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VITÓRIA, ES | DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2016 ESPECIAL Solo fértil para o desenvolvimento SAGRILO O AGRICULTOR GILSON Fraga Vicente, de Aracruz (ES), cultiva aipim entre os plantios de eucalipto da Fibria O cultivo de florestas plantadas no Espírito Santo estimula a economia, preserva o ambiente, promove a inclusão social e a geração de renda. Parcerias locais ajudam a desenvolver fornecedores Convênio com a Ufes fomenta pesquisa > 6 Transporte multimodal reduz viagens em rodovias > 3 > 2

ES P EC I A L · em Aracruz, no Norte do Estado, está sendo abastecida também por madeira adquirida de produtores rurais do Rio Grande do Sul. A car-ga está chegando ao Espírito

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V I T Ó R I A , E S | D O M I N G O , 1 8 D E D E Z E M B R O D E 2 0 1 6

ES P EC I A LSolo fértil para od e s e n vo l v i m e n t o

SAG R I LO

O AGRICULTOR GILSON Fraga Vicente, de Aracruz (ES), cultiva aipim entre os plantios de eucalipto da Fibria

O cultivo de florestas plantadas no Espírito Santo estimula a economia,preserva o ambiente, promove a inclusão social e a geração de renda.Pa rc e r i a s

locais ajudama desenvolverf o r n e c e d o re s

Convênio coma Ufesf o m e n tapesquisa > 6

Transpor temultimodalreduz viagensem rodovias > 3

> 2

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2 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2016

Es p e c i a l

Parcerias locaisganham forçaPrioridade paracontratação deempresas locais ajuda adesenvolver mercadode fornecedores noEspírito Santo

FIBRIA

Mais tecnologia emenos água no plantio

Consciente da necessidade deotimizar o uso dos recursos natu-rais, entre os quais a água, a Fibriavem adotando algumas medidas.Uma delas é a tecnologia desen-volvida pelas equipes da empresa,a partir de uma mistura de resí-duos de celulose, que vem ajudan-do a reduzir a necessidade de irri-gação do eucalipto após o plantio.A solução recebeu o nome de “co -lar de celulose”, uma mistura que,colocada ao redor das mudas, aju-da a reter umidade.

As pesquisas sobre essa tecno-logia foram iniciadas em 2007 e,

nos últimos anos, o métodode aplicação da mistura foi apri-morado. Estudos conduzidos emcampo demonstraram que é pos-sível eliminar, pelo menos, umaoperação de irrigação nos perío-dos mais secos do ano, reduzindoo uso de água no plantio.

A empresa já solicitou a patenteda nova tecnologia, que vem de-monstrando ser importante alia-da, principalmente em tempos deescassez hídrica. A solução foidesenvolvida pelas equipes depesquisa e de desenvolvimentooperacional florestal da Fibria.

FIBRIA

SAG R I LO

EMPRESA Éa maiorp ro d u t o ramundial decelulose defibra curta,m at é r i a - p r i m apara fabricaçãode papéis

Expediente P R O D U ÇÃO : Dinâmica de Comunicação C O N TATO S : 3232-5945 JORNALISTA RESPONSÁVEL: Fabiana Pizzani EDIÇÃO E REVISÃO: Aline Nunes, Fabiana Pizzani, Flávia Martins e Kikina SessaREPORTAGEM: P6 Comunicação D I AG R A M AÇÃO : Amauri Ploteixa TRATAMENTO DE IMAGENS: Leyson Mattos e Renan Martinelli

O negócio florestal gera opor-tunidades para vários seg-mentos que fazem parte da

sua cadeia de fornecedores (insu-mos de produção, serviços flores-tais e industriais, administrativos el o g í st i c o s ) .

No Espírito Santo, a Fibria de-manda uma série de serviços mo-bilizando centenas de empresas ecriando condições para que pas-sem a fornecer produtos e serviços

COLAR DE CELULOSE: medida ajuda a reter a umidade do solo

RAIO X DA FIBRIA

Mais de 16,5 mil empregos> A FIBRIA PRODUZ 5,3 milhões de

toneladas de celulose em fábricasno Espírito Santo, Bahia, São Pauloe Mato Grosso do Sul

> O ESPÍRITO SANTO concentra 44%da produção, com 2,3 milhões detoneladas

> BASE FLORESTAL de 896.774 hec-tares, dos quais 295.687 hectaressão destinados à conservação am-b i e n ta l .

> PRESENTE EM mais de 250 municí-pios de sete estados brasileiros,onde gera 16.597 empregos diretos(próprios e terceiros).

> NA UNIDADE ARACRUZ, que com-preende as operações no EspíritoSanto, Bahia e Minas Gerais, a em-presa gera 10 mil empregos dire-tos.

> DOS 322.767 HECTARES, 111.4 74são destinados à conservação dab i o d i ve r s i d a d e .

> EXPORTA PARA mais de 30 países.> É A MAIOR produtora mundial de

celulose de fibra curta de eucalipto(matéria-prima para a fabricaçãode papéis para higiene pessoal, im-pressão, escrita e usos especiais,como papel fotográfico).

FÁBRICA DA FIBRIA, em Aracruz: oportunidades de negócios para fornecedores da região

ao mercado, no Brasil ou no exte-rior. A empresa valoriza as parce-rias locais e contribui para queseus fornecedores ampliem oportfólio de clientes.

Em novembro, por exemplo, aFibria realizou a Parada Geral,uma grande operação de manu-tenção preventiva em sua unidadeindustrial, que ocorre a cada 18meses. O trabalho envolveu 88empresas, 70% das quais são doEspírito Santo.

“Os fornecedores que atuamnesse tipo de manutenção geral-mente tornam-se especialistas epassam a prestar serviços para vá-rias outras companhias”, disse ogerente geral industrial da Fibria,Marcelo de Oliveira.

Atuar no desenvolvimento defornecedores faz parte das pre-

missas da Fibria.A empresa foi uma das idealiza-

doras do Programa Integrado deDesenvolvimento e Qualificaçãode Fornecedores (Prodfor), criadohá quase 20 anos para fomentar odesenvolvimento do mercado lo-cal para o fornecimento de bens eserviços de forma consorciada,com a participação de outras gran-des empresas do Espírito Santo.

Paulo Edson Martins Vieira, ge-rente de Suprimentos da Fibria,destaca que, das cerca de 600 em-presas que o Prodfor já ajudou adesenvolver no Estado, mais de230 são fornecedores ativos da Fi-bri a. “Trata-se de um círculo vir-tuoso que se instala na nossa ca-deia produtiva e capacita o forne-cedor a alçar voos maiores”, res-saltou ele.

Fornecedor vira referênciaFoi a partir da prestação de ser-

viços à Fibria que a Estel ServiçosIndustriais, com sede em Aracruz(ES), tornou-se referência no Bra-sil em reparo de máquinas elétri-cas, manutenção e montagem in-d u st r i a l .

A empresa começou em uma ofi-cina com dois funcionários e o pro-pósito de ser referência local no ra-mo de recuperação de máquinaselétricas. Seu diretor-presidente,Luis Cordeiro, era funcionário daFibria na área de manutenção elé-

trica e mecânica e teve a oportuni-dade de montar um negócio paraprestar serviços à empresa.

Passados 30 anos, hoje a Estelgera, em média, 600 empregospermanentes, chegando a 1.500 noatendimento a grandes projetos, epresta serviços para empresas devários outros estados brasileiros.Este é um dos muitos exemplos defornecedores que iniciaram suasatividades a partir do atendimentoà Fibria e tiveram um sólido cres-c i m e n t o.

SAIBA MAIS

Operação de manutençãopreventiva na FibriaA manutenção ocorreu no período de6 a 22 de novembro na unidade indus-trial da empresa, em Aracruz (ES).

88 e m p re s a s

70% são do ES

1.780 t ra b a l h a d o re se n vo l v i d o s

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VITÓRIA, ES, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2016 ATRIBUNA 3

Es p e c i a l

Menos caminhões nas estradasFibria investe namultimodalidade eem novas tecnologiaspara reduzir tráfego decarretas de madeiraem rodovias

Aproximadamente 100 cami-nhões deixam de circulardiariamente nas estradas

que ligam Minas Gerais ao Espíri-to Santo. A redução do tráfego pe-sado é resultado de uma parceriada Fibria com a VLI, que possibili-ta o transporte para o Estado, pormeio de ferrovia, da madeira ad-quirida de produtores de Sete La-goas (MG) para abastecer a unida-de industrial da empresa, em Ara-cruz (ES).

Para viabilizar o transporte decerca de 2 milhões de metros cúbi-cos de madeira nos próximos cin-co anos, a empresa investiu R$ 6milhões na reforma e adaptaçãode 300 vagões ferroviários.

O serviço de adaptação dos va-gões ficou sob a responsabilidadeda Bratec, empresa sediada nomunicípio da Serra. “A contrata-ção de empresa regional para oserviço contribui para movimen-tar a economia local e gerar opor-tunidades de emprego e renda”,disse o gerente geral florestal daFibria, Carlos Alberto Nassur.

Segundo o diretor da Bratec,Girlan Braga, o projeto envolve umefetivo direto de 60 profissionaisda empresa e a contratação de mãode obra especializada de cerca de20 pessoas extras no período.

E M P R EG A B I L I DA D EAlém disso, todo o insumo apli-

cado nos vagões é adquirido defornecedores do Estado. “Emmeio à crise, esse é um projeto im-portante para a empresa, que aju-dou a garantir a empregabilidadede forma expressiva”, destaca Gir-lan Braga.

Atualmente, o modal ferroviá-rio representa 5% do transporte

de madeira para a fábrica da Fi-bria. Com o novo contrato, essaparticipação passará a 7%. “Essainiciativa reduz o uso de cami-nhões, traz menores custos emenos riscos de acidente naso p e ra ç õ e s ”, afirma o especialistaem Logística Florestal da em-

presa, Ezio Tadeu Lopes.O transporte ferroviário ainda

traz como benefício menor impac-to ambiental, já que há redução deemissões provenientes de com-bustíveis derivados de petróleo, ediminui o consumo de produtospetroquímicos, como pneus.

FOTOS: FIBRIA

PARCERIAS DA FIBRIAcom empresas delogística contribuempara o meio ambiente

Nova tecnologia reduz viagensPara otimizar o transporte de

madeira entre os plantios flores-tais e sua fábrica, em Aracruz, a Fi-bria passou a utilizar novas carro-cerias fabricadas em aço altamen-te resistente. Mais leve, a estruturatem capacidade de carga 10%maior se comparada a equipamen-tos convencionais, reduzindo onúmero de viagens de caminhão.

CA R R O C E R I Aleve aumenta acapacidade decarga daempresa: maismadeira emmenos viagens

SAIBA MAIS

Transporte multimodal> A MADEIRA QUE A FIBRIA utiliza em

sua unidade industrial em Aracruz,chega ao local em diferentes tipos detranspor te.

> AS PARCERIAS COM empresas comoa VLI, Norsul e JSL estão ampliando aparticipação dos modais alternativos.

> 40% DA MADEIRA PASSAM a chegarpor via marítima (33%) e ferroviária

( 7%).> ANTES MESMO do contrato com a

VLI, a Fibria já utilizava o transpor-te ferroviário para trazer madeirados depósitos de Araguaia (Mare-chal Floriano) e Colatina.

> ESSES DEPÓSITOS recebem madeirade produtores que são parceiros daFibria no cultivo de eucalipto.

ESPÍRITOSANTOMG

RJSP

PR

SC

RIO GRANDEDO SUL

Vitória

PortoAlegre

Aracruz

PORTO DORIO GRANDE

PORTOCEL

ES

ESN

OceanoAtlântico

Cabotagem marítimaOperação já transportou mais de 665 mil toneladas de eucalipto

3 milhõesde toneladas de madeira serãotransportadas em navios

60 milviagens de tritem teriam que serfeitas por rodovias, paratransportar esse volume

OS NÚMEROS

Madeira chega por navioA unidade industrial da Fibria

em Aracruz, no Norte do Estado,está sendo abastecida também pormadeira adquirida de produtoresrurais do Rio Grande do Sul. A car-ga está chegando ao Espírito Santoembarcada em navios.

A madeira sai do porto de RioGrande e é desembarcada no Por-tocel, terminal portuário controla-do pela Fibria em Barra do Riacho.

A operação de logística foi ini-ciada em 2015 e já transportoumais de 665 mil toneladas de ma-deira, de um total previsto de 3 mi-lhões de toneladas.

A madeira é proveniente decontratos de parceria para culti-vo de eucalipto que a empresatem com produtores da região,pelo Programa Poupança Flo-re st a l .

São 13.600 hectares de plantioscontratados à época em que a Fi-bria tinha planos de implantaruma fábrica na região.

Do porto de Rio Grande atéPortocel, incluindo o tempo decarregamento e descarregamen-

to, o trajeto leva 15 dias. A opera-ção conta com dois navios da em-presa Norsul, que passaram poradaptações para realizar o trans-porte de madeira.

Trata-se de um projeto inovadorem que os feixes de toras são iça-dos pelos guindastes dos navios.No desembarque, eles vão doguindaste diretamente para cami-nhões do tipo tritrem, que ostransportam até a fábrica da Fi-bria, a 1,7 km de Portocel.

A solução pioneira foi desenvol-vida pela Fibria junto com a Uni-versidade Federal de São Carlos(SP) e está sendo patenteada pelaempresa. A iniciativa faz parte deum projeto no qual estão sendo in-vestidos R$ 28 milhões na comprade 108 conjuntos tritrens (compo-sição de carga formada por três se-m i r re b o q u e s ) .

As carrocerias são fabricadaspela empresa Librelatto e opera-das pela JSL. Coordenador de Ma-nutenção e Transporte Marítimoda Fibria, Jorge Luiz Moro Capodisse que, em função da maior ca-pacidade, será reduzida a frota notransporte rodoviário de madeirano Espírito Santo, Bahia e MinasG e ra i s.

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4 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2016

Es p e c i a l

Aumento da rendaTrabalhando como meeiro, Gilson Fraga Vicente

tem conseguido ampliar o cultivo de seus produtos e arenda por meio do incentivo da Fibria.

Junto com a família, ele planta em uma área de 3hectares disponibilizados pela empresa, em Aracruz,e tem acesso a orientações técnicas que contribuempara os bons resultados. Ele afirma que sua vida me-lhorou desde que entrou no programa.

Economia de dinheiroPara o agricultor Lucas Câmara Francisco, a coope-

ração da Fibria no dia a dia de seu trabalho e de outrosprodutores é muito importante.

“A parceria garante uma renda extra com os produ-tos que a gente planta. Assim posso colher o café edeixar estocado, não preciso gastar o dinheiro todo”,observou Lucas, que está no programa da empresadesde 2005.

Alimento em meio ao eucaliptoPrograma da Fibriaoferece a possibilidadede agricultoresplantarem seusprodutos em área juntoàs florestas da empresa

Agricultores familiares quemuitas vezes trabalham co-mo meeiros e não possuem

terra para cultivar os própriosplantios contam com um apoioimportante com a Produção Inte-grada de Madeira e Alimentos (Pi-ma). Por esse sistema, as áreas dasentrelinhas de plantios de eucalip-to são usadas por pequenos agri-cultores para cultivos diversos. Oplantio é feito na fase inicial, quan-do o eucalipto tem até um ano emeio de idade.

Nesse período, madeira e ali-mento convivem harmonicamen-te e é o tempo ideal para cultivosde ciclo curto (feijão, aipim, amen-doim, milho e outros). Somenteem Aracruz, a Fibria disponibiliza39,5 hectares em meio a plantiosde eucalipto para esse tipo de cul-tivo, beneficiando 24 famílias deagricultores das comunidades deGimuhuna e Cachoeira do Riacho .

No sul da Bahia, há outros 50 hec-tares com cultivo integrado de ma-deira e alimentos.

A iniciativa é uma prática quefaz parte do Programa de Desen-volvimento Rural Territorial(PDRT), por meio do qual a Fibriacontribui para fortalecer a agricul-tura familiar. Os participantes doPDRT recebem assistência técni-ca, orientação sobre comercializa-ção, gestão financeira, organizaçãoem associações e acesso a progra-mas oficiais de fornecimento dea l i m e n t o s.

A agricultora Edna Ferreira, deSão Mateus, diz que a parceria éfundamental. “Meu relacionamen-to com a Fibria começou há 8 anose, desde então, produzo verduras elegumes. Se não fosse o apoio daempresa, não estaríamos plantan-do e colhendo nosso próprio ali-mento, tampouco vendendo”.

Presidente da Associação dosAgricultores de Cachoeira do Ria-cho, em Aracruz, Jean CâmaraFrancisco também comemora aparticipação no programa. “Junta -mos os sócios para plantar a fim deformar um fundo para a associa-ção. O aipim sai muito bem nessaárea, próxima ao eucalipto. Temmuita matéria orgânica e é dissoque a planta gosta”.

SAG R I LO

LUCAS E JEAN participam de associação e produzem alimentos em áreas da Fibria

Agricultores usam técnicasde produção sustentáveis

SAIBA MAIS

Benefícios da agroecologia> PROTEÇÃO DO SOLOpor meio de prá-

ticas de conservação> PROTEÇÃO das nascentes> S U B ST I T U I ÇÃO de defensivos e fer-

tilizantes químicos por biodefensi-vos e biofertilizantes

> D I V E R S I F I CAÇÃO agrícola> MELHORIA DA RENDA das famílias

SAG R I LO

Para que haja equilíbrio entre aprodução agrícola e o ambiente, aFibria está disseminando o con-ceito de agroecologia entre as fa-mílias que participam do Progra-ma de Desenvolvimento RuralTerritorial (PDRT). A proposta éusar técnicas ecológicas no cultivodos alimentos.

O consultor de Sustentabilidadeda Fibria, Douglas Peixoto Pereira,explica que os agricultores queparticipam do PDRT são envolvi-dos em um processo de transiçãoagroecológica, substituindo aospoucos suas práticas produtivas.

Nesse processo de transição, sãorealizadas atividades de manejoecológico da água e do solo, a par-tir da incorporação de matéria or-

gânica advinda do uso de SistemasAgroflorestais (SAF), em que asculturas são plantadas respeitandosua altura e tempo de vida, todasna mesma área, gerando coopera-ção, e não competição.

Os agricultores também apren-dem a produzir caldas agroecoló-gicas para controle de insetos edoenças, em vez de insumos quí-micos, além de biofertilizantes,compostos e adubo orgânico.

Segundo Douglas, um fator quereforçou a adesão às práticas sus-tentáveis foi a crise hídrica dos úl-timos anos, pois os agricultoresperceberam a importância daagroecologia para manter a produ-tividade mesmo em períodos dea d ve r s i d a d e s.

O QUE ELES DIZEM

Pro d u ç ã o Agricultores familiares se unem para plantio de diversas culturas

Benefícios do cultivo integradom a d e i ra - a l i m e n t o s

FORÇA PARA A AGRICULTURA FAMILIAR

25 a ss o c i a ç õ e sde agricultores familiaresde Aracruz, São Mateus eConceição da Barra partici-pam do Programa de De-senvolvimento Rural Terri-torial (PDRT) da Fibria

P R O D U TO SHor taliças,

pimenta- do -reino, urucum,café, mandio-ca, banana,a b ó b o ra ,amendoim, me-lancia e frutífe-ras de diversasespécies

5 89 núcleosfamiliarespar ticipantes

1 hectare écultivado, em média,por família

> MELHORA P R OV E I TA M E N TOda terracultivando maisde um produtonuma mesmaárea.

> S O M B R E A M E N TOproporcionadopelo eucaliptominimiza efeitos

do sol.> M AT É R I A

ORGÂNICA nosolo favorece aprodutividade.

> E U CA L I P TOFORMA b a r r e i ranatural queprotege asplantas dove n t o .

SAG R I LO

FIBRIA

CAPTAÇÃO DEÁGUA DAC H U VA é umadas técnicas dea g ro e c o l o g i ausada pelospequenosa g r i c u l t o re s

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VITÓRIA, ES, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2016 ATRIBUNA 5

Es p e c i a l

Moradores decomunidadequilombola se unem eformam cooperativapara prestar serviçosflorestais à Fibria

Avida de um grupo de traba-lhadores rurais da comuni-dade quilombola do Córre-

go São Domingos, no município deSão Mateus (ES), vem mudandopara melhor.

Eles, que antes se dedicavam acatar resíduos de madeira após acolheita dos plantios florestais daFibria, por meio de métodos queacabavam gerando conflitos com acompanhia, foram chamados pelaempresa a participar de um proje-to que resultou na constituição deuma cooperativa.

Hoje, o grupo de 26 trabalhado-res presta serviços à empresa naárea de silvicultura, de forma re-gular e formalizada em contrato. Arealidade foi transformada pormeio da cooperação entre comu-nidade e empresa.

Para apoiar a organização da Co-operativa dos Trabalhadores Ru-rais e Agricultores da Comunida-

de Quilombola do Córrego SãoDomingos, a Fibria contratou umaconsultoria especializada em ges-tão de projetos solidários.

O contrato de prestação de ser-viços com a Fibria teve início emmaio de 2014 e propicia a melhoriada qualidade de vida das famíliase nvo l v i d a s.

D ES E N VO LV I M E N TO“As atividades são realizadas

dentro dos padrões de saúde e se-gurança do trabalho exigidos pelaFibria e os cooperados têm acessoa programas de fomento ao desen-volvimento e à geração de renda”,disse o gerente de Sustentabilida-de da Fibria (ES e BA), GiordanoAu t o m a re.

Um exemplo foi a captação derecursos junto ao Instituto Voto-rantim e ao Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico e So-cial (BNDES), que resultou nacompra de um micro-ônibus paraa cooperativa.

Além do imóvel onde funciona asede, a instituição conta com equi-pamentos para prestação de servi-ço de roçada mecanizada, comba-te a formigas e reboque para trans-porte de ferramentas e, até o finaldo ano, inaugura o Centro de For-mação da Mulher Quilombola.

T R A B A L H A D O R ES que tinham relação conflituosa com a Fibria hoje prestam serviços à empresa

Os Jogos Olím-picos e Paralím-picos Rio 2016 fo-ram uma grandevitrine de negó-cios para as arte-sãs do Projeto Es-pírito das Águas.As peças desen-volvidas pelasmulheres das co-munidades de Barra do Riacho ede Santa Cruz, com consultoria dodesigner Renato Imbroisi e da ar-tesã Jacqueline Chiabai, fizeramparte do showroom Brasil OriginalO l í m p i a d a s.

Além dos jogos esportivos, o ar-tesanato capixaba esteve em evi-dência também na 27ª edição daCraft Design, em agosto. O evento,realizado em São Paulo, é uma das

maiores feiras de ar-tesanato do Brasil.

A organização deartesãs conta com oapoio da Fibria e doServiço de Apoio àsMicro e PequenasEmpresas do Espí-rito Santo (Sebrae-ES). O objetivo é fo-mentar o empreen-

dedorismo a partir da produçãoartesanal nas comunidades pes-queiras envolvidas.

Por meio dos projetos Criarte,Bordadeiras de Santa Cruz e Gru-po da Estamparia, as moradorasproduzem diferentes peças emmateriais como biscuit, papel mar-chê, bordado, crochê, pintura, cos-tura e também arte em conchas ee st a m p a r i a .

Inclusão social para 230 criançasEsporte, música, arte e tecnolo-

gia depois das aulas na escola. Éassim que um grupo de 230 crian-ças e adolescentes da localidade deBarra do Riacho, em Aracruz, estáaprendendo sobre cidadania e afortalecer os vínculos com a famí-lia, a comunidade e a escola. Comidade entre 7 e 17 anos, eles partici-pam do Saber Viver, iniciativa queoferece oficinas de diversas ativi-dades no contraturno escolar.

São crianças e adolescentes que,com a participação em ações edu-cativas e socioculturais, orientadaspor profissionais especializados,estão tendo oportunidade de de-senvolvimento. Eles também têmaulas de reforço.

O Saber Viver é uma das ativida-des que fazem parte do Engaja-mento Barra do Riacho, movi-mento que reúne a iniciativa pri-vada, o poder público e a socieda-de civil. Foi instituído em 2011 pe-la Fibria, com a ideia de alavancarum processo de diálogo social, de-senvolvimento integrado e parti-c i p a t i vo.

“A proposta do movimento écontribuir para promover o diálo-go, dando autonomia para os par-ticipantes atuarem em ações queincentivem o desenvolvimento dacomunidade”, explica a consultorade Sustentabilidade da Fibria,Sandra Martins de Oliveira.

FIBRIA

OFICINA DE ROBÓTICA faz parte das atividades do Projeto Saber Viver

SAIBA MAIS

Projeto Saber ViverAtendimento a crianças eadolescentes> 230 par ticipantes> OFICINAS DE ROBÓTICA, futebol so-

çaite, violão, percussão, caratê, biju-teria, pintura e capoeira

> APOIO DO CENTRO DE REFERÊNCIA eAssistência Social (Cras) de Barrado Riacho

Empresas e instituiçõespar ticipantes> FIBRIA, Portocel, Evonik, EDP,

Expresso Nepomuceno, SindusAndtritz, Contrex, Instituto JulioSimões, Imetame, InstitutoPreservarte, Instituto Cenibra,Expresso Nepomuceno ePrefeitura Municipal de Aracruz.

FIBRIA

A RT ESÃSPRODUZEMpeçasutilizandod i f e re n t e stécnicasmanuais, comobordado,crochê, pinturae costura

De catadoresde resíduosa parceiros

SANDRA COLA/P6

R ES U LTA D O S

Pa rc e r i aPara o diretor administrativo-fi-

nanceiro da Cooperativa dos Tra-balhadores Rurais e Agricultoresdo Córrego São Domingos, ValdeteJerônimo, os resultados da parce-ria com a Fibria já aparecem.

“Agora temos renda mensal. Aquipegamos o faturamento do mês, ti-ramos as despesas e o dinheiro dofundo de reserva, e dividimos o quesobra em partes iguais. A renda va-ria conforme as atividades do mês,mas temos condição de vida maisdigna.”

SANDRA COLA/P6

Você sabiaO nome do pro-

grama, Espírito dasÁguas, é inspirado nomar, rio e nas riquezas deAracruz. Atualmente, 40artesãs participam dai n i c i at i va .

?

26 c o o p e ra d o sServiços realizados: roçadamanual, roçada mecanizada,desbrota dos plantios,controle de formigas

COOPERATIVA SÃO DOMINGOS

Arte que gera renda

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6 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2016

Es p e c i a l

Qualificação para jovensingressarem no mercado

Morador da comunidade deSantana, em Conceição da Barra,no Norte do Estado, o jovem Je-berson Malvino Cocco sempreviu de perto a operação de colhei-ta de eucalipto na região, mas nãoimaginava que um dia pudesse es-tar no comando de uma das má-quinas que colhem as árvores.

Depois de se inscrever em umprocesso de seleção para fazerum curso de operador de máqui-na florestal, Jeberson foi selecio-nado, fez o treinamento e foi con-tratado pela Fibria.

Hoje ele faz parte da equipe deoperadores de máquinas florestaisda empresa e comanda o Harves-ter, equipamento que colhe o eu-calipto, processa e corta o troncoem partes menores, deixando-opronto para ser transportado até aindústria de celulose, em Aracruz.

Jeberson participou do cursode operador de máquina florestal,oferecido pela Fibria em parceriacom o Serviço Nacional deAprendizagem Industrial (Senai)de São Mateus. Jeberson fez ocurso em 2012 e foi contratadoem 2013.

“Essa oportunidade mudou aminha vida. Antes eu não tinhatrabalho fixo e vivia de fazer bi-cos, mas, depois que fui contrata-do pela Fibria, tudo mudou. Te-nho vida digna e até já pude com-prar casa própria para minha fa-míl ia”, diz ele, que tem esposa edois filhos.

C O M U N I DA D EA localidade de Santana, onde

Jeberson reside, fica situada emárea vizinha às operações da Fi-bria e o curso de operador de má-

SANDRA COLA/P6

E X-A LU N O, Jeberson comanda equipamento que colhe o eucalipto

Parceria com a Ufesfortalece pesquisa capixaba

Uma parceria tecnológicaque já existe há 12 anos en-tre a Universidade Federal

do Espírito Santo (Ufes) e a Fibriavem contribuindo para fortalecera pesquisa, o desenvolvimento tec-nológico da empresa e a formaçãoacadêmica dos alunos da institui-ção de ensino.

A parceria envolve o Centro deCiências Agrárias e Engenharias(CCAE/Ufes), em Jerônimo Mon-teiro, e desde que foi iniciada, járesultou em repasses de quase R$1,5 milhão por parte da Fibria. Aparceria foi renovada e outros R$250 mil serão repassados pela em-presa nos próximos dois anos.

Os recursos são aplicados embolsas de estudo e em projetoscientíficos que contribuem paraimpulsionar o setor de florestasplantadas. Também são importan-tes para fortalecer o conhecimen-to acadêmico nos cursos de gra-duação em Engenharia Florestal eEngenharia Industrial Madeireira,e o curso de pós-graduação emCiências Florestais.

O diretor de Tecnologia e Inova-ção da Fibria, Fernando Bertoluc-ci, disse que o convênio contribuipara a incorporação de novas tec-nologias ao processo produtivoflorestal da empresa. “A parceriaviabilizou a realização de diversaspesquisas científicas, colaborando

UFES

com a formação acadêmica dosalunos e com o desenvolvimentoda ciência e da tecnologia florestalno Espírito Santo”.

O modelo de parceria entre a Fi-bria e a Ufes favorece o desenvol-vimento tecnológico da empresae, ao mesmo tempo, apoia o desen-volvimento de atividades de pes-quisa da universidade. Os repasses

financeiros oriundos desse convê-nio também permitiram melho-rias na estrutura física da institui-ção de ensino, entre elas a transfe-rência de material botânico e derecursos da Fibria para constru-ção do único herbário do sul doEspírito Santo, totalmente digita-lizado e disponível para a comuni-dade científica pela internet.

Fibria apoiauniversidade naformação acadêmicae contribui paraa geração deconhecimento

quina foi uma iniciativa da em-presa para inserir jovens da co-munidade no negócio florestal.

Além do Senai de São Mateus, aparceria também envolve o Senaide Aracruz. A Fibria já contratou14 profissionais que passaram pe-los cursos e outras empresas dosetor florestal também costumamadmitir trabalhadores com esse

NÚMEROS

Resultado daparceria Fibria-Ufes12 anos de convênio

R$ 1,5 milhão re p a ss a d o spela Fibria à Ufes

21 projetos de pesquisad e s e n vo l v i d o s

36 dissertações sobre temasligados ao setor florestal

59 bolsas de pesquisaconcedidas a estudantes

“Es saoportunidade

mudou a minha vida.Até já pude comprarcasa própria para minhafamília”Jeberson Malvino Cocco, operador demáquina florestal

tipo de qualificação.O gerente de Desenvolvimento

Humano e Organizacional da Fi-bria, José Alexandre Monteirodos Santos, explica que os cursossão desenhados pelas institui-

ções parceiras de acordo com arealidade da Fibria, e contribuempara melhorar a empregabilida-de dos jovens das comunidades,além de atender demandas decontratação da empresa.

Es t u d o scontribuempara aprimorarc u l t i vo

A Ufes mantém no Centro deCiências Agrárias e Engenharias(CCAE) laboratórios vinculadosao desenvolvimento tecnológicoda madeira, onde são desenvolvi-das pesquisas em parceria com aFibria, envolvendo atividades re-lacionadas à colheita florestal, er-gonomia, logística florestal, mane-jo, ecofisiologia vegetal e adminis-tração florestal, dentre outras.

O modelo de parceria fortaleceambas as partes, contribuindo pa-ra o desenvolvimento de estudoscientíficos de alta tecnologia ec o m p l ex i d a d e.

Para a Fibria, parcerias cominstituições de ensino são im-portantes para buscar novas tec-nologias e alternativas para tor-nar as florestas mais resistentesa situações desafiadoras, como osurgimento de novas pragas edoenças, as mudanças climáticase o déficit hídrico.

A parceria com a Ufes já resul-tou em vários trabalhos com enfo-que no setor florestal. O gerente deManejo Florestal e Recursos Na-turais da Fibria, Robert Sartório,cita como exemplo o desenvolvi-mento de um sistema de controlede incêndios florestais baseado nouso de substâncias que retardam ofogo. “A solução contribui para mi-nimizar os danos dos incêndiosnos plantios florestais”, disse ele.

“A parceriacontribui para

fortalecer as atividadesde pesquisa e pós-graduação, e naformação de mestres edoutores ”Reinaldo Centoducatte, reitor da Ufes

A UNIVERSIDADE mantém nove laboratórios vinculados aodesenvolvimento tecnológico da madeira, nos quais são realizadaspesquisas em parceria com a Fibria

Page 7: ES P EC I A L · em Aracruz, no Norte do Estado, está sendo abastecida também por madeira adquirida de produtores rurais do Rio Grande do Sul. A car-ga está chegando ao Espírito

VITÓRIA, ES, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2016 ATRIBUNA 7

Es p e c i a l

A unidade da Fibria em Aracruz é a primeiraindústria de celulose no mundo a alcançar amarca de 50 milhões de toneladas de celulose

Bichos à solta entre eucaliptos e nativasOs animais vistos na natureza ge-

ralmente estão em locais que ofere-cem as condições necessárias paraque sobrevivam. Nos últimos me-ses, equipes que atuam em ativida-des de campo nas áreas florestaisda Fibria avistaram ao menos duasvezes exemplares do bicho-pregui-ça da espécie Bradypus variegatusem meio a plantios de eucalipto daempresa, no norte do Espírito San-to. A presença deste e de outros ani-mais atesta que o modelo de mane-jo de plantios da Fibria favorece aconservação da biodiversidade.

O bicho-preguiça é apenas umexemplo, mas a Fibria faz monito-ramentos constantes sobre a bio-diversidade em suas áreas, a fim demelhorar o seu manejo florestal eminimizar eventuais impactos dasatividades que desenvolve. Os mo-nitoramentos envolvem as plantase os animais, aí incluídos aves e

FIBRIA

PREGUIÇA E AVES de várias espécies vivem entre eucaliptos e áreas de preservação

m a m í f e ro s.O modelo de cultivo praticado

pela Fibria é o de mosaicos, que in-tercala o plantio de eucalipto comáreas de preservação, a fim de faci-litar o deslocamento das diversasespécies e oferecer condições ne-cessárias à sua manutenção e re-p ro d u ç ã o.

A Fibria também mantém umaMicrobacia Hidrográfica Experi-mental, numa área de 220 hecta-res, localizada nas proximidadesda unidade industrial da empresa,em Aracruz. Nessa área, foraminstalados equipamentos que mo-nitoram a interação do eucaliptocom o solo, a água, o ar, a fauna e aflora. O objetivo é verificar a inte-ração do manejo florestal da em-presa com o meio ambiente e, senecessário, testar novas práticaspara tornar os plantios cada vezmais sustentáveis.

SAIBA MAIS

Espécies regis-tradas nas áreasda Fibria (atédez/2015 ):

700 ave s132 m a m í f e ro s86 p e i xe s78 ré p t e i s75 anfíbios26 c r u s tá c e o s

SAIBA MAIS

A EMPRESAINICIOU aprodução decelulose noEspírito Santoem 1978,produzindo 400mil toneladasde celulose deeucalipto porano

Curiosidades> SE ENFILEIRADOS, os fardos de celu-

lose equivalentes a 50 milhões de to-neladas produzidas pela Fibria seriamsuficientes para dar quatro voltas emeia na circunferência da Terra.

> AS FOLHAS de celulose produzidas,se colocadas lado a lado, seriam su-ficientes para percorrer 180 vezes adistância da Terra à Lua.

FOTOS: SAGRILO

O dia 11 de dezembro foi his-tórico para a unidade indus-trial da Fibria localizada em

Aracruz (ES): a empresa alcançoua marca de 50 milhões de tonela-das de celulose produzidas, tor-nando-se a primeira indústria dosetor no mundo a alcançar esse pa-tamar. A Fibria é líder mundial naprodução de celulose de eucalipto.

“Esse é um marco de excelênciana nossa história, conquistadocom o esforço e a dedicação denossa equipe, de parceiros e defornecedores. Somos gratos ao tra-balho de todo esse time, que nosenche de orgulho e nos motiva aseguir em frente, mantendo a nos-

sa liderança”, disse o presidente daFibria, Marcelo Castelli.

A empresa iniciou a produção decelulose no Espírito Santo em 1978,com a fábrica A, então projetadapara produzir 400 mil tonela-das/ano de celulose de eucalipto.Desde então, o complexo industrialda empresa ganhou duas outras fá-bricas (a fábrica B e a fábrica C) ehoje tem capacidade para produzir2,3 milhões de toneladas/ano, con-centrando 44% da capacidade deprodução da empresa.

A Fibria também tem fábricasem Jacareí (SP) e em Três Lagoas(MS). Em Eunápolis (BA), man-tém a Veracel em parceria com a

Stora Enso.Para o diretor Industrial da Fi-

bria, Paulo Silveira, a marca inédi-ta alcançada reflete uma históriade pioneirismo. “A empresa sem-pre esteve na vanguarda do setor,buscando a melhor maneira deproduzir com excelência, equilí-brio ambiental e social”, afirma.

Já o gerente geral industrial daFibria Unidade Aracruz, Marcelode Oliveira, destaca que a marca de50 milhões de toneladas produzi-das é referência no Brasil e no ex-terior. “A Fibria é reconhecida pelaqualidade de seu produto e pelacompetência na gestão de proces-sos. Estamos felizes e já buscamoso próximo desafio. Continuare-mos a trabalhar focados, com se-gurança, procurando sempre solu-ções para maior eficiência de nos-sas operações”, diz Oliveira.

Marca inédita no mundoobtida no Espírito Santo

2,3 MILHÕES de toneladas de celulose por ano são produzidas em Aracruz

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8 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2016

Es p e c i a l

Comunidades praticamagricultura sustentávelArte: André Felix

Comunidades rurais do Espí-rito Santo que participamdo Programa de Desenvol-

vimento Rural Territorial (PDRT),iniciativa da Fibria que busca for-talecer a agricultura familiar, vêmadotando técnicas diferenciadas,buscando produzir de forma sus-tentável. Com o apoio da empresa,os agricultores familiares recebemorientação sobre a adoção de téc-nicas de agroecologia em suas pro-p r i e d a d e s.

A agroecologia pressupõe aadoção de técnicas mais na-turais envolvendo iniciativasque favorecem a preservaçãodo meio ambiente.

D I AG N Ó ST I COÉ feito um diagnóstico partici-

pativo, no qual são considerados al-guns aspectos para formalizar a par-ceria, tais como histórico, potenciali-dades e limitações da comunidade.

2 PLANO DET R A NS I Ç Ã O

Em seguida, é elaborado um Plano deTransição Agroecológica (PTA) paraas famílias e para as associações, ini-cialmente com alcance de cinco anos.

3 AS S I ST Ê NC I AT É C N I CA

Então, o trabalho começa a ser de-senvolvido com acompanhamentotécnico e as atividades do Programade Formação Continuada.

4

Como é o sistema Agricultores usam técnicas de agroecologia

CAPTAÇÃO DE ÁGUAOs agricultores são orientados a cons-truir cisternas e caixas secas para ar-mazenar água coletada dos telhadosou de outras fontes distantes dasáreas de plantio.

B I O F E RT I L I Z A N T EAs propriedades também têmespaço destinado à criação degalinhas e porcos para a pro-dução de esterco (biofertili-zante).

COBERTURA DO SOLOAo preparar a roça, recomenda-seque o solo seja coberto de palhadapara evitar a erosão e a evaporaçãorápida da água.

AG R I C U LTO R ES produzem comtécnicas que preservam a natureza

ORGANIZAÇÃO DEAG R I CU LTO R E S

As famílias se organizam em associa-ções e solicitam participar do Progra-ma de Desenvolvimento Rural Territo-rial (PDRT), desenvolvido pela Fibria.

1

S U ST E N TA B I L I DA D EAo aderir ao programa, o agricul-tor prepara sua propriedade paraque a produção seja feita de ma-neira sustentável, com melhoraproveitamento dos espaços e re-cursos naturais, garantindo apreservação do meio ambiente.

PAIOL DESEMENTESFormar bancos de sementescrioulas – aquelas sucessiva-mente cultivadas no própriolocal - é uma estratégia por-que elas guardam em seusgenes a memória das carac-terísticas do solo, do clima,da região e dos cuidados re-cebidos. Isso permite reduziro uso de insumos externos.

CO M E RC I A L I Z A Ç Ã OEm relação aos alimentos, a primeira produ-ção é para garantir a segurança alimentardas famílias. Depois, o acesso a mercadostem se dado por meio de programas governa-

mentais, como o que determina a prefeiturase Estado a compra de parte de produtos damerenda escolar de pequenos agricultores.

Além disso, as famílias são estimuladas atrabalhar em feiras locais, vender para su-

permercados, quilões e quitandas. Outra re-comendação é a formação de estoques desementes, que também podem ser comercia-lizadas entre os grupos de famílias e asso-ciações.

PRESERVAÇÃO DENASCENTES EÁREAS VERDESO sistema adotado ainda prevêque o ambiente de Áreas dePreservação Permanente(APPs) e Reservas Legais se-jam protegidos.

25associações de agricultores

589famílias participantes

OS NÚMEROS NO ES

Merenda, supermercados, feiras e quitandas