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MINISTÉRIO DA DEFESA MD42-M-02 DOUTRINA DE LOGÍSTICA MILITAR 2002

DOUTRINA DE LOGÍSTICA MILITAR - egn.mar.mil.br · PDF fileo combate”. Barão de Jomini. 13 CAPÍTULO I INTRODUÇÃO Seção 1 ... 1.1 Logística Militar é o conjunto de atividades

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MINISTÉRIO DA DEFESA MD42-M-02

DOUTRINA DELOGÍSTICA MILITAR

2002

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MINISTÉRIO DA DEFESASECRETARIA DE LOGÍSTICA E MOBILIZAÇÃO

DOUTRINA DELOGÍSTICA MILITAR

2a Edição2002

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MINISTÉRIO DA DEFESA

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GABINETE DO MINISTRO

PORTARIA NORMATIVA No 614/MD, de 24 de outubro de 2002.

Dispõe sobre a Doutrina de Logística Militar.

O MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA, no uso das atribuições e conformedisposto no inciso IX, do Art. 2o, do Anexo I do Decreto no 3.466, de 17 de maio de 2000,resolve:

Art. 1o Aprovar e mandar pôr em execução a DOUTRINA DE LOGÍSTICAMILITAR – MD42-M-02.

Art. 2o Os Comandos das Forças Singulares deverão rever suas orientaçõeslogísticas, normas e currículos escolares num prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a partirda data de publicação desta Portaria.

Art. 3o Revogar a Portaria no 549/MD, de 4 de setembro de 2001, desteMinistério, publicada no Diário Oficial da União 171-E, de 5 de setembro de 2001.

Art. 4º Esta Portaria Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

GERALDO MAGELA DA CRUZ QUINTÃO

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REGISTRO DE MODIFICAÇÕESNÚMERO

DEORDEM

ATO DE APROVAÇÃO PÁGINAS AFETADAS DATA

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SUMÁRIO

Pág.

CAPÍTULO I INTRODUÇÃO .............................................................................. 13Seção 1 Finalidade ..................................................................................... 13Seção 2 Referências ................................................................................... 13Seção 3 Antecedentes ................................................................................ 13Seção 4 Aplicação ...................................................................................... 13

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CAPÍTULO II FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA MILITAR .................................. 15Seção 1 Conceitos ...................................................................................... 15Seção 2 Considerações .............................................................................. 15Seção 3 Princípios ...................................................................................... 16Seção 4 Fases da Logística ........................................................................ 17

CAPÍTULO III FUNÇÕES LOGÍSTICAS .............................................................. 21Seção 1 Conceitos ...................................................................................... 21Seção 2 Função Logística Recursos Humanos............................................ 21Seção 3 Função Logística Saúde ................................................................ 22Seção 4 Função Logística Suprimento ........................................................ 24Seção 5 Função Logística Manutenção ....................................................... 28Seção 6 Função Logística Engenharia ........................................................ 30Seção 7 Função Logística Transporte ......................................................... 32Seção 8 Função Logística Salvamento ....................................................... 33

CAPÍTULO IV APOIO LOGÍSTICO MILITAR............................................................35Seção 1 Conceito ......................................................................................... 35Seção 2 Considerações ............................................................................... 35Seção 3 Estrutura de Apoio ......................................................................... 35Seção 4 Formas de Apoio Logístico............................................................... 36

CAPÍTULO V PLANEJAMENTO LOGÍSTICO ...................................................... 37Seção 1 Considerações ............................................................................... 37Seção 2 Desenvolvimento Estratégico da Logística Militar.......................... 37Seção 3 Etapas do Planejamento Logístico ................................................ 38Seção 4 Características do Planejamento Logístico ................................... 38Seção 5 Condicionantes do Planejamento Logístico ................................... 39Seção 6 Finalidade do Planejamento Logístico ........................................... 40

CAPÍTULO VI DISPOSIÇÕES FINAIS .................................................................. 41

Glossário ............................................................................................................... 43

Índice Remissivo....................................................................................................... 53

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LISTA DE DISTRIBUIÇÃO

INTERNAÓRGÃOS EXEMPLARESMINISTRO 01CHEFE DO ESTADO-MAIOR DE DEFESA 01VICE-CHEFE DO ESTADO-MAIOR DE DEFESA 01SPEAI 01SELOM 01SEORI 01

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DEPARTAMENTO DE MOBILIZAÇÃO 01DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA 01DEPARTAMENTO DE LOGÍSTICA 01DIVISÃO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO LOGÍSTICA 04DIVISÃO DE APOIO LOGÍSTICO 01DIVISÃO DE MATERIAL DE EMPREGO MILITAR 011a SUBCHEFIA DO EMD 012a SUBCHEFIA DO EMD 013a SUBCHEFIA DO EMD 014a SUBCHEFIA DO EMD 01BIBLIOTECA 01GABMIN 01SUBTOTAL 21

EXTERNAÓRGÃOS EXEMPLARESCECAFA 01ESG 01HFA 01COMANDO DA MARINHA 04COMANDO DO EXÉRCITO 04COMANDO DA AERONÁUTICA 04SUBTOTAL 15TOTAL 36

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“A Logística é tudo ou quasetudo, no campo dasatividades militares, excetoo combate”.

Barão de Jomini

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CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

Seção 1

Finalidade

1.1. A presente publicação tem por finalidade apresentar a Doutrina da Logística Militar eservir de base para o planejamento e a execução das atividades logísticas das ForçasArmadas, no cumprimento das suas missões.

Seção 2

Referências

2.1. A legislação tomada como referência é a seguinte:a. Lei Complementar no 97, de 09 de junho de 1999 (Organização, Preparo e

Emprego das Forças Armadas);b. Decreto (RESERVADO) no 8, de 17 de janeiro de 1980 (Diretriz para o

Estabelecimento da Estrutura Militar de Guerra);c. Decreto no 3.466, de 17 de maio de 2000 (Estrutura Regimental do Ministério da

Defesa); ed. Glossário das Forças Armadas (Portaria no 02434/FA-11, de 28 de abril de 1995).

Seção 3

Antecedentes

3.1. Manual de Logística Militar para Uso nas Forças Armadas (FA-M-04), aprovado emandado pôr em execução pela Portaria no 886/FA-41, de 8 de março de 1991.

3.2. Doutrina de Logística Militar (MD 42–M–02), aprovada e colocada em vigor pelaPortaria Normativa No 0549/MD, de 4 de setembro de 2001.

Seção 4

Aplicação

4.1. A presente publicação será observada no âmbito do Ministério da Defesa e de cadauma das Forças Armadas, como base doutrinária, para o desenvolvimento de estudosvoltados para a aplicabilidade, conceituação e normatização da Logística Militar.

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INTENCIONALMENTE EM BRANCO

CAPÍTULO II

FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA MILITAR

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Seção 1

Conceitos

1.1 Logística Militar é o conjunto de atividades relativas à previsão e à provisão dosrecursos e dos serviços necessários à execução das missões das Forças Armadas.

1.2 Função Logística é a reunião, sob uma única designação, de um conjunto deatividades logísticas afins, correlatas ou de mesma natureza.

1.3 Atividade Logística é um conjunto de tarefas afins, reunidas segundo critérios derelacionamento, interdependência ou similaridade.

FUNÇÃO LOGÍSTICA ⇒ ATIVIDADES LOGÍSTICAS ⇒ TAREFAS

Seção 2

Considerações

2.1. A provisão dos recursos deve ser equacionada em quantidade, qualidade, momentoe local adequados.

2.2. Para a execução das atividades logísticas é pressuposto que os recursos financeirossejam alocados conforme as necessidades. Se insuficientes, ajustes à realidade deverãoser introduzidos.

2.3. As peculiaridades de cada Força não condicionam o desdobramento da LogísticaMilitar em logísticas próprias; podem, no entanto, ditar procedimentos e ações específicasque se refletirão nos respectivos sistemas organizacionais sem, contudo, conflitar com osfundamentos doutrinários.

2.4. Pela sua destacada e importante atuação na solução de complexos problemas deapoio às forças militares, a Logística adquiriu posição de relevo no quadro das operações,passando a ser considerada como um dos fundamentos da arte da guerra. Todavia,diante de uma situação em que os meios alocados pela Logística sejam insuficientes, aMobilização irá completar e suplementar as necessidades; daí a exigência de um perfeitoentrosamento entre a Logística e a Mobilização.

2.5. O planejamento logístico, independentemente de escalão e de nível de abrangência,deve ter como premissa básica a sua factibilidade, fundamentada na existência de meiosreais ou passíveis de mobilização dentro das condições de tempo e espaço delimitadasnaquele planejamento.

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Seção 3

Princípios

3.1. Os princípios constituem um conjunto de preceitos que devem ser observados noplanejamento e na execução das atividades logísticas.

3.2. No planejamento e na execução das atividades logísticas devem ser aplicados osseguintes princípios:

a. objetivo;b. continuidade;c. controle;d. coordenação;e. economia de meios;f. flexibilidade;g. interdependência;h. objetividade;i. oportunidade;j. prioridade;k. segurança;l. simplicidade; em. unidade de comando.

3.2.1. Objetivo - é o efeito final desejado e é definido normalmente na missão. Eleé fundamental. Sem um objetivo claramente definido haverá o risco de os demaisprincípios tornarem-se sem sentido, podendo obscurecer a finalidade para dar ênfase aoemprego dos meios.

3.2.2. Continuidade - é o encadeamento ininterrupto de ações, assegurando umaseqüência lógica para as fases do trabalho.

3.2.3. Controle - é o acompanhamento da execução das atividades decorrentesdo planejamento, no sentido de permitir correções e realimentações a fim de atingir opropósito estabelecido, com o sucesso desejado.

3.2.4. Coordenação - é a conjugação de esforços, de modo harmônico, deelementos distintos e mesmo heterogêneos, com missões diversas, para a consumaçãode um mesmo fim.

3.2.5. Economia de meios – é a busca do máximo rendimento, por intermédio doemprego eficiente, racional e judicioso dos meios disponíveis. Não implica na economiaexcessiva, mas na distribuição adequada dos meios disponíveis, elegendo-se comoprioritário o apoio na área da ação principal.

3.2.6. Flexibilidade - é a possibilidade de adoção de soluções alternativas ante amudança de circunstâncias.

3.2.7. Interdependência - é a dependência recíproca que o planejamento logísticomantém com o planejamento operacional nos níveis estratégico e tático.

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3.2.8. Objetividade - é a identificação clara das ações que devem ser realizadas ea determinação precisa dos meios necessários à sua concretização.

3.2.9. Oportunidade - é o condicionamento da previsão e da provisão dos meiosao fator tempo, a fim de que as necessidades possam ser atendidas de forma adequada.

3.2.10. Prioridade - é a prevalência do principal sobre o secundário ou acessório.

3.2.11. Segurança - é a garantia do pleno desenvolvimento dos planos elaborados,a despeito de quaisquer óbices. Consiste nas medidas necessárias para evitar a surpresa,a observação, a sabotagem, a espionagem e a inquietação, a fim de assegurar aliberdade de ação do comandante. Não implica em precaução exagerada, nem em evitaro risco calculado.

3.2.12. Simplicidade - é o uso da linha de ação mais simples e adequada aodesenvolvimento das atividades logísticas, de modo a ser compreendida e executada comfacilidade.

3.2.13. Unidade de comando - é a existência de autoridade e programa únicospara um conjunto de operações com a mesma finalidade. Uma eficiente unidade decomando requer uma cadeia de comando bem definida, com precisa e nítida divisão deresponsabilidades, um sistema de comunicações adequado e uma doutrina logística bemcompreendida, aceita e praticada pelos comandantes em todos os níveis.

Seção 4

Fases da Logística

4.1. Na logística militar se destacam, por sua importância, as seguintes fases:a. determinação das necessidades;b. obtenção; ec. distribuição.

4.1.1. Essas fases estão relacionadas entre si e devem ser sempre consideradas,quanto à sua aplicabilidade, nas funções, atividades e tarefas da logística militar.

4.1.2. A determinação das necessidades é a base da obtenção e da distribuição.

4.1.3. São comuns as situações em que a obtenção para um escalão se constituiem distribuição para o escalão superior.

4.2. Determinação das Necessidades - decorre do exame pormenorizado dos planospropostos e, em particular, das ações e operações previstas, definindo quais são asnecessidades, quando, em que quantidade, com que qualidades e em que local deverãoestar disponíveis. A importância dessa fase é ressaltada pela complexidade a ela inerentee por se constituir na base em que se assentarão as fases subseqüentes.

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4.2.1. A Logística visa, essencialmente, ao atendimento das necessidades.Quando se evidencia uma impossibilidade desse atendimento, no prazo solicitado, torna-se necessária uma reformulação dos planos. Daí decorre que a determinação dasnecessidades deverá ser considerada desde as fases iniciais de planejamento econstantemente revista, corrigida e reavaliada, para caracterizar a exeqüibilidade dasações ou operações a empreender, compatibilizando a estratégia e a tática à capacidadelogística disponível e aos recursos mobilizáveis.

4.2.2. Nos altos escalões, para fins de planejamento, a determinação dasnecessidades poderá ser baseada na análise de dados gerais e as necessidadesexpressas em termos amplos. Por outro lado, nos escalões encarregados do apoio, aresponsabilidade pela execução imporá que a determinação das necessidades sejabaseada em dados pormenorizados.

4.2.3. As necessidades dos recursos e dos serviços devem ser determinadas,objetivando as:

a. necessidades iniciais - são as destinadas a completar as dotações dasorganizações e a constituir os diferentes níveis de suprimento necessários ao início dasoperações;

b. necessidades para recompletamento e manutenção - são as destinadas àreposição das dotações de pessoal e material das organizações e dos níveis de estoquepara a manutenção do esforço;

c. necessidades para a reserva - são as destinadas ao atendimento dedeterminadas situações, como as de emergência, e ao atendimento de fins específicos,como o equipamento de novas organizações militares ou das que chegarão à área deconflito sem o respectivo equipamento. Para evitar a deterioração, devido à armazenagempor longo tempo, os suprimentos devem ser periodicamente destinados ao consumo esubstituídos por estoques mais novos; e

d. necessidades para fins especiais - são as que não constam das dotaçõesnormais, mas que são imprescindíveis para o cumprimento de determinadas missõesespeciais, tais como: apoio à população civil, apoio a forças em trânsito, apoio a outrasforças e forças aliadas, assim como, apoio a operações especiais ou sob condiçõesespeciais.

4.3. Obtenção - é a fase em que são identificadas as fontes e tomadas as medidas paraa aquisição e a obtenção dos recursos necessários.

4.3.1. A obtenção do pessoal necessário dar-se-á, dentre outros, por intermédio deum dos seguintes métodos: movimentação de pessoal, treinamento, concurso, formação,convocação, mobilização, contratação e recrutamento.

4.3.2. A obtenção de recursos materiais e animais e de serviços dar-se-á, dentreoutros, por intermédio de um dos seguintes métodos, conforme disposições legais emvigor:

a. doação, que é a concessão, de forma gratuita;

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b. compra, que é o processo de aquisição de bens, cedidos voluntariamentepelo proprietário, mediante pagamento de importância ajustada, à vista ou a prazo, sendoo processo mais aconselhável e normal;

c. contratação de serviço, que é o processo indenizável utilizado para aformalização da prestação de um determinado serviço;

d. confisco, que é a apropriação sumária e de forma controlada, em caráterpunitivo, sem pagamento, para utilização militar;

e. contribuição, que é um tributo, periódico ou eventual, voluntário oucompulsório, visando a um determinado fim militar, podendo ou não comportarressarcimento posterior;

f. pedido, que é a solicitação formal a um órgão de suprimento ou prestadorde serviços, segundo normas específicas;

g. requisição, que é a imposição do fornecimento de materiais, animais eserviços, mediante ordem escrita e assinada por autoridade competente, sendo opagamento, normalmente, realizado posteriormente;

h. desenvolvimento, que é o processo de especificação, projeto, teste eprodução dirigido ao atendimento de uma necessidade específica;

i. troca, que é o processo de aquisição de bens e serviços, cedidosvoluntariamente, mediante ressarcimento em outros bens e serviços;

j. empréstimo, que é o processo de aquisição de bens, cedidosvoluntariamente pelo proprietário, sem ônus para o utilizador, que deverão ser restituídosao mesmo, após cessadas as necessidades de sua utilização, no mínimo, no estado emque se encontravam ao serem emprestados;

k. arrendamento mercantil, que é a operação na qual uma das partes cede ouso de um ou mais bens mediante o pagamento pela outra de prestações periódicas,sendo usual que, ao final do contrato, o arrendatário tenha opção de compra dos bens; e

l. transferência, que é o processo para realizar o remanejamento demateriais ou animais entre organizações militares.

4.3.3. Para efeito de planejamento, deve ser levada em consideração a existênciae a destinação de material salvado e capturado.

4.3.3.1. Material salvado é todo material, utilizado pelas nossas forças oupor forças aliadas, encontrado em situação de abandono no campo de batalha, suscetívelde ser utilizado para suas finalidades (com ou sem reparação prévia), ou ser aproveitadocomo sucata.

4.3.3.2. Material capturado é qualquer tipo de suprimento utilizado pelasforças armadas inimigas que nossas forças venham a capturar ou a encontrar no campode batalha.

4.3.4. Na obtenção de recursos materiais para as Forças Armadas devem serconsideradas as exigências de padronização.

4.3.5. Entende-se como padronização o uso mais eficiente possível dos meios decatalogação, pesquisa, desenvolvimento, produção e gerenciamento de modo aassegurar a interoperabilidade, através de:

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a. equipamentos, armamentos, componentes e suprimentos comuns,compatíveis ou intercambiáveis;

b. procedimentos operacionais, administrativos e logísticos comuns oucompatíveis; e

c. critérios e procedimentos técnicos comuns ou compatíveis.

4.4. Distribuição - consiste em fazer chegar, oportuna e eficazmente, aos usuários,todos os recursos fixados pela determinação das necessidades.

4.4.1. A distribuição dos recursos materiais compreende o recebimento, oarmazenamento, o transporte e a entrega.

4.4.1.1. O recebimento inclui o destino inicial e o escalonamento.

4.4.1.2. O armazenamento abrange a escolha dos tipos de instalação e asformas de acondicionamento, a determinação das áreas de estocagem, a escolha doslocais para as instalações, a disposição, o controle e a preservação do materialarmazenado.

4.4.1.3. O transporte é a parte dinâmica da distribuição e consiste nodeslocamento do material dos locais de armazenagem ou de obtenção até os locais deconsumo.

4.4.1.4. A entrega consiste na transferência orgânica e administrativa domaterial ao usuário.

4.4.2. A organização de um eficiente sistema de distribuição exige o conhecimento,dentre outros fatores, da situação operacional em curso, dos planos para as operaçõesfuturas, da disponibilidade e localização de recursos e das necessidades dos usuários.

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CAPÍTULO III

FUNÇÕES LOGÍSTICAS

Seção 1

Conceitos

1.1. Função Logística é a reunião, sob uma única designação, de um conjunto deatividades logísticas afins, correlatas ou de mesma natureza.

1.2. São funções logísticas:a. recursos humanos;b. saúde;c. suprimento;d. manutenção;e. engenharia;f. transporte; eg. salvamento.

Seção 2

Função Logística Recursos Humanos

2.1. É o conjunto de atividades relacionadas com o gerenciamento do pessoal.

2.2. São atividades da Função Logística Recursos Humanos:a. levantamento das necessidades;b. procura e admissão;c. preparação;d. administração; ee. bem-estar e manutenção do moral.

2.2.1. O levantamento das necessidades decorre do exame pormenorizado dosplanos propostos e, em particular, das ações e operações previstas, definindo quais sãoas necessidades, quando, em que quantidades, com que qualificações e em que locaisdeverão estar disponíveis.

2.2.2. A procura e admissão se desenvolvem por meio de voluntariado,alistamento, convocação, recrutamento e concursos, seguidos de seleção e incorporaçãoe, ainda, por contratação nos termos da lei.

2.2.3. A preparação transforma os recursos humanos em efetivos prontos para oserviço. Consiste de formação e treinamento e é constante durante a carreira militar.

2.2.3.1. A formação consiste na preparação do pessoal, desenvolvendo osperfis técnico-profissional, moral e ético adequados ao emprego desejado.

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2.2.3.2. O treinamento desenvolve, no elemento já formado, habilidadesdestinadas ao exercício de atividades específicas.

2.2.4. A administração gerencia os efetivos prontos, visando a prover asOrganizações Militares com os recursos necessários.

2.2.5 O bem-estar e a manutenção do moral consistem de ações que visam aproporcionar um ambiente saudável, com os meios adequados ao desenvolvimento dasatividades cotidianas, com as facilidades compatíveis com a situação existente. Essasatividades devem, ainda, visar à recuperação do pessoal, em função do desgaste físico,mental e emocional provocado por longos períodos de combate, de trabalho extremado eforte pressão. A competente e oportuna ação de comando nessas atividades promoverá ofortalecimento do espírito de corpo, do companheirismo e o incremento da motivação dosrecursos humanos.

2.2.5.1. São tarefas dessa atividade:a. repouso;b. recuperação;c. recreação;d. suprimento reembolsável;e. serviço de assistência religiosa;f. serviço de assistência social;g. serviço postal;h. serviço de banho;i. serviço de lavanderia; ej. sepultamento.

2.3. Disciplina, justiça militar, prisioneiros de guerra e civis internados, não fazem parteda Função Logística Recursos Humanos.

Seção 3

Função Logística Saúde

3.1. É o conjunto de atividades relacionadas com a conservação do pessoal, nascondições adequadas de aptidão física e psíquica, por intermédio de medidas sanitáriasde prevenção e de recuperação.

3.1.1. As tarefas relacionadas ao apoio veterinário estão incluídas na funçãologística saúde.

3.2. São atividades da Função Logística Saúde:a. levantamento das necessidades;b. determinação de padrões psicofísicos;c. seleção médica;d. medicina preventiva; ee. medicina curativa.

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3.2.1. O levantamento das necessidades visa à determinação das necessidadesde instalações, de pessoal e de material para o apoio de saúde em uma situaçãoespecífica. Uma vez quantificadas as necessidades de pessoal e de material, cabe àsfunções logísticas recursos humanos e suprimento, respectivamente, obter e prover osmeios necessários.

3.2.2. A determinação de padrões psicofísicos deve estabelecer critérios para aseleção médica. Esses critérios devem, por sua vez, estabelecer as condiçõesincapacitantes e os índices mínimos exigidos.

3.2.3. A seleção médica visa a garantir a admissão e a permanência no serviçoativo, mediante a comparação dos indivíduos com padrões preestabelecidos.

3.2.4. A medicina preventiva é a atividade destinada a preservar a saúde física emental dos recursos humanos, por meio de diagnósticos precoces, associados ao prontotratamento, e de um conjunto de medidas profiláticas que, quando bem executadas,reduzirão custos com evacuação e hospitalização.

3.2.4.1. As seguintes tarefas enquadram-se na medicina preventiva:a. saneamento – conjunto de medidas destinadas a tornar uma

área habitável;b. higiene – conjunto de medidas que visam a assegurar a prática

da profilaxia em determinada área, buscando o emprego de meios para evitar doenças econservar a saúde;

c. controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis –conjunto de medidas que visam ao registro da ocorrência desses tipos de doenças e àsações necessárias ao impedimento de sua disseminação;

d. imunização – conjunto de medidas e ações que visam a impedira manifestação de moléstias sobre os recursos humanos que atuam em determinadaárea;

e. educação sanitária – conjunto de medidas que visam a orientaros recursos humanos sobre hábitos necessários à manutenção da saúde;

f. psiquiatria preventiva – conjunto de medidas para detectardistúrbios psiquiátricos que possam vir a ocorrer nos recursos humanos;

g. prevenção de acidentes – conjunto de medidas que visam aorientar os recursos humanos sobre a conduta correta para evitar a ocorrência deacidentes;

h. controle médico periódico – conjunto de medidas e ações quevisam a monitorar os padrões dos recursos humanos requeridos para a execução dassuas atividades. O controle médico periódico deverá provocar o pronto tratamento,quando necessário;

i. gerência de ambientes adversos – conjunto de medidas quevisam a monitorar o ambiente operacional, a fim de detectar alterações que possamprejudicar a saúde dos recursos humanos e implementar as ações necessárias para

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restabelecer a normalidade do ambiente, ou as ações para a proteção dos recursoshumanos; e

j. apoio de veterinária – conjunto de ações relacionadas àassistência veterinária, à inspeção de alimentos e ao controle de zoonoses.

3.2.5. A medicina curativa é a atividade destinada ao tratamento de doentes eferidos, sob regime ambulatorial ou hospitalar. Tem por finalidade devolver às pessoas ascondições psicofísicas que as capacitem a retornar, o mais breve possível, às suasatividades normais.

3.2.5.1. As seguintes tarefas enquadram-se na medicina curativa:a. primeiros socorros - medidas emergenciais que visam a

estabilizar a situação do doente ou ferido até que possa receber tratamento adequado;b. triagem - procedimento que visa a selecionar os doentes ou

feridos para o atendimento médico adequado;c. evacuação médica - remoção de pessoal doente ou ferido, sob

cuidados especiais, para uma instalação de saúde capacitada ao atendimento médico demaior complexidade e que não deve ultrapassar a primeira instalação apta a atender ereter o paciente;

d. hospitalização - internação, de doentes e feridos, por indicaçãomédica, em organizações ou instalações de saúde, para fins de tratamento médico oucirúrgico, podendo incluir um período de reabilitação, visando ao retorno do homem aoserviço;

e. tratamento ambulatorial – atendimento de doentes e feridos, seminternação, em organizações ou instalações de saúde, para fins de tratamento médico,podendo incluir um período de reabilitação; e

f. apoio de veterinária – conjunto de ações relacionadas àassistência à saúde animal.

Seção 4

Função Logística Suprimento

4.1. É o conjunto de atividades que trata da previsão e provisão do material, de todas asclasses, necessário às organizações e forças apoiadas.

4.2. São atividades da função logística suprimento:a. levantamento das necessidades;b. obtenção; ec. distribuição.

4.2.1 Levantamento das necessidades de suprimento é a determinação daquantidade e da qualidade dos suprimentos que, segundo um planejamento, devam estar

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disponíveis para o atendimento de uma organização ou força militar em um certo período,para uma determinada finalidade. Inclui preceitos técnicos, podendo envolver pesquisa edesenvolvimento, avaliação e orientação técnica.

4.2.2 Obtenção é a atividade em que são identificadas as possíveis fontes deonde os diferentes itens poderão provir e tomadas as medidas para que os suprimentosnecessários sejam disponibilizados para a organização ou força militar considerada, nolocal e oportunidade desejados.

4.2.3 Distribuição é a atividade que inclui o transporte e a entrega, o recebimento,a armazenagem ou aplicação final do suprimento.

4.3 Para fins de administração e controle dos suprimentos, são utilizados dois sistemaspara classificá-los:

4.3.1 Sistema de Classificação Militar – é o sistema que agrupa todos os itens desuprimento, conforme a finalidade de emprego, em dez classes e é utilizado nosplanejamentos logísticos amplos e na simplificação de instruções e planos:

Classe I - Material de Subsistência.Classe II - Material de Intendência.Classe III - Combustíveis e Lubrificantes.Classe IV - Material de Construção.Classe V - Armamento e Munição.Classe VI - Material de Engenharia e de Cartografia.Classe VII - Material de Comunicações, Eletrônica e de Informática.Classe VIII - Material de Saúde.Classe IX - Material Naval, de Motomecanização e de Aviação.Classe X - Materiais não incluídos nas demais classes.

4.3.2 Sistema de Classificação por Catalogação – é o sistema que reúne todos ositens de suprimento em grupos e classes.

4.3.2.1 A catalogação consiste na codificação padronizada de itens dematerial, compreendendo um sistema com um banco de dados capaz de identificar cadaitem catalogado, através do fornecimento dos seguintes dados: código, nomenclatura,descrição, modificações, componentes intercambiáveis, fabricantes, usuários e outrasinformações adicionais.

4.3.2.2 A catalogação é um valioso instrumento empregado pelos sistemasde gerenciamento logístico com o propósito de permitir, no menor tempo possível, aidentificação do item de suprimento procurado, sua localização e quantidades disponíveisem estoque.

4.4 Para a distribuição dos suprimentos, são utilizados três processos.

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4.4.1 Distribuição em instalação de suprimento - é o processo em que aorganização apoiada vai, com seus próprios meios de transporte, receber o suprimento nainstalação de suprimento do escalão que a apóia.

4.4.2 Distribuição na unidade - é o processo no qual o escalão que apóia faz, comseus meios de transporte, a entrega do suprimento na organização apoiada.

4.4.3 Processos especiais - são os processos organizados pelo escalão queapóia, em função das necessidades específicas das operações.

4.5 Sistema de suprimento é o conjunto integrado das organizações, pessoal,equipamentos, princípios e normas técnicas destinado a proporcionar o adequado fluxodos suprimentos.

4.5.1 A organização e o funcionamento do sistema pressupõem:a. planejamento e supervisão de todas as ações relacionadas com o

suprimento;b. normas de solicitação e fornecimento que proporcionem presteza a fim de

atender com oportunidade as necessidades;c. controles capazes de proporcionar todas as informações pertinentes à

situação dos estoques e a comparação das necessidades com as disponibilidades ;d. órgãos executivos, nos diversos escalões de comando, encarregados da

obtenção e da distribuição;e. pessoal e instalações para receber, armazenar e distribuir os diversos

itens; ef. utilização do menor número possível de instalações intermediárias,

buscando minimizar o manuseio de itens.

4.5.2 O planejamento diz respeito à previsão e à provisão das necessidadescorrentes e futuras enquanto a supervisão engloba a orientação, a coordenação e ocontrole de todas as ações de suprimento.

4.5.3 Para que a administração de suprimento seja levada a bom termo, énecessário estabelecer os convenientes níveis de estoque.

4.5.3.1 Níveis de estoque são as quantidades-limite de itens que devemser mantidos em estoque nos diversos órgãos de suprimento e organizações militaresconsumidoras para atender à demanda e às dotações previstas.

4.5.3.2 O nível de estoque pode ser expresso em:a. dias de suprimento;b. quantidade de itens de suprimento; ouc. unidades de medida de suprimento.

4.5.3.3 Os níveis de estoque podem ser classificados como:a. operacional;b. de segurança;c. de reserva; e

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d. máximo.

4.5.3.4 Nível de estoque operacional é a quantidade de suprimentosnecessária para manter as operações no intervalo de tempo entre dois pedidos ou entre achegada de duas remessas consecutivas.

4.5.3.5 Nível de estoque de segurança é a quantidade de suprimento, alémda que constitui o nível operacional, necessária para garantir a continuidade dasoperações no caso de pequenas interrupções no fluxo de suprimento.

4.5.3.6 Nível de estoque de reserva é a quantidade de suprimento cujaretenção é autorizada, para atender a uma finalidade específica, tal como plano deemergência ou equipamento para novas organizações.

4.5.3.7 Nível de estoque máximo é a quantidade máxima de suprimentocorrespondente à soma das quantidades dos níveis de estoque operacional, desegurança e de reserva, que um comando pode ter em seu poder e por receber, a fim deatender às suas necessidades.

4.5.4 Para realização dos cálculos de previsão de suprimentos necessários emum determinado período de tempo, fazemos uso de dois fatores aritméticos:

a. fator de consumo; eb. fator de reposição.

4.5.4.1 Fator de consumo - é um índice utilizado para estimar a quantidadede um item de suprimento, classificado como material de consumo, a ser consumido numdeterminado período de tempo.

4.5.4.2 Fator de reposição - é um índice que, multiplicado pela quantidadetotal de um item de suprimento de duração indeterminada, fornece a quantidadenecessária para recompletá-lo durante um certo período de tempo.

Seção 5

Função Logística Manutenção

5.1. É o conjunto de atividades que são executadas visando a manter o material namelhor condição para emprego e, quando houver avarias, reconduzi-lo àquela condição.

5.2. Considerações

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5.2.1. Todo equipamento possui associado a ele um ciclo de vida que estabelece,baseado em condições técnicas e/ou econômicas, o tempo de utilização do mesmo.

5.2.2. Por intermédio de programas de revitalização ou modernização, o ciclo devida de um equipamento pode ser estendido, após análise prévia de viabilidadeoperacional, técnica e econômica.

5.2.3. Quando a manutenção for considerada antieconômica, deverá ser iniciado oprocesso de destinação do material, devendo ser verificada a existência de componentesaproveitáveis.

5.2.4. As atividades das funções manutenção e suprimento são interdependentes.A manutenção inadequada implica um aumento das necessidades de suprimento e,inversamente, a carência de suprimento exige maior esforço de manutenção.

5.2.5. A manutenção corretamente executada aumenta a vida útil dosequipamentos, reduz as necessidades de suprimento e permite economizar recursos paraatender a outras finalidades.

5.2.6. Os órgãos de manutenção devem buscar um estreito relacionamento comos usuários dos equipamentos, no sentido de implementar as ações necessárias paraobter-se o melhor desempenho do equipamento, maior durabilidade e menor custooperacional.

5.2.7. A manutenção deve ser tratada como uma função logística estratégica, pois,o seu desempenho afetará diretamente o desempenho das Forças.

5.3. São as seguintes as atividades da manutenção:a. levantamento das necessidades;b. manutenção preventiva;c. manutenção modificadora; ed. manutenção corretiva.

5.3.1. O levantamento das necessidades visa a determinar as carências deinstalações, pessoal e material para o apoio de manutenção em uma situação específica.

5.3.2. A manutenção preventiva é executada para evitar falhas, queda nodesempenho do material e, ainda, reduzir a possibilidade de avarias e degradações,através de inspeções, testes, reparações ou substituições.

5.3.2.1 A manutenção preditiva, conjunto de controles diagnósticosbaseados em parâmetros técnicos, está contida na manutenção preventiva. A suaaplicação permite prever o momento mais apropriado para a execução das atividades demanutenção e, dessa forma, chegar o mais próximo possível do limite da vida útil desistemas e componentes, otimizando o trinômio custo – operacionalidade – manutenção.

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5.3.2.2 A determinação do ponto preditivo, a partir do qual uma queda dedesempenho e/ou a probabilidade de o equipamento falhar assumem valoresindesejáveis, tanto no aspecto técnico, quanto no econômico, provocará uma intervençãode manutenção corretiva planejada, com o objetivo de eliminar a causa do problemaidentificado.

5.3.3. A manutenção modificadora consiste nas ações de manutenção destinadasa adequar o equipamento às necessidades ditadas pelas exigências operacionais ouainda para otimizar os trabalhos da própria manutenção.

5.3.4. A manutenção corretiva destina-se a reparar ou recuperar o materialdanificado para repô-lo em condições de uso. Pode ser classificada como planejada e nãoplanejada.

5.3.4.1. A manutenção corretiva planejada é a correção do desempenhomenor que o esperado, por decisão técnica, baseada em acompanhamento preditivopodendo estender a operação até a falha.

5.3.4.2. A manutenção corretiva não planejada é a correção da falha,ocorrida de maneira aleatória, quando não há tempo para a preparação do serviço, o que,normalmente, implica em elevação de custos de manutenção e maiores prejuízos para asoperações.

5.4. As ações de manutenção, com base na capacitação técnica e nos recursos depessoal e de material, são estruturadas em escalões, visando a:

a. otimizar a sistemática de manutenção;b. atribuir responsabilidades; ec. permitir uma distribuição criteriosa, ordenada e eficiente dos recursos disponíveis.

5.5. Escalão de manutenção é o grau ou amplitude de trabalho requerido nas atividadesde manutenção, em função da complexidade do serviço a ser executado.

5.6. A manutenção é classificada nos seguintes escalões:a. 1º escalão;b. 2º escalão;c. 3º escalão; ed. 4º escalão.

5.6.1. Manutenção de 1º escalão - compreende as ações realizadas pelo usuárioe/ou pela organização militar responsável pelo material, com os meios orgânicosdisponíveis, visando a manter o material em condições de funcionamento e deconservação.

5.6.2. Manutenção de 2º escalão - compreende as ações realizadas emorganizações de manutenção e que ultrapassam a capacidade dos meios orgânicos daorganização militar responsável pelo material.

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5.6.3. Manutenção de 3º escalão - compreende as ações de manutenção queexigem recursos superiores aos escalões anteriores, em função do grau de complexidade.

5.6.4. Manutenção de 4º escalão - compreende as ações de manutenção cujosrecursos necessários requerem o emprego de instalações fabris da respectiva Força, oconcurso do fabricante ou representante autorizado, ou, ainda, o uso de instalaçõesindustriais especializadas.

5.7. Cabe ressaltar, que não existe a obrigatoriedade de vinculação entre as atividadeslogísticas da Função Manutenção e os escalões de manutenção.

Seção 6

Função Logística Engenharia

6.1. É o conjunto de atividades que são executadas, visando ao planejamento e àexecução de obras e de serviços com o objetivo de obter e adequar a infra-estrutura físicae as instalações existentes às necessidades das forças.

6.2. Considerações

6.2.1. A obtenção e a utilização da infra-estrutura física necessária, normalmente,compreende:

a. aeródromos, vias de transporte;b. terminais de transporte;c. construção, manutenção, ampliação e recuperação de bases;d. obstáculos, abrigos e trabalhos de camuflagem; ee. instalações diversas.

6.2.2. Desde o planejamento até a execução, a Função Logística Engenhariadeverá considerar, sempre que possível, a máxima utilização da infra–estrutura e dasinstalações existentes, bem como as disponibilidades em materiais, equipamentos e mão-de-obra.

6.3. São atividades da função logística engenharia:a. construção ;b. ampliação;c. reforma;d. adequação;e. reparação;f. restauração;g. conservação;h. demolição;i. remoção;

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j. desobstrução;k. montagem; el. avaliação.

6.3.1. A construção consiste nos trabalhos para obtenção de um recurso físiconovo, isolado ou em conjunto com outros.

6.3.2. A ampliação consiste nos trabalhos destinados a aumentar a capacidade deum recurso físico já existente.

6.3.3. A reforma consiste nos trabalhos para melhorar a eficiência de um recursofísico já existente, sem aumentar sua capacidade física.

6.3.4. A adequação consiste nos trabalhos para alterar a destinação de um recursofísico já existente, sem aumentar sua capacidade física.

6.3.5. A reparação consiste nos trabalhos corretivos para eliminar danos depequeno vulto ocorridos em um recurso físico, restabelecendo sua condição de utilização.

6.3.6. A restauração consiste nos trabalhos corretivos para restabelecer ascondições de utilização de determinado recurso físico que apresente danos consideráveis.

6.3.7. A conservação consiste nos trabalhos preventivos e corretivos de problemascomuns devidos ao uso corrente de recursos físicos.

6.3.8. A demolição consiste nos trabalhos para desfazer ou destruir um recursofísico.

6.3.9. A remoção consiste nos trabalhos para transferir determinado recurso físicode um local para outro.

6.3.10. A desobstrução consiste nos trabalhos realizados para a retirada deobstáculos, naturais ou artificiais, que estejam impedindo ou dificultando a utilização dolocal ou da área considerada.

6.3.11. A montagem consiste na reunião de peças de um dispositivo, mecanismo ouequipamento, de modo que possa funcionar e atender ao fim a que se destina.

6.3.12. A avaliação consiste no levantamento e análise de informações técnicas deforma a verificar se a infra-estrutura é adequada para o fim a que se destina.

Seção 7

Função Logística Transporte

7.1. É o conjunto de atividades que são executadas visando ao deslocamento derecursos humanos, materiais e animais por diversos meios, em tempo e para os locaispredeterminados, a fim de atender as necessidades.

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7.2. Considerações.

7.2.1. As Forças utilizarão, em princípio, os respectivos meios de transporteorgânicos, de acordo com normas próprias, para o atendimento das suas necessidadesou, quando determinado, no auxílio às instituições civis.

7.2.2. A cooperação e o apoio mútuo entre as Forças são objetivos primordiais eindispensáveis para a obtenção do menor custo total da logística, maximizando, naFunção Transporte, a eficiência e a eficácia.

7.2.3. Os meios civis de transporte poderão ser utilizados em situação denormalidade ou de anormalidade, mediante a contratação de serviços.

7.2.4. A mobilização dos transportes permitirá a utilização de meios que serãopostos à disposição das Forças Armadas, bem como da infra-estrutura necessária para autilização dos mesmos.

7.2.5. Transporte Militar é aquele realizado sob a direção militar, para atender àsnecessidades das Forças Armadas.

7.2.6. A deficiência na função transporte é fator limitativo para a execução dasoperações.

7.3. Em função da via utilizada, o transporte abrange as seguintes modalidades:a. aéreo ;b. aquaviário (oceânico, de cabotagem e em águas interiores);c. terrestre (rodoviário, ferroviário); ed. com o emprego de dutos.

7.4. São atividades da função logística transporte:a. levantamento das necessidades;b. seleção; ec. gerência de transportes.

7.4.1. O levantamento das necessidades decorre do exame pormenorizado dosplanos propostos e, em particular, das ações e operações previstas. Os usuários detransporte apresentam, periodicamente, aos órgãos de apoio, o planejamento de suasnecessidades para o período subseqüente.

7.4.2. A seleção consiste no atendimento das prioridades, na escolha damodalidade de transporte a ser adotada e o meio de transporte a ser empregado, combase no conhecimento das possibilidades dos meios e das vias de transporte.

7.4.3. A gerência de transportes consiste em:

7.4.3.1. aproveitar, de maneira eficiente, as disponibilidades existentes;

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7.4.3.2. buscar a obtenção do máximo rendimento dos meios disponíveis, aredução ao mínimo das baldeações, a utilização dos meios de transporte mais flexíveis ea obtenção de rapidez, segurança e flexibilidade nas operações logísticas; e

7.4.3.3. estabelecer medidas de coordenação e de controle sobre omovimento de material ou pessoal com a finalidade de avaliar e assegurar a execuçãosistemática e ordenada do trânsito.

Seção 8

Função Logística Salvamento

8.1. É o conjunto de atividades que são executadas visando à salvaguarda e ao resgatede recursos materiais, suas cargas ou itens específicos.

8.2. São atividades da função logística salvamento:a. combate a incêndios;b. controle de avarias;c. controle de danos;d. remoção;e. reboque;f. desencalhe ou reflutuação de meios; eg. resgate de recursos materiais acidentados, cargas ou itens específicos.

8.2.1. O combate a incêndios consiste nas ações desencadeadas para prevenção,controle e extinção de incêndios em meios e instalações. Essas ações são realizadas,normalmente, por equipes especialmente adestradas para essa finalidade.

8.2.2. O controle de avarias consiste nas ações desencadeadas para limitar osefeitos das avarias sofridas por um meio ou instalação, a fim de que possa continuarsendo utilizada até que seja possível realizar os reparos necessários para o seu retornoao estado normal de funcionamento ou utilização.

8.2.3. O controle de danos consiste nas medidas preventivas e de controle,adotadas para reduzirem ao mínimo os efeitos da ação inimiga, dos grandes desastres oude catástrofes da natureza, a fim de assegurar a continuidade ou o restabelecimento doapoio logístico.

8.2.4. A remoção consiste no conjunto de ações necessárias para movimentarmeios materiais, impossibilitados de fazê-lo por seus próprios recursos, para um localpredeterminado e visando a um fim específico.

8.2.5. O reboque consiste na locomoção de um meio que está impossibilitado defazê-lo por seus próprios recursos, tracionando-o ou empurrando-o.

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8.2.6. O desencalhe ou reflutuação de meios consiste nas ações realizadas paraliberar um meio flutuante que se encontra impossibilitado de locomoção, por encalhe ouafundamento.

8.2.7. O resgate de recursos materiais, cargas ou itens específicos, acidentadosou avariados, consiste nas ações desencadeadas para transportar esses meios ou itensdo local da ocorrência para uma área de manutenção ou outro local desejado.

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CAPÍTULO IV

APOIO LOGÍSTICO MILITAR

Seção 1

Conceito

1.1. É a estrutura sistêmica destinada a prever e prover os recursos humanos, materiais,animais e os serviços destinados a atender as necessidades, visando ao cumprimento damissão das Forças Armadas.

Seção 2

Considerações

2.1. Cada Força Armada estabelece o seu sistema de apoio logístico. Todavia,determinadas funções ou atividades poderão ser centralizadas ou integradas para umapoio comum.

2.2. Tais sistemas devem estar em condições de:a. evoluir, sem solução de continuidade, da situação de normalidade para uma

situação de conflito;b. realizar o apoio logístico consoante o planejamento;c. entrosar-se com os sistemas congêneres do meio civil, das demais Forças e,

ainda, de Forças Aliadas; ed. prestar apoio logístico às demais Forças, sob determinadas circunstâncias.

Seção 3

Estrutura de Apoio

3.1. A mobilidade e o emprego combinado, características indiscutivelmente presentes nocenário atual, exigem uma estrutura de apoio flexível, móvel, capaz de responder àsnecessidades de cooperação mútua entre as Forças Armadas e que busque sempre omenor custo total para a logística.

3.2. Vale considerar que o incremento da interoperabilidade entre os meios das ForçasArmadas contribuirá sobremaneira para a simplificação da estrutura do apoio logístico.

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Seção 4

Formas de Apoio Logístico

4.1. As organizações que desempenham atividades de apoio logístico serão empregadasdas seguintes formas:

a. apoio ao conjunto - é aquele proporcionado por um elemento de apoio em relaçãoa todos ou vários elementos apoiados com os quais possui vinculação específica;

b. apoio por área - é aquele proporcionado por um elemento de apoio em relação aelementos apoiados, sem vinculação específica, localizados em uma área geográficadefinida ou que por ela transitam;

c. apoio suplementar - é aquele proporcionado por um elemento de apoio logístico aoutro elemento de apoio logístico com a finalidade de aumentar a sua capacidade deapoio;

d. apoio direto - é aquele proporcionado por um elemento de apoio a uma unidadeou fração específica, caracterizando-se pela ligação permanente entre o elemento deapoio e apoiado, cabendo a este último determinar as prioridades dos trabalhos a seremexecutados; e

e. apoio específico – é aquele proporcionado por um elemento de apoio logístico aum elemento apoiado, em determinada e específica tarefa logística.

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CAPÍTULO V

PLANEJAMENTO LOGÍSTICO

Seção 1

Considerações

1.1. O planejamento logístico, parte integrante do planejamento militar, tem por finalidadecriar condições para que o apoio seja realizado de forma oportuna e adequada, desde asituação de normalidade. É um processo racional, metodologicamente organizado, quedeve considerar a situação em curso e sua provável evolução.

1.2. O planejamento logístico para o apoio de forças componentes de um comandocombinado, decorrente do planejamento do estado-maior combinado, é realizado noâmbito dos Comandos das Forças Armadas, visando propiciar os meios necessários parao emprego de suas respectivas forças, cabendo ao Ministério da Defesa a coordenaçãodesses planejamentos.

1.3. O planejamento logístico para operações combinadas será regulado em publicaçãoespecífica.

1.4. Os planejamentos logísticos devem ser consolidados em cada nível (estratégico,operacional e tático) do Sistema de Apoio Logístico e articular-se com o planejamentooperacional, fornecendo, ainda, no nível estratégico, subsídios para o planejamento damobilização.

Seção 2

Desenvolvimento Estratégico da Logística Militar

2.1. O planejamento logístico militar no nível estratégico deve considerar, entre outrosaspectos, a necessária ampliação da nacionalização dos produtos de defesa, o quegarante a redução da dependência na obtenção dos recursos necessários aocumprimento das missões constitucionais das Forças Armadas.

2.2. A elaboração do Plano de Desenvolvimento Estratégico da Logística Militar (PDELM)exige a determinação da situação atual, ou seja, a Capacidade Logística Militar Atual(CLMA), de uma situação intermediária designada como Capacidade Logística Mínima deDefesa Imediata (CLMDI) e da Capacidade Logística Mobilizável (CLM).

2.3. O PDELM, elaborado pelo MD, além dos meios de emprego militar, envolvenecessariamente outros aspectos, como a capacidade da indústria de defesa nacional, dedesenvolvimento científico-tecnológico, e as disposições pertinentes ao Plano deMobilização Nacional.

Seção 3

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Etapas do Planejamento Logístico

3.1. O planejamento logístico é realizado em três etapas:a. exame de situação de logística;b. elaboração do Plano Logístico; ec. controle do apoio planejado.

3.2. O exame de situação de logística é desenvolvido em cinco fases:a. Missão;b. Situação;c. Possibilidades do Inimigo, Linhas de Ação e Análise;d. Comparação das Linhas de Ação; ee. Conclusão.

3.3. O Exame de Situação de Logística contém fatores e aspectos que devem serapreciados pelo Chefe da Seção de Logística, visando a assessorar o comandante natomada de decisão e prestar informações seguras aos demais membros do estado-maior.Esse documento permite ao Chefe da Seção tomar decisões setoriais quanto àorganização do apoio logístico a ser prestado.

3.4. Normalmente, o exame de situação de logística deve basear-se em linhas de açãooperacionais. Essas linhas de ação devem ser analisadas, uma a uma, sob a ótica dalogística, tendo em vista a sua execução operacional. Dessa maneira, se proporcionaráao comandante as informações necessárias para a decisão sobre qual linha de açãoadotar, tanto do ponto de vista operacional, quanto do ponto de vista da logística.

3.5. O Exame de Situação de Logística é a ferramenta que dá início à confecção doPlano Logístico.

3.6. O Plano Logístico é elaborado tendo como base um plano ou uma diretriz superior.Na ausência de um plano ou diretriz, o escalão considerado assumirá sua missão e, emfunção desta, realizará o consentâneo planejamento.

Seção 4

Características do Planejamento Logístico

4.1. Deve correlacionar-se com o planejamento estratégico, operacional ou tático quelhe serve de fundamento.

4.2. Deve atender tanto às condicionantes de tempo e espaço, quanto às de quantidadee qualidade dos meios. Portanto, requer cuidadosa previsão, de modo a garantir suavalidade para o futuro. Exige, ainda, uma antecipação de ações, que será tanto maiorquanto mais amplos e complexos forem os problemas a serem solucionados.

4.3. Deve ser flexível, permitindo a possibilidade de desencadeamento de açõesalternativas.

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Seção 5

Condicionantes do Planejamento Logístico

5.1. São condicionantes do planejamento logístico:a. o levantamento das necessidades;b. os meios existentes;c. a capacidade de mobilização nacional;d. os prazos disponíveis para a mobilização; ee. a disponibilidade de recursos financeiros.

5.1.1 O levantamento das necessidades constitui-se em um conjunto deprocedimentos para atender, com o maior grau de segurança e no menor tempo possível,a provisão dos recursos de toda ordem.

5.1.2 Os meios existentes representam todos os recursos disponíveis nas ForçasArmadas, para emprego imediato, antes da mobilização.

5.1.3 A capacidade de mobilização nacional é o grau de aptidão que tem a Naçãode passar de uma situação de paz para uma de guerra, em tempo oportuno, com omáximo de eficácia e o mínimo de transtornos para a vida do País.

5.1.4 O planejamento de mobilização deve considerar os seguintes períodos detempo:

a. curto prazo: para o atendimento imediato;b. médio prazo: para a uma situação com ocorrência temporal previsível e não

imediata; ec. longo prazo: para uma situação futura, quando o fator tempo não é primordial.

5.1.5 A disponibilidade de recursos financeiros é condicionante básica para oatendimento integral das necessidades. Caso sejam insuficientes, o planejamento deveráser ajustado de acordo com a realidade.

5.2. O planejamento logístico é realizado nos escalões que compõem a estruturaorganizacional do Ministério da Defesa e das Forças Armadas.

Seção 6

Finalidade do Planejamento Logístico

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6.1 O planejamento logístico permite a formulação de linhas de ação setoriais parasolucionar o(s) problema(s) existente(s), em coordenação com os planejamentosestratégicos, operacionais e táticos.

6.2 Após a decisão do comandante, o planejamento buscará apoiar a linha de açãooperacional escolhida, gerando, como conseqüência, o plano e seus anexos. Essa fase,que constitui o planejamento logístico propriamente dito, é realizada pelo órgão logísticode estado-maior.

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CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

1.1. As Funções Logísticas serão normatizadas por documentos específicos expedidos,por delegação, pelo Secretário de Logística e Mobilização.

1.2. Os Comandos das Forças subordinadas deverão rever suas orientações logísticas,normas e currículos escolares de forma a adequá-las a esta Doutrina.

1.3. A Secretaria de Logística e Mobilização do Ministério da Defesa deverá ser incluídanas listas de distribuição das publicações, expedidas pelas Forças Armadas, que tratemda Doutrina de Logística Militar.

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INTENCIONALMENTE EM BRANCO

GLOSSÁRIO

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Parte I – Abreviaturas, siglas e símbolos

CLMA – capacidade logística militar atual

CLMDI – capacidade logística mínima de defesa imediata

CLM – capacidade logística mobilizável

PDELM – plano de desenvolvimento estratégico da logística militar

Parte II – Termos e definições

Adaptação - consiste nos trabalhos para alterar a destinação de um recurso físico jáexistente, sem aumentar sua capacidade física.

Ampliação - consiste nos trabalhos destinados a aumentar a capacidade de um recursofísico já existente.

Apoio ao conjunto - é aquele proporcionado por um elemento de apoio em relação atodos ou vários elementos apoiados com os quais possui vinculação específica.

Apoio específico – é aquele proporcionado por um elemento de apoio logístico a umelemento apoiado, em determinada e específica tarefa logística.

Apoio de veterinária - ações relacionadas à assistência veterinária, à inspeção dealimentos e ao controle das doenças de origem animal.

Apoio direto - é aquele proporcionado por um elemento de apoio a uma unidade oufração específica, caracterizando-se pela ligação permanente entre o elemento de apoio eapoiado, cabendo a este último determinar as prioridades dos trabalhos a seremexecutados.

Apoio laboratorial - ações necessárias à análise de material biológico com a finalidadediagnóstica.

Apoio logístico militar - é a estrutura sistêmica destinada a prover uma força dosrecursos humanos, materiais e animais e dos serviços destinados a atender às suasnecessidades, visando ao cumprimento da missão das Forças Armadas.

Apoio odontológico - ações necessárias à assistência odontológica aos recursoshumanos.

Apoio por área - é aquele proporcionado por um elemento de apoio em relação aelementos apoiados, sem vinculação específica, localizados em uma área geográficadefinida ou que por ela transitam.

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Apoio suplementar - é aquele proporcionado por um elemento de apoio logístico a outroelemento de apoio logístico com a finalidade de aumentar a sua capacidade de apoio.

Arrendamento mercantil - é a operação na qual uma das partes cede o uso de um oumais bens mediante o pagamento pela outra de prestações periódicas, sendo usual que,ao final do contrato, o arrendatário tenha opção de compra dos bens.

Atividade logística - é um conjunto de tarefas afins reunidas segundo critérios derelacionamento, interdependência ou de similaridade.

Capacidade logística militar atual - somatório dos meios logísticos disponíveis paraemprego pelas Forças Armadas, considerados em quantidade e qualidade, influenciadospelo seu valor relativo de contribuição para o poder militar.

Capacidade logística mínima de defesa imediata - somatório dos meios logísticos paraemprego pelas Forças Armadas, considerados em quantidade e qualidade, influenciadospelo seu valor relativo de contribuição para o poder militar, e suficientes para permitir ocumprimento de tarefas de defesa imediata.

Capacidade logística mobilizável - somatório dos meios logísticos a seremdisponibilizados para emprego pelas Forças Armadas, considerados em quantidade equalidade, influenciados pelo seu valor relativo de contribuição para o poder militar,derivados da implementação do Plano de Mobilização Nacional, e capazes de sustentar ocumprimento pleno das missões constitucionais.

Combate a incêndios - consiste nas ações desencadeadas para prevenção, controle eextinção de incêndios em meios e instalações. Essas ações são realizadas, normalmente,por equipes especialmente adestradas para essa finalidade.

Compra - é o processo de aquisição de bens, cedidos voluntariamente pelo proprietário,mediante pagamento em dinheiro, de importância ajustada, à vista ou a prazo, sendo oprocesso mais aconselhável e normal.

Confisco - é a apropriação sumária e de forma controlada, em caráter punitivo, sempagamento, para utilização militar.

Conservação - consiste nos trabalhos preventivos e corretivos de problemas comunsdevidos ao uso corrente de recursos físicos.

Construção - consiste nos trabalhos para obtenção de um recurso físico novo, isolado ouem conjunto com outros.

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Contratação de serviço - é o processo indenizável utilizado para a formalização daprestação de um determinado serviço.

Contribuição - é um tributo, periódico ou eventual, voluntário ou compulsório, visando aum determinado fim militar, podendo ou não comportar ressarcimento posterior.

Controle de avarias - consiste nas ações desencadeadas para limitar os efeitos dasavarias sofridas por um meio ou instalação a fim de que possa continuar sendo utilizadaaté que seja possível realizar os reparos necessários para o seu retorno ao estado normalde funcionamento ou utilização.

Controle de danos - consiste nas medidas preventivas e de controle, adotadas parareduzirem ao mínimo os efeitos da ação inimiga, dos grandes desastres ou de catástrofesda natureza, a fim de assegurar a continuidade ou o restabelecimento do apoio logístico.

Controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis – conjunto de medidas quevisam ao registro da ocorrência desses tipos de doenças e às ações necessárias aoimpedimento de sua disseminação.

Controle médico periódico – conjunto de medidas e ações que visam a monitorar ospadrões dos recursos humanos requeridos para a execução das suas atividades. Ocontrole médico periódico deverá provocar o pronto tratamento, quando necessário.

Demolição - consiste nos trabalhos para desfazer ou destruir um recurso físico.

Desencalhe ou reflutuação de meios - consiste nas ações realizadas para liberar ummeio flutuante que se encontra impossibilitado de locomoção, por encalhe ouafundamento.

Desenvolvimento - é o processo de especificação, projeto, teste e produção dirigidos aoatendimento de uma necessidade específica.

Desobstrução - consiste nos trabalhos realizados para a retirada de obstáculos, naturaisou artificiais, que estejam impedindo ou dificultando a utilização do local ou da áreaconsiderada.

Determinação das necessidades - decorre do exame pormenorizado dos planospropostos e, em particular, das ações e operações previstas, definindo quais são asnecessidades, quando, em que quantidade, com que qualidades e em que local deverãoestar disponíveis.

Distribuição - consiste em fazer chegar, oportuna e eficazmente, aos usuários, todos osrecursos fixados pela determinação das necessidades.

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Distribuição em instalação de suprimento - é o processo em que a organizaçãoapoiada vai, com seus próprios meios de transporte, receber o suprimento na instalaçãode suprimento do escalão que a apóia.

Distribuição na unidade - é o processo no qual o escalão que apóia faz, com seus meiosde transporte, a entrega do suprimento na organização apoiada.

Doação - é a concessão, de forma gratuita, de materiais, animais ou serviços.

Educação sanitária – conjunto de medidas que visam a orientar os recursos humanossobre hábitos necessários à manutenção da saúde.

Empréstimo - é o processo de aquisição de bens, cedidos voluntariamente peloproprietário, sem ônus para o utilizador, que deverão ser restituídos ao mesmo apóscessadas as necessidades de sua utilização, no mínimo, no estado em que seencontravam ao serem emprestados.

Escalão de manutenção - é o grau ou amplitude de trabalho requerido nas atividades demanutenção, em função da complexidade do serviço a ser executado.

Evacuação médica - remoção de pessoal doente ou ferido, sob cuidados especiais, parauma instalação de saúde capacitada ao atendimento médico de maior complexidade eque não deve ultrapassar a primeira instalação apta a atender e reter o paciente.

Fator de consumo - é um índice utilizado para estimar a quantidade de um item desuprimento, classificado como material de consumo, a ser consumido num determinadoperíodo de tempo.

Fator de reposição - é um índice que, multiplicado pela quantidade total de um item desuprimento de duração indeterminada, fornece a quantidade necessária para recompletá-lo durante um certo período de tempo.

Função Logística - é a reunião, sob uma única designação, de um conjunto de atividadeslogísticas afins, correlatas ou de mesma natureza.

Função Logística Engenharia - é o conjunto de atividades que são executadas, visandoao planejamento e à execução de obras e de serviços com o objetivo de obter e adequara infra-estrutura física e as instalações existentes às necessidades das forças.

Função Logística Manutenção - é o conjunto de atividades que são executadas visandoa manter o material na melhor condição para emprego e, quando houver avarias,reconduzi-lo àquela condição.

Função Logística Recursos Humanos - é o conjunto de atividades relacionadas com ogerenciamento do pessoal.

Função Logística Salvamento - é o conjunto de atividades que são executadas visandoà salvaguarda e ao resgate de recursos materiais, suas cargas ou itens específicos.

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Função Logística Saúde - é o conjunto de atividades relacionadas com a conservaçãodo pessoal, nas condições adequadas de aptidão física e psíquica, por intermédio demedidas sanitárias de prevenção e de recuperação.

Função Logística Suprimento - é o conjunto de atividades que trata da previsão eprovisão do material, de todas as classes, necessário às organizações e forças apoiadas.

Função Logística Transporte - é o conjunto de atividades que são executadas visandoao deslocamento de recursos humanos, materiais e animais por diversos meios, emtempo e para os locais predeterminados, a fim de atender as necessidades.

Gerência de ambientes adversos – conjunto de medidas que visam monitorar oambiente operacional, a fim de detectar alterações que possam prejudicar a saúde dosrecursos humanos e implementar as ações necessárias para restabelecer a normalidadedo ambiente, ou as ações para a proteção dos recursos humanos.

Higiene – conjunto de medidas que visam a assegurar a prática da profilaxia emdeterminada área, buscando o emprego de meios para evitar doenças e conservar asaúde.

Hospitalização - internação, de doentes e feridos, por indicação médica, emorganizações ou instalações de saúde, para fins de tratamento médico ou cirúrgico,podendo incluir um período de reabilitação, visando ao retorno do homem ao serviço.

Imunização – conjunto de medidas e ações que visam a impedir a manifestação demoléstias sobre os recursos humanos que atuam em determinada área.

Logística Militar - é o conjunto de atividades relativas à previsão e à provisão dosrecursos e dos serviços necessários à execução das missões das Forças Armadas.

Manutenção corretiva - destina-se a reparar ou recuperar o material danificado pararepô-lo em condições de uso. Pode ser classificada como planejada e não planejada.

Manutenção corretiva não planejada - é a correção da falha, ocorrida de maneiraaleatória, quando não há tempo para a preparação do serviço, o que, normalmente,implica em elevação de custos de manutenção e maiores prejuízos para as operações.

Manutenção corretiva planejada - é a correção do desempenho menor que o esperado,por decisão técnica, baseada em acompanhamento preditivo podendo estender aoperação até a falha.

Manutenção de 1º escalão - compreende as ações realizadas pelo usuário e/ou pelaorganização militar responsável pelo material, com os meios orgânicos disponíveis,visando a manter o material em condições de funcionamento e de conservação.

Manutenção de 2º escalão - compreende as ações realizadas em organizações demanutenção e que ultrapassam a capacidade dos meios orgânicos da organização militarresponsável pelo material.

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Manutenção de 3º escalão - compreende as ações de manutenção que exigem recursossuperiores aos escalões anteriores, em função do grau de complexidade.

Manutenção de 4º escalão - compreende as ações de manutenção cujos recursosnecessários requerem o emprego de instalações fabris da respectiva força, o concurso dofabricante ou representante autorizado, ou, ainda, o uso de instalações industriaisespecializadas.

Manutenção modificadora - consiste nas ações de manutenção destinadas a adequar oequipamento às necessidades ditadas pelas exigências operacionais ou ainda paraotimizar os trabalhos da própria manutenção.

Manutenção preditiva – é o conjunto de controles diagnósticos baseados em parâmetrostécnicos. Está contida na manutenção preventiva. A sua aplicação permite prever omomento mais apropriado para a execução das atividades de manutenção e, dessaforma, chegar o mais próximo possível do limite da vida útil de sistemas e componentes,otimizando o trinômio custo – operacionalidade – manutenção.

Manutenção preventiva - é executada para evitar falhas, queda no desempenho domaterial e, ainda, reduzir a possibilidade de avarias e degradações, através de inspeções,testes, reparações ou substituições.

Material capturado - é qualquer tipo de suprimento utilizado pelas forças armadasinimigas que nossas forças capturem ou encontrem no campo de batalha.

Material salvado - é todo material, utilizado pelas nossas forças ou por forças aliadas,encontrado em situação de abandono no campo de batalha, suscetível de ser utilizadopara suas finalidades (com ou sem reparação prévia), ou ser aproveitado como sucata.

Medicina curativa - é a atividade destinada ao tratamento de doentes e feridos, sobregime ambulatorial (pré-hospitalar) ou hospitalar, que tem por finalidade devolver aohomem as condições psicofísicas que o capacitem a retornar, o mais breve possível, àssuas atividades normais.

Medicina preventiva - é a atividade destinada a preservar a saúde física e mental dosrecursos humanos, por meio de diagnósticos precoces, associados ao pronto tratamento,e de um conjunto de medidas profiláticas que, quando bem executadas, reduzirão custoscom evacuação e hospitalização.

Necessidades iniciais - são as destinadas a completar as dotações das organizações ea constituir os diferentes níveis de suprimento necessários ao início das operações.

Necessidades para a reserva - são as destinadas ao atendimento de determinadassituações, como as de emergência, e ao atendimento de fins específicos, como oequipamento de novas organizações militares ou das que chegarão à área de conflito semo respectivo equipamento.

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Necessidades para fins especiais - são as que não constam das dotações normais,mas que são imprescindíveis para o cumprimento de determinadas missões especiais,tais como: apoio à população civil, apoio a forças em trânsito, apoio a outras forças eforças aliadas e apoio a operações especiais ou sob condições especiais.

Necessidades para recompletamento e manutenção - são as destinadas à reposiçãodas dotações de pessoal e material das organizações e dos níveis de estoque para amanutenção do esforço.

Níveis de estoque - são as quantidades-limite de itens que devem ser mantidos emestoque nos diversos órgãos de suprimento e organizações militares consumidoras paraatender à demanda e às dotações previstas.

Nível de estoque de reserva - é a quantidade de suprimento cuja retenção é autorizada,para atender a uma finalidade específica, tal como plano de emergência ou equipamentopara novas organizações.

Nível de estoque de segurança - é a quantidade de suprimento, além da que constitui onível operacional, necessária para garantir a continuidade das operações no caso depequenas interrupções no sistema de suprimento.

Nível de estoque máximo - é a quantidade máxima de suprimento correspondente àsoma das quantidades dos níveis de estoque operacional, de segurança e de reserva,que um comando pode ter em seu poder e por receber, a fim de atender às suasnecessidades.

Nível de estoque operacional - é a quantidade de suprimentos necessária para manteras operações no intervalo de tempo entre dois pedidos ou entre a chegada de duasremessas consecutivas.

Obtenção - é a fase em que são identificadas as fontes e tomadas as medidas para aaquisição e a obtenção dos recursos necessários.

Pedido - é a solicitação formal a um órgão de suprimento ou prestador de serviços,segundo normas específicas.

Prevenção de acidentes – conjunto de medidas que visam a orientar os recursoshumanos sobre a conduta correta para evitar a ocorrência de acidentes.

Primeiros socorros - medidas emergenciais que visam a estabilizar a situação do doenteou ferido até que possa receber tratamento adequado.

Princípio da continuidade - é o encadeamento ininterrupto de ações, assegurando umaseqüência lógica para as fases do trabalho.

Princípio da coordenação - é a conjugação de esforços, de modo harmônico, deelementos distintos e mesmo heterogêneos, com missões diversas, para a consumaçãode um mesmo fim.

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Princípio da economia de meios – é a busca do máximo rendimento, por intermédio doemprego eficiente, racional e judicioso dos meios disponíveis. Não implica na economiaexcessiva, mas na distribuição adequada dos meios disponíveis, elegendo-se comoprioritário o apoio na área da ação principal.

Princípio da flexibilidade - é a possibilidade de adoção de soluções alternativas ante amudança de circunstâncias.

Princípio da interdependência - é a dependência recíproca que o planejamento logísticomantém com o planejamento operacional nos níveis estratégico e tático.

Princípio da objetividade - é a identificação clara das ações que devem ser realizadas ea determinação precisa dos meios necessários à sua concretização.

Princípio da oportunidade - é o condicionamento da previsão e da provisão dos meiosao fator tempo, a fim de que as necessidades possam ser atendidas de forma adequada.

Princípio da prioridade - é a prevalência do principal sobre o secundário ou acessório.

Princípio da segurança - é a garantia do pleno desenvolvimento dos planos elaborados,a despeito de quaisquer óbices. Consiste nas medidas necessárias para evitar a surpresa,a observação, a sabotagem, a espionagem e a inquietação, a fim de assegurar aliberdade de ação do comandante. Não implica em precaução exagerada, nem em evitaro risco calculado.

Princípio da simplicidade - é o uso da linha de ação mais simples e adequada aodesenvolvimento das atividades logísticas, de modo a ser compreendida e executada comfacilidade.

Princípio da unidade de comando - é a existência de autoridade e programa únicospara um conjunto de operações com a mesma finalidade. Uma eficiente unidade decomando requer uma cadeia de comando bem definida, com precisa e nítida divisão deresponsabilidades, um sistema de comunicações adequado e uma doutrina logística bemcompreendida, aceita e praticada pelos comandantes em todos os níveis.

Princípio do controle - é o acompanhamento da execução das atividades decorrentes doplanejamento, no sentido de permitir correções e realimentações a fim de atingir opropósito estabelecido, com o sucesso desejado.

Princípio do objetivo - é o efeito final desejado e é definido normalmente na missão.

Processos especiais de distribuição de suprimento - são os processos organizadospelo escalão que apoia, com seus próprios meios, em função das necessidadesespecíficas das operações.

Psiquiatria preventiva – conjunto de medidas para detectar distúrbios psiquiátricos quepossam vir a ocorrer nos recursos humanos.

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Reboque - consiste nas ações realizadas para locomover um meio que estáimpossibilitado de fazê-lo por seus próprios recursos, tracionando-o ou empurrando-o.

Reforma - consiste nos trabalhos para melhorar a eficiência de um recurso físico jáexistente, sem aumentar sua capacidade física.

Remoção - consiste no conjunto de ações necessárias para movimentar meios materiais,impossibilitados de fazê-lo por seus próprios recursos, para um local predeterminado evisando a um fim específico.

Reparação - consiste nos trabalhos corretivos para eliminar danos de pequeno vultoocorridos em um recurso físico, restabelecendo sua condição de utilização.

Requisição - é a imposição do fornecimento de materiais, animais e serviço, medianteordem escrita e assinada por autoridade competente, sendo o pagamento, normalmente,realizado posteriormente.

Resgate de recursos materiais, cargas ou itens específicos, acidentados ouavariados - consiste nas ações desencadeadas para transportar esses meios ou itens dolocal da ocorrência para uma área de manutenção ou outro local desejado.

Restauração - consiste nos trabalhos corretivos para restabelecer as condições deutilização de determinado recurso físico que apresente danos consideráveis.

Saneamento – conjunto de medidas destinadas a tornar uma área habitável.

Sistema de Classificação Militar – é o sistema que agrupa todos os itens de suprimento,conforme a finalidade de emprego, em dez classes e é utilizado nos planejamentoslogísticos amplos e na simplificação de instruções e planos.

Sistema de Classificação por Catalogação – é o sistema que reúne todos os itens desuprimento em grupos e classes. A catalogação consiste na codificação padronizada deitens de material, compreendendo um sistema com um banco de dados capaz deidentificar cada item catalogado, através do fornecimento dos seguintes dados: código,nomenclatura, descrição, modificações, componentes intercambiáveis, fabricantes,usuários e outras informações adicionais.

Sistema Logístico Militar - é o conjunto de organizações, recursos humanos e materiais,coordenados entre si, que funcionam como estrutura integrada, com o objetivo de prevere prover o apoio logístico necessário à execução das missões das Forças Armadas.

Sistema de suprimento - é o conjunto integrado das organizações, pessoal,equipamentos, princípios e normas técnicas destinado a proporcionar o adequado fluxodos suprimentos.

Transporte Militar - é aquele realizado sob a direção militar, para atender àsnecessidades das Forças Armadas.

Triagem - procedimento que visa a selecionar os doentes ou feridos para o atendimentomédico adequado.

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Troca - é o processo de aquisição de bens e serviços, cedidos voluntariamente, medianteressarcimento em outros bens e serviços.

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ÍNDICE REMISSIVO

- a -

apoio logístico militar............................... 35-36atividade logística .........................................15atividades da função logística engenharia............................................. 31-32atividades da função logística suprimento................................................... 25atividades da função logística manutenção............................................ 28-30atividades da função logísticapessoal.................................................... 21-22atividades da função logísticasalvamento.............................................. 33-34atividades da função logística saúde ..... 22-24atividades da função logística transporte..... 33

- c -

características do planejamento logístico 38-39condicionantes do planejamento logístico....................................................... 39

- d -

determinação de necessidades .................. 18disposições finais ....................................... 41distribuição ................................................. 20

- e -

escalão de manutenção ......................... 29-30estruturas de apoio ..................................... 35etapas do planejamento logístico ................ 38exame de situação de logística ....................38

- f -

fases da logística militar ......................... 17-20

fator de consumo ..................................... 27fator de reposição .................................... 27finalidade do planejamento logístico ........ 37formas de apoio logístico ......................... 36função logística engenharia ................ 30-32função logística manutenção .............. 28-30função logística recursos humanos..... 21-22função logística salvamento ............... 33-34função logística saúde ........................ 22-24função logística suprimento ................ 24-27função logística transporte .................. 32-33função logística......................................... 15funções logísticas................................ 21-34fundamentos da logística militar ......... 15-20

- g -

glossário ............................................. 43-52

- l -

logística militar.......................................... 15

- m -

métodos de obtenção................................ 19modalidades de transporte .................. 32-33

- n -

necessidades iniciais ............................... 18

necessidades para a reserva ................... 18

necessidades para fins especiais .............18

necessidades para recompletamento emanutenção .................................................18

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níveis de estoque ................................... 26-27

- o -

obtenção ................................................. 18-20

- p -

planejamento logístico ............................ 37-40princípios do planejamento logístico ....... 16-17processo de distribuição de suprimentos................................................. 26

- s -

sistema de classificação militar .................. 25sistema de classificação por catalogação 25-26sistema de suprimento ............................... 26

- t -

tarefas da atividade bem-estar, higiene pessoale manutenção do moral ................. 22tarefas da atividade medicina curativa ....... 24tarefas da atividade medicina preventiva 23-24

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Elaborado porDepartamento de Logística

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