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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS MEDICINA VETERINÁRIA ANDRESSA BORGES COELHO FEBRE DO NILO OCIDENTAL São Paulo 2008

FEBRE DO NILO OCIDENTAL - arquivo.fmu.brarquivo.fmu.br/prodisc/medvet/abc.pdf · Posteriormente o vírus do Nilo Ocidental foi isolado no Sul de Portugal Romênia, Itália, ... Em

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

MEDICINA VETERINÁRIA

ANDRESSA BORGES COELHO

FEBRE DO NILO OCIDENTAL

São Paulo

2008

ANDRESSA BORGES COELHO

FEBRE DO NILO OCIDENTAL

Trabalho de conclusão de curso

realizado durante o 10º semestre

do curso de Medicina Veterinária

da FMU sob orientação do

Professor Dr. Carlos Augusto

Donini .

São Paulo

2008

Andressa Borges Coelho

FEBRE DO NILO OCIDENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso

realizado durante o 10º semestre do

curso de Medicina Veterinária sobre

orientação do professor Carlos Augusto

Donini.

Defendido e aprovado em 17 de

dezembro de 2008 pela banca

examinadora constituída pelos

professores:

__________________________________________ Prof. Dr. [Carlos Augusto Donini]

FMU - Orientador ___________________________________________

Prof. Dra. [Terezinha Knöbl] 1º avaliador

___________________________________________ Prof. [Guilherme Arbex Buono]

2º avaliador

Dedicatória

Dedico esse trabalho de conclusão de curso a minha mãe, uma mulher

que sempre lutou com garra e determinação para me proporcionar o melhor, e

que em momento algum mesmo nas maiores dificuldades não me permitiu

desistir jamais.

E a pessoa que me tornei devo somente a ela, uma pessoa de caráter

exemplar.

Amo muito você

Obrigada por tudo

Obrigado pelo que me tornei....

Agradecimentos

Agradeço a Deus em primeiro lugar por ter me dado forças a seguir em

frente.

Agradeço ao meu namorado pela paciência e compreensão nesses 5

anos, e por estar ao meu lado nos momentos mais difíceis.

Agradeço aos meus amigos Carol, Carlos, Andrea, Jacqueline, Leandro,

Marco, Natalia e aos meus colegas de sala, por todos os momentos

maravilhosos que passamos juntos.

Agradeço aos professores Ricardo Calil, Álvaro, Terezinha e ao meu

professor, orientador e amigo Donini.

Agradeço finalmente a minha família, que me deram a apoio necessário

para chegar aonde eu estou e conquistar o meu sonho.

Objetivo

O presente trabalho de conclusão de curso tem como propósito servir de

consulta e apresentar aos profissionais de saúde as principais características

dessa zoonose emergente nas Américas.

Resumo

Neste trabalho foram abordadas sobre as características clínicas e

epidemiológicas da Febre do vírus do Nilo Ocidental, destacando-se as

possibilidades de introdução do vírus no Brasil e as estratégias de vigilância

adequada para prevenir a entrada dessa aborvirose em nosso país.

Palavras chave: Epidemiologia, vírus do Nilo Ocidental, arbovirose.

Abstract

In this work they were approached on the clinical and epidemic

characteristics of the Fever of Nilo Westerner virus, standing out the

possibilities of introduction of the virus in Brazil and the strategies of appropriate

surveillance to prevent the entrance of that aborvirose in our country

Keywords: Epidemiology, West Nile virus, arboviruse.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Margens do Rio Nilo...................................................................................................12 FIGURA 2 Vírus do Nilo Ocidental...............................................................................................16 FIGURA 3 Corvo..........................................................................................................................17 FIGURA 4 Culex pipiens..............................................................................................................18 FIGURA 5 Culex quinquefasciatus..............................................................................................18 FIGURA 6 Ciclo de transmissão..................................................................................................20 FIGURA 7 Repasto de mosquito no homem................................................................................21 FIGURA 8 Rotas de migrações de aves na América do Sul .......................................................31 FIGURA 9 Mapa da região da Lagoa do Peixe............................................................................36 FIGURA 10 Revoada de aves na Lagoa do Peixe.........................................................................36 FIGURA 11 Mapa da região de galinhos.......................................................................................38 FIGURA 12 Praia de galinhos........................................................................................................38 FIGURA 13 Coleta de sangue em ave...........................................................................................39 FIGURA 14 Anilhamento em ave...................................................................................................39 FIGURA 15 Biometria em ave.......................................................................................................39 FIGURA 16 Necropsia em ave.......................................................................................................40 FIGURA 17 Armadilha tipo CDC....................................................................................................40 FIGURA 18 Capturadores a base de sucção.................................................................................40

LISTA DE ABREVIATURAS CDC – Centers Disease Control CIEVS- Centro de informações estratégicas de vigilância em saúde DNV- Doença do Nilo Ocidental ELISA- Ensaio Imuno Enzimático EUA- Estados Unidos da América FC- Fixação do complemento FVNO- Febre do vírus do Nilo ocidental HI- Inibição da hemaglutinação IgG- imunoglubulina G IgM- imunoglobulina M LPS- Local provável de infecção MS- Ministério as Saúde OIE- Escritório Internacional de Epizotias PCR- Reação pela ação da polimerase em cadeia RNA- Ácido ribonucléico SNC- Sistema Nervoso Central SVS- Secretaria de vigilância em saúde TNF alfa- Fator de necrose tumoral alfa

SUMÁRIO 1. Introdução................................................................................................. 12

2.Distribuição geográfica.............................................................................

14

3.Agente etiológico...................................................................................... 16 4.Reservatório...............................................................................................

17

5.Vetores.......................................................................................................

18

6.Aspectos epidemiológicos.......................................................................

19

6.1 Fonte de infecção..................................................................................... 19 6.2 Via de transmissão................................................................................... 19 6.2.1 Período de transmissibilidade............................................................... 20 6.3 Período de incubação............................................................................... 20 7. Patogenia..................................................................................................

21

8. Sintomas...................................................................................................

23

8.1 Nos Humanos .......................................................................................... 23 8.2 Nos equinos.............................................................................................. 24 8.3 Nas aves................................................................................................... 25 9. Diagnóstico...............................................................................................

26

9.1 Achados Laboratoriais.............................................................................. 27 9.2 Exames complementares......................................................................... 27 9.2.1 Exames de imagem............................................................................... 27 9.3 Diagnóstico diferencial............................................................................. 27 10. Tratamento..............................................................................................

28

11.Medidas de prevenção e controle..........................................................

29

12. Qual potencial de introdução do vírus do Nilo Ocidental no Brasil..

30

13. Conduta epidemiológica........................................................................

33

13.1 Vigilância em aves.................................................................................. 33 13.2 Vigilância entomológica ......................................................................... 33 13.3 Vigilância em eqüinos............................................................................. 33 13.4 Vigilância em humanos ......................................................................... 34 13.5 Vigilância sentinella................................................................................ 34 13.6 Notificação de caso................................................................................

34

14. Conduta epidemiológica no Brasil....................................................... 36 14.1 Inquérito sorológico em aves do Parque Nacional da Lagoa /RS.......... 36 14.2 Inquérito sorológico em aves migratórias e residentes do município de galinhos/ RN...................................................................................................

38

15. Conduta educativa................................................................................. 42 16. Propostas para a monitoração de emergência para febre do Nilo Ocidental.......................................................................................................

43

17. Considerações finais.............................................................................

45

18. Referências Bibliográficas....................................................................

46

12

1. INTRODUÇÃO

A febre do Nilo ocidental foi identificada pela primeira vez no Egito, na região

Norte de Uganda, ás margens ocidentais do rio Nilo (Figura 1) no ano de 1937. O

vírus foi isolado a partir do sangue de uma mulher febril de 37 anos que residia em

Omongo no distrito de West Nile, uma província do Norte de Uganda. O local de

isolamento deu origem ao nome do vírus, tendo assim recebido o nome de West Nile

Vírus (HUBÁLEK, 1999 ; OIE, 2008).

Figura 1: Margens do Rio Nilo

Fonte:HTTP://orbita.starmedia.com/vismar-leonardo-vitor/egitohp-nilo2.jpg

A doença do Nilo Ocidental (DNO), ou também denominada febre do vírus do

Nilo Ocidental (FVNO), é uma virose de transmissão vetorial, cuja manifestação

clínica varia de infecção sub-clínica a manifestações graves, desde uma febre

passageira a uma encefalite grave (ACHA, 2003 ; BRASIL, 2008a).

Desde a sua introdução na América do Norte em 1999 mais de 27.500 casos

humanos da infecção pelo vírus do Nilo Ocidental foram reportados nos Estados

Unidos da América (EUA), resultando em mais de 100 casos fatais (PLATONOV et

al, 2001; CORRÊA, 2008).

A Febre do Nilo ocidental se apresenta em duas formas: na forma endêmica e

epidêmica (ACHA, 2003).

13

O vírus pode infectar aves, humanos, cavalos e outros mamíferos

(KULASEKERA et al, 2001).

O principal reservatório e hospedeiro amplificador do vírus são algumas

espécies de aves silvestres, pois a disseminação do vírus vem ocorrendo devido ao

processo de migração característico de algumas espécies de aves que se deslocam

de várias regiões do mundo levando consigo o vírus. As aves como são hospedeiros

naturais podem ou não apresentar quadro clínico da doença (KULASEKERA et al,

2001; OIE, 2008).

Humanos e cavalos são considerados hospedeiros acidentais, que não

participam na transmissão subseqüente da doença, pois o vírus não consegue

desenvolver uma viremia suficiente alta para transmitir o vírus ao vetor (ZEINAD et

al, 2004; AUBUBON, 2006).

Como na maioria das doenças de transmissão vetorial a Febre do Nilo

Ocidental tem como característica a sazonalidade própria destas doenças, sendo o

período mais quente do ano principalmente durante o final do verão início do outono

o mais apropriado para a proliferação de mosquitos e, portanto de maior risco de

transmissão (EIDSON et al, 2001).

No inverno a temperatura é baixa demais, e a maioria das espécies de

mosquitos não consegue sobreviver. Porém alguns estudos demonstraram que a

doença persistiu nos Estados Unidos da América durante o inverno, e o mecanismo

provável para a atividade do vírus durante o inverno, é a sobrevivência de mosquitos

femininos infectados, por isso estudos estão sendo realizados para a descoberta

desse mecanismo (KULASEKERA et al, 2001; NASCI et al, 2001; WATSON, 2008).

14

2. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

De início a distribuição geográfica da Febre do Nilo Ocidental parecia restrita

ao Vale do Nilo na África e ao Oriente médio, posteriormente observou-se a

ocorrência da infecção no Oeste da Rússia, Ásia Central, Europa e África do Sul

(LUNA, et al 2003).

Na década de 50 ocorreram surtos em Israel, Índia, Egito, e outros países

Africanos (HUBÀLEK, 99).

Ocorreram isolamentos do vírus na década de 60, em pacientes e mosquitos

no delta do Reno no Sul da França, que se caracteriza pela existência de áreas

alagadas, grandes colônias de aves migratórias e alta concentração de mosquitos.

Também ocorreram isolamentos de pacientes e carrapatos no delta de Volga

na Rússia (LUNA et.al, 2003).

Posteriormente o vírus do Nilo Ocidental foi isolado no Sul de Portugal

Romênia, Itália, Bulgária, Austria, Iugoslávia (LUNA et al, 2003).

Na década de 70 o vírus foi isolado no Sul de Portugal, Eslováquia, Moldávia

Ucrânia, Hungria, Romênia, Espanha, Grécia, República Theca, Bulgária, Áustria e

Iuguslávia (HUBÁLEK, 99).

Na década de 90 observou-se a expansão geográfica da ocorrência de casos

humanos e entre cavalos com detecção de uma freqüência de epidemias na Europa

(Romênia, República Theca e Rússia); África Central (Congo), Norte da África e

Argélia (LUNA et al, 2003).

Além disso, nas áreas de distribuição do vírus existe um grande número de

aves que se reproduzem com um ritmo adequado que e assim conseguem manter o

ciclo de infecção (HUBÁLEK, 99).

Nos Estados Unidos da América (EUA), apesar de toda a infra-estrutura de

assistência a saúde e de vigilância epidemiológica, a identificação do agente

etiológico não foi imediato e a doença vem ocorrendo desde 1999, sendo o número

mais elevado em 2003 quando ocorreram mais de 9.000 casos com 264 óbitos e o

vírus já se encontrava distribuído em 40 estados; em 2004 ocorreram 2.539 casos

com 100 óbitos (LUNA et.al, 2003; BRASIL, 2008b).

15

Em apenas dois anos desde a introdução do Vírus do Nilo Ocidental (VNO)

na região de Nova Iorque, o vírus foi detectado ao Norte do Canadá e ao Sul nas

Ilhas Cayman região do caribe (LUNA et al, 2003).

No primeiro semestre 2006 tem-se a informação da ocorrência de um surto no

Norte da Argentina com quatro casos confirmados, fato que demonstra a introdução

desse agente etiológico em nosso país, pois no Brasil por ter condições ecológicas e

por apresentar a segunda maior Avifauna do globo terrestre, recebe todo ano

centenas de espécies de aves migratórias do hemisfério Norte, e também possui

grande diversidade de espécies de vetores o que favorece as possibilidades da

introdução do vírus no país (LUNA et al, 2003; BRASIL, 2008a).

Em 2007 nos Estados Unidos da América 121 pessoas morreram devido a

Febre do Nilo Ocidental (OIE, 2008).

Em 2007 a Cruz Vermelha Americana em Porto Rico, notificou ao

Departamento de saúde que três pessoas que haviam feito doação de sangue eram

positivas para Febre do Nilo ocidental, e nenhum dos 3 doadores informaram ter

viajado para fora do país no período de 2 semanas (CDC, 2008).

16

3. AGENTE ETIOLÓGICO

O vírus do Nilo Ocidental (Figura2) é um RNA vírus, que pertence a família

Flaviridade do gênero flavivírus da mesma família da dengue, febre amarela,

encefalite japonesa e encefalite de St. Louis (PETERSEN, 2001; ZEINAD et al,

2004; BRASIL, 2008b).

A família flaviridade é constituída por cerca de setenta membros, treze deles

causam patologia nos seres humanos (PETERSEN, 2001).

O flavivírus tem um núcleo icosaédrico de diâmetro entre 40 a 60 nanômetros

e tem seu código genético formado por uma única molécula de ácido ribonucléico

(RNA), e possui uma glicoproteína (proteína ligada a açucares), (PETERSEN, 2003;

MARQUES, 2008).

Segundo Marques, a superfície do vírus (Figura 2) é lisa exceto nas regiões

em que as moléculas de glicoproteínas se associam. Entre o estrato de

glicoproteínas e o material genético do vírus foi encontrada uma membrana dupla de

lipídeos que em geral a membrana dupla de lipídeos participa do mecanismo de

entrada dos vírus nas células hospedeiras. Segundo Rossman citado por Marques

“Essa camada lipídica é pouco exposta sendo provável que a estrutura do agente

infeccioso sofra algumas mudanças durante o processo de invasão das células”

(MARQUES, 2008).

Figura 2: Vírus do Nilo Ocidental

Fonte: newsroom.ucr.edu/images/releases/1033_1.jpg

17

4. RESERVATÓRIO

O principal reservatório e hospedeiro amplificador do vírus são algumas

espécies de aves silvestres, pois a disseminação do vírus vem ocorrendo devido ao

processo de migração característico de algumas aves que se deslocam de várias

regiões do mundo levando consigo o vírus, pois somente as aves têm condições de

atuar como reservatório, porque facilitam a dispersão do vírus já que tem uma

viremia alta e prolongada servindo assim como fonte de infecção aos vetores

(KULASEKERA et al, 2001; BRASIL, 2008b).

As aves como são hospedeiros naturais podem ou não apresentar quadros

clínicos da doença. Porém o corvo (Figura 3) é uma ave que se mostra

extremamente susceptível ao vírus do Nilo Ocidental. Surtos recentes em humanos

vêm acompanhados de uma aparente evolução de uma nova variante do vírus, que

se apresenta com alta virulência, o que leva a uma alta mortalidade de aves

notadamente os corvos (Figura 3), e também gera quadros clínicos em humanos de

maior gravidade (KULASEKERA et al, 2001; PANELLA et al, 2001).

Figura 3: Corvo

Fonte: HTTP://imagens.google.com.br/imgres?imgurl=HTTP://bp3.blogger.com

Os humanos e cavalos são considerados hospedeiros terminais, pois não

desenvolvem viremia suficiente para infectar o vetor (ZEINAD et al, 2008).

18

5. VETORES

A competência do vetor está ligada a abundância do inseto no local (BRASIL,

2008b).

O principal gênero de mosquito identificado como vetor do vírus do Nilo

Ocidental é o Culex, entretanto outras espécies de mosquitos já foram encontradas

infectadas com o vírus (BRASIL, 2008b).

Das espécies infectadas o Culex pipiens (Figura 4), parece ser o mais

importante nos (EUA) Estados Unidos da América, neste gênero algumas espécies

sobrevivem ao inverno o que permite manter a transmissão mesmo em baixas

temperaturas (SANTOS, 2006; BRASIL, 2008b).

No Brasil a espécie que mais se assemelha ao Culex pipiens (Figura 4), é o

Culex quiquefasciatus (Figura 5), além disso o Aedes albopictus espécie

amplamente distribuída em nosso país também é considerado vetor potencial, além

do Anopheles (SANTOS, 2006); (BRASIL, 2008b).

No Egito o Culex univittattus que desempenha um papel importante na

transmissão e manutenção da circulação do vírus (ACHA, 2003).

Figura 4: Culex pipiens

Fonte: WWW.johnson-group.com.hk/chi/our_service2.htm

Figura 5: Culex quinquefasciatus

Fonte: WWW.arbovirus.health.nsw.gov.au/areas.arboviroses

19

6. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS

É uma zoonose cada vez mais preocupante que aumenta o risco de

introdução desta virose em nosso país. Porque a ocorrência de um único caso no

Brasil poderá representar uma emergência na saúde pública, pois poderá ser o

prenúncio de um grande surto pelo fato do vírus do Nilo Ocidental ter uma gama

ampla de hospedeiros e por se multiplicar nas aves, répteis, anfíbios, mamíferos

mosquitos e carrapatos, e também por se propagar rapidamente é uma zoonose que

requer uma atenção redobrada em nosso país (CDC, 2000; LUNA et al, 2003;

BRASIL, 2008b).

Como a Febre do Nilo Ocidental pode se apresentar de forma endêmica e

epidêmica, nas áreas em que o vírus é endêmico a infecção aparece mais na

população infantil, pois a maioria da população adulta está imunizada (ACHA, 2003).

Nas regiões onde o vírus é menos ativo surgem epidemias ocasionadas

entre pessoas de qualquer idade, onde pode se observar a enfermidade clínica em

um grande número de pessoas, principalmente naquelas com mais de cinqüenta

anos (ACHA, 2003).

6.1 Fonte de infecção

O vírus do Nilo Ocidental, infecta um grande número de hospedeiros

vertebrados entre eles o homem, animais domésticos e várias espécies de aves. As

aves podem servir como fontes de infecção para os vetores e artrópodes

(ACHA, 2003).

6.2 Via de transmissão

O vírus do Nilo Ocidental (Figura 2) pode ser transmitido quando um mosquito

do gênero culex infectado, pica um humano, cavalo ou outro mamífero para se

alimentar (Figura 6) transmitindo assim o vírus para essas espécies que são

hospedeiros acidentais (LUNA et al, 2003; HAYNES et al, 2005; BRASIL, 2008b).

Os mosquitos se infectam quando fazem o repasto em aves infectadas, as

quais podem circular o vírus em seu sangue por alguns dias, pois as aves possuem

20

rotas de migração e carregam o vírus para outros locais, fazendo com que outros

mosquitos adquiram novamente o vírus para as novas aves fechando assim o ciclo

(HAYNES et al, 2005; BRASIL, 2008b).

Figura 6: Ciclo de transmissão da febre do Nilo Ocidental

Fonte: www.northwestmosquitovector.org/disease%20cyc...

Além disso, a transmissão pode ocorrer, mais raramente através da

transfusão de sanguínea, transplante de órgãos e pelo aleitamento materno

(BRASIL, 2008b).

6.2.1 Período de transmissibilidade

Nas aves varia de 3 a 7 dias (BRASIL, 2008b).

6.3 Período de incubação

O período de incubação varia de 3 á 14 dias, podendo ser maior em

pacientes com neoplasias avançadas e em pessoas que estão sendo submetidas a

tratamentos imunossupressores (ZEINAD, 2004; BRASIL, 2008b).

21

7. PATOGENIA

O vírus circula através da corrente sanguínea do mosquito e entra em suas

glândulas salivares, depois quando o mosquito pica uma pessoa ou um animal

(Figura 7), ele transmite o vírus para sua corrente sanguínea (WATSON, 2008).

Figura 7: Repasto de mosquito em humano

Fonte: WATSON, 2008

Agumas espécies de animais como as aves não se tornam infectados, pois as

partículas virais não conseguem invadir os seus tecidos, uma vez que o vírus é

envelopado e não consegue infectar a superfície das células desses animais. Outras

espécies como as aves, podem se tornar infectadas porque o vírus consegue invadir

suas células (AUDUBON, 2006).

Uma vez dentro do corpo humano, acredita-se que a replicação inicial ocorra

na pele e em linfonodos regionais gerando uma viremia primária no retículo

endotelial. Nos dias imediatamente após a infeccção o vírus inicia um processo de

replicação e aumenta seu nível na circulação sanguínea, sendo este um período de

alta viremia (AUDUBON, 2006; CORRÊA, 2008).

Os cientistas ainda não entendem o exato mecanismo dos locais de

replicação do vírus do Nilo Ocidental, sabe-se somente que o vírus se multiplica e

pode cruzar a barreira hematoencefálica. Essa barreira normalmente impede que as

bactérias e vírus entrem no cérebro, mas alguns vírus incluindo o vírus da Herpes

encefalite eqüina do leste e do Nilo Ocidental são capazes de cruzar essa barreira

(WATSON, 2008).

Segundo “WATSON” em razão de uma substância liberada durante a

resposta imunológica a esses vírus, uma proteína da célula do sistema imunológico

chamada TLR-3, reconhece o vírus do Nilo Ocidental e ativa a resposta imunológica

22

da célula levando a secreção de uma substância chamada TNF-alfa (Fator de

Necrose Tumoral-alfa), (WATSON, 2008).

Essa substância interrompe a barreira hematoencefálica temporariamente

permitindo que o vírus do Nilo Ocidental ultrapasse a barreira e tenha acesso ao

cérebro e ao sistema nervoso central. Sua entrada faz com que o sistema

imunológico inicie uma resposta inflamatória o que causa os sintomas mais graves

da inflamação da medula espinhal e ou do cérebro pelo vírus do Nilo Ocidental

(WATSON, 2008).

23

8. Manifestações clínicas

8.1 Nos Humanos

Geralmente as infecções pelo vírus do Nilo Ocidental no homem geram uma

infecção clinicamente assintomática sendo que 20% dos casos desenvolvem uma

doença leve (BRASIL, 2008b).

Os primeiros sintomas da forma leve da doença são: Febre alta

frequentemente acompanhada de mal estar, anorexia, náuseas, vômito, dor de

cabeça, mialgia, exantema maculo papular e linfoadenopatia. Em algumas ocasiões

o baço e o fígado estão discretamente aumentados (GILL et al, 1996; BRASIL, 2008

b)

Porém quando a infecção é grave, resulta em doença neurológica severa

cujo maior fator de risco é a idade avançada, cerca de dois terços dos casos se

caracterizam encefalite e um terço pela meningite (LUNA et al, 2003; ZEINAD,

2004).

A encefalite é mais comumente relatada do que a meningite e apresenta-se

com febre, fraqueza, sintomas gastrointestinais e alteração no “padrão mental”

(BRASIL, 2008b).

Pode-se apresentar exantema maculo-papular ou morbidade envolvendo

pescoço, tronco, braços e pernas seguido de fraqueza muscular severa e paralisia

flácida (BRASIL, 2008b).

São incluidas as apresentações neurológicas como ataxia e sinais

extrapiramidais, anormalidades dos nervos cranianos, mielite, neurite óptica

polirradiculite e convulsão (BRASIL, 2008b).

Os pacientes hospitalizados apresentam uma taxa de mortalidade de 4% a

14% sendo maior em imunossuprimidos e idosos (ZEINAD, 2004).

A seqüela neurológica é comum acometendo 50% dos pacientes

hospitalizados. Apenas um terço dos pacientes apresenta recuperação neurológica

completa (ZEINAD, 2004).

24

8.2 Nos Eqüinos

Estima-se que somente um terço dos animais infectados manifestam os sinais

da doença (SANTOS, 2001).

Os sintomas mais comuns estão associados com a injúria da medula

espinhal. Nos eqüinos os sinais da enfermidade neurológica causadas pelo vírus do

Nilo Ocidental, podem incluir ataxia, perda de apetite, depressão, perda de equilíbrio

contração muscular, paralisia facial, diminuição da visão, enrigecimento no pescoço,

marcha confusa, convulsões, voltas em círculos e incapacidade para ingerir

(OSTLUND, et al, 2000; OSTLUND, et al, 2001; OIE, 2008).

Pode ocorrer coma e morte e usualmente afetar um, dois ou quatro membros

podendo levar o animal a decúbito. Os membros posteriores podem ter paralisia e

freqüentemente estes sinais são acompanhados de tremores e rigidez muscular

(OSTLUND, et al, 2000; OIE, 2008).

Alguns cavalos afetados apresentam variações anormais da mentalidade

como sonolência, depressão ou medo, hipersensibilidade e agressividade

(OSTLUND, et al, 2000).

O início do diagnóstico em equinos é baseado em alterações neurológicas

cavalos que se recuperam da infecção pelo vírus do Nilo Ocidental desenvolvem

uma forte e duradoura resposta neutralizante do anticorpo (IgG) ao vírus

(BROWN e BERTONE, 2004; MACLACHLAN, 2005).

8.3 Nas Aves

Várias espécies de aves são resistentes a enfermidade. Porém algumas

espécies são sensíveis tais como a família de corvos (figura 3), onde a taxa de

mortalidade é alta (PANELLA et al, 2001; OIE, 2008).

As aves sensíveis apresentam vários sintomas e graus de implicação

neurológica desde sintomas graves como paralisia de patas e membros, ou até

sintomas que podem passar desapercebidos (OIE, 2008).

As poucas aves que são afetadas pela infecção apresentam sinais clínicos

que podem ser divididos em três fases: Na fase 1: apresentam sintomas de

25

depressão, anorexia e conseqüentemente perda de peso, sono excessivo e

leucocitose. Na fase 2 somados ao sintomas da fase 1 temos tremores de cabeça,

cegueira, demência, ataxia, perda da consciência a sua volta e fraqueza nas patas.

Na fase 3 tremores severos, sintomas neurológicos que sinalizam inflamação do

cérebro e medula. Todos os animais que chegam na fase 3 morrem (BRUNO e

COELHO, 2005).

26

9. DIAGNÓSTICO

Clinicamente em humanos se verá uma infecção febril aguda de início súbito

associado com cefaléia intensa, linfoadenopatia, erupção macular e leucopenia.

Alguns podem apresentar sonolência, dor no abdomem e nas costas (GILL, et al, 96;

BEEDSON, 98).

A infecção pelo Vírus do Nilo Ocidental é confirmada pela detecção do vírus

ou de anticorpos contra o vírus. A detecção do antígeno viral pode ser feita pelo

teste de ELISA ou teste quantitativo de PCR, que até o momento é considerado o

mais sensível para detecção do Vírus do Nilo Ocidental, porém só identifica 57% dos

casos (ZEINAD, 2004).

O isolamento do vírus pelo crescimento em cultura é difícil, sendo necessária

grande quantidade de amostra preferencialmente fresca. Os resultados são

considerados positivos quando se observa o efeito citopático em células Vero. O

isolamento do vírus do Nilo Ocidental pode demorar de 3 á 7 dias, dependendo da

quantidade de vírus presente na amostra (KOMAR, 2001; ZEINAD, 2004).

O teste laboratorial usado para o diagnóstico rápido de infecção do vírus do

Nilo Ocidental é a detecção de imunoglobulina M (IgM) e de (IgG) , pelo método de

ELISA porém como esses testes não são totalmente específicos para o vírus do Nilo

Ocidental, o diagnóstico depende do isolamento do vírus e da confirmação pelo teste

de redução específica em placa de anticorpos neutralizantes (ZEINAD, 2004).

O teste de ELISA para detecção do vírus do Nilo Ocidental pode ser feito no

soro ou LCR (líquido cefalorraquidiano), que é específico para infecção do SNC

(ZEINAD, 2004).

Estudos longitudinais da infecção, tem demonstrado que a IgM específica

anti-vírus do Nilo Ocidental em amostra de soro pode não ser necessariamente

diagnóstico de infecção aguda pelo vírus do Nilo Ocidental , devendo-se ter cautela

na interpretação do resultado de IgM positivo sem quadro clínico compatível

(ZEINAD, 2004).

Pode ser feito provas como a inibição da hemaglutinação (HI), com testes de

fixação do complemento (FC), (SAVILLE et al, 2003).

27

9.1 Achados laboratoriais

Cerca de 50% dos pacientes apresentam leucocitose periférica e 15%

leucopenia. A análise do líquido cefalorraquidiano revela geralmente uma linfocitose

moderada podendo apresentar neutrofilia ou ainda celularidade normal (ZEINAD,

2004).

9.2 Exames complementares

9.2.1 Exames de imagem

Estudos de tomografia computadorizada de crânio geralmente mostram-se

normais, e a ressonância magnética inicial observa-se aumento inespecífico de

captação em áreas periventriculares e nas meninges (ZEINAD, 2004).

Nos pacientes com meningite e meningoencefalite, associados ao Vírus do

Nilo Ocidental foi detectado um padrão característico de eletroencefalograma que

consiste em um padrão de ondas lentas mais proeminentes nas regiões do cérebro

(ZEINAD, 2004).

9.3 Diagnóstico diferencial

Dengue, Leptospirose, febre maculosa, febre amarela, encefalite japonesa

Encefalite de Sant Louis, e meningites (WEISSENBÕCK et al , 2002).

28

10. TRATAMENTO

Não existe ate o momento tratamento estabelecido para a encefalite do vírus

do Nilo Ocidental. Algumas drogas antivirais já foram utilizadas, porém nenhuma

com eficácia comprovada (ZEINAD, 2004).

O tratamento proposto atualmente é o de suporte com hospitalização, fluidos

intravenosos, suporte respiratório e prevenção de infecções secundárias em

pacientes com quadros neuroinvasivos severos (WATSON, 2008).

Não existem vacinas registradas. Vacinas experimentais estão em fase de

desenvolvimento(ZEINAD, 2004).

29

11. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE

Para prevenir a propagação da enfermidade é essencial controlar a

propagação de mosquitos com ênfase a redução de criadouros, como eliminar

recipientes que possam acumular água, com atenção especial a pneus, vasos de

plantas, piscinas, copos e também evitar o acúmulo de lixo e matéria orgânica

(BRASIL, 2008b).

O Controle de mosquitos é visto pela CDC nos Estados Unidos da América

como a maneira mais efetiva para se prevenir a transmissão do vírus do Nilo

Ocidental e também de outras arboviroses ao homem e aos animais. O controle do

vetor é fundamental quando as epidemias estão em andamento (CDC, 2000).

Além disso, o controle de mosquitos no período anterior ao verão é muito

importante, pois tal atividade atuaria mediante o monitoramento da população com

objetivo de promover intervenções antes que a doença se estabeleça (CDC, 2000);

(PETERSEN, 2001).

A melhoria do saneamento básico também ajuda a controlar a propagação de

doenças, uma vez que mosquitos do gênero culex criam-se em fossas, remansos

dos rios e lagoas poluídas (BRASIL, 2008b).

O controle químico de criadouros deve ser reservado para as situações de

surto com objetivo do bloqueio de transmissão (BRASIL, 2008b).

30

12. POTENCIAL DE INTRODUÇÂO DO VÍRUS DO NILO OCIDENTAL NA

AMÈRICA DO SUL

O Brasil é um país tropical grande e apesar da taxa continuamente alta de

desmatamento mais de um terço do seu território ainda está coberto por florestas e

outros ecossistemas naturais que tem uma flora e fauna extremamente diversa. Por

isso o Brasil provêm, de condições para a existência de muitos arbovírus

(FIGUEIREDO, 2007).

O risco de novos arbovirus emergirem no Brasil está relacionado á existência

de cidades grandes, densamente povoadas que são infestadas através de

mosquitos como Culex, Anopheles e Ades (FIGUEIREDO, 2007).

O aparecimento de arboviroses emergentes são fenômenos naturais

relacionados á evolução de espécies e adaptação. Mudanças ecológicas produzidas

pelo homem podem aumentar a prevalência do vetor e criar novos reservatórios e

induzir as arboviroses a se adaptar a ciclos novos de manutenção (FIGUEIREDO,

2007).

Além disso, as arboviroses podem viajar distâncias grandes e passar por

diversos países, pois tem o potencial para a propagação (FIGUEIREDO, 2007).

As aves migratórias também têm um papel importante na disseminação do

vírus do Nilo Ocidental, pois a América do Sul recebe durante o inverno boreal que

vai de outubro a março, centenas de espécies de aves migratórias do hemisfério

Norte, área onde o vírus tem sido detectado recentemente (LUNA et al, 2003) .

A primeira rota percorrida pelas aves é chamada Cisandina e fica próxima ao

Acre (Figura 8) as aves se subdividem em uma Rota na região Patagônica e outra

que fica na região Oeste do Brasil (Figura 8) onde se encontra com as rotas

migratórias dos Vales dos Rios da Bacia Amazônica e Pantanal (rota do Rio Negro e

Pantanal e rota dos rios Xingus e Tapajós) (Figura 8). (LUNA et al, 2003).

Tais rotas representam os caminhos para as aves, que vão seguir o caminho

a chamada Rota Atlântica (Figura 8) pelas áreas baixas da América do Sul e

acompanham a faixa litorânea Atlântica (Figura 8) e vão indo ao longo da Serra do

Mar, até atingirem a Patagônia (LUNA et al, 2003) .

31

Figura 8: Rotas de migrações de aves na América do Sul

Fonte: LUNA et.al, 2003

32

Nos meses de maio a setembro, dentro do continente tem migrações de aves do

extremo Sul na América do Sul e em direção ao Norte, que podem alcançar as

regiões das Antilhas e América do Norte (LUNA et al, 2003).

As aves na América do Sul, têm alguns deslocamentos chamados de

altitudinais ou verticais que acontecem quando as aves vão em busca de alimento e

fatores climáticos (LUNA et al, 2003).

Fatores como floração, frutificação, queimadas e terremotos também

promovem deslocamentos de diversas espécies de aves (LUNA et al, 2003).

Algumas aves podem se deslocar por ambientes terrestres como matas

campos e cerrados. Outras aves podem apresentar hábitos aquáticos, seguindo pelo

mar (LUNA et al , 2003).

33

13. CONDUTA EPIDEMIOLÓGICA

A conduta epidemiológica tem como objetivo detectar precocemente a

introdução do vírus do Nilo Ocidental para evitar a ocorrência de infecções em áreas

livres como no caso do Brasil (BRASIL, 2008b).

13.1 Vigilância em aves

O aparecimento de aves mortas, sem causa definida é fator de alerta

principalmente os corvos (Figura 3), que são aves susceptíveis ao vírus do Nilo

Ocidental, por isso a realização de necropsia nessas aves se torna necessária

(CDC, 2000; BRASIL, 2008a)

A realização de inquéritos sorológicos em aves residentes e migratórias é

uma estratégia para se detectar a presença do vírus do Nilo Ocidental para a

tentativa de isolamento viral (KOMAR et al, 2001; BRASIL, 2004a; BRASIL, 2008 b).

A implantação de pontos sentinelas em parques, zoológicos e praças também

se faz necessário, uma vez que o Brasil tem um grande número de parques, praças

e também zoológicos (BRASIL, 2008b).

13.2 Vigilância entomológica

Inquéritos entomológicos em áreas que ocorrem mortes de aves (BRASIL,

2008b).

Captura de mosquitos com armadilhas para a tentativa de isolamento viral

(BRASIL, 2004b).

13.3 Vigilância em equinos

Eqüinos que vierem a óbito com suspeita de encefalites, deverão ser colhidas

amostras de sangue e cérebro, para ser feito o isolamento viral (LUNA et al, 2003);

(BRASIL, 2008b).

34

13.4 Vigilância em humanos

Deverá ser realizado o diagnóstico diferencial, sendo qualquer pessoa com

sintomas clínicos como febre, manifestações neurológicas de meningite ou

encefalite de origem desconhecida (BRASIL, 2008a).

13.5 Vigilância Sentinela

Utilizar animais como sentinela é uma prática utilizada em áreas onde já

tenha sido detectada a circulação viral, por isso aves domésticas sorologicamente

negativas devem ser introduzidas em áreas estratégicas para realização de testes

para se detectar a presença do vírus do Nilo Ocidental (BRASIL, 2008b).

13.6 Notificação de caso

A Febre do Nilo Ocidental é uma enfermidade inscrita na lista da OIE, cuja

declaração é obrigatória para os países membros. Por isso se suspeitar de algum

caso da doença deverá ser feita a notificação imediata ás autoridades de saúde

pública locais e ao Centro de informações estratégicas em Vigilância em Saúde

(CIEVS), Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) ou Ministério da Saúde (MS)

levando a história do caso (BRASIL, 2008a; OIE, 2008).

Deverá ser feita uma investigação epidemiológica com obtenção de dados

importantes buscando estabelecer o início preciso da doença como sinais e

sintomas clínicos inclusive com exames neurológicos. Também deve-se verificar a

ocorrência de outros casos semelhantes como a história de deslocamento nos

últimos quinze dias, além de preenchimento adequado sobre as informações

relativas a hospedeiros, reservatórios e vetores (BRASIL, 2008a).

Devera ser feita a coleta de sangue e líquor para se para se realizar o

diagnóstico laboratorial (BRASIL, 2008a).

Em caso de óbito, é mandatário a realização de necropsia com a coleta de

dois fragmentos de cérebro, baço, fígado e pulmões, sendo um para pesquisa de

vírus e um para exames histopatológicos. As amostras de tecido deverão ser a

35

fresco, mantidas preferencialmente congeladas a -70ºC entre a coleta até a entrega

no LACEN/ UF que deve ocorrer no máximo em doze horas (BRASIL, 2008a).

No LACEN (Laboratório central de saúde pública), essas amostras serão

conservadas a -70ºC e transportadas em gelo seco ou nitrogênio líquido

direcionadas para: FIOCRUZ-RJ (Laboratório de Referência Regional para

Arboviroses) para isolamento viral ou PCR (BRASIL, 2008a).

Deverá ser realizado o desencadeamento dos procedimentos de vigilância

animal e entomológico no local provável de infecção (LPI), (BRASIL, 2008a).

Fazer o preenchimento de fichas individuais de notificação da Febre do Nilo

Ocidental, e envio de dados (BRASIL, 2008a).

36

14. CONDUTA EPIDEMIOLÓGICA NO BRASIL

14.1 Inquérito sorológico em aves do Parque Nacional da Lagoa/ RS

No Brasil vem sendo desenvolvido pelo Ministério da Saúde, algumas

estratégias desde 2002, junto com outras instituições (BRASIL, 2004a).

Um estudo foi realizado no Parque Nacional da Lagoa do peixe (figura 9) no

Rio Grande do Sul (BRASIL, 2004a).

Figura 9: Mapa da região da Lagoa do peixe

Fonte: hum.unne.edu.ar/Parques%20região%20sul.htm

Figura 10: Revoada de aves na Lagoa do Peixe

Fonte: flickr.com/photos/paulaofesse/130896368

A lagoa do peixe é conhecida como uma importante área de pouso e

invernada de aves migratórias no país (Figura 10). O período de execução dos

estudos foi do dia 16 á 27 de novembro de 2003 (BRASIL, 2004a).

37

Foi realizada a vigilância entomológica em aves mortas, cavalos e humanos

e também foi feito o inquérito sorológico amostral de aves migratórias e residentes

para detectar a presença do vírus do Nilo Ocidental e outros vírus (BRASIL, 2004a).

O procedimento foi realizado com a colocação de redes, depois essas aves

eram retiradas e levadas para fazer a identificação, biometria (figura 15) anilhamento

(figura 14), coleta de sangue (figura 13) e swab cloacal (BRASIL, 2004a).

Nas aves encontradas mortas foi feito necropsia (figura 16), e coletado

fragmentos de cérebro, fígado, baço e rins para isolamento viral (BRASIL, 2004a).

As amostras de sangue e soro, foram encaminhadas para o Instituto Evandro

Chagas e foi realizado o teste de inibição da hemaglutinação e tentativa de

isolamento do vírus do Nilo Ocidental, porém em nenhuma das amostras de sangue

das aves conseguiu-se realizar a pesquisa pelo fato do material ter sido mal

acondicionado (BRASIL, 2004a).

Na pesquisa de anticorpos pelo teste de inibição da hemaglutinação as

amostras de soro colhidas de galinhas, patos, cães, eqüinos e suínos foram

negativas para o vírus do Nilo Ocidental (BRASIL, 2004a)

Portanto, não foi detectada a presença do vírus do Nilo Ocidental circulando

nas aves e também não foi detectado anticorpos com arbovírus pesquisados nas

aves e nos animais domésticos (BRASIL, 2004a).

38

14.2 Inquérito sorológico em aves migratórias e residentes no município de

galinhos/ RN

Foi feito o inquérito sorológico no município de galinhos RN (Figura 11, 12)

para a detecção do vírus do Nilo Ocidental, pois a região Nordeste do Brasil é

visitada por milhares de aves migratórias, que se deslocam do Ártico para América

do Sul. O inquérito foi realizado no período de 22 de abril a 3 de maio (BRASIL,

2004b).

Figura 11 :Mapa da Região de galinhos

Fonte: BRASIL, 2004a

Figura 12: Praia de Galinhos

Fonte: flickr.com/photos/Marcel

O procedimento foi realizado com a colocação de redes, as margens dos

evaporadores e depois eram retirados os animais, sendo levados para a

identificação, biometria (Figura 15), anilhamento (Figura 14) e coleta de sangue

(Figura 13). (BRASIL, 2004b).

39

Figura 13: Coleta de sangue em ave

Fonte: BRASIL, 2004a

Figura 14: Anilhamento em ave

Fonte: BRASIL, 2004a

Figura 15: Biometria em ave

Fonte: BRASIL, 2004a

Nas aves encontradas mortas, foi realizada necropsia (Figura 16) e coletado

amostras de cérebro, fígado, coração, baço e rins para a tentativa de isolamento

viral do vírus do Nilo Ocidental. Também foi feita a coleta de ectoparasitas (pulgas e

piolhos), durante o manuseio das aves que foram colocados em frascos com álcool

e encaminhados ao Fiocruz para identificação (BRASIL, 2004b).

40

Figura 16: Necropsia de ave

Fonte: BRASIL, 2004a

Para captura dos mosquitos foi utilizado armadilhas do tipo CDC (Figura 17) e

dois capturadores a base de sucção (Figura 18). Foram capturados mosquitos das

famílias Culidea; Aedes Taeniorhynchus e Culex quiquefasciatus (BRASIL, 2004b).

FIGURA 17: Armadilha tipo CDC

Fonte: BRASIL, 2004a

FIGURA 18: Capturadores a base de sucção

Fonte: BRASIL, 2004a

41

Os soros e vísceras foram encaminhados para o Instituto Evandro Chagas, e

todas as amostras de sangue e vísceras necropsiadas (figura 16), foram negativas

e as pesquisas do teste de inibição da hemaglutinação também foram negativas

(BRASIL, 2004b).

Portanto não foi detectada a presença do vírus do Nilo Ocidental (BRASIL,

2004 b).

42

15. CONDUTA EDUCATIVA

A população deve estar alerta a essa emergente epidemia. Por isso devem

ser feitas campanhas educativas com a população, estimulando assim a proteção

individual contra picadas de mosquitos (PETERSEN, 2001).

A ajuda da população na destruição de criadouros, como a remoção de água

parada em recipientes, vasos de plantas, calhas, pneus e piscinas dificultam o

desenvolvimento do mosquito e também a entrada do vírus do Nilo Ocidental no

Brasil (BRASIL, 2008b).

Portanto fazer a educação sanitária na população é fundamental para

prevenção da entrada do vírus do Nilo Ocidental em nosso país e também de outras

doenças transmitidas ao homem pela picada de mosquitos (PETERSEN, 2001).

43

16. PROPOSTAS PARA A MONITORAÇÂO DE EMERGÊNCIA PARA A FEBRE

DO NILO OCIDENTAL

Considerando que ainda não tenha evidências do vírus do Nilo Ocidental no

Brasil e com o risco da introdução do vírus em nosso país, a vigilância é

fundamental para detectar a presença do vírus em nosso país (LUNA et al, 2003).

Como a migração de aves desempenha um papel importante na

disseminação do vírus do Nilo Ocidental, a principal área de atuação do sistema de

vigilância seria identificar as principais espécies de aves migratórias e monitorar os

ambientes em que as aves fazem essas rotas migratórias no Brasil (LUNA et al,

2003).

Uma das estratégias mais precoces para detecção do vírus é a vigilância da

mortandade de aves em parques e zoológicos, pois algumas espécies de aves são

sensíveis ao vírus do Nilo ocidental, como por exemplo os corvos (Figura 3). Por isso

deve ser feita a notificação das aves mortas além de colhidos os materiais para

necropsia (Figura 16) como cérebro (que é o órgão mais sensível) e também

coração, baço, rins, fígado para o diagnóstico do vírus do Nilo ocidental (CDC,

2000).

Também deverá ser feita a vigilância por sentinelas, para detectar se há a

circulação do vírus (BRASIL, 2008b).

Outra estratégia é a captura de aves em locais definidos com a colocação de

redes, que devem ser armadas em pontos estratégicos. Essas aves devem ser

anilhadas (figura 14), e identificadas para que seja feita a coleta de sangue (figura

13), e assim realizar o diagnóstico sorológico para tentativa de isolamento viral

(LUNA et al, 2003).

Com relação á vigilância entomológica, as estratégias da vigilância poderão

ser empregadas tanto em regiões onde a atividade viral não tenha sido detectada

como em locais onde o vírus já tenha sido introduzido (NATAL, 2008).

Dessa forma a captura de mosquitos deverá ser feita tanto em áreas urbanas

como em áreas silvestres, utilizando armadilhas Shannon, armadilhas luminosas tipo

CDC (Figura 17), capturadores a base de sucção (Figura 18), e captura fixa ou

móvel por meio de puçás no solo ou copa de árvores (LUNA et al, 2003)

44

Os vetores devem ser investigados para a identificação de criadouros, de

espécies, densidade populacional e influência de fatores climáticos para que dessa

forma seja feita as medidas de controle adequadas (LUNA et al , 2003).

Toda atenção deverá ser voltada aos mosquitos de hábitos ornitofílicos

(aqueles que revelam tendência a domiciliação) e também aos ambientes

modificados incluindo-se os núcleos urbanos como as áreas rurais e silvestres

(LUNA et al, 2003).

Na maioria das vezes os mosquitos necessitam de criadouros em matéria

orgânica, porém alguns mosquitos podem se desenvolver em água limpa como

copos descartáveis, pneus e piscinas (LUNA et al, 2003).

A vigilância em eqüinos também é uma estratégia para a detecção do vírus

do Nilo Ocidental. Eqüinos que vierem a óbito com suspeita de encefalites deverão

ser colhidas amostras de sangue e cérebro para ser feito o isolamento do vírus

(LUNA et al, 2003; BRASIL, 2008b).

Por fim também deverá ser feita a vigilância em humanos, e se houver um

caso suspeito de encefalite humana deve-se colher amostras de sangue para ser

feito o diagnóstico sorológico e isolamento viral, e em caso de óbito humano por

encefalite viral deverá ser colhido fragmentos de cérebro para que seja feito o

isolamento do vírus (LUNA et al, 2003; BRASIL, 2008b).

45

17. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando a grande possibilidade de introdução do vírus do Nilo Ocidental

em nosso país em um futuro próximo, é fundamental a necessidade do

conhecimento da doença para impedir que essa Arbovirose transforme-se em um

novo problema de Saúde Pública em nosso país. Pois caso o vírus do Nilo Ocidental

atinja o país será um grande desafio que a Saúde Pública terá de enfrentar.

Por isso, o Médico Veterinário tem um papel fundamental na prevenção do

vírus do Nilo Ocidental, pois os conhecimentos do Médico Veterinário, nos

capacitam a planejar e executar medidas de prevenção e controle de enfermidades

e também das zoonoses desenvolvendo assim trabalhos dentro das equipes de

Saúde Pública, e com isso ajudando a manter a saúde da população, principalmente

das doenças transmitidas por animais (zoonoses).

O médico Veterinário está apto a investigação e descoberta do foco das

doenças, e tem conhecimento dos meios de transmissão, levantamento

epidemiológico dos casos, detecção de animais transmissores e investigação da

presença de vetores.

Portanto dentro dessa realidade é inquestionável e imprescindível a presença

do Médico Veterinário trabalhando dentro das equipes de saúde pública, que é

qualificado para exercer o cargo de guardião da saúde dos animais e também da

saúde humana.

46

18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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