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Ed 47 Jul/Ago 2015

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Diretoria

Presidente:Domingos MartinsVice-presidente:Claudio de Oliveira Secretário: Olavio Lepper Tesoureiro:João Roberto Welter Suplentes:Luiz Adalberto Stabile Benicio, Ciliomar Tortola,Vallter Pitol e Roberto KaeferConselheiros fiscais Efetivos:Paulo Cesar Massaro Thibes Cordeiro,Dilvo Grolli e Edno GuimarãesSuplentes:Rogerio Wagner Martini Gonçalves, Celio Batista Martins Filho e Marcos Aparecido BatistaDelegados representantes efetivos:Domingos Martins e Luiz Adalberto Stabile BenicioSuplentes:Ciliomar Tortola e Paulo Cesar Massaro Thibes Cordeiro

Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná

Av. Cândido de Abreu, 140 - Salas 303/304 Curitiba/PR - CEP: 80.530-901Tel.: 41 3224-8737 | sindiavipar.com.br [email protected]

Ed. nº 47 - Jul/Ago 2015

As matérias desta publicação podem ser reproduzidas, desde que citadas as fontes.

Diz a sabedoria popular que das dificuldades nascem as oportunida-des. E no caso da avicultura brasileira, esse ensinamento tem sido compro-vado todos os dias. Em um momento de fragilidade da economia brasileira, o primeiro semestre da indústria avícola nacional não apenas cresceu como bateu recordes.

E mais do que o aumento de volume de exportação ou de produção, a avicultura também está gerando mais empregos. Conforme você confere a partir da página 24 desta edição da revista Avicultura do Paraná, a melhora tem sido distribuída ao longo de toda a cadeia produtiva.

Esses resultados têm sido atingidos graças ao excelente trabalho de conquistas de novos mercados, tão bem desempenhado pela ABPA e pela manutenção do status sanitário do produto brasileiro, que produz uma carne de frango com qualidade imbatível no mundo. Não à toa, o Brasil continua for-necendo um produto livre de quaisquer enfermidades enquanto os Estados Unidos sofrem com o recente surto de gripe aviária.

Para que a atividade possa continuar se expandindo, é importante que não percamos de vista o rigor com os processos de sanidade e de que não seja-mos ainda mais penalizados com os reajus-tes tarifários incessantes. Somente assim a avicultura continuará a desempenhar o seu papel: o de melhorar a vida de milhares de brasileiros e paranaenses.

Uma boa leitura e um abraço.Se você tem alguma sugestão, crítica, dúvida ou deseja anunciar na revista Avicultura do Paraná, escreva para nós:[email protected].

Força evidente

Fale conosco

Domingos MartinsPresidente do Sindiavipar

Editorial

Expediente

Produção:

Centro de Comunicação

centrodecomunicacao.com.br

Jornalista responsável:

Guilherme Vieira (MTB-PR: 1794)

Colaboração:

Allan Oliveira, Bruna Robassa,

Camila Castro, Camila Tsubauchi,

Gabriela Titon, Giórgia Gschwendtner,

Isabelle Kolb, Isadora Nicastro

e Lucas Sales.

Design e diagramação:

Cleber Brito

Comunicação e Marketing:

Mônica Fukuoka

Impressão:

Maxi Gráfica

selo SFC

Foto

: Si

nd

iavi

par

Page 5: Ed 47 Jul/Ago 2015

Agenda..................................................06

Observatório........................................06

Sindiavipar..........................................08

Radar.................................................10

Entrevista............................12

Fiep......................................................14

Grupo Vibra..........................................16

Sustentabilidade................................18

Insumos.................................................20

Bem-estar..........................................22

Capa.....................................24

Artigo técnico......................28

Energia..................................................32

Sanidade..............................34

Associados............................................36

Mercado externo.................................38

ABPA....................................................40

Mito ou verdade..................................42

Debates................................................46

Notas e registros..................................48

Estatísticas...........................................50

34

ÁGIDE MENEGUETTEO Paraná trabalha para ser reconhe-cido como área livre de febre aftosa sem vacinação até maio de 2017. Para o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, a certificação é importante para que o estado consiga alcançar novos mer-cados e preços melhores.

12 Entrevista

28 Artigo técnico

Seções

Sanidade

SEM CRISEAinda que penalizada com diver-sos reajustes em seus insumos de produção, a indústria avícola teve um primeiro semestre histórico em 2015. Especificamente no Paraná, o estado já responde por 35% das exportações.

24 Capa

OPORTUNIDADECom um produto avícola alta-mente competitivo, o Brasil pode avançar ainda mais e até mesmo conquistar parte do mercado norte-americano devido aos recente surtos de gripe aviária.

MELHORANDO A PERFORMANCEPara que o produtor de frango de corte consiga expressar o potencial fornecido pela genética e aprovei-tar ao máximo todos os nutrientes presentes no alimento, é importan-tíssimo que se tenha em mente que uma gama de controles é necessária.

Page 6: Ed 47 Jul/Ago 2015

6 | sindiavipar.com.br

Data: 15 a 19 de fevereiro de 2016Local: BR 277 KM 577 – Cascavel (PR)Realização: Coopavel Informações: (45) 3225-6885Site: showrural.com.br

Show Rural Coopavel 2016

Data: 22 e 23 de setembroLocal: Hotel Deville Express – Cascavel (PR)Realização: Facta Informações: (19) 3243-6555Site: facta.org.br/cursoambiencia

Curso Facta Ambiência e Bem-Estar

Data: 2 a 4 de agosto de 2016Local: Curitiba (PR)Realização: Koelnmesse Site: anutecbrazil.com.brInformações: (41) 3068-0102

Anutec Brazil 2016

Data: 11 a 14 de novembroLocal: Hannover - Alemanha Realização: AHK - Deustsch - Câmara de Comércio e Indústria Brasil-AlemanhaInformações: (49 69) 2478 - 8265Site: eurotier.de

Eurotier 2015

Quer divulgar seu evento aqui? Entre em contato conosco pelo e-mail

[email protected] ou ligue (41) 3224-8737.

Agenda

O mercado da

carne de frango tem regis-

trado crescimento acentuado no merca-

do interno. Um dos motivos é a elevação do preço da carne

bovina no primeiro semestre. Com o aumento, o consumi-

dor recorre às carnes suína e de frango como alternativa.

Consumo defrango cresce

A Associação Brasileira de Proteína Ani-

mal (ABPA) viajou para o Taiwan com o objetivo

de negociar a abertura dos portos do país para a

carne de frango brasileira. Além de reuniões com

o governo taiwanês, o vice-presidente da ABPA

também se reuniu com empresários do ramo

para apresentar a capacidade brasileira para

atender esse mercado.

Essa foi a segunda reunião da associação

no país em menos de um ano. A iniciativa faz par-

te de um plano do Governo Federal de expansão

do comércio internacional. Dentro desse plano,

já foram fechados acordos de exportação da car-

ne de frango com o Paquistão e a Malásia.

Brasil tenta abrir mercado de Taiwan

Page 7: Ed 47 Jul/Ago 2015

Observatório

O Porto de Paranaguá bateu o recorde diário de produtividade. Um dos três berços do Corredor de

Exportação do terminal, o berço 214, alcançou embarque de 50,5 mil toneladas de soja. Os shiploaders atin-

giram produção efetiva de 1,206 mil toneladas por hora. O recorde anterior era de 44 mil toneladas. O na-

vio Krousson, que possui

capacidade total de 63,5

mil toneladas, recebeu o

carregamento recorde.

O complexo do

Corredor de Exportação

produziu 99 mil tonela-

das no período, somados

os três berços que esco-

am soja, farelo, milho e

trigo. Segundo estimati-

vas da Administração dos

Portos de Paranaguá e

Antonina (Appa), os ber-

ços devem alcançar 6,8

milhões de toneladas de

grãos de junho a agosto

de 2015.

Porto de Paranaguá bate recorde

As cooperativas Cocari, de Mandaguari, e a Aurora, Chapecó (SC), anunciaram acordo

de intercooperação. A Cocari passa a integrar o quadro social da Aurora que conta, a partir de

agora, com 13 cooperativas filiadas. Por sua vez, a Aurora assume a unidade de aves e a fábrica

de rações da Cocari, ambas localizadas em Mandaguari. A unidade industrial de frango de corte

abate 140 mil cabeças/dia, mas tem capacidade instalada de 180 mil/dia, que será atingida ainda

neste ano pela nova operadora. A unidade de nutrição animal, por outro lado, processa 60 tone-

ladas/hora de rações. (Leia mais na página 24).

Aurora e Cocari juntam forças

Page 8: Ed 47 Jul/Ago 2015

8 | sindiavipar.com.br8 | sindiavipar.com.br8 | sindiavipar.com.br

Mais informações: sindiavipar.com.br | (41) 3224-8737

Com o objetivo de implementar a NR 36 em seu abatedouro, o Grupo Pioneiro fechou um acordo com o

Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para

aplicação de recursos e ações que irão adequar o frigorífico nos termos da norma regulamentadora. “Uma equipe

do Sesi está na empresa exclusivamente para nos ajudar com o check list e atividades que serão realizadas para

aplicação correta da NR 36 na Frangos Pioneiro. Ao final do projeto, ainda será publicado um manual que servirá

de base para outros frigoríficos que tiverem dúvida na implementação da norma regulamentadora”, conta Renato

Módolo Júnior, gerente de Recursos Humanos do Grupo Pioneiro.

Desde o início de junho, o projeto está sendo desenvolvido por Roberto Micó da Costa, engenheiro

eletrônico do Sesi, em conjunto com os setores de produção, manutenção e segurança do trabalho da Frangos

Pioneiro. “O Sesi tem um know how muito grande e o trabalho em conjunto vem somar a todos os trabalhos

que já desenvolvemos dentro da empresa”, comenta Carlos Júnior Silveira, gestor de Segurança do Trabalho

do Grupo Pioneiro.

Benefícios para os associados

Associe-se! Porque juntos somos mais fortes!

Page 9: Ed 47 Jul/Ago 2015

9sindiavipar.com.br | 9sindiavipar.com.br | 9sindiavipar.com.br |

Defesa agropecuária e seguro rural são os dois assuntos destacados como prioridade entre as

ações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No dia 23 de junho, a Ministra Kátia

Abreu esteve em Curitiba, na sede do Sistema Ocepar, para apresentar o Plano Agrícola e Pecuário (PAP)

da safra 2015/16. De acordo com a ministra, esses são alguns dos pontos mais importantes desde seu

ingresso no Ministério da Agricultura

e, por isso, se compromete, junto aos

produtores, a colocar o Brasil entre os

cinco países do mundo considerados

como referência nos assuntos. O dire-

tor executivo do Sindicato das Indús-

trias de Produtos Avícolas do Estado

do Paraná (Sindiavipar), Icaro Fiechter,

compareceu ao evento junto de outros

participantes como autoridades polí-

ticas, parlamentares, líderes coorpora-

tivos e do agronegócio e representan-

tes de diversas entidades.

Sindiavipar participa de reunião com ministra Kátia Abreu

Com o objetivo de atuar pela defesa dos interesses da indústria, o

Sindiavipar enviou um ofício para o Senado Federal expondo o seu posicio-

namento a respeito do Projeto de Lei n° 863/2015, que tratou da preservação

da atual alíquota de 1% de desoneração de custos para o setor alimentício.

O Sindicato esteve presente também em reunião que selou a de-

cisão a respeito da Lei da Integração, atualmente em tramitação na Câma-

ra dos Deputados. Ao final de um amplo debate, ficou consentida a cons-

trução de um valor de referência para a remuneração do integrado, que

será definido pela Comissão de Acompanhamento, Desenvolvimento e

Conciliação da Integração (Cadec) em cada unidade industrial integrada.

Da mesma forma, fica de competência do Fórum Nacional de Integração

da Agroindústria (Foniagro), a ser criado por lei, a constituição de grupo

de trabalho que estabelecerá a metodologia para o cálculo do valor de

referência para a remuneração do integrado.

Ofícios para Brasília

Page 10: Ed 47 Jul/Ago 2015

10 | sindiavipar.com.br

Radar

Nosso governoapoia os

investimentos e garante condições

para que as cooperativas

paranaenses cresçam e criem empregos e

gerem renda

Beto Richa, governador do Paraná em referência ao Dia Internacional

do Cooperativismo

Como o maiorprodutor do aquecimentoterrestre é o combustível fóssil, a saída são os renováveis. A decisão neste sentido está correta. O que é preciso é acelerar os investimentos

Antônio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda

Se o Brasil quisercontinuar na

liderança mundial nesse setor, tem de pensar não só

em genética mastambém no uso

racional da águaJosé Renato Bouças Faria,

chefe-geral da Embrapa Soja

O frango é mais competitivo

e tem apelo saudável. Acreditamos que ele tem

uma oportunidadede inovação grande

Gilberto Tomazoni,presidente da JBS Foods

Já é possível identificar novas tendências, como o crescimentoda pecuária, setor que agrega mais valor aos grãos. Ele é mais

estável e compensa as possíveis quedas verificadas naprodução de grãos por causa do clima

Carlos Hugo Godinho, chefe da divisão de Estatística do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (Seab-PR)

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Entrevista

Benefícios indiretosParaná trabalha para obter reconhecimento de zona livre de febre aftosa sem vacinação até 2017

O efeito do reconhecimento do Paraná como área

livre sem vacinação é multiplicador com beneficios

econômicos e sociais na suinocultura,

avicultura, bovinocultura de leite

e de corte

Com a meta de que o Brasil

seja reconhecido área livre de fe-

bre aftosa sem vacinação até 2025,

conforme definida pelo Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abaste-

cimento (Mapa), o Paraná trabalha

para avançar no combate à doença,

com expectativa de que o reconhe-

cimento seja concedido pela Orga-

nização Mundial de Saúde Animal

(OIE) até maio de 2017. Para o pre-

sidente da Federação da Agricultura

do Estado do Paraná (Faep), Ágide

Meneguette, a certificação é im-

portante para que o estado consiga

alcançar novos mercados e preços

melhores, beneficiando toda a agro-

pecuária paranaense.

Avicultura do Paraná: Como se dá o processo de obtenção do reconhecimento internacio-nal de área livre de febre afto-sa sem vacinação pela OIE?

Ágide Meneguette: Para

chegar ao estágio de livre de febre

aftosa sem vacinação é necessário

cumprir uma agenda para o triênio

2015/2016/2017 com medidas na

estrutura física e de recursos huma-

nos na área de sanidade animal e

vegetal. São protocolos e normas in-

ternacionais auditadas pelo Mapa e

pela OIE. O processo se inicia com um

pedido oficial da Agência de Defesa

Agropecuária do Paraná (Adapar) ao

Mapa para suspender a vacinação.

Se a estrutura de defesa do estado

e seus sistemas de vigilância forem

considerados aptos para atender às

novas necessidades que a suspensão

da vacinação requer, o Mapa autoriza

a suspensão da vacinação.

São quatro exigências para o

processo de obtenção do status de

área livre sem vacinação: estrutura

de serviço veterinário adequado

em termos técnicos e financeiros,

não ter nenhum foco da doença nos

últimos 12 meses, constatado pelo

inquérito soro-epidemiológico, sus-

pensão da vacinação de todo o re-

banho e a não entrada de nenhum

animal vacinado no território. Em

maio de 2017, cumpridos esses pro-

cedimentos, durante a Assembleia

Geral da OIE poderá ocorrer a libe-

ração do Paraná como zona livre da

febre aftosa.

Que benefícios essa certifica-ção pode trazer para a pecuá-ria paranaense?

Atualmente, nossa comer-

cialização de carnes tem um trân-

sito restrito, não alcança os gran-

des mercados internacionais, que

pagam mais por elas. Todo mundo

ganha: pecuaristas, indústria e so-

ciedade com novos investimentos

e mais empregos. A Faep está traba-

lhando com grupos de pecuaristas

que estão avançando celeremente

para se posicionar no mercado com

carnes de alta qualidade e que, cer-

tamente, terão preços compensado-

res. Um estudo que compara custos

e benefícios econômicos e sociais

da estratégia de retirada de vacina-

ção da febre aftosa, realizado pelo

professor da Universidade de Bra-

sília, o economista Jorge Madeira

Nogueira, concluiu que, no pior ce-

Page 13: Ed 47 Jul/Ago 2015

13sindiavipar.com.br |

Entrevista

nário possível, a estratégia traz um

retorno para a sociedade de mais de

R$ 2 bilhões.

O surto de 2005 trouxe como consequência a perda de bi-lhões em exportações não re-alizadas. Quais as diferenças entre o cenário daquela épo-ca e o dos dias de hoje?

O surto de 2005 foi algo mal

administrado pelo governo do Para-

ná, que inexplicavelmente não quis

reconhecer a ameaça da doença e

durante um tempo crucial se recu-

sou a sacrificar os animais, conforme

mandam as normas internacionais.

Em 2010, a Faep propôs ao governo

do estado a criação da Adapar para

ter maior agilidade nas ações de pro-

moção da defesa sanitária.

A Adapar ainda está em sua

fase de estruturação, agora com

mais 169 técnicos. Como até hoje

as exportações de suínos e bovi-

nos não foram recuperadas aos

mesmos patamares daquela época,

temos muito menos a perder num

cenário de reintrodução do vírus

do que naquela época. Outra dife-

rença fundamental do cenário de

hoje em relação ao surto de 2005 é

a situação sanitária de nossos vizi-

nhos, especialmente o Paraguai,

que vem fazendo investimentos

em seu sistema sanitário e melho-

rando assim consideravelmente

seu conceito junto às organizações

internacionais quanto à vigilância

de febre aftosa.

Na Bolívia, o Mapa e o setor

privado dos estados fronteiriços

têm feito investimentos significa-

tivos na vacinação de regiões de

fronteiras, além de apoio técnico,

treinamento de pessoal e outras

operações como o inquérito soro-

epidemiológico naquele país.

Em contrapartida, quanto pode ser arrecadado a partir do momento em que o Paraná for novamente certificado?

Estão confirmados investi-

mentos das cooperativas parana-

enses de R$ 1,5 bilhão em novos

frigoríficos de suínos nos próximos

cinco anos. O efeito do reconheci-

mento do Paraná como área livre

sem vacinação é multiplicador, com

benefícios econômicos e sociais na

suinocultura, avicultura, bovinocul-

tura de leite e de corte com seus

derivados contribuindo para o de-

senvolvimento do estado.

Existe uma previsão muito

conservadora de um incremento

na exportação de carne bovina de

6,16% ao ano, um acréscimo de

valor de 0,5%/tonelada. No caso

da carne suína, esse aumento pre-

visto será de 7,45% em volume e

de 1,7% em valor. Essas projeções

foram feitas com base no cenário

mundial de aumento de demanda

de proteína animal.

Indiretamente, o reconheci-mento de área livre de febre aftosa pode trazer benefícios também para a avicultura do Paraná?

Todas as cadeias serão be-

neficiadas indiretamente, incluin-

do a avicultura, suinocultura e a

bovinocultura de leite. O status de

livre de febre aftosa sem vacina-

ção acaba sendo uma referência

positiva para as demais cadeias. O

reconhecimento internacional sig-

nifica que a estrutura de defesa do

estado como um todo é forte, ágil

e preparada. Esse status aumenta a

credibilidade do sistema de defesa

do estado.

Page 14: Ed 47 Jul/Ago 2015

14 | sindiavipar.com.br

BOM AMBIENTE Empresas que priorizam qualidade de vida do trabalhador evitam custos desnecessários

Fiep

O gasto médio que uma

empresa tem no primeiro ano de

afastamento de um único funcio-

nário varia entre R$ 60 mil e 90

mil. O valor inclui a complemen-

tação salarial, os encargos sociais

e o pagamento de outro traba-

lhador para suprir a falta daquele

que está impossibilitado. Essa es-

timativa do Instituto Nacional do

Seguro Social (INSS) mostra que

investir em prevenção de aciden-

tes e de doenças e na qualidade

de vida dos colaboradores é a for-

ma mais eficiente de evitar gas-

tos, além de serem medidas que

favorecem o rendimento laboral.

Com o objetivo de cons-

cientizar e orientar as indústrias

sobre a importância da saúde ocu-

pacional, o Sesi Paraná lançou este

ano uma campanha de Qualidade

de Vida adotando uma abordagem

mais incisiva com os empresários.

“Se o industrial não coloca

esse tema no planejamento, não

gerencia e não controla os índi-

ces, ele não sabe quantos dias de

falta por doença e por acidente

cada trabalhador teve, o que tor-

na impossível mensurar o custo.

É dinheiro que está indo embora

sem que o administrador da em-

presa perceba”, ressalta o supe-

rintendente do Sesi no Paraná,

José Antonio Fares.

Em um primeiro momento,

pode parecer custoso implemen-

tar medidas de segurança e pre-

venção de doenças e acidentes.

No entanto, o investimento com-

pensa, principalmente se for le-

vado em consideração que o Tri-

bunal Superior do Trabalho (TST)

já chegou a conceder R$ 10 mi-

lhões em indenização por danos

morais coletivos a um grupo de

trabalhadores de um frigorífico

por irregularidades relacionadas

ao ambiente de trabalho excessi-

vamente frio.

O número de acidentes

anuais é outro aspecto que pesa

nas finanças da empresa. Quanto

mais elevado, maior é a alíquota

de tarifação do Fator Acidentá-

rio de Proteção (FAT), que custeia

acidentes e doenças do trabalho,

bem como aposentadorias espe-

ciais. “Muitos trabalhadores resis-

tem em utilizar equipamentos de

proteção individual ou coletivo.

É responsabilidade da empresa

garantir essa utilização, nem que

para isso seja necessário dar uma

advertência”, recomenda o geren-

te de Qualidade de Vida do Sesi no

Paraná, Ademir Vicente da Silva.

Evite gastosPrograma Qualidade de Vida corta custos desnecessários para a indústria

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15sindiavipar.com.br |

Page 16: Ed 47 Jul/Ago 2015

16 | sindiavipar.com.br

Informe publicitário

No último mês de maio,

o mercado avícola brasileiro

ganhou uma nova potência: foi

anunciada a criação do Grupo Vi-

bra. Formado pela Agrogen, nat

alimentos, Avia e Frango Seva, a

empresa já nasce grande, com 17

unidades ao todo, mais de 3500

funcionários e planos de expan-

são para o Brasil e exterior.

O Grupo tem dois focos

principais, a produção de alimen-

tos e a multiplicação genética de

matrizes de aves. Para isso, con-

tará com os anos de experiência

que suas empresas têm nessas

diferentes áreas da produção

avícola. A Agrogen é especialis-

ta em genética, fundada no Rio

Grande do Sul em 1990, a nat.

alimentos está presente em mais

de 30 países e em quase todo o

Brasil e é reconhecida pelos rí-

gidos padrões de qualidade ado-

tados, a Avia trabalha focada no

mercado externo (Oriente Mé-

dio) e a Frango Seva tem mais de

40 anos de experiência no mer-

cado nacional.

A matriz do grupo é em

Montenegro (RS). No Paraná, são

três unidade localizadas em Pato

Branco, Guarapuava e Itapejara

D´Oeste. Juntas, elas empregam

cerca de 2300 funcionários no es-

tado. A empresa está em constan-

te expansão e pretende continuar

crescendo, inclusive no Paraná.

Em 2014, a Agrogen já

havia incorporado o frigorífico

Frango Seva de Pato Branco, Pa-

raná, consolidando essa tendên-

cia de expansão pela região Sul

e Sudeste. Hoje, o Grupo possui

granjas, incubatórios, laborató-

rios, fábricas de ração e frigorífi-

cos, distribuídos nos estados do

Rio Grande do Sul, Paraná e Mi-

nas Gerais.

Vibra uma nova força Agrogen muda nome para Grupo Vibra e desponta como novo player no mercado avícola do País

ObjetivosAs metas são ambicio-

sas. O Grupo pretende avançar

no mercado interno, que se

encontra aquecido e aumen-

tar a capacidade produtiva de

suas plantas, adequando-as

para os padrões exigidos pelo

mercado europeu, um dos

mais exigentes do planeta. A

incorporação de unidades no

Paraná é estratégica e repre-

senta um ganho em logística

e de produção na região, além

de uma tentativa de equilibrar

ganhos do mercado interno

com as exportações.

Page 17: Ed 47 Jul/Ago 2015
Page 18: Ed 47 Jul/Ago 2015

18 | sindiavipar.com.br

Sustentabilidade

O cultivo da mandioca é co-

mum nas pequenas propriedades e

serve para melhorar a subsistência

familiar e a geração de renda. A raiz

é comumente aproveitada na ali-

mentação humana e, por isso, des-

tinada para a venda, mas as folhas e

os talos geralmente são perdidos e

acabam sem utilização. O que mui-

tos não sabem é que a parte aérea

da planta também é rica em proteí-

na, vitamina A, ferro e aminoácidos,

e que, se for processada de forma

correta, pode ser transformada em

alimento para os animais. No Rio

Grande do Sul, a Emater/RS-Ascar

desenvolve esse projeto que inclui

a cultura na ração dos aviários, con-

tribuindo para a sustentabilidade e

redução dos custos em até 40%.

As ramas da mandioca não

são frequentemente utilizadas na

nutrição animal porque trazem em

sua composição o ácido cianídrico,

que pode causar intoxicação. “Mas

quando se processa a parte aérea,

elimina-se o problema por comple-

to”, destaca o engenheiro agrônomo

Luiz Fernando Gerhard, responsável

pelo projeto na Emater/RS-Ascar de

Vera Cruz. Para obtenção do farelo,

é preciso picar as folhas e talos, re-

alizar a secagem do produto e por

Ração de mandiocaProjeto desenvolvido pela Emater/RS-Ascar utiliza parte aérea e raízes da planta para reduzir custos na avicultura colonial

Após a colheita das ramas e das hastes, é pre-ciso triturar todo o produto e direcioná-lo para a secagem. É importante transformar a parte aérea em pedaços bem pequenos, para facilitar a desidratação.

A secagem pode ser feita de forma natural, ao sol, quando houver insolação suficiente. Caso contrário, recomenda-se a utilização de secagem artificial por secador adequado para essa finalidade. As hastes e ramas trituradas devem ser espalhadas em uma lona preta ou em superfície de zinco até desidratarem por completo. O tempo de exposi-ção depende da frequência e da intensidade do sol.

2

18 | sindiavipar.com.br

Page 19: Ed 47 Jul/Ago 2015

Sustentabilidade

Cursos de CapacitaçãoO projeto de transformação

da planta da mandioca em farelo é

desenvolvido pela Emater/RS-Ascar

desde 1986 e tem como parceiros a

Embrapa/Pelotas do Rio Grande do

Sul, a Universidade Federal de Santa

Maria (UFSM) e a Universidade Fede-

ral do Rio Grande do Sul (UFRGS). A

unidade da Emater/RS-Ascar de Vera

Cruz oferece cursos de capacitação e

suporte técnico para inclusão da man-

dioca na ração de aves e outros ani-

mais. Informações podem ser obtidas

pelo telefone (51) 3718-1250 e pelo

e-mail [email protected] ou

[email protected]

fim moê-lo. A raiz também pode ser

aproveitada depois de passar pelo

mesmo processo.

“O farelo da parte aérea da

mandioca é misturado com outros

produtos para fazer uma formula-

ção que atenda às necessidades

das aves. Entra como um comple-

mento forte e diminui a inclusão do

farelo de soja e do milho na ração”,

aponta Gerhard. As análises eco-

nômicas realizadas pela instituição

indicam que os custos com a ali-

mentação diminuem entre 30% e

40%. “Pode até melhorar, porque

depende do tempo e do processo

que o agricultor vai imprimir no

momento da elaboração do farelo

e da farinha de raspa”, completa o

engenheiro agrônomo.

VantagensO farelo obtido com o pro-

cessamento da mandioca é tão

nutritivo quanto o oferecido pelo

milho e pela soja. Além de ser al-

tamente energético por causa do

uso da raiz, o produto resultante

das ramas tem grande concentra-

ção de vitamina A, que influencia

a coloração dos ovos e da carne

das aves. “Quanto maior o volu-

me de folhas, maior a qualidade

nutritiva”, destaca Gerhard. Ainda

segundo o engenheiro agrônomo,

alguns aminoácidos, encontrados

na parte aérea da mandioca, não

estão presentes na soja.

O alto poder de armazena-

gem dos subprodutos da mandio-

ca também garante ao produtor

segurança alimentar. Depois de

processado, o farelo da parte aé-

rea e a farinha de raspa podem ser

guardados por longos períodos,

desde que se atendam os requi-

sitos básicos de higiene e conser-

vação. “A Organização das Nações

Unidas para Alimentação e Agri-

cultura (FAO) considera a planta

uma importante fonte de alimento

em nível mundial, pelo seu aspec-

to nutricional e pela segurança ali-

mentar”, conclui Gerhard.

Depois de desidratada, a parte aérea da mandioca é transformada em feno. Em seguida é triturada em moinho e/ou picador com martelos e peneira para ser transformada em farelo.

3

19sindiavipar.com.br |

Page 20: Ed 47 Jul/Ago 2015

20 | sindiavipar.com.br

Em meio ao processo de

ajuste nas contas públicas, o go-

verno federal anunciou o Pla-

no Agrícola e Pecuário (PAP) – o

Plano Safra –, para a temporada

2015/16, com aumento da oferta

de crédito para o campo e redu-

ção de subsídios a juros contro-

lados. Ao todo, R$ 187,7 bilhões

serão disponibilizados para re-

cursos ao crédito rural, como as

operações de custeio, investi-

mento e comercialização da agri-

cultura empresarial.

O valor destinado ao fi-

nanciamento da agricultura em-

presarial representa uma alta

de 20% em relação ao período

anterior, que foi de R$ 156,1 bi-

lhões, mas também reajusta a

taxa de juros subsidiadas, que

de 6,50% sobe para 8,75% ao

ano. Dos montantes, R$ 149,5

bilhões (79,5%) serão para recur-

sos de custeio e comercialização

da agricultura e R$ 38,2 bilhões

(20,5%) para investimentos em

infraestrutura.

“O Plano Safra é bom, le-

vando em consideração a atual

situação econômica do País, mas

também não é um pacote de bon-

dades”, analisa o especialista em

agronegócio e coordenador da

Expedição Safra, Giovani Ferrei-

ra. Para ele, o crescimento se dá

basicamente sobre os recursos a

juros livres, com uma taxa regula-

da pelo mercado, que pode pas-

sar de 20%. Um dos principais

pontos questionados pelo setor é

de que os recursos com juros con-

trolados caíram 2,2%, – R$ 129,8

bilhões – em relação à última

safra, enquanto que os recursos

com juros de mercado saltaram

146%, para R$ 57,9 bilhões.

De acordo com o diretor

do Departamento de Economia

Rural (Deral), da Secretaria de

Agricultura e Abastecimento do

Paraná (Seab-PR), Francisco Si-

mioni, a reestruturação da taxa

de juros dos empréstimos de cus-

teio, para 8,75% ao ano, provoca-

rá um grande impacto nos gastos

para o plantio.

Segundo Simioni, a previ-

são é de que, com a nova taxa, os

produtores desembolsem pelo

menos R$ 1,8 bilhão a mais no

Plano Safra 2015/16Recursos da agricultura empresarial e familiar aumentam 20%,mas com reajuste da taxa de juros

serão para recursos de custeio e comercialização da agricultura

para investimentos em infraestrutura

R$ 149,5 bi (79,5%)

R$ 38,2 bi (20,5%)

Page 21: Ed 47 Jul/Ago 2015

período de 2015/16. Em outras

palavras, o custo para o plantio

ficará mais caro. “Não sabemos,

ainda, qual o choque no valor dos

produtos para o consumidor fi-

nal. No entanto, o que podemos

prever é que, para o produtor, os

gastos para a produção de grãos

ficarão mais caros”, comenta.

Agricultura FamiliarPara os anos 2015/16, a

agricultura familiar terá à dispo-

sição um valor para investimen-

to de R$ 28,8 bilhões, também

20% maior que o último plano.

A maior parte dos recursos,

R$ 26 bilhões, poderá ser con-

tratada a juros entre 0,5% e

5,5%. Para ter acesso aos outros

R$ 2,9 bilhões, os juros serão de

7,75% para custeio e 7,5% para

investimentos. Com isso, o PAP

somará a quantia de R$ 216,5

bilhões às operações de custeio,

comercialização e investimentos,

entre os produtores da agricultu-

ra empresarial e a familiar.

Insumos

Page 22: Ed 47 Jul/Ago 2015

22 | sindiavipar.com.br

Com a chegada do inverno, viabilizar um

aquecimento adequado para as aves durante o

transporte do aviário ao abatedouro é um impor-

tante passo para garantir uma boa produtividade

e ressaltar os princípios de bem-estar animal. A

condução com a temperatura correta evita influ-

ências negativas no sabor da carne, proveniente

de possíveis estresses.

De acordo com o engenheiro mecânico

da AGPR5 máquinas e equipamentos, Alexan-

dre Trevisan Pelzer, companhia especializada

em automação para o setor agropecuário e de

alimentos, durante a locomoção, as aves devem

suportar o mínimo de diferenças térmicas, per-

manecendo com uma variação de temperatura

entre 24°C a 26°C, índices considerados ideais

para o conforto de uma ave com 36 dias de idade.

“Os frangos podem sofrer esgotamen-

tos físico e emocional. A baixa temperatura, pro-

porcionada pela alta velocidade do veículo de

transporte, concomitante à diminuição de calor,

pode gerar diretamente a morte do frango. Por

outro lado, com o estresse térmico devido à ele-

vada temperatura e umidade, as aves podem fi-

car inquietas, danificando sua estrutura, como as

asas, por exemplo. Com isso, em ambos os casos

pode ocorrer o descarte da ave”, ressalta Pelzer.

Em dias frios, como no inverno, o perío-

do mais apropriado para se transportar a carga

avícola é o horário mais quente do dia, entre 10

e 14 horas. No contrário, em época de verão, o

correto é conduzir os frangos no período notur-

no, evitando altas temperaturas e favorecendo

Cuidado, frágilTransporte correto e temperatura ideal trazem benefíciosaté mesmo para o sabor da carne

Bem-estar

TRANSPORTE ADEQUADO Qualidade do carregamento do aviário ao abatedouro influencia o sabor da carne

Page 23: Ed 47 Jul/Ago 2015

o bem-estar das aves, o que reduz as

perdas por mortalidade e resulta em

carne de melhor qualidade. Em alguns

casos, por conta do estresse, determi-

nadas aves chegam a liberar toxinas

que influenciam e interferem no sabor

da carne depois de processada.

“Seguir as práticas corretas

de produção de frangos privilegia

a qualidade e o bem-estar animal

e, consequentemente, a eficiência

produtiva e a qualidade do produto”,

afirma o gerente comercial da Jonhis,

Fábio Araújo. A empresa é especiali-

zada no desenvolvimento de instru-

mentos de medição das variações de

temperatura no transporte de cargas

perecíveis ou sensíveis ao calor. Se-

gundo Araújo, ainda não existe uma

norma específica para o transporte

de aves no Brasil. Porém, uma reso-

lução da Agência Nacional de Vigi-

lância Sanitária (Anvisa), chamada de

Regulamento de Boas Práticas para

os Serviços de Alimentação, assegu-

ra e estabelece procedimentos para

garantir as condições higiênico-sani-

tárias do alimento preparado.

Ainda que o país não conte

com sua regulamentação própria, Pel-

zer, da AGPR5, relembra que o setor

avícola se baseia em normas interna-

cionais, fornecidas por órgãos como o

Comitê Interamericano de Sanidade

Avícola (CISA), ligado à Organização

Mundial de Saúde Animal (OIE) e ao

Conselho da União Europeia.

Os documentos regulamen-

tam que os veículos com trânsito ha-

bilitados para o transporte devem ser

desinfetados antes de entrar e sair

da unidade de produção. Contudo, as

aves devem ser descarregadas o mais

rapidamente possível após a chegada.

Os estabelecimentos de abate devem

dispor de instalações e equipamentos

apropriados para o desembarque dos

animais. Da mesma forma como ocor-

re durante a etapa do transporte, os

frangos também devem ser protegi-

das contra condições climáticas ex-

tremas durante a espera para a linha

de produção, beneficiando-se de um

ambiente adequado.

Bem-estar

Page 24: Ed 47 Jul/Ago 2015

24 | sindiavipar.com.br

Sem criseLíder brasileiro em produção e exportação de carne de frango, Paraná pode responder por até 50% das exportações avícolas

em médio prazo

Page 25: Ed 47 Jul/Ago 2015

25sindiavipar.com.br |

Definitivamente,não vejo crise em

nosso setorCiliomar Tortola, diretor industrial GTFoods

Capa

Ainda que penalizada por

diversos reajustes em seus insu-

mos de produção, como no caso da

tarifa de energia elétrica, a avicul-

tura brasileira se fortalece como

um dos pilares da economia agro-

pecuária – o primeiro semestre

deste ano apresentou resultados

recordes. Nesse contexto, o Para-

ná segue firme em sua liderança: o

estado já representa, em volume,

35% das exportações de carne

de frango brasileiras e é o segun-

do setor de maior peso no Valor

Bruto da Produção (VBP) estadual,

com participação de 14% em um

montante que deve chegar próxi-

mo de R$ 73 bilhões em 2015, de

acordo com projeção do Departa-

mento de Economia Rural (Deral)

da Secretaria de Estado, Agricultu-

ra e do Abastecimento do Paraná

(Seab-PR).

“Com os novos investimen-

tos que as indústrias têm realizado

e as expectativas de crescimento

contínuo, é possível que, em um

futuro próximo, o Paraná responda

por até 50% dos resultados aví-

colas brasileiros para o mercado

externo”, antecipa o presidente do

Sindicato das Indústrias de Produ-

tos Avícolas do Estado do Paraná

(Sindiavipar), Domingos Martins. A

previsão do sindicato é apoiada pe-

los números: até o primeiro semes-

tre de 2011, o Paraná respondia por

pouco mais de 24% das exporta-

ções avícolas brasileiras.

Neste primeiro semestre,

segundo os dados da Secretaria

de Comércio Exterior (Secex), vin-

culada ao Ministério do Desenvol-

vimento, Indústria e Comércio Ex-

terior (MDIC), o volume de carne

de frango exportado pelo Paraná

– que considera produtos intei-

ros, cortes, salgados, processados

e embutidos –, atingiu 692,76 mil

toneladas, crescimento de 17,8%

em relação ao mesmo período do

ano passado, quando foram expor-

tadas 588,02 mil toneladas.

O faturamento acumulado

dos seis primeiros meses também

cresceu, 8%, alcançando US$ 1,14

bilhão de dólares arrecadados

ante a US$ 1,06 bilhão em 2014.

Por sua vez, o ritmo de produção

paranaense tem acompanhado

a demanda crescente pela pro-

teína animal. De acordo com os

dados do Sindiavipar, foram aba-

tidas 800,76 milhões de aves no

primeiro semestre deste ano, alta

de 5,7% ante aos 757,08 milhões

registrados no mesmo período do

ano anterior. Para o fechamento

deste ano, o Sindiavipar projeta

crescimento de 7% nas exporta-

ções e 5% em produção.

Expansões E no que depender das in-

dústrias, a trajetória ascendente

deve continuar por ainda bastante

tempo. Desde abril, a cooperativa

Aurora assumiu o controle da pro-

dução da planta de aves da Cocari,

em Mandaguari, com resultados

concretos de expansão. “O abate,

que estava na faixa de 120 mil fran-

gos/dia com a Cocari, foi retomado

para 140 mil aves/dia e deve che-

gar a 180 mil aves/dia até o final

deste ano. Os 1.700 trabalhadores

da antiga indústria foram transfe-

ridos à Aurora, que agora passa a

contar com 25 mil trabalhadores

diretos nos estados do Paraná e de

Santa Catarina”, destaca, em nota, o

presidente Mário Lanznaster. A co-

operativa, que tem sede em Chape-

có (SC), teve um faturamento bruto

de R$ 6,7 bilhões em 2014 e deve

ampliar os resultados para 2015.

Os ventos favoráveis tam-

bém sopram sobre o Grupo GTFoo-

ds. No conglomerado avícola, com

sede em Maringá, o abate diário

deve crescer 16% até 2016, pas-

sando das 480 mil aves/dia pro-

duzidas em 2014 para 650 mil/

aves dia. O grupo também espera

um crescimento de 30% no fatu-

ramento, que, de 1,4 bilhão fatu-

rados no ano passado, deve saltar

para 1,8 bilhão este ano. No total,

a empresa investiu cerca de R$ 120

milhões, desde 2012, para ampliar

a capacidade produtiva de carne

Page 26: Ed 47 Jul/Ago 2015

26 | sindiavipar.com.br26 | sindiavipar.com.br

de frango, produto que responde

por 80% das vendas do grupo. O

GTFoods assinou ainda acordos

com o Governo do Paraná e com

o Banco Regional do Desenvolvi-

mento do Extremo Sul (BRDE) a fim

de aportar novos recursos para sua

política de expansão.

“Além de uma série de

aquisições que realizamos, tam-

bém estamos investindo em uma

nova fábrica de embutidos, que

em breve deverá começar a ofertar

produtos como salsicha, mortade-

la e hambúrguer para o mercado

interno. Definitivamente, não vejo

crise em nosso setor”, afirma Cilio-

mar Tortola, diretor industrial do

GTFoods. Para ele, o foco está no

exterior. “Esse crescimento tem

um olhar no mercado de fora, uma

vez que a demanda pelas exporta-

ções estão com uma procura muito

grande”, pontua Tortola.

A análise também é cor-

roborada pelo vice-presidente de

aves da Associação Brasileira de

Proteína Animal (ABPA), Ricardo

Santin. “Vários de nossos grandes

importadores foram os principais

responsáveis por este desempe-

nho, como é o caso da Arábia Sau-

dita, do Japão, da China, dos Emira-

dos Árabes Unidos, da Rússia e da

Venezuela. De forma geral, houve

crescimento em praticamente to-

dos os mercados”, destaca o diri-

gente. A boa notícia para a avicul-

tura é que essa lista de clientes não

para de aumentar: recentemente, o

Ministério da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento (Mapa) anunciou

que o governo de Mianmar auto-

rizou a compra de carne bovina e

de aves do Brasil. De acordo com a

pasta, o mercado brasileiro será o

primeiro a fornecer carne in natura

ao país asiático. A expectativa do

setor privado é de que o novo des-

tino traga um incremento de até

US$ 87 milhões às receitas das ex-

portações agropecuárias. Malásia

e Paquistão foram outros mercados

também abertos recentemente.

Mas para competir lá fora,

não basta apenas a exportação in

natura. “A fábrica de embutidos

que estamos inaugurando certa-

mente também será direcionada

para o mercado externo em longo

prazo. Em vez de exportar carne

mecanicamente separada (CMS),

queremos exportar salsichas e ou-

tros produtos prontos para o con-

sumo”, analisa Ciliomar Tortola.

(Leia mais na página 38). Além dis-

so, o grupo tem procurado diversi-

ficar o portfólio de produtos: no iní-

cio deste ano, concluiu a aquisição

da Fresh Foods, especializada em

pratos prontos, e de 50% da Chef

Food, fábrica de pão de queijo e de

produtos congelados.

Benefícios por toda a cadeia De um total de R$ 70,6

bilhões atingidos por todas as ati-

vidades agropecuárias do Paraná

em 2013/14, a avicultura de corte

foi responsável por R$ 9,8 bilhões,

perdendo em arrecadação apenas

para a soja. Hoje, a atividade aví-

cola gera 660 mil empregos dire-

tos e indiretos e envolve mais de

20 mil produtores em regiões ru-

rais do interior do Estado. Os aba-

tes de frango cresceram mais de

15% nos últimos cinco anos, fe-

chando 2014 com 1,56 bilhão de

aves produzidas em todo o Paraná.

O crescimento apresen-

tado pela indústria avícola é um

reflexo sentido por toda a cadeia.

Page 27: Ed 47 Jul/Ago 2015

27sindiavipar.com.br | 27sindiavipar.com.br |

“Dentro do agronegócio brasilei-

ro, a avicultura é a atividade que

mais distribui renda. Nós temos

uma cadeia em que a lucratividade

tem uma divisão racional, então

quando a atividade vai bem, todo

mundo ganha”, analisa o presiden-

te do Sindiavipar, Domingos Mar-

tins. O diagnóstico pode ser cons-

tatado pelo aumento no número

de contratações. Na Copacol, em

Cafelândia, foram cerca de 35%

mais admissões em vagas de am-

pliação que no mesmo período do

ano passado – resultado compar-

tilhado em maior ou menor grau

por diversas indústrias avícolas do

Paraná. A Copacol também pro-

move atualmente um plano para

aumentar seu faturamento em até

60% (leia mais na página 36) e foi

considerada recentemente uma

das cinco empresas mais rentáveis

do estado.

Mais do que gerar empre-

go e riquezas, a avicultura é hoje

responsável por levar qualidade

de vida ao interior do Paraná. As

44 indústrias paranaenses expor-

tam para mais de 150 países e es-

tão localizadas em 29 municípios,

sendo que, dos 32 municípios pa-

ranaenses que apresentam Índi-

ce de Desenvolvimento Humano

(IDH) – indicador da Organização

das Nações Unidas (ONU), superior

à média estadual, 15 deles têm

avicultura forte e figuram entre os

maiores plantéis de aves do Para-

ná. “A avicultura faz a sua parte e

gera crescimento, empregos e ren-

da. A perspectiva certamente será

favorável se os reajustes deixa-

rem de ser incessantes”, enfatiza

Domingos Martins.

Page 28: Ed 47 Jul/Ago 2015

28 | sindiavipar.com.br

O aumento de produtividade

sempre será um grande desafio para

a avicultura moderna. Isso se dá pe-

los constantes implementos de po-

tencial de ganho que a genética nos

impõe. Para que o produtor de frango

de corte consiga expressar todo esse

potencial, fornecido pela genética e

aproveitar ao máximo todos os nu-

trientes presentes no alimento, é

importantíssimo que se tenha em

mente que uma gama de controles é

necessária.

Em resumo, o trabalho do

produtor é transformar pintinhos e

ração em frangos de qualidade.

O primeiro item que entra

como importante no pacote de de-

senvolvimento é a nutrição. Hoje

em dia, o conceito de bons resul-

tados zootécnicos tem sido modi-

ficado para produção com baixos

custos, isso devido aos constantes

aumentos nos custos dos insumos

básicos para produção de alimento

(milho, soja, trigo, etc.), por isso, en-

contrar o equilíbrio nutricional com

um custo proporcional ao mercado

em que esse produto se encontra é

fundamental para a sobrevivência

do negócio e acima de tudo para sua

competitividade.

Ponderando-se que a ração

será equilibrada, porém de baixo cus-

to, admite-se que o desempenho da

ave estará muito mais embasado em

dois outros alicerces da produção: a

sanidade e o manejo. Com esses dois

quesitos bem controlados, podemos

formar frangos com qualidade e, aci-

ma de tudo, com custo menor.

Para um bom controle sani-

tário, dois itens são muito importan-

tes: os programas de vacinação e os

trabalhos de limpeza e desinfecção.

Para a elaboração de um bom progra-

ma de vacinação é importante que se

tenha consciência dos desafios virais

regionais e qual é disponibilidade

prática de cepas vacinais para a re-

alidade de mercado da região. É im-

portante que se tenha consciência de

que grande parte das vezes o nosso

programa de vacinação não cobrirá

todos os desafios virais impostos por

sobre a produção (cepas variantes,

por exemplo), nesse sentido a limpe-

za e a desinfecção dos aviários passa

a ser útil para que minimizemos ao

máximo o grau de desafio sanitário

ao qual as aves são expostas.

Falar de limpeza e desinfec-

ção, apesar de ser um tema básico,

Melhorando a performancede frangos de corte

Artigo técnico

Page 29: Ed 47 Jul/Ago 2015

29sindiavipar.com.br |

muitas vezes não é fácil em determi-

nadas situações. Isso se dá porque,

para termos um trabalho de limpeza

efetivo é necessário um insumo va-

lioso dentro da indústria: o tempo.

Grande parte das empresas,

para diminuir seus custos de produ-

ção, quer otimizar ao máximo suas

estruturas e para isso diminuem o

tempo de alojamento entre lotes,

produzindo um maior número de lo-

tes e uma maior quantidade de aves

em um determinado período de tem-

po. Esse raciocínio não é incorreto,

desde que certos limites sejam res-

peitados e que a palavra “otimizar”

não se transforme em “explorar”.

Quando o intervalo entre

lotes é diminuído de maneira muito

acentuado, o primeiro ponto a ser

Conversão Alimentar em uma companhia sem investimentos em ambiência

Conversão Alimentar em uma companhia com altos investimentos em ambiência (pressão negativa)

Page 30: Ed 47 Jul/Ago 2015

30 | sindiavipar.com.br

sacrificado é a qualidade das aves,

seguido de queda de desempenho

e aumento de custos, aumento esse

que muitas vezes não é compensado

pela suposta otimização que se con-

seguiu com a diminuição do tempo

de vazio sanitário.

Em termos práticos, para que

tenhamos um equilíbrio entre os pro-

cessos de limpeza e desinfecção, um

período de tempo médio satisfatório

para a realização dos trabalhos de

limpeza e desinfecção com qualidade

seria de 14 dias. Esse período pode

variar de acordo com grau de tecni-

ficação como também qualidade da

mão de obra. Porém é importante se

ter em mente que quanto menor o

tempo, mais assertivos devem ser os

trabalhos que são realizados nesse

período.

Mas para se produzir frangos

de baixo custo e de boa qualidade,

o ponto mais crítico que se percebe

são, sem dúvidas, os temas relacio-

nados à ambiência e à estrutura dos

aviários. Estruturas pobres e a falta

de controle dos aspectos ambientais

são pontos que afetam quase todas

as empresas do mundo em maior ou

menor grau e é onde se têm os me-

lhores ganhos ou os piores prejuízos

quando se fala em produção com bai-

xos custos.

Um bom ambiente se resume

a uma granja onde a ave aproveite o

máximo possível dos nutrientes dis-

poníveis no alimento para o seu cres-

cimento. Quanto maior o gasto que a

ave tiver para modular a temperatura

corpórea ou mobilizar o seu aparato

imunitário, menor será a tradução

de investimentos em alimento para

peso vivo.

Por conta desse raciocínio,

empresas do mundo todo estão fo-

cadas em investimento em estru-

turas de criação que promovam um

melhor controle ambiental e conse-

quentemente melhorem a perfor-

mance sem aumento de investimen-

to em nutrição.

Controles de temperatura,

umidade, velocidade de vento, as-

sim como quantidade e qualidade de

água fornecida, consumo de alimento

são aspectos muito importantes para

que tenhamos também a capacidade

de modular esses itens no sentido de

fornecer uma condição ótima para o

desenvolvimento pleno da ave.

Um entrave que se observa

para a efetivação desse conceito,

além da questão de investimento fi-

nanceiro, é o conhecimento necessá-

rio para se trabalhar com estruturas

mais elaboradas. Muitas companhias

têm investido fortemente em estru-

tura, porém sem investir no conhe-

cimento necessário para se extrair

o máximo que os galpões podem

oferecer. Conceitos de fisiologia

acompanhados por temas ligados a

dimensionamento, termodinâmica,

isolamento e dinâmica de ar e flui-

dos são muito importantes, porém

muito escassos em algumas empre-

sas que começaram a investir em

granjas com melhor nível de controle

e tecnologia.

O cuidado com a informa-

ção acaba sendo um ponto crucial,

devido ao fato de que muitas vezes

a falta dela pode gerar uma má utili-

zação de determinada tecnologia e

consequentemente uma conclusão

errônea do real potencial que essa

tecnologia pode ter para a melhora

dos resultados em cada realidade.

Portanto, investir em nutri-

ção é muito importante (com equi-

líbrio e custos controlados). Investir

em sanidade é fundamental para que

a qualidade e a segurança do nosso

produto seja assegurada. Porém, a

pedra fundamental para o sucesso

ou não dos processos de produção

avícola tem sido o investimento as-

sertivo em tecnologias, estruturas e

informações que consigam otimizar

os investimentos já feitos e consoli-

dar isso tudo em uma ave saudável e

de baixo custo.

*Marcus Briganó é especialista em frangos de corteda Cobb-Vantress

Investir em sanidade é fundamental para que a qualidade e a segurança

do nosso produto seja assegurada

Artigo técnico

Page 31: Ed 47 Jul/Ago 2015
Page 32: Ed 47 Jul/Ago 2015

32 | sindiavipar.com.br

Menos custo, mais benefícioCom o aumento da tarifa de energia elétrica, utilização de GLP é alternativa para aquecimento de aviários

Energia

Na hora de escolher a fonte

apropriada para o aquecimento dos

aviários, diversos aspectos são analisa-

dos, especialmente o custo-benefício.

Com o aumento da tarifa de energia

elétrica, soluções alternativas como o

Gás Liquefeito de Petróleo, o GLP, têm

sido estudadas como possibilidades

para as granjas. Além de representar

menor custo para a indústria e para o

produtor, o GLP ainda contribui para a

preservação do meio ambiente.

De acordo com a gerente de

mercado granel da Região Sul da Liqui-

gás, Mônica de Souza Derani Nemer, o

GLP é altamente competitivo no mer-

cado. “Tendo em vista o seu alto poder

calorífico, é mais econômico utilizar

um sistema de aquecimento a GLP do

que com energia elétrica, pois apre-

senta maior controle e rendimento,

uma vez que permite constância linear

do potencial energético, mantendo a

temperatura estável dentro da neces-

sidade de cada cliente”, explica.

Além da energia contínua,

sem oscilação, outro ponto favorável

ao uso do GLP é o custo da infraestru-

tura, que também é inferior. Mônica

destaca ainda que quanto maior a de-

manda pelo uso do aquecedor a gás,

maior será a vantagem relativa gerada

por ele.

MercadoDe acordo com a Liquigás, na

medida em que os produtores estão

conhecendo melhor a

relação dos custos e

dos benefícios desse

energético, o uso do GLP como fonte

de aquecimento de aviários está cres-

cendo. No entanto, quando compara-

do com os mercados dos Estados Uni-

dos e Europa, em que o uso do GLP é

amplamente difundido, no Brasil este

percentual ainda é pequeno.

Menos do que 20% do mer-

cado de aquecimento de ambientes

para criação de aves no país utilizam

o GLP, já que ainda é muito comum a

utilização da lenha como fonte ener-

gética. Enquanto isso, aproximada-

mente 40% das fazendas norte ameri-

canas já utilizam o GLP de acordo com

informações do Propane Educational

& Research Council, órgão que conduz

pesquisas sobre o uso do energético.

Em território nacional, indús-

trias como a BRF já trabalham com o sis-

tema GLP. A empresa, que atualmente

lidera o ranking brasileiro de criação e

Page 33: Ed 47 Jul/Ago 2015

Energia

abate de frangos, criou, em 2014, mais

de 1,6 bilhão de unidades de aves.

“Estudos da Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária (Embrapa) rea-

lizados no Brasil mostram que frangos

provenientes de ambientes aquecidos

com GLP ganham maior quantidade de

massa rapidamente, reduzindo o pe-

ríodo de produção”, analisa a gerente

da Liquigás, que coordena, também, o

aquecimento do aviário da BRF.

Instalação Para que todas as vantagens se

confirmem, o momento da instalação

do GLP é decisivo. “Para a sobrevivên-

cia e crescimento das aves dentro dos

galpões é de extrema importância que

o criador faça a instituição de um sis-

tema de aquecimento eficiente, e que

mantenha a temperatura constante e

controlada”, afirma Mônica. Realizada

externamente aos galpões, conforme

as normas de segurança, o processo de

instauração deve levar em considera-

ção as fases de desenvolvimento e do

período de crescimento das aves.

GLP x LenhaSe comparado à lenha, produ-

to amplamente utilizado no agronegó-

cio brasileiro, o GLP também apresen-

ta vantagens:

• Menor custo de manutenção – não

apresenta acúmulos carbonizados

decorrentes da combustão incom-

pleta da lenha;

• Controle e homogeneidade do pro-

cesso - o uso do GLP permite a modu-

lação da chama, resultando em um efi-

ciente controle de temperatura e em

um produto final com mais qualidade;

• Área de estocagem e custos indiretos

– o GLP necessita de uma área de esto-

cagem menor em relação à lenha. Além

disso, não necessita de operadores para

gerir a alimentação de combustível no

processo, bem como seu estoque;

• Emissões de poluentes - o GLP é

uma energia limpa e ambientalmente

correta, por não apresentar resíduos

particulados em sua combustão, ao

contrário da lenha, que produz em sua

queima elementos tóxicos.

Page 34: Ed 47 Jul/Ago 2015

34 | sindiavipar.com.br

Destaque no cenário mun-

dial de produção avícola e altamente

competitivo no comércio de expor-

tação, o Brasil pode avançar ainda

mais e até mesmo conquistar parte

do mercado norte-americano. Isso

porque as restrições impostas por al-

guns países devido ao recente surto

de gripe aviária nos Estados Unidos

podem ser benéficas aos embarques

avícolas brasileiros. Além de manter o

mercado aquecido, assegurar a saúde

animal proporciona credibilidade e

confiabilidade aos produtores e segu-

rança para os consumidores.

O trabalho contínuo para a

prevenção de doenças que atingem

o setor, como a gripe aviária e a fe-

bre aftosa (leia mais na página 12), é

uma prática levada a sério no Brasil

e especialmente no mercado avícola

paranaense. De acordo com o médi-

co veterinário da Agência de Defesa

Agropecuária do Paraná (Adapar),

Juliano Silva, apesar de não ser uma

doença avícola, a febre aftosa pode

restringir acesso a alguns mercados

mais exigentes.

Líder nacional na produção

de carne de frango, o Paraná exporta

seus produtos para inúmeros países.

“Não conseguiríamos atingir tantos

mercados exigentes caso não tivés-

semos um produto de alta qualidade.

Todas as ações desenvolvidas, en-

volvendo o manejo de produção das

aves, ações sanitárias e de controle,

processos de abate e tecnologias de

processamento dos produtos cárneos

são regidos por legislações de padrão

internacional. Por isso tudo podemos

assegurar a qualidade do produto

ofertado ao mercado interno e exter-

no”, destaca.

Gripe aviária no Brasil

Ainda que o Brasil não tenha

registrado casos de gripe aviária, Silva

Controle para qualidade Trabalho contínuo para a prevenção de doenças destaca Brasil e Paraná no mercado internacional de produção e exportação

Sanidade

Page 35: Ed 47 Jul/Ago 2015

Sanidade

explica que é preciso estar atento à

globalização dos serviços e produtos,

e ao alto fluxo de pessoas oriundas de

países com surtos da doença. De acor-

do com o especialista, a maior chance

de haver a infecção é pela vinda de

aves migratórias contaminadas da

América do Norte e por “migrações

erráticas oriundas da Ásia e Europa,

via Antártida”, alerta.

Por isso, além do monitora-

mento e controle precoce das doen-

ças por meio dos órgãos responsá-

veis, é importante o cuidado com as

fronteiras nacionais. "Nossas frontei-

ras terrestres e marítimas são de ex-

tensões continentais e necessitamos

de um cuidado maior nas ações de

fiscalizações, minimizando assim as

possibilidades de entrada", ressalta.

No Paraná, por exemplo, uma

série de medidas vem sendo tomadas

com o objetivo de combater o agente

e fortalecer o estado como referência

de sanidade avícola. Entre as ações,

está a criação do Conselho Estadual

de Sanidade Avícola, que conta com

subcomitês regionais, que permitem

discussões pontuais sobre o tema.

“Essa parceria é de grande

importância e permite avanços gra-

dativos na prevenção e controle de

doenças. Em muitos casos, geram-se

propostas para modificações nas legis-

lações que norteiam o setor”, comenta.

Paralelamente, a Adapar vem

promovendo uma série de treina-

mentos e capacitação dos funcio-

nários. A finalidade, segundo Silva,

é melhorar a ação na prevenção de

doenças e também no eventual con-

tingenciamento, em casos de emer-

gências sanitárias.

Existe um monitoramento

permanente associado às ações le-

gais previstas nas normas do Pro-

grama Nacional de Sanidade Avícola

(PNSA). O trabalho permite a detec-

ção precoce e medidas de controle

específicas que garantem a qualida-

de do produto final.

Page 36: Ed 47 Jul/Ago 2015

36 | sindiavipar.com.br

A Cooperativa Agroindus-

trial Consolata (Copacol) assinou

um financiamento de R$ 50 mi-

lhões com o Banco Regional de

Desenvolvimento do Extremo

Sul (BRDE) para dar continuidade

ao seu Propósito Estratégico Co-

pacol 4x4, programa de investi-

mentos que prevê o aumento do

faturamento da cooperativa para

R$ 4 bilhões em 2018 – no ano

passado foram R$ 2,5 bilhões. O

montante faz parte dos R$ 147

milhões que a cooperativa pre-

tende investir em infraestrutura

ainda este ano.

Para o diretor vice-presi-

dente da Copacol, James Fernan-

do de Morais, o BRDE é um dos

principais agentes financeiros

parceiros, mas a agroindústria

ainda deve receber valores de

outras instituições para comple-

tar o investimento. “O BRDE tem

sido um parceiro desde que foi

iniciado o processo de investi-

mentos na Copacol, na década de

Mapa para o futuroCom novos investimentos, Copacol traça estratégia para ampliaro faturamento em 60% até 2018

Page 37: Ed 47 Jul/Ago 2015

37sindiavipar.com.br |

Associados

70. Naquela época, o banco já era

um importante agente financeiro

para a cooperativa”, afirmou.

Com o repasse, a Copacol

irá construir uma fábrica de ra-

ções em Nova Aurora e moderni-

zar o tratamento de efluentes do

abatedouro de aves. O dinheiro

também será destinado para o

aumento da capacidade de ar-

mazenamento nas unidades de

Goioerê, Palmitópolis e Univer-

so e para ampliar a capacidade

das câmaras frias de Cafelândia

e Campo Grande (MS), e também

do frigorífico de peixes. A coo-

perativa ainda prevê aumentar a

produção de matrizes em Morei-

ra Sales, construir uma nova uni-

dade de produção de bezerras e

novilhas em Jesuítas e fábricas

de rações para peixes e bovinos

em Cafelândia.

Atualmente, a Copacol já

conta com 11 unidades para re-

cebimento e armazenagem de

grãos na região Oeste do Para-

ná e cinco filiais de vendas para

a comercialização de produtos à

base de frango e peixe em todo

o País. “Nós acreditamos que o

negócio tem uma perspectiva

boa em médio ou longo prazo, e

esse investimento que fazemos

agora vai viabilizar um aumento

da nossa produção nos anos que

estão por vir”, analisa o diretor

da Copacol.

Segundo Morais, o mais

importante da ampliação dos se-

tores é que o cooperado consiga

desenvolver e melhorar a situa-

ção do seu negócio. “O principal

é que, lá na propriedade, o nosso

associado consiga ter uma opor-

tunidade maior de diversificação

e de expansão das atividades, que

possa melhorar o nível de renda

e automaticamente a qualidade

de vida”, afirma. A empresa con-

ta com mais de 5 mil associados e

cerca de 8 mil colaboradores.

a Copacol pretende faturaraté 2018

serão investidos em estruturas ainda este ano

R$ 4 bi

R$ 147 mi

Propósito EstratégicoCopacol 4x4

Além do objetivo de

aumentar o faturamento da

cooperativa para R$ 4 bilhões,

o Propósito Estratégico Copa-

col 4x4 também visa aplicar

quatro projetos com ênfase no

desenvolvimento para os as-

sociados, para a comunidade

e para a preservação do meio

ambiente. O primeiro projeto

tem como objetivo aumentar a

renda do associado; o segundo

é para habitação, que pretende

atingir mil colaboradores.

Os demais mostram

que a cooperativa também

tem a intenção de contribuir

para a qualidade de vida dos

moradores das regiões em

que possui unidades por meio

de um projeto de incentivo à

cultura, esporte e educação,

com a participação de 20 mil

crianças e adolescentes. No

quesito meio ambiente e sus-

tentabilidade, a Copacol esta-

beleceu uma meta de reutili-

zação de 2 milhões de litros

de água por dia até 2018.

Page 38: Ed 47 Jul/Ago 2015

Mercado externo

No momento em que a eco-

nomia brasileira apresenta sinais

de fragilidade, a atividade avícola

almeja alçar voos maiores e se for-

talecer enquanto um dos pilares do

agronegócio nacional. Para isso, o

setor segue a estratégia de agregar

valor às commodities como forma

de potencializar as vendas exter-

nas. “Frente aos desafios econô-

micos que o Brasil enfrentará nos

próximos anos, o país tem duas

escolhas: ou promove a qualifica-

ção de seus produtos, ou exporta

oportunidades e empregos”, avalia

o presidente da Associação Bra-

sileira de Proteína Animal (ABPA),

Francisco Turra.

A necessidade foi inclusa

no último relatório do segmento

produzido pelo banco holandês Ra-

bobank, uma das principais institui-

ções do agronegócio mundial.

De acordo com os analistas, a avi-

cultura brasileira tem espaço para

expandir suas exportações, desde

que esteja em sintonia com as de-

mandas dos parceiros comerciais.

Um exemplo citado pelo documen-

to é a diferenciação de que a avicul-

tura brasileira pode oferecer se fizer

investimentos maiores em cortes

nobres e produtos pronto-para-o-

-consumo, tendências no mercado

internacional. “Competimos dire-

tamente com nações reconhecida-

mente inovadoras, como é o caso

dos Estados Unidos”, afirma Turra.

Para o presidente do Sin-

dicato das Indústrias de Produtos

Avícolas do Estado do Paraná (Sin-

diavipar), Domingos Martins, valo-

rizar a mercadoria é a principal es-

tratégia para garantir que o Brasil

continue sendo o principal ex-

portador de carne de frango do

mundo. “Agregar valor ao nosso

produto é o próximo passo para o

fortalecimento da indústria avíco-

la. Hoje já produzimos o melhor

frango do mundo. Agora, queremos

que o nosso produto seja também

o mais inovador”, afirma.

Paraná Cooperativo 100 Da mesma forma que as

recomendações citadas pelo Ra-

bobank, as cooperativas do Paraná,

entre as quais estão inclusas al-

gumas das maiores indústrias aví-

colas do estado, também traçam

metas para expandir suas fatias de

mercado. Em 2014, de acordo com

balanço divulgado pela Organiza-

ção das Cooperativas do Paraná

(Ocepar), o cooperativismo para-

naense faturou R$ 51 bi-

Agregar para crescerAgroindústria e cooperativas traçam estratégias para valorizarprodutos e expandir fatias de mercado

Page 39: Ed 47 Jul/Ago 2015

Fotos: César Machado

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Mercado externo

lhões, 10,4% a mais que em 2013.

O plano batizado de Paraná Coope-

rativo 100 (PRC 100) pretende do-

brar esse valor.

Para isso, uma série de en-

contros com os associados das 230

cooperativas paranaenses estão

sendo realizados com a finalidade

de discutir as novas linhas de atu-

ação, especialmente estratégias de

agroindustrialização – o que signifi-

ca agregar valor. Com o PRC 100, as

cooperativas pretendem aumentar

o faturamento anual para R$ 100

bilhões nos próximos anos.

“Foram mais de 355 líderes

cooperativistas que participaram

de eventos, demonstrando o quan-

to é importante o debate de novas

linhas de atuação para fortalecer

o cooperativismo. E foi esse com-

prometimento que observamos

dos nossos dirigentes coopera-

tivistas”, ressalta presidente da

Ocepar, João Paulo Koslovski. O

Paraná é uma referência nacional

no sistema cooperativista, empre-

gando 72,5 mil pessoas.

Page 40: Ed 47 Jul/Ago 2015

40 | sindiavipar.com.br

ABPA

O mês de junho foi his-

tórico para os exportadores de

carne de frango. Conforme da-

dos da Associação Brasileira de

Proteína Animal (ABPA) foram

embarcadas 395,7 mil tonela-

das, desempenho 30% superior

ao total exportado no mesmo

mês de 2014. Foi o maior vo-

lume do produto já embarcado

pelo país em um só mês – até en-

tão, o maior saldo registrado era

de 381 mil toneladas, realizado

em julho de 2014.

Com esse desempenho,

os embarques geraram receita

cambial de US$ 685 milhões,

o resultado foi 9,3% maior, se-

gundo o mesmo comparativo.

Em reais, o resultado foi ainda

mais surpreendente: chegamos

a R$ 2,1 bilhões – outro recorde

histórico, superando pela pri-

meira vez a barreira de R$ 2 bi-

lhões – 52,3% maior em relação

ao obtido em junho de 2014.

O saldo histórico de junho

reverteu o resultado negativo

que os embarques haviam regis-

trado no acumulado nos cinco

primeiros meses de 2015. Con-

forme os números da ABPA, as

exportações de carne de frango

totalizaram 1,99 milhão de tone-

ladas no primeiro semestre de

2015, desempenho 2% superior

ao registrado no ano passado.

Na receita em reais do se-

mestre, houve elevação de 18%

– totalizando R$ 10,22 bilhões.

No saldo cambial, foi registrado

decréscimo de 9,4%, atingindo

US$ 3,42 bilhões.

Vários de nossos gran-

des importadores foram os

principais responsáveis por

este desempenho, como é o

caso da Arábia Saudita, do Ja-

pão, da China, dos Emirados

Árabes Unidos da Rússia e da

Venezuela. De forma geral,

houve crescimento em pratica-

mente todos os mercados, con-

firmando as previsões da ABPA

e apontando para um segundo

semestre positivo.

Esse é o resultado de um

trabalho que não pode parar e

que temos empenhado cons-

tantemente. Em meados de

junho, estivemos em missão

empresarial com o objetivo de

abrir o mercado de Taiwan para

a carne de frango produzida no

Brasil. Conosco, estiveram re-

presentantes da BRF e da Zan-

chetta Alimentos. É a segunda

investida da ABPA em Taiwan,

em menos de 1 ano.

Todos os indicativos nos

levam a crer em um bom segun-

do semestre para a avicultura.

É o momento estratégico para

investir em melhorias e ganhos

que beneficiem toda a cadeia

produtiva. Em meio à tempesta-

de brasileira, temos uma valiosa

oportunidade de galgar novos

degraus para o nosso setor.

Recorde e otimismo

Francisco TurraEx-ministro da Agricultura e presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)

Em meio àtempestade brasileira,

temos uma valiosa oportunidade de galgar

novos degraus para o nosso setor

Page 41: Ed 47 Jul/Ago 2015
Page 42: Ed 47 Jul/Ago 2015

42 | sindiavipar.com.br

LADY GAGA A artista pop não foi

escolhida pelas galinhas em suas preferências musicais

Mito ou verdade

Galinhas ouvemmúsica?Pesquisa da Universidade de Bristol indica que a música influencia o comportamentodas galinhas poedeiras

Rock, pop ou música clássi-

ca? Assim como os humanos, as ga-

linhas poedeiras gostam de ouvir

canções, até mesmo com preferên-

cias musicais! Uma pesquisa da Uni-

versidade de Bristol, na Inglaterra,

analisou a influência da música no

comportamento desses animais. O

estudo registrou que as galinhas

entraram no galpão onde botavam

os ovos com uma frequência 159%

maior quando uma composição

era tocada, em comparação com

os dias sem música. A pesquisa foi

encomendada pela empresa The

Happy Egg co., especializada em

bem-estar avícola.

Para chegar a esse resul-

tado, os pesquisadores colocaram

canções de diferentes estilos em

alguns galpões e deixaram outros

sem som algum. Durante oito se-

manas, analisaram os animais que

ficaram escutando rock, pop e até

mesmo composições clássicas. As

aves puderam aproveitar o som de

artistas como Lady Gaga, Beyoncé,

Queen e Mozart. Entretanto, houve

algumas diferenças entre os gal-

pões.

A maioria das aves optou

pelos locais onde tocavam com-

posições de Beethoven e Bach e

ficaram longe dos sons pop, como

os da banda britânica One Direc-

tion. Os resultados apontam que

6% mais ovos foram botados nos

ninhos com música erudita ante ao

galpão que tocava uma das ban-

das adolescentes mais famosas do

mundo.

Segundo o professor de

ambiência e bem-estar animal da

Universidade de São Paulo (USP),

Iran Oliveira, isso acontece pela di-

ferença de frequência de cada tipo

159%vezes a mais as galinhas

entraram no galpão onde botam ovos quando uma

canção estava sendo tocada

6%mais ovos foram botados nos galpões onde estava tocando música clássica

Page 43: Ed 47 Jul/Ago 2015

43sindiavipar.com.br |

ONE DIRECTION O grupo adolescente não despertou o interesse das aves, que optaram por música erudita

Mito ou verdade

de som. “O que acontece nesse

caso é a diferenciação promovida

pela frequência, pois cada música

tem uma cadência, um ritmo, vo-

lume e isso provoca um comporta-

mento diferente”, explica.

Melodias, assim como ou-

tros sons e barulhos, são fatores

que influenciam no bem-estar ani-

mal. Nas galinhas poedeiras, por

exemplo, são vários elementos que

afetam a produção dos ovos, como

a genética, a nutrição, a sanidade

e o conforto oferecido pelo local

onde vivem. Segundo o especia-

lista, muitas vezes a influência de

sons na produtividade dos ovos é

indireta, pois pode ser relaciona-

da ao atraso do ciclo de postura,

à mortalidade e à agressividade

das aves, por exemplo. “A música,

especificamente, atua no sistema

cognitivo dos animais e altera o

seu comportamento em relação a

diferentes níveis de agressividade,

variando do nível da calmaria ao

altamente agressivo ou agitado”,

explica o professor.

Ele ainda ressalta que as ga-

linhas são seres como os humanos,

que sentem estímulos de dor, calor,

frio e apresentam sensações de ale-

gria, tristeza, estresse e angústia.

“Assim, se pensarmos em dois am-

bientes, um com música "metal" e

outra com uma composição "clás-

sica", os animais, da mesma forma

que nós, sentirão as diferenças. Isso

promoverá comportamentos mais

ou menos expressivos”, afirma.

SensibilidadeA pesquisa da Universidade

de Bristol também registrou que

as galinhas são sensíveis ao ruído

e que os barulhos de 80 decibéis

ou mais podem prejudicar os ani-

mais. Assim, o balanço acústico se

tornou uma das preocupações nos

ambientes de produção. “Estuda-

-se a influência do som até na fase

embrionária, medindo-se o nível

do barulho que chega dentro do

ovo e a sua influência nas primeiras

semanas de vida do animal e na sua

mortalidade. Por um lado, tem-se a

tecnologia para a redução de per-

das econômicas e por outro lado

visando o bem-estar do ser vivo”,

analisa Oliveira.

A empresa The Happy Egg

co. lançou um álbum para ajudar

a relaxar e aumentar o bem-estar

das galinhas poedeiras, que pode

ser baixado pela internet através

do link https://soundcloud.com/

happyeggs.

A influência desons na produção

dos ovos é indireta, pois pode ser relacionada a agressividade das avesIran Oliveira, especialista

em bem-estar das aves

Page 44: Ed 47 Jul/Ago 2015

44 | sindiavipar.com.br

Page 45: Ed 47 Jul/Ago 2015

45sindiavipar.com.br |

Page 46: Ed 47 Jul/Ago 2015

46 | sindiavipar.com.br

INFORMAÇÃO Gerentes de RH assistem a palestras informativas durante os encontros

Em um mundo cada vez

mais conectado, compartilhar

informações tornou-se vital para

o fortalecimento de um todo. E

é isso que vem acontecendo na

indústria avícola paranaense.

Recentemente, representantes

de diversas empresas reuniram-

-se para discutir a nova lei dos

motoristas, que alterou a jorna-

da e as condições de trabalho

dos caminhoneiros. O encontro

foi mais uma das ações promo-

vida pelo Grupo Executivo de

Recursos Humanos do Sindicato

das Indústrias de Produtos Aví-

colas do Estado do Paraná (Sin-

diavipar), que se reúne periodi-

camente para debater temas de

relevância para a área de RH e

para as empresas.

O grupo foi formado com

o objetivo de compartilhar infor-

mações da área, como indicado-

res de desempenho e melhores

práticas e procedimentos de RH,

por exemplo. Na época, as reu-

niões eram mensais e havia a

participação de cerca de seis ou

sete empresas das regiões Nor-

te, Noroeste e Oeste do Paraná,

que se reuniam sempre na sede

da Unifrango, em Maringá.

Atualmente, o trabalho

é coordenado por Osni Manteli,

gerente de RH do Grupo GTFoo-

ds. As reuniões são bimestrais e

agora acontecem de forma iti-

nerante (Maringá, Cianorte, Joa-

quim Távora, Cascavel, Curitiba).

Hoje, o grupo conta com a par-

ticipação ativa de 10 empresas

e busca reunir o maior número

possível de corporações partici-

Compartilhando informaçõesGrupo realiza reuniões bimestrais para debater temas referentesaos recursos humanos na indústria

Debates

46 | sindiavipar.com.br

Page 47: Ed 47 Jul/Ago 2015

pantes. “Neste momento esta-

mos abrindo também o convite

a outras empresas, e, assim, es-

peramos fortalecer ainda mais o

grupo”, conta Manteli.

Outro objetivo dos encon-

tros é promover o desenvolvi-

mento do grupo de gestores de

RH e estimular a integração entre

as empresas. O compartilhamen-

to desses conhecimentos e prá-

ticas contribui para a criação de

soluções e implantação de novos

planos de ação na área, fortale-

cendo a indústria como um todo.

“Em cada reunião (bimes-

tral) há sempre a apresentação

de uma palestra e, na sequência,

ocorre o debate entre os pales-

trantes e os participantes, com

vistas ao compartilhamento das

ações executadas e à discussão

de estratégias para melhor gerir

os assuntos. Planos de ação são

elaborados por cada empresa e

encaminhados internamente”,

explica Manteli.

Nos primeiros encontros,

além da lei dos motoristas, fo-

ram também discutidos o e-so-

cial e a NR-36. Para as próximas

reuniões, nos meses de agosto

e outubro, os temas já foram

definidos. Serão as cotas para

aprendizes e pessoas com de-

ficiências e as estratégias para

negociação da convenção cole-

tiva das empresas. O grupo ain-

da planeja mais uma reunião em

2015 no mês de dezembro, ain-

da sem temática definida. Mais

informações: sindiavipar.com.br

Debates

Contribui para a criação de soluções

e implantação de novos planos de ação na área,

fortalecendoa indústria

Page 48: Ed 47 Jul/Ago 2015

48 | sindiavipar.com.br

Notas e registros

Os geradores de ar

quente TEC G50A foram pro-

jetados para proporcionar o

máximo rendimento e eco-

nomia. Equipado com contro-

lador digital de temperatura

e termostato, o equipamento

opera de forma automática,

basta você selecionar a tem-

peratura desejada, e, assim

que a temperatura escolhida

estabilizar, o gerador é des-

ligado, voltando a ligar-se

automaticamente assim que

detectar baixa na tempera-

tura. Além disso, o uso de

aquecedores a Gás LP pode

significar uma economia de

até 50% em comparação com

aquecedores elétricos. Aces-

se: ecogas.com.br

Aqueça seu aviário com economia

Com aprovação da

grande maioria de visitan-

tes e expositores da primei-

ra edição da Anutec – Inter-

national FoodTec Brazil em

2014, a segunda edição de

uma das principais plata-

formas de negócios para a

indústria e tecnologia da ali-

mentação do país já é garan-

tia de sucesso.

A ser realizada de 02

a 04 de agosto de 2016, em

Curitiba, a Anutec Brazil já

possui 70% de seu espaço

de exposição reservado para

empresas de processamento

de alimentos, embalagens,

segurança alimentar, ingre-

dientes, serviços e soluções.

Com a experiência de mais

de 90 anos da Koelnmesse

organizando importantes fei-

ras em todo o mundo, como

a Anuga e a Anuga FoodTec,

em Colônia, Alemanha, a Ko-

elnmesse traz uma vasta ex-

periência e relacionamento

para a Anutec Brazil.

Empresas de grandes

expressões nacionais e in-

ternacionais já garantiram

seu nome na feira, entre elas

Bettcher, Bremil, Handtmann,

Incomaf, Jarvis, Linco, Middle-

by, Multivac, New Max, Poly-

-clip, Sunnyvale, Ulma, Vemag,

entre outras. Além de empre-

sas com representatividade

no Brasil, áreas internacionais

estão reservadas como a da

Itália e da Dinamarca. Acesse:

anutecbrazil.com.br

Anutec Brazil 2016 : 70% do espaço reservado

Page 49: Ed 47 Jul/Ago 2015

49sindiavipar.com.br |

Notas e registros

O Dia Internacional do

Cooperativismo, 4 de julho, foi

celebrado pelas cooperativas

paranaenses com diversas ativi-

dades. Na Copacol, em Cafelân-

dia, houve uma campanha para

arrecadação de alimentos não

perecíveis e materiais de higie-

ne pessoal e limpeza em prol do

Hospital do Câncer de Cascavel.

Já na C. Vale, em Paloti-

na, mais de 100 pessoas partici-

param de um passeio ciclístico,

organizado para promover e di-

fundir o espírito cooperativista.

Houve ainda a entrega da Cam-

panha de Arrecadação de Lixo

Eletrônico, que doou toneladas

de produtos eletrônicos sem

condições de uso para a Asso-

ciação dos Agentes Ambientais

Palotina Preserva e blitz educa-

tiva com distribuição de panfle-

tos sobre os benefícios do sis-

tema cooperativista.

No dia, o secretário-geral

das Organizações das Nações

Unidas (ONU), Ban Ki-moon,

destacou que as cooperativas

têm um papel inestimável para

o alcance das metas do desen-

volvimento sustentável.

Por isso, Ban acredita que

o modelo de cooperativa aju-

da a ultrapassar esse desafio,

porque o sistema tenta man-

ter os princípios da igualdade

e da democracia participativa.

Para o dirigente da ONU, mui-

tas pesquisas mostram como as

cooperativas ajudam a diminuir

as diferenças salariais entre ho-

mens e mulheres e a promover

a igualdade de gênero no am-

biente de trabalho.

Cooperativas celebram o Dia CPASSEIO CICLÍSTICO

Mais de 100 pessoas pedalaram para difundir os benefícios do sistema

cooperativista

PASSEIO CICLÍSTICO Mais de 100 pessoas

pedalaram para difundir os benefícios do sistema

cooperativista

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50 | sindiavipar.com.br

Estatísticas

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ipar

.com

.br

Participação do Paraná no volume das exportações do Brasil / kg

Junho35%

Paraná 138.694.267

Brasil 397.468.127

Acumulado35%

Paraná 692.762.387

Brasil 1.997.860.112PAR

AN

ÁPA

RA

FRA

NG

O

kg US$Jan 2.693.191 6.277.671Fev 3.299.605 8.917.412Mar 2.405.385 5.896.738Abr 3.007.858 5.824.082Mai 3.282.005 8.001.327Jun 3.317.060 7.784.621

Acumulado 18.005.104 42.701.851

EXPO

RTA

ÇÃ

OEX

PORT

ÃO

kg US$Jan 99.421.974 166.081.741Fev 106.905.779 172.849.658Mar 122.577.108 193.322.695Abr 111.008.032 181.174.991Mai 114.155.227 196.144.741Jun 138.694.267 231.961.962

Acumulado 692.762.387 1.141.535.788

Jan 132.438.907 129.710.339Fev 126.088.474 117.911.518Mar 123.765.546 144.003.531Abr 126.303.668 133.053.028Mai 129.795.915 134.700.053Jun 118.694.702 141.389.316Jul 139.284.261

Ago 129.571.893Set 133.117.061Out 142.888.941Nov 132.352.167Dez 135.517.214

Acumulado 1.569.818.749 800.767.785

Jan 677.443 580.598Fev 616.075 462.212Mar 603.691 643.305Abr 599.829 569.656Mai 663.850 873.889Jun 787.689 881.989Jul 1.026.914

Ago 963.308Set 1.031.075Out 1.126.924Nov 957.530Dez 436.397

Acumulado 9.490.725 4.011.649

Fo

nte

: S

ind

iav

ipa

r/S

ece

Participação do Paraná no volume das exportações do Brasil / kg

Junho25,71%

Paraná 3.317.060

Brasil 12.905.448

Acumulado26,92%

Paraná 18.005.104

Brasil 66.865.806

Fo

nte

:Sin

dia

vip

ar/

Se

cex 

AB

ATE

(cab

eças

)A

BAT

E (c

abeç

as)

2014

2014

2015

2015

PER

U

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Frango Sabor Caipira

SIP 0003-A | SISBIIvaiporã - frangocaipiraivaipora.com.br

PARANÁReferência em produção, exportação e sanidade avícola

Abatedouro CoroavesMaringá - coroaves.com.brSIF 2137

Avenorte Avícola Cianorte

SIF 4232Cianorte - guibon.com.br

Bela Foods

SIF 2677Jaguapitã - belafoods.com.br

Agroindustrial Parati

SIF 2010Umuarama - agroparati.com.br

Agroindustrial ParatiRondon - agroparati.com.brSIF 3925

Frango DM

SIF 270Arapongas - frangoagosto.com.br

Frangos Pioneiro

SIF 1372Joaquim Távora - frangospioneiro.com.br

Jaguafrangos

SIF 2913Jaguapitã - jaguafrangos.com.br

Granjeiro Alimentos

SIF 4087Rolândia - frangogranjeiro.com.br

Coopavel Coop. Agroind.

SIF 3887Cascavel - coopavel.com.br

BRF

SIF 716Toledo - brf-br.com

SIF 603

Unitá - Cooperativa CentralUbiratã - unitacentral.com.br

SIF 1876

Agroindustrial São JoséSanta Fé

JBS Foods

SIF 2227Jacarezinho - jbs.com.br

Kaefer Agroindustrial (Globoaves)

SIF 1672Cascavel - globoaves.com.br

JBS FoodsRolândia - jbs.com.brSIF 1215

BRF

SIF 424Carambeí - brf-br.com

Noroeste Paranaense Centro Ocidental Paranaense

Centro Oriental Paranaense

Sudoeste Paranaense

Norte Central Paranaense

Norte Pioneiro Paranaense

Oeste Paranaense

exportaçãogeral

exportaçãopara UE

Fábricade ração

Abatedouros Incubatóriosexportação para ChinaAbate Halal

sindiavipar.com.br facebook.com/sindiavipar

SIF 7777Santo Inácio – jbs.com.brJBS Foods

C. Vale Coop. Agroindustrial

SIF 3300Palotina - cvale.com.br

SIF 664

Aurora AlimentosMandaguari - auroraalimentos.com.br

Coop. Agroindustrial Lar

SIF 4444Medianeira - lar.ind.br

Copacol Coop. Agroind. Consolata

SIF 516Cafelândia - copacol.com.br

Coop. Agroindustrial Copagril

SIF 797Mal. Cândido Rondon - copagril.com.br

GTFoods

SIF 1860Paraíso do Norte - gtfoods.com.br

GTFoods

SIF 1880Paranavaí - gtfoods.com.br

GTFoods

SIF 4166Maringá - gtfoods.com.br

Marco AviculturaTamarana

Unifrango

SIF 88Maringá - unifrango.com

Granja Econômica AvícolaCarambeí - granjaeconomica.com.br

JBS Foods

SIF 530Lapa – jbs.com.br

Metropolitana de Curitiba

Globoaves AgroavícolaCascavel - globoaves.com.br

Avícola CarminattiSanto Antônio do Sudoeste avicolacarminatti.com.br

BRF

SIF 1985Dois Vizinhos - brf-br.com

BRF

SIF 2518Francisco Beltrão - brf-br.com

Agrogen

SIF 3170Itapejara do Oeste - agrogen.com.br

Agrogen

SIF 2212Pato Branco - agrogen.com.br

Diplomata Industrial e Comercial

SIF 2539Capanema - diplomata.com

Avícola Pato Branco Pato Branco - avicolapb.com.br

Granja RealPato Branco - granjareal.com.br

Gralha Azul AvícolaFrancisco Beltrão - gaa.com.br

Pluma AgroavícolaDois Vizinhos - plumaagroavicola.com.br

JBS Foods

SIF 2694C. Mourão - jbs.com.br

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