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Grad
uaoemC
omunicao|E-comps,
Braslia,
v.1
1,
n.1,
jan./
abr.2008.
www.e-compos.org.br
| E-ISSN 1808-2599 |
Comunicao e espao urbano:entrevista com o antroplogo
rancs Marc AugElane Peixoto e Maria da Conceio Golobovante
ResumoEste texto apresenta a entrevista com o
antroplogo Marc Aug, realizada nacole des
Hautes tudes en Sciences Sociales, Paris,
quando temas como antropologia urbana,
comunicao, globalizao e tendncias atuais
do pensamento antropolgico oram abordados.
Nele, h um brevecurriculum desse importante
pensador e a entrevista na ntegra de Aug,
considerando sua relevncia para as reas da
Comunicao, particularmente no que diz respeito
complexidade das cidades contemporneas.
Palavras-chave
Comunicao. Cultura urbana. Audiovisual.
Cidade contempornea.
A perspectiva interdisciplinar a tnicadominante das pesquisas tericas e empricas
das cincias sociais contemporneas, o
que inspira alguma cautela, pois ato que
boa parte do conhecimento cientico e
universitrio hegemnico historicamente
undada no compartilhamento disciplinar
rgido, sendo reratrio ao hibridismo dos
procedimentos das pesquisas empreendidas
nas ronteiras disciplinares.
O pensamento de Marc Aug acerca de uma
antropologia dos mundos contemporneos
inuenciou sobremaneira as teses escritas
por uma arquiteta e uma publicitria que
tematizaram a cidade e as transormaesengendradas no meio urbano pela lgica do
capital. A publicao desta entrevista na
revista eletrnica da Comps contribui com a
discusso sobre a comunicao e experincia
urbana, pois o autor descreve por via de sua
prpria trajetria o deslocamento de campo
eetuado por sua gerao e tambm por parte
da Antropologia rancesa doallure para o
urbano. No se trata do pensamento augesiano
Elane Peixoto | [email protected] em Estruturas Ambientais e Urbanas pela Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de So Paulo FA-USP.
Proessora do Programa de Ps-graduao em Desenvolvimento
e Planejamento Territorial da Universidade Catlica de Gois UCG.
Maria da Conceio Golobovante | [email protected] em Comunicao e Semitica pela Ponticia Universidade
Catlica de So Paulo PUC-SP. Proessora do Centro
Universitrio Belas Artes e da PUC-SP.
Trabalho apresentado no mbito do Ncleo de Pesquisa Comunicao
e Culturas Urbanas no XXX Congresso Brasileiro de Cincias da
Comunicao INTERCOM, 2007. Traduo aprimorada e revista.
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sedimentado apenas nos livros por ele escritos,
mas de uma expresso espontnea ormulada
para responder ao conjunto de perguntas que
parte de uma questo central: como pensar o
contemporneo, o urbano e a cidade tendo como
elemento central o sujeito que a habita, a produz
e a simboliza? Se, como afrma Aug em seu O
sentido dos outros, o indivduo no seno o
entrecruzamento necessrio, porm varivel,
de um conjunto de relaes (1999, p. 27), em
busca da compreenso sgnica e sensvel desse
entrecruzamento que nos lanamos sempre que
pesquisamos o urbano. Afnal, como ele mesmo
afrma, ao citar Mauss e Lvi-Strauss, com a
linguagem o mundo tornou-se signifcativo, mas
nem por isso melhor conhecido (1999, p. 32).
A captura desse instantneo e a sua divulgaoprocuram transcender a dimenso inormativa da
comunicao, ao propor algo que conere certa
estabilidade a esse entrecruzamento de relaes.
Assim, alm de dar a conhecer e aproximar
as ormulaes de Aug de um pblico maior,
objetiva-se pr em relevo o vnculo construdo
entre seu pensamento e sua postura tica, onte
de inspirao para essas pesquisadoras que
conviveram com antroplogos de uma gerao
humanista por excelncia.
Sobre Marc Aug
Marc Aug antroplogo e aricanista, tendo
realizado pesquisas na Costa do Marfm e no
Togo. Foi presidente da cole des Hautes tudes
en Sciences Sociales (EHESS), no perodo de
1985 a 1995, onde, atualmente, coordena o Centro
de Antropologia dos Mundos Contemporneos. A
partir dos anos 1980, diversifcou seus estudos,
realizando pesquisas na Amrica Latina e
voltando seu interesse para as realidades do
mundo contemporneo, com seus contextos
urbanos, mltiplos e imediatos. Deste interesse
recente, h uma bibliografa que se tornou
reerncia nas cincias sociais so mais de
trinta livros publicados, versando sobre diversos
temas tais como o turismo, os desafos da
antropologia, entre outros.
A entrevista
Marc Aug e Grard Althabe (in memorian) so
os undadores do Centro de Antropologia dos
Mundos Contemporneos que, ligado EHESS deParis, oca a pesquisa das cidades por via de uma
etnologia urbana. Esses autores nos concederam
duas extensas entrevistas em 2002 que, por cinco
anos, fcaram arquivadas em nossas estantes,
mas no em nossas memrias, sendo evocadas,
quando necessrio, em nossas aulas e atividades
de pesquisa. Neste texto, trataremos apenas da
entrevista com Marc Aug, que aconteceu na
sala 401 da sede da EHESS, no clssico endereo
do nmero 54 da Boulevard Raspail. Naquele
dia rio de janeiro, em uma sala de menos de
dez metros quadrados, mobiliada por estantes
de livros, com uma cmera de Mini-DV na mo
e algumas idias na cabea, aguardvamos o
encontro com o autor, que para ns signifcava
um pensamento alm daquele ormulado em
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No-lugares: introduo a uma antropologia
da supermodernidade. A entrevista constituiu
uma oportunidade para o esclarecimento de
questes relativas aos complexos enmenos
que caracterizam o nosso tempo. As perguntas
dirigidas a Aug oram ormuladas aps uma
cuidadosa reviso de suas obras publicadas, o que
se reveste de importncia, tendo em vista que so
poucos os seus livros traduzidos para o portugus
e publicados no Brasil. Nossas reas de ormao,
a Arquitetura e a Comunicao, nos coneriam
uma posio particular diante de temas episteme-
metodolgicos prprios Antropologia e que
permearam a interlocuo com o autor.
Eliane Peixoto e Maria Conceio Golobovante
Gostaramos de iniciar esta entrevista
pedindo ao senhor que se apresentasse,reerindo-se no s a sua ormao acadmica,
mas tambm s obras e autores que
contriburam para seu pensamento.
Marc Aug Originalmente, z meus estudos
em letras clssicas, lagregation, normale
suprieur e um pouco de losoa. Nos anos
1960, os que se consagravam etnologia vinham
sempre de outras reas: da histria, da losoa.Gente da minha gerao, como Emmanuel
Terray, era ormada em campos diversos no
tinham uma ormao especca em etnologia,
a no ser um certicado do Muse de Lhomme.
Lancei-me nesta rea aps ter encontrado
George Balandier, que me orientou para os
estudos aricanistas. Trabalhei pouco tempo
como proessor, antes de ingressar na Orstom um organismo de pesquisa, cujas principais
estaes encontravam-se na rica. Em 1965,
parti para a Costa do Marm, onde permaneci
por 4 ou 5 anos. Na rica trabalhei tambm no
Togo, depois voltei para a Frana, para a cole
des Hautes tudes. Continuei a estudar a rica.
Um pouco depois, conheci a Amrica Latina o
que um percurso clssico para os etnlogos. A
experincia na Amrica Latina, mesmo que no
tenha realizado um trabalho especco, nutriu
minha refexo, pois, hoje, tento azer uma
antropologia mais aplicada dentro de outro
contexto um contexto mundial.
No que diz respeito sua ormao, o
que poderamos considerar a(s) suas(s)
reerncias mais importantes? A passagem do
mundo aricano para o mundo contemporneo?
A rica que conheci no era um continente
separado do mundo e margem da histria.
Reagia ao choque do colonialismo, s operaesde desenvolvimento, entre outras coisas. Nos
anos 70, havia um tipo de otimismo, sob
uma perspectiva marxista e outras, cujo
undo comum era a idia de que os pases
subdesenvolvidos iriam superar suas condies
estado de esprito muito dierente do atual.
Havia, portanto, uma abertura para o mundo.
No encontrei uma rica atemporal, eterna e
primitiva. Era uma rica imersa na histria.
Mais tarde, quando me interessei pelo mundo
do consumo, dos enmenos que marcam a
modernidade atual, eu no tive o sentimento
de ruptura com as minhas pesquisas na rica.
Na verdade, somadas a outras, elas ampliaram
a minha pequena experincia para o mundo,
de orma sistemtica. Alm do mais, a EHESS
possibilitou-me o conhecimento de vrioslugares e, portanto, de tomar conscincia clara
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e de uma orma precoce do contexto mundial,
onde todos os enmenos locais ganham
signicado hoje em dia.
importante ressaltar a experincia de
campo na rica como undamental. Nesse
continente, pude encontrar muitos enmenos
interessantes, que podemos classicar sob
as rubricas de religio, ideologia, doena
etc. Todos eles nos alam da situao atual.
As sociedades estudadas haviam elaborado
modelos de interpretao da individualidade,
das relaes sobre o sexo, havia um sistema
de representao da pessoa muito elaborado.
Os materiais aricanos continham elementos
que alimentam o dilogo com especialistas de
outras reas, como, por exemplo, os psiclogos e
os psicanalistas.
A rica oi uma experincia completa,
histrica e contempornea. Porque nela um
movimento religioso ou poltico-religioso era
uma reao situao contempornea o
que ainda continua: h proetas que alam de
corpos individuais ou da sociedade em geral.
Pressenti na rica que os etnlogos que crem
estudar o passado busca diclima de ato,
so especialistas do presente. O interessante
na experincia etnolgica que os etnlogos
alam do que consideram impuro: o contato, a
relao com a modernidade, a crise da amlia,
o deslocamento de populaes mas isso a
atualidade. Marcel Mauss dizia ser necessrio
estudar os enmenos sociais totais, em todos
os seus aspectos. Estudar a totalidade, hoje,
signica estudar a crise da sociedade e os
novos contextos que lhe conerem sentido. Osetnlogos, enm, estudaram sempre o comeo
e no o m. A iluso a de se estudar as
sociedades que morreram. Na verdade, estuda-
se uma nova sociedade que nasce, ainda em
processo de ajustamento a um novo contexto,
s vezes na dor, em situaes de injustia
enorme que esto longe de serem resolvidas,
isto que observamos. Acredito que, a qualquer
momento, nos daremos conta de que a literatura
etnolgica um testemunho extraordinrio de
um novo mundo em processo de constituio.
Atualmente, ala-se muito de mundializao,
mas o colonialismo e o ps-colonialismo oram
as etapas iniciais desse processo. No undo,
assistimos de nossos lugares o nascimento do
planeta como mundo. um pouco o sentimento
que tive, em uno dos meus deslocamentos:
os grupos humanos esto preocupados com as
mesmas coisas esta uma lio. Outra lio,
depois de minhas experincias aricanas, oi
o privilgio dado a maneiras diversas de meexpressar. Esse interesse deu-se com minha
volta para Paris, quando z pequenos textos,
que se parecem a uma etnologia parisiense, tais
como:A travessia de Luxembourg e Um etnlogo
no metr. necessrio compreender que estes
textos revelam uma preocupao com o mtodo.
Quer dizer que eu me indagava sobre o que seria
o mtier de antroplogo. Para tal, colocava-meno papel do nativo respondendo ao etnlogo.
Imaginava o que responderia se osse indagado
sobre a signicao desta ou daquela coisa
amiliar, por exemplo, o nome de uma estao
de metr se respondesse que o ignorava, o
etnlogo, por mim mesmo representado,
acreditaria que o nativo lhe escondia algo
e no assim, necessariamente. Veriquei,tambm, que as categorias de anlise
etnolgica prestam-se bem a descrever o nosso
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prprio percurso, nas sociedades urbanas.
tambm um exerccio de mtodo para
responder suas perguntas.
Agora, uma pergunta sobre o estilo. ato que
a ormao dos pensadores sociais muito
inuenciada pela literatura e pela flosofa.
O senhor utiliza a expresso etnlogo
romancista para apontar o que seria um
preciosismo estilstico que camuaria a
alta de rigor terico de uma pesquisa.
Reconhecemos, nas leituras de seus textos,
um estilo. Na sua prtica, como se d a
relao entre o rigor cientfco e a busca de
uma escrita?
verdade que sempre tive o gosto pela escrita.
Exprimir algo de tom pessoal, mesmo que seja
da ordem da antropologia e etnologia, passa
por uma expresso mais literria. Parece-me
muito importante, na atualidade, armar
que a antropologia insisto muito no uso do
termo, mais que a etnologia, pelo seu aspecto
comparativo e transversal tem o que dizer
para a anlise do mundo contemporneo.
sua maneira, observando as situaes locais,
o antroplogo trabalha s. A princpio, ele
deve dar conta dos enmenos locais e tambm
de tudo o que novo no contexto. O contexto,de uma parte, o planeta inteiro, um mundo
onde a circulao, a comunicao e o consumo
so privilegiados. No se pode dizer que todos
consomem ou circulam na mesma proporo.
H um sistema de valores, ambientes e um
aparelho tecnolgico que caminham em
paralelo. Foi o que tentei mostrar em No-
lugares: h espaos inditos no mundo atual,justamente os de circulao e consumo, sem
precedentes no sculo anterior.
o que o senhor chama de Mundializao?
Qual a dierena em relao Globalizao?
Sempre houve mundializao e globalizao.
Novo o que entendemos por mundializao o
contexto sempre, hoje, mundial. Os imprios
existiram e eram percebidos, de certa maneira,
como mundo. Agora h uma coincidncia
entre o mundo e o planeta, enquanto corpo
sico. Tomamos conscincia desse ato de
diversas maneiras. necessrio distinguir os
termos. Globalizao sinnima de processos
econmicos, mercado liberal, liberalismo
triunante, depois da derrocada do regime
comunista. tambm a comunicao, por meio
da tecnologia, e sua a ligao intrincada com a
economia. A globalizao, em minha opinio,
apenas um aspecto da mundializao.
H outros, como o que chamaria de
planetarizao, a conscincia planetria que,
por sua vez, tem pelo menos dois aspectos.
Em primeiro lugar, a conscincia de que
pertencemos a um nico planeta. A ecologia
nos ajudou a tomar conscincia desse ato a
partir do momento em que nos preocupamos
com as ameaas provenientes dos buracos
nas camadas de oznio. Estamos alando do
corpo sico do planeta. Um segundo aspecto social. necessrio ver que quanto mais o
mundo se uniormiza, por meio das redes de
comunicao, mais se torna desigual. Os mais
ricos tornam-se cada vez mais ricos e os mais
pobres cada vez mais pobres. uma espcie
de contradio entre essa aparente igualdade
de um lado e desigualdade do outro. Parece-
me que necessrio estar dentro do sistema.Se estivermos ora, nos tornamos objetos da
caridade, das aes humanitrias.
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Nos anos 70, havia aluso linguagem de
desenvolvimento. Hoje, parece-me que h,
ocialmente, a idia de que uma parte do
mundo deve ser objeto de caridade. No creio
que algum possa dizer, seriamente, que o Mali e
o Burandi ascendero a um uturo razovel, ou
a um mesmo status de um pas da Europa ou da
Amrica do Norte.
Esse mesmo raciocnio aplica-se em escala
nacional e local. Por exemplo, em certos pases da
Amrica Latina, h setores bem desenvolvidos que
esto dentro do sistema e h outros que no. Esse
ato acontece tambm nos EUA. Essa diviso entre
o sistema e o resto inscreve-se no espao. Penso
nas cidades sul-americanas porque nelas tudo
mais espetacular.
A evoluo urbana, em geral, assume o
seguinte aspecto: os centros super sosticados
e luxuosos, lugares da alta tecnologia, os
condomnios privados, imveis vigiados
conrontados a um pntano de misria, o que
reorado pela migrao da populao rural
para a perieria urbana.
A grande tenso do perodo atual a oposio
entre a globalizao econmica e tecnolgica,
que cobre de redes globais a Terra inteira, e aconscincia de pertencimento ao mesmo planeta,
com os problemas que implica, tanto no aspecto
sico do planeta ou no conjunto da populao.
Trata-se do contraste, portanto, da uniormizao e
da desigualdade. Esta , evidentemente, uma vasta
questo, cujos eeitos podemos observar localmente.
este o contexto atual e, portanto, necessrio ter
conscincia para observar as coisas.
Do lado da globalizao, o que me interessa,
ultimamente, o sistema de imagens: da
televiso, do simulacro, da espetacularizao,
do qual o turismo um exemplo, no universo
urbano. Esse universo de imagens... Parece-me
haver bons aspectos dessa questo: um que se
destina aos indivduos, enquanto tal quando
se olha a televiso, por exemplo, um espectador
solitrio diante das imagens tem a iluso de
estabelecer uma relao. H, ento, algo que
dessimboliza a sociedade em proveito de um
imaginrio pobre de um tipo de relao entre
o indivduo e o refexo. Isso corresponde a umaorma de arranjo do mundo em espetculo,
do qual temos inmeros exemplos: os parques
temticos, a Disneylndia. H tambm a
relao entre uma parte da humanidade e a
outra. Porque o turismo , essencialmente,
uma parte da humanidade que olha a outra
como espetculo. Seja porque privilegiamos
o espetculo natural, ignorando a gente queest no entorno, seja pelo aspecto olclrico
e caricatural. O ato que lugares de co,
no modelo de Las Vegas, existem em todo o
mundo. O turismo no , como regra geral, a
descoberta no estou me opondo ao turista;
estamos todos no mesmo barco. Mas h uma
atividade para olhar os outros como para ter
iluses, imagens alsas, muito parciais, que
nos do impresso de descobrir o mundo o
que um eeito muito perverso.
Aqui o senhor se aproxima dos pensamentos de
autores como Jean Baudrillard e Paul Virilio?
Na essncia, a sua crtica em relao a esses
enmenos converge com a desses autores?
verdade que me sinto, comparado a Virilio
e Baudrillard, mais otimista. um otimismorelativo. Meu sentimento proundo o de que
a Histria no est terminada. H um terreno
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de luta, h contradies, h, em longo termo, a
continuidade da histria, as coisas vo mudar.
Sou hostil rmula de Fukuyama1 de que a
histria est concluda. Em outras palavras,
ele quer dizer que no h outra rmula seno
a combinao entre a democracia liberal
representativa e a economia de mercado.
certo que em muitos pases essa rmula no
corresponde a suas realidades. H, portanto, a
violncia e a contradio em potncia.
Meu otimismo relativo porque creio que haver
muita violncia no mundo. E diria isto antes
do atentado de Nova York. A violncia parte
da histria, eu no sou violento, eu no apelo
violncia. Mas esse um ato que se observa na
histria. H mais violncia no mundo hoje do que
jamais houve ela mais ecaz, porque temos os
meios melhores e mais perormticos de exerc-la.
Esse sistema de tempo, o mundo global e o
mundo residual no podem escapar histria:
inverso de situao. Estou convencido de que
haver uma histria e penso ser til um mnimo
de ao poltica, para lembrar certos princpios
se o que nos interessa verdadeiramente o
conhecimento e a cincia, se o que nos interessa
, de uma parte, a explorao do espao e, deoutra parte, o conhecimento dos mecanismos
da vida. A questo da diviso da pobreza e da
riqueza entre a humanidade derrisria.
evidente que no podemos dispensar nossas
energias tentando destruir os mais pobres em
proveito dos mais ricos. So questes que devem
ser reguladas. O bom senso no se impe jamais
seno atravs dos processos histricos.
Creio que Virilio e Baudrillard so mais
apressados quando comparados a mim para
alar de um m mais apocalptico o que no
um m da histria, mas um tipo de m do
mundo. No acredito no m do mundo, nem no
m da histria. O que me aborrece que um dia
vou desaparecer e no saberei a seqncia desta
histria mas no serei o nico.
O conceito de cidade genrica, ormulado por
Rem Koolhaas2, permite uma aproximao
com o de no-lugares, de sua autoria. Em
que medida o senhor se posicionaria em
relao a este autor? Quais seriam os pontos
convergentes e divergentes?
Koolhaas me interessou pela orma como alouda cidade genrica. Ele prprio realiza a
cidade genrica. muito dicil saber, quando
o ouvimos alar, ou quando o lemos, se sua
linguagem cnica ou no: ser que ele realiza
apenas o que podemos hoje? Ser que se
posiciona a avor desta realidade... no sei, no
li tudo o que ele escreveu, mas em seus textos,
h um tipo de ambigidade. Estou de acordocom ele, no que tange distino entre cidade
genrica e histrica complementando o que
ele prprio j disse a cidade histrica tende a
tornar-se, ela prpria, genrica. sobre o que
trabalho, neste momento, com Gerard Althabe3.
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1 O artigo de Fukuyama, com o ttulo The end o history apareceu em 1989, na revista norte-americana The national interest.Em 1992, Fukuyama lanou o livro The end o history and the last man, editado no Brasil com o ttulo O fm da histria e o ltimo
homem, trad. Aulyde Soares Rodrigues. Rio de janeiro: Rocco, 1992.
2 KOOLHAAS, Rem. Mutation. Bordeaux: Arc em rev, 2001.
3 Gerard Althabe (1932-2004). Na poca, ele dirigia junto com Marc Aug o Centro de Estudos dos Mundos Contemporneos.
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O lado histrico das cidades rancesas, a cada
dia, torna-se objeto de espetculo, espaos
muito protegidos para os turistas. Dito de outra
orma, acredito que a urbanizao do mundo
tende vulgarizao da cidade genrica. O
caso de Paris muito interessante porque
aparentemente uma resistncia. H em Paris
os enmenos, como as eiras, que do a sensao
de vida da cidade, mas muito relativo.
Paris, como o resto, assemelha-se ao mundo.
inelutvel quando mudamos de escala, hpontos demarcveis no mundo que pertencem ao
mundo, ao mesmo planeta.
Em arquitetura, o programa de necessidades
parte do momento conceitual do edicio.
Ele ormado por uma diversidade de
camadas que variam entre as preocupaes
de ordem uncional-tecnolgica a outras
de ordem simblica. Na leitura de seus
textos, percebemos uma grande ateno
arquitetura, privilegiada pela descrio de
suas caractersticas sicas. Em que medida
sua ormao de antroplogo contribui em
suas descries?
O encontro com os arquitetos no oi
premeditado. verdade que os antroplogos se
interessam pelo papel demirgico dos arquitetose pela sua capacidade, em aparncia, de
transormar o espao o que ascinante. Tive
a oportunidade de encontrar esses prossionais,
aps ter escrito os No-lugares. No imaginava
que esse texto pudesse interessar aos arquitetos e
artistas. Sem dvida, eles a encontram questes
atuais, sobre as quais tambm refetiam. A
primeira coisa que me interessou, no casodos arquitetos, que eu estava em oposio
simtrica a eles. No undo, tanto os arquitetos
quanto os etnlogos esto interessados na
relao do espao e da sociedade. E isso
undamental, gente como os arquitetos Priste
e Valode me interessaram. Fiz um pequeno
trabalho sobre a obra deles. Eles zeram
muita arquitetura industrial. interessante
vericar como as relaes de trabalho oram
pensadas para um grupo como a Lreal. Hoje,
a arquitetura parece propor questes muito
interessantes, porque est ligada urbanizao
do planeta. H os eventos arquitetnicos,na escala do planeta: a pirmide de Pei, o
Gugenheim de Bilbao, enm, acontecimentos
que reverberam em escala planetria. Tudo
interessa ao antroplogo pelo ato de que o
imaginrio e a imaginao so seus objetos
clssicos. Assim, as criaes da arquitetura e
a progresso das cidades da mesma orma que
as imagens da televiso entram no imaginriocontemporneo elas so, portanto, bons
objetos de observao.
Nesse contexto, como o senhor percebe e
articula as dierenas entre os domnios do
simblico e do imaginrio para as leituras que
az dos mundos contemporneos?
H dierena entre o simblico e o imaginrio,
mas no posso azer uma exegese de Lacan
e Lvi-Strauss o que seria muito dicil.
Emprego a palavra simblico no sentido
que lhe oi atribudo por Lvi-Strauss. Em
sntese: um sistema de relao, o primeiro
a linguagem implicando os indivduos em
si mesmos. A etnologia estuda as relaes,
portanto o simblico seu sentido. Algumas
vezes, rero-me ao sentido como sentido socialdo ato, no qual essas relaes so pensadas
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pelos seus termos. O imaginrio o produto
da imaginao, podendo reerir-se a contos ou
imagens, por exemplo. A relao imaginria
com as coisas individual. Tenho uma relao
imaginria com o que imagino ou tenho uma
relao imaginria com a imagem. Se vejo
na televiso indivduos que me contam coisas
tenho com eles uma relao imaginria
no sentido de que uma relao que no se
aplica ao outro. dierente em uma pea
de teatro, que pertence ao nosso patrimniocomum, uma tragdia grega, por exemplo, h
uma convergncia de imaginao em direo
a algo comum que nos diz determinada
coisa. H um elo entre os que compartilham
esse momento. O que me parece importante
a relao entre o imaginrio individual e
o imaginrio coletivo e entre o imaginrio
coletivo e o simblico. O imaginriosimblico a relao explcita entre uns e
outros e o imaginrio coletivo o produto
de uma imaginao partilhada, o mito,
por exemplo. E depois temos o imaginrio
individual o que de cada um que pode se
dar na individualidade.
O senhor escolhe D. Juan como o anti-heri
antropolgico, descrevendo-o como o indivduo
absoluto que recusa todas as convenes
sociais e todos os parmetros etnolgicos: a
fliao, a aliana, a religio, a memria, j
que D. Juan s amava no amor seu nascimento,
isto , seu prprio renascimento. Em que
mediada podemos relacionar essa fgura como
uma pr-elaborao do conceito de no-
lugares4?
Don Juan um personagem, um heri pelo
qual sempre tive simpatia. Principalmente
pelo Don Juan de Molire, porque ele busca as
coisas e reuta os valores estabelecidos. Ele no
se explica nos termos do cinismo. o amor
humanidade. Ele parece pregurar o sculo
XVIII. Tudo aquilo em que eu amaria crer: a
liberdade do indivduo, a solidariedade, e, para
evocar a divisa revolucionria, a raternidade.
Fundamentalmente, certa igualdade ace
morte. um personagem que me ascinapor sua relao com o tempo. Porque, bem
entendido, ele inel, mas el a si prprio,
aquilo que o atrai o novo. De certa maneira,
podemos imaginar que ele experimenta sempre
a mesma coisa o que chama o charme das
inclinaes nascentes quando se apaixona.
uma espcie de vacilo, de rmito, de sair
de si prprio. Se pensarmos em termos dessecomeo, um homem que nunca renuncia.
Cada vez que ele repete, ele recomea. Nesse
sentido, ele verdadeiramente um mito. um
mito moderno? Sim, acredito ser um mito do
indivduo, no sculo XVIII. O que ele teria a ver
com a supermodernidade ou a poca atual:
ns poderamos relacion-lo ao consumidor
compulsivo, mas isso me desagradaria,
pois tenho simpatia por ele mas, uma
interpretao possvel. Creio que, se Don Juan
de Molire vivesse hoje, ele no tomaria as coisas
seriamente, seria o sacrilgio, o sacrilgio.
Portanto, diante do culto do consumo, diante
das evidncias que nos acenam ao longo do
tempo, atravs da mdia, creio que D.Juan no
seria o homem do consumo. Eu imaginaria o
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4 Do livro Travessia de Luxembourg, p. 38.
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D. Juan de hoje como capaz de democratizar
o que estamos habituados. Ele procuraria o
verdadeiro rito, o rito que pode inaugurar e
abrir as coisas. Porque D. Juan no o homem
da repetio simplesmente. Ele no recua
jamais. Seria um suicida desesperado ns o
podemos direcionar para muitas coisas, j que
um personagem de teatro. Ele no teria medo de
enrentar aquilo em que no cr.
Bibliografa de Marc Aug
AUGE, Marc. Le Rivage alladian. Paris: ORSTOM, 1969.
_____. Thorie des pouvoirs et idologie. Paris :
Herman, 1975.
_____. Pouvoirs de vie, pouvoirs de mort. Paris :
Flammarion, 1977.
_____. Symbole, onction, histoire. Paris: Hachette
Littrature, 1979.
_____. Gnie du Paganisme. Paris: Gallimard, 1982.
_____. La traverse du Luxembourg. Paris: Hachette
Littrature, 1985.
_____. Un ethnologue dans le mtro. Paris: Rivages 1986.
_____. Non-Lieux: introduction une anthropologie
de la surmodernit. Paris: Le Seuil, 1992.
_____. Le sens des autres. Paris: Fayard, 1994.
_____. Domaines et chteaux. Paris: Seuil, 1992.
_____. Pour une anthropologie des mondes
contemporains. Paris: Flammarion, 1999.
_____. Paris, annes trente. Paris: Hazan, 1996.
_____. Limpossible voyage: le tourisme et ses images.
Paris: Payot & Rivages, 1997.
_____. Fictions fn de sicle. Paris: Fayard, 2000.
_____. Les ormes de loubli. Paris: Rivages, 2001.
_____. Journal de guerre.Paris: Galile, 2003.
_____. Le temps en ruines. Paris: Galile, 2003.
_____. Pour quoi vivons-nous? Paris: Fayard, 2003.
Obras publicadas em portugus
AUG, Marc. No-lugares: introduo a uma
antropologia da supermodernidade. So Paulo:
Papirus, 1994.
_____. O sentido dos outros. Petrpolis: Vozes, 1999.
_____. Por uma antropologia dos mundos
contemporneos. Paris: Bertrand Brasil, 1997.
_____.A construo do mundo: religio,
representaes, ideologia. Lisboa: Edio 70. (Col.
Perspectivas do homem).
_____. Os domnios do parentesco: fliao, aliana
matrimonial, residncia. Lisboa: Edio 70. (Col.
Perspectivas do homem).
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Comunication and urban space:
interview with the Frenchanthropologist Marc Aug
Abstract
This text presents the interview with the
anthropologist Marc Aug, held atcole des
Hautes tudes en Sciences Sociales , Paris, when
topics like urban anthropology, communication,
globalization, and todays tendencies o the
anthropological thinking were discussed. There
is also a briecurriculum vitae o this important
thinker and the complete interview, taking intoconsideration his relevance to the Communication
area, specially concerning the complexity o the
contemporary cities.
Keywords
Communication. Urban culture. Audiovisual.
Contemporary city.
Comunicacin y espacio urbano:
entrevista al antroplogofrancs Marc Aug
Resumen
Este texto presenta la entrevista con el antroplogo
Marc Aug, que se realiz en lacole des Hautes
en Sciences Sociales, Pars, cuando se abordaron
temas como antropologa urbana, comunicacin,
globalizacin y tendencias actuales del pensamiento
antropolgico. Adems de la entrevista ntegra con
Aug, hay aqu un brevecurrculum vtae de ese
importante pensador, considerndose su relevanciapara las reas de Comunicacin, particularmente
respecto a la complejidad de las ciudades
contemporneas.
Palabras clave
Comunicacin. Cultura urbana. Audiovisual.
Ciudad contempornea.
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Recebido em:20 de setembro de 2008
Aceito em:1o de outubro de 2008
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COMISSO EDITORIAL
Ana Gruszynski | Universidade Federal do Rio Grande do Sul, BrasilJoo Freire Filho | Universidade Federal do Rio de Janeiro, BrasilRose Melo Rocha | Escola Superior de Propaganda e Marketing, Brasil
CONSULTORES AD HOC
Bianca Freire-Medeiros | Fundao Getulio Vargas, BrasilJosimey Costa da Silva | Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil Maria Conceio Golobovante | Ponticia Universidade Catlica de So Paulo, BrasilMarlyvan Moraes de Alencar | Centro Universitrio SENAC-SP, BrasilMiriam de Souza Rossini | Universidade Federal do Rio Grande do Sul, BrasilPaulo Ribeiro | Ponticia Universidade Catlica do Rio de Janeiro, Brasil
Rita Alves de Oliveira | Centro Universitrio SENAC, BrasilREVISO DE TEXTO E TRADUO | Everton Cardoso
ASSISTNCIA EDITORIAL E EDITORAO ELETRNICA | Raquel Castedo
CONSELHO EDITORIAL
Afonso AlbuquerqueUniversidade Federal Fluminense, Brasil
Alberto Carlos Augusto KleinUniversidade Estadual de Londrina, Brasil
Alex Fernando Teixeira PrimoUniversidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
Alfredo VizeuUniversidade Federal de Pernambuco, Brasil
Ana Carolina Damboriarena EscosteguyPonticia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, Brasil
Ana Silvia Lopes Davi MdolaUniversidade Estadual Paulista, Brasil
Andr Luiz Martins LemosUniversidade Federal da Bahia, Brasil
ngela Freire PrysthonUniversidade Federal de Pernambuco, Brasil
Antnio Fausto NetoUniversidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil
Antonio Carlos HohlfeldtPonticia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, Brasil
Arlindo Ribeiro MachadoUniversidade de So Paulo, Brasil
Csar Geraldo GuimaresUniversidade Federal de Minas Gerais, Brasil
Cristiane Freitas GutfreindPonticia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, Brasil
Denilson LopesUniversidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil
Eduardo Peuela CaizalUniversidade Paulista, Brasil
Erick Felinto de OliveiraUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil
Francisco Menezes MartinsUniversidade Tuiuti do Paran, Brasil
Gelson SantanaUniversidade Anhembi/Morumbi, Brasil
Hector OspinaUniversidad de Manizales, Colmbia
Ieda TuchermanUniversidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil
Itania Maria Mota GomesUniversidade Federal da Bahia, Brasil
Janice Caiafa
Universidade Federal do Rio de Janeiro, BrasilJeder Silveira Janotti JuniorUniversidade Federal da Bahia, Brasil
ExpedienteA revista E-Comps a publicao cientfca em ormato eletrnico da
Associao Nacional dos Programas de Ps-Graduao em Comunicao(Comps). Lanada em 2004, tem como principal fnalidade diundir aproduo acadmica de pesquisadores da rea de Comunicao, inseridos
em instituies do Brasil e do exterior.
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Revista da Associao Nacional dos Programas
de Ps-Graduao em Comunicao.Braslia, v.11, n.1, jan./abr. 2008.A identifcao das edies, a partir de 2008,
passa a ser volume anual com trs nmeros.
John DH DowningUniversity o Texas at Austin, Estados Unidos
Jos Luiz Aidar PradoPonticia Universidade Catlica de So Paulo, Brasil
Jos Luiz Warren Jardim Gomes BragaUniversidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil
Juremir Machado da SilvaPonticia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, Brasil
Lorraine LeuUniversity o Bristol, Gr-Bretanha
Luiz Claudio MartinoUniversidade de Braslia, Brasil
Maria Immacolata Vassallo de LopesUniversidade de So Paulo, Brasil
Maria Lucia SantaellaPonticia Universidade Catlica de So Paulo, Brasil
Mauro Pereira PortoTulane University, Estados Unidos
Muniz Sodre de Araujo CabralUniversidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil
Nilda Aparecida JacksUniversidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
Paulo Roberto Gibaldi VazUniversidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil
Renato Cordeiro GomesPonticia Universidade Catlica do Rio de Janeiro, Brasil
Ronaldo George HelalUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil
Rosana de Lima SoaresUniversidade de So Paulo, Brasil
Rossana ReguilloInstituto Tecnolgico y de Estudios Superiores do Occidente, Mxico
Rousiley Celi Moreira MaiaUniversidade Federal de Minas Gerais, Brasil
Sebastio Carlos de Morais SquirraUniversidade Metodista de So Paulo, Brasil
Simone Maria Andrade Pereira de SUniversidade Federal Fluminense, Brasil
Suzete VenturelliUniversidade de Braslia, Brasil
Valrio Cruz BrittosUniversidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil
Veneza Mayora Ronsini
Universidade Federal de Santa Maria, BrasilVera Regina Veiga FranaUniversidade Federal de Minas Gerais, Brasil
COMPS| www.compos.org.brAssociao Nacional dos Programas de Ps-Graduao em Comunicao
PresidenteErick Felinto de OliveiraUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil
Vice-presidente
Ana Silvia Lopes Davi MdolaUniversidade Estadual Paulista, Brasil
Secretria-GeralDenize Correa Arajo
Universidade Tuiuti do Paran, [email protected]