ESTUDO de CASO Artroplastia de Joelho

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ESTUDO DE CASO: ARTROPLASTIA TOTAL DE JOELHO

INTRODUO ARTROSE: Doena de carter inflamatrio, crnica, multifatorial degenerativa que provoca a destruio da cartilagem articular e leva a uma deformidade da articulao, causando uma incapacidade funcional progressiva, tanto pela dor como pelas alteraes funcionais de fato.

Sua incidncia muito elevada. No Brasil, ocupa o terceiro lugar na lista dos segurados que recebem auxlio-doena, somente das doenas cardiovasculares e mentais. Ocorre, predominantemente, no sexo feminino, durante a idade adulta: entre a quarta e quinta dcadas, no perodo da menopausa. Joelhos so as mais freqentemente afetados. Cerca de 35% dos casos de artrose aparecem em pessoas com mais de 30 anos.

ARTROPLASTIA TOTAL Cirurgia que tem por finalidade restaurar ao mximo a integridade e a funcionalidade da articulao e restabelecer a funo dos msculos e ligamentos. A artroplastia do joelho um procedimento de implante na qual as articulaes tibial e femoral so substitudas, porque a articulao do joelho encontra-se gravemente destruda.

As artroplastias totais promovem acentuada reduo na dor e melhora funcional na maioria dos pacientes com osteoartrite. A indicao das artroplastias totais do joelho baseada nos desvios de eixo, no comprometimento dos compartimentos da articulao do joelho e na idade dos pacientes. Os objetivos da artroplastia so: Restabelecer o movimento e a estabilidade do joelho; Recuperar a funo dos msculos e ligamentos; Corrigir as deformidades; Aliviar a dor.

ETIOLOGIA A etiologia da Artrose no bem conhecida, mas est relacionada com cargas excessivas e microtraumas repetitivos associados a tarefas ocupacionais, alm de fatores hereditrios, metablicos e endcrinos que sugerem a participao do estrgeno na desordem. H dois fatores devem ser considerados na gnese das artroses: A intensidade e durao da fora de presso; E a resistncia da cartilagem e da lmina ssea subcondral.

CLNICA Dor constante: o joelho di, mesmo ao repouso, e a dor aumenta ao mnimo esforo. Crepitao intensa: o paciente tem a sensao de ter areia dentro do joelho. Derrame articular e edema: inchao constante que aumenta ao esforo. Deformidades: devido ao desgaste a articulao Idade avanada: acima de 60 anos, exceto em casos de extrema necessidade que o implante feito abaixo desta idade.

DIAGNSTICO Exame clnico das articulaes afetadas; Radiografias TAC (Tomografia Axial Computadorizada) Exames serolgicos e do lquido sinovial Artroscopia (no necessria para o diagnstico da osteoartrite, mas til porque permite a visualizao direta da superfcie articular)

INDICAES Alternativas teraputicas para tentar sanar o problema: Usoartroscopia (toilette/ microfraturas),

de

medicamentos

(condroitina/

glicosamina),

Fisioterapia e hidroterapia. Quando essas tcnicas se tornam ineficazes, indica-se o implante.

SISTEMATIZAO DA ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM PERIOPERATRIA (SAEP) PACIENTE I.B.S., 64 anos, solteira, estudante, residente no municpio de Lagarto/SE, onde mora com os pais. A paciente foi admitida na Fundao Beneficncia Hospital Cirurgia, no dia 19 de maio de 2011, para realizao de uma artroplastia total primria de joelho esquerdo. O diagnstico clnico foi: Artrose no especfica e a Cirurgia proposta: Artroplastia total primria do joelho esquerdo. EQUIPE ANESTESISTA: NARA REINOSO CIRURGIO: SILVIO MAURCIO CIRCULANTE: CRISTINA INSTUMENTADOR: KLBER E MACILENE

PR-OPERATRIO IMEDIATO Identificao: I.B.S - 64 anos Sinais vitais: P.A: 120x75mmHg FC: 69bpm T:36C FR: 14rpm Diagnstico clnico: Artrose no especfica Cirurgia proposta: Artroplastia total primria do joelho esquerdo Passado cirrgico: Perneo, artroplastia de joelho direito Jejum: desde as 20h do dia anterior Doenas pregressas: Hipertenso Arterial Estado emocional: Refere estar tranqila e sem dvidas Presena e condies de sondas e drenos: Ausncia Tipagem sangunea: O + NHB afetadas: Necessidades Psicobiolgicas (referentes s alteraes de nutrio, sono, ambiente cirrgico) e Psicossociais (segurana, autoestima, autoimagem) alteradas.

PLANO DE CUIDADOS NO PROPERATRIO: Explicar ao doente a interveno a que vais ser sujeito, informando-o acerca do tipo de prtese que vai ser aplicada; Preparar o doente para os efeitos que pode esperar da anestesia a que vai ser sujeito, assim como, da artroplastia; Explicar ao doente exerccios de relaxamento, que lhe permitam um melhor controle da dor; Avaliar e registar os sinais vitais; Pesar o doente e se necessrio fornecer informaes dietticas; Efetuar a preparao intestinal do doente; Informar o doente que deve manter jejum, no mnimo, de 8 horas antes da cirurgia; Efetuar tricotomia alargada, e proceder preparao da pele da zona a ser intervencionada.

TRANS-OPERATRIO Hora de chegada no Centro Cirrgico: 12:10 h Recepo: Consciente, orientada, tranquila. EXAMES: ECOGRAFIA DOPPLER VENOSO DE MEMBROS INFERIORES do dia 21 de julho de 2010 com concluso de ausncia de sinais ecogrficos de trombose venosa superficial ou profunda. Varizes reticulares. RESSONNCIA MAGNTICA DE JOELHO ESQUERDO do dia 19 de maro de 2010: Sinal de rotura total do ligamento cruzado anterior; HEMOGRAMA COMPLETO do dia 16 de fevereiro de 2011 sem alteraes; RAIO X DE JOELHO DIREITO Orientaes / cuidados prestados: Quanto posio da anestesia (sentada), relaxar o ombro, baixar bem a cabea, paciente em decbito dorsal.

INTERVENES DE ENFERMAGEM NO TRANS- OPERATRIO: Receber a paciente conferindo identificao e cirurgia; Transferir a paciente da maca externa para a maca interna; Confirmar informaes de jejum, alergias medicamentosas, doenas anteriores, uso de prtese, jias e esmalte; Verificar SSVV;

INTRA-OPERATRIO Hora de entrada na SO:13:10 h Inicio da cirurgia: 13:30h Monitorizao: Sat: 98% PA: 150x80 mmhg FC: 69 bpm FR: 14rpm Acesso venoso: Gelco nmero 20 em MSE Posio cirrgica: Decbito Dorsal Oferta de O2: No Tipo de anestesia: Raquianestesia Cirurgia realizada: Artroplastia Total Primria do joelho esquerdo Local da placa de bisturi: MID (coxa direita) Local da inciso cirrgica: Joelho Esquerdo Realizado degermao e tricotomia no MIE. Colocado garrote pneumtico

Intercorrncia: Colocado Garrote Pneumtico com defeito, causando bastante sangramento. O aparelho foi desligado e o sangramento foi contido com compressas e a regio foi lavada com SF a 0.9%. (O garrote pneumtico usado em cirurgias ortopdicas, pois melhora a visibilizao das estruturas anatmicas e reduz o tempo operatrio.)

NHB afetadas: Necessidades Psicobiolgicas (referentes s alteraes de nutrio, sono, integridade cutnea, ambiente cirrgico) e Psicossociais (segurana, autoestima, autoimagem) alteradas. Trmino da cirurgia: 16:10h

MEDICAMENTOS UTILIZADOS: Fetanil (Citrato de Fentanila): Analgsico narctico utilizado para anestesia. Propofol: Induo anestsica, manuteno da anestesia geral em pacientes e sedao para procedimentos mdicos. Ultiva: Agente analgsico durante a induo e/ou manuteno da anestesia geral. Atracrio: Adjuvante da anestesia geral , propicia o relaxamento da musculatura esqueltica e a ventilao controlada durante cirurgia. Keflin : Medicamento antibacteriano. Dipirona: Analgsico e antipirtico. Tramal: Indicado para dor de intensidade moderada a grave. Atropina: Agente que combate as arritmias, alivia a dor, diminui o fluxo salivar e a secreo excessiva do trato respiratrio. Neostigmina : Tratamento da reteno urinria psoperatria no obstrutiva.

DIAGNSTICOS DE ENFERMAGEM NO INTRA-OPERATRIO: Integridade da pele prejudica relacionada com a inciso cirrgica, puno venosa e puno para anestesia peridural; Distrbio da percepo sensorial relacionado sedao; Risco para infeco relacionado com a abertura da cavidade corporal e uso de instrumentais cirrgicos;

Posicionar o paciente Evitar a hiperextenso dos MMSS para prevenir desconforto no ps-operatrio; Realizar a preparao da pele do stio cirrgico para reduzir a carga microbiana; Monitorar rigorosamente o campo estril; Certificar que todos os membros da equipe cirrgica usem roupas apropriadas, inspecionar a limpeza da sala cirrgica antes de abrir os suprimentos e instrumentos; Aplicar curativo estril na ferida cirrgica antes de remover os campos cirrgicos; Posicionar a placa dispersiva com gel; Auxiliar o anestesista durante a induo anestsica; Observar periodicamente durante o ato cirrgico a saturao de oxignio e freqncia cardaca do paciente no monitor;

PLANO DE CUIDADOS NO INTRAOPERATRIO:

PS-OPERATRIO IMEDIATO (NA SRPA): 16:15 Paciente admitida na SRPA acordada, consciente, sonolenta. Acesso venoso perifrico MSD com ringer lactato. Realizado monitorizaro cardaca, arterial e oximetria de pulso. Relata no movimentar MMII. Escala de SSVVTEMPO HORA 0 30 60 120 16:15 16:45 17:15 17:45 F.C. 67 67 68 68 F.R. 18 18 16 14 P.A. 154/80 154/80 150/80 150/80 TC 35,5 35,5 36,0 36,2 SAT O2 96% 96% 97% 98%

NDICE DE ALDRETE E KROULIK

HORA 16:15 16:45 17:15 17:45

A.M 1 1 1 1

RESP. 2 2 2 2

CONS. 1 2 2 2

CIRC. 2 2 2 2

SAT. 2 2 2 2

TOTAL 8 9 9 9

PS-OPERATRIO IMEDIATO (NA UNIDADE DE INTERNAO) DIAGNSTICOS DE ENFERMAGEM NO PSOPERATRIO IMEDIATO: Dor aguda relacionada com a inciso cirrgica e a excessiva manipulao exigida pela cirurgia; Integridade da pele prejudicada relacionada com a inciso cirrgica; Risco de nutrio alterada, menor que as demandas corporais relacionada com nuseas e vmitos secundrios cirurgia e anestesia; Risco de intolerncia a atividade relacionada com fraqueza decorrente da cirurgia; Risco de lcera de presso relacionada ao repouso no leito;

PLANO DE CUIDADOS NO PSOPERATRIO IMEDIATO: Realizar troca diria de curativo anotando o aspecto; Orientar quanto higiene diria; Oferecer dieta lquida aps as 24 horas; Mudar decbito a cada 2h para evitar lceras por presso; Colocar paciente em posio de Fowler assim que se recuperar da anestesia para facilitar a drenagem; Observar e anotar o aspecto de fezes e urina; Atentar para a presena de nuseas, vmitos, distenso abdominal e ictercia; Orientar quanto a retirada de pontos aps tempo estipulado pelo cirurgio; Orientar quanto ao retorno progressivo s atividades habituais; Administrar medicamentos conforme prescrio; Aferir SSVV;

Orientaes para famlia dos cuidados prestados ao paciente: Proporcionar apoio emocional ao paciente; Permanecer prxima ou tocar o paciente durante os procedimentos e a induo; Proporcionar segurana fsica ao paciente; Manter a assepsia e o controle sobre o ambiente; PREPARAO PARA ALTA Informar o doente de que no deve exercer carga excessiva sobre o membro; Orientar o doente no sentido de manter o membro intervencionado elevado para preveno de edemas; Realar a importncia do exerccio fsico, atravs da fisioterapia de modo a aumentar a amplitude de movimentos e fortalecer os msculos; Restrio de determinadas atividades, incluindo evitar ajoelhar-se ou efetuar movimentos bruscos, a observar no mnimo de 2 meses.

CONCLUSO Conclui-se se que o estudo de caso foi de suma importncia para toda equipe, permitindo conhecer melhor o cliente, seu histrico pessoal, alm de poder aprofundar os conhecimentos em relao ao diagnstico, ao tipo de cirurgia e a todos os cuidados necessrios, tornando possvel estabelecer uma correlao entre os quadros clnicos apresentados pela paciente e as respectivas prescries, assim como o pr, o intra e o ps-operatrio, melhorando assim o entendimento de cada etapa do processo cirrgico.

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OBRIGADO