tempo real. Algo que há poucos anos era completamente impensável para quem não se encontrava presente nos torneios. Em cada jogo que vejas, vais tirar algo de útil para ti e para a tua equipa.

Procura os concelhos dos melhores

• Em cada jogo que vejas,

vais tirar algo de útil para ti.

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43tática

jogadores. Existe um número infindável de pro tips, documentários, clinics e DVD que te podem ajudar a ser um melhor jogador de paintball. É apenas uma questão de força de vontade em procurares essa informação. Em ultimo caso, procura equipas ou jogadores de um nível superior para treinares com eles. Os famosos «espancamentos» ajudam-te a por os pés no chão e servem em muito para ganhares experiencia. Não é só a vencer que se aprende.

Por fim, o mandamento que deveria ser obrigatório para todos os jogadores

de paintball: aprende a ouvir. É raro o jogador de paintball que não contesta ou não tenta arranjar uma justificação para algo que fez ou deveria ter feito em jogo. Para de tentar justificar os teus erros e começa a crescer com os mesmos. Mesmo que essa pessoa não tenha razão, ficas sempre com outra perspetiva!

Por isso, e independentemente do quanto talentoso te achas ou te dizem que és, lembra-te que, sem a força de vontade para quereres trabalhar e evoluir, dificilmente alcançarás o topo ou por lá te manterás! •

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Hoje em dia vemos uma montanha de miúdos a jogar que absorvem tudo o que vêm. Ainda bem que assim é, porque o paintball é um jogo de imitação e de pouca inovação. O problema é que se inspiram no que de melhor veem nas estrelas estrangeiras, mas também imitam o que de pior há nos wannabe do estilo. Aqui ficam umas dicas básicas: correr de pernas e braços arqueados é contraproducente, pois ninguém consegue correr rapidamente assim. Pelo menos, nunca vi um corredor veloz a fazer essas figuras. Se o objetivo é correr velozmente e parecer pequeno, imitem o Brandon Short: as pernas juntas, os braços colados ao corpo e o dorso enrolado para a frente e para baixo.

Outro mau exemplo é a a mítica asa de frango. Em primeiro lugar, porque não ajuda em nada, visto que tira estabilidade ao corpo. Em segundo lugar, porque o adversário que estiver do outro lado do campo e consiga ver a vossa lateral terá,

por causa da posição do cotovelo, um alvo fácil Adivinhem qual? O vosso braço.

Por último, fo mau exemplo mais típico: correr com a mão em frente da máscara. É preferível olhar para o adversário, ver para onde corre e de que direção vêm as bolas, do que estar a olhar para o chão ou para a nossa própria mão. Há quem defenda que é mais fácil partir uma bola na máscara do que na mão. É um facto, mas se a bola partir na máscara

todos os jogadores param de correr e vão para a pit; se tal acontecer na mão todos irão tentar colocá-la no chão para limpar ou disfarçar. Pois então boa sorte com o 3 por 1 que ofereceram à vossa equipa.

Temos de ver o que os melhores jogadores do Mundo fazem e aprender com a sua técnica, mas também é importante ter espírito crítico para perceber que nem tudo o que vem dos EUA é coisa boa.•

estiloPor Nuno Lourenço

Os miúdos imitam o que de pior

há nos wannabe do estilo.

técnica

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45técnica

1. Asas de frango

2. Mão na cara

3. Maneira correta de correr velozmente

1

2

3

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GRIP: A tua história é um exemplo para muitos miúdos que começam agora a jogar. O teu percurso iniciou-se aos 12 anos e foste desde nadador salvador a outra dezenas de profissões para poderes pagar as despesas com o paintball. Consideras que o facto de teres de lutar tanto pelos teus objetivos te fez ser melhor jogador?

entrevista

Nick Slowiak

Nick Slowiak falou à GRIP sobre a sua vida e experiência na Europa. Vamos conhecê-lo.

Nick Slowiak: Considero-me muito abençoado e sortudo por estar onde estou e sem o apoio da minha família, da minha namorada, dos amigos e de toda a indústria era impossível estar onde cheguei.

GRIP: Que conselho darias a um miúdo de 11 anos que quisesse começar a jogar?

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47entrevista

Nick Slowiak

Nick Slowiak falou à GRIP sobre a sua vida e experiência na Europa. Vamos conhecê-lo.

Texto: André Garrido Fotografia: PhotoPaintball

NS: Não deixem os estudos, não consumam drogas (risos). Um bom conselho para um jogador novo será o seguinte: tens de ganhar mais do que todos os outros. Se realmente acreditas nisso e em ti mesmo, basta que saibas o que realmente queres. Prepara-te para fazer muitos sacrifícios: não podes sair à noite com os teus amigos às sextas e sábados, pois vais acordar nas

manhãs seguintes para os treinos; tens de investir menos na escola; as miúdas serão sempre um problema… a não ser que sejas uma rapariga, claro, nesse caso são os rapazes que serão sempre um problema, mas eles vão pensar que és cool por jogares paintball. Precisarás de dinheiro, terás de gastar os teus recursos em caixas extra de bolas ou numa lente nova. O paintball não é barato. Para além disso, é importante que não tentes ser mais do que aquilo que o teu nível de jogo permite, não saltando divisões sem estar preparado. Trabalha muito e diverte-te. GRIP: Recentemente deixaste os Aftershock, no que já disseste publicamente ter sido um turbilhão de sentimentos. Agora já com alguma distância desde essa decisão, como analisas esta mudança?NS: Um grupo decidiu abandonar os Aftershock e isso fez com que eu abrisse os olhos. Falei com o treinador, Mike Bruno, e decidimos continuar a apostar. Depois disso a equipa tomou uma decisão com a qual eu não concordei e por muito positivo que eu quisesse ser não conseguia ver uma equipa forte. Em várias épocas lutei e lutei, mas perdia quase todos os jogos… e eu odeio perder. Era isso que realmente me estava a consumir. Estava quase a desistir, por isso decidi que não jogaria pelos Aftershock este ano. Tinha quase a certeza de que ia competir no Millennium e arbitrar NPPL — e não o estou a fazer. Mas as coisas

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pareciam estar a ir num sentido e eu não concordava. Fiz o que tinha de fazer por mim. Felizmente, recebi uma chamada e voei para o Texas, onde tinha três russos e mais alguns jogadores à minha espera. E decidi aproveitar essa oportunidade.

GRIP: Quais são as principais diferenças entre os Aftershock e os Houston Heat?NS: Hum... Grande parte é o financiamento. Para além disso, os Heat são uma equipa com um objetivo em mente: dominar o jogo. Os Shock tinham os mesmos objetivos, mas continuavam sempre em construção. Se analisares os Houston Heat, percebes que têm uma grande mistura de jovens com um talento bruto, que apenas querem aprender e jogar, com jogadores campeões mundiais. O Federov, o Mikhail e o Sergey estão certamente entre os dez melhores jogadores do Mundo. Temos o Chad George, que é fantástico, o Sam Monville, o Yaya e eu (ambos vindos dos Aftershock) e o Ronnie, o LJ e o Ryan…Espero não ter-me esquecido de ninguém (risos). Esqueci- -me de alguém? (Começa a contar pelos dedos). Não, estão todos! ESPERA! No que realmente interessa tens o Randy Smith e a sua mulher, Danette. Eles têm uma enorme influência na equipa não só porque juntam as peças mas também porque colocam os jogadores em primeiro lugar e deixam-nos praticar o desporto que amamos.

GRIP: Neste novo projeto foi criada uma super-equipa. Pensas que irão ter o mesmo nível e estabilidade de

entrevista

«Qual a tua opinião

sobre as novas cobras?

Elas são pequenas…»

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equipas como os Damage, os Dynasty ou os Russian Legion?NS: Quando as pessoas diziam que seríamos uma super-equipa, isso apanhou--me um bocado desprevenido porque ainda nem sequer tínhamos jogado. Existem grandes nomes na equipa, mas ganhamos como equipa, perdemos como equipa, isso é algo que o Randy, o dono da equipa, diz que temos de ter sempre em mente. Creio que se formos ver as pontuações ficámos em segundo em

entrevista

Gavelston e primeiro em Phoenix, por isso podemos dizer que fizemos frente a essas equipas e que as vencemos consistentemente. A única equipa a que nunca ganhámos é os Tampa Bay… mas esse dia chegará (risos). Elevámos a fasquia para nós mesmos por isso temos de lutar mais e melhor para mantermos o nosso lugar. Significa muito para mim estar em primeiro lugar em PSP, sei que também é assim para o resto da equipa. Por isso queremos mesmo segurar esse

«Seria interessante ver equipas europeias no World Cup.»

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sobre as novas cobras tinhas de as experimentar. Agora, que já fizeste alguns torneios, qual é a tua opinião?NS: Elas são pequenas, pá… (risos). Elas são pequenas, mas são um desafio. Se eu gosto? Se eu acho que resulta bem? Penso que poderiam ser maiores, existem jogadores de grande estatura para os quais elas não servem, e toda gente deveria poder jogar na cobra. Quando jogamos nessas posições temos de nos deitar de uma forma confortável e acho que nem toda a gente consegue fazê-lo. Mas as novas

entrevista

lugar. No final não interessa como se começou, mas como se acabou.

GRIP: Nos Houston Heat jogas com jogadores russos como o Fedorov, o Mikhail e o Sergey. Notas alguma diferença entre os jogadores americanos para os de outras nacionalidades?NS: No que toca a jogar com o Mikhail, o Sergey e o Federov, noto uma pequena diferença. O Mikhail e o Federov jogam há muitos anos, um pouco por toda a Europa e nos EUA. O Federov até já jogou numa equipa americana. O Sergey é definitivamente mais russo do que os restantes porque ele não domina o Inglês… Adoro o Sergey, ele é tão fixe. Noto uma grande diferença aqui no Millennium, com equipas europeias, mas aqueles três são como híbridos… Eles conseguem ligar o modo russo onde jogam muito fechados, com consistência, mas depois surge o modo freestyle do Federov, quando corre por todo o lado e salta por cima de tudo com a arma debaixo das pernas... O Mikhail ensinou-me muito sobre ser paciente e afinar o snapshooting, e o Sergey mostrou-me como se pode jogar atrás como uma ervilha. Ele consegue tornar-se tão pequeno… é incrível. Eles os três ensinaram-nos tanto, que espero que também nós lhes tenhamos ensinado algo, para além de sermos americanos loucos!

GRIP: Disseste no início deste ano que antes de emitires uma opinião

«Os EuroRefs têm de ser

mais humanos, nem todos

os jogadores estão lá

para fazer batota.»

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51entrevista

cobras são um novo desafio para as equipas e jogadores que têm de redescobrir como jogar naquele lado do campo. É uma coisa boa e má em simultâneo, mas definitivamente gostava que fossem um pouco maiores. Claro que, se tiveres um colega de equipa a cobrir-te, consegues jogar na cobra de forma razoável.

GRIP: É a primeira temporada de Millennium em que participas. Diz-nos as tuas primeiras impressões.NS: Todos falam uma língua diferente

(risos). Os aspetos mais importantes: o rate of fire, o tamanho e desenho do campo, as arbitragens… Meu Deus, as arbitragens precisam de ser mais consistentes. Tudo é diferente. Calculo que ainda estou a habituar-me. Não temos sequer dois minutos completos nas pits, podia ser simpático ter um pouco mais de tempo porque gostava de ter tempo de conversar após uma derrota pesada em vez de gastar um time out. Penso que, no fundo, ainda me estou a habituar, é isso (risos)… Pergunta-me isto novamente em Londres.

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52 entrevista

GRIP: Mencionaste

as arbitragens. Quais as grandes

diferenças entre os eurorefs e os

árbitros americanos? NS: A grande diferença é o

modo como dão penalizações, a falta de consistência com que o fazem… Ninguém é perfeito, verdade? (longa pausa) Não quero dizer mal, mas… vi pessoas serem atingidas no battlepack e algumas levarem um 1por1 e outras não; vi pessoas a fazer playing on com tiros no loader que levarem 1por1 e outras que, nas mesmas circunstâncias, não foram penalizadas... Não quero dizer que isto é tendencioso, mas é o que se ouve nos bastidores… Existem certos árbitros a apitar equipas de países diferentes, e outros que arbitram jogos com equipas do seu país de origem… Mas isso existe em todo o lado, nos EUA os árbitros favorecem, por vezes, as equipas do seu estado Acredito que nos EUA a consistência é pouco melhor. Se dizem que um tiro no battlepack é 1por1, têm de penalizar toda gente de igual forma, o mesmo para o tiro no loader. E têm de ser um

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pouco mais humanos, perceber que nem todos estamos lá para fazer batota. Dar-nos uma pequena explicação, todos querem isso, eles que não sejam… Ia dizer algo mais, mas fico por aqui.

GRIP: Como é que um jogador do teu nível, com 14 anos de paintball, só vem ao Millennium agora?NS: Convidaram-me há dois anos, tinha tudo preparado para vir mas foi nessa altura que a Islândia rebentou, por isso não consegui fazê-lo. O ano passado era para vir pelos Breakout Spa, mas não se concretizou, nunca aconteceu. Este ano os Empire Venice disseram-me «Vem jogar connosco!», e respondi de

imediato «Yeeeeesss». Tem sido o meu sonho, sempre sonhei em jogar aqui e na Europa. Tem sido fantástico… tão divertido!

GRIP: Como analisas o nível competitivo das equipas europeias?NS: É bom. Ver os Dynasty e os Tampa Bay em CPL dá-te uma ideia de como jogam as equipas europeias. Tal como falámos anteriormente é mesmo muito diferente por causa das pontuações menores, do rate of fire e do tempo dos jogos. Penso que seria interessante ver qualquer uma das equipas europeias no World Cup, para perceber como jogariam num formato de race to 7 ou race to 5.•

publicidade

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Texto: Luís Oliveira e André Garrido Fotografia: PhotoPaintball

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Os Blue Falcon eram os aniversariantes, mas a festa foi para todos.

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A equipa portuguesa de paintball Blue Falcon Squadron celebrou nos dias 1, 2 e 3 de Julho o seu 5.º aniversário com um mega evento nunca antes visto neste país, não pela quantidade de jogadores mas por ter juntado ambas as vertentes do desporto: competição e recreativo

Nesta festa estiveram envolvidas mais de 500 pessoas, nove bandas de rock e paraquedistas, estando disponíveis barcos, porco no espeto, bifanas, entremeada e muita, muita cerveja.

O primeiro dia era mais uma formalidade, pois só no segundo dia é que começaram as chegar as muitas equipas de ambas as vertentes.

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O Campeonato Nacional (CN) foi recebido num espetacular complexo desportivo em Montargil, que nem sequer tinha sido oficialmente inaugurado. Por ser um complexo muito recente, toda a estrutura envolvente era impecável tendo estacionamento bastante para todos os jogadores, um relvado sintético irrepreensível e excelentes casas de banho que se foram mantendo minimamente limpas durante o fim de semana, tarefa que nem sempre é fácil num torneio de paintball.

Esta foi a segunda prova do CN que recebeu vinte e uma equipas divididas por três escalões: Liga O JOGO, Liga Jornal de Notícias e Liga GRIP.

O baixo número de equipas deve- -se à forte recessão que se faz sentir em todo o Mundo, realidade que não encontra exceção no paintball, pois

CampeonatoNacional

praticamente todos os países tiveram uma redução do número de equipas nos seus torneios, o que colocou mesmo em causa a realização de alguns grandes eventos europeus.

Relativamente ao desenho dos campos, foi praticamente o mesmo

utilizado na prova do Millennium de St. Tropez, com as devidas

adaptações. A grande modificação foi sem dúvida a utilização das cobras «antigas», que por um lado permitem um jogo muito mais agressivo

e menos tático, mas que por outro distanciam esta

prova do que se está a passar a nível internacional.

Este facto fez com que este obstáculo fosse muito usado, coisa que não acontece no Millennium, onde a cobra deixou de ser tão decisiva.

Quer se goste quer não se goste das novas cobras, o futuro de um desporto num país passa sempre

500 pessoas,

bandas rock, paraquedistas, barcos, comida

e muita cerveja.

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por acompanhar as novidades e «exigências» que ocorrem nas principais competições internacionais.

Mais grave é o facto de que ambos os campos estavam baseados no mesmo desenho e de as duas cobras terem dinâmicas completamente diferentes, devido a serem montadas com obstáculos que em nada se assemelham. Uma das cobras era um autêntico bunker, devido ao seu tamanho. Isto poderia não ser grave, caso as equipas jogassem apenas num dos campos, mas sábado isso não acontece, o que obriga os jogadores a estudarem dois campos sem aparente necessidade.

No sábado, como é habitual, apenas foi disputada a Liga GRIP, com cinco equipas. Devido a este número, o sonho de muitos jogadores torna-se

realidade começando um torneio perto das 11 horas da manhã e acabando por volta das 17 horas. Infelizmente existe um contratempo, que não permite que o calendário seja ainda mais fluido: o facto de muitas vezes ser necessário esperar num dos campos por outras equipas que ou ainda estão a jogar ou ainda se estão a preparar.

Apesar de parecer que estes jogos podiam facilmente caber no calendário de domingo, com algum esforço de toda a organização, arbitragem e jogadores, parece-nos correta a postura da Federação Portuguesa de Paintball (FPP) ao apostar numa prova de 2 dias, investindo um pouco na dinamização do local onde se realiza o evento.

Quando existem cinco equipas, só uma não passa às finais e essa

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sorte coube aos Relâmpagos, que perderam todos os jogos, talvez devido ao constante refilar por parte de alguns membros que, em vez de se preocuparem com o jogo e com o bem-estar da equipa, preferem culpar a plenos pulmões todos os aspetos que consideram negativos, mesmo quando não têm razão.

Neste escalão existem claramente duas equipas fortes para o nível apresentado, que são os Trolls Ink e os Blue Falcon. Quis o destino que os aniversariantes ganhassem a prova em sua honra, sendo a pedra de toque para o que ainda estaria para vir no restante

fim de semana.Domingo a prova começou bem mais

cedo. Eram 8h00 quando a grande prova portuguesa começou: contando com 16 equipas que se confrontaram em duas

divisões e dois campos distintos.O tema do dia era sem

dúvida Hugo Domingues e a sua cena de pancadaria no Millennium, pois seria a primeira vez que o mesmo pisaria de novo os relvados já sabendo a pena que lhe

tinha sido aplicada.Nos primeiros jogos

participaram os Trolls, cuja recente «aquisição», Gil Belford, veio mostrar que quem sabe não esquece: ao fim de ano e meio de paragem parecia que não tinha estado

O futuro

do paintball passa por

acompanhar as novidades e «exigências».

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ausente nem uma semana. Pode ser coincidência, mas desta vez os Trolls conseguiram chegar às finais, feito que não alcançavam há praticamente dois anos.

Outra das equipas que surpreendeu foi o Sporting, com um jogo muito consistente, conseguindo passar à fase seguinte.

No lado oposto, pela negativa, estiveram os Paintland que, após uma primeira prova de luxo, não passaram às finais, podendo ter posto em causa a luta pelo título.

No grupo das finais estiveram presentes o Benfica, o Sporting, os Trolls e os Metralhas.

Os Metralhas são sem dúvida a equipa mais forte em Portugal, a par do Benfica. Embora o terceiro lugar não seja uma imagem fiel do seu jogo, a verdade é que perder o jogo errado na altura errada fê-los descer alguns degraus na classificação. Estão com um jogo muito consistente, muito preso mas ao mesmo tempo agressivo. Sabem quando devem atacar e não têm pressa em ganhar jogos.

O Benfica, por sua vez, foi o justo vencedor desta prova, lugar que lhes tinha escapado na primeira etapa. Esta equipa está a jogar a um nível muito elevado, tendo sido alavancados por um dos jogadores mais consistentes em Portugal dos últimos tempos: Sven De Weert. Do

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que temos tido o privilégio de assistir, Sven é recorrentemente o jogador que ganha batalhas contra os melhores do mundo, como fez no Millennium, e também o jogador que decide jogos em run through, como fez na final contra os Trolls. A juntar ao Sven, «Dani» Moreira esteve endiabrado e resolveu pontos decisivos.

Na segunda divisão, Liga Jornal de Notícias, o Belenenses foi a grande desilusão: após ter conquistado o primeiro lugar da prova na primeira etapa, desta vez nem sequer chegou às finais deixando o lugar à disposição do seus rivais Prophecy.

Os Prophecy têm sido uma das equipas que mais tem apostado numa carreira internacional. Após alguns pequenos deslizes estão agora mais consistentes e, acima de tudo, capazes de olhar para os resultados negativos e tirar partido disso. Foi o que aconteceu quando perderam 4:1 contra os Triball, jogo no qual se sentaram com o Jota, o treinador (são a única equipa com treinador a sério em Portugal), para tentar perceber onde deviam melhorar.

Esta mentalidade valeu-lhes o primeiro lugar e dificilmente deixarão passar a subida de divisão para o próximo ano.

É também de louvar o trabalho dos

Fontainhas e dos Rush, que ficaram respetivamente em segundo e terceiro lugar.

O ponto negativo desta prova foram sem dúvida as arbitragens, sendo que em alguns casos foram do pior que temos visto nos últimos anos. Assistiram-se a coisas gritantes, como penalizações de 3por1 a pedido dos elementos de coaching, ou erros ainda mais graves, como quando um árbitro decidiu aplicar uma penalização a dois jogadores que, após se eliminarem mutuamente, decidiram cumprimentar- -se e num raro momento de fair-play dar os parabéns ao adversário.•

Divisão 1 — Liga O JogoS. L. BenficaTrollsMetralhas Porto

Divisão 2 — Liga Jornal de NoticiasProphecyJ. D. FontainhasRush Vitória Janes

Divisão 3 — Liga GRIP1. Blue Falcon Squadron2. Trolls INK3. XXL Fusion

Classificações:

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Este tipo de evento reúne diversos tipos de jogadores, com diferentes formas de encarar o paintball. Alguns participam com o intuito de ser parte de um jogo carregado de missões específicas e objetivos a cumprir durante todo o tempo que decorrem as muitas batalhas, jogando pela conquista de pontos para somar uma vitória; outros deslocam-se ao evento pelo simples prazer de poder eliminar jogadores adversários, sabendo que um aniversário desta envergadura fornecerá muitos e muitos alvos «fáceis», pelo que não se importam muito com missões. O terceiro tipo de jogadores são aqueles que não participam sequer pelo jogo, mas sim pelo prazer de passar um agradável fim de semana na companhia de amigos antigos ou de novas amizades feitas na ocasião.

O segundo dia foi aproveitado para passeios pela pacata vila de Montargil e Ponte de Sor, ou simplesmente para dar uns mergulhos na piscina do acolhedor

The Event

parque de campismo da Orbitur e na belíssima albufeira da Ribeira de Sor. Esta tarde foi também aproveitada para rever antigos compinchas e para os amantes do recreativo foi uma forma de visitar a 3.ª

etapa do Campeonato Nacional de Paintball, onde decorria a Liga

GRIP — Divisão três.Pelas 20h00 começam

a chegar jogadores ao recinto onde decorria o Smoke on the Water — Montargil Rock Fest 2012,

um festival organizado pela Associação Nova Cultura

em parceria com os Blue Falcon Squadron, misturando assim amantes do paintball com amantes do rock. No local o «amigo» porco no espeto já dava voltas e mais voltas, mostrando o seu belo bronzeado e emanando por todo o recinto um agradável aroma que fazia crescer água na boca. Pouco depois o porco começaria a ser servido a todos os jogadores, sendo acompanhado por uma bela cerveja — porque a noite estava agradável e a isso convidava.

O Montargil Rock Fest misturou amantes

do paintball com amantes

do rock.

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Toda a festa prosseguiu bastante animada noite adentro, o que levou alguns jogadores mais resistentes a optarem por passar toda a noite e madrugada naquele local, tomando apenas um banho rápido e refrescante para de novo voltarem ao mesmo lugar, onde algumas horas depois se iria realizar o tão aguardado jogo de paintball.

Ao terceiro dia chegou o momento esperado: jogadores dos mais diferentes pontos do país montam tendas, preparam marcadores, compram bolas na loja móvel da Emboscada presente no local e reparam avarias de última hora. Este é, no fundo, o normal ambiente neste tipo de jogo. Veem-se também alguns jogadores que

irão pela primeira vez experimentar este deslumbrante desporto, sendo possível identificá-los na distância, porque o seu nervosismo é diferente dos jogadores mais

experientes. Mas depressa começam a ambientar-se e a trocar

impressões ou a desfazer dúvidas com quem os rodeia.

Às 11h45 é dado início ao briefing de segurança e de jogo, tendo ficado ao primeiro a cargo do «porta-

-voz» Farinha e o segundo a cargo de Marco «Ferri».A primeira parte foi

orientada para os jogadores iniciantes, mas também muito útil para os mais experientes, pois nunca é de mais relembrar que aqui a segurança vem sempre em primeiro lugar e que existe

O segundo dia foi

aproveitado para passeios pela pacata

vila.

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um comportamento a respeitar em campo. Depois seguiu-se uma breve explicação do jogo e dos seus objetivos, que serviu para tirar dúvidas aos que já sabiam a história e para informar todos os outros que ainda não a conheciam.

Como surpresa, todos os jogadores foram informados de que no decorrer do jogo iriam existir desembarques anfíbios e desembarques aéreos, e que os «personagens» envolvidos nestes desembarques faziam parte integrante da recreação. Foi um momento de admiração para alguns dos presentes; no entanto, comum a todos foi o tentar perceber como é que isto iria funcionar!

Já com todos ansiosos por poderem ir jogar, são apresentados os Generais das duas fações. De um lado, a liderar a fação Falcon estava o General David Constant,

da equipa de airball C4=RTU. Do outro lado, a liderar a fação AMG estava o General Lumigool, da equipa Força PSI —Núcleo de Paintball da Figueira da Foz.

Pelas 13h00, depois de mais algumas recomendações, dadas pelos Generais às suas fações, deu-se início ao jogo. Este decorreu num terreno de média/baixa dificuldade, com excelentes zonas de vegetação rasteira misturada com arbustos e algumas áreas mais abertas, que incluíam também árvores de grande porte, sendo um dos flancos do campo de jogo totalmente banhado pelas águas da albufeira, o que aliviava um pouco a temperatura de 26 graus que se fazia sentir.

Os objetivos de jogo, fáceis de perceber e de concretizar, consistiam na conquista de três bandeiras espalhadas pelo campo, na recuperação de duas «máquinas

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purificadoras» de água, que depois de recuperadas iriam servir para purificar litros e litros de água que tinham de ser transportados do rio para essa máquina e posteriormente armazenados, e ainda no controlo de um relógio, que estava muito bem escondido, não tendo nenhuma das fações conseguido conquistar este ponto.

O jogo em si decorreu com bastantes avanços e recuos de ambas as fações, não tendo havido espaço para muitos «tempos mortos», com exceção das 14h00, momento no qual muitos dos jogadores estavam fora do campo — fosse para reabastecer bolas e ar, ou mesmo para poder ingerir alguns líquidos e recuperar forças. Foi também por essa altura que se deu início a uma segunda fase, em que a equipa Falcon dominaria perfeitamente a zona Sul do campo e a equipa AMG lutava duramente para segurar a sua posição na zona Norte (junto à albufeira, e local onde iria decorrer os desembarques dos paraquedistas).

Pelas 14h30 ocorreu aquele que foi, sem dúvida, o momento alto de todo o jogo: o surgimento do avião que iria largar quatro paraquedistas em pleno campo de batalha. Logo que se vê o primeiro paraquedas aberto no ar, começou também a ouvir-se repetidamente nos rádios da equipa AMG a expressão «pássaro no ar». Nessa altura, deslocou-se prontamente um grupo de jogadores para

a zona de aterragem com o objetivo de fazer um perímetro de segurança no local e receber com cuidado esse fantástico reforço vindo dos céus.

No entanto, enquanto o grupo esperava pelos reforços foi apanhado de surpresa por um barco que os atacou à distância. Este ataque seria, contudo, rapidamente neutralizado, o que permitiu que os paraquedistas aterrassem em segurança.

Logo que o último paraquedista tocou no solo, espetáculo que foi aplaudido

tanto pelos jogadores dentro de campo como por diversos

espetadores que assistiam de longe, deu-se uma última surpresa: o avião que minutos antes tinha largado os paraquedistas

efetuou um voo rasante sobre os jogadores. Todo este

cenário foi a recriação perfeita de um verdadeiro desembarque de

paraquedistas num cenário de guerra, tendo sido também um forte apoio moral para a equipa AMG, que com a ajuda dos «paras» recém-chegados conquistou a bandeira Norte, para não mais a perder. Pelas 15h00 seria anunciado o final do jogo.

Foi então o momento de os jogadores saírem do campo e imediatamente começarem a trocar abraços e apertos de mão com aqueles que minutos antes eram adversários. Foi também então que se começaram a contar mais alguns «feitos históricos» que irão permanecer na mente

Um avião

largou quatro paraquedistas

em pleno campo

de batalha.

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dos jogadores que neles participaram, tudo enquanto se deslocavam para a zona de lazer e do merecido descanso. No meio de todas estas movimentações houve ainda tempo para alguns jogadores mais acalorados se atirarem à água para um revigorante banho, o que espantou uns e colocou outros a rir e a aplaudir tamanhas peripécias.

Já com as forças restabelecidas, foi hora de os mais resistentes assistirem ao sorteio de diversos brindes oferecidos pela Emboscada, bem como da troca de elogios pelo bom desempenho, e sobretudo, pelo excelente fair-play com que decorreram todas as batalhas.

Os Generais foram unânimes em dizer que ambas as equipas tinham ganho e que não houve vencidos, sendo o verdadeiro vencedor o paintball e todo o espírito que o rodeia.

Foi então entregue uma recordação deste dia aos Generais, bem como aos aniversariantes Blue Falcon, e mais uma vez altura de contar alguns momentos vividos em campo. Um desses episódios despertou particular atenção: a eliminação do General David Constant por um jogador adversário. Nesse momento o General terá gritado «Bem jogado, jogador», retirando-se do local. Situações destas são verdadeiras demonstrações de como se deve praticar o paintball e devem servir de exemplo a todos aqueles que o praticam, bem como

a todos aqueles que se iniciam nesta modalidade. Ganhar e perder faz parte do jogo, mas apenas os bons jogadores

são capazes de elogiar o adversário quando este leva a melhor.

Algo também digno de registo foi o número de jogadores do sexo feminino em campo, o que demonstra que este

desporto não é apenas para homens mas sim para todos

os que desejam sentir grandes momentos de adrenalina, boa

disposição e convívio saudável. •

Os Generais

foram unânimes em

dizer que ambas as equipas

tinham ganho.

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GRIP: Qual foi para ti o momento alto do «The Event»?Ferri: Sem dúvida que para mim o momento alto foi poder encontrar-me com os amigos.

GRIP: Reparámos que no campo andavam pelo menos duas crianças com menos de 12 anos! O paintball será indicado para estas idades?Ferri: Claro que é! Para além de poderem estar a desfrutar da companhia dos pais numa modalidade praticada conjuntamente, pode ser o início de uma atividade desportiva saudável e quem sabe o começo de uma carreira desportiva.

GRIP: Este terá sido um dos jogos onde mais elementos do sexo feminino se encontravam em campo. Elas estão finalmente a aderir ao paintball?

FerriFerri: Estão, timidamente, mas estão. O que necessitamos é de mais divulgação e saber atraí-las para esta modalidade. O paintball é para todos.

GRIP: Quanto tempo demora a preparar um evento deste tipo?Ferri: Um evento deste tipo — e temos de ter a noção de que conciliámos um Campeonato Nacional de airball, um festival de rock e uma festa de aniversário com um jogo de recreativo — demora pelo menos 10 meses a preparar. Esperamos que venha a ter continuidade.

GRIP: Surpresas para 2013?Ferri: Não irei divulgar, ou então deixaria de ser surpresa, mas posso adiantar que 2013 será muito diferente, e também muito melhor. (risos e um piscar de olho) •

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Fotografia: PhotoPaintball

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Russia

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france

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France

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«Tonton para sempre!»88 entrevista

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A GRIP falou com Fabrice «Tavarez», o homem à frente da equipa francesa

Tonton, que faz 20 anos em 2012.Texto: André Garrido Fotografia: PhotoPaintball

entrevista

GRIP: Porque deixaram cair parte do antigo nome Flingueurs?Tavarez: Porque toda gente nos chamava apenas Tonton e era difícil traduzir a palavra Flingueur. Na verdade, esta palavra foi inspirada num filme francês muito popular, sobre a máfia, e em CPL os nomes das equipas têm de incluir o nome de uma cidade, por isso trocámos Flingueurs por Toulouse, onde a equipa nasceu.

GRIP: Como é bem sabido, os Tonton chegam em 2012 ao marco histórico dos 20 anos de existência. Embora não faças parte do projeto desde o início, o que sentes quando a tua equipa atinge esta marca?Tavarez: Sinto-me muito orgulhoso de seguir o espírito Tonton. Conheço todos os membros da equipa que estiveram no projeto desde o início e penso sinceramente que o nosso espírito é essa mentalidade de entrega, porque todas as gerações são amigas e torcem pela equipa quando esta está a jogar. Sabes, quando nos juntamos a uma equipa como os Tonton já não queremos sair. É esse o

espírito. E não temos de nos preocupar se estamos a cometer erros porque os membros mais antigos estão lá para nos mostrar o caminho correto.

GRIP: A importância da efeméride em 2012 obriga-vos a ter outros objetivos?Tavarez: Claro, sempre. Terminámos em terceiro o ano passado, por isso o nosso objetivo para este ano é terminar em

primeiro, e é para isso que estamos a lutar. Sonhamos ainda voltar a jogar PSP nos EUA, mas temos de dominar primeiro a Europa. E queremos lutar contra os melhores para sermos os melhores. Trabalhamos apenas para isto, é o nosso objetivo principal.

GRIP: Vão fazer alguma festa ou atividade especial este ano para comemorar esta data?

«Quando nos juntamos a uma

equipa como os Tonton já não

queremos sair.»

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Tavarez: Deveremos fazer uma festa em Paris com os jogadores mais antigos para relembrar os tempos e as histórias de todas as gerações que passaram pelos Tonton. Criámos um marcador novo especialmente para o vigésimo aniversário e fizemos alguns brindes para esta festa.

GRIP: Disseste que os antigos jogadores estão sempre com a equipa. O ano passado, na prova da Disney, lembro-me de ver uma enorme faixa a homenagear Frank Mouren. Este tipo de homenagem não é muito comum, especialmente no nosso desporto, parece quase uma coisa de família. É esse o verdadeiro sentimento?Tavarez: Sim! Tal como eu disse, todos os Tonton se conhecem. A contribuição do Frank foi um grande passo para a equipa. Ele foi o meu professor e capitão, ensinou-me coisas da vida como um pai faz com um filho. Todos adoram o Frank, ele fez muito pelo paintball e pelos Tonton. O Frank é tão importante e carismático que não precisa de falar Inglês para ter bons amigos em todo o Mundo. Onde quer que eu vá as pessoas perguntam-me sempre por ele.E não são só os Tonton a desejar uma boa despedida, mas toda a comunidade do paintball. Ele é um grande homem.

GRIP: Laurent Hamet, diretor do Millennium, foi um dos grandes jogadores dos Tonton. Como é a vossa relação com o atual diretor da maior prova europeia de paintball?Tavarez: Ele continua a ser uma grande parte dos Tonton. Nada mudou entre nós apenas porque ele passou a ser responsável pelo Millennium. Ele apoia-nos e ajuda-nos muito a nível da organização da equipa e é sempre um prazer reencontrá-lo. Falo com ele ao telefone uma vez por semana

e dá-me alguns conselhos a nível de gestão de equipa.

GRIP: Sabemos que, muitas vezes, conhecer a pessoa certa no sítio certo faz muita diferença. O apoio de uma pessoa com o prestígio e posição do Laurent pode trazer vantagens, não?Tavarez: Claro que sim, ter os conselhos e experiência do Laurent é muito benéfico para nós. Mas o facto de ser um dos responsáveis do Millennium não nos trás qualquer benefício, pagamos como todos os outros e estamos nas mesmas condições.Sofremos um pouco a nível de reputação, mas apenas porque ele tem uma responsabilidade muito grande com o cargo que ocupa.

«Sonhamos ainda voltar

a jogar PSP nos EUA, mas temos

de dominar primeiro a Europa.»

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GRIP: Há precisamente dez anos, o Laurent disse numa entrevista à Facefull que era muito difícil reunir todos os jogadores num mesmo treino devido à distância. Como é hoje em dia, ainda para mais quando têm o Jason Wheeler, jogador inglês, e o Yan, jogador russo, a jogar convosco?Tavarez: A nossa equipa é composta pelo Axel, que vive em Paris; o Loic, de Pau; o Sébastien, de Embrun; o Jason, de Londres; o Yan, de Moscovo; e o Guillaume, o Franck e eu de Marselha.Este ano estamos inspirados no sistema americano, organizando treinos em conjunto uma semana antes do torneio. Ou seja, jogar toda a semana para preparar a equipa como um todo antes de ir para a prova.Nos restantes fins de semana cada um treina por si. Quando nos encontramos, partilhamos as nossas experiências e o que vamos aprendendo individualmente.

GRIP: Treinam todos os dias da semana?Tavarez: Sim. Na sexta-feira chegam todos os jogadores; sábado e domingo jogamos contra uma equipa; depois treinamos segunda, terça e quarta; e partimos para o evento para que, na quinta-feira, possamos treinar no campo de CPL.

GRIP: De novo isto lembra-me a entrevista do Laurent. Ele disse que é extremamente difícil ter jogadores capazes de perder 70 dias por ano para jogar paintball. Como é que os Tonton conseguem ter ano após ano jogadores deste calibre?Tavarez: Temos sorte! Todos os nossos jogadores têm facilidade em gerir o tempo nas suas profissões e encontrar a disponibilidade que este desporto exige. Por exemplo, eu tenho o meu próprio

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negócio, pelo que se precisar de 12 dias para um evento posso gerir o meu tempo de trabalho, treinando e jogando durante o dia e cumprindo as minhas obrigações profissionais à noite.O Loic, o Pascal, o Seb e o Jason também têm as suas próprias empresas. O Axel é estudante. O Yan trabalha para o governo russo, que lhe garante todos estes dias para ele jogar paintball. E o Frank e o Guillaume têm excelentes empregos, com ótima disponibilidade. O paintball profissional precisa de ser jogador a 100% e nunca a metade.

GRIP: Foram campeões Europeus em 2006 e só conseguiram voltar ao pódio o ano passado com um terceiro lugar. Qual o motivo que levou a esta interrupção tão grande? Tavarez: Tivemos problemas no roster durante este período. Esta foi a razão porque não jogámos o Millennium em 2008, o que nos permitiu unir um pouco a equipa.Para além disso, fizemos más escolhas de recrutamento, que não serviam para a equipa. De há dois anos para cá tentamos treinar através da nossa clinic e do nosso summer camp. Este ano temos uma

92 entrevista

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equipa completa e continuamos a treinar com outros jogadores mais novos.

GRIP: Uma das imagens que recordo da Disney foi a vossa passagem às finais. Parecia que tinham ganho o torneio. O que significou esse momento: passar às finais, garantir o terceiro lugar da geral, na maior prova do Millennium, diante dos vossos compatriotas?Tavarez: O ano passado tivemos seis equipas empatadas no ranking, por isso tínhamos de terminar à frente deles. Ao conseguir passar às finais terminámos como a primeira equipa DYE, primeira

equipa europeia (sic) e primeira equipa francesa. Esse foi o verdadeiro motivo porque ficámos tão contentes: tudo isto

estava em jogo nessa altura, e foi um grande prémio depois de todo o trabalho que tivemos para lá chegar.

GRIP: Parece existir uma grande diferença entre os Art Chaos e os Dynasty em relação às restantes

«O paintball profissional

precisa de ser jogado a 100%

e nunca a metade.»

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equipas. O que vos falta para conseguir superá-los? Tavarez: Estas duas equipas estão entre as melhores do Mundo e penso que são as únicas duas equipas profissionais onde os jogadores são pagos para jogar.Este ano, os Damage, campeões do mundo em título, também estão no nível mais elevado de CPL. Jogámos com eles

em Pugets e ganhámos, por isso para nós não é impossível.Estas são equipas muito boas. Cabe-nos provar que podemos ser melhor do que eles.

GRIP: Mas os Damage pareceram um pouco fracos no Millennium, não achaste?Tavarez: Sim, jogar na Europa não é o mesmo que fazê-lo nos EUA, devido ao

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seu estilo de jogo e às arbitragens, que são mais severas. Penso que jogámos muito bem contra eles, atingindo imensos jogadores no arranque.

GRIP: Sem rodeios: os Dynasty e os Art Chaos não te irritam, ao ganhar tantos jogos e sem dar grandes hipóteses às restantes equipas? Acredito que pode ser frustrante saber que, à partida, existe uma grande hipótese de perder quando se joga contra eles.Tavarez: Não, de todo, jogamos para competir contra estas equipas e estamos contentes por jogar contra eles porque queremos pertencer ao grupo dos melhores. Nos Tonton todos temos

profissões fora do paintball, e por isso apenas treinamos aos fins de semana, enquanto estas equipas jogam a toda a hora, defrontam constantemente grandes equipas e participam em muito mais competições.Mas queremos ficar à frente destas equipas e lutamos por isso, não jogamos para ficar atrás delas.

GRIP: Quem consideras serem os vossos adversários diretos na vossa divisão?Tavarez: Damage, Dynasty e Art Chaos.

GRIP: E os Carnage? Em França eles estiveram à vossa frente até à última prova!Tavarez: Não os considero nossos verdadeiros adversários. Se estivermos a jogar focados e com inteligência não perdemos com eles.

GRIP: Achas que o 4.º lugar deles em St. Tropez foi sorte?

Tavarez: Penso que o caminho deles até à semifinal não foi muito difícil, mesmo tendo feito um bom torneio. Veremos se foi sorte ou se têm o seu lugar no top da CPL.

GRIP: No vosso jogo contra eles, vocês ganharam 5:4. Não foi uma tarefa fácil…Tavarez: Eles jogaram bem na disputa pelo terceiro e quarto lugar e nós não jogámos muito bem. Além do mais conhecemo-nos bem, porque treinamos todos juntos. É sempre um pouco mais complicado porque sabemos o que cada um é capaz de fazer.

GRIP: Achas que os Tonton são os favoritos para a liga Francesa?

«Jogamos para competir

contra os Dynasty

e os Art Chaos.»

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Tavarez: Isso é o que todos dizem. Queremos ganhar a liga francesa, e vamos lutar por isso, mas os nossos adversários não nos vão dar facilidades.

GRIP: Se olharmos para as equipas de CPL, França é o país com melhor representação, com quatro equipas. Por que razão têm tantas equipas? Tavarez: O mercado do paintball em França está a correr muito bem, existem muitos campos com estruturas de qualidade para receber os jogadores. E as equipas francesas treinam umas com as outras, o que permite elevar o nível.

GRIP: Qual a tua opinião sobre o Millennium?Tavarez: Penso que o Millennium melhora de ano para ano, e hoje fazem torneios de qualidade com campos bonitos, boa organização, stands interessantes e excelentes arbitragens. O Millennium escolhe os locais cuidadosamente para que não nos saia muito caro em hotel e transportes. O recinto está sempre limpo, com bancadas para o público e um comentador sempre a relatar os jogos.O lado negativo é que os prémios não são muito elevados. Por exemplo, em CPL acho que o prémio para o primeiro lugar são 10 000 euros e a inscrição é o mesmo valor. Por isso só vencendo o Millennium é que se torna possível

pagar a inscrição.

GRIP: E qual é a tua opinião dos torneios paralelos, como os Ladies Cup, Youth Cup e Nations Cup?Tavarez: Penso que é uma boa iniciativa. Juntam-se diferentes gerações do paintball e é um bom espetáculo para o público. Penso que é uma excelente ideia.

GRIP: Mas parece que existem muitas seleções que não são as melhores equipas do país. São apenas um grupo de jogadores que têm dinheiro para ir

ao Millennium…Tavarez: Não, e dou o exemplo da França. Temos uma federação que elege um treinador. Este treinador irá fazer uma pré-seleção de 14 jogadores, ficando apenas 10 numa fase final.Estes dez jogadores irão treinar duas vezes antes da Nations Cup. A nossa federação encontrou parceiros como a DYE para fornecer a bola.

GRIP: És um dos jogadores da seleção francesa. O que sentes ao vestir a jersey com as cores do teu país e ouvir o hino no campo?Tavarez: É um orgulho vestir as cores de França e jogar ao lado que normalmente são adversários para

«Não considero que os Carnage

sejam adversários ao nosso nível.»

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defender a bandeira da nossa nação. Ouvir o hino nacional virados para uma bancada de entusiastas dá sempre arrepios e energia. Um momento como esse é maravilhoso.

GRIP: Se tivesses de escolher, o que preferirias: Tonton ou França?Tavarez: Tonton. Sou dos Tonton desde muito cedo e devo tudo aos Tonton. Tonton para sempre!

GRIP: Não achas estranho que existam mais jogadores selecionados dos Icon do que dos Tonton?Tavarez: Não, os Tonton são uma equipa com jogadores internacionais e os Icon têm apenas jogadores franceses.

GRIP: Vocês têm apenas dois jogadores que não são naturais da França...Tavarez: Somos seis franceses com o Sebastien, que até este mês estava a trabalhar, pelo que não tinha todas as

condições para jogar. E um miúdo em formação.

GRIP: O ano passado a França ficou em 4.º lugar. Pensas ser possível fazer um melhor lugar este ano?Tavarez: Sim, tenho a certeza. Este ano vamos preparar-nos para esta etapa com

«Tonton ou França?

Tonton para sempre!»

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treinos conjuntos. Não o fizemos o ano passado porque não levámos o assunto muito a sério.

GRIP: Jason Wheeler, um dos teus colegas de equipa, irá provavelmente estar no outro lado do campo, a jogar pelo Reino Unido. Queres deixar-lhe uma mensagem?Tavarez: Digo-lhe para fazer bom uso do título porque este ano temos intenções de o ganhar.

GRIP: Porque foram buscar o Jason aos Nexus?Tavarez: Acima de tudo o Jason é um bom amigo. A equipa gostou muito dele e considerámos que ele estava ao nível

mais elevado do paintball. Por isso, para nós fez sentido recrutá-lo para a nossa equipa.O ano passado ele era o melhor front inglês!

GRIP: Falas como se os Nexus fossem inferiores a vocês.Tavarez: Porquê? Ele não era feliz nos Nexus…

GRIP: Pela tua resposta, podemos perceber que é como se o tivessem recrutado de uma equipa menor...Tavarez: Não. Estamos ao mesmo nível. Terminámos à frente dos Nexus a época passada, mas isso não significa que nos sintamos superiores. Foi simples:

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perguntámos ao Jason se queria se juntar aos Tonton e ele aceitou.

GRIP: Foi uma forma de enfraquecer os Nexus ou de fortalecer os Tonton?Tavarez: Escolhemos recrutar o Jason para fortalecer os Tonton. Essa é razão porque ele joga quase todos os pontos.

GRIP: Este ano os Tonton têm cinco jogadores a jogar PSP a tempo inteiro. Isto tem vantagens óbvias, mas não achas que poderá trazer algumas desvantagens, como possíveis lesões ou cansaço acumulado?Tavarez: Jogar na PSP dá-nos muita experiência. Penso que é muito bom para desenvolver o nível e a experiência de equipas não americanas, pois passam a ter uma visão diferente da perspetiva a que estão habituadas.

GRIP: Mas não poderá trazer desvantagens?Tavarez: Não. Isto é um desporto, eu não quero ficar com os jogadores só para mim. Quero que eles progridam e a única maneira de fazerem isto é ir para os EUA.

GRIP: Estiveste recentemente lesionado. São sempre fases complicadas para um jogador profissional como tu. Durante estas fases, em que pensas?Tavarez: É verdade que as lesões são sempre temidas pelos atletas porque precisas de descansar, de fazer

tratamento e de lentamente voltar à competição para recuperar e fortalecer o músculo perdido durante a fase de descanso. É sempre uma fase difícil, mas ficamos sempre felizes por voltar saudáveis.

GRIP: Não tens medo de regressar num estado pior do que antes?Tavarez: Sim, é complicado porque pessoalmente nunca fui um grande atleta. Por isso, para voltar ao nível anterior é

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preciso muita motivação e sofrimento. Mas confio sempre no meu tiro.

GRIP: Há pouco falámos da aposta dos Tonton nos EUA. Parece que estão a investir individualmente em vez de como equipa. Porque tomaram esta opção?Tavarez: Nesta fase não podemos evoluir como equipa nos EUA porque não temos orçamento para tal. Esperamos que um dia o tenhamos e possamos conquistar a América (risos).

GRIP: Em 2010 os Tonton ganharam a Div. 1 de Orlando. Qual é a sensação de ganhar o melhor e maior evento do Mundo?Tavarez: Ficámos muito contentes por ganhar esse torneio. Foi fantástico porque tínhamos fãs nas bancadas que nos motivaram. Fizemos uma grande prova e fomos premiados com a vitória. Penso que ficámos todos orgulhosos de trazer este troféu para França.

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GRIP: Mas a Div. 1 não é como bater em mortos?Tavarez: Houve muita controvérsia sobre este assunto. Jogámos o nível mais alto que estava aberto para nós. Penso que é muito mais controverso o facto de jogadores profissionais jogarem em equipas NXL e na Divisão 2 do Millennium. O nível da Div. 1 em PSP é como o nível médio de CPL.

GRIP: És contra os jogadores profissionais ajudarem equipas mais pequenas nas divisões mais baixas do Millennium?Tavarez: Não, mas existem equipas com alguns jogadores pagos que eliminam três

quartos da equipa adversária. Penso que não é justo para os adversários e penso que isso não ajuda os colegas da equipa.

GRIP: Consegues comparar o troféu de Orlando com a taça intercontinental que ganharam o ano passado?Tavarez: No campeonato do Mundo tivemos vários jogos importantes que se revelaram difíceis de gerir devido ao clima que se fazia sentir por lá. Foi um torneio longo, prolongou-se durante três dias, e fizemo-lo sem nenhum passo em falso para chegar às finais. A taça intercontinental foi na Malásia, num armazém com ar

condicionado e jogos muito fáceis para chegar às finais.Fizemos um caminho imaculado até às finais, vencendo o título frente aos Ironmen. Fizemos um bom jogo contra eles e trouxemos a taça intercontinental para França.

GRIP: Qual deles consideras ser o mais importante?Tavarez: São coisas diferentes. Ganhar a taça intercontinental foi importante porque representávamos a Europa na prova, foi um orgulho e contou muito para o Velho Continente e para os nossos patrocinadores.O campeonato do Mundo foi mais

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relevante a nível pessoal, porque cada jogador queria lutar contra equipas americanas em solo americano.

GRIP: O Axel Gaudin disse à Social Paintball que tinha de te agradecer por ter chegado ao nível que chegou. O Axel é neste momento um dos melhores cobras do Mundo. Como te sentes por seres responsável pela criação deste pequeno monstro?Tavarez: Fico muito orgulhoso com o progresso do Axel. Como dizes, hoje ele é um pequeno monstro, e o meu objetivo é que ele se torne um jogador profissional enorme.O Axel tem tudo para se tornar um praticante de paintball de êxito, ele é motivado e tem um grande espírito. Fico feliz por jogar com ele e dar-lhe tudo o que sei e que posso dar. Mas, na verdade, ele e a sua família, por o deixarem treinar a sua paixão ao máximo, são os principais responsáveis pelo seu êxito.

GRIP: Existem equipas que passam constantemente a domingo. Na tua opinião qual é a razão para este resultado?Tavarez: O sorteio conta muito para conseguires pertencer ao «Sunday Club». Penso que a experiência, jogar de uma forma segura sem grandes riscos e não perder jogos de forma idiota são os três fatores fundamentais.

GRIP: Quantas viagens fazes por ano

para jogar paintball?Tavarez: Faço cinco PSP, quatro Millennium Series, cinco ligas francesas, um CPS e um PALS. Não estou a contar com as viagens para os treinos, mas durante a época estou todos os fins de semana no campo a treinar.

GRIP: Não estás cansado de viagens de avião, horas de espera no aeroporto, fazer quilómetros para chegar a um campo?Tavarez: Geralmente trabalho o que posso no Mac, oiço um pouco de música ou vejo

filmes. E se estiver cansado durmo. Se a semana de trabalho foi dura, durmo dez horas durante a viagem. Quando jogava com os Philly’s ia na sexta e voltava segunda. Ia só para treinar sábado e domingo. Duas vezes por mês, geralmente, treino dois dias e faço dois dias de voo.

GRIP: A tua alcunha é «Tavarez». Qual é a sua origem? Tavarez: É o nome de um detetive famoso de um filme de assassinos de Marselha. Como eu sou de Marselha e tenho um sotaque do sul deram-me essa alcunha. É uma combinação de detetives com mafiosos, tal como nos Tonton Flingueurs. •

«Não é justo que jogadores

profissionais compitam

em divisões mais baixas.»

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No verão de 2001, cinco mulheres com uma paixão forte pelo paintball juntaram- -se e fundaram aquela que é hoje uma das equipas femininas mais famosa da Europa. As Fat Lady Charms (FLC) começaram a jogar na Noruega, na Div. 3, e progrediram até à Div. 2 no Millenium Series e até à Div. 1 na liga sueca PBSM.

A GRIP conversou com Cecilia Rickardsson — uma das duas novas jogadoras que as FLC admitiram após um recente treino de captação — sobre o que sentia quando entrou na equipa de sonho dela e o que espera alcançar no futuro.

Antes das FLC, Cecilia R. só havia jogado na equipa Sugar Babes. «Antes do treino estava muito nervosa... Nunca sabemos bem o que podemos esperar. Será que iria encaixar-me numa equipa em que os membros se conhecem há tanto tempo? Estava muito stressada, antes desse treino não tinha

praticado muito porque tinha tido alguns pensamentos esquisitos: se o paintball seria ou não um desporto bom para mim, se me sentia ou não enquadrada na modalidade, e até que talvez fosse melhor desistir... Essas seis semanas não foram nada agradáveis. Mas depois correu tudo bem!»

«Foi maravilhoso ter conseguido entrar, era a minha equipa de sonho desde que eu comecei a jogar, no Canadá, e nem nas minhas melhores expectativas

previ que um dia iria ter a honra de jogar com elas. Mas aqui estou.»

Apesar de Cecilia morar em Uppsala, na Suécia, começou a jogar paintball enquanto vivia no Canadá. «O meu ex-namorado no Canadá deu-me a conhecer o paintball. Ele jogava e pelos

fat lady charmsPor Hailey Adrienne

Se querem começar uma equipa

feminina, não desistam dessa ideia. Se

derem o vosso melhor, vão conseguir.

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vistos precisava de uma pod bitch (risos). Ele queria que eu participasse no seu passatempo e que partilhasse o amor dele pelo desporto. E fiquei viciada logo desde o início. Por isso tenho de agradecer-lhe.»

Depois de Cecilia voltar do Canadá e começar a pensar na carreira dela no paintball, tornou-se numa das jogadoras chave ao formar as Sugar Babes, uma equipa composta só por jogadores do sexo feminino — o que é exemplo das dificuldades que ela teve em despedir-se do seu «bebé» e de todo o poder que ela já teve. «Há uma grande diferença em ir da Div.3 numa liga pequena para a Div. 2 no Millenium. É um passo enorme. E é difícil passar de tudo o que eu fiz nas Sugar Babes para ser uma jogadora menos

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importante numa equipa tão forte. Mas estou finalmente a jogar com os grandes.»

Sendo a primeira vez que jogava no Millenium Cecilia gostou do seu desempenho, executando bem o trabalho na cobra, mas com espaço para melhorar. «Tendo em conta as expectativas da equipa, fizemos uma boa primeira prova com duas novas jogadoras e uma que regressou. Aconteceram algumas coisas estranhas, como por exemplo uma equipa começar o jogo com seis jogadores em campo e não serem alvo de quaisquer penalizações. Se calhar os árbitros não gostavam de mulheres escandinavas (risos).»

«O meu objetivo neste momento é tornar-me numa jogadora muito mais

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agressiva na cobra. Ou mais agressiva em geral. Não ter medo de arriscar no jogo e confiar nos meus instintos no campo. E fora do campo tenho de me envolver mais no paintball, escrevendo artigos, viajando e jogando mais.» Cecilia já jogou em cinco países: Canadá, Suécia, Dinamarca, Rússia e França. Mas está ansiosa para expandir o portefólio dela e levar as Fat Lady Charms aos EUA para competirem no NPPL ou PSP.

No fim da entrevista, ela partilhou uns conselhos para todas as jogadoras de paintball que possam ter dúvidas sobre a posição delas no desporto: «Continuem a jogar e divertirem-se. Não tenham medo de falar e de pedir ajuda e conselhos aos outros jogadores. Se querem começar uma

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equipa feminina não desistam dessa ideia. O início será complicado e poderá demorar algum tempo até terem êxito, mas se tiverem confiança e derem o vosso melhor alcançarão os resultados que pretendem. E podemos ser tão boas quanto os homens! Ninguém nasce a saber jogar. Isso é fruto do trabalho intenso e de muito treino. Se tiverem esta ideia sempre presente poderão alcançar o que quiserem.»

Estejam atentas às FLC nos Millennium e torçam por elas enquanto elas ganham aos homens da Div. 2! Estamos com esperanças de que as mulheres vão alcançar os seus objetivos e ter êxito nas suas carreiras no paintball. Espero ver-vos deste lado um dia destes! •

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Fotografia Carlos Rodrigues (www.carlosrodriguesphoto.com)

Styling Filipa Malho para A&F&, assistida por Ana Catarina Rocha

Cabelos e makeup SÌlvia Ferreira

Modelo Elena Cabac

Acessórios paintball Emboscada

miss grip

CabacElenaA GRIP deu um saltinho ao mundo

da moda e fez uma produção ousada

para esta edição da miss GRIP, onde

juntou paintball, elegância e sensualidade.

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Elena

Top: ProduçãoAcessórios: H&M

A GRIP deu um saltinho ao mundo

da moda e fez uma produção ousada

para esta edição da miss GRIP, onde

juntou paintball, elegância e sensualidade.

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Página da esquerdaBiquini: CalzedoniaAcessórios: Mango

Nesta páginaLingerie: Produção

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Página da esquerdaVestido: Patricia Pepe

Nesta páginaFato de banho: Cia MarÌtima

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Nesta páginaLingerie: Produção

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Texto: André FariaFotografia: Bradlo Photography

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A celebrar dez anos de existência, a Warped repete o sucesso dos anos anteriores envolvendo cerca de 2000 pessoas num só jogo de paintball. Será possível melhorar ano após ano? A Warped demonstra que sim.

O evento que já é considerado um ícone no desporto continua a surpreender e inovar, ano após ano, crescendo não

só no número de participantes mas acompanhando esse crescimento na qualidade, nos serviços e nas atividades únicas.

O maior festival de paintball recreativo da Europa celebrou 10 anos de existência de 4 a 6 de Maio, no famoso campo militar de Swynnerton, juntando mais de mil jogadores de várias nacionalidades, durante três loucos dias.

Relativamente a 2011, as grandes diferenças centraram-se nas atividades a que todos os inscritos tinham direito, um jogo extra no sábado, mais lojas e marcas e, por fim, o uso de um carro blindado de transporte militar (APC), em jogo ou como extra para quem quisesse conduzi-lo.

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Abrindo as portas bem cedo, pelas sete da manhã, com um controlo de entrada e deslocação dentro do campo militar muito profissional, os organizadores conseguiram encaminhar todos os jogadores a tempo e horas para os locais previstos. Os campos estavam indicados no mapa enviado com o bilhete de jogo e também presente na aplicação para telefones com sistema Android. Este sistema permitia, adicionalmente, indicar a nossa posição no recinto do evento bem como no jogo, com mapas de alta definição e suporte de vídeos.

No evento, várias centenas de praticantes encontraram uma feira de marcas e lojas que se assume como a mais recheada de artigos e novidades da Europa (e provavelmente a mais lucrativa). Esta feira foi complementada com assistência técnica completamente gratuita em várias marcas de marcadores, que resolveu centenas de problemas técnicos.

Uma boa presença de staff, seguranças e sinais visuais, fazem toda a diferença num evento desta dimensão, onde o

participante tem autonomia e forma de planear tudo o que quer fazer no fim de semana, com tantas atividades extra para experimentar. A variedade destas atividades era surpreendente: conduzir o APC, disparar no simulador do exército inglês (DCCT), fazer mini-jogos no mato ou de airball na mega arena, experimentar o lazertag e o tippmann tpx challenge, fazer cursos de CQB e ainda linhas de tiro,

nos quais poderíamos experimentar uma variedade de marcadores.

Exatamente às 20h00, todos os jogadores presentes, de várias nacionalidades, fizeram dois minutos de silêncio pelo Remembrance Day da Holanda.

O dia foi fechado com muita animação, com a festa de jogadores, e os preparativos para o 1.º evento de «UK versus», a realizar no dia seguinte.•

Sexta-feira 4 de Março

O maior festival de paintball

da Europa juntou mais de mil

jogadores durante três loucos dias.

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sábado 5 de Março

Uma das maiores novidades deste ano estava prestes a iniciar-se pelas 12h00, juntando todas as equipas estrangeiras numa fação, num jogo onde o objetivo principal era invadir o Reino Unido e assegurar o maior número de cidades inglesas.

Holandeses, suecos, noruegueses, portugueses, norte-americanos e polacos formaram a Joint Nations Task Force (JNTFor) e defrontaram a UK Combined Forces (UKCF) durante quatro horas. Com vários recursos espalhados pelo campo, as duas primeiras horas de jogo revelaram-se cruciais, para que cada fação pudesse recolher Airstrikes, apoio blindado com o APC, kits de demolição ou de reparação das pontes e barcos.

A dimensão do campo superava os 37 hectares, onde os cerca de 400 jogadores batalharam por quatro horas num terreno que era, no mínimo, fantástico. Desde vários tipos de mato, estradas e caminhos, a túneis, edifícios, rios, barcos e pontes, tudo serviu para levar a sério o que muitos

pensavam ser um «aquecimento para o jogo de domingo».

Nas primeiras duas horas de jogo, ambas as fações teriam de recolher o máximo de artigos possível, onde se incluíam kits para reparar ou destruir as pontes, airstrikes que eliminavam jogadores num raio de 50 metros e por fim o famoso apoio blindado. Na segunda metade do jogo, tudo se tornou mais interessante, já que a organização deixou de decidir os momentos em que as pontes abriam. Após a segunda hora de jogo, isto era feito por meio dos kits de reparação ou de destruição, que estavam na posse dos jogadores.

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Com os dados lançados, era altura de invadir a «ilha» do Reino Unido e não deixar que os jogadores da UKCF invadissem o «continente», ficando com o controlo de quatro cidades. Vários ataques foram lançados de parte a parte, com a ponte Glory a ser completamente esmagada pelos ingleses, perante uma defesa de cerca de uma dezena de JNTFor›s, que ainda assim não foram capazes de conquistar a cidade que pretendiam!

Como a maré, assim muda o ímpeto

da batalha: uma reorganização da JNTFor permitiu preparar o ataque final com menos de uma hora para o término do jogo, com um ambicioso

plano. A estratégia era atacar em três frentes, com três timings diferentes: a norte pela ponte Freedom, captando a atenção geral; a este por meio de barcos; e, no final do evento,

37 hectares serviram para o jogo

de sábado, no qual o Reino Unido

defrontou o resto do Mundo.

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por aquela que seria esperada como primeira hipótese de invasão, a ponte Glory.

No final as equipas mostraram muito fervor nos últimos ataques, com a apoteose a chegar às 16h00, com um empate e muita dedicação de todos os jogadores, dando tudo o que tinham e não tinham para conquistar a vitória! Ficou ainda prometido um «Dutch versus», na Holanda, em 2013.

O dia não terminaria sem a surpresa do fim de semana, o tão esperado «esmagamento de carro» executado pelos lunáticos da Tanks a Lot, que arriscaram muito ao escolher uma minivan como alvo de um transporte de tropas blindado (APC).

Adicionalmente, a inesquecível festa com concerto de bandas rock, som disco de DJ Matt, competição de comer bolas de paintball, espetáculo de fogo circense e strippers. No final, ouviram-se os discursos motivadores de ambos os generais, do jogo de domingo, Vigilante. Um Festão! •

Mapa de jogo

O mapa estava disponível

em plataformas Android.

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Mapa de jogo

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Os mais de 100 hectares de um fantástico campo de treino do exército inglês fizeram delirar os 1474 jogadores das 114 equipas presentes, bem cedo, para sete horas de puro paintball!

O jogo continha algumas diferenças relativamente a 2011, uma delas estreada em Portugal ao abrigo da Big Game Alliance (BGA): a contagem eletrónica de eliminados. As informações sobre quais as zonas que estariam a pontuar mais, de hora a hora, bem como as missões secretas, eram controladas pela organização, exigindo um nível de jogo de equipa e de comunicação nunca antes visto num evento similar.

Os hospitais móveis, que permitiam a reentrada de jogadores eliminados, eram controlados à zona pela organização, mantendo-os perto da ação sempre que possível. Manteve-se a troca de entradas de equipas, de duas em duas horas. Esta receita produziu o jogo mais intenso que a Warped já produziu!

Domingo 6 de Março

Existia ainda uma terceira força: a Polícia. Com 55 elementos, o seu objetivo era controlar os «vigilantes» do Norte ou do Sul, impedindo que tomassem conta dos edifícios: Like, V-Mobile, Nixons, ADLI, Warped Game e SmithsGold. Quase imortais, com apoio blindado, escudo numa mão e marcador noutra, dificultaram muito a tarefa de ambas as fações.

Apenas uma missão especial foi realizada: a entrega de um par de ténis no edifício B5, onde a equipa do SUL teve de percorrer mais de 2 km para a executar com êxito, recolhendo os objetos no edifício D8. A outra missão secreta, que consistia em transportar joias do edifício Smithsgold até o edifício A11, falhou, sendo que os 2,4 Km trilhados pelos elementos do Norte foram percorridos em vão, após dura resistência do SUL em A11. •

55 polícias equipados com escudo

e marcador, com apoio blindado,

impediam a ocupação de edifícios.

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Mapa de jogo

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Mapa de jogo

Domingo: 100 hectares, 1474 jogadores, 114 equipas, sete horas de paintball.

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tabela de pontuaçãohora a hora

1.º Período — 9h00 às 10h00SUL: edifício Like (1000 pontos)NORTE: edifícios Nixons, Smithsgold, Adli e Game (200 pontos)

2.º Período — 10h00 às 11h00SUL: edifício Like (50 pontos)NORTE: edifícios Nixons (1000 pontos) + Adli e Game (100 pontos)

3.º Período — 11h00 às 12h00SUL: edifícios Like, Nixons, Game (150 pontos) + Missão de entrega do par de ténis (500 pontos)NORTE: edifícios VMobile (1000 pontos) + Smithsgold, ADLI (100 pontos)

4.º Período — 12h00 às 13h00SUL: edifícios Game — (1000 pontos) + Nixons, Adli (100 pontos)NORTE: edifícios Smithsgold, Vmobile (100 pontos)

5.º Período — 13h00 às 14h00SUL: edifícios Like, Adli (100 pontos)NORTE: edifícios Smithsgold (1000 pontos) + Vmobile, Nixons (100 pontos)

6.º Período — 14h00 às 15h00SUL: 0 pontosNORTE: edifícios Adli (1000 pontos) + Vmobile, Like, Nixons (150 pontos)

7.º Período — 15h00 às 16h00SUL: 0 pontosNORTE: 0 pontos

Diferença de contagem de eliminados: + 285 para o SULNORTE: 4750 SUL: 3185

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Como pontos negativos do evento temos apenas a apontar a desmontagem de stands antes do final, que infelizmente é habitual em qualquer evento de paintball, seja ele de recreativo ou airball. Na verdade, ficam poucos jogadores para o fecho, mas várias centenas querem adquirir produtos de última hora, seja pela facilidade de encontrarem o que precisam, seja pelo facto de que nem todos podem ter acesso físico a uma loja, perto da sua residência.

Adicionalmente, registámos também a falta de inspeção da validade das garrafas de ar comprimido, conforme os eventos prévios. Para além disso, o controle do jogo de hora a hora pela organização, embora mais vivo, impede uma estruturação tática e preparação digna das várias equipas. Por fim, notámos igualmente com desagrado o desaparecimento do médico das equipas de forças especiais, sem substituto à altura que lhes dê utilidade em campo.

O sistema de transporte contínuo

de jogadores e de equipas de forças especiais para dentro do jogo funcionou sem falhas, poupando alguns quilómetros às pernas de largas centenas de praticantes, que assim tiveram mais energia para participar na «orgia de tinta» — que resultou num total de mais de 13 milhões de bolas de paintball

disparadas em três dias de festival!A Warped empregou mais de 130

pessoas para staff do festival, dos quais 83 eram árbitros, gestores dos jogos e pessoal de segurança. Contando com os visitantes, soldados do exército presentes no evento, pessoal de stands comerciais, staff e repórteres, este festival envolveu mais de duas mil pessoas!

Que não restem dúvidas da dimensão e acima de tudo da qualidade aqui presente, fruto de dez anos de organização de eventos deste calibre. Parabéns, Warped! •

Rescaldo

13 milhões de bolas de paintball

disparadas em três dias de festival!

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Relatório General Sul

GRIP: Que terias feito diferente sabendo o que sabes após o jogo?Jamie: Os hospitais foram colocados com intervalos de 20 minutos e infelizmente andámos sempre à frente deles o dia todo. Isto fez com que os hospitais estivessem sempre nas nossas costas e muitas vezes com uma força inimiga entre esses pontos e a nossa posição. Tivemos a vantagem em todos os objetivos que atacámos, chegando muito antes do Norte ou da Polícia, mas esta velocidade de procedimentos fez com

que não conseguíssemos aguentar alguns edifícios enquanto esperávamos que o nosso hospital chegasse.

GRIP: Quais foram as principais diferenças que a Warped ofereceu entre o jogo de 2011 e o deste ano?Jamie: O maior desafio foi o novo cenário. Tínhamos de movimentar grandes quantidades de jogadores pela área de jogo com muito pouco tempo de permeio entre as comunicações. Isto fez com que fosse necessário ter um

A GRIP foi falar com

o Jamie Powell para perceber

a razão de mais uma derrota por

parte do Sul.

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sistema de capitães móveis pelo campo e vários pontos de comunicação móveis. Os hospitais de campo também foram muito importantes. GRIP: Que mudanças te agradaram e desagradaram no jogo deste ano?Jamie: Adorei a ideia dos novos hospitais, que minimizaram a batota e em teoria mantiveram os jogadores no jogo sem terem de enfrentar uma curva de aprendizagem muito acentuada.Adorei a missão paralela e acho que é algo que a Warped podia melhorar nos próximos eventos.Não estou tão entusiasmado em relação

à força policial! Alguns deixaram-se levar pelo calor da batalha e escolheram determinadas batalhas para intervir.

GRIP: O que podes concluir deste evento?Jamie: O Norte lutou bem durante todo o dia, estavam muito mais bem organizados do que no ano passado. Este ano parecia que tinham muito mais determinação em ganhar. Diria que estivemos em vantagem no controlo e na velocidade, visto que chegámos sempre aos objetivos primeiro do que os adversários, enquanto o Norte esteve sempre melhor nas mecânicas de campo e de abastecimento.•

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Os LimaBravo são uma equipa onde a diversão reina, apesar das

ligações óbvias aos meios militares. Procuram criar o primeiro Big Game

na Holanda e vêm-se a braços com uma lei de armas.

Bravo

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Texto: André FariaFotografia: Lima Bravo

Os LimaBravo são uma equipa onde a diversão reina, apesar das

ligações óbvias aos meios militares. Procuram criar o primeiro Big Game

na Holanda e vêm-se a braços com uma lei de armas.

LimaBravo

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GRIP: Como e quando nasceram os LimaBravo?Reinier: Os LimaBravo foram fundados em Outubro de 2007 quando eu tive um campo perto de Roterdão. Tinha começado a jogar paintball em Junho desse ano, com alguns amigos num campo em Amesterdão, e muito rapidamente ficámos viciados neste desporto fantástico, no qual encontrei muitas semelhanças com os meus tempos no exército. Começámos a construir um campo de paintball, e lentamente foram-se juntando outros jogadores à equipa. Passados três anos tivemos de abandonar esse pequeno recinto e mudámo-nos para um novo campo, a norte de Brabant, que é três vezes maior do que o anterior, tendo condições muito melhores para a equipa e para o desporto.

GRIP: Qual é a história que está na origem do vosso logo?Reinier: Nos últimos cinco anos usámos três versões diferentes do logo. O nome está presente desde o início e é um termo militar que se traduz em holandês por Lekker Belangrijk. As primeiras letras são o L e o B, que no alfabeto da Nato

significam Lima Bravo. Lekker Belangrijk pode ser traduzido

por «Quero lá saber disso». Quando decidimos o nome, pensámos que esta seria uma opção engraçada porque LimaBravo soa a algo militar e sério, mas na verdade não é assim tão sério… e nós somos mesmo assim.A primeira versão era o típico logótipo de paintball sem grande criatividade, por isso rapidamente quis fazer um novo… Comecei a pensar e a desenhar e deparei-me com o logo da Chevron, que usava as faixas que eu teria se estivesse no exército norte-americano. Adicionei algumas linhas para fazer um L e B e ficou pronto… Simples e facilmente reconhecível. Com uma ligação ao meu passado militar.

GRIP: Quantos jogadores tem a vossa equipa, e de que regiões da Holanda são provenientes?Reinier: Os LimaBravo têm entre 10 a 15 jogadores, sobretudo de lugares perto de Roterdão e Dordrecht no Sul da Holanda. A maioria dos membros da equipa está presente desde o início, em 2007 e 2008. Com o novo campo em North-Brabant esperamos recrutar novos membros vindos dessa região. GRIP: Em que eventos planeiam participar em 2012?

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Reinier: Os LimaBravo têm jogado um pouco por toda a Europa nos últimos cinco anos. Este ano fomos ao festival North V. South(NvS) e ao Big Game em Veckring. Este ano estamos também a participar pela primeira vez na Dutch Scenario Competition, que se irá realizar em duas etapas, em setembro e outubro.Talvez visitemos outro Big Game no Reino Unido, e até mesmo o Big Game da Paintugal… Mas ainda não decidimos. Mas em 2013 iremos ao Big Game da Paintugal, isso é uma certeza.

GRIP: Quais são as tuas provas preferidas?Reinier: Neste momento o Big Game NvS é o nosso favorito, sem qualquer dúvida. Mas isto é óbvio pois somos os promotores desta prova para os jogadores holandeses, belgas e alemães. Veckring também é um dos eventos de que mais gostamos... sem esquecer, claro, a Dutch Scenario Competition. No passado Agimont era também o nosso Big Game preferido, mas devido a algumas mudanças já não participamos neste evento há algum tempo. Com o novo

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campo de CQB em Fort Givet passam a ter hipóteses de tornar-se novamente no nosso favorito…

GRIP: Quais são os vossos planos para o futuro?Reinier: São muito simples: queremos que tanto o campo como a equipa cresçam devagar e de uma forma estável, melhorando a qualidade de jogo em ambos, tornando-o mais acessível aos membros e, claro, continuando a contribuir para o desporto.Além disso, os LimaBravo estão neste momento ocupados com trabalhos de reconhecimento para realizar o primeiro verdadeiro Big Game holandês, visto que nunca se organizou um evento deste tipo na Holanda. Mas este é um plano para o longo prazo.

GRIP: Como está o paintball na Holanda? Podes descrever o que se passa por essas bandas?Reinier: Está muita coisa a acontecer no paintball de cenário na Holanda, o que se deve à lei do armamento que temos no país, que dificulta, por vezes, a prática do paintball. Muitos dos marcadores são ilegais à luz das leis holandesas e o paintball não é reconhecido como um desporto, por isso não temos quaisquer direitos.Mas a nova Associação Holandesa de Paintball está ocupada a resolver este problema para que o desporto possa

crescer e atrair muitos jogadores.O nosso panorama é muito pequeno comparado com outros países, mas comprometemo-nos com o nosso fanatismo e com o amor pelo jogo. Nos últimos anos os jogos abertos a jogadores triplicaram e surgiram muito mais iniciativas, por isso estamos a crescer devagar, mas consistentemente. GRIP: O que é que os LimaBravo adoram e odeiam no desporto?Reinier: Não odiamos nada e adoramos tudo… Mesmo as coisas que não gostamos fazem parte do jogo, e nós adoramo- -lo… OK, existe uma coisa: é estupidamente caro!

GRIP: Se os LimaBravo pudessem mudar alguma coisa no paintball, o que seria?Reinier: Gostaríamos de acabar com a discussão entre os jogadores recreativos e os de competição, e que nos uníssemos todos pelo desporto… Existe um grande grupo de jogadores da parte recreativa que joga tão afincadamente quanto os jogadores de competição, com o mesmo fanatismo. Gostávamos ainda de ver o nível dos jogos de recreativo melhorar, sendo mais táticos, complexos e mais profissionais na forma de jogar. •

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Capturar os melhores momentos de paintball não é nada fácil. Conhece as razões que levam estes fotógrafos a levar tiros sem poder ripostar.

1 – O que te faz decidir fotografar paintball, colocando em risco milhares de euros em equipamento?

2 – Existe alguma forma de as organizações dos eventos facilitarem a tua vida?

3 – Atualmente existem tantos fotógrafos… O que fazes para te distinguires dos restantes?

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ERIK CHATEAUDYE, Planet Eclipse,XPaint Magazine

1 – Se pudesse resumi-lo numa palavra, eu diria paixão.

2- Primeiro, dar-nos espaço para trabalhar. Dar-nos acesso total a todas as áreas do evento, exceto, claro, ao campo durante os pontos. Por favor não nos façam usar jerseys de merda ou coletes fluorescentes nos campos. E não deixem qualquer pessoa entrar no campo: eu tenho um par de tesouras em casa, mas não me considero um barbeiro — passa-se o mesmo com a fotografia.Ah! E precisamos também de sushi e Red Bull com vodka durante as pausas para almoço.

3 – Faço o meu trabalho da forma mais profissional que consigo. Experimento

e treino algum material ou métodos novos sempre que tenho

oportunidade. Mas, acima de tudo, aprendo muito através do trabalho de

fotógrafos respeitáveis e talentosos. Pessoas como o Mickael Garijo, Matt Damon, Brandon Shower, Ole, Hnerik, Helen Grose, Sand, entre outros, mostram o caminho a seguir.

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OLE KRÖGERPhotomonkey

1 – Para mim, resume-se a conhecer pessoas fantásticas, desligar do trabalho, assistir de perto a um grande desporto e estimular o lado criativo do meu cérebro.

2 – Neste momento? Disponibilizarem bebidas e bananas gratuitamente, fornecerem um cofre para o nosso equipamento e, de um modo geral, apresentarem uma atitude descontraída para com os fotógrafos freelance.

3 – Não estou propriamente a fazer um esforço para me distinguir. São outros que o fazem por mim. A sério, é mais um desafio para mim mesmo, para tentar sempre produzir algo novo, nunca antes visto, mas ao mesmo tempo sem exageros… monkey style.

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RICARDO CAMPOSPhotoPaintball

1 – Fotografar paintball é um dos poucos desportos onde se coloca o equipamento em risco constantemente. Para os fotógrafos que já praticaram o desporto, a experiência ajuda-os, mas acabam sempre por sofrer alguns impactos. Sem esforço não se consegue nada — e de outra forma não se conseguiria obter aquelas fotografias fantásticas dentro de campo. É viciante.

2 - Penso que uma ligação à internet seria uma grande ajuda. Talvez alguma fruta, latas de Red Bull, cerveja «fresca» e caipirinhas. E uns coletes de media com estilo. É importante que tenhamos também linhas laterais maiores! Se não tivermos espaço para procurar ângulos apenas vamos levar tiros, e não conseguiremos fazer o nosso trabalho.

3 – Não faço nada por me distinguir dos restantes; o que realmente desejo é aprender com eles. Antes de cada torneio perco algum tempo com fotografia de paintball, de modo a conseguir obter alguma inspiração divina. Erik, Jani, Ole ou Mickael são fotógrafos talentosos que têm trabalho que me impressiona sempre. Tento aprender com eles. E dou sempre o meu melhor.

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DM12A DYE lançou mais um dos seus marcadores. O que poderá ser acrescentado a um marcador já

considerado perfeito por muitos?A DYE é das poucas marcas que se dedicou a desenvolver um extenso catálogo de produtos — e todos são de excelente qualidade. Há vários anos que os produtos DYE têm sido os preferidos pelos jogadores, e sempre que os analisamos percebemos porquê. A DM 12 não é exceção, embora à 1ª vista pareça ser apenas mais do mesmo, quando paramos e analisamos bem o produto, encontramos uma serie de detalhes que não nos deixam indiferentes.

O que mais sobressaltou foi o bolt: embora igual às versões anteriores, o da DM 12 possui um sistema para poder ser retirado sem ferramentas, bem concretizado pois não é um futuro

ponto de fugas de ar. O Quick Release Back Cap tem uma tampa que não é amovível, mas que, quando recolhida, fica presa por íman. Esta tampa é puxada para criar melhor apoio para facilitar a remoção do bolt — dessa forma, não corremos o risco de perdê-la ou deixá-la solta durante o jogo. Este sistema permite facilmente retirar o bolt para lubrificar ou resolver alguma fuga. A utilização de ferramentas é possível, mas não recomendada, visto que um aperto firme é mais do que bastante e porque durante o jogo a pressão no interior não permite que o bolt se desenrosque.

Embora não seja novidade para

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a DM 12, é importante referir pormenores como o Rubber Bolt Tip, que faz um primeiro contacto mais suave com a bola, reduzindo a probabilidade de a partir, ou como os Color Coordinated O-rings, que facilitam a vida de qualquer jogador quando é necessário substituir algum o-ring, tarefa stressante pela facilidade de erro que comporta.

O UL 45 é lendário, sendo sem dúvida o frame mais ergonómico que

existe. Este detalhe, que não é alterado desde a DM 6 devido ao seu notável êxito, é um dos motivos pelo qual a DYE é uma das opções preferidas dos jogadores. Podemos dizer que a única evolução neste frame foi o Sticky Grip, que não tem parafusos, permitindo

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Texto: Duarte GomesFotografia: DYE

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afinações, tem também bastante

folga lateral, o que deveria ser melhorado num

produto desta classe. O Frame Front Rubber parece ser

feito de um material mais resistente e com uma consistência não tão próxima da borracha como acontecia nos anteriores, evitando que se desfaçam.

Nem a mala foi deixada ao acaso, sendo bastante resistente e bem pensada, tendo espaço e divisórias para todos os acessórios e até para o próprio marcador.

No campo de batalha, a DM 12 porta- -se bastante bem, sendo muito rápida a

acesso fácil para a troca da pilha e alterações aos valores da placa em poucos segundos.

A placa com quatro opções de configuração facilita a vida a qualquer um, sendo fácil de programar e tendo um disparo rápido. Lamentamos apenas que os valores dos BPS não correspondam às luzes, continuando a forçar os jogadores a ter um lembrete ou a transportar consigo o manual caso queiram mexer nisto.

O Hyper 3 é, por sua vez, a prata da casa em todas as gamas, por ser um regulador bastante consistente, fiável e de fácil manutenção. Contudo, o LPR não fica atrás: a prova é o facto de a DYE ser a única marca ainda a ter LPR, permitindo um funcionamento mais suave do bolt, tornando-se mais gentil com as bolas de paintball.

O gatilho continua a deixar muito a desejar. Embora seja bastante confortável e possibilite inúmeras

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disparar e bastante consistente, com a suavidade a que sempre nos habituou. O marcador faz 1120 tiros com uma botija de 1,1 l, o que é bastante bom para um Spool Valve.

Embora a evolução seja pouco significativa, contamos com boas novidades num produto que já provou a sua qualidade. Para quem quer um excelente marcador, o DM 12 é uma das melhores propostas disponíveis no mercado. •

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VANTAGENS· Quick Release Back Cap · Bom Consumo de ar · UL 45 Frame · Color Coordinated O-rings DESVANTAGENS· Preço· Gatilho

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Texto: André Faria Fotografia: Direitos reservados

Agradecimentos: Connor Brien (GreyOps), Dana Heinsen (Bulldog Equipment), Ernesto Rodriguez (Crye Precision), Phil Duke (A-Tacs) e Lawrence Holsworth (Hyde Definition)

Todas as fotos são propriedade das marcas consultadas, que autorizaram a publicação nesta edição da GRIP.

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A intenção da camuflagem é de perturbar um contorno e misturá-lo com o ambiente que o rodeia, tornando-o mais difícil de identificar, ou até para confundir um observador. Na prática, é baseado na compreensão da resposta neurológica humana e da ciência de «métricas da desordem» — o estudo de como facilmente os objetos podem ser localizados e identificados.

Com a intenção de lutar contra as cada vez mais precisas armas e dispositivos de deteção, e inspirado por avanços de ponta em domínios científicos como biomimética, fractais, análise de imagens e nanotecnologia, a camuflagem ameaça redefinir o campo de batalha do futuro.

A camuflagem é desde sempre uma forma de ilusão visual, mas no século xxi é mais do que isso!

Neste artigo abordamos os padrões de camuflagens do século xxi, deixando para um próximo texto a diferenciação dos mesmos em termos de construção, resistência, conforto, utilitários (bolsos) e protecções integradas.

O que se produz pelas marcas de paintball para esta vertente são na sua maioria produtos muito pobres nestes aspectos, onde o clone do equipamento de Airball, com a falta de conhecimento de padrões de camuflagem, aliada à fraca qualidade de construção, dá à luz algo totalmente inadequado para o uso no mato ou em cenários urbanos.

Caros senhores empresários do paintball, invistam cinco minutos a ler este artigo para ficarem a saber mais sobre o padrão camuflado do presente e do futuro, deixando de lado o woodland dos anos 1980!

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MULTICAMTM

http://www.multicampattern.comÉ um padrão de camuflagem de sete cores para vários tipos de cenário, desenvolvido pela Crye Associates em parceria com a US Army Soldier Systems Center. Teve um desenvolvimento de três anos antes de começar a ser usado em campo por volta de 2003.

É usado desde 2010 por algumas unidades norte-americanas de forças especiais, por todos os soldados no Afeganistão e forças policiais fora dos EUA. É também um gigante êxito em vários mercados.

CADPATTM

http://www.forces.gc.caCanadian Disruptive Pattern (CADPAT) é o padrão digital de camuflagem, gerado por computador, com quatro cores específicas, feito com três variedades: Floresta (TW), Região Árida (AR) e Inverno/Ártico (WA).

Foi introduzido pela primeira vez em 1996 e é utilizado como padrão no Exército desde 2002 e na Força Aérea desde 2004. Este padrão permite aos soldados canadenses mais proteção em situações de observação a olho nu ou perante equipamentos de visão noturna.

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A-TACSTM

http://www.a-tacs.comEsta é uma camuflagem digital não

pixelizada com uma paleta de cores claras à volta dos castanhos ou verdes, tendo sido o último grande êxito comercial em vários mercados. Foi desenvolvido pela Digital Concealment Systems (DCS) de modo a preencher as necessidades de um sistema de camuflagem melhor e mais eficaz, para soldados de qualquer ramo de serviço militar ou de aplicação da lei.

A investigação e desenvolvimento para estes padrões tiveram em consideração as dicas de militares de operações especiais — incluindo atiradores especiais e especialistas de ocultação —, tendo também sido realizados estudos detalhados e ensaios em campo. O Padrão A-TACS AU (variante urbana/árida) levou cerca de dois anos a desenvolver

MIRAGETM

http://www.bulldogequipment.usA dissimulação numa variedade de ambientes foi conseguida com extensa pesquisa dos criadores da Mirage, usando uma camuflagem digital pixelizada com uma combinação de cores entre castanhos, verdes, cinzas e argilas, em diferentes quantidades, formas e tons.

A complexidade do padrão Mirage e a sua seleção de cores permitem

plenamente e foi introduzido no mercado em 2009. O padrão A-TACS FG (variante de folhagem verde) teve pouco mais de um ano de desenvolvimento e foi introduzido no mercado no final de 2011.

que o uniforme funcione em todos os ambientes, incluindo deserto, terrenos florestais e urbanos.

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FLECKTARNhttp://www.bundeswehr.deA palavra Flecktarn tem origem nos termos alemães Fleck (mancha) e Tarnung (camuflagem), descrevendo muito bem o padrão emitido para os soldados do exército alemão na década de 1990 É também usado por muitos países, com algumas diferenças de cor e forma.

Trata-se de um padrão de cinco cores incorporando preto, castanho-avermelhado, verde azeitona escuro e manchas médias de verde-azeitona, eliminando os limites rígidos entre as diferentes cores sobre um fundo verde acinzentado. Em desenvolvimento desde 1976, e alguma evolução a partir dos ensaios de 1937 até 1945, é um facto que com as atualizações recentes ainda é um padrão muito efetivo!

PENCOTT tmTM

http://www.hydedefinition.comEste padrão digital híbrido de quatro cores, numa combinação de manchas esbatidas e formas fractais, incorpora micro, médio e macro padrões para dissimulação a diferentes distâncias. Estão disponíveis em GreenZone (ambientes verdejantes), Badlands (ambientes transitórios/semi- -áridos) e Sandstorm (desertos áridos).

Lançado em 2009, o padrão de PenCott é o resultado de estudos realizados através de perspetivas

artísticas, científicas e históricas, bem como da análise de centenas de padrões e milhares de tons naturais, o que ajuda a dar-lhe uma vantagem na deteção e reconhecimento em campo.

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5 GARRAFAS DE VINHO BLUE FALCON

COMO GANHAREnvia-nos uma frase com as palavras «vinho», «GRIP» e «paintball» até dia 24 de Junho para [email protected]. Os autores das melhores ganham uma garrafa de vinho.

O que há melhor que um

bom vinho português?

Só um vinho oferecido pela equipa de paintball

Blue Falcon

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3 T-SHIRTS TONTON 20 ANOS

COMO GANHARAté ao dia 24 de Junho, envia-nos uma frase para [email protected] a explicar porque precisas de uma t-shirt dos Tonton. Ganham os autores das três melhores frases.

Já não precisas de pedir à tua mãezinha para te comprar t-shirts. A GRIP oferece-te umas quantas só para que não pareças um farrapo.

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AGRADECIMENTOS

Carla Peixoto João «Wasabi»Lisbon Benfica

Muito obrigado!

/GripPaintball

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