Espaço do tempo

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    espao do temponovas estratgias de programao

    e produo artstica

    2006

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    o espao do tempo

    Francisco Palma

    Julho 2006

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    ndice

    1. Nota Introdutria

    2. A cultura e a produo artstica em ortugal 2.1. O estado da cultura

    2.2. Novas estratgias de produo artstica

    !. A especi"icidade do local nas artes

    3.1. O papel da arte na descentralizao ou descentrao

    3.2.. A criao artstica em contextos locais

    #. rogramao cultural

    4.1. O rogramador !ultural

    4.2. "ediao e interveno local

    $. %spao do &empo

    #.1. Apresentao do pro$ecto #.2. rogramao a. %stratgias de rogramao &. 'alas do %spao do (empo c. ro$ectos do espao do (empo 1. rodu)es

    2. !o*produ)es +,esid-ncias3. %spectculos

    #.3. /nterveno do Espao do Tempoem "ontemor a. Actividades + ro$ectos locais

    &. ,elao com outros pro$ectos culturais e p0&licos locais

    6. Novos espaos de arte

    '. (i)liogra"ia*. Ane+os /magens

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    1. Nota introdutria

    Antes de ter algum contacto com responsveis do pro$ecto Espao do Tempo,

    oi importante ensaiar um percurso de aproximao e levantamento dealgumas uest)es ue ossem pertinentes como introduo s vriaspro&lemticas relacionadas com o aparecimento do pro$ecto e com o temaproposto ou se$a as estratgias de programao do Espao do Tempoe a suarelao com a comunidade local.

    5uest)es como democratizao cultural eeitos da glo&alizao na cultura epoliticas de apoios ou excepo cultural so inicialmente levantadas por estetra&al6o assim como tam&m as novas estratgias de produo e criaoartsticas ue surgem como resposta a uma realidade ue as politicas oucertas din7micas culturais aca&aram por impor na cultura portuguesa.

    %m&ora sem se pretender desenvolver de uma orma exaustiva pretende estetra&al6o realizar a a&ordagem a algumas pro&lemticas em volta da igura dosprogramadores e da especiicidade na curadoria e interveno local dealgumas prticas artsticas ou de programao. areceu ainda ser undamentaltentar compreender algumas dos pro&lemas de integrao identiicao erecon6ecimento dos pro$ectos locais e tentar conirmar se oi esse o caso dopro$ecto Espao do Tempocom a localidade e comunidade de "ontemor. 'emuerer correr o risco de perder da sua principal uno como centrocoreogrico e espao de criao nota*se um enorme esoro deste pro$ectoao longo dos cinco anos de exist-ncia nunca esuecendo a import7ncia ueestes pro$ectos assumem nas vertentes locais regionais nacionais einternacionais e na especiicidade das prticas culturais ue assentam em

    novos conceitos de criao e de programao local e peririca aos grandescentros culturais.

    No meio do cruzamento 6&rido com outras linguagens surgiram e airmaram*se em ortugal nos 0ltimos dez anos cerca de vinte associa)es e pro$ectos volta de criadores da dana contempor7nea. 'em esuecer a import7ncia e oimpacto ue o estival internacional 8anas na !idade teve na divulgao dadana contempor7nea na sua edio em 2992 :organizado desde 1;;3 agoracomo Al

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    2.1. , estado da cultura

    ara alarmos do estado da cultura em ortugal teremos de ter em conta osplanos 6ist>ricos poltico e econ>mico. A tend-ncia para uma glo&alizaonestas reas cada vez mais determinante e aduire conseuentementeuma import7ncia crucial nas transorma)es mais recentes das polticasculturais e em todas as din7micas mesmo as mais locais. (odas elas t-m deser analisados e integradas so&re uma perspectiva e l>gica glo&al e claroue a dimenso cultural aca&a tam&m por sorer os eeitos deste processointegrando a ideia glo&al no interior da cultura moderna. Neste processo temuma enorme import7ncia o papel da inormao atravs dos meios decomunicao introduzindo imediatismo simultaneidade e universalizao nasua circulao nos seus diversos vectores de interveno desde a notciaescrita a televiso e mais recentemente a /nternet en>menos

    comunicacionais estes em processo de crescimento e inlu-ncia acelerados.

    A relao do estado com a cultura ser sempre palco das mais variadasposi)es desde os ue consideram a glo&alizao como uma oportunidade0nica para o pluralismo cultural !loresceriii at posio extrema uedeende um intervencionismo redentorem toda a rea cultural. ?ma dasuest)es ue mais preocupa a sociedade contempor7nea e ue se tornounum dos actuais paradigmas da actualidade a capacidade de produzirmodiica)es ue as novas tecnologias t-m e isso possa colocar em risco aidentidade cultural ue a sua dimenso glo&al possa uando essas reasno se$am protegidas de produzir eeitos 6egem>nicos dedescaracterizao e de indierenciao local.

    Nestas pro&lemticas 6 uem deenda como Alexandre "elo uecategorias do glo&al e local so lu"ares relativos interdependentes eindissoci#veis. $ % local e o "lo&al n'o se opem( o local ) "lo&al, o "lo&al )local* Tudo est# em tudo ao mesmo tempo e como tal tem de ser pensado+iv e deende este autor ue a perda da nossa cultura no est em causa oue pode estar em causa a noo de identidade propondo !ormas dene"ociaes vari#veis em sua su&stituio entre @uma in!inidade deelementos com ori"ens, caractersticas, nveis de consist-ncia e vocaesin!initamente mut#veis de acordo com os conte.tos e circunstnciasconcretas+.

    (am&m numa lin6a de relexo e pensamento menos pessimista est aposio de "rio argas Blosa ue critica a necessidade de excepocultural argumentando ue elas devem estar continuamente em$compara'o de&ate e mestia"em com outras culturas do mundo+ v e s>assim se renovam. argas Blosa c6ama ainda a ateno ue proteger acultura pode ser perigoso as culturas devem deender*se sozin6as $sem

    precisarem de !uncion#rios mesmo /ue cultos e &em intencionados+.

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    Numa outra posio esto os ue deendem ue os criadores s> se poderoli&ertar da presso e da censura imposta pelo mercado mas ue de certaorma acarreta os perigos de uma posio tutelar e diri"ista.O ue no parece oerecer duvida e ser aparentemente consensual uemesmo num sistema n'o tutelaro estado deve assegurar a democratizaocultural. Alexandre "elo para esta noo deende ue compreende as #reascomo educa'o ou as industrias e respectivos mercadosvi passando peladescentralizao regionalizao e pluralismo possi&ilitando o alargamentogeogrico do acesso aos &ens culturais principalmente uanto !orma'o ein!orma'o cultural de &ase, criando novos p0&licos e a apet-ncia pelasprticas criativas e culturais reorando valores essenciais aodesenvolvimento do indivduo e da sociedade como a experimentao e ainovao.

    2.2. Novas estratgias de produo artstica

    5uanto realidade portuguesa devemos uma vez mais analisar a situaocultural luz da import7ncia das dimens)es polticas e econ>micas. "uitoem&ora se$a de consenso geral ue a interveno do estado importante osgestores e programadores culturais integrados em pro$ectos culturais devemmanter*se aastados do de&ate poltico*partidrio. No deixmos contudo deassistir recentemente ao uanto dicil manter este principio em todo oprocesso ue envolveu a a&ertura da !asa da "0sica no orto peladiiculdade em gerir estas ronteiras.5uer se$a ruto de alguma insta&ilidade poltica da poltica governamental aonvel dos responsveis do "inistrio da !ultura uer pela necessidade de

    restrio inanceira o ue no se pode escamotear a insta&ilidadegeneralizada a ue se tem assistido no sector cultural nos 0ltimos anos eue parece no estar para &reve a soluo dese$vel ao nvel das maisvariadas rentes de interveno cultural.

    As maiores pro&lemas estiveram recentemente centrados volta daspolmicas na nova regulamentao dos concursos nos critrios de atri&uiodos apoio p0&licos arte contempor7nea atravs do /A nos cortes nasrepresenta)es portuguesas nas &ienais de eneza em Artes lsticas e narepresentao na Cienal de Aruitectura em 'o aulo. A poltica cultural doestado tem sido incapaz de intervir ou apoiar a &usca de soluo de algunspro&lemas como o cumprimento do programa cultura do pro$ecto aroapital da ultura na alta de interveno apoio e de interesse na &usca desolu)es a im de evitar a extino da !ompan6ia de 8ana !ontempor7neada Dul&en

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    contempor7nea Eoe Cernardo demonstram a alta de empen6amentosensi&ilidade e da raca import7ncia com ue as uest)es da cultura sotratadas no nosso pas.oderamos ainda assinalar a ragilidade inanceira e alta de autonomia dosmuseus a diiculdade no cumprimento dos compromissos no /nstituto dasArtes assim como ainda a alta de reoro de toda a poltica educativa deincentivo cultura.

    !laro ue no &asta apontar as diiculdades e as limita)es estruturais einanceiras com ue se de&ate a cultura em ortugal claramente umaconseu-ncia da crise econ>mica e poltica do nosso pas. %ssas restri)espodem o&rigar aos ue tra&al6am no campo de arte e da culturacontempor7nea a repensar as suas estratgias de produo sem ue issoven6a $impedir o relevo cultural+, como deende o programador 8elim'ardovii, airmando ainda ue existem solu)es possveis a utilizar como aopo de co*produ)es ue alm de reduzir os custos permite oesta&elecimento e alargamentos de redes internacionais.

    As solu)es podero no estar apenas no uadro das polticas culturais e nosespaos institucionais das culturas ue segundo Felena 'antosviii t-morigem na crise das vanguardas tradicionais em ortugal. (endo como panode undo as transorma)es nas rela)es dos campos poltico e econ>micotornou*se ento visveis progressivas contamina)es tecnol>gicas na artedando origem ao aparecimento das c6amadas pe/uenas estrat)"ias deartes. %stas estratgias dierentes ue apareceram principalmente nos anos;9 caracterizam*se pela sua transversalidade e transgresso e podem sero&servados em actividades culturais como animao de rua o canto vocalas curtas*metragens o cinema documental e algumas actividades

    per!ormativas. As suas estruturam assumem*se com uma maior autonomiaem relao ao su&sdio e apoio institucional encontrando algumas solu)escriativas em parcerias locais com entidades privadas e co*produ)es comparceiros internacionais.No caso portugu-s segundo a mesma autora por ser uma sociedade dedesenvolvimento interm)dio e conseuentemente pelos racos recursos uese disp)e principalmente no aspecto estrutural da produo artstica estasnovas estratgias vieram a constitui*se como um actor importante deestimulo na &usca de airma)es alternativas de muitos criadores dasgera)es dos anos G9 no campo do experimentalismo e na segunda metadeda dcada de ;9 em &usca de novos espaos em regi)es periricas aosgrandes centros da cultura ue so Bis&oa e orto. !aracterizam*se estas

    programa)es ou pro$ectos essencialmente pela sua estreita ligao arteindustrial ou per!ormativa criando novos espaos de legitimao erecon6ecimento artstico vivendo alguns destes pro$ectos de reas detransio ou indeinio c6amadas de multi#reas em ue interagem artesvisuais artes per!ormativas cinema m0sica dana teatro e outras reasde multimdia num s> pro$ecto. Alguns dos mais recentes estivais decultura eiras de arte pro$ectos artsticos residentes e outros eventosculturais t-m sido disso um >ptimo exemplo.

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    !. A especi"icidade do local

    $***os artistas podem na verdade reinventar as !unes dos lu"ares emapear movimentos e atravessamentos, !luide e trans!er-ncias,

    recorr-ncias e analo"ias, episdios pitorescos e minud-ncias, ou ent'o&locos de estrias /ue !aem istrias locais e, em ltima instncia, aistria, assim reinventando as !unes da o&ra tam&)m*+

    Da&riela az*in6eiro

    !.1. , apel da arte na descentrali-ao ou descentrao

    'e o centralismo apresenta muitos perigos $ por demais con6ecidostam&m o localismo pode integrar alguns pro&lemas. 'o& a orma desacralizao o local pode constituir*se como actor de imo&ilizao de

    mumiicao da mem>ria e da identidade.A apropriao politica do pro$ecto artstico pode ser um perigo assimcomo tam&m a incluso das comunidades alm da diiculdade emdeinir o ue se considera por ideia comunidade podemos estar aantasiar essa ideia exercendo o poder inerente do produtor culturalsem se aperce&er do eeito ue a sua interveno pode causar emtermos da especiicidade local.

    8escentralizar transerir o centro para o local do interior ou se$aapresentar no local o ue se produz no centro aparecendo aui comoormas de deslocalizao ou re*localizao do centro para o local. 'er

    mais interessante alar de descentrao ou se$a introduzir novos centrosde criao artstica ue podem acontecer em peuenos locais. !onstruirum local ue se assuma sem complexos permitindo ue se torne glo&al egan6e a sua pr>pria dimenso comunicativa e airmativa num contextomais amplo.

    A arte aparece como entidade ue pode gerir e ser impulsionadora de umprocesso tendente a reanimar os lugares do interior no como $pro8ectoincorpreo+ com propostas artsticas importadas mas activando esselocal activando as potencialidades de criao local atravs de pro$ectosde express)es e linguagens pr>prias. 5ualuer local pode constituir*secomo lugar se as pessoas o situarem enuanto tal se existir apropriao

    e integrao desse mesmo local nas diversas cria)es artsticas ueorem desenvolvidas.ara alguns te>ricos o papel dos artistas captar certas experi-ncias etorn*las o&$ecto de o&servao para outros ser uma experi-ncia uese constitui como ponto de partida para aproximar as pessoas da suapr>pria identidade ou alteridade ou ainda ue o papel dos artistas seruestionar.

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    !.2. A criao artstica em conte+tos locais

    5uando alamos de produo artstica em contextos locais e

    principalmente em locais periricos aos grandes centros culturaispoderemos comear por relectir so&re o conceito de siteespeci!ic,introduzido pelo minimalismo, e ver at onde ele aindatem validade ouaz sentido no 7m&ito das novas experi-ncias locais de programao e arelao ue o local esta&elece com as prticas artsticas ai desenvolvidas.

    O $Encontro nternacional so&re importncia do :ocal no ;ensamento ena prios preerindo no alcanar nem dese$ar ualuertipo de integrao local especica.8esde as origens do siteespeci!ic at aosdias de 6o$e mantm*se comopressuposto mais ou menos consensual ue o local se$a parte intrnsecada o&ra ou pro$ecto artstico e ue o espectador+ p0&lico se$a tam&malm do local e do artista+curador um elemento incontornvel da o&ra.

    Da&riela az*in6eiro c6ama a ateno ue estas rela)es epressupostos no so pacicos uando estamos a tra&al6ar com o su8eito

    mltiplo,o seu ol6ar e a identidade ou especiicidade de um lugar ue $politicamente carre"ado+ podendo esta luidez por em causa a ormalinear de a&ordagem onde apenas entrem actores da relao entre ocriador e o espao.Nesta relao entram certamente conceitos como o$campo e.pandido+,de ,osalind Hraus ue c6ama a ateno para o contexto e ainda paraconceitos da $arte p&lica+ permitindo reinventar no apenas o processocriativo mas tam&m as un)es dos lugares onde estas actividades sedesenvolvem.5uanto ao papel do p0&lico enuanto audi-ncias cada vez mais nosaperce&emos da sua import7ncia interactiva no s> como testemun6o de

    presena mas tam&m como elemento participante em todo esteprocesso. Os modos de produo artsticos na contemporaneidadepressup)em a utilizao no s> desta interactividade mas recorremtam&m a metodologias do campo sociol>gico como recol6as registosgrava)es permitindo uma certa trans!era&ilidadem0tua entre o lugar eo criador.I esta trans!era&ilidade, em detrimento de uma certa ideia deespeciicidade aonde poderemos encontrar as possveis respostas smuitas das uest)es ue se levantam na curadoria do local.

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    A relao entre o individual+local e o glo&al tem vindo tam&m a seruestionado principalmente nas teses mais carregadas do politicamentecorrecto. (ra&al6ar o local de uma orma isolada de toda a multiplicidadeglo&al pode no trazer vantagens. oderemos sim tra&al6ar o glo&al deuma orma local e no deixar ue o inverso acontea a no ser ue se$ao nosso o&$ectivo.

    'egundo Da&riela az*in6eiro o grande pro&lema do criador sercapaz de resistir s $recorr-ncias culturais do /uotidinao+no tra&al6o uese realiza servindo apenas uma aproximao universalidade da o&ra dearte $ &astante criticada. A soluo segundo esta artista eprogramadora local passa por @negociarJ o local como privado com aaspirao da uno comunicativa da o&ra de arte menos local e maisuniversal.

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    #. rogramao cultural

    #.1. , rogramador ultural

    oderemos situar o aparecimento do programador cultural paralelamenteao surgimento nos G9 com as @primeiras organiza)es direccionadasexclusivamente para a divulgao cultural na igura dos @Kestivais dedescentralizaoJ.Nos inais dos anos L9 aparecem as grandes institui)es culturais asredes de teatro e cine*teatros como os %ncontros A!A,(% e o !entro deArte "oderna na Dul&enprio programador.

    #.2. /ediao e interveno local

    A igura de programador na contemporaneidade e principalmente na era

    da c6amada p>s*modernidade altura em ue oi necessrio relectir erepensar as prticas artsticas e culturais tradicionais em ue a6eterogeneidade e a diversidade cultural se instala desempen6a no s>um papel de relao entre criao e recepo mas tam&m contri&uemdecisivamente no aparecimento de novas ormas de cultura. Atendendos suas caractersticas glo&ais pela via da sua ormao e inormaocosmopolita e porue estando atentos ao surgimento das novas ormas$vern#culas de representa'o, com&inadas, de !orma ldica, com o uso

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    de pastice e de cola"em de estilos e tradies+ so os protagonistasundamentais para o retorno s culturais locais criando neste processod0plice as c6amadas $terceiras culturas+i. ue se caracterizam poralguma autonomia em relao ao estado central e por serem apoiados eacarin6ados pelo poder autruico e comunidade local. %stas novasormas de organizao cultural das uais o programador aparece comoprotagonista so recon6ecidas como um sinal de progresso integrando amassa intelectual e critica local criando espaos de novas experi-ncias econtri&uindo para ue esses locais se tornem cada vez mais apetecveis.

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    $. O Espao do Tempo

    $.1. Apresentao do proecto

    % Espao do Tempo um pro$ecto pensado pelo criador ,ui Forta como

    !entro !oreogrico instala*se em "ontemor no !onvento da 'audao:'c.= iniciando a sua actividade em 'etem&ro de 2999.A sua estrutura de programao e produo assenta em ,ui Forta na8ireco Artstica atrcia ereira ,ute 'erral6eiro e !arla omares naroduo Kilipa Fora na roduo e (our "anager ortugal e CrunoFenderic

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    ortugal inluenciando &oas polticas de programao. Apoio internacionalizao de criadores portugueses e integrao nos circuitosde criao europeu so tam&m uma das lin6as principais da suaactividade. O %spao do (empo no plano cultural preocupa*se tam&mcom a relao ue esta&elece com a comunidade em geral e emparticular com as escolas na criao de novos p0&licos pensandocontri&uir para o desenvolvimento integrado no concel6o de "ontemor.

    O %spao do (empo com vista a apoiar a actividade dos $ovenscriadores mantm um apoio regular a Eoo Darcia "iguel :teatro= e'>nia Captista :dana= e ainda a criadores emergentes das diversasreas perormativas como italina 'ousa "arta !erueira Bus Duerraera 'antos e tor Fugo ontes entre outros ao longo do ano.

    O %spao do (empo desenvolve a programao da (emporada de 8anano (eatro Darcia de ,esende em Ivora realizado em co*produo comdiversos artistas nacionais e internacionais e com outros

    pro$ectos+institui)es nacionais como o (eatro iriato teatro AveirenseO teatro ,ivoli e o centro !ultural de Celm.

    ). alas %spaos de rogramao

    alas do %spao do &empo

    onvento da audao'ecretariado%st0dios :#=

    14 5uartos(lac3 (o+:open space= P espao de criao+

    la&orat>rio+ apresentao para as diversas linguagensartsticas

    /ontemor !ine teatro !urvo 'emedo Antigo rdio !ine !onvento de '.8omingos

    4vora (eatro Darcia ,esende

    c. roectos do Espao do Tempo

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    (odas as inorma)es so&re a produo co*produo resid-ncias eespectculos so reerentes ao perodo de programao do Cinio299#+299Q.

    1. rodu5es

    %spectculo de m0sica @garotoJ.%spectculosetupde ,ui Forta.

    2. oprodu5es resid7ncias

    oprodu5escom os core>graos 8aniel A&reu e ">nica Darciade %span6a :'et+Out 299#= Cruno 8izien de Krana :Outu&ro299#= !ie.G2G3 de Krana :Kev+"ar 299Q= '>nia Captista :Ago

    299Q= Eo 'tromgren * Noruega :A&r+"ai 299Q= ,uiForta+!ia./nstvel :Eun+Eul 299Q= "iguel "oreira+Rtero :Eul299Q=S Adevoa :Kev299Q= ou ainda de multireas com Beili Dueranar Nao

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    %m 299#+299Q % Espao do Tempopromoveu ou vai promover osespectculos do teatro >tandup tra")dia de (iago,odrigues+"undo ereito ;ilatelie de Eoo Andrade+"alaoadora de !arrade ,o&ert Olivan+Fet Net * %span6a+Clgica :"ar299Q= te terror o! identi!icationde /na !6ristel Eo6annessen PNoruega :"ar 299Q=.

    $.!. Interveno do Espao do Tempoem /ontemor

    a. Actividades roectos locais

    Alm da programao anual na rea da criao artstica ue sedesenvolvem nas instala)es do espao do tempo e em outrosespaos culturais de "ontemor acontecem no !onvento da saudaomuitas outras actividades enuanto pro$ectos ou actividades pontuaisem ue o espao do tempo se envolve.

    ColinaO pro$ecto !olina iniciou em "ontemor e encontra*se neste momentoem digresso por cinco pases da %uropa voltando novamente aprotugal em 299G. I um pro$ecto de resid-ncia criativa envolvendodierentes disciplinas artsticas. 8urante duas semanas 24 criadoresdesenvolvem os seus pro$ectos e pesuisas nas reas da aruitecturateatro artes plsticas multimdia. ara passar por este pro$ecto soainda convidados $ornalistas programadores crticos ou pensadores

    do pensamento contempor7neo.

    aerowavesNo 7m&ito do pro$ecto aero=aves em Bondres 32 programadoresinternacionais de dana apresentaram em cinco semanas diversascoreograias. Koi tam&m apresentada em 299# uma programaoparalela de tr-s criadores portugueses '>nia Catista Eoo Darcia"iguel e ,ui Forta.

    Em obras8urante dois meses comissariado este ano por !atarina !ampino vai

    decorrer um evento de artes contempor7neas com exposi)es einterven)es artsticas ue iro reinventar os diversos espaos do!onvento com a participao de sete artistas plsticos nacionais eestrangeiros.

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    ). 8elao com outros proectos culturais e p:)licos locais

    % Espao do Tempo promove a sua integrao local atravs daestreita cola&orao com as outras entidades culturais de "ontemor a!7mara "unicipal de "ontemor e com as escolas.

    Na rea da programao tra&al6a em estreita cooperao com o !ine*(eatro !urvo 'emedo como um excelente espao de apresentao deespectculos.

    8urante o ano desenvolve nas suas instala)es diversos pro$ectos uevisam aproximar a populao de "ontemor do seu pro$ecto. Danascom livros em parceria com a livraria Kontes das Betras decorremnas salas e espaos ao ar livre do !onvento da 'audao durante tr-sdias onde as pessoas de "ontemor vo encontrando livrosespectculos de teatro ilustrao dana e artes plsticaspossi&ilitando encontros de crianas e estudante com autores e

    anima)es diversas. % Espao do Tempopromove ainda a esplanadade verode Eun6o a inais de 'etem&ro com exposi)es de artesplsticas ciclos temticos de cinema nacional e internacional e muitoconvvio.

    !ola&ora com as associa)es Oficinas do Convento associaocultural de arte e comunicao ue promovem actividades nas artesplsticas Ciologia Deologia e 5umica e t-m como tema o ,ioAlmansor com o %spao de /nterveno !ultural Maus hbitosespao de actividades culturais como exposi)es musica teatroconcertos musicais e ormao e com a Marca_AD uma associao

    ue tem por o&$ectivo apoiar o desenvolvimento s>cio*comunitrio doconcel6o intervindo nas reas da cultura da ci-ncia e da preservaoam&iental.

    ,ealiza anualmente co*produ)es com o evento cultural Moinho deAnanil ue decorreu este ano nos dias 2 e 4 de Eun6odesenvolvendo uma perormance de ictor ,uriz @site speciicJ. Almda perormance este Kestival integra tam&m actividades como artesplsticas ou vdeo venda de artesanato e mercado &iol>gico.

    8ecorreram nas instala)es do Espao do Tempo as !e"undas#ornadas da $sicolo"iado !entro de 'a0de de "ontemor*o*Novo eapoiou com material tcnico as actividades da Casa #oo Cidadeue uma casa de acol6imento de deicientes motores.!om o o&$ectivo de esta&elecer uma orte relao com o meio local oEspao do Tempo desenvolve ainda alguns pro$ectos dirigidosexclusivamente comunidade local. Alguns desses pro$ectos partiramde um desaio da comunidade como as aulas de danacontempor%nea dirigido por ia Hramer em&ora tam&m vo

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    acontecendo nas escolas e outros espaos locais diversos pro$ectospropostos pelo %spao do (empo como o corpo &ue pensa"arotofonia aulas de tai*c6i ateli-s de teatro e de marionetas 6ip*6op expresso dramtica para $ovens expresso plstica e linguagempu&licitria entre muitas outras.

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    6. Novos espaos de arte

    $% "esto interessame mais do /ue a palavra* ?'o ) verdade/ue o omem se me.eu primeiro antes de !alar@

    Ao& Bilson CencenadorD

    A ?ova ana ;ortu"uesanos incios da dcada de ;9 ue segundo Ant>niointo ,i&eiroxi alm da apresentar uma radical inovao nas linguagenscoreogricas em &usca da e.plora'o e.pressiva do corpoe movimentosmais sincopados prop)e pela primeira vez em ortugal o aparecimento daigura do autor nesta rea artstica. ,ui Forta um dos protagonistas destanova gerao de core>graos ue volta de novas poticas para as Artes do

    !orpo se oram instalando tendo como &ase a ideia da import7ncia de criartodas as condi)es necessrias para ue espaos de criao como esteexistam onde a experimentao e pesuisas so possveis condio 0nicapara ue ualuer linguagem se inove e renove permanentemente e alargueas suas ronteiras de interveno.

    As artes do corpo como o teatro a dana e as artes perormativas solinguagens ue nos inais do sec. se impuseram acilmente como novaslinguagens artsticas de grande impacto $unto do p0&lico talvez devido suaacilidade em comunicar sendo artes em ue pela sua especiicidade pr>priapelo movimento em si .ii a isicalidade e a presena se so&rep)em

    enunciao e narratividade e desde logo um maior imediatismo no acessoao seu discurso mesmo ue a&strato existe sempre uma experi-ncia apartil6ar.

    'e a dana c6amada de eruditaera considerada elitista as artes do corpocomo toda a arte contempor7neaxiiicada vez mais devido democratizaocultural deixam de ser apenas consumidos pelas elites culturais criando*se sua volta novos p0&licos novas tri&os procura de um cultura ue setornou 6&rida e espont7nea no caso deste pro$ecto so essencialmente

    $ovens estudantes ou no procura de novas experi-ncias alguns delesamiliares ou amigos de pessoas nascidas em "ontemor ue se voinstalando e idelizando volta destes pro$ectos como aglutinador degrupos ue se aproximam uns por raz)es de apet-ncia pelo turismo culturalpor raz)es estticas ou de seduo outros raz)es emotivas aectivas ouainda de comunicao.

    No esuecendo ue neste pro$ecto como $ atrs se reeriu est presentea preocupao de integrao da comunidade local nas diversas cria)esartsticas ue vo sendo desenvolvidas e uando se ala com as pessoassente*se tam&m o inverso ou se$a integram estas actividades na

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    identidade ou alteridade local e das pessoas ue o experienciam ampliandoas possi&ilidades da sua visi&ilidade pro$eco e prestigio para o exteriorpara um posicionamento de contexto mais glo&al.

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    '. (i)liogra"ia

    Alexandre "elo Flo&alia'o ultural 5uimera %ditores Bis&oa 2992.

    Alexandre "elo ;olitica ultural

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    *. Ane+os Imagens

    !astelo de "ontemor*o*Novo

    !onvento da 'audao

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    Antigo ,dio*!ine

    !ine*(eatro !urvo 'emedo

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    !onvento da 'audao G9#9*1Q4 "ontemor*o*Novotel. X3#1 2QQ L;; L#Q+G ax. X3#1 2QQ L;; L#L inoYoespacodotempo.pt

    , %N&8, ,8%,;8% /,N&%/,8,N,?,O !entro !oreogrico de "ontemor*o*Novo est instalado no !onvento da 'audao um monumento do 'c. situado em "ontemor*o*Novo a 199 Hm a sul de Bis&oa no corao do Alente$o./niciou a sua actividade em 'etem&ro de 2999. 8esde essa altura tem vindo a desenvolver um importante tra&al6o deimplantao na cidade de "ontemor*o*Novo dando grande primazia ao tra&al6o de criao de p0&licos aoesta&elecimento de um elevado nvel de ualidade de todas as actividades ue desenvolve ao dilogo e cruzamentoentre as dierentes vertentes das artes perormativas pesuisa e experimentao no domnio da integrao dasdierentes Artes com as artes do espectculo ormao de uadros e criao de emprego tentando contri&uir para odesenvolvimento artstico e econ>mico da cidade e da regio.Kunciona como centro de resid-ncia para pesuisa dedicado ao dilogo entre as diversas ormas artsticas e comoespao a&erto a ideias e pro$ectos criativos. %st conce&ido para ir de encontro s necessidades dos criadoresV umaerramenta extremamente proissional ue possa ser utilizada de uma orma inormal e eicaz.%nuanto interace entre as dierentes ormas artsticas coloca o -nase na utilizao das novas tecnologias.

    O !entro !oreogrico de "ontemor*o*Novo su&sidiado pelo /nstituto das Arte + "inistrio da !ultura e tem o apoioda !7mara "unicipal de "ontemor*o*Novo. (ra&al6a em cooperao com o !ine*(eatro !urvo 'emedo um excelenteespao de apresentao.

    8ui @orta,?/ FO,(A nasceu em Bis&oa onde comeou a danar aos dezasseteanos nos !ursos de Cailado do Callet Dul&enpria compan6ia residente no(eatro "uat6alle em "uniue e outra para o Nederlands 8ans (6eater //. Na (emporada 2999*2991 ,ui Forta regressou a ortugal onde esta&eleceu um !entro !oreogrico em "ontemor*o*Novo sendo igualmente artista associado "aison de la !ulture de Courges. %m 2991 com o apoiodo /!A" e A,(%+M8K realizou o seu primeiro ilme intitulado Iu"as. Ainda no mesmo ano criou;i.elno 7m&ito dos %ncontros Acarte 2991. ara o Callet Dul&en

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    iEos Kazenda esierar/uiar o espao o tempo e a rela'o entre os corpos,"aniesto:2994= pp.12L*12;.iii&idemiiiEos "adureira into artigo emocratia'o e desenvolvimento cultural sustentadoH o papel do Estado, NW1 do OC'1;;G p.4.ivAlexandre "elo Flo&alia'o ultural p.3Lv,az)es contra a excepo cultural A8N 29 Agosto 2994.viAlexandre "elo artigo ;olitica ultural nio into ,i&eiro$>er !eli ) imoral@J :2999= p.2#