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Livro - Faces da Memória - Histórias de Memórias Contadas
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1ª Série
Faces da MemóriaHistórias de memórias contadas
Coordenadora Prof. Dra. Ana Maria Strohschoen
Organizado por Lilian Alves
Faces da MemóriaHistórias de memórias contadas
1ª série
Organizado por LilianAlves
Coordenadora Prof. Dra. Ana Maria Strohschoen
Layout da capa:
Beatriz Regina Luchese
Diagramação interna:
Beatriz Regina Luchese
Berenice Bohnen
Natália Machado
Edição das histórias:
Berenice Bohnen
Natália Machado
SUMÁRIO
7
9
14
23
33
39
45
INTRODUÇÃO
O Projeto pesquisa e extensão de Memória Institucional da UNISC –
Universidade de Santa Cruz do Sul propõe-se trabalhar a
viabilização de acervo que reforcem, junto à comunidade, a
importância de salvaguarda a memória das instituições, bem como
da necessidade de viabilização dos recursos materiais necessários
à preservação e disseminação de informações através de
históricos.
Foi com base em tais considerações que organizamos o Livro
“Faces da Memória: Histórias de Memória Contadas”, que
congregará diversos históricos empresarias os quais foram
produzidos por alunos da disciplina de metodologia da pesquisa. O
Livro configurasse como espaço que oportuniza a comunidade
acadêmica, bem como ao público externo com interesse sobre a
temática, conhecer os trabalhos de pesquisa que vêm sendo
desenvolvidos pelos alunos da Universidade.
2004 – Inicia dentro de uma disciplina de teoria da comunicação 1
através de um trabalho onde os alunos precisavam pesquisas sobre
como surgiram as empresas de comunicação na região. Neste
momento deparamos coma dificuldade de registros sobre este
tema.
2006 - “Um estudo sobre como algumas empresas da região
trabalham seu histórico: o que pode ser memória institucional no
contexto destas práticas”
Este artigo foi realizado pela profa. Ana Maria Strohschoen e
apresentado ao Grupo de Trabalho "Políticas e Estratégias de
Comunicação", do XV Encontro de Compós, da Unesp, Bauru, em
junho de 2006.
2007 - Um grupo de alunos sugeriu utilizar os relatos e histórias já
elaborados na disciplina e tê-los como arquivo de memória
institucional para futuramente colocar num site de memória de
empresas da região.
Nesta proposta chamou a atenção que não bastava apenas
montar o acervo, mas coloca-lo à disposição não apenas da
empresa (devolver o projeto), mas da extensão criar um mecanismo
para dispor este material para a comunidade.
Trabalhando agora em uma perspectiva de memória
institucional, pensando não no histórico de documentos, mas com
produtos de memória.
2008 – Aprovado o projeto de pesquisa realizado pela profa. Ana
1 - Histórico Projeto de Pesquisa e Extensão/Memória Institucional
9
Maria Strohschoen, que busca discutir a Memória Institucional com
biografias. “Possibilidades de uso da Memória Institucional na
Região a partir do Projeto de Pesquisa Desenvolvido na UNISC”
· Outro artigo foi elaborado a partir das atividades realizadas
pelo projeto em 2007 pela profa. Ana Maria Strohschoen e
apresentado no NP de Comunicação Organizacional e
Relações Públicas, do XXXI Congresso Brasileiro de
Ciências da Comunicação, Intercom - Sociedade Brasileira
de estudos Interdisciplinares da Comunicação - Natal-RN,
ocorrido entre os dias 2 e 6 de setembro de 2008 foi “Os
históricos e as histórias contadas pelas empresas: mídia ou
memória institucional?”.
· 02 de outubro , apresentação do projeto "Possibilidades de uso da
Memória Institucional na região a partir de projeto de pesquisa
desenvolvido na UNISC" , no XIV Seminário de Iniciação
Científica e XIII Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão da
UNISC.
2009 – Segundo semestre surgi o site “pesquisar é bom”, para suprir
as necessidades dos alunos.
· Apresentação do projeto “Possibilidades de uso da memória
institucional na região” coordenado pela a Professora Drª.
Ana Maria Stroschöen, juntamente com os alunos de
Comunicação Social da Unisc, Aline de Moura, Michele Roth,
Lílian Fengler e Douglas Souza.No III Abrapcorp que
10
ocorreu durante os dias de 28 a 30 a abril de 2009 na
Universidade de São Paulo (USP).
2010 – A entrada dos vídeos para o site verificou-se a melhoria da
qualidade dos mesmos: após à referência explicita dos trabalhos
com a exposição pelo site de memória criado observamos um
aprendizado mais consistente e gratificante para os alunos e
também para as empresas envolvidas.
· Apresentação do trabalho de pesquisa “A Importância da
História Individual para a Memória de Empresa e vice-versa”,
da Professora Dra. Ana Maria Strohschoen (UNISC),
juntamente com as alunas Angélica Weisse e Daiane
Carpes, na categoria GT Iniciação Científica, o trabalho de
pesquisa no 4º ABRAPCORP, maior congresso de
comunicação organizacional que ocorrerá nos dias 20, 21 e
22 de maio na PUC-RS.
· O 1º Encontro entre Colaboradores e Alunos” realizado no
dia 06 de outubro na sala 101 da UNISC
· 20 de outubro 2010 bolsista Elisio Rodrigues de Freitas
apresentou no XVI Seminário de Iniciação Científica, o Salão
de Ensino e de Extensão, o projeto de extensão no qual está
inserido: “A Memória de Empresas na Internet: um site de
históricos de empresas desenvolvido pelos alunos da
graduação da UNISC”, coordenado pela professora Ana
Maria Strohschoen.
11
· Artigo Premiado, no Salão de Ensino e Extensão ocorrido em
outubro de 2010 na UNISC.
“O estudo do site de históricos de empresas desenvolvido
pelos alunos da graduação da UNISC: o que pode ou não ser
um produto de memória”, de autoria da profa. Ana Maria
Strohschoen e do bolsista Elisio Rodrigues de Freitas.
· No dia 08 de Junho de 2010 foi entregue o Prêmio Honra ao
Mérito aos autores dos artigos que foram destaque no Salão
de Ensino e Extensão 2010, onde o acadêmico Elisio
Rodrigues de Freitas (aluno do curso de Comunicação
Social/Publicidade e Propaganda da UNISC) e a Dra. Ana
Maria Strohschoen (Professora do curso de Comunicação
Social da UNISC), foram premiados.
2011 - A Profa. Ana Maria Strohschoen e o bolsista Elisio Rodrigues
de Freitas participaram do XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências
da Comunicação – INTERCOM, que ocorreu entre os dias 2 e 6 de
setembro de 2011 na Universidade Católica de Pernambuco, Recife
– PE.
· Laçou na ocasião, o livro “Integração entre Ensino e
Extensão: Aprendizagem e Conhecimento” PUBLICOM no
DT: Relações Públicas e Comunicação Organizacional.
· Participação do bolsista Elisio Rodrigues de Freitas no
INTERCOM Junior (VI Jornada de Iniciação Científica em
Comunicação), com a apresentação de sua monografia, cujo
12
título é “Memória Institucional: Estudo de Caso a partir do
Encarte da AFUBRA (Associação dos Fumicultores do Brasil)
55 anos veiculado no Jornal Gazeta do Sul”.
· 09 de abril 2011, foi a apresentação do Projeto de Extensão
"A Memória de Empresas na Internet: um site de históricos de
empresas desenvolvido pelos alunos da graduação da
UNISC", onde os Bolsistas Elisio Rodrigues de Freitas e
Luiza Amanda Scherer fizeram a apresentação,
coordenados pela Profa. Dra. Ana Maria Strohschoen, no 1º
Encontro Gaúcho de Ensino de Jornalismo e 1º Fórum Sul-
Brasileiro de Professores de Jornalismo, na categoria GT
Relatos de Extensão, realizado na UNISC - Universidade de
Santa Cruz do Sul.
· O 2º Encontro entre Colaboradores e Alunos” realizado no
dia 17 de outubro na ADUNISC da UNISC
13
2004Percebia-se
a falta deregistros sobre
a origem das empresasna Região.
2006Apresentação do artigo daProf. Ana Maria Strohschoen “Políticas e Estratégias de Comunicação”, XV Encontro de Compós, da Unesp..
2008Aprovação do projeto
de pesquisareferente
a Memória Institucional,da Profª Ana Maria
Strohschoen
2009Nasce o site
‘Pesquisas é bom’
2010Melhorias multimídia
no site com a produção de vídeos
referente a memória institucional das empresas.
Diversas premiaçõescom o projeto.
2009O projeto ganha amplitude
com a participação da Profª Ana Maria
Strohschoenem Congressos e Eventosda Comunicação Social.
2012O desenvolvimento da
1ª Edição do Livro‘Faces da Memória’
coordenado pela acadêmicaLilian Alves e orientado
pela Profª Ana Maria Strohschoen
Em 10 de agosto de 1962 nasce, em Santa Cruz do Sul, a
Agro Industrial Mohr Ltda, hoje Metalúrgica Mor S.A. A empresa
surge pelas mãos de Guilherme e seu filho Ruby Mohr e dos irmãos
Cláudio e Luiz Backes.
Acho que os momentos mais marcantes foram
vários né, começo do trabalho da empresa em fevereiro
de 77, apesar de já ter trabalhado em duas empresas é
uma coisa que marcou muito por ter começado a
participar do dia-a-dia da empresa que foi um processo
de sucessão do meu pai e em 83 o falecimento dele, 15
de março, que foi uma data marcante, porque criou um
divisor de águas dentro da empresa, que até o
momento era uma empresa familiar, eram duas famílias
que participavam do dia-a-dia da empresa, a MOHR e a
BACKES, acho que essa foi uma data muito
marcante.Depois a saída da família MOHR que foi no
mês de março de 85, quase um ano após o falecimento
do meu pai, meu pai morreu em março e eles saíram 31
de janeiro de 85, mais ou menos 1 ano e 9 meses
depois, então foi outra data marcante. (André Luiz
Backes)
Ainda na década de 80, assume a direção da empresa o atual
presidente, André Luiz Backes, filho de Cláudio Backes, que falece
em 1983. A família adquire as ações de Guilherme e Ruby Mohr,
assumindo o controle acionário da empresa, e a razão social
Metalúrgica Mohr S.A. tem uma pequena alteração, com o Mor
2 - Metalurgica Mor
14
sendo redigido sem a letra “h”, como a marca é hoje conhecida.
De acordo com André Luiz Backes, atual presidente da
empresa, um dos primeiros momentos marcantes evidenciados na
mesma, foi o falecimento de seu pai, no ano de 1983. E, 1 ano e 9
meses depois a dissociação, com a saída da família Mohr, criando
assim um divisor de águas dentro da metalúrgica, que até o
momento era uma empresa familiar. André considera que estes,
1984, 1985 foram anos muito difíceis, a empresa estava sem
crédito, sem credibilidade, com muitas dívidas. A saída de uma das
famílias (Mohr) acarretou dificuldades, antes dividas entre ambas.
Os cargos e as responsabilidades preenchidas por esta família,
tiveram de ser supridas e preenchidas pela família Backes, que
adquiriu a administração e propriedade da empresa.
Novas instalações são adquiridas, em 1985, para
incrementar a produção de cadeiras de praia. A Mor instala um
escritório de vendas em São Paulo e, assim, amplia sua atuação nos
mercados do centro do país. O Departamento de Exportação é
criado é em 1991, organizando as vendas para o mercado externo
que aconteciam de forma tímida e isolada.
Desde 91. Foi quando eu voltei lá dos Estados
Unidos e isso foi final de julho, inicio de agosto e ai eles,
o André me deu o setor. Só que não tinha nada né, eu
sempre falo pras gurias que trabalham comigo. Não
tinha fatura comercial, não tinha pekliss, não tinha
certificado de origem, hoje casualmente eu trouxe um
15
livro que sábado eu fiz um seqüestro lá em casa, um
livro que eu comprei na época para poder me guiar um
pouco. Hoje é tudo mais fácil, você vai na internet, você
coloca lá no google, modelo de invoice, e tá ali né, e isso
na época nós não tínhamos, então era bem, como é
que eu vou dizer assim, olhando pra trás eu vejo assim
ó, a gente eu, no meu caso, eu trabalhei com muita
paixão, eu acho que essa paixão que me fez acreditar
sempre que a Mor tinha condições de ser uma empresa
para exportar, mas o meu grande sonho, se, vamos em
falar em sonho, seria ver a Mor exportando volumes
grandes pra Europa e Estados Unidos. Apesar que seu
André sempre diz, o dólar que tu ganha da Bolívia e do
Paraguai é o mesmo dólar que um americano e um
europeu te pagam né, então o dólar é o mesmo. (Lialice
Schmitt)
A vinda para o Distrito Industrial, há 11 anos, foi um segundo
grande momento vivido pela metalúrgica, citado pelo presidente
Backes e pelo diretor financeiro Luiz Eduardo, onde houve grande
investimento em uma fábrica com extensão maior que a planejada.
As despesas ocasionadas no começo desta nova fase acarretaram
em uma grande crise no ano de 2005.
O momento mais marcante na empresa acho
que foi a virada de sair do centro da cidade, fazer todo o
investimento que a gente tem aqui no distrito industrial,
e começar uma nova fase. E em um segundo momento,
foi em 2005, quando a gente fez umas mudanças
16
drásticas na empresa e começou a evoluir como um
todo. (Luiz Eduardo)
E a vinda pro distrito industrial, fazem 11 anos,
outra data marcante. Acho que outra data que marcou
muito foi final dos anos 2005, foi quando a empresa fez
um processo de reestruturação muito pesado, um
enxugamento no nosso quadro de pessoas e tal, a
partir daí a empresa voltou a contratar um numero
muito mais expressivo de pessoas do que tinha aqui
dentro, acho que foi também outra data marcante.
(André Luiz Backes)
Nesta ano, a empresa teve um processo de reestruturação e
modificação no quadro de funcionários. Investia mais do que
faturava. Para Cairu Alexandrino a empresa teve de “arregaçar as
mangas, e fazer as coisas acontecerem, para virar o jogo”, esta crise
foi superada e segundo André, com muita facilidade, mas que se
torna marcante devido a proximidade “fazem só 6 anos”.
Entre 1997 e 1999, a Metalúrgica Mor desenvolve um ousado
projeto de re localização, expansão e modernização. São investidos
R$ 13,8 milhões em edificações e tecnologia, a maioria importada
dos Estados Unidos, Alemanha e Itália. Novos produtos são
incorporados a empresa. Mesas de passar roupas, varais e escadas
domésticas colocam a Mor no segmento de utilidades domésticas.
Em 2001, a empresa adquire a empresa paulista Alutron e passa a
fabricar também utensílios domésticos com antiaderente, como
17
panelas e leiteiras.
Novas medidas tiveram de ser adotadas, a empresa passou
a contratar um numero mais expressivo de pessoas, havendo uma
maior integração entre seus membros, diferente de outras crises. A
Mor começou a evoluir como um todo. Trabalhando a parte de
gestão, obteve bons percentuais de crescimento nos anos
seguintes, em evolução constante conforme o tempo. Comprou
uma concorrente, além de evoluir nos serviços já prestados.
Bom acho que ruim, que depois não tão ruim, em
2005 quando teve, que , eu entrei em 2004 então em
2005 ainda era muito nova, mas era um empresa que
eu ,logo quando eu entrei logo acreditei, essa empresa
tem potencial. Em 2005 teve um, dezembro teve uma
demissão de muita gente, depois da reestruturação a
empresa não tinha lucro suficiente e tava empacando ,
aí fizeram uma avaliação de todos os cargos então
muita gente foi embora , ã, foi uma época de muita,
muito corte, corte de pessoas, corte de material de
economia, gritante, então, muita gente que gostava,
tava no teu lado foi embora e saia chorando, daí a gente
não sabia quem era, quem era, o que era melhor ter ido
embora ou era ter ficado , porque o clima fico muito,
muito de medo de, de quem é o próximo, né e … e na
cidade perguntavam : mor vai falir? A mor vai falir? A
gente dizia, não mas eu sentia que o grupo, quem fico, a
gente montou o grupo especial que é hoje os
18
supervisores né então é um grupo que tinha muita
certeza assim de vamos fazer junto, e isso eu sinto até
hoje, até quando as coisas estão boas, eu fico
pensando, começo de lá. Talvez quem chegue agora na
or diga há que beleza a empresa tá crescendo e tal,
mas então, não cresceu sem dor. Foi uma coisa que
muito ruim na época, mas era uma coisa que foi
necessária, então quem tava lá aquela época tem muito
presente que, o que a gente avançou hoje não é em
vão, eu sei que, muito, a geração Y que eu até me sinto
um pouco parte da geração é muito ansiosa, e vamos
fazer a coisa agora, mas as coisas tem seu tempo de
acontecer, então a gente tem que acreditar, e tipo na
época não me impressiono se ia dar certo ou não, tinha
uma convicção, não, isso vai dar certo, é aqui que eu
gostei de trabalhar e tem potencial, e eu acho que esse
meu sentimento é o sentimento geral assim, ninguém
…
Era um ajudando o outro, enfim,como que a
gente vai, vamos usar papel das duas folhas, tipo
ocupar um clips, a pessoa que tava pra comprar um
clips tinha que pensar duas vezes, pra compra assim
tinha que fazer as coisas da forma mais barata, o nosso
departamento mesmo, a gente corto as cor das
piscinas, que cor assim, não é um design bonito a gente
vez com pra baixar o preço, a gente tiro as arara da
piscina pra baixar o preço, pra trabalha com o
competitivo, pra que a gente conseguisse vender e tal.
E foi um ano muito difícil, foi muito... Mas daí logo 19
naquele ano, daí a gente reverteu completamente o
quadro que veio um presente sem tamanho. Então me
marcou assim, não sei dizer hoje se foi positivo ou
negativo, talvez se não tivesse acontecido aquilo da
forma que foi, não, não, hoje mesmo não teríamos esse
cenário que agente tem hoje, então, han, acho que o
pessoal novo que vem é bom saber o que que
aconteceu sabe? Daí tu sabe, “é só oba oba” tu nunca
vai muda, ou tipo né, a gente pode deixar o barco, a la, a
la vontade, assim, acho que foi isso. (Patricia Louise
Rosa)
Hoje a MOR conta com 3 empresas. Marcio Bandeira conta
que a metalúrgica, inicialmente era de pequeno porte, passando por
médio, e neste ano chegando a grande porte.
É a segunda maior empresa em arrecadação de Santa Cruz do Sul,
perdendo somente para a Philip Morris. E relata que conquistas
como o ISO 9000, a renovação da empresa, o aumento no seu
quadro de funcionários de 400 para 1400, 1500, variando conforme
o período são marcantes dentro da empresa.
Entre as realizações pessoais, aliadas ao seu trabalho na
empresa, os entrevistados fizeram algumas citações. Para Luiz
Eduardo, em seus 15 anos de MOR, seu casamento, o nascimento
do filho, dentre muitas coisas que ocorreram em sua vida, evoluções
profissional e pessoal, foram acompanhadas das muitas pessoas
que conheceu em seu ambiente de trabalho. Marcio Bandeira,citou
sua promoção a supervisor, mostrando seu crescimento profissional
20
e comparando a realização de um sonho. Cairu Alexandrino, citou o
crescimento da empresa, e o fato de ter acompanhado isto desde
sua entrada, até os dias atuais.
Pra mim, para minha carreira foi quando fui
promovido a supervisão, este foi o momento mais
marcante, porque é todo...todo aquele sonho que a
gente tenta realizar, alguma coisa neste sentido.
Chegar, começar embaixo como auxiliar de produção,
vai começando devagarzinho (gestos apontando
subida gradativa de degraus) isso para mim foi o que
mais me marcou na minha carreira. (Marcio Bandeira)
Na minha vida pessoal foi, nos 15 anos que eu
tenho de MOR, eu casei, nasceu o meu filho, então, em
um tempo bem grande, muitas coisas aconteceram na
minha vida. Minha evolução profissional e pessoal
foram acompanhadas de muitas pessoas que conheci
aqui. (Luiz Eduardo)
André Luiz Backes diz que foram vários, seus momentos
marcantes. Destacando seus 33 anos de Metalúrgica Mor,
completados em fevereiro deste ano. O seu começo de trabalho na
empresa e sua participação no dia a dia desta empresa, foram
marcantes. O presidente cita também outra data marcante, em
2012, quando a empresa completará seus 50 anos.
Nestes 49 anos, a Metalúrgica Mor fabricou suprimentos para
21
a agricultura e apicultura, mudou seu foco, ampliou suas linhas,
conquistando novos mercados que acompanharam as
transformações globais.
Conquistou não só o mercado brasileiro, como também o
mercado internacional. Hoje, a empresa exporta para os 5
continentes, principalmente para os países do Mercosul. Nos
mercados onde atua, seus produtos são reconhecidos por sua
qualidade, inovação e conforto. São fabricados por profissionais
especializados e equipamentos de última geração.
No próximo ano, a Mor completa 50 anos de atuação, tendo
sua origem na cidade de Santa Cruz do Sul. A satisfação de seus
funcionários é evidenciada nas entrevistas e nos relatos dos
mesmos, mostrando que suas visões, missões e valores são
cumpridas no cotidiano.
22
1962Nasce a Agro Industrial
Mohr Ltda, em Santa Cruz do Sul.
1983O atual presidente da empresa,André Luiz Backes, assume a direção da empresa/A razão social sofre alteraçõesdando origem ao nome‘Mor’.
1997/1999Expansão e
modernizaçãoda empresa.
2005A empresa
enfrenta crise.
2012Comemoraçãode 50 anos Mor
O segredo deste hospital, estar completando 75 anos,
segundo seus colaboradores, é a recompensa de tantos esforços
não somente de quem está trabalhando hoje, mas também
daqueles que se por essa empresa, em outras épocas, e que hoje
seguem outros rumos.
Uma das primeiras funcionárias que entrou aqui no
hospital fui eu. Quando elas se mudaram para cá, em
seguida, inaugurei esse hospital aqui (...) o hospital
tinha só um corredor, era bem piquininho, e ali nós
fazia, cirurgia parto, tudo era ali naquele corredor.
Quando eu comecei a trabalhar, já comecei em tudo,
como parteira como enfermeira (...) Tinha uma irmã dos
Estados Unidos, muito boa, professora, ela que nos
dava aula (...) tudo nós fazia nós ia aprendendo já de
tudo (Lia Fagundes da Silva Carvalho)
Naquela época não tinha atendente de enfermagem
então meu cargo era servente.O que eu fazia auxiliava
os trabalhos, os pacientes: banhos, carregava e
conduzia pacientes na cadeira de rodas (...) trabalhava
também na recepção. Na época não tinha um sistema
como se tem hoje, mas a gente tinha que atender, na
época se chamava serviço de portaria, atendia,
conduzia o visitante, aquela coisa toda.” (Marionone
Lopes de Moura).
Agente fazia higienização, agente medicava (...)
3 - Hospital Santa Bárbara
23
aprendia se trabalhando(...) Naquela época só se tinha
a sala de parto, que era aqui num quarto (...) e o posto
clínico que tinha lá, a sala cirúrgica era aqui onde é o
raio x (...) Evoluiu muito daquele tempo pra cá, e eu
tenho certeza que eu contribuí. (Odete Escouto)
Na humildade destas pessoas, pude perceber que a felicidade
pode habitar os lugares menos prováveis. Pessoas simples, com
serviços simples, são tão felizes quanto, ao até mais, que aqueles
que ostentam grandes cargos e salários. Esta humildade, os levou à
caminhos que pareciam impossíveis, conquistaram oportunidades
de crescimento, por darem valor ao que iam adquirindo. Valorização
do funcionário, e oportunidades de crescimento para seus
colaboradores, sempre foi uma marca do Hospital.
Em 85, a irmã me chamou pra me oferecer um serviço
na área de radiologia onde eu entrei como auxiliar dela
na câmara escura, revelava, o processo todo sabe (...)
consegui fazer o técnico em radiologia, é uma função
que eu desempenho hoje (...) Uma coisa boa de frisar é
que nesses 28 anos eu nunca tive um atraso no meu
salário, o pagamento sempre foi em dia isso é uma
coisa muito importante pra uma empresa. É uma
empresa organizada, que não toma nenhuma decisão
em falso sempre toma uma decisão com os pés no
chão, isso faz com que a empresa cresça.
(Marionone Lopes de Moura).
24
Depois de atendente veio o curso de auxiliar de
enfermagem, daí agente fez o curso, com o auxílio da
irmã Neusa, tá, daí eu fiz o auxiliar, fiquei um tempo
como auxiliar, hoje eu já sou técnica, fiz o curso de
técnico, agente conseguiu evoluir. (Odete Escouto)
O Hospital, também, sempre investiu na ampliação de suas
instalações e melhores condições de atendimento aos pacientes.
Quando eu comecei a trabalhar aqui tinha vinte
funcionários, hoje tem um quadro de sessenta e dois
(...) a luz era só da CEEE, quando faltava luz era um
dilema, uma correria, acender líquido aquela coisa
toda, a gente conseguiu um gerador que foi um avanço
muito bom, para o hospital e para comunidade (...) logo
em seguida a gente conseguiu um laboratório de
análises clínicas junto ao hospital que não se tinha,
tinha só fora do hospital (...) Outra coisa boa que
aconteceu foi a conclusão da obra, que teve mais de 20
anos parada, que é do segundo piso, também foi
adquirido com recursos do hospital e recursos do
governo, foi se lutando aqui e ali se conseguiu concluir
e isso ajudou também no desenvolvimento do hospital.
(...) O hospital adquiriu também um mamógrafo para
fazer as mamografias, antes a gente tinha que fazer em
outro lugar, hoje são feitas aqui inclusive vem gente de
outras regiões, vem fazer aqui na nossa cidade(...) A
direção atual conseguiu uma usina de oxigênio, antes a
gente conseguiu tinha que comprar, vinha um
25
caminhão de 30 em 30 dias, as vezes nem isso, pra
trazer os cilindros do oxigênio.Hoje o hospital produz o
seu próprio oxigênio, é um investimento que foi feito e
que tá trazendo bastante recurso pra cá. (...) As coisas,
tudo acontecem não é por acaso, acontece tudo
planejado, é uma decisão que se toma, toma com os
pés no chão, ele é muito bem administrado.
(Marionone Lopes de Moura).
Os funcionários não vêem o hospital apenas como empresa,
eles tem um carinho muito grande por ele, por situações diversas já
vivenciadas.
Eu sou filha do hospital, eu nasci aqui fui pra casa, com
dezessete dias voltei pra internar, desenganada pelos
médicos, uma criança fraca com problemas
respiratórios, não haveriam chance nenhuma de
sobrevivência de acordo com o médio (...) e em função
do trabalho das irmãs, da irmã Cacimira que trabalhava
aqui na época (...) ela olhou o bebezinho e decidiu que
não iria morrer, então ela velou o meu berço, dias e dias
a fio, até que eu tivesse em condições de ser transferida
daqui, para receber um tratamento mais adequado (...)
esse é o milagre do trabalho, é o milagre da fé da força e
da dedicação (...) que o bebezinho podia sobreviver e
trabalhou para isso, então não é o milagre, como
agente imagina, que desce dos céus e acontece, é o
milagre do trabalho e da dedicação. (Débora Silveira)
26
(...), uma das coisas mais importantes que eu acho que
aconteceu dentro do hospital, na minha vida, foi o
nascimento dos meus três filhos, Diego, Matias, a
Clarissa, Cacá que é a caçula da turma. Foi um
momento de muita felicidade, porque a mãe deles
ganhou aqui. Nós fomos muito bem atendidos, isso
ficou marcante dentro da minha vida do hospital.
(Marionone Lopes de Moura).
Sistemas e diferenciais na Administração desta empresa:
Se teve várias direções de irmãs, o hospital
sempre foi coordenado pelas irmãs, elas são donas. A
cada seis anos ou até menos são trocadas, pra isso tem
uma votação entre elas... lá..., elas escolhem a
coordenadora, diretora do hospital (...) Antes a gente
não tinha administrador era apenas coordenado pelas
irmãs depois de passado um período começou a surgir
à parte administrativa e foi contratado o administrador,
hoje tem administrador, hoje tem os colaboradores, os
chefes de equipe, então, hoje, as coisas são muito mais
organizadas. (Marionone Lopes de Moura).
Eu acho aqui incrível, maravilhoso,
porque quando agente tá lá fora, agente não pode
imaginar o que tem aqui dentro, aqui tudo se faz tudo se
fabrica, aqui tem de tudo né, aqui tem comida tem roupa
tem tudo feito aqui dentro. (Graciane Costa de Vargas)
27
A emoção ao falar sobre como é trabalhar no hospital esteve
presente em todos os depoimentos.
Cada pessoa que entra aqui dentro,
parece que agente acolhe no coração da gente né. O
lugar aqui é um encanto, apesar de ser um hospital, de
ser um lugar que tem muita doença, agente graças a
Deus, agente que trabalha aqui é contente é feliz.
(Graciane Costa de Vargas)
Histórias emocionantes de pessoas que dão a vida por essa
empresa. Que consideram o trabalho e os colegas como um
segundo lar, uma segunda família.
Tem uma gratidão muito grande da
família com todo o trabalho que foi feito (...) eu cresci
muito vinculada ao hospital né, (...) foi uma coisa
maravilhosa quando eu tive a oportunidade de retornar
e trabalhar aqui (...) tenho um pouco de sentimento de
gratidão de dar em troca um pouco do que eu recebi.
(Débora Silveira)
Eu sei que é um egoísmo meu, pensar
qui, se eu pudesse escolher uma profissão para o meu
filho, eu queria que ele trabalhasse nessa área, queria
que ele fosse enfermeiro, médico, o que ele quisesse,
desde que ele ficasse aqui dentro, ai eu acho incrível,
maravilhoso mesmo! Eu acho que é um dos melhores
28
lugares pra agente trabalhar e aprender, aii, o que
agente aprende de coisas aqui (...)Eu acho que o
gostar, faz com que o trabalho seja maravilhoso, e eu
gosto, eu coloco amor no meu trabalho, aqui é um lugar
que realmente eu gosto muito.
(Graciane Costa de Vargas)
Esse vinte e quatro anos, que eu estive
aqui, eu consegui levar, pra cá com que a minha filha se
envolvesse (...) minha filha hoje faz o curso de técnico
em enfermagem, pretende fazer o curso de
enfermagem mais tarde, e vai continuar no ramo.
(Odete Escouto)
Agente sabe que perto de outras
empresas que tem uma visão focada no lucro, aqui nós
temos uma visão focada nas pessoas, eu tive também
experiências foras, e sei bem a diferença. (Débora
Silveira)
Esta empresa prima pela qualidade do bom
atendimento ao seu paciente. Por se tratar de saúde, o
compromisso é ainda maior. Essa qualidade se dá, pela motivação
que recebem de seus superiores, e pelo carinho e companheiros
dos colegas de trabalho
Eu gosto muito de cantar, e eu não tenho
vergonha de dizer que as vezes eu to limpando um vazo
.
29
e to cantando, e quanto mais eu limpo mais eu canto, e
mais vontade eu tenho de limpar, é porque não é feio
né, agente sabe, é o trabalho da gente né, agente
limpa, assim bem limpinho e pensa, que daqui a pouco
vai chegar uma pessoa, e vai determinar determinado
ambiente e vai ta bem limpinho. (Graciane Costa de
Vargas)
Cada paciente meu representa como se
fosse meu familiar. Eu trato cada um com muito carinho,
sinto que cada uma daquelas pessoas poderia ser
minha mãe, eu cuido todos com muito carinho. (Odete
Escouto)
Eu acho assim, lidar com a saúde
incrível, porque as vezes agente acha que não tem o
suficiente, e vê pessoas assim, lutando pela vida sabe,
lutando por um fiozinho de vida né. (Graciane Costa de
Vargas)
Grande parte dos funcionários, iniciou suas atividades
profissionais dentro desta empresa, e nela estiveram até se
aposentarem
Eu me aposentei e continuei, imagina
quanto tempo eu trabalhei, também tem gente velha ai
que eu fiz o parto(...) esse dias mesmo, vi um com
cinqüenta e quatro anos, e eu fiz o parto (...) parei, as
:
30
irmãs não queriam que eu saísse, mas foi porque eu
quebrei um braço e daí tive que ir pra Porto Alegre, e
não tinha outra parteira. (Lia Fagundes da Silva
Carvalho)
Histórias e relatos ouvi, e com isso pude trazer para minha
vida profissional e pessoal, grades lições de carinho, amor e
dedicação pela empresa que aprenderam a amar.
Dentro do contexto geral, assim sabe, o hospital
Santa Bárbara faz parte da minha vida eu pretendo
continuar até que eu tenha força, tudo que eu consegui,
tudo que eu tenho hoje é graças ao hospital, o hospital
tá gravado no meu coração, o hospital vai continua
comigo, eu vou continuar com ele eu não sei viver sem
o hospital. Na minha folga eu não consigo fica sem dar
uma passadinha pra ver como é que estão as coisas.
Nossa maior satisfação é atender bem o nosso
paciente. (Marionone Lopes de Moura).
Eu gosta muito da minha profissão, mas muito,
eu nunca me senti mal, assim de dizer, ai eu não quero
mais trabalhar aqui. (Lia Fagundes da Silva Carvalho)
É uma honra muito grande poder trabalhar aqui,
e eu espero poder continuar com o trabalho e auxiliar na
31
missão do hospital que é dedicação total. (Débora
Silveira)
Foi aqui que eu cresci que eu aprendi, alguma
coisa na vida (...) só tenho a agradecer a Deus por ter
me dado essa oportunidade, na vida né. (Odete
Escouto)
Aiii desejo que este hospital dure por muitos e
muitos setenta e cinco anos, que sempre seja bom
como ele é, que sempre tenha esse calor humano que
tem aqui dentro, esse amor que tem aqui dentro, que
acolhe as pessoas sabe, que nunca termine, que
sempre, esteja aqui e que, que cresça que cresça e que
possa abrigar muito mais pessoas. (Graciane Costa de
Vargas)
Tenho certeza que esta experiência, de pesquisa, ficará
gravada na memória de cada um destes funcionários que se dispôs
a colaborar. Muitas histórias puderam ser relembradas a partir desta
iniciativa, muitos ao irem para suas casas, rememoraram fatos que
até o no momento, não se recordavam, mas que assim continuaram
contribuindo para o resgate dessas memórias.
Tentou com este trabalho, escrever capítulos, que são de extrema
importaância nas vidas e nas histórias destas pessoas.
Linha do tempo Hospital Santa Bárbara
32
Através da análise da página da Bistex pelo Web Archive,
entidade que reúne o arquivo da Internet através dos anos, percebe-
se que o site da empresa passou por poucas mudanças desde que
entrou no ar, em 2001. Um detalhe interessante que o grupo
percebeu é que o histórico da empresa aparecia de forma mais
proeminente e completa nas versões mais primárias da página, e
chegou a desaparecer por completo do site por volta de 2004,
somente para ser retomado – com menos detalhes – em 2005, com
a mesma redação da versão no ar em 2009.
A Bistex Alimentos Ltda. pertence ao casal Geni João
Marquetto e Elaine Marquetto. Entretanto, o casal só entrou na
sociedade em 1988. Antes disso, a empresa tinha outros donos.
Porém, apesar das pesquisas e das tentativas, não conseguimos
descobrir os nomes de todos os antigos donos. Apesar de um de
nossos entrevistados dizer o contrário, descobrimos em pesquisas
que um dos antigos sócios era Arildo Bennech de Oliveira, hoje,
dono da Superpan. Em 1988, Geni Marquetto tornou-se sócio da
empresa.
eve sua fundação no ano de 1986. Na época, seu
nome ainda era Indústria de Produtos Alimentícios Biscopan.
Biscopan justamente porque produzia basicamente biscoitos e
pães. E a marca do salgadinho produzido era Bistex. Foi apenas
quando Geni Marquetto, atual sócio majoritário, entrou para a
empresa que foi fundada a Bistex. Em 1997, quando a empresa
A Bistex t
4 - Bistex
33
mudou suas instalações para a atual sede, a Biscopan foi
incorporada pela Bistex. A escolha foi feita pela razão de “Bistex” ser
um nome mais forte e mais conhecido na região do que “Biscopan”.
“Então a Biscopan que iniciou. Iniciou
trabalhando... por que que o nome era Biscopan?
Justamente “biscoito e pão”, né. Então o irmão do cara
da Superpan era o sócio aqui, né. Aqui não, na outra
empresa. E eles começaram fabricando salgadinhos e
a razão social da empresa era Indústria de Produtos
Alimentícios Biscopan. E a marca do salgadinho era
Bistex” (Plínio Diehl – Gerente Industrial da Bistex).
Durante seus 6 primeiros meses de trabalho, a empresa
Biscopan apenas produzia para outra empresa, de São Paulo. Após
esses 6 meses, começou a comercializar na região, já com a marca
Bistex. Em 1988, fundou-se a Bistex, em Ramiz Galvão. Mas nesse
início, a Biscopan ficava no centro da cidade enquanto a Bistex
ficava em Ramiz Galvão. A sede do centro da cidade funcionava
como um escritório da empresa, enquanto àquela localizada em
Ramiz Galvão era a indústria que produzia os alimentos. Mas foi
apenas em 1998 quando inaugurou a atual sede que as duas
empresas firmaram-se em um mesmo local, e após, transformaram-
se em uma só.
“Depois que a gente veio pra cá, o que
aconteceu, deram baixa na empresa Biscopan e ficou
só a Bistex, que era bem mais conhecida, né. Era mais
34
forte. Nós instalamos aqui em 97, mais ou menos.
Então, desde 97, a Biscopan deixou de existir. Então,
inclusive no contrato social da empresa, tudo consta
que a Bistex incorporou a Biscopan. Deixou de existir,
né. Pegou o passivo dela toda e... foi o que aconteceu”
(Plínio Diehl – Gerente Industrial da Bistex).
Em seu início, a Biscopan tinha cerca de 10 funcionários. Hoje,
a empresa conta com mais de 170 colaboradores. Mas a empresa já
contou com cerca de 300 empregados. Nessa época, a empresa
produzia cerca de 700 toneladas/mês e exportava para diversos
países. Sua preocupação era produzir em larga escala. Hoje a
preocupação é com a qualidade. Por isso, a produção está em torno
de 300 a 400 toneladas/mês. São feitos produtos diferenciados,
preocupando-se com a imagem da empresa. A preocupação deve-
se principalmente ao fato de a empresa ter certificado ISO de
qualidade. Dessa forma, há uma elitização dos produtos. A
preocupação com a imagem é refletida no investimento em
embalagens atrativas. Ao mesmo tempo, há uma preocupação com
o atendimento ao cliente. Os motoristas da Bistex são todos
uniformizados e treinados para relacionar-se com o cliente da
melhor forma possível. São pequenos detalhes que diferenciam o
produto tornando seu sabor único e inconfundível.
“Nessa época aqui, a gente tinha muitos
funcionários, porque a gente exportava, mandava pra
Cuba, países fora. Só o que que aconteceu,
35
produzimos em larga escala, a nossa preocupação era
produzir. Hoje não. Hoje a nossa preocupação é
qualidade. Então a gente tá produzindo produtos
diferenciados, se tu olhar o mix de produtos, a gente se
preocupa com a imagem da empresa, porque a gente
tem a ISO, né. Hoje a gente trabalha tudo com
embalagem interna. Tem embalagem hoje que brilha
um pouco na prateleira, são embalagens caras, né.
Então, em toda nossa linha, tamo mudando o tipo de
embalagem. Isso faz com que o produto agregue um
pouco mais de valor também. Começa a elitizar um
pouco mais o teu consumidor. Mas isso é uma política
que a empresa adotou, né” (Plínio Diehl – Gerente
Industrial da Bistex).
Mas essa qualificação e diferenciação do produto só ocorrem
devido ao treinamento da equipe da empresa. Desde seu início, a
Bistex sempre buscou a qualificação de seus profissionais para
aprimoramento na indústria alimentícia. Todos os sábados há
treinamento da equipe. Uma vez por mês reúnem-se os motoristas
da empresa para falar sobre atendimento ao cliente. Além disso, a
Análise dos Pontos Críticos de Controle (APCC) foi implantada na
indústria. Dessa forma, cada processo da fábrica é analisado
criticamente por um comitê que avalia a produção da empresa,
determinando pontos positivos e negativos.
A preocupação com a qualidade pode ser percebida
principalmente durante a produção. Tanto treinamento deve-se ao
36
fato de que, o produto feito no período da manhã deve ter a mesma
qualidade daquele produzido de tarde e a mesma do produzido
durante a noite. Para isso, treinamento e experiência são
fundamentais. Dessa forma, cada setor tem funcionários-chave
com muita experiência e muito conhecimento, que permitem manter
a qualidade dos produtos e que procuram repassar seu
conhecimento para os funcionários mais novos e menos
experientes.
Dessa forma percebemos que a qualidade, seja do produto,
do atendimento, ou principalmente dos colaboradores, adquire uma
importância fundamental para a empresa. Como a própria Bistex
destaca em seu site,
a Bistex Alimentos Ltda, deu um passo importante para
qualificar ainda mais seus produtos, depois de passar
por uma série de mutações dentro de seus processos,
pois implantou um sistema de gestão da qualidade
baseado na NBR Iso 9001:2000, que é uma norma
internacional de requisitos da qualidade, e tem como
objetivo prevenção de falhas, e padronização em todos
os processos. Esta é a norma mais completa da família
9000, uma vez que trabalha com todas as fases do
processo, inclusive higiene e segurança alimentar.
Dessa forma, além de se preocupar com a legislação e suas
normas de higiene e qualidade mínimos, a empresa está introduzida
em um rigoroso programa de qualidade que ajuda a elevar o nível de
seus produtos, tornando-a referência estadual em sua área de
atuação.
37
No início do ano de 2009 a empresa realizou pela primeira
vez a Semana da Qualidade e Segurança Alimentar. O objetivo era
aprimorar os conhecimentos dos diversos processos de
organização. Para isso, palestras, cursos e treinamentos foram
realizados sobre diversos temas. Nessa semana, uma curiosidade
foi um mural em que foram colocadas fotos antigas e novas de
funcionários e ex-funcionários. Uma forma de relembrar o passado
e preservar a história da empresa, com imagens daqueles que
fizeram a ainda fazem parte de uma vida de cheiros, gostos e
lembranças. Uma forma de saborear o presente sem esquecer do
passado, e pensando em um futuro de qualidade e sucesso.
38
João Paulo Heck possui 30 anos de experiência na Rádio
RVA. Sua carreira na empresa começou como sonoplasta. Ele é o
funcionário mais “antigo” e acompanhou o desenvolvimento da
RVA.
“Foi fortuito porque eu trabalhava na prefeitura de
Venâncio, antes eu trabalhei em fumageira, trabalhei como
menor estagiário no banco do Brasil, e aí uma passagem
aqui pela rádio Venâncio Aires, pela frente da rádio. Eu
tinha um amigo meu, Luís Carlos Heinze, que trabalhava
aqui e me convidou pra ser sonoplasta, atuar na técnica da
emissora, né, e topei a parada, gostei do serviço, me
encontrei e inclusive fazia Universidade na ocasião, né,
era uma forma também de sustentação dos meus estudos,
né . Então acomodou uma série de fatores, porque a rádio,
com o horário que era a rádio naquela ocasião, viabilizava
que eu estudasse e tivesse mais tempo pra preparação.
Então naquela oportunidade assim, a porta de entrada foi
também isso, o horário de rádio, né, mas depois teve uma
configuração bem diferente isso aí e a gente vê que rádio
não é cinco ou seis horas por dia, como a técnica
possibilitava naquela ocasião.”(Jão Paulo Heck, em anexo
transcrição completa da entrevista, 2010)
Muitas mudanças aconteceram desde o início da rádio,
principalmente as alterações na programação. Moacir Emílio
Alberto Eisermann participou da construção do jornalismo da
empresa e possui percepção de quem iniciou em 1991.
5 - Rádio Venâncio
39
“Bom, falando do horário da tarde, a gente tinha, antes, o
Clube da Amizade. Eu trabalhava de operador, né, e a
gente notava que era um programa feito diferenciado, no
sentido de atender cartas, apenas. Eram anúncios e
pedidos de música. Se fazia a leitura de 10, 15 pedidos de
música, e tocava três músicas na sequencia. E voltava pro
comercial, voltava o locutor, fazia uma abertura, dava
recado... Se trabalhava muito a questão do atendimento
do pedido musical. Rádio AM, naquela oportunidade.
Houve essa inversão pra um lado de se trabalhar mais a
busca de... se trabalhar com a comunidade, em busca de,
hã, oportunidades de se arranjar emprego, de se fazer
pedidos de cadeiras de rodas, de se atender a pessoas
que eram vítimas de sinistros, de incêndio... o que acabou
caindo de agrado porque muita gente precisa desse tipo de
serviço e a rádio tem uma força muito grande, e justamente
casou as ideias, né.” (Moacir Alberto Eisermann, em anexo
transcrição completa da entrevista, 2010)
A passagem
O pouco suporte oferecido na época fez com que a passagem da
programação meramente musical para a de jornalismo fosse lenta.
Tanto na estrutura, quanto da adaptação dos profissionais, como a
de João Paulo Heck.
“Bom, antes da ida pro jornalismo eu atuei também no
setor de discos da Rádio Venâncio, porque eu cheguei
esses dias, eu encontrei com os completamente
40
estragados, capas rasgadas, discos atirados, o pessoal
não cuidava, né, então eu tinha por natureza já um apreço
por música um gosto pela capa também, pelo trabalho
inteiro. E eu propus também pro diretor da rádio de arrumar
estes discos e criamos todo um, uma discoteca
organizada, né, e aquilo não era organizado, tinha mais ou
menos uma divisão alfabética assim, mas feita, né, e de
improviso mesmo, e aí eu organizei toda a discoteca da
rádio, né. Os compactos, mandamos fazer capas de
compactos e a partir dali se criou uma relação porque o
pessoal do jornalismo trabalhava muitas vezes dentro da
nossa sala e eu ia pra sala deles né, então eu já criei uma
afinidade com redação, logo depois eu criei o Estampa
Nativa, né, que também foi, tudo meio junto, né, no
começo, né.” ( João Paulo Heck, em anexo transcrição
completa da entrevista, 2010)
Moacir Eisermann também relata a transição.
“Como a maioria dos funcionários, assim, que vai pra área
de locução, inicia, como, sempre, a gente fala aqui de uma
maneira geral, na mesa, de operador técnico. A gente
começou na central, por cerca de um ano, um ano e meio,
assumiu junto a gravação, que faria, naquela época então
o horário da manhã, junto a gravação, voltava pra casa,
fazia o horário do almoço e retornava, pra tarde, aí pra
novamente a central. E com o tempo, fazendo a central de
futebol, você, entra naquele ritmo, que é o ritmo de
funcionário de rádio, é 24 horas. Então você fazia de
41
manhã, fazia a tarde, finais de semana, as vezes sábado e
domingo, e até muitas vezes, né, no sábado e domingo. E
a questão da, da, locução, né, ela surgiu com aquela
questão de você estar sempre na rádio. Daqui a pouco
pintou a oportunidade de uma leitura de uma nota, de um
pedido, não se tinha o locutor disponível na emissora e a
gente vai pro ar e acaba lendo aquela nota. E aí é uma
questão de esperar uma oportunidade. A minha chegou
em 1997, quando a emissora ficou, a tarde, sem uma
locução. Depois de um longo período em busca de um
locutor para fazer o horário, a gente teve a ideia de colocar
um programa no ar, naquela oportunidade ainda sem um
nome definido. Demos três sugestões de nomes pra
direção, com vários quadros, que seria o típico programa
de AM, com, hã, utilidade pública, novelas, horóscopos,
agendas... e a direção entendeu que era a oportunidade de
trabalhar naquela função muito de utilidade pública, de
trabalhar pela comunidade. E ali que o programa se
desenvolveu, a gente conseguiu depois definir um nome,
que seria Cidade Viva, com o slogan que seria O programa
que mais liga pra você, que direcionava justamente
naquilo que a direção buscava, né, que era a questão de
auxiliar a comunidade. Seria um programa que auxilia a
comunidade.” (Moacir Eisermann, em anexo transcrição
completa da entrevista, 2010).
Histórias que marcam
Toda história é marcada por lembranças, estas viram
42
histórias que marcam a vida. Moacir Eisermann relata uma delas.
“Aí teve várias. A gente fez, hã, praticamente nesses 19
anos, toda a virada de ano, hã, no caso, chegada do dia 1º,
né, de cada dia novo do ano, a virada a gente fazia as 24
horas aqui, chegada de Ano Novo. Então a gente passava
distribuindo vários produtos, hã, no caso carvão,
champagne, nas vilas e bairros, e a gente tinha uma
curiosidade: deixava sempre a vila hã, mais, pobre, vamos
dizer assim, o local mais carente, por último. E a gente
entrava no caminhão carregado com carvão, com
salsichão, com champagne. E aí a gente não conseguia
parar o caminhão. Porque se a gente parasse o caminhão,
seríamos saqueados! Mas a gente já sabia do que era, hã,
então o caminhão tinha que entrar numa velocidade bem
maior do que o normal nas outras ruas, porque senão
ficava tudo na primeira quadra, né. O pessoal
descarregava. E a gente tinha a dificuldade de poder
inclusive alcançar. As vezes jogávamos o salsichão,
jogávamos o pacote de carvão, até pra afastar as pessoas
do caminhão, né. Era, de certa maneira, hã, um jeito de
atender aquela, aquela área carente, mas, a única que se
tinha. Porque se você parasse o caminhão pra atender e
tentar conversar, aí você ficava ali. O caminhão seria
saqueado. Infelizmente era assim. Mas a gente fazia isso
com questão, fizemos vários anos, hã, eu acho que cerca
de 10 anos, e sempre o local mais carente, mesmo
sabendo como seria, a gente deixava pra visitar.” (Moacri
43
Eisermann, , em anexo transcrição completa da entrevista,
2010)
Ieda Biguelini relata histórias que marcaram sua trajetória na RVA.
Assim, oh: nós antigamente trabalhávamos no interior com
uma Variant velha. Então, num dia de trabalho no interior,
nós descemos o morro e na hora de voltar, bah... nós
perdemos a bobina, a bobina da Variant. (risos) Então é
todo um transtorno que, que tu tens assim, que tem que
chamar um socorro, mas assim, de história engraçada foi
uma delas, mas nós nunca ficamos empenhados assim de
dizer 'não, agora ficamos três horas na rua'. Não. Tu
conhece todo mundo, as pessoas te socorrem logo, tu logo
é bem visto pelas pessoas... assim, de colegas
engraçados, muitas histórias. Olha, histórias de jantas que
a gente fazia na época da rádio, a gente diz rádio velha, no
prédio antigo. Nós fazíamos no fundo da rádio, não tinha
lona, não tinha nada. A gente fazia embaixo de umas
árvores de laranjeira. Mas, muito legal assim, muitas boas
lembranças, que são as que mais marcam, né. (Ieda
Bigueline, em anexo transcrição completa da entrevista,
2010)
Linha do tempo - Rádio Venâncio
44
A Magoweb Marketing Digital é um projeto que surgiu dentro
da ITUNISC (Incubadora Tecnológica da UNISC) através da
Agência Web, que trabalhava na época na área de internet em
Santa Cruz do Sul.
A Incubadora Tecnológica da Unisc, que surgiu
em torno de 2005 , surgiu a ideia de incubar um projeto,
então surgiu o projeto da magoweb, este projeto foi
todo desenvolvido dentro da incubadora, onde teve
todo o apoio da Unisc. (Thiago Genehr)
Segundo Liane, coordenadora da ITUNISC na época da
Magoweb, o projeto é muito importante para pequenas empresas da
região.
A incubadora da UNISC é um projeto focado pra
pequenas empresas, apoio a elas, a gente sabe
quando uma empresa vai nasce ela precisa de auxilio e
a Unisc em 2005 ela criou a incubadora tecnológica,
naquela época eram salas no campus da Unisc, ela
oferece vários apoios aos pequenos empresários,
desde cursos, como fazer um plano de negócios,
empresas terem com base na inovação, mestres e
doutores ficam a disposição desses empresários para
que ele façam seu planos de negócio de um forma
correta,na parte da gestão, ela iniciou pequena, com
empresa muitas interessantes. (Prof Liane Kipper)
Após esta transformação da Agência Web para Magoweb, a
nova empresa que surgia tinha o foco em atuar com o sistema de
6 - Mago Web
45
franquia dentro da área de marketing digital, como comenta Atila
Genehr, o proprietário:
Esse projeto transformou no que hoje, um rede
de franquia, onde atua em 13 estados e no Brasil
inteiro, e somos especialistas em marketing digital.
Aonde a gente vai e trazer retorno financeiro, e vários
resultados para pequenas e medias empresas em
marketing digital, essas e nossa missão.
Como lembra Eduardo Rathke, ex-funcionário da empresa,
antes da transformação em Magoweb, a então Agência Web,
também trabalhou em parceria com a System Haus durante algum
tempo:
Em 2003 a agência era duas sociedades era
Agência Web e System House, dai eu fui contratado na
época como estagiário, aprendi muita coisa,
desenvolvimento básico de sites. As empresa
romperam a sociedade e eu fiquei com a Agência Web,
eu fiquei prestando serviços pra eles, como não queria
mudar para Novo Hamburgo, eu voltei a ser funcionário
da magoweb em 2003 e em 2007 continuei como
programação coordenando uma equipe de 13 pessoas.
Linha do tempo - Magoweb Marketing Digital
46
Faces da MemóriaHistórias de memórias contadas
Projeto de Pesquisa em Memória Institucional tem por
finalidade resgatar a memória de empresas regionais.
Com a coordenação da Prof. Dra. Ana Maria Strohschoen,
desde 2004, os alunos do Curso de Comunicação Social da
Universidade de Santa Cruz do Sul, através da disciplina de
Metodologia da Pesquisa em Comunicação vem desenvolvendo esse
projeto. Várias empresas da região não tem nenhum tipo de acervo
histórico e o objetivo dos alunos é ajudá-las, através de métodos e
técnicas de pesquisas, a resgatar, organizar e arquivar suas
memórias.