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1. FINALIDADE
Este informativo é elaborado quinzenalmente pela seção de operação do
BEA e tem como finalidade apresentar as ocorrências de incêndios florestais, as
estatísticas de focos de calor, cicatriz de queimadas e as emergências e atividades
envolvendo produtos perigosos no Estado do Mato Grosso.
2. TEMPORADA DE INCENDIOS FLORESTAIS 2017
2.1 INCIDENCIAS DE FOCOS DE CALOR
Os focos de calor são monitorados pelo Centro de Pesquisa do Tempo e
Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
através da analise das imagens de diferentes satélites (das séries NOAA, GOES,
AQUA, TERRA e METEOSAT) que rastreiam a superfície terrestre diariamente ou
várias vezes por dia.
Diferenças entre foco de calor, queimada e incêndio florestal:
Foco de calor: Qualquer temperatura registrada acima de 47°C. Um
foco de calor não é necessariamente um foco de fogo ou incêndio.
Queimada: A queimada é uma antiga prática agropastoril ou florestal
que utiliza o fogo de forma controlada para viabilizar a agricultura ou renovar as
pastagens. A queimada deve ser feita sob determinadas condições ambientais que
permitam que o fogo se mantenha confinado à área que será utilizada para a
agricultura ou pecuária.
Incêndio Florestal: É o fogo sem controle que incide sobre qualquer
forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem (intencional ou
negligência), quanto por uma causa natural, como os raios solares, por exemplo.
Comparativo Histórico dos Focos de Calor nos Últimos 10 Anos:
Percebe-se que no Estado de Mato Grosso houve um decréscimo de
aproximadamente 47,84% dos focos de calor do ano de 2017, em comparação no
mesmo período de 2016, para o mês de abril.
Na Amazônia Legal e o Brasil apresentaram um decréscimo de
aproximadamente 68,01% e 57,97% respectivamente, considerando unicamente o
mês supracitado.
Em relação à média dos últimos 10 anos no mesmo período, verificou-se um
aumento de aproximadamente 19,53% a nível estadual, decréscimo de 14,56% na
região da Amazônia Legal e 14,00% a nível nacional.
ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DIRETORIA OPERACIONAL
BATALHÃO DE EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS SEÇÃO DE OPERAÇÕES AMBIENTAIS
EMERGÊNCIAIS AMBIENTAIS 2017
INFORMATIVO N° 007/2017
Fonte: BEA, 2017.
BrasilEstados da
Amazônia LegalMato Grosso
Focos de calor - 2017 7.490 4.074 2.235
Focos de calor - 2016 17.819 12.734 4.285
Média dos últimos 10 anos(2007 - 2016)
8.709 4.768 1.870
7.490
4.074
2.235
17.819
12.734
4.285
8.709
4.768
1.870
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
18.000
20.000
Foco
s d
e c
alo
r
Comparativo de focos de calor no período 01/JAN a 30/ABR
COMPARATIVO DOS FOCOS DE CALOR NO PERÍODO DE 01/JAN a 30/ABR
Focos de Calor Média dos Últimos 10 Anos (2007 – 2016)
Variação (%)
2017 2016 2017 10 anos
Mato Grosso
2.235 4.285 1.870 - 47,84 + 19,53
Amazônia Legal
4.074 12.734 4.768 - 68,01 - 14,56
Brasil 7.490 17.819 8.709 - 57,97 - 14,00
Fonte: INPE, 2017, satélite de referência.
Fonte: BEA, 2017.
Observa-se que tanto em números absolutos de focos de calor, quanto em
taxa de focos de calor por unidade de área (km²), o estado de Mato Grosso ocupa o 1° lugar entre os estados da Amazônia Legal.
Ranking de Focos de Calor nos Estados da Amazônia Legal - 01/JAN a 30/ABR
Estados Focos de calor - 2017 Ranking
MT 2.235 1º
RR 519 2º
MA 359 3º
TO 348 4º
PA 323 5º
AM 184 6º
RO 99 7º
AP 5 8º
AC 2 9º
Ranking de taxa de Focos de Calor por Unidade de Área - Estados da Amazônia Legal 01/JAN a 30/ABR
Estados Focos Área (km²) (FC/km²)x1000 Ranking
Mato Grosso 2.235 903.198,09 2,4745 1º
Roraima 519 224.301,08 2,3139 2º
Tocantins 348 277.720,57 1,2531 3º
Maranhão 301 331.936,96 0,9068 4º
Rondônia 99 237.576,00 0,4167 5º
Pará 323 1.247.955,38 0,2531 6º
Amazonas 184 1.559.149,07 0,1180 7º
Amapá 5 142.828,52 0,0350 8º
Acre 2 164123,712 0,0122 9°
2.1.1 MATO GROSSO E ÁREAS TEMÁTICAS
O quadro a seguir representa as discriminações de áreas no estado de Mato Grosso e suas distribuições dos focos de calor.
Fonte: BEA, 2017.
Observa-se que 92,98% dos focos de calor registrados no período de 01/Jan
a 30/abr de 2017, encontram-se fora de unidades de conservação, terras indígenas, projetos de assentamento e região metropolitana, sendo provenientes de propriedades privadas e outras propriedades.
Distribuição dos Focos de Calor por Discriminação de Áreas Temáticas A grande maioria dos focos de calor no estado de Mato Grosso se encontra
nas propriedades privadas e afins, representando 92,98% deste índice. O restante é
distribuído em Projetos de Assentamento (3,58%), Terras Indígenas (2,37%),
Unidades de Conservações Federais (0,13%), Estaduais (0,58%), Municipais
(0,45%) e região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá (0,36%).
DISCRIMINAÇÃO DA ÁREA ÁREA TOTAL (KM
2)
(%) FOCOS DE CALOR 01/JAN A 15/ABR
(%)
MATO GROSSO 903.366,19 100 2.235 100,00
Unidade de conservação
Federal (23) 20285,57 2,25 3 0,13
Estadual (45)
28700,1 3,18 13 0,58
Municipal (35)
5077,5 0,56 10 0,45
Terra Indígena (84) 146878 16,26 53 2,37
Projeto de assentamento (668)
45926,04 5,08 80 3,58
Propriedade privada (+ de 150mil)
656.458,98 72,67 2.078 92,98
Número de focos na região metropolitana (Cuiabá, S. Ant. Leverger, Nª Senhora
do Livramento e Várzea Grande).
213,12 0,02 8 0,36
2.2 MAPA DE KERNEL
O Mapa de Kernel (Anexo I) é uma alternativa para análise geográfica do comportamento de padrões. No mapa é plotado, por meio de métodos de interpolação, a intensidade de recorrência de focos de calor, a qual possui um intervalo de não relevante a critica. Assim, temos uma visão geral densidade e recorrência desses focos a nível estadual.
2.3 MAPA DE FOCOS POR UNIDADE DE CONSERVAÇÃO E TERRA
INDÍGENA
O Mapa estimador de focos de calor por Unidade de Conservação e Terra
Indígena (Anexo II) é uma alternativa para análise geográfica de localização espacial
dos focos. Assim, temos uma visão geral quantidade e recorrência desses focos a nível
estadual.
2.4 INCÊNDIOS FLORESTAIS
Não houve ocorrência de incêndios florestais atendida pelo Batalhão de
Emergências Ambientais – BEA/CBM-MT para o mês de abril.
0,13% 0,58%
2,37% 3,58%
92,98%
0,36%
Percentual de focos de calor por áreas temáticas até 01/Jan a 30/ABR - MATO GROSSO
Unidade de conservação Federal
Unidade de conservação Estadual
Terra Indígena
Projeto de Assentamento
Propriedades privadas e outraspropriedades
Número de focos na regiãometropolitana (Cuiabá, S. Ant.Leverger, Nª Senhora do Livramentoe Várzea Grande).
2.5 BOLETIM DE MONITORAMENTO HIDROLÓGICO
Edição nº: 079/SEMA/2017, consultar o seguinte link:
http://www.sema.mt.gov.br/attachments/article/3791/28.04.17.pdf 3 EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS
Em julho de 2016 foi efetivada a Companhia de Atendimento a Emergências
com Produtos Perigosos - CAEPP, estruturada dentro do organograma do Batalhão
de Emergências Ambientais do CBMMT. Com o objetivo de ser a unidade de pronta
resposta às emergências ambientais e tecnológicas, envolvendo agentes químicos,
biológicos e radiológicos, suprindo a necessidade de atendimento adequado a este
tipo de emergência em todo o Estado de Mato Grosso.
Entre os anos de 2013 e 2016 foram atendidas mais de 200 ocorrências
envolvendo produtos perigosos (estatísticas do CBMMT). Devemos observar que o
atendimento até o segundo semestre do ano de 2016 não era, em sua grande
maioria, feito pelo Corpo de Bombeiros, reduzindo os dados estatísticos.
A partir do segundo semestre do ano de 2016, levando-se em conta o ano,
houve um incremento de mais 150% nos atendimentos de ocorrências, sendo que
deste total, mais de 40% (quarenta) foi atendido pela CAEPP/BEA após sua
efetivação.
Dentre as ocorrências atendidas pela companhia se destaca o incidente
envolvendo o radioisótopo Césio 137 no Distrito Industrial de Cuiabá, fato que
ocorreu no ano de 2014, com a participação de profissional integrante da CAEPP
antes de sua efetivação.
As ocorrências atendidas pela companhia tem origem em vários cenários,
porém, dominam as estatísticas os atendimentos decorrentes de acidentes
rodoviários com transporte de produtos perigosos.
3.1 ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS
Não houve ocorrência envolvendo produtos perigosos atendida pela
CAEPP–BEA/CBMMT no mês de abril.
4. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
4.1. BRIGADA MUNICIPAL MISTA
4.1.1. INTRODUÇÃO
Incêndio florestal é a denominação da ocorrência do fogo sem controle, que
se propaga sobre qualquer forma de vegetação, podendo ser de origem
antropogênica intencional e/ou acidental ou por causas naturais associadas
principalmente às descargas atmosféricas (PYNE; ANDREWS; LAVEN, 1996).
Em geral, os incêndios florestais são eventos muito comuns e de ocorrência
mundial, sendo que todos os dias, em algum ponto da superfície terrestre (com
exceção das regiões polares), ocorrem a queima de áreas de florestas, cerrados,
campos, tundra, pântanos e plantios agrícolas e florestais (HARDESTY; MYERS;
FULKS, 2005).
Os incêndios florestais são fenômenos que causam diversos efeitos nos
ecossistemas. Para alguns habitats o fogo pode ser um processo ecológico natural e
necessário, que desempenha um papel importante na formação e manutenção da
biodiversidade, contribuindo na germinação e floração de diversas espécies e no
aumento da densidade da vegetação (MYERS, 2006). Todavia, em outros
ecossistemas, o fogo pode ter efeitos drásticos, reduzindo a biodiversidade,
liberando altos níveis de gases do efeito estufa, facilitando a entrada e proliferação
de espécies invasoras, alterando a hidrologia da paisagem e prejudicando a
qualidade do ar local e regional (SHLISKY et al., 2007).
Desta forma, torna-se vital os esforços envidados para evitar a ocorrência de
incêndios florestais em áreas que possuem interesse biológico, cultural e
patrimonial.
Conforme o artigo 82, inciso I, da Constituição do Estado de Mato Grosso,
compete ao Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso (CBMMT), o serviço de
prevenção e extinção de incêndios e proteção ao meio ambiente. No entanto, para
facilitar as respostas a estes eventos e devido à magnitude dos incêndios florestais
no período de estiagem, o CBMMT trabalha de forma integrada com diversos órgãos
governamentais estaduais e federais (LIMA, 2015).
No estado de Mato Grosso, os incêndios florestais intensificam-se no
período de estiagem, que ocorre entre os meses de julho e setembro do ano, sendo
a maior problemática ambiental nessa época. Por esse motivo, em regra, o
Governador do Estado decreta o período proibitivo de queimadas para data
compreendida entre 15 de julho e 15 de setembro, nos termos do parágrafo 2º, do
artigo 10, da Lei Complementar nº 233/05.
A Brigada Municipal Mista é um novo conceito fundamentado na integração
de esforços, onde o Estado, Município, empresas rurais e entidades de classe
assumem compromissos a fim de estruturar a primeira resposta (nível 1) aos
incêndios florestais em municípios que não possuem unidades bombeiro militar. A
Brigada é composta por 02 (dois) bombeiros militares e 06 (seis) brigadistas
contratados exclusivamente ou cedidos pela prefeitura, que operam os 100 dias do
período proibitivo para uso do fogo, das 0800h às 1800h (BARROSO e ROSAS,
2015). Os veículos, equipamentos e uniformes são fornecidos pelas empresas rurais
e entidades de classe parceiras. Este conceito de integração de esforços é
preconizado na Estratégia Internacional para Redução de Desastres e recomendado
pelas Nações Unidas. (EIRD, 2000).
4.1.2. OBJETIVO GERAL
Intensificar a prevenção e o combate às queimadas ilegais e incêndios
florestais nos municípios de MT que apresentam mais recorrências de focos de
calor.
4.1.3. OBJETIVOS ESPECIFICOS
Formar e capacitar Brigadas Mistas de Repostas aos Incêndios
Florestais e Queimadas Ilegais no município;
Reduzir o numero de focos de calor;
Reduzir o nível de emissões de carbono;
Aumentar a fiscalização e a presença do estado;
Reduzir as queimadas ilegais.
Fonte: BEA, PROJETO BMM, 2017.
4.2 CAPACITAÇÃO DE BRIGADISTAS NO MUNICIPÍO DE COTRIGUAÇU-
MT
Ocorreu no período entre 23 à 29 de abril de
2017, o curso de capacitação de brigadistas para
operações de combate a incêndios florestais, no
município de Cotriguaçu- MT, ministrada pelo Corpo de
Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso- BEA.
Fonte: BEA, 2017.
Quartel do BEA, Cuiabá, MT, 02 de maio de 2017.
Elaboração: Seção de Operações do Batalhão de Emergências Ambientais