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1
Estudo do método geofísico de sísmica de refração com aplicação
no futuro trecho norte do metrô de Brasília
(Study of seismic refraction geophysical method with application in the future northern section of
Brasília’s subway)
Paulo Araújo de Azevedo1, Marcelo Peres Rocha2
1Curso de Física – Universidade Católica de Brasília 2Instituto de Geociências – Universidade de Brasília
Resumo
Neste trabalho foi realizado um estudo da teoria física relacionada ao método geofísico de
sísmica de refração, com uma aplicação em dois perfis ao longo do futuro trecho norte do
metrô de Brasília. Como resultados foram obtidos perfis de velocidades relacionados aos
materiais que compõem o solo da área em estudo, permitindo definir três interfaces
geológicas. Também foram feitas algumas comparações com modelos
geotécnicos/geológicos do Distrito Federal que permitiram estimar a composição das
camadas observadas.
Abstract
In this work a study of the related physical theory to the geophysical method of seismic was
carried through of refraction, with an application in two profiles throughout the future north
stretch of the subway of Brasilia. As results had been gotten velocity profiles related to the
materials that compose the ground of the area in study, allowing to define three geologic
interfaces. Also some comparisons with geotechnical/geological models of the Distrito
Federal had been made that had allowed the estimation of the composition of the observed
layers.
1. Introdução
A ciência geofísica tem contribuído de forma significativa para o conhecimento
do interior da Terra. Seus métodos consistem em realizar medidas na superfície ou
próximo a ela. Analisando essas medidas é possível obter informações sobre as
propriedades físicas do seu interior e de como essas propriedades variam com a
profundidade e lateralmente.
Segundo Bertulani [2010] a geofísica define-se como o estudo do interior da
Terra usando medidas físicas. Ela pode ser dividida em geofísica global e aplicada,
sendo que a primeira, pesquisa principalmente os fenômenos globais relacionados
ao interior do planeta e a segunda incumbe-se de investigações tomadas em
profundidades mais rasas (até poucos metros).
Com relação à geofísica aplicada, os métodos geofísicos são de grande valia,
pois não causam danos ao meio ambiente, por se tratarem de métodos indiretos, e
2
principalmente por possuírem baixo custo de aplicação quando comparados a
métodos diretos, como por exemplo, perfurações do solo (sondagens), que além de
serem dispendiosas, fornecem apenas informações pontuais. Embora passíveis de
incertezas na interpretação, os levantamentos geofísicos proporcionam um meio
rápido e barato de se obter informações distribuídas em área da geologia de
subsuperfície (KEAREY et al., 2009), o que favorece a redução do número de
sondagens diretas na área a ser estudada.
Há uma grande quantidade de métodos geofísicos e estes são diferenciados
segundo as propriedades físicas medidas. Eles estão divididos em dois tipos: os que
utilizam o campo natural da Terra (métodos potenciais), e os que envolvem a
aplicação de energia na superfície gerada artificialmente (KEAREY et al., 2009).
Entre os métodos potenciais temos o gravimétrico e o magnetométrico. Entre os
demais estão os métodos sísmicos, elétrico, eletromagnético, entre outros. Dentre os
vários métodos existentes, os métodos sísmicos merecem destaque. Segundo
Herzig (2003, p. 4) eles são importantes por “fornecerem uma imagem detalhada
das estruturas em subsuperfície, podendo apresentar boa resolução e grande
penetração”. Para a utilização dos métodos sísmicos é necessário a geração de
ondas sísmicas que após percorrerem o interior da Terra podem ser registradas na
superfície por sismógrafos.
Para que haja o registro das ondas sísmicas, é necessário que durante sua
trajetória, elas sofram dois fenômenos físicos: a reflexão e a refração. Assim, o
método sísmico pode ser dividido em sísmica de reflexão e sísmica de refração. Na
reflexão, “a onda que viaja para o interior da Terra, reflete nas interfaces e volta à
superfície” (HERZIG, 2003, p. 4), enquanto que na refração a onda se propaga na
interface entre duas camadas de rocha após incidir segundo um ângulo crítico,
retornando da interface para a camada superior.
Dentre as principais aplicações dos métodos sísmicos é possível citar: a
exploração de combustíveis fósseis, exploração de depósitos minerais, exploração
de água subterrânea, investigação de áreas para engenharia e em investigações
arqueológicas como método subsidiário (KEAREY et al., 2009).
Esta pesquisa foi parte de um trabalho de mestrado desenvolvido pelo
Programa de Pós-Graduação em Geociências Aplicadas do Instituto de Geociências
da Universidade de Brasília, para estudo da estrutura geológica ao longo do trecho
norte do metrô de Brasília utilizando métodos geofísicos.
3
Neste trabalho foi estudado o método geofísico de sísmica de refração em
seu aspecto teórico, com um estudo de caso no futuro trecho norte do metrô de
Brasília, sendo este o principal objetivo desta obra. Estudou-se também a
metodologia de aquisição de dados do método de sísmica de refração, a aplicação
do método em ambientes urbanos e também foi definido um modelo de velocidades
de propagação de ondas sísmicas para a área em estudo.
Devido o trabalho de mestrado do qual fez parte esta pesquisa ter uma
duração bem maior que ela, e por envolver a utilização de outros métodos
geofísicos, foram analisados aqui somente os dados referentes aos dois primeiros
trechos das aquisições.
Um problema para a aplicação do método sísmico na região do Plano Piloto
de Brasília, onde foi realizado o estudo, é o ruído causado pelo tráfego de veículos
nas duas vias e nos retornos (tesourinhas). Estes ruídos prejudicam o registro
sísmico, mascarando o sinal de interesse. Para minimizar o efeito destes ruídos, os
levantamentos foram realizados aos domingos e feriados, para aproveitar-se do fato
de que o Eixo Rodoviário (Eixão) é fechado pela administração de Brasília nestes
dias.
A área de estudo está localizada próxima às quadras 108/109 Norte (Figura
1). Esta é uma região que em geral apresenta características comuns ao solo
predominante na região de Brasília. Detalhes da Geologia do Distrito Federal podem
ser encontrados nos trabalhos de Blanco (1995) e Martins (2000). Um mapa
completo do futuro trecho norte do metrô do Distrito Federal é mostrado na Figura 2.
Figura 1: Detalhe da área de estudo (SQN 108/109) com os trechos 1 e 2 do levantamento
de sísmica de refração representados pelas linhas amarela e azul respectivamente.
(GOOGLE EARTH, 2010).
4
Figura 2: Mapa completo do futuro Metrô do Distrito Federal. A área de estudo está em
verde sobre a Asa Norte do Plano Piloto de Brasília (METRÔ-DF, 2010).
2. Referencial Teórico
Neste tópico alguns conceitos relativos ao método de sísmica de refração
serão apresentados com o objetivo de entender a física relacionada a este método.
2.1 Ondas Sísmicas
Quando ondas mecânicas se propagam pela superfície ou no interior da
Terra, elas recebem a denominação de ondas sísmicas, e podem ser classificadas
como ondas de corpo e ondas de superfície (DOURADO, 2001).
2.1.1 Ondas de Corpo
As ondas de corpo recebem esse nome por se propagarem pelo interior da
Terra podendo ser subdivididas como ondas longitudinais ou ondas P (primárias) e
ondas transversais ou ondas S (secundárias).
Durante a propagação das ondas P, partículas do meio vibram paralelamente
em relação à direção de propagação, correspondendo a deformações de
compressão ou expansão, de forma que as partículas deslocam-se para frente e
para trás (TEIXEIRA et al., 2009). Esse movimento envolve oscilações em torno de
um ponto fixo e na mesma direção da propagação (Figura 3A). As ondas S
propagam-se através de um cisalhamento puro (mudanças na forma das partículas
5
do meio) em uma direção perpendicular à direção de propagação da onda (KEAREY
et al., 2009) como mostrado na Figura 3B.
Figura 3: Deformações e movimentos de partículas do terreno associados à passagem de
ondas de corpo: (A) ondas P; (B) ondas S (KEAREY et al., 2009, p. 58).
2.1.2 Ondas de Superfície
As ondas de superfície são assim chamadas em função de sua propagação,
que se dá sobre a superfície da Terra. Os dois tipos de ondas de superfície são:
Ondas Rayleigh, onde o movimento das partículas se dá em um plano vertical à
direção de propagação da onda, e ondas Love, em que as vibrações ocorrem num
plano horizontal que é perpendicular à direção de propagação da onda.
2.2 Velocidades das Ondas Sísmicas nas Rochas e Elasticidade
Uma propriedade característica das rochas, da qual depende a propagação
das ondas sísmicas, é a elasticidade. Esta propriedade está diretamente relacionada
com a velocidade de propagação das ondas no meio.
Ao se tratar das propriedades elásticas dos materiais, são importantes
também os conceitos de tensão e deformação. A tensão é uma medida da
intensidade das forças de equilíbrio que se estabelecem no interior de um corpo
quando ele é submetido à ação de forças externas (KEAREY et al., 2009). A
deformação é definida como “as mudanças relativas que ocorrem num corpo, na
forma e/ou dimensões, quando sujeito às tensões” (HERZIG, 2003, p. 5). Graças às
relações existentes entre a tensão e deformação do meio, que na maioria dos casos
6
é regida pela lei de Hooke, é possível que haja propagação da onda mecânica no
meio.
A Figura 4 representa uma relação entre tensão e deformação, que obedece
a lei de Hooke até certo valor máximo de tensão denominado de limite elástico que é
o ponto no qual a tensão irá induzir uma deformação permanente (MASCIA, 2006)
conhecida como deformação plástica. Até que seja atingido o limite elástico, a
deformação é diretamente proporcional a tensão aplicada sobre um corpo, porém
acima desse valor a relação entre tensão e deformação se torna não linear. Ao
aumentar ainda mais a tensão, o corpo irá sofrer uma ruptura. A deformação em
pequenos corpos pode ser considerada ideal quanto à elasticidade, pois ao cessar a
tensão, ela deixará de existir.
Figura 4: Curva de Tensão x Deformação para um corpo sólido (KEAREY et al., 2009, p.
55).
A relação linear entre tensão e deformação no campo elástico é definida pelos
seus módulos elásticos, onde cada um dos quais expressam a razão entre um tipo
particular de tensão e de deformação resultante, podendo apresentar diferentes
características de acordo com o tipo de material (KEAREY et al., 2009). Os módulos
elásticos relacionam-se com a velocidade de propagação de uma onda de corpo em
um meio homogêneo e isotrópico através da equação:
=vmaterial do apropriado elástico módulo
ρ material do densidade (1)
Sendo a velocidade de propagação das ondas P e S uma função do meio em
que se propagam, é possível estimar por meio delas, a composição e as estruturas
do interior da Terra quando são conhecidos os seus valores. A Figura 5 mostra um
exemplo de intervalos de velocidades da onda P para algumas rochas e materiais
7
mais comuns. Entre outros fatores, a velocidade da onda sísmica irá depender
também da porosidade e do conteúdo de líquido nos poros das rochas, o que
provoca mudanças relacionadas à densidade do meio e aos seus módulos elásticos.
Figura 5: Intervalos de velocidades da onda P para alguns materiais (TEIXEIRA et al.,
2009, p. 56).
2.3 O Método de Sísmica de Refração
2.3.1 Propagação da Onda Sísmica
Segundo Sacasa [2004], quando uma onda sísmica encontra mudanças
abruptas nas propriedades elásticas do meio, como uma interface que separa duas
camadas de diferentes composições, parte da energia é refletida, outra parte é
refratada, e pode ocorrer também a absorção de energia sísmica pelo meio. Aqui
ganharão ênfase as considerações relativas às ondas de corpo P refratadas, já que
ondas S são raramente utilizadas no método de refração, e que as ondas de
superfície, como o nome já diz, somente se propagam na superfície.
Uma onda sísmica propagando-se ao longo de um meio homogêneo é
transmitida por uma envoltória esférica, a frente de onda, que é uma região em que
todos os pontos estão em concordância de fase. Pelo princípio de Huygens, “cada
ponto de uma frente de onda se comporta como uma nova fonte de ondas
elementares e progressivas” (CARRON et al., 2002, p. 491). Essas frentes de ondas
têm seus raios aumentados com o passar do tempo, e por simplificação, a
representação da propagação de uma onda é feita através de raios orientados,
chamados de raios de onda. O princípio de Fermat estabelece que uma onda
sempre irá seguir a trajetória de menor tempo, ou seja, a onda sempre irá se
propagar pelo percurso de tempo mínimo (DOURADO, 2001). Os princípios de
8
Huygens e de Fermat são importantes para compreensão de alguns aspectos da
propagação de uma onda sísmica.
2.3.2 Refração da Onda Sísmica
A refração de uma onda sísmica ocorre quando ela, ao se propagar pelo
meio, incide e transpõe uma interface que separa duas camadas com materiais de
composição distinta, passando a se propagar com velocidade diferente da que tinha
anteriormente. Se a incidência for obliqua, haverá mudança também na direção de
propagação da onda. No caso da incidência ser normal à interface que separa duas
camadas a refração da onda ocorrerá sem que haja mudança na sua direção como
no caso das ondas sonoras e de luz.
2.3.3 Refração de Raios Obliquamente Incidentes
Sempre que ocorre refração de uma onda sísmica, que incide obliquamente
sobre uma interface de separação de duas camadas diferentes, haverá mudança na
direção de propagação do raio sísmico, como mostrado pela trajetória de um raio de
onda P (raio refratado) mostrada na Figura 6.
Figura 6: Trajetória de um raio de onda P refratado obliquamente em uma interface de
separação de duas camadas.
Para a situação apresentada é válida a Lei de Snell, cuja forma generalizada
afirma que a razão entre o seno do ângulo de incidência e a velocidade de
propagação de uma onda para um mesmo meio permanece constante (KEAREY et
al., 2009), o que define o parâmetro de raio p. Para o raio mostrado acima temos:
9
p=v
θ sen=
v
θ sen
2
2
1
1
(2)
onde, θ1 é o ângulo de incidência; θ2 é o ângulo de refração; v1 e v2 são as
velocidades da onda sísmica na primeira e segunda camadas respectivamente.
2.3.4 Refração Crítica
A Figura 7 apresenta uma situação em que a velocidade da onda sísmica na
camada inferior é maior que na camada superior, de forma que existe um ângulo de
incidência chamado de ângulo crítico, para o qual o ângulo de refração é 900. A
partir da Lei de Snell é possível obter a expressão para o ângulo crítico θc dado por
( ) v/vsen=θ 21
1
c
-
(3)
Figura 7: Geração de uma onda frontal na camada superior associada a uma onda
propagando-se através da camada inferior.
Na figura acima uma perturbação é causada na camada superior devido à
passagem do raio refratado criticamente na camada inferior. Essa perturbação se
propaga com velocidade v2 que é maior que a velocidade da onda sísmica v1,
provocando a formação de uma onda de choque chamada onda frontal. “Qualquer
raio associado à onda frontal apresenta-se inclinado segundo o ângulo crítico θc.
Devido à onda frontal, a energia sísmica retorna à superfície após a refração crítica
em uma camada inferior de velocidade maior” (KEAREY et al., 2009, p. 70). Em um
levantamento sísmico de refração, não são importantes os raios de ondas incidentes
com ângulos superiores ao ângulo crítico, pois isso ocasionaria reflexão total da
energia sísmica. Outro ponto determinante num levantamento sísmico de refração é
10
que a velocidade da camada inferior deve ser sempre maior que a da camada
superior, caso contrário não irá existir um raio de onda refratado criticamente, se
propagando pela interface entre essas duas camadas, não retornando este para a
superfície.
2.3.5 Levantamento sísmico de refração (KEAREY et al., 2009)
O método de sísmica de refração baseia-se nas primeiras chegadas de
energia sísmica a um detector (sismômetros ou geofones) afastado da fonte sísmica,
considerando que após viajar através do solo, essa energia retorna para a
superfície. Através de um levantamento sísmico de refração é possível ter acesso a
informações sobre as interfaces refratoras por meio da interpretação do gráfico de
tempo de percurso pela distância percorrida (gráfico tempo x distância) para um raio
de onda. Para tanto, é necessário considerar a premissa de que as primeiras
chegadas da energia sísmica aos geofones serão relacionadas sempre a um raio
direto ou a um raio refratado. Inicialmente, um raio direto sempre será detectado
como primeira chegada até uma distancia limite, chamada distância de cruzamento
xcros (crossover distance), e a partir dessa distância as primeiras chegadas passarão
a ser sempre um raio refratado.
A necessidade de se observar os raios refratados como primeiras chegadas
faz com que os perfis de um levantamento sísmico de refração sejam longos o
suficiente para assegurar que a distância de cruzamento seja alcançada, e sendo
assim, quanto mais profundo o alvo, mais longo deverá ser o perfil. À medida que se
pretende adquirir informações sobre camadas refratoras mais profundas, torna-se
necessário o uso de fontes capazes de gerar mais energia sísmica, em função do
aumento das distâncias e tempos de registros envolvidos.
A seguir serão apresentadas algumas das geometrias dos raios refratados
que permitem a dedução de expressões para os tempos de percurso das ondas e
das profundidades dos refratores. Consideram-se os casos em que cada camada
em subsuperfície possui velocidade sísmica constante e estas aumentam com a
profundidade.
2.3.5.1 Caso de duas camadas com interface horizontal e plana
Na Figura 8, uma fonte sísmica gera na posição A ondas sísmicas que se
propagam diretamente através da camada superior com velocidade v1 até os
11
receptores, e também se propagam na camada inferior com velocidade v2, após
incidirem criticamente na interface entre as duas camadas, sendo v2 > v1. Na mesma
figura estão ilustradas as trajetórias dos raios diretos e refratados.
O raio relacionado à onda direta viaja no topo da camada superior de A
(fonte) para D (receptor) com velocidade v1 onde seu tempo de percurso é dado por
1
dir v
x=t (4)
sendo que, x é a distância horizontal da fonte sísmica A até o receptor D. A equação
acima representa uma reta de inclinação 1/v1, passando pela origem do gráfico
tempo x distância para um modelo com duas camadas (Figura 9).
Figura 8: Posições sucessivas das frentes de ondas diretas e refratadas em um modelo de
duas camadas. As linhas sólidas correspondem às trajetórias dos raios individuais a partir
da fonte A até o receptor D.
Figura 9: Curvas tempo x distância para a onda direta e a onda refratada em um modelo de
duas camadas com interface horizontal e plana.
Na Figura 8, considerando-se z como a profundidade da interface refratora, θ
como o ângulo crítico do raio refratado, e ainda que o raio percorre o trecho AB e CD
12
com velocidade v1 e o trecho BC com velocidade v2, o tempo de percurso do raio
refratado é dado por
( )
θ cos v
z+
v
θ tan z2 -x+
θ cos v
z=t+t+t=t
121
CDBCAB (5)
Tomando-se, a partir da Lei de Snell, 21 vv =θ sen e ( ) 2/12
2
2
1 vv-1= θ cos , a
equação de tempo de percurso acima pode ser reescrita como:
12 v
θ cos z2+
v
x=t (6)
Ou ainda
( )
21
2/12
1
2
2
2 vv
v-v z2+
v
x=t
(7)
Na Figura 9, ti é o ponto de intercepção da reta que representa as refrações
com o eixo dos tempos, sendo dado pelo último termo da direita da Equação 7.
Dessa forma, a profundidade z do refrator pode ser calculada pela seguinte
equação:
( ) 2/12
1
2
2
21i
v-v 2
vvt=z (8)
A análise das curvas tempo x distância de chegadas das ondas direta e
refratada permitem determinar os valores de v1, v2 e ti. Sabendo-se que na distância
de cruzamento os tempos de percurso para os raios diretos e refratados são iguais,
temos:
( )
21
2/12
1
2
2
2
cros
1
cros
vv
v-v z2+
v
x=
v
x
z2=x cros
12 v+v
12 v-v
(9)
2.3.5.2 Caso de três ou mais camadas com interfaces horizontais e planas
Para situação mostrada na Figura 10 o raio refratado incide sobre a primeira
interface com velocidade v1 e ângulo de incidência θ13; em seguida sobre a segunda
interface com velocidade v2 com o ângulo crítico θ23, passando a percorrer sobre o
topo da terceira camada com velocidade v3, retornando em seguida para a
superfície.
13
Figura 10: Trajetória de um raio para uma onda refratada em um modelo com três camadas.
Sendo z1 e z2 as espessuras das camadas 1 e 2 respectivamente, o tempo de
percurso total ao longo do trecho ABCDEF para o raio refratado é:
2
232
1
131
3 v
θ cos z2+
v
θ cos z2+
v
x=t (10)
sendo que
( ) ( )32
1
2331
1
13 v/vsen=θ e v/vsen=θ -- .
No gráfico tempo x distância (Figura 11) inclui-se a reta de inclinação 1/v3
menor que 1/v2 devido v3 ser maior que v2.
Figura 11: Curva tempo x distância para a onda direta e as ondas frontais de dois refratores
horizontais.
As análises feitas no gráfico são tomadas por partes. Considerando a curva
tempo x distância para raios criticamente refratados na interface superior,
determinam-se os valores de z1 e v2, e em seguida com a curva tempo x distância
14
para os raios criticamente refratados na segunda interface é possível determinar z2 e
v3. No gráfico acima t1 e t2 são os tempos necessários para que o raio atravesse as
camadas 1 e 2 respectivamente e representam nessa ordem as duas últimas
parcelas do lado direito da Equação 10, ou seja, t1 + t2 é tempo de interceptação
para a reta relacionada à segunda refração, que pode ser obtido pela análise do
gráfico tempo x distância.
Generalizando para casos com várias camadas com interfaces horizontais e
planas, o tempo tn de um raio criticamente refratado ao longo da superfície superior
das n camadas é dado por
∑1 n
1 = i i
ini
n
n
-
v
θ cos z2+
v
x=t (11)
onde
( )ni
1
in v/vsen=θ -
2.3.5.3 Caso de camadas inclinadas com interfaces planas.
A Figura 12A ilustra o modelo de um refrator com interface plana, porém
inclinada. Nesta situação γ representa uma componente do mergulho da camada,
que entra como uma incógnita a mais na equação do tempo de percurso.
Para detectar a presença de um refrator inclinado, é comum reverter o
experimento de refração, através de tiros diretos e reversos, ou seja, em ambas as
extremidades da linha de perfil estudada. Um gráfico de curvas tempo x distância
para um tiro direto e outro reverso é mostrado na Figura 12B. A inclinação 1/v
fornecerá apenas informações sobre a velocidade aparente do refrator, uma vez que
as inclinações e os tempos de intercepção com o eixo dos tempos são diferentes.
A expressão para o tempo de percurso tn de um raio criticamente refratado no
refrator inclinado é:
( )∑
1 n
1 = i i
iii
1
1
n
-
v
β cos+α cos h+
v
β sen x=t (12)
onde, hi é a espessura vertical aparente numa camada i; αi é o ângulo em relação à
vertical na trajetória descendente do raio na camada i; βi é o ângulo em relação à
vertical na trajetória ascendente do raio na camada i e x é distância entre a fonte e o
receptor. A componente de mergulho na camada i aparece na equação de tn ao se
adotar αi = θin - γi e βi = θin + γi.
15
Figura 12: (A) Geometria da trajetória do raio e (B) curvas tempo x distância para chegadas
de ondas frontais a partir de um refrator inclinado nas direções direta e reversa.
As espessuras aparentes h e h’ na Figura 12A relacionam-se com as
espessuras reais z e z’ por
1γ cosz=h (13)
e
1γ cos'z='h (14)
Através da curva tempo x distância é possível determinar o valor de v1, e
sendo conhecido o ângulo crítico θin, a velocidade real do refrator pode ser obtida
por
in1n θ senv=v (15)
O tempo recíproco na Figura 12B é estabelecido a partir do princípio de
reciprocidade, que postula que o tempo de propagação da onda sísmica de um
ponto até outro, é o mesmo tempo caso ela se propague em sentido contrário, o que
está de acordo com o princípio de Fermat que estabelece que “a trajetória entre dois
pontos é única e corresponde ao tempo estacionário” (HERZIG, 2003, p. 40). Com a
identificação do tempo recíproco é possível observar se o evento é correto, ou se
algum outro evento foi selecionado.
16
2.3.5.4 Caso de camadas com interfaces planas falhadas
É comum na natureza situações onde existam falhas geológicas causados
pelos esforços que incidem sobre as rochas em várias profundidades no interior da
Terra. Estas falhas são evidenciadas pela contínua atividade sísmica relacionada ao
caráter dinâmico do nosso planeta. No contexto da refração sísmica, estas falhas
causam variações no tempo de percurso das ondas.
Na Figura 13, a existência de um deslocamento Δz relacionado a uma falha
geológica, resulta na existência de dois tempos de intercepção ti1 e ti2 na curva
tempo x distância (Figura 14).
Figura 13: Refrator horizontal falhado.
Figura 14: Seguimentos de afastamento da curva tempo x distância para chegadas
refratadas de lados opostos de uma falha.
A diferença Δt entre esses tempos está relacionada com Δz por meio das equações
1v
θ cos zΔ≈tΔ (16)
e
( ) 2/12
1
2
2
211
v-v
vv tΔ=
θ cos
v tΔzΔ ≈ (17)
A aproximação usada se dá, porque o raio que se desloca diretamente de A
para B, não é um raio criticamente refratado.
17
2.3.5.5 Caso de camadas com interfaces irregulares (não planas)
Neste caso, métodos diferentes dos anteriores são aplicados devido à alta
probabilidade de erros e imprecisões caso as interfaces venham a ser tomadas
como planas. A identificação de interfaces não planas pode ser feita observando os
gráficos de tempo x distância, percebendo-se que as curvas associadas não são
regulares como as relacionadas a interfaces planas. Para análise desses gráficos é
necessário o incremento de uma incógnita, chamada tempo de atraso δ e a
utilização do método de interpretação mais-menos.
- Tempo de atraso
Para entender o conceito de tempo de atraso, considere a Figura 8. O tempo
de percurso de uma onda refratada foi dado pela Equação 7
i
2
tv
xt (7)
O tempo de intercepção ti é composto por dois tempos de atrasos, δts e δtd,
que são respectivamente os tempos de atrasos da onda ao se deslocar para baixo,
em direção ao refrator e para cima em direção à superfície. A Figura 15 tem como
base um trecho da Figura 8 que auxiliará no entendimento do tempo de atraso.
Figura 15: Interpretação do conceito de atraso em um refrator horizontal.
No triângulo ABC do trecho referente à extremidade de tiro A, o tempo de atraso é
dado por δts = tAB - tBC, chegando-se a equação
( )
21
2/12
1
2
2
ts vv
v-v z=δ (18)
Para a profundidade do refrator z temos:
( ) 2/12
1
2
2
21ts
v-v
vvδ=z (19)
18
Na extremidade do receptor, o tempo de atraso é obtido da mesma maneira
que a anterior. Sendo ti = δts + δtd, a Equação 7 pode ser escrita como:
tdts2
δ+δ+v
x=t (20)
No caso de um refrator inclinado (Figura 16) o tempo de percurso é dado por
tdts2
δ+δ+v
'x=t (21)
sendo que z representa a profundidade do refrator em A medida na normal à
superfície do refrator, δts= tAB - tBC e δtd = tDE - tDF.
Figura 16: Trajetória de raio associada a um refrator inclinado.
- O Método de interpretação mais-menos
O método mais-menos é utilizado para determinar valores de atrasos
individuais para o cálculo das profundidades locais de um refrator irregular, com
mergulho de menos de 10 graus. A Figura 17A representa um modelo de duas
camadas com interface não plana e as trajetórias de raios numa linha com tiro direto
e reverso dados em S1 e S2 respectivamente, em direção a um detector em D.
Figura 17: (A) Trajetória de raio refratado a partir de cada extremidade até um detector em
uma posição intermediária e (B) Curvas tempo x distância nas direções direta e reversa.
19
O tempo de percurso total de um ponto de tiro até o outro é:
2121 tStS2
S S δ+δ+v
l=t (22)
onde 21 tStS δ e δ são os tempos de atraso nos pontos de tiro. O tempo de percurso
para os raios direto e reverso são respectivamente:
tDtS2
D S δ+δ+v
x=t
11 (23)
( )tDtS
2
D S δ+δ+v
x-l=t
22 (24)
onde δtD é o tempo de atraso no receptor.
O termo menos, no método de interpretação mais-menos, se refere à
diferença entre os tempos das equações 23 e 24, de onde se chega à equação
( )2121 tStS
2
D SD S δ - δ+v
l-x2=t -t (25)
A partir do resultado obtido com a diferença entre as equações 23 e 24, a
inclinação 1/v2 pode ser obtida através do gráfico termo menos (21 tStS δ - δ ) versus
distância (2x - l), uma vez que os termos 21 tStS δ e δ são constantes e v2 não pode ser
obtida diretamente da curva irregular de tempo x distância (Figura 17B).
No método mais-menos, o termo mais pode ser utilizado para o cálculo da
profundidade z através da Equação 19, substituindo-se δts por δtD, onde o termo
mais é o tempo de atraso obtido a partir da somas das Equações 23 e 24 de onde se
chega à igualdade
( )2121 S SD SD StD t -t +t
2
1=δ (26)
Na Equação 19, v1 é obtida através da inclinação da curva tempo x distância para o
raio direto. Outras profundidades podem ser determinadas através do termo mais,
variando-se a posição do receptor D.
3. Metodologia
Para a aquisição de dados com o método de sísmica de refração utilizado
nesta pesquisa, foi utilizado um Sismógrafo da marca Geometrics, modelo Geode de
24 canais, com geofones de 14 ou 40 Hz, igualmente espaçados de 5 metros em
uma linha de 115 metros conforme a Figura 18.
20
Os primeiros ensaios foram realizados com os dois tipos de geofones (14 Hz
e 40 Hz) para testar a resposta para cada um deles. Os dados apresentados neste
trabalho são referentes aos levantamentos feitos com geofones de 40 Hz, uma vez
que estes apresentaram melhores resultados.
Para a geração de energia, foi utilizada uma marreta de aproximadamente 10
quilogramas com gatilho de contato acoplado, a qual foi impactada contra uma
chapa metálica gerando ondas mecânicas no solo. O primeiro geofone foi
considerado como referência ficando na posição zero. Os tiros foram dispostos com
relação ao geofone de referência nas posições: -25; -5; 57,5; 120 e 140 metros
(Figura 18) sendo que cada tiro foi caracterizado pelo empilhamento de uma
sequência de 30 marretadas.
Para o tratamento dos sismogramas, marcação das primeiras chegadas
(Figura 20) e geração do modelo de velocidades, foi utilizado o programa
SEISIMAGER2D da OYO Corporation, onde estão implementados a maioria dos
métodos de análise de refração que foram discutidos nos tópicos anteriores.
Figura 18: Linha sísmica com a configuração do arranjo utilizado para o levantamento de
sísmica de refração.
As aquisições foram feitas por uma equipe de seis pessoas, dentre estas, dois
professores do Instituto de Geociências da UnB, um aluno de mestrado, com projeto
desenvolvido no local da pesquisa, um técnico de laboratório e dois estudantes de
graduação. Os dados foram processados pelos componentes da equipe que tinham
objetivos específicos com relação às análises dos resultados, e discutidos com o
intuito de obter o melhor modelo de velocidades sísmicas para o local.
4. Resultados e Discussões
Na Figura 19 temos um exemplo de sismograma referente ao trecho 1 na
posição de tiro –25 metros, onde foram feitas marcações de primeiras quebras das
21
ondas refratadas. O conjunto de sismogramas correspondentes a todos os pontos
de tiro, ao serem interpretados, fornecem o gráfico tempo x distância mostrado na
Figura 20.
Figura 19: Exemplo de sismograma na posição de tiro -25 m do trecho 1 da linha sísmica. A
linha em vermelho indica o traçado onde foram marcadas as primeiras quebras.
(ms)
(m)
Figura 20: Gráfico tempo x distância, interpretado para os pontos de tiro referentes ao trecho
1 da linha sísmica com marcações das primeiras chegadas.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
Traveltime
(ms)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
(m)Distance
Scale = 1 / 990
22
Mesmo os levantamentos sendo feitos aos domingos, ainda existiu uma
grande quantidade de ruídos devido ao fluxo de veículos que transitam próximo ao
local, prejudicando a leitura e marcação das chegadas das ondas (primeiras
quebras). Na Figura 19, após a posição 85 metros, existe uma quebra de simetria no
sismograma, deixando incertezas quanto à posição correta de marcação das
primeiras quebras. Essa quebra de simetria também aparece na Figura 20, onde são
definidas as interfaces, diferenciadas pelas cores, vermelha, verde e azul, que
representam a primeira, segunda e terceira interfaces respectivamente.
Nas Figuras 21 e 22 temos os modelos de velocidades de propagação das
ondas sísmicas correspondentes aos dois trechos da área de estudo, onde foram
observadas três camadas com velocidades e espessuras distintas, sendo que a
espessura da terceira camada não pode ser delimitada. O modelo sugere uma
situação com interfaces refratoras irregulares em que a velocidade aumenta com a
profundidade, que é condição necessária para um levantamento de sísmica de
refração. Os valores das velocidades nas camadas podem variar em função de
alguns fatores como umidade local ou alterações climáticas, e nem sempre é
possível obter valores de velocidades idênticos, mais somente com intervalos
próximos. Ao comparar as duas situações podemos verificar pontos em que as
espessuras variam de forma significativa, como na posição 60 m do trecho 2 (Figura
22), mostrando que há heterogeneidade nas camadas observadas.
Figura 21: Modelo interpretado de velocidades de propagação da onda sísmica para o
trecho 1.
23
Figura 22: Modelo interpretado de velocidades de propagação da onda sísmica para o
trecho 2.
A partir dos resultados obtidos por Martins (2000) e Blanco (1995) sobre a
estruturação geológica do Distrito Federal, podemos relacionar os valores
observados com as características do solo da região (Figura 23). Esses valores são
apresentados na Tabela 1 onde foram considerados um intervalo de velocidades,
espessuras e profundidades das camadas observadas.
Figura 23: Modelo geotécnico elaborado para o Distrito Federal (MARTINS, 2000)
24
Tabela 1: Intervalos de velocidades, espessuras e profundidades, para os trechos 1 e 2.
Camada Velocidade (m/s) Espessuras (m) Profundidade (m)
1 390 a 411 4 a 9 2 a 9
2 704 a 829 8 a 24 20 a 26
3 2092 a 2100 Não delimitada Não delimitada
Através dos resultados apresentados na tabela acima se prevê que a primeira
camada está possivelmente relacionada a um solo, porém não caracterizado por um
único tipo, principalmente devido a aterros feitos durante a pavimentação do local. A
segunda camada está relacionada ao topo do manto de alteração do embasamento
rochoso (saprólito fino). A terceira camada deve estar relacionada à base do manto
de alteração do embasamento rochoso (saprólito grosso), ou ainda, ao próprio
embasamento (ardósia roxa). Embora as velocidades e as profundidades
observadas coincidam com modelos geotécnicos do Distrito Federal, não é possível
definir com precisão o solo da região em estudo, sendo necessário para isso,
comparar os resultados obtidos com os de outros métodos geofísicos ou com
amostras de sondagens locais, as quais não foram obtidas para este estudo.
5. Conclusão
Os resultados obtidos utilizando o método de sísmica de refração mostraram-
se de grande importância, pois permitiram caracterizar uma estrutura geológica local
delimitando três interfaces, onde as duas mais profundas apresentam características
semelhantes as da rocha sã, que é a rocha em seu estado natural, ou seja, sem
sofrer alterações. A camada mais rasa provavelmente caracteriza-se por um solo
heterogêneo devido ao intemperismo, e provavelmente ao processo de aterro
durante o período de construção do Eixo Rodoviário.
O método é, em seu aspecto teórico e prático, de fácil entendimento e sua
utilização em ambientes urbanos se torna favorável, uma vez que não requer muita
mão de obra, e ainda por sua metodologia de aquisição de dados não requerer
grandes recursos. Uma solução para melhores resultados seria a utilização de mais
geofones e/ou de fontes capazes de gerar maior energia sísmica, diminuindo assim
as ambiguidades durante a marcação das primeiras chegadas.
Através dos resultados obtidos no trabalho, bem como seu aspecto teórico,
podemos perceber de forma clara, a aplicação da Física no método de sísmica de
25
refração, mostrando um caráter prático da utilização de ondas mecânicas e de suas
velocidades de propagação, e da aplicação da Lei de Snell para o estudo da Terra.
Agradecimentos
A Deus, que tem me sustentado durante toda a minha vida.
Ao professor Marcelo Peres Rocha, pela orientação, apoio, amizade e
dedicação durante todas as etapas do trabalho.
A minha família e em especial aos meus pais e minha tia Ildenê, pelo carinho,
amor e pelas ajudas financeiras.
Aos professores do curso de Física da Universidade Católica de Brasília, pela
dedicação e empenho nas disciplinas.
Ao mestrando Eduardo Seimetz, que me auxiliou nos estudos e
interpretações de dados e me concedeu espaço em seu trabalho para que esta
pesquisa pudesse ser realizada.
Ao Laboratório de Geofísica Aplicada (LGA) da UnB, pelo espaço concedido
para os estudos, e pelo empréstimo dos materiais utilizados neste trabalho.
Ao professor Welitom, pela amizade, apoio e auxílio em outros trabalhos.
A meus amigos André Luis, Maria Florismar, Geysa Danille, Márcio Maciel
Cavalcante e Pedro Vencovsky, pelo incentivo e apoios constantes.
Referências
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de Construções de Garagens Subterrâneas e Metrô no Plano Piloto de Brasília.
Brasília 2009. (Dissertação de Mestrado em Geotecnia) Departamento de
Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília.
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Geofísica. Disponível em: <http://www.if.ufrj.br/teaching/geo/sbgfque.html> Acesso
em: 29 de Mar. 2010.
BLANCO, Sérgio Bastos. Aspectos de Geologia de Engenharia da Escavação do
Metrô de Brasília: Trecho Asa Sul. Brasília, 1995. (Dissertação de Mestrado em
Geotecnia) Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília.
26
CARRON, Wilson; GUIMARÃES, Osvaldo. As Faces da Física. São Paulo: Moderna,
2002. 742 p. v. único.
DOURADO, João Carlos. Textos didáticos, métodos sísmicos. Disponível em:
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HERZIG, Rafael Ludwig. Integração das Técnicas de Refração e Reflexão Sísmica
Rasa Aplicada ao Estudo de Barragens - Uhe Piraju II. São Paulo, 2003.
(Dissertação de Mestrado em Geofísica) Instituto de Astronomia, Geofísica e
Ciências Atmosféricas, Universidade de São Paulo.
KEAREY, Philip; BROOKS, Michael; IAN, Hill. Geofísica de exploração. Tradução de
Maria Cristina Moreira Coelho. São Paulo: Oficina de textos, 2009. 438 p. Original
inglês.
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_ap.pdf>. Acesso em: 29 de Mar. 2010.
TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. 2 ed. São Paulo: Nacional, 2009. 624 p.
29
Figura A3: Sismógrafo da marca Geometrics, modelo Geode de 24 canais.
Figura A4: Geofones de 14 Hz utilizados nos ensaios.