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IV ANNO DOMINGO, 13 DS NOYSMBRO DS 1904 N.° 174 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRÍCOLA Assignalsiira p Anno, iSooo réis; semestre, 5 oo réis. Pagamento adeantado. S Para o Brazil, anno. 2$5oo réis Imoeaa forte). Avulso, no dia da publicação, 20 réis. H EDITOR — José Aumisio Saloio n 3 F^aMlcaçôes " U C A f l E TYPOGIiÀPlilA 8 Annuncios— i.a publicação. 40 réis a linha, nas seguintes, A 20 réis. Annuncios na 4.^ pagina, contracto esp.-cial. Os auto- graphos não se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIETÁRIO José Augusto Saloio 19," 1.° — RUA DIREITA — 19, i.° A L l ) E ( i A L L K G A . Vi EXPEDIEN TE Mogasiaos ae§ iíossos esílasiaveis asslgsBasEÍes a fâíiesa de bs«s>s p a r t i c i p a reis» qualquer falia sea r e messa do joraal. para «le p ro aupto p ro v líIeiEcia r- (BIOS. Acceitam-se t*»m grati dão quaesquer uoiicias qase sej;ma de iasíeresse publico. A consciência Ahi têem uma coisa de que tanto se fala, que tão apregoada é, e 'que é raro encontrar-se no mundo. I odos, mais ou menos, se gabam de a possuir, e todavia vão fazendo sem pre a diligencia para se locupletarem á custa alheia. Conheço um sujeito que vae todos os dias á egreja prostrar-se reverente dean te dos altares, orando com o maior fervor, e que tem um escriptorio de agiota gem onde tira descarada mente a pelle a quem tem a desgraça de lhe cahir nas garras. Outro que prega mora lidade e diz ser homem sério e digno, manda clan destinamente proxenetas ás províncias alliciar rapa rigas, enganando-as com falsas promessas e attra- hindo-as ao vicio e á pros tituição. E são recebidos estes homens em boa roda, são cumprimentados e respei tados. Como dizia Alexandre Herculano, isto dá vontade de morrer. Os homens honestos, porque se conhecem, por que fogem do convivio dessa villanagem que en tendem que os deshonra com o seu contacto, vi vem na obscuridade e ás vezes na miséria, os outros, os que passam a existencia folgada á custa de acros vergonhosos e censuráveis, teem o luxo, a abastança, todas as comniodidadesda vida. Ninguém póde mudar o seu feitio. Quem nasceu honesto, honesto ha de ser sempre, embora soffra mil contrariedades. Peor para elle. A vida está para os descarados e e para os tratantes. JOAQUIM DOS ANJOS. --------------------- <a> ----— ----a»—------- --- ------- Calcetaisicisío Já estão muito adeanta- dos os trabalhos de calce tamento da rua do Quar tel. Depois de calcetada deve ficar muito bonita em consequencia de ser muito direita, todos os prédios se rem novos e alguns de construccão moderna. > -------------- «V—- -— --------------- Mova Soja de bebidas Abriu ao publico, na quin ta feira passada, na rua do Caes, uma nova loja de be bidas pertencente aos srs. Estevam José dos Reis e Antonio Augusto dos San tos. A pinga, é já do novo, e segundo a opinião de en tendedoras é de beber e chorar por mais. Caçada Um grande numero de caçadores (talvez 21) se gue ámanhã para o Ariei- ro, onde irá fazer caçada aos coelhos, regressando a esta villa na próxima quar ta feira. E’ rasão para a car ne baixar de preço nesse dia. Oxalá assim seja. BBcdlífiíos Que não seja permittido que os alquiladores esco lham a noite para a reali- sação dos seus negocios; Que os negocios de ga do não sejam consentidos dentro da villa; Que seja acabada de cal cetar a rua do Mercado; Que seja prohibido mon tar cavalgaduras sem ap- p a relho; Que se não consinta gui ar animaes -desenfreados; Que se não permitta nas ruas discussões indecen tes. O CORACÃO DE MÃE > O berço é um raio de luz. Sobre elle ouve-se um rumor como de azas, que unido aos melifluos cantos cóm que a mãe adormece seu filho, fórma a harmo nia suavíssima que nasce no fundo da alma e que se chama amor. O coração de mãe é ur na preciosa que recolhe as lagrimas do filho, assim como as coro! las das flo res recolhem o rócio — la grimas do céo. E estranho prodígio de ternura ! Quando uma mãe soffre por seu filho, o sof- frimento transforma-se em mananciaes de consolo, que, como benefico balsamo, cura as feridas da alma e faz apparecer nos labios o sorriso da esperança. Mãe! Nome dulcíssimo, que antes dos labios do menino o repetir, já o seu coração- sinho tem revelado sabel-o. Nome que encerra mui tas das recordações do céo e todas as esperanças da terra. E’ o primeiro que no al vor da vida se balbucia, e o ultimo que se pronuncia no estertor da morte. Terrivel differença! Ao nascer é uma sauda ção, um sorriso; ao mor rer é um adeus tristíssimo impregnado de lagrimas. Ao pé do berço ha sem pre um anjo que vela. Tu do vê,, tudo sente e tudo adivinha. Vê sorrir 0 innocente, sorri tambem; vê-o chorar, e lagrimas de dôr lhe queimam as pupillas. Não ha pessoa alguma que não ame sua mãe. Nero não era homem. Era um monstro. E com- tudo, quando era pequeno amava-a. Nero, assassinando sua mãe, sae do humano para entrar no diabolico. O amor duma mãe a seu filho não póde ser egualado; não acaba nun ca; é um amor eterno. E’ sempre brilhante au rora, que esparge luz fe cundante e bemfeitora no céo da alma. Uma mãe é capaz dos maiores sacrifícios pelo ser que alimentou com o seu seio. Patria, religião, felicida de, riqueza, tudo, tudo uma mãe abandona para seguir seu filho. O logar em que esteja seu filho é para ella o lo gar preferido pelo seu co ração. O amor maternal é o mais puro. E’ o unico que o coração póde apresentar ao mun do, sem que o rosto se tinja de rubor. O beijo que a mãe de posita na fronte do filho é uma benção. No beijo que a mãe deposita nos labios do filho moribundo* deixa toda 11 ternura da sua alma, toda a felicidade do seu coracão. > Os que ainda a tem na ter ra não podem ser desgraça dos. Se alguma vez o cora ção soffre, encontra prom pto allivio no seio mater nal. As lagrimas de ventu ra são enxutas pelas mãos de nossas mães. Mas aquelles que perde ram sua mãe, os que vão choral-a sobre a louza do tumulo que encerra seus ossos, esses sim, esses são desgraçados. Que maior desgraça do que a de não poder escu tar esse poema de ternura e de poesia comprehendi- do nestas palavras: meu filho? Que maior desgraça do que a não poder receber as caricias maternaes? O ’ vós que tendes per dido vossa mãe, chorae! chorae! Vós, que não sentis pou sar na fronte os seus cari nhosos labios, chorae! cho rae! Chorae, chorae rios de pranto, que nunca chora reis demais vossa mãe. Quando ouço detratara mulher compadeço-me de quem o faz, porque esque ce aquella que lhe deu o ser. A mulher deve ser abençoada. Vossa mãe assim o re clama, ella por si só basta para infundir no coração do homem respeito e con sideração pela mulher. O amor a nossa mãe e a nosso pae, unem-se, es treitam-se, como dois raios de luz que se confundem num só. Abençoados sejam nos sos paes! AGRICULTURA S*ara tirar o azedo do viilliO E’ muito difficil de ex trair completamente o aze do do vinho; no emtanto por vezes consegue-se completo resultado pela adopção do seguinte pro cesso por tentativa: Na hypothese de que o vinho que se pretende tratar contenha no máxi mo 1 grani ma de acido por litro, pois que tendo mais não póde evitar-se a sua completa transforma ção em vinagre, dissolvem- se em agua 10 decigram- mas de carbonato de po tassa e lança-se essa disso lução 11 ’um litro de vinho, se o azedo persiste é por que o vinho contém mais dum grani ma de acido acético, e n’esse caso deve ser transformado em vina gre; se o azedo desappa- rece, então deve-se proce der a novos ensaios dimi nuindo gradualmente a do se do carbonato de potas sa até chegar á quantidade mininia que se deve em pregar para obter resulta do. Conhecida a porção do carbonato que se deve empregar por cada litro, opera-se sobre a totalida de do vinho. Em logar do carbonato de potassa, póde empre gar-se o pó de mármore, começando a empregar um gramma por litro, depois i 5 decigrammas e seguidamente até obter resultado. Se se consegue destruir o acido do vinho, passa-se para pipas ou toneis bem limpos e mécliados, coila-

DOMINGO, 13 DS NOYSMBRO DS 1904...LITTERATURA As damas brancas COFRE: DE PÉRO LAS NOITES DE LUAR SERENATA O DOMINGO No leu leito côr de rosa, Tu dormes, oh minha amada, Entre lençóes

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Page 1: DOMINGO, 13 DS NOYSMBRO DS 1904...LITTERATURA As damas brancas COFRE: DE PÉRO LAS NOITES DE LUAR SERENATA O DOMINGO No leu leito côr de rosa, Tu dormes, oh minha amada, Entre lençóes

I V AN N O DOMINGO, 13 DS NOYSMBRO DS 1904 N.° 174

S E M A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R ÍC O L A

Assignalsiira pAnno, iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. S Para o Brazil, anno. 2$5oo réis Imoeaa forte).Avulso, no dia da publicação, 20 réis. H

EDITOR— José Aumisio Saloio

n3 F ^ a M l c a ç ô e s" U C A f l E TYPOGIiÀPlilA 8 Annuncios— i. a publicação. 40 réis a linha, nas seguintes,A 20 réis. Annuncios na 4. pagina, contracto esp.-cial. Os auto-

graphos não se restituem quer sejam ou não publicados.

PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio19," 1.° — RUA DIREITA — 19, i.°A L l ) E ( i A L L K G A .

V i

E X P E D I E N T E

M o g a s i a o s a e § i í o s s o s esílasiaveis asslgsBasEÍes a fâíiesa de bs«s>s p a rt ic ip a ­reis» qu a lquer falia sea r e ­m essa do jo raa l. para «le p ro aupto p ro v líIeiEcia r-(BIO S.

Acceitam-se t*»m g ra t i ­dão quaesquer uoiic ias qase sej;ma de iasíeresse publico.

A consciênciaAhi têem uma coisa de

que tanto se fala, que tão apregoada é, e 'que é raro encontrar-se no mundo.

I odos, mais ou menos, se gabam de a possuir, e todavia vão fazendo sem­pre a diligencia para se locupletarem á custa alheia.

Conheço um sujeito que vae todos os dias á egreja prostrar-se reverente dean­te dos altares, orando com o maior fervor, e que tem um escriptorio de agiota­gem onde tira descarada­mente a pelle a quem tem a desgraça de lhe cahir nas garras.

Outro que prega mora­lidade e diz ser homem sério e digno, manda clan­destinamente proxenetas ás províncias alliciar rapa­rigas, enganando-as com falsas promessas e attra- hindo-as ao vicio e á pros­tituição.

E são recebidos estes homens em boa roda, são cumprimentados e respei­tados.

Como dizia Alexandre Herculano, isto dá vontade de morrer.

Os homens honestos, porque se conhecem, por­que fogem do convivio dessa villanagem que en­tendem que os deshonra com o seu contacto, vi­vem na obscuridade e ás vezes na miséria, os outros, os que passam a existencia folgada á custa de acros vergonhosos e censuráveis, teem o luxo, a abastança, todas as comniodidadesda vida.

Ninguém póde mudar o seu feitio. Quem nasceu honesto, honesto ha de ser sempre, embora soffra mil contrariedades.

Peor para elle. A vida está para os descarados e e para os tratantes.

JOAQUIM DOS ANJOS.

---------------------<a>----— ----a»—------- ----------

Calcetaisicisío

Já estão muito adeanta- dos os trabalhos de calce­tamento da rua do Quar­tel. Depois de calcetada deve ficar muito bonita em consequencia de ser muito direita, todos os prédios se­rem novos e alguns de construccão moderna.>

--------------«V—- -— ---------------

Mova Soja de bebidasAbriu ao publico, na quin­

ta feira passada, na rua do Caes, uma nova loja de be­bidas pertencente aos srs. Estevam José dos Reis e Antonio Augusto dos San­tos. A pinga, é já do novo, e segundo a opinião de en­tendedoras é de beber e chorar por mais.

Caçada

Um grande numero de caçadores (talvez 21) se­gue ámanhã para o Ariei- ro, onde irá fazer caçada aos coelhos, regressando a esta villa na próxima quar­ta feira. E’ rasão para a car­ne baixar de preço nesse dia.

Oxalá assim seja.

BBcdlífiíos

Que não seja permittido que os alquiladores esco­lham a noite para a reali- sação dos seus negocios;

Que os negocios de ga­do não sejam consentidos dentro da villa;

Que seja acabada de cal­cetar a rua do Mercado;

Que seja prohibido mon­tar cavalgaduras sem ap- p a relho;

Que se não consinta gui­ar animaes -desenfreados;

Que se não permitta nas ruas discussões indecen­tes.

O CORACÃO DE MÃE>

O berço é um raio de luz.

Sobre elle ouve-se um rumor como de azas, que unido aos melifluos cantos cóm que a mãe adormece seu filho, fórma a harmo­nia suavíssima que nasce no fundo da alma e que se chama amor.

O coração de mãe é ur­na preciosa que recolhe as lagrimas do filho, assim como as coro! las das flo­res recolhem o rócio — la­grimas do céo.

E estranho prodígio de ternura ! Quando uma mãe soffre por seu filho, o sof- frimento transforma-se em mananciaes de consolo, que, como benefico balsamo, cura as feridas da alma e faz apparecer nos labios o sorriso da esperança.

M ã e !

Nome dulcíssimo, que antes dos labios do menino o repetir, já o seu coração- sinho tem revelado sabel-o.

Nome que encerra mui­tas das recordações do céo e todas as esperanças da terra.

E’ o primeiro que no al­vor da vida se balbucia, e o ultimo que se pronuncia no estertor da morte.

Terrivel differença!Ao nascer é uma sauda­

ção, um sorriso; ao mor­rer é um adeus tristíssimo impregnado de lagrimas.

Ao pé do berço ha sem­pre um anjo que vela. Tu­do vê,, tudo sente e tudo adivinha.

Vê sorrir 0 innocente, sorri tambem; vê-o chorar, e lagrimas de dôr lhe queimam as pupillas.

Não ha pessoa alguma que não ame sua mãe.

Nero não era homem. Era um monstro. E com- tudo, quando era pequeno amava-a.

Nero, assassinando sua mãe, sae do humano para entrar no diabolico.

O amor duma mãe a seu filho não póde ser egualado; não acaba nun­ca; é um amor eterno.

E’ sempre brilhante au­rora, que esparge luz fe­

cundante e bemfeitora no céo da alma.

Uma mãe é capaz dos maiores sacrifícios pelo ser que alimentou com o seu seio.

Patria, religião, felicida­de, riqueza, tudo, tudo uma mãe abandona para seguir seu filho.

O logar em que esteja seu filho é para ella o lo­gar preferido pelo seu co­ração.

O amor maternal é o mais puro.

E’ o unico que o coração póde apresentar ao mun­do, sem que o rosto se tinja de rubor.

O beijo que a mãe de­posita na fronte do filho é uma benção. No beijo que a mãe deposita nos labios do filho moribundo* deixa toda 11 ternura da sua alma, toda a felicidade do seu coracão.>

Os que ainda a tem na ter­ra não podem ser desgraça­dos.

Se alguma vez o cora­ção soffre, encontra prom­pto allivio no seio mater­nal. As lagrimas de ventu­ra são enxutas pelas mãos de nossas mães.

Mas aquelles que perde­ram s u a mãe, os que vão choral-a sobre a louza do tumulo que encerra seus ossos, esses sim, esses são desgraçados.

Que maior desgraça do que a de não poder escu­tar esse poema de ternura e de poesia comprehendi- do nestas palavras: meu filho?

Que maior desgraça do que a não poder receber as caricias maternaes?

O ’ vós que tendes per­dido vossa mãe, chorae! chorae!

Vós, que não sentis pou­sar na fronte os seus cari­nhosos labios, chorae! cho­rae!

Chorae, chorae rios de pranto, que nunca chora­reis demais vossa mãe.

Quando ouço detratara mulher compadeço-me de quem o faz, porque esque­ce aquella que lhe deu o ser.

A mulher deve ser abençoada.

Vossa mãe assim o re­clama, ella por si só basta para infundir no coração do homem respeito e con­sideração pela mulher.

O amor a nossa mãe e a nosso pae, unem-se, es­treitam-se, como dois raios de luz que se confundem num só.

Abençoados sejam nos­sos paes!

A G R I C U L T U R A

S*ara t i r a r o azedo dov i i l l i O

E’ muito difficil de ex­trair completamente o aze­do do vinho; no emtanto por vezes consegue-se completo resultado pela adopção do seguinte pro­cesso por tentativa:

Na hypothese de que o vinho que se pretende tratar contenha no máxi­mo 1 grani ma de acido por litro, pois que tendo mais não póde evitar-se a sua completa transforma­ção em vinagre, dissolvem- se em agua 10 decigram- mas de carbonato de po­tassa e lança-se essa disso­lução 11’um litro de vinho, se o azedo persiste é por­que o vinho contém mais dum grani ma de acido acético, e n’esse caso deve ser transformado em vina­gre; se o azedo desappa- rece, então deve-se proce­der a novos ensaios dimi­nuindo gradualmente a do­se do carbonato de potas­sa até chegar á quantidade mininia que se deve em­pregar para obter resulta­do.

Conhecida a porção do carbonato que se deve empregar por cada litro, opera-se sobre a totalida­de do vinho.

Em logar do carbonato de potassa, póde empre­gar-se o pó de mármore, começando a empregar um gramma por litro, depois i 5 decigrammas e seguidamente até obter resultado.

Se se consegue destruir o acido do vinho, passa-se para pipas ou toneis bem limpos e mécliados, coila-

Page 2: DOMINGO, 13 DS NOYSMBRO DS 1904...LITTERATURA As damas brancas COFRE: DE PÉRO LAS NOITES DE LUAR SERENATA O DOMINGO No leu leito côr de rosa, Tu dormes, oh minha amada, Entre lençóes

LITTERATURA

As damas brancas

C O F R E : D E P É R O L A S

N O ITES DE LUARS E R E N A T A

O D O M IN G O

No leu leito côr de rosa,Tu dormes, oh minha amada, Entre lençóes côr de neve De cambraia perfumada.

T il dormes, para esquecer „4.v magnas do coração,Eil canto, para alliviar Do peito, tanta paixão.

Acorda! anda a janella,Anda ouvir o trovador Cantar ao som da guitarra, Versos, segredos d’amor.

Os suspiros d'esta guitarra Unem-se a prantos de dor, Brotados d um coração Que soffre, por ter amor.

Dá-me um desses teus sorrisos, Quero morrer satisfeito,Quero morrer nos teus braços Sentindo pulsar teu peito.

Adeus bella, anjo adoravel Para sempre, adeus, adeus, Toda a vida terei saudades Desses ternos olhares teus.

Madeira, 14—9 - 1904.

JOSE A. DA FONSECA VAZ YEIHO

se e junta-se um litro de alcool Joem apaladado e 3o grammas de acido tar- tarico por cada hectolitro.

------------rí<38S^-—----------------

Realisa-se hoje nos pa­ços do concelho as seguin-> Otes arrematações, pelo tempo de um anno a con­tar do i.° de janeiro pro­ximo: Renda da casa para venda de peixe, imposto no vinho e rendimento do guindaste e terrenos no Caes, nesta villa; imposto no vinho e iiluminação pu­blica de Sarilhos Grandes; imposto no vinho e carnes e iiluminação publica na freguezia de Canha.

----------- ---- -------------------------

( |n e k i iMaria Amieiro, viuva, de

46 annos de edade, mora­dora no sitio cfAtalaya, queixou-se de que na noi­te de 11 do corrente, pe­las 9 e meia, entrou em sua casa Domingos' da Henriqueta, solteiro, tra­balhador, morador no re­ferido logar da Atalaya, na occasião em que sua fi­lha, Lucia Fernandes, de 1 8 annos, dançava em companhia de outras rapa­rigas, exigindo dançar. Co­mo as raparigas não qui- zessem dançar insultou-as, intervindo a dona da casa que o mandou retirar, sen­do esta tambem insultada. A fim de evitar a questão, a filha da dona da casa pe­diu ao tal Domingos que sahisse e o acompanhou1 até á porta da rua, puxan­do este por uma navalha e dando com ella uma fa­cada nas costas da pobre rapariga.

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F esta da te r ra

Realisa-se no pittoresco logar da Atalaya nos pró­ximos dias 20, 2i.e 22 do corrente, a annual festa da terra, tendo este anno por thesoureiro o nosso amigo Joaquim dos San­tos Oliveira, digno secre­tario da administração do concelho. Abrilhanta esta

festa um grupo de phy- larmonicos do Commando Geral d’Artilhe ria, de Lis­boa.

----------- -—- i > í ----*e»-----------

A nniversarios

Completou no dia 11 do corrente o seu 3.° anniver­sario natalicio, a filhinha do nosso amigo Domingoso oAntonio Saloio. Parabéns.

— Tambem no dia 12 completou mais um anni­versario, o nosso amigo Joaquim Pedro de Jesus Relogio, conceituado ne­gociante desta vilia. Since­ros parabéns.

Precisa-se duma casa de habitação que não te­nha menos de 5 compar­timento; nesta redacção se diz.

----------- ---------------- -------------

$>aS8l© BIÍ!»

Começou hontem, nes­ta localidade, a annual festividade á Senhora do Rosário, que terminará ámanhã. E’ abrilhantada peia phylarmonica Instru- cção e Recreio Familiar Almadense. A ornamenta­ção da egreja é sumptuo­sa, devido á mão artistica do nosso amigo, sr. Fran­cisco Silverio Fernandes.

« f e i lg a is ie s f it oRespondeu na segunda

feira passada em audiência de policia correccional, Ma- riana do Café, pelo crime de injurias, sendo condem- cada em i 5 dias de cadeia

Responde ámanhã, em policia correccional, a mu­lher do guarda fiscal Bote­lho, pelo crime de offensas corporaes, praticadas no menor de 5 annos, filho de Mariana do Café.

----------- - ---------------ÍS> SS. M art ish o -

O dia de S. Martinho passou este anno muito des­animado Apenas nos cons­tou ter havido na rua do Hospital uma bofetada en­tre Francisco Alfayate e An- tonio Camillo Nogueira Ju­nior.

S O L IC IT A D O R

Encarrega-se de solicitar em qualquer repartição pu­blica nesta comarca. Pre­ços modicos. ,83R. da Calçada, Aldegallega

*----------- ---------- »»=■-----------

CASAS Vendem-se pertencen­

tes á herança do fallecido João Dias. São situadas na rua de José Maria dos San­tos,desta villa Quem pre­tender comprar, póde di­rigir-se a Maria Margarida, viuva de João Dias.

C a s a H s c f i t o

Realisou-se na quarta fei­ra passada, na'egreja ma­triz cfesta villa, a união con­jugal do nosso amigo, sr. Jeronymo Lourenco Braz,

conceituado commerciante nesta villa, com a sr.a D. Thomazia da Piedade Ri­beiro da Costa, filha do nosso amigo, sr. Frederico Ribeiro da Costa. Foram padrinhos os srs. P.e Ma­nuel Frederico Ribeiro da Costa, tio da noiva, e Es­tevam José dos Reis.

Aos noivos desejámos todas as felicidades de que são dignos.

L utuosaVictima de uma infecção

puerperal, falleceu nesta villa, na noite de 10 do corrente, pelas 11 horas,e meia, Gertrudes Gouveia, de 26 annos de edade, ca­sada, natural desta villa.

Que descance em paz.

1 o 5 FOLHETIM

Traducção de J. DOS ANJOS

Livro Segundo1 1 1

Nunca! Como a havia de descobrir? Pnz o tempo e o e paço entre mim e o mundo.

— Tenho a certezn de que elle não encon rará alguma vèz um d’esses in­dividuos cujas indiscreçóes possam revelar-lhe tudo; Elle p o p rio me disse que tinha estado aqui um pari fiense. um pintor, pessoa da su» fm izade...

— Que se foi embora para nunca mais vo'ta‘r.

— Podem vir outros e querer ficar cá! E então, se por um d’e!les o Pe­dro soubesse que a sua m u lh er...

— O h ! por compaixão, senhor cura, não diga mais.

— Faço-lhe tocar com o dedo nos perigos para que a vejo correr. Não sáo peores do que o que po Je- ria resultar de um acto de franqueza?

— E ’ já muito tarde para me re- tractar. Te n h o mentido mnito e de­certo incorria no desprezo d'aquelle. a quem amo se lbe confessasse a mi­nha mentira.

— Pois valia mais isso que ir até aofim do caminho em que se metteu. O’ Magdaiena, entre em si e reflicta! Com que direito quer associar a sua vida tnanchad 1. pelo peceado á vida j de um homem honesto? I

— Com o direito que o amor me dá. Para qus faz Deus este ; mor ar­dente no meu coração e no do Pe­dro? Para que nos uniu por este laço mysterioso, se náo foi para assego- rar a nossa felicidade? Amo, senhor cura. amo apaixonadamente, e sou amada. Co.nprehende o que isto quer dizer? Quer dizer que se esse amor se despedaçasse hoje, não era só eu que soflreria. e'a tambem o noivo que me deu a sua palavra e re­cebeu a minha. Por consequencia. volte a cabeça e deixe andar. ..

— Isso está acima do meu dever, Magdaiena, náo o posso deixar fa zer; não, não posso consentir era que o Pedro case comsigo, sem sab e r...

— Pois então diga-lb'o! exclamou a Magdaiena desesperada, diga lh’o se se atreve...

F. AQ UINO B A P T IS T A SANTO S.

— Serei obrigado a atrever-me a is­so se a senhora não o quizer fazer, respondeu o padre Rouvière com me­lancolia, não posso deixar o meu filho adoptivo correr para a sua perda; não posso, nem como pae, nem co­mo padre.

Ouvindo esta ameaça, proferida com voz firme, a Magdaiena, esma­gada, deixou-se cahir de joelhos de­ante do padre Rouvière, que estava sentado.

— Como rs suas ameaças são crueis! exclamou ella. que mal que me faz! E ’ possivel; senhor cura. que seja o senhor quem queira attrahir sobre mim esta catastrophe?

— E ' pára evitar outras mais gra­ves.

— Mais tarde! deixemos o future e não pensemos senão no presente. Se algum dia o Pedro descobrir a

(Contnundo do n.° 1731

Muitas vezes apparecem em sitios onde ha thesou­ros escondidos; nos sub­terrâneos do casteilo de Walsforstweiler, diz-se que ha um, e que por isso ap­parece alli de sete em sete annos uma dama branca trazendo flores numa das mãos, e na outra um mo­lho de chaves. Nas cerca­nias da aldeia de Geismar realisa-se uma apparição analoga de sete em sete annos.

As damas brancas reve­lam tambem uma singular predilecção por apparece- rem ás creanças. Numa egreja velha das cercanias de Langensteinbach diz-se cue ha thesouros escondi­dos; um dia entrou na egreja uma pequenita e viu sair do coro uma dama branca a fazer-lhe acenos para que se approximasse, mas a creança teve medo e fug'u; foi ter com o pae e com a mãe a contar-lhes o caso; o pae e a mãe cor­reram logo para a egreja, mas nada encontraram já, e tiveram de se contentar com a descripção que lhes fez a pequenita, a qual as­severava ter visto uma donzella formosíssima, to­da vestida de branco, tra­zendo na cintura um cinto dourado e pendente delle um rnólho de chaves, nos dedos riquíssimos anneis, numa das mãos um ramo de flores azues, as tranças do cabello negras e lon­guíssimas, nos pés uns bor- zeguins verdes.

A physionomia destas creaturas costuma ser affa- vel e insinuante com umas leves sombras de suave melancloia.

No fim de contas, as da­mas brancas das bailadas allemãs fazem lembrar as mourasencantadas dos nos­sos contos peninsulares.

Nas damas brancas ha tambem uma especie de encantamento, que as con-

horrivel verdade, não será mais infe­liz do que o seria agora se eu lh’a confessasse.

— Engana-se. minha filha, depois náo verá em si senão a mulher que o enganou.

— Pois bem, ha de matar-me; dei­xai o! Morrerei, mas ao menos terei vivido!

Dando este grito, a Magdaiena, ex­tenuada, debulhou-se em lagrimas e o padre Rouvière, deante d’aquelle pungente desespero, sentiu diminuir, 0 seu rigor.

— Não fale assim. Magdaiena!— Oh ! eu náo sou santa! Sou uma

mulher,, uma pobre mulher que não vive hoje senão para o nobre amor que a transformou. Se ficar sem o bem que aprecio acima de tudo, cahi- rei outra vez no abysmo e tornarei a ser o que d’antes era. (Continuai.

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O D O M IN G O

demna a viverem concen­tradas dentro dos limites de uma certa area até que se quebrç p encanto. Ora a quebra do encanto depen­de de eventualidades, que a dama branca diligenceia dispôr, mas que não está na sua mão realisar, e n’es- se intuito é que são todas as tentativas com que ella se approxima dos mortos. Exemplifiquemos:

A um pescador de Fe- eben, appareceu uma vez uma dama, annunciando- Ihe que sua esposa acaba­va de dar á luz um filho, e pedindo-lhe que lhe dei­xasse dar um beijo na creança (condição indispen­sável para se lhe quebraro encanto); o pescador, to­do assustado, corre a ba- ptisar o recemnascido, e a dama branca fica condem- nada a permanecer como d’antes.

Outra, encontrando em certo sitio um pastor, con- vida-o por fagueiros acenos a penetrar com ella na gru­ta duma montanha; opos- tor, todo receioso, não condescende; e a infeliz; que tinha a essa condição ligado o segredo na que­bra do respectivo encanto, não houve remedio senão resignar-se a esperar que lhe decorressem mais cem annos na mesma situação, porque só de seculo em se­culo lhe era licito repetir uma vez a tentativa, até que algum pastor menos timorato se prestasse a des­fazer o encantamento.

Citaremos ainda um ter­ceiro exemplo destes ca­sos. Estava uma dama branca, perto do castello de Buton, tirando agua do rio com uma bilha de ouro; passa um camponez, pas­ma de a vêr tão linda, e pergunta-lhe quem ella é; responde-lhe a dama que era filha de um rei, e que vivia alli encantada num esconderijo obscuro da montanha, onde mortal nenhum podia entrar, mas que para se lhe desfazer o encanto, bastaria ter al­guem a coragem de pegar n’elia ao collo, e de ir de- posital-a em certo sitio do cemiterio de Butow, sem nunca olhar para traz. O destemido camponez, com­padecido da gentil dama, ou talvez d ella enamorado, não quer mais ouvir; to­mando-a nos braços, corre intrépido ao cemiterio, mas, quando ia a pôr os pés no sitio designado, sente-se agarrado na nu ca; inadvertidamente vol­ta a cabeça; e o que vê é a pobre dama branca fu gindo-lhe dos braços e sol­tando pelos campos tora lamentos de angustia.

M en c iona-se egua 1 m e n te

nos fastos das superstições uma especie de. damas brancas, cuja apparição em certas casas iliustres anda­va geralmente ligada a um facto notável, que na res­pectiva familia houvesse de succeder. Cardam conta que 110 solar de certa fa­milia nobre em Parma, quando estava para morrer algum dos seus membros, costumava apparecer uma dama branca velha, senta­da na lareira; em circums-

ncias analogas tambem no castello de Egmont, na Hollanda, entrava uma da­ma branca.

Remataremos este arti­go apontando ainda uma terceira classe de damas brancas, cuja . indole era essencialmente m a 1 faz ej a. CorneliodeKempeu diz-nos que estas habitavam em cavernas subterraneas, das quaes saiam de noite para agarrar os viajantes perdi­dos, ou os pastores que andassem n’essa hora guar­dando o rebanho em des­campados, ou finalmente as mulheres que houvessem acabado de dar á luz, ra­ptando-lhes os filhos re- cemnascidos; com estas prezas voltavam depois para os covis, de onde, quem passava por perto, sentia sairem sons confusos e indiscriminaveis.

A dama branca de Co-1 alto, citada por lord By- ron, em uma de suas car­tas, tem uma historia mui dramatica. Era uma aia da condessa de Colai to, e gentil; o conde enamorá- ra-se d’ella, e parece que a requestada não reagira contra os affagos do adúl­tero, porque um dia, es­tando a pobre aia defronte do toucador a pentear a ama, surprehendeu-lhe es­ta o segredo por ver no espelho os labios da moça sorrirem fagueiros para o conde, e a offendida espo­sa vingou-se da rival man­dando-a entaipar vivan’u- ma das paredes do castel­lo; desde então ficou ella sendo a dama branca, pre­nuncio de qualquer falleci- menío que houvesse de occorrer no castello de Colalto.

(Conclue).

A N N U N C I O S

COMARCA M ALDEGALLEGA M) l i l i i A I J O

( S . '1 | 9i S j ) I Í C 3 ^ r i « )

Pelo juizo de direito de esta comarca de Aldegal­lega do Ribatejo e carto­rio do primeiro officio e

na execução que a Fazen­da Nacional move contra José de'Aveiro Pereira, de Chão Duro, vão á praça, á porta do tribunal de es­te juizo, no dia 20 de no­vembro proximo, pelas on­ze horas da manhã, para serem vendidos por valor superior ao da sua avalia­ção, os seguintes bens:

Uma courélla de terra com vinha e duas mora­das de casas contiguas, si­ta no Chão Duro, no va­lor de 140^000 réis.

Outra courélla de terra com uma casa de habita­ção, em Chão Duro, fo­reira em 3Sooo réis an­nuaes a Maria Teixeira, no valor de 6o$ooo réis.

São citados para a dita praça os crédores incertos nos termos e para os ef­feitos do numero primeiro do artigo 844 do Codigo do Processo Civil.

Aldegallega do Ribatejo, 28 de outubro de 1904.Verifiquei a exactidão:

O JU IZ D E D IR E IT O ,

S. Moita.o E S C R IV Á O

José Maria de Mendonça

ANNUNCIO

C U I A R C A DE ALDEGALLEGA

( ! . a P u b l i c a ç ã o )

No dia 27 de novem­bro proximo, pelas on­ze horas da manhã, á porta da casa onde resi­dia o fallido Augusto Lu- pi Tavares Castanheira. no logar do Samouco, e nos autos d’ab-'rtura de fallencia que contra este requereu José Cae tano Fernandes Ervedoso, morador no mesmo lo­gar do Samouco, se hão de vender em hasta pu­blica a quem maior lan­ço offerecer sobre os va­lores da sua avaliação, os bens moveis, gene­ros e objectos de ouro que foram arrolados ao fallido e que estarão pre­sentes no acto da pra­ça.

São sitados os crédores incertos para assistirem á dita arrematação e ahi uzarem dos seus direi­tos sob pena de revelia.

Aldegallega do Ribatejo, 28 de outubro de 1904.

o E S C R IV Á O .

Antonio Augusto da SilvaCoelho.

Verifiquei a exactidão:

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