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DOMINGOS DOS SANTOS DA SILVA BENGO A FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA Introdução Crítica RESENHA CRÍTICA Luanda (AO), Novembro de 2015

Filosofia Contemporânea, RC

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Ao preparar a segunda edição, o autor viu-se diante da alternativa de tratar, ou as variantes mais influentes da esquerda filosófica, ou a visão científica atual do mundo. Obrigado a escolher entre uma parte importante da teologia contemporânea e alguns aspectos filosoficamente interessantes da ciência contemporânea, cada vez mais fascinante, optou pela segunda alternativa, (Stegmuller, p. 489).Se, apesar disso, Stegmuller se decidiu pela segundo alternativa, foi por duas razões, uma filosófica e outra moral. Primeiramente, diversas ciências empíricas ingressaram num estágio – frequentemente denominado estágio do estudo dos fundamentos pelos seus próprios representantes – em que procuram resolver problemas tais como o da constituição do universe, o das leis básicas da realidade e o da origem da vida. Estas questões nada mais são do que os mais antigos problemas filosóficos. A única diferença, para o autor, está em que os pensadores antigos não dispunham, para as suas tentativas, do arsenal que oferece a ciência atual.

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Page 1: Filosofia Contemporânea, RC

 

DOMINGOS DOS SANTOS DA SILVA BENGO

A FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA Introdução Crítica

RESENHA CRÍTICA

Luanda (AO), Novembro de 2015

Page 2: Filosofia Contemporânea, RC

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American World University United States of America / Distance Learning

Latin American Division

RC RC

Dados de Identificação do aluno e da obra

Nível Graduação Tradicional

Curso Filosofia

Disciplina Filosofia Contemporânea

Aluno Domingos dos Santos S. Bengo

Matrícula LAD 4316

Título do Livro Filosofia Contemporânea – Introdução Crítica

Autores (a) Wolfgang Stegmuller

Editora Forense Universitária: Rio de Janeiro, 2012 – 2ª edição.

Mini Curriculum Wolfgang Stegmuller, nasceu em 1923, na cidade de Natters, Áustria. Estudou economia e filosofia na Universidade de Innsbruck. Em 1944, graduou-se em economia e um ano após conseguiu tornar-se PhD em economia. Na mesma Universidade, mas no ano de 1944, obtém o título de PhD em Filosofia. Em 1949 ele se habilita para a docência. Em 1956 se torna professor associado na Universidade que se graduou e em 1958 ele é apontado professor de filosofia, lógica e filosofia das ciências na Universidade de Munique Ludwig Maximilian, onde dirige o centro sobre filosofia analítica.

Tipo de Obra Resenhada ------- Didático-Pedagógica Data da Produção 03/11/2015 Data da Recepção ___/___/___

Luanda (AO), Novembro de 2015

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INTRODUÇÃO

A pretensão do filósofo austríaco Wolfgang Stegmuller na obra que nos propomos resenhar, é denunciada pelo título da própria obra. Nada mais óbvio. Não é preciso um olhar atento para vislumbrar tamanha verdade. “A Filosofia Contemporânea” de Wolfgang pretende ser um guia prático de orientação filosófica na contemporaneidade.

Embora sua narrativa seja dura e exaustiva, qualquer iniciado na prática filosófica

pode colher aqui, nessa obra, as sementes para criar seu campo de ideias. Notem que, mesmo quando pretende transmitir ao leigo interessado uma visão das principais ideias filosóficas do presente, o autor dirige-se a um público mais ou menos introduzido filosoficamente. Porém, sua pretensão mais objectiva e, por assim dizer, realista, refere-se a sua intensão de facilitar ao estudioso uma orientação provisória na filosofia actual. Este segundo ponto parece-lhe extremamente importante, porque sempre observa que os estudantes de filosofia se filiam prematuramente àquela corrente filosófica da qual casualmente tomaram conhecimento por primeiro, ou que lhes foi transmitida por seu defensor de maneira particularmente impressionante, sem informações suficientes ou mesmo superficiais sobre outros sistemas filosóficos, (Stegmuller, p. XI).

Por outro lado, para Wolfgang, exigir dos Estudante de filosofia que se familiarizem

com todas as filosofias importantes desse século, antes de formarem o seu próprio ponto de vista, seria uma sobrecarga excessiva para a capacidade do indivíduo, considerando-se a quantidade desconcertante de novas tentativas filosóficas, métodos de reflexão e ensinamentos que tal século produziu, (Stegmuller, p. XI).

Assim, Wolfgang Stegmuller reúne nesse volume, porém de forma mais seletiva, as

principais correntes filosóficas contemporâneas. Para tanto, divide a sua obra em duas partes. Na primeira parte, trata dos problemas da filosofia actual. Subdividindo-o em onze capítulos, o autor aborda temas como a filosofia da evidência de Fraz Brentano; a fenomenologia metódica de Edmund Husserl; a fenomenologia aplicada de Max Scheler; a ontologia existencial de Martin Heidegger; a filosofia existencial de Karl Jaspers; o realismo crítico de Nicolai Hartmann; o idealismo transcendental de Robert Reininger; o monismo ontológico apriorístico de Paul Haberlin; o moderno empirismo de Rudolf Carnap e o Círculo de Viena; a pesquisa de fundamentos e a filosofia analíca de nossos dias, e, por fim; Ludwig Wittgenstein, principal Referência de tal pesquisa.

A segundo parte, portanto, gira em torno da visão científica atual do mundo. Esta

parte da obra é subdividida em cinco capítulos. O primeiro capítulo trata das filosofias da linguagem; na sequência, debruça sobre as tendências convergentes da filosofia atual; a evolução do cosmo; a evolução da vida: as teorias de J. Monod, M. Eigen e H. Kuhn, e; a evolução do conhecimento: avanço não cumulativo do saber e dinâmicas das teorias. O pensamento de Thomas S. Kuahn.

Assim, Stegmuller apresenta-nos um panorama geral da filosofia contemporânea.

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OBJECTIVOS

• Examinar todos os aspectos e nuanças do pensamento filosófico atual; • Examinar as inúmeras tendências da filosofia.

ENFOQUES

• ENFOQUE PRINCIPAL

Enfoque Didático-pedagógico

Como já referimos na introdução, a obra resenhada é auto-denunciadora. Uma vez mais seu tema denuncia uma característica do texto: sua dimensão didático-pedagógica. A leitura do subtítulo – Introdução Crítica, inicialmente, sugere tratar-se de uma obra didático-pedagógica, pois refere-se a apresentação dos princípios fundamentais da filosofia contemporânea.

Não obstante, seu texto é mais evidente, “Não pretendo proporcionar um quadro completo de todos os ensinamentos filosóficos abordados (...)”, (Stegmuller, 2012, p. XI). Apesar de sua estrutura negativa, o texto afirma que pelo menos algum ensinamentos filosófico é abordado.

Assim, a pretensão do autor de transmitir ao leigo interessado uma visão das principais ideias filosóficas do presente e, a de facilitar ao estudioso uma orientação provisória na filosofia atual evidenciam, certamente, a dimensão didático-pedagógica da obra em abordagem.

ENFOQUES SECUNDÁRIOS

• Enfoque epistemológico

Ao preparar a segunda edição, o autor viu-se diante da alternativa de tratar, ou as variantes mais influentes da esquerda filosófica, ou a visão científica atual do mundo. Obrigado a escolher entre uma parte importante da teologia contemporânea e alguns aspectos filosoficamente interessantes da ciência contemporânea, cada vez mais fascinante, optou pela segunda alternativa, (Stegmuller, p. 489).

Se, apesar disso, Stegmuller se decidiu pela segundo alternativa, foi por duas

razões, uma filosófica e outra moral. Primeiramente, diversas ciências empíricas ingressaram num estágio – frequentemente denominado estágio do estudo dos fundamentos pelos seus próprios representantes – em que procuram resolver problemas tais como o da constituição do universe, o das leis básicas da realidade e o

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da origem da vida. Estas questões nada mais são do que os mais antigos problemas filosóficos. A única diferença, para o autor, está em que os pensadores antigos não dispunham, para as suas tentativas, do arsenal que oferece a ciência atual.

Em segundo lugar, o filósofos tem hoje uma corresponsabilidade na missão de

assegurar uma chance de sobrevivência da humanidade neste planeta, (Stegmuller, 2012, p. 489).

Assim, a empreitada epistemólogica da obra, (Stegmuller, p. 489) consiste em sondar

o homem de toda a sua poluição spiritual, gerada por por uma evolução acompanhada de superstições, por religiões do medo e ideologias contraditórias, umas mais absurdas que as outras, representando o lado negativo do progresso cultural do homem. Mas que, somente hoje se transformam numa ameaça planetária à vida.

PONTOS POSITIVOS DA OBRA

Dois factores particularmente interessantes destacam-se na obra. São eles, a pretensão do autor para a redação do texto e o seu carácter pragmático.

O primeiro, refere-se ao facto de o autor, preocupado com a importância da dimensão histórica da filosofia como condicionador da sua compreensão, preocupar-se em compilar um texto que reúna em si as principais tendências do pensamento filosófico contemporâneo e, assim, potencializar o exame seguro de todos os aspectos e nuanças do pensamento filosófico actual.

O segundo, portanto diz respeito a dimensão conservadora da vida, que a filosofia de Wolfgang Stegmuller encerra no seu âmago.

Os dois pontos citados são auto-evidentes, contudo, a narrativa do autor torna tal evidência redundante, observe:

Exigir dos Estudante de filosofia que se familiarizem com todas as filosofias importantes desse século, antes de formarem o seu próprio ponto de vista, seria uma sobrecarga excessiva para a capacidade do indivíduos, considerando-se a quantidade desconcertante de novas tentativas filosóficas, métodos de reflexão e ensinamentos que tal século produziu, (Stegmuller, Wolfgang 2012, p. XI).

Na sequência, para aqueles inclinados a ver, nas várias filosofias apresentados no

primeiro tomo, apenas exóticas florações intelectuais e não produtos do pensamento a serem levados a sério, Stegmuller expressa apenas a esperança de que precisamente o estímulo do exótico lhes ofereça a oportunidade de ocupar-se destas formas de

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pensamento que estão tão alheias. Há, efectivamente, uma razão pela qual deveriam ter este interesse: até hoje as convulsões revlucionárias da area humana nunca tiveram sua origem spiritual em conhecimentos científicos, mas somente em hipóteses e especulações filosóficas e espirituais, (Stegmuller, p. 492). Por isso, hoje são exatamente os cientistas e os que se interessam pelas ciências que deveriam tomar conhecimento de ideias filosóficas que lhes são estranhas, e talvez lhes pareçam totalmente errôneas e absurdas, para que um dia não se encontrem despreparados e desprotegidos, quando tais construções ideais se transformarem em poder histórico-social.

PONTOS NEGATIVOS DA OBRA

A ironia da obra resenhada é hilariante – A filosofia Contemporânea: Introdução Crítica. Poderia muito bem ser intitulada de – Curso de Filosofia Contemporânea: Teoria Crítica. Esta hipótese deve-se ao grande volume da obra em destaque. Pois trata-se de uma obra massuda, ostentando uma linguagem excessivamente dura e prolixa. Isto constitui alguma dificuldade aos leitores, porém serve também de impulso para a pesquisa.

Porém, importa ressaltar que a obra resenhada é efectivamente introdutória. Uma noite apenas com cada uma das nossas paixões filosóficas contemporâneas. Para afastar-se do campo introdutório de uma determinada doutrina filosófica contemporânea, é necessário outro exercício. Exercício esse que o autor deixa a mercê do leitor. Pois trata-se de uma empreitada particular, pessoal, individual. Assim o é toda a filosofia, todo o pensamento humano, semelhante a experiência religiosa.

Esta empreitada consiste num aprofundamento filosófico contínuo, numa busca incessante por verdades provisórias, mesmo ciente da precariedade dos recursos de que dispomos para sua realização.

Isto significa que ao leitor, cabe o imenso trabalho de, caso queira aperfeiçoar-se nos temas filosóficos recorrentes, precisa galgar o muro da situação filosófica atual erigido pelo autor do texto resenhado. Uma vez, declarado por ele, “Não pretendo proporcionar um quadro completo de todos os ensinamentos filosóficos abordados (...)”, (Stegmuller, 2012, p. XI). Isto é, a filosofia contemporânea de Wolfgang Stegmuller é um ponto de partida, um meio, e não um fim. Todo o resto, cabe ao leitor.

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CONCLUSÃO

Pode-se dizer, sem nenhum exagero, que Wolfgang Stegmuller é um positivista, (…). Ou melhor, muito otimista no que ditz respeito ao futuro da filosofia. Pode-se dizer ainda, e muito honestamente, que a humanidade deve à ele a mais completa apreciação da situação filosófica contemporânea. Este legado, portanto, carece de contempladores e conservadores nada reacionários, tal como o carecia o sol do Zarathustra.

Os objectivos da obra, que são, examinar todos os aspectos e nuanças do pensamento filosófico actual e examinar as inúmeras tendências da filosofia são plenamente alcançados pela obra resenhada. Depois de ler a obra, certamente o leitor estará em condições de levar a cabo tais empreitadas.

Notem, que a filosofia contemporânea apresenta os avanços da humanidade como contraditórios, pois a medida que vamos até a lua, exploramos novos horizontes perdemos uma gota de humanismo, o que resulta num ferrenho contraste entre o progresso científico e o humano. Assim, o autor apresenta a posição da filosofia hoje, diante desse suposto avanço – contraditório.

Este pragmatismo de Wolfgang Stegmuller vivifíca a sua obra. Dá-lhe substância. Pesa um pouco rotular o pragmatism, simplesmente de humanism como pretendeu Schiller. Entendemos que seria muito mais apropriado tomá-lo por “humanismo lógico”, ou positivo, ou, até mesmo “humanism orgânico”, por tratar-se de uma atitude filosófica, consciente, racional, e assim diferenciá-la do humanismo tradicional, mal assimilado e vergonhosamente praticado.

O humanismo de Wolfgang Stegmuller, dignifica a pessoa humana, implica fidelidade a terra, superação do homem, humanização,… não da natureza, mas do próprio humano.

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO

Nome do aluno: Domingos dos Santos S. Bengo LAD 4316 Correio electrónico: [email protected]

Domingos  dos  Santos  da  Silva  Bengo  

Domingos Bengo