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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ ALINE BELLETTI DIAGNÓSTICO DO AMBIENTE DE NEGÓCIOS DO SETOR CALÇADISTA ONLINE: UM ESTUDO PARA A EXPANSÃO DA LOJA PETIPÉ CALÇADOS NO E-COMMERCE TIJUCAS 2013

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ ALINE BELLETTI

DIAGNÓSTICO DO AMBIENTE DE NEGÓCIOS DO SETOR CALÇADISTA

ONLINE: UM ESTUDO PARA A EXPANSÃO DA LOJA PETIPÉ CALÇADOS NO

E-COMMERCE

TIJUCAS 2013

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ALINE BELLETTI

DIAGNÓSTICO DO AMBIENTE DE NEGÓCIOS DO SETOR CALÇADISTA

ONLINE: UM ESTUDO PARA A EXPANSÃO DA LOJA PETIPÉ CALÇADOS NO

E-COMMERCE

Trabalho de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientadora: Profª. Antônia Egídia de Souza

TIJUCAS

2013

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AGRADECIMENTOS

Inicio, agradecendo a Deus e a minha família, por me permitir realizar esse sonho. Obrigada pela educação, incentivo e bons valores que sempre me ensinaram. Tomara Deus que eu possa transmiti-la e ensiná-los no exercício da profissão com a mesma dignidade com a qual fizeram. Ao meu amor, Juliano, pela sua paciência, amor e carinho para comigo. Essa vitória também é sua! Ao primo-amigo André César Soares (in memorian) que foi minha inspiração para seguir a caminhada e concluir este curso. Somos vitoriosos André, essa conquista é especialmente para você. Aos amigos feitos durante a caminhada acadêmica, que estabelecemos juntos laços de cumplicidade infindável além da faculdade; obrigada por todo apoio e conivência, esta caminhada não seria a mesma sem vocês. Aos amigos de longa data, que ficaram na torcida, e tenho certeza que estão vibrando comigo por mais essa conquista. Não caberia nesse espaço, caso fosse citar um a um os nomes de todos os que me ajudaram nesse percurso, portanto meus amigos sintam-se agradecidos. A minha orientadora Antônia Egídia de Souza, obrigada pela dedicação. Agradeço também aos demais mestres, que durante a trajetória universitária, colaboraram para meu crescimento pessoal e profissional.

Agradeço a empresa Petipé Calçados pela oportunidade dada, a confiança e credibilidade depositadas na acadêmica que vos escreve.

Enfim, agradeço a todos que contribuíram para concretização e sucesso deste trabalho.

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“Se conhecemos o inimigo (ambiente externo) e a nos mesmos (ambiente interno), não precisamos temer uma

centena de combates. Se nos conhecemos, mas não ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecemos

nem ao inimigo, perderemos todas as batalhas.” (SUN TZU).

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário Aline Belletti b) Área de estágio Administração Geral c) Orientador de conteúdo Prof.ª Antônia Egídia de Souza, Dra. d) Supervisor de campo Sérgio Lafayete Cerutti e) Responsável pelo Estágio Profª. Marisa Pigatto

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social Comércio de Calçados Petipé LTDA – ME. b) Endereço Rua Hipólito Boiteux, número 10. c) Setor de desenvolvimento do estágio Administração Geral d) Duração do estágio 240 horas e) Nome e cargo do supervisor de campo Sérgio Lafayete Cerutti f) Carimbo e visto da empresa

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RESUMO

Com a expansão do acesso à internet e os serviços que a mesma disponibiliza, a sociedade passou a usufruir novas formas para realizar suas compras, através do uso do comércio eletrônico, o qual estreita distâncias entre vendedores e compradores, além de proporcionar comodidade na aquisição de produtos. Diante disso a internet representa um novo e promissor campo de atuação para os empreendedores. Para as empresas que já possuem bases sólidas e de sucesso no comércio tradicional, parece existir um mercado com potencial significativo a ser explorado, todavia para implantação de qualquer negócio independente de sua natureza é necessário e primordial diagnosticar o ambiente de negócio. Nesse sentido, este trabalho é resultante de um diagnóstico do ambiente de negócio do setor calçadista online com intuito de verificar o mercado para expansão de uma loja varejista de calçados no e-commerce. Para tomar decisões de âmbitos maiores como investir na expansão da empresa em um mercado recente e em crescimento, é necessário um diagnóstico sobre as variáveis do ambiente que estão ligadas a empresa em estudo, sendo preciso obter o máximo de informações sobre elas. Com esse objetivo este trabalho caracterizou-se, em sua tipologia, como uma pesquisa-diagnóstico. A abordagem empregada foi qualitativa com porte quantitativo. A abordagem qualitativa foi utilizada para levantar informações a cerca do ambiente de negócio, por meio de documentos e bibliografias relevantes ao tema, e dados e informações secundárias fornecidas pela empresa; já o método quantitativo foi utilizado para análise de dados resultantes de uma pesquisa efetuada com os potenciais clientes, sendo estes abordados por meio de questionário. Os resultados deste trabalho possibilitaram a empresa a ter discernimento sobre as oportunidades e ameaças do empreendimento virtual, e também seus pontos fortes e fracos, orientando assim as ações estratégicas da organização; permitindo uma projeção do empreendimento virtual, visto que a partir dos resultados obtidos, percebeu-se que o setor calçadista no comércio eletrônico está aquecido e considera-se uma boa oportunidade a ser explorada.

Palavras-chave: Empreendedorismo; Ambiente de negócio; Comércio eletrônico.

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Tabela 01: Estrutura do Plano de Negócio.......................................................... 35

Quadro 01: Características Comportamentais Empreendedoras (CCE´S)

identificadas por McClelland................................................................................ 25

Quadro 02- Classificação dos negócios por setor de atividade........................... 31

Quadro 03: Indicadores de categorias ambientais genéricas.............................. 40

Quadro 04: Variáveis e indicadores para elaboração de cenários...................... 46

Quadro 05: Fatores que influenciam as cinco forças competitivas..................... 51

Quadro 06: A cadeia básica de valor................................................................... 54

Quadro 07: Quadro Comparativo dos Concorrentes........................................... 99

Quadro 08: Quadro Comparativo das Plataformas............................................. 104

Quadro 09: Quadro dos fornecedores de calçados por linha.............................. 106

Quadro 10: Quadro comparativo dos meios de pagamento eletrônicos............. 116

Quadro 11: Matriz Swot aplicada no setor calçadista online em relação a Loja Petipé Calçados........................................................................................... 142

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Três níveis do Ambiente de Negócio.................................................. 38

Figura 02: Modelo das cinco forças competitivas de Porter................................ 48

Figura 03: Cadeia de valor genérica.................................................................... 53

Figura 04: Formas de benefícios e vantagens competitivas na Internet............. 55

Figura 05: Matriz da análise SWOT..................................................................... 58

Figura 06: Reputação da loja Passarela Calçados em 2012 no site Reclame

Aqui...................................................................................................................... 87

Figura 07: Reputação da loja Di Santinni em 2012 no site Reclame Aqui.......... 90

Figura 08: Reputação da loja Net Shoes em 2012 no site Reclame Aqui........... 93

Figura 09: Reputação da loja Dafiti em 2012 no site Reclame Aqui................... 96

Figura 10: Loja Petipé Calçados em Nova Trento................................... 133

Figura 11: Loja Petipé Calçados em São João Batista – Benjamin Duarte, 352. 133

Figura 12: Loja Petipé Calçados em São João Batista – Nereu Ramos, 279..... 134

Figura 13: Loja Petipé Calçados em Itapema na FECCAT................................ 134

Figura 14: Cadeia de valor da loja virtual Petipé Calçados................................. 136

Figura 15: Modelo das cinco forças competitivas de Porter aplicada no setor

calçadista online.................................................................................................. 138

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LISTAS DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Faturamento anual do e-commerce no Brasil (Bilhões).................... 73

Gráfico 02: Sexo.................................................................................................. 117

Gráfico 03: Estado Civil....................................................................................... 118

Gráfico 04: Faixa Etária....................................................................................... 118

Gráfico 05: Escolaridade..................................................................................... 119

Gráfico 06: Ocupação.......................................................................................... 119

Gráfico 07: Renda................................................................................................ 120

Gráfico 08: Local que mais acessa a internet...................................................... 121

Gráfico 09: Já comprou pela internet?................................................................. 121

Gráfico 10: Produto comprado com maior frequência na internet....................... 122

Gráfico 11: Se já comprou, compraria novamente?............................................ 123

Gráfico 12: Frequência do tempo de navegação em sites de compra................ 123

Gráfico 13: Hábito de comprar online.................................................................. 124

Gráfico 14: Número de vezes que já efetuou compras online............................. 124

Gráfico 15: Comprou em lojas virtuais que acessou vendo propagandas nas

redes sociais........................................................................................................ 125

Gráfico 16: Antes de adquirir o produto, costuma pesquisar em sites

comparadores de preços?................................................................................... 126

Gráfico 17: Antes de adquirir em determinada loja, costuma consultar sites

que indicam a reputação da loja?........................................................................ 126

Gráfico 18: Acessa os sites de compras só para saber mais características do

produto e então compra em uma loja física.................................................................... 127

Gráfico 19: Antes de comprar a mercadoria pela internet, vai até uma loja

física ver ou provar o produto.............................................................................. 127

Gráfico 20: Motivo pelo qual as pessoas compram pela internet........................ 128

Gráfico 21: Qual receio de comprar pela internet?.............................................. 129

Gráfico 22: Já comprou calçados pela internet?................................................. 130

Gráfico 23: Compraria calçados pela internet?................................................... 130

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13

1.1 Objetivo geral ................................................................................................. 15

1.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 15

1.3 Justificativa ..................................................................................................... 15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 17

2.1 Empreendedorismo ........................................................................................ 17

2.1.1 Empreendedorismo no Brasil ........................................................................ 19

2.1.2 Perfil e características do empreendedor ...................................................... 23 2.1.3 Tipos de empreendedor ................................................................................ 27

2.2 Características de Micro e Pequenas Empresas (MPEs) ............................... 29

2.3 Plano de Negócios ......................................................................................... 32

2.3.1 Etapas do plano de negócios ........................................................................ 34

2.3.1.1 Diagnóstico do ambiente de negócio........................................................... 36

2.3.1.1.1 Macroambiente ......................................................................................... 38

2.3.1.1.2 Microambiente .......................................................................................... 41

2.3.1.2 Ferramentas de diagnóstico ........................................................................ 44

2.3.1.2.1 Cenários .................................................................................................... 45

2.3.1.2.2 Cinco forças de Porter ............................................................................... 47

2.3.1.2.3 Cadeia de Valor ......................................................................................... 52

2.3.1.2.4 Matriz Swot ................................................................................................ 56

3 MÉTODO ........................................................................................................... 60

3.1 Deliamento do estágio .................................................................................... 60 3.2 População e/ou amostra ................................................................................. 61 3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados ........................................ 63 3.4 Tratamento e análise dos dados .................................................................... 64 4 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................... 66

4.1 Análise do Macroambiente ............................................................................. 66 4.1.1 Variável demográfica sócio cultural .............................................................. 67 4.1.2 Vaviável econômica ...................................................................................... 69 4.1.3 Variável político/legal .................................................................................... 73 4.1.4 Variável Tecnológica ..................................................................................... 81

4.2 Análise do Microambiente .............................................................................. 84

4.2.1 Concorrentes ................................................................................................ 84

4.2.2 Fornecedores .............................................................................................. 102

4.2.2.1 Fornecedores de plataformas .................................................................... 103

4.2.2.2 Fornecedores de produtos para comercialização ...................................... 105

4.2.2.3 Fornecedores de transporte para logística da encomenda ....................... 107 4.2.2.4 Fornecedores de sistema eletrônico de pagamento .................................. 111

4.2.3 Clientes ....................................................................................................... 117 4.2.3.1 Perfil dos potenciais clientes ..................................................................... 117 4.2.3.2 Comportamento de compra dos potenciais clientes .................................. 120 4.2.4 Análise interno – caracterização da empresa ............................................. 131 4.3 Ferramentas de diagnóstico ........................................................................ 135

4.3.1 Cadeia de Valor ......................................................................................... 135

4.3.2 Cinco forças de Porter ............................................................................... 137

4.3.3 Matriz SWOT ............................................................................................. 141

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 149

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 152

APÊNDICE A - Questionário ................................................................................... 161

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS .................................................................. 1644

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1 INTRODUÇÃO

Vive-se em um mundo globalizado, na qual a evolução tecnológica é cada vez

mais presente na vida das pessoas, principalmente a internet que avança por toda

parte do mundo. Também no Brasil percebe-se um aumento considerável no número

de usuários. Segundo o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística - IBOPE

(2012), o Brasil possui 94,2% milhões de internautas, sendo o 5º país mais

conectado. De acordo com a Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro -

Fecomércio-RJ/Ipsos (2012), o percentual de brasileiros conectados à internet

aumentou de 27% para 48% apenas entre os anos de 2007 e 2011.

Nesse contexto as relações de compra e venda sofreram modificações

significativas. No início da década de 90 a presença de um cliente e vendedor em

um mesmo espaço físico desenvolvendo o processo de troca, era a realidade.

Provavelmente não se imaginava tal fato de outra forma, pelo menos não para a

maioria das pessoas. Atualmente com um computador, um celular ou um tablet

pode-se comprar um jantar, passagem aérea ou qualquer produto e serviço, no

comércio eletrônico, também chamado e-commerce.

Como cada vez mais usuários e, consequentemente potenciais consumidores

estão na internet, a possibilidade dos sites realizarem as transações, ou seja, a

venda aos clientes de um produto diretamente no site é uma realidade. O e-

commerce expande a possibilidade de atender a todas as classes sociais de

qualquer parte do Brasil e até do mundo. Somente no primeiro semestre de 2012,

segundo o Ebit (2013), o comércio eletrônico brasileiro faturou R$ 10,2 bilhões. Em

comparação com o mesmo período do ano anterior isso representou o aumento

expressivo de 21%.

Todo este crescimento tende a continuar, principalmente em países

emergentes como no caso brasileiro, onde o poder de compra entre as classes

econômicas mais baixas está aumentando, além da facilidade de acesso a internet.

Juntando estes dois fatores, formam-se em grande escala novos clientes que

poderão realizar suas primeiras compras online.

Para as empresas que já possuem bases sólidas e de sucesso no comércio

tradicional, parece existir um mercado com potencial significativo a ser explorado.

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Diante disso a internet representa um novo e promissor campo de atuação para

os empreendedores. Contudo, como os negócios online são relativamente recentes,

o conhecimento na área ainda é restrito a poucos. Mesmo assim, a internet pode

apresentar inúmeros nichos a serem explorados.

Os números do e-commerce no Brasil são extremamente favoráveis, com mais

de três milhões de pessoas comprando de forma rotineira pela internet e um

faturamento que cresce ano após ano. Naturalmente muitos empreendedores já tem

conhecimento desse fato e estão investindo no novo canal de comercialização.

As lojas virtuais surgiram em meados dos anos 90 e são a face visível de uma

verdadeira revolução no comércio. Nas lojas virtuais não há necessidade da

presença física nem do comprador, nem do vendedor, além disso, não necessitam

do manuseio de papel moeda e, tão pouco, precisam da mercadoria no momento da

transação. Nas lojas virtuais, a relação ocorre entre um comprador e um sistema

hospedado em um computador localizado em qualquer lugar do planeta.

Todavia para criar ou expandir um negócio, seja através de filiais ou e-

commerce, há algo em comum que deve ser feito em ambos os casos: trata-se do

diagnóstico do ambiente de negócio.

A realização de um diagnóstico do ambiente, antes mesmo da elaboração de

um plano de negócio, possibilita o empreendedor, obter informações importantes

para então definir e implementar as estratégias a partir do levantamento das

ameaças e oportunidades, forças e fraquezas.

O estudo do ambiente, que também faz parte do plano de negócio, permite

responder questões importantes relativas ao negócio antes de seu lançamento. Não

é incomum mudanças profundas no projeto ou até mesmo o abandono da ideia

inicial, quando se começa a pesquisar e checar as suposições iniciais para a

montagem do plano de negócio. É justamente aí, que reside o seu valor: é muito

mais fácil modificar um negócio que está apenas no papel do que quando seu site já

está no ar com o comprometimento de parcela expressiva de seus recursos.

O contexto atual do e-commerce é propício para o surgimento de um número

cada vez maior de empreendedores, visto que o empreendedor não é considerado

apenas aquele que cria, inicia, abre o seu negócio, mas também é considerado,

aquele que cria uma nova maneira de agregar valor para o negócio que já existe,

utilizando de forma diferenciada os recursos, transformando o ambiente social e

econômico em que vive.

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Ressalta-se que um estudo dessa natureza contribuiu para a loja Petipé

Calçados identificar as ameaças e oportunidades, e suas forças e fraquezas para

atuar no e-commerce, visto que foi realizado um diagnóstico do setor calçadista no

mercado web; permitindo uma projeção do empreendimento virtual. Destaca-se

ainda que o estudo do macro ambiente e ambiente setorial possibilitaram a

verificação da viabilidade desta oportunidade de mercado que o comércio eletrônico

oferece.

1.1 Objetivo geral

Realizar um diagnóstico do ambiente de negócio do setor calçadista online para

a expansão de uma loja de calçados no comércio eletrônico.

1.2 Objetivos específicos

Para que se possa atingir o objetivo geral proposto, foram definidos os seguintes

objetivos específicos:

• Analisar o macro ambiente;

• Analisar o ambiente setorial;

• Aplicar as ferramentas de diagnóstico;

• Identificar as ameaças e oportunidades;

• Identificar as forças e fraquezas.

1.3 Justificativa

Diante da alta taxa de mortalidade de empreendimentos que não ultrapassam

o segundo ano de atividade econômica, segundo Sebrae (2011), percebe-se que

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além da dificuldade inicial de acesso ao crédito, da alta carga tributária do país,

insuficiência de políticas públicas de apoio aos pequenos negócios, há também o

despreparo dos empreendedores devido à falta de conhecimento do negócio, do

mercado e da gestão (incluindo questões contábeis, gerenciais, tributárias), eis a

crucial importância da análise do ambiente de negócio, antes da abertura e/ou

expansão de uma organização.

Com isso este estudo se fez importante na empresa Petipé Calçados que

pretende expandir seu negócio no e-commerce, mas desconhe totalmente o

mercado que irá se inserir, e para tanto, necessitava diagnosticar e identificar fatores

críticos para a exploração virtual, como: potencial de mercado, ameaças e

oportunidades da internet, concorrentes, entre outros aspectos que foram abordados

durante a realização deste diagnóstico.

Este trabalho foi relevante para a Loja Petipé, visto que permitiu o estudo da

exploração de um novo mercado para quem já tinha uma boa fatia do mercado

tradicional. Para concretizar de forma proativa a inclusão da Loja Petipé Calçados no

comércio eletrônico, a empresa através dos levantamentos elaborados passou a

conhecer o mercado de atuação nos aspectos de dimensão da demanda do setor

calçadista online, levando a estruturação da loja virtual para atingir o maior público

possível e obter crescimento de mercado e aumentar sua sustentabilidade

econômica.

Para os demais empreendedores que também percebem a oportunidade do

comércio eletrônico, este estudo pode ser ainda mais importante, pois através deste

foi possível conhecer o ambiente de negócios em que se irá operar investindo em

um empreendimento virtual.

E para a acadêmica que realizou este trabalho, é importante ressaltar a

possibilidade que a mesma teve de colocar seu aprendizado acadêmico em prática,

por meio da vivência entre a teoria e a realidade empresarial.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente capítulo tem como objetivo apresentar a fundamentação teórica

que subsidiou a pesquisa diagnóstica e que sustentará o estudo para expansão da

loja Petipé Calçados no e-commerce. Para tanto, contempla-se: as noções gerais

sobre o empreendedorismo e o seu desenvolvimento no Brasil; os empreendedores

e características gerais e o estudo dos ambientes internos e externos da

organização. Ainda, enfoca as ferramentas necessárias para um estudo mais

apurado dos ambientes do negócio, que são as ferramentas de diagnóstico.

2.1 Empreendedorismo

O empreendedorismo pode ser considerado uma consequência positiva das

mudanças inesperadas causadas pelas variáveis incontroláveis do ambiente, como

a globalização e a tecnologia. A sua livre iniciativa pode trazer a um indivíduo muitas

vantagens tanto em sua vida profissional quanto no desenvolvimento da economia

como um todo. Segundo Dornelas (2001) a ênfase em empreendedorismo surge

muito mais como consequência das mudanças tecnológicas e sua rapidez, e não

como um termo de estudo recente e passageiro, como um modismo.

Em situações de mudanças, devido as variáveis do macro ambiente, a

presença do empreendedorismo ganha força, já que a adversidade lhe é um

ambiente ainda mais propício de aparição.

Destaca-se que o empreendedor deve ver essa mudança como normal e como

sendo sadia; conforme Drucker (1987), o empreendedor está sempre buscando a

mudança, reagindo a ela, e a explorando como sendo uma oportunidade.

O conceito de empreendedorismo tem sido muito difundido ultimamente, e

devido este fato, passa a ter variados significados para pessoas diferentes, segundo

Hisrich e Peters (2004), podendo ser visto sob perspectivas conceituais diferentes.

Mas, apesar das diferenças, há alguns aspectos comuns: riscos, criatividade,

independência e recompensa. Considera-se que “esses aspectos continuarão a ser

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a força impulsionadora subjacente à noção de empreendedorismo no futuro”

(HISRICH, PETERS, 2004, p.04).

Os mesmos autores acima alegam que o empreendedorismo atualmente é o

método mais eficiente para ligar ciência e mercado. Essas atividades

empreendedoras afetam de modo significativo a economia de uma área ao construir

sua base econômica e gerar empregos, abrindo seu próprio negócio.

Na visão de Dornelas (2001, p. 21), o comércio virtual tornou-se uma boa

oportunidade para empreender:

[...] a chamada nova economia, a era da Internet, tem mostrado que boas ideias inovadoras, know know, um bom planejamento e, principalmente, uma equipe competente e motivada, são ingredientes poderosos que, quando somados no momento adequado, acrescidos do combustível indispensável à criação de novos negócios – o capital – podem gerar negócios grandiosos em curto espaço de tempo, algo que era inconcebível há alguns anos.

O comércio eletrônico no Brasil cresceu exponencialmente na última década,

que se deve ao aumento do número de internautas e a maior confiabilidade que o

meio internet adquire, e ao mesmo tempo em que o comércio eletrônico chama

atenção do consumidor, atrai empreendedores dispostos a investir nos negócios

digitais. As oportunidades são muitas e vão desde as lojas virtuais às agências de

marketing online e também no promissor mercado de aplicativos de smartphones e

tablets.

Mas a oportunidade do empreendedorismo online é tão atrativa quanto

complexa e exige empreendedores preparados e dispostos a assumir riscos,

conforme relata Dornelas (2001, p.37), quando aborda que “o empreendedor é

aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela,

assumindo riscos calculados”.

Quando comenta-se em expansão do negócio e não apenas na abertura de

uma empresa, surge muitas vezes a dúvida do significado do título de

empreendedor; todavia autores como Schumpeter (apud DORNELAS, 2001, p.37),

esclarecem a dúvida, afirmando que embora

“o empreendedor é mais conhecido como aquele que cria novos negócios, pode também inovar dentro de negócios já existentes; ou seja, é possível o empreendedor dentro de empresas já constituídas.”

Os autores Hisrich, Peters (2004, p.29) colaboram com a afirmação acima,

descrevendo que:

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“O empreendedorismo é o processo dinâmico de criar mais riqueza. A riqueza é criada por indivíduos que assumem os principais riscos em termos de patrimônio, tempo e/ou comprometimento com a carreira, o que proveem valorizou único, mas o valor deve de algum modo ser infundido pelo empreendedor ao receber e localizar as habilidades e os recursos necessários.”

As definições apontam que o empreendedorismo se configura como um

processo no qual o indivíduo empreendedor tem ideias inovadoras, geradas por

meio de oportunidades, e as persegue focando, sonhando e transformando estas

ideias em negócios que lhe tragam benefícios. Neste sentido, conforme apontam

Fialho et al (2006) o empreendedorismo se configura como a capacidade de criar

através da definição de objetivos e obtenção de resultados positivos.

Na verdade, trata-se de formatar e dar vida a um sonho idealizado. Para

Dornelas (2005, p. 39) o empreendedorismo é:

“o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso”.

“O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI

mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX”, comenta o autor Jeffry

Timmons ( apud DORNELAS; 2005, p.17).

2.1.1 Empreendedorismo no Brasil

Derivado da língua francesa, mas especificamente da palavra Entrepreneur

(CHIAVENATO, 2006), o empreendedorismo está definitivamente adentrando o

Brasil.

De acordo com Dornelas (2005), após a década de 1990, o empreendedorismo

no Brasil começou a ganhar força posterior a criação de entidades como o Sebrae

(Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade

Brasileira para Exportação de Softwares).

O Sebrae é uma entidade que tem como objetivo dar suporte e auxiliar o

pequeno empresário brasileiro, a forma que ele deve seguir para iniciar sua

empresa, além de prestar consultorias para resolver pequenos problemas em seu

negócio. Já a Softex é uma entidade que surgiu com a ideia de levar empresas de

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softwares do país ao mercado externo, por meio de ações que proporcionavam o

empresário de informática a capacitação em gestão e tecnologia (DORNELAS,

2001).

Com a criação de programas realizados pela Softex em todo país, juntamente

com universidades e incubadoras de empresas, o tema empreendedorismo

começou a despertar interesse na sociedade brasileira, que até então, não

conheciam a importância de um plano de negócios, sendo na maioria das vezes

descartados pelos pequenos empresários.

As ações históricas e algumas mais recentes desenvolvidas, apontam que o

Brasil tem o potencial para desenvolver um dos maiores programas de ensino de

empreendedorismo do mundo. Logo abaixo seguem alguns indicadores citados por

Dornelas (2005):

1. Os programas Softex e GENESIS (Geração de Novas Empresas de

Software, Informação e Serviços), no qual o programa Softex foi

reformulado e continua em atividade.

2. O programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal, que teve como

objetivo, além de capacitar mais de 6 milhões de empreendedores em todo

o país, apoiar com recursos financeiros, com um investimento em torno de

R$ 8 bilhões, no qual realizou mais de 5 milhões de operações de crédito

enquanto vigorou o programa que foi de 1999 até 2002.

3. Geração de programas de capacitação do empreendedor, como foi o caso

do EMPRETEC e do Jovem Empreendedor do Sebrae, os quais são bem

reconhecidos por empreendedores que buscam conhecimento.

4. A diversidade de cursos e programas que estão sendo criados nas

universidades brasileiras para o ensino do empreendedorismo, como por

exemplo, o caso de Santa Catarina, com o programa Engenheiro

Empreendedor, que tinha como objetivo capacitar os alunos de graduação

em engenharia em todo o país. Além deste, pode-se destacar também o

programa de Ensino Universitário de Empreendedorismo, da CNI

(Confederação Nacional das Indústrias) e IEL (Instituto Euvaldo Lodi), que

difundiram o empreendedorismo nas escolas de ensino superior do país,

presente em mais de duzentas instituições brasileiras.

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5. O movimento de criação de empresas ponto com no país nos anos de 1999

e 2000, que motivou o surgimento de várias entidades como o Instituto E-

cobra, de apoio aos empreendedores, com cursos, palestras e até prêmios

aos melhores planos de negócios de empresas start-up de Internet,

desenvolvidos por jovens empreendedores.

6. O grande crescimento de incubadoras de empresas no Brasil, que de

acordo com dados da Anprotec (Associação Nacional de Entidades

Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas), em 2004

havia 280 incubadoras de empresas no país, as quais totalizam mais de

1.700 empresas incubadas gerando mais de 28 mil postos de trabalho.

A partir do estudo anual realizado pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM),

originaram-se duas definições de empreendedorismo: o empreendedorismo por

oportunidade e o empreendedorismo por necessidade. O empreendedorismo por

oportunidade é o empreendedor visionário, que realiza um planejamento prévio de

tudo, sabendo aonde quer chegar e como realizar as ações a fim de obter lucros,

crescer e gerar empregos. Já o empreendedorismo por necessidade é definido como

sendo um indivíduo que se aventura em algum negócio por falta de opção, por estar

desempregado ou por não ter alternativas de trabalho. Os empreendimentos

gerados por empreendedores por necessidade, na maioria das vezes, fracassam por

falta de planejamento, levando a mortalidade dos negócios (DORNELAS, 2005).

Segundo informações do Sebrae (2010), em 2005, a GEM realizou um estudo

no qual ressaltou que o Brasil ocupa a 15ª posição quando refere-se ao

empreendedorismo por oportunidade; e 4ª posição, quando relativo a necessidade,

na qual a grande motivação para a criação de um novo empreendimento é gerada

pela consequência da dificuldade de se encontrar trabalho. A pesquisa mencionou

outro aspecto relevante, que está relacionado ao grau de inovação dos

empreendedores brasileiros. A maioria acaba atuando em segmentos já

concretizados e de grande concorrência. A baixa permanência dos negócios e as

dificuldades encontradas estão diretamente relacionadas com o baixo nível de

inovação.

De acordo com a GEM as dificuldades para as micros e pequenas empresas

estão diretamente relacionadas aos seguintes aspectos: a obtenção do capital

necessário, a alta carga de tributos, as exigências legais e fiscais aliados a um alto

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grau de burocracia e a falta de programas de apoio adequados à necessidade do

empreendedor (SEBRAE, 2010). Apesar desses fatos, observa-se que a ação

empreendedora no Brasil vem crescendo, além disso, os indicadores mostram que o

empreendedorismo no país é muito importante tanto para o desenvolvimento da

economia, como por ser uma grande fonte geradora de empregos.

Segundo a Pesquisa GEM 2007, a taxa de empreendedorismo do brasileiro foi

sempre superior a 10, sendo considerada uma das mais dinâmicas do mundo,

todavia na Pesquisa GEM 2008, o Brasil, pela primeira vez, ficou fora do grupo dos

dez países com maiores taxas de empreendedorismo, situação gerada por causa da

inserção de países que não participaram em edições anteriores e que ocuparam

posições entre os dez primeiros colocadas no ranking, por apresentarem taxas de

empreendedorismo mais elevadas (SEBRAE, 2010).

A Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial - TEA de 12,02% continua

superior a 10%; portanto, ter ficado fora do grupo dos dez países com maior taxa de

empreendedorismo não significa que o Brasil tenha piorado na última pesquisa. A

TEA média brasileira de 2001 a 2008 é de 12,72% contra uma TEA média dos

demais países GEM de apenas 7,25%. Isso reforça que o Brasil é um país de alta

capacidade empreendedora e que na média entre 2001 e 2008 o brasileiro é 75,58%

mais empreendedor que os outros (SEBRAE, 2010).

Na décima edição da pesquisa no país, a Taxa de Empreendedores em

Estágio Inicial - TEA brasileira é a sexta maior entre os países com nível comparável

de desenvolvimento econômico, com 15,3%, o que equivale a 18,8 milhões de

pessoas (SEBRAE, 2010).

A TEA é formada pela proporção de pessoas com idade entre 18 e 64 anos

envolvidas com empreendimentos em estágio inicial ou com menos de 42 meses de

existência. A taxa brasileira está acima da média histórica do país, que é de 13%.

Em 2008, por exemplo, a taxa foi de 12%. Em 2009, o Brasil ficou na frente de

países como Argentina, Uruguai e Irã (SEBRAE, 2010).

De forma global, nota-se que o mercado de trabalho tem sofrido grandes

transformações nas últimas décadas, refletindo-se na forma de organização das

empresas; essa é uma das razões que fazem os empreendedores iniciarem seus

negócios.

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A motivação para iniciar uma atividade empreendedora é um dos temas

relevantes para a pesquisa GEM, principalmente para se conhecer melhor a

natureza do empreendedorismo em países em desenvolvimento.

A GEM 2009 demonstra também que a população empreendedora brasileira

está concentrada entre os jovens, nas idades de 18 e 34 anos, atingindo 52,5%. Do

total de empreendedores, 20,8% estão na faixa de 18 a 24 anos enquanto 31,7%

encontram-se entre 25 e 34 anos. Ao analisar isoladamente os números, esta última

taxa se mantém inalterada em toda a série histórica do estudo, demonstrando que é

nesta faixa que se concentra a maior parte dos empreendedores brasileiros. A

menor taxa ficou entre os adultos de 55 a 64 anos, com representatividade de 4,3%

(SEBRAE, 2010).

2.1.2 Perfil e características do empreendedor

Inicialmente tratado como uma característica inata, de um pequeno número de

indivíduos, pela sociedade, o termo vem quebrando barreiras entre os anos 90 e

início do século XXI. Estes indivíduos dotados de ousadia e invejável apetite por

auto realização são os chamados empreendedores (CHIAVENATO, 2006).

Segundo Sônia Jordão (2011) as características do comportamento

empreendedor envolvem um conjunto de realizações (busca de oportunidade, ter

iniciativa, correr riscos calculado, exigir qualidade e eficiência, ter persistência e

comprometimento) e um conjunto de planejamento (busca de informações,

estabelecimento de metas, planejamento e monitoramento sistêmicos). O

empreendedor associa visão (de sonhador, artista, inventor, planejador) com a ação

(trabalhador e gerente de linha).

“Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação

singular, apaixonadas pelo que fazem, não se contentam em ser mais um na

multidão, querem ser reconhecidas e admiradas, referenciadas e imitadas, querem

deixar um legado” (DORNELAS, 2001, p. 19).

De acordo com Filion (1999), na literatura identifica-se um nível notável de

confusão a respeito da definição do termo empreendedorismo. Duas correntes do

pensamento abordam o conceito de empreendedor de forma dicotômica: os

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economistas o associam à inovação enquanto os comportamentalistas se

concentram nos aspectos criativo e intuitivo.

A mesma dúvida se dá ao discutir-se sobre as características próprias de um

empreendedor, para Filion (1999), o empreendedor é uma pessoa criativa,

inovadora, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos. É aquele que

desenvolve e realiza visões, usando-as para detectar oportunidades de negócio e

tomar decisões moderadamente arriscadas. Ele cria um novo negócio em função do

riso e da incerteza, com o propósito de conseguir lucro e crescimento, mediante

identificação de oportunidade de mercado.

Embora o perfil empreendedor possa ter recebido inúmeras descrições, com o

passar dos tempos, entre todas, ainda não se conseguiu determinar-se um conjunto

de características exatas para distingui-los, visto que as características mudam de

um indivíduo para outro, o que torna complexo tal padronização das aptidões.

Para Chiavenato (2006) o empreendedor é a pessoa que inicia e/ou opera um

negócio para realizar uma ideia ou projeto pessoal, assumindo riscos e

responsabilidades e inovando continuamente.

Os empreendedores esperam por um retorno que os compense pelos riscos e

pela iniciativa que assumiram ao operar negócios próprios. Nesse sentido, Cunha

(1997, p.17) observa que:

A definição da visão permite que o empreendedor estabeleça seu rumo em longo prazo. Ela permite que o empreendedor se posicione e posicione seu empreendimento para criar e aproveitar oportunidades. Com base na visão, o empreendedor busca ideias e conceitos que possibilitem caminhar segundo uma direção pré-estabelecida, e convence pessoas a adotar a visão e a procurar maneiras para desenvolvê-la.

Considera-se o empreendedor, a pessoa que consegue fazer as coisas

acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e

capacidade de identificar oportunidades. Com essa aptidão, transforma ideias em

realidade, para benefício próprio e para benefício da comunidade. Por ter

criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor demonstra imaginação e

perseverança, aspectos que, combinados adequadamente, o habilitam a transformar

uma ideia simples e mal estruturada em algo concreto e bem sucedido no mercado.

A ideia de que empreendedores são indivíduos diferenciados, que já nascem

com aptidão para estes desafios, é um erro. Dornelas (2005) diz que é possível

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adquirir e desenvolver o aprendizado do espírito empreendedor em qualquer

indivíduo, desde que o mesmo mostre interesse e dedicação.

As características que o empreendedor bem-sucedido deve ter ou tem que

desenvolvê-las ou apenas aprimorá-las, de acordo com os estudos realizados por

McClelland apresentados no manual do Centro de Capacitação e Apoio ao

Empreendedor – Centro CAPE (2000), estão descritas no quadro 01.

CATEGORIA: REALIZAÇÃO CCE: Busca de oportunidades e iniciativa Comportamentos manifestados:

• Faz as coisas antes de solicitado ou antes de forçado pelas circunstâncias; • Age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou serviços; • Aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter

financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência. CCE: Exigência de qualidade e eficiência Comportamentos manifestados:

• Encontra maneiras de fazer as coisas melhor, mais rápido ou mais barato; • Age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência; • Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a

tempo ou que o trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados. CCE: Persistência Comportamentos manifestados:

• Age diante de um obstáculo significativo; • Age repetidamente ou muda de estratégia, a fim de enfrentar um desafio ou superar

um obstáculo; • Faz um sacrifício pessoal ou desenvolve um esforço extraordinário para completar

uma tarefa. CCE: Independência e autoconfiança Comportamentos manifestados:

• Busca autonomia em relação a normas e controles de outros; • Mantém seu ponto de vista mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente

desanimadores; • Expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de

enfrentar um desafio. CATEGORIA: PLANEJAMENTO E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS CCE: Correr riscos calculados Comportamentos manifestados:

• Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente; • Age para reduzir os riscos ou controlar os resultados; • Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados.

CCE: Busca de informações Comportamentos manifestados:

• Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e concorrentes;

• Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço; • Consulta especialistas para obter assessoria técnica ou comercial.

CCE: Estabelecimento de metas Comportamentos manifestados:

• Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal; • Define metas de longo prazo, claras e específicas; • Estabelece objetivos mensuráveis e de curto prazo.

CCE: Planejamento e monitoramento sistemáticos Comportamentos manifestados:

• Planeja dividindo tarefas de grande porte em sub tarefas com prazos definidos; • Constantemente revisa seus planos, levando em conta os resultados obtidos e

mudanças circunstanciais;

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• Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões. CATEGORIA: INFLUÊNCIA (RELAÇÃO COM AS PESSOAS) CCE: Comprometimento Comportamentos manifestados:

• Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário ao atingimento de metas e objetivos;

• Colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho;

• Esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade a longo prazo, acima

do lucro a curto prazo. CCE: Persuasão e redes de contato Comportamentos manifestados:

• Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros; • Utiliza pessoas chave como agentes para atingir seus próprios objetivos; • Age para desenvolver e manter relações comerciais.

Quadro 01: Características Comportamentais Empreendedoras (CCE´S) identificadas por McClelland Fonte: Manual do Centro CAPE – Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor (2000).

Para Dornelas (2001), o empreendedor é um indivíduo visionário, que aproveita

as oportunidades. Dentro das características citadas por ele está iniciativa,

criatividade, persistência e comprometimento.

Segundo Ângelo (2003), empreendedorismo envolve todas as fusões,

atividades e ações ligadas à percepção de oportunidades de criação. Ele destaca

cinco elementos fundamentais que caracteriza um empreendedor de sucesso:

criatividade, força de vontade, foco na geração de valor e disposição para correr

riscos. Uma característica marcante e assinalada pelos autores é a de que

empreendedores assumem riscos, no entanto esses são calculados e não

deliberados, posto que sabem gerenciar o mesmo e avaliar as possibilidades de

sucesso que poderão advir.

2.1.3 Tipos de Empreendedor

O empreendedorismo torna-se cada vez mais a língua universal no mundo dos

negócios, pois são esses profissionais que promovem transformações e

desenvolvem a economia do país.

As definições das características dos empreendedores são várias, mas sua

essência se resume em fazer diferente, empregar os recursos disponíveis de forma

criativa, assumir riscos calculados, buscar oportunidades e inovar; porém, na

bibliografia pesquisada, o indivíduo empreendedor é citado em três perfis diferentes,

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são eles: o empreendedor de negócios, o intra-empreendedor e o empreendedor

social (DORNELAS, 2005).

De acordo com Dornelas (2005), o empreendedor de negócios percebe uma

oportunidade e cria meios (nova empresa, por exemplo) para persegui-la, fazendo

acontecer, se antecipando aos fatos e tendo uma visão futura da organização.

São inúmeras as características de uma pessoa que possui um perfil empreendedor,

entre elas pode-se citar a perseverança, o comprometimento, sensibilidade para

negócios, a coragem de assumir riscos, autoconfiança que fazem com que o

empreendedor consiga desenvolver negócios que tragam inovação e

desenvolvimento econômico, conforme Chiavenato (2008).

O desejo de montar o próprio negócio tem impulsionado muitas pessoas a

enfrentarem os desafios do mercado, são jovens e adultos das mais diversas

classes sociais que tem enfrentado todas as dificuldades inicias na abertura de um

negócio, em função de colocar em prática um sonho ou uma oportunidade

identificada no mercado.

Já os intra-empreendedores são os empreendedores dentro das organizações,

contemplando pessoas com idênticas características que a dos empreendedores

proprietários, e são a grande força das organizações mais dinâmicas da atualidade.

Na verdade, como afirma Angelo (2003, p. 83), "por necessidade, as empresas

tendem a injetar nas equipes o ânimo empreendedor. Trata-se de induzir um

comportamento pró-ativo" na geração de ideias, projetos e negócios. Implica, ainda,

em ter iniciativa, aceitar riscos, ser ousado e independente, princípios estes que

levam a ter um perfil semelhante ao do empreendedor. Os intra-empreendedores

também são chamados na literatura como empreendedores corporativos.

Na visão de Dornelas (2003, p. 35);

Ao entender o que significa o tema empreendedorismo, ficará mais claro ao leitor por que é possível cunhar o termo empreendedorismo corporativo e como as empresas poderão implementá-lo para promover as mudanças necessárias que levarão as organizações a praticarem a inovação, fator-chave para o sucesso.

Qualquer colaborador que promove mudanças dentro do seu setor, da sua

função ou fora dela, além de suas atribuições normais, pode ser considerado um

intra-empreendedor ou empreendedor corporativo (HASHIMOTO, 2006).

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Guilherme Emrich (apud DOLABELA; 2001, p. 84) afirma que “numa empresa

cabem tantos empreendedores quantos colaboradores ela tem. A situação ideal

seria se todos os empregados, literalmente todos, fossem empreendedores".

Trata-se também de desenvolver a liderança em diversos níveis da

organização, em um ambiente de prospecção permanente de novas ideias,

aproveitando o que cada um tem de melhor.

Uma liderança capaz de estimular o empreendedorismo não se contenta em

descobrir novas oportunidades no mercado ou em identificar lacunas na oferta dos

concorrentes, “o grande intra-empreendedor é aquele capaz de descobrir, incentivar

e aproveitar os pequenos intra-empreendedores da empresa em que atua”

(ANGELO, 2003, p. 93).

Pinchot (1989) considera que o empreendedorismo independente, no qual o

empreendedor torna-se proprietário de um negócio, muitas vezes ocorre por falta de

espaço para inovar. Segundo ele, a maioria deixa as corporações não porque

consideram insuficientes seus salários e benefícios, mas porque se sente frustrado

em suas tentativas de inovar.

Incentivados pelas ameaças e oportunidades resultantes do atual estado de

desequilíbrio sócio-econômico mundial, diversos setores da sociedade mobilizam-se

na busca de respostas a problemas crônicos de proporções globais. Neste contexto

pode-se considerar a afirmação de Drucker (1987), na qual expõe que o

empreendedorismo não é apenas um fenômeno empresarial, mas também pode

estar presente nas instituições sem fins lucrativos, e que é tratado hoje como

empreendedorismo social.

O empreendedorismo social, também, é uma forma importante de

entendimento de questões que passam a ser coletivas, e não mais individuais.

Para Melo Neto e Froes (2002), o empreendedorismo social pode ser visto como um

modelo de desenvolvimento humano, social e sustentável, segundo o qual o foco é

mudado, ou seja, em vez da geração de lucros e dividendos para aumentar o

patrimônio da organização, prima-se pelo desenvolvimento da comunidade, para a

sociedade civil.

Ou seja, empreendedores sociais têm características semelhantes aos

empreendedores de negócios, mas possuem uma missão social onde o objetivo final

não é a geração de lucro, mas o impacto social; são os agentes de transformação no

setor social.

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Destacou-se nas seções anteriores a origem do empreendedorismo, seu

desenvolvimento no Brasil, comentou-se sobre as possíveis características que

cabem ao empreendedor, além dos perfis empreendedores que se pode assumir ao

longo da carreira profissional.

2.2 Características de Micro e Pequenas Empresas (MPEs)

As MPEs predominam no mundo todo, representando uma força na economia

mundial. No Brasil, elas são responsáveis pela grande maioria de pessoas

empregadas de maneira formal constituindo, desta forma um grupo seleto com

grande valor no cenário nacional e contribuindo para o desenvolvimento econômico

do país.

No Brasil, surgem cerca de 460 mil novas empresas por ano. A grande maioria

é de micro e pequenas empresas. As áreas de serviços e comércio são as com

maior concentração deste tipo de empresa. Cerca de 80% das MPEs trabalham

nesses setores, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (SEBRAE, 2010).

No Brasil, são criados anualmente mais de 1,2 milhão de novos

empreendimentos formais. Desse total, mais de 99% são micro e pequenas

empresas e Empreendedores Individuais (EI) (SEBRAE,2011).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2001) mencionou que

não há unanimidade sobre a delimitação do segmento das micro pequenas

empresas. Percebe-se na prática, uma variedade de critérios para a sua definição

tanto por parte da legislação específica, como por parte de instituições financeiras

oficiais e órgãos representativos do setor, ora baseando-se no valor do faturamento,

ora no número de pessoas ocupadas, ora em ambos. A utilização de conceitos

heterogêneos decorre do fato de que a finalidade e os objetivos das instituições que

promovem seu enquadramento são diferentes (regulamentação, crédito, estudos,

etc.).

Isto faz entender que não existe um conceito pré-estabelecido para micro e

pequenas empresas. O que se tem são algumas definições em conformidades com

as legislações específicas e órgãos apoiadores das micro e pequenas empresas

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brasileiras. No que diz respeito à definição conforme a legislação federal, a

classificação das micro e pequenas empresas são feitas em relação ao faturamento,

conforme previsto no artigo 3º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de

2006, publicado pela Receita Federal:

[...] Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I – no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais); II – no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais).

Além do critério faturamento para caracterizar uma empresa, observa-se

também o número de empregados; de acordo com o Sebrae (2010),a entidade limita

as micro às que empregam até nove pessoas no caso do comércio e serviços, ou

até 19, no caso dos setores industrial ou de construção. Já as pequenas são

definidas como as que empregam de 10 a 49 pessoas, no caso de comércio e

serviços, e 20 a 99 pessoas, no caso de indústria e empresas de construção.

O Sebrae (2011) relaciona as seguintes características das micro e pequenas

empresas:

• Baixa intensidade de capital;

• Altas taxas de natalidade e de mortalidade: demografia elevada;

• Forte presença de proprietários, sócios e membros da família como

• Mão-de-obra ocupada nos negócios;

• Poder decisório centralizado;

• Estreito vínculo entre os proprietários e as empresas, não se distinguindo,

principalmente em termos contábeis e financeiros, pessoa física e jurídica;

• Registros contábeis pouco adequados;

• Contratação direta de mão-de-obra;

• Utilização de mão-de-obra não qualificada ou semi qualificada;

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• Baixo investimento em inovação tecnológica;

• Maior dificuldade de acesso ao financiamento de capital de giro; e

• Relação de complementaridade e subordinação com as empresas de

grande porte.

Tratando da situação tributária, Lacruz (2008) cita as quatro possibilidades

tributárias existentes hoje no Brasil: Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real

e Lucro Arbitrado.

A Lei Geral permite ao empreendedor fazer o enquadramento do negócio no

regime de microempresa e empresa de pequeno porte, optando pelo Super Simples

e, simultaneamente, usufruindo das vantagens asseguradas aos pequenos negócios

nos campos: tributário, trabalhista, previdenciário, creditício, de compras públicas,

tecnológico, associativista e outros de inclusão sócio-econômica (SEBRAE, 2010).

Para definição específica da estrutura de uma empresa, é necessário

classificá-la de acordo com o setor econômico o qual predomina o ramo de sua

atividade.

Além da modalidade, o negócio também é classificado quanto ao setor de

atividade, Lacruz (2008) aborda essa classificação no quadro 02.

Agropecuário

Atividade principal refira-se à produção de hortaliças, frutas, cereais, etc. e/ou à criação e ao tratamento de animais cuja atividade principal refira-se à produção de hortaliças, frutas, cereais, etc. e/ou à criação e ao tratamento de animais.

Industrial

Atividade principal diga respeito à transformação de matérias-primas visando à produção de produtos acabados.

Comercial

Atividade refira-se à venda de produtos acabados. Se a venda for feita diretamente aos consumidores, tratar-se-á de comércio varejista (supermercados, açougues, livrarias, fast-foods etc.); se a venda for feita aos varejistas, mediante a compra do produtor, tratar-se-á de comércio atacadista (distribuidoras em geral: de alimentos, de vestuário etc).

Prestação de serviços

Atividade principal seja o oferecimento do “próprio trabalho” ao consumidor. Isto é, não há a produção de mercadorias, mas atividades profissionalizadas, como transporte, educação, saúde, lazer etc. São exemplos: bancos, escolas, escritórios de advocacia, hospitais, consultores, professores, etc.

Quadro 02- Classificação dos negócios por setor de atividade Fonte: Adaptado de Lacruz, 2008

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32

Neste trabalho, será abordado o diagnóstico de uma MPE de atividade

comercial, especificamente comércio varejista de calçados.

2.3 Plano de Negócios

Depois da identificação, análise e decisão de explorar uma oportunidade, o

próximo passo a ser tomado pelo empreendedor é o desenvolvimento de um plano

de negócio, que terá como finalidade ajudar no planejamento das atividades

relacionadas ao projeto (DORNELAS, 2003).

A montagem de um bom plano de negócios deve ser uma das primeiras ações

para a criação de uma empresa na internet, ou fora dela. Um plano de negócio é a

definição e análise por escrito das principais variáveis do negócio, considerado uma

ferramenta de gerenciamento utilizada com o objetivo de minimizar os riscos, pois

através da sua elaboração a organização pode planejar o negócio e prever possíveis

insucessos.

Dornelas (2005), vem complementar a informação acima, quando refere-se ao

plano de negócios como um documento que deve ser utilizado pelo empreendedor

para sintetizar e explorar as potencialidades de seu negócio, bem como mostrar os

riscos inerentes a ele. É uma ferramenta utilizada pelo empreendedor para expor

suas ideias de forma clara e para mostrar a viabilidade e a probabilidade de sucesso

em seu mercado, além de situar-se no seu ambiente de negócios.

Segundo Baron e Shane (2007, p.186):

Um plano de negócio é muito mais do que um documento projetado para persuadir pessoas céticas a investir em um novo empreendimento. Também é um guia detalhado para a conversão de suas ideias e de sua visão em um negócio real e em funcionamento.

Um plano de negócios é considerado uma ferramenta essencial para o

empreendedor. Qualquer intenção de criação de um empreendimento deve ser

muito bem elaborada, por isso é importante avaliar diversas questões. O mercado,

por exemplo, é bastante importante, pois se deve conhecer onde vai atuar-se e

quais são as condições desse meio, além de conhecer exatamente os produtos e/ou

serviços a prestar para projetar os custos, os insumos necessários, tempo investido

entre outros aspectos.

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O plano de negócios é importante para a verificação da viabilidade do negócio,

pode ser usado para vender parte do negócio a sócios potenciais, estabelecer

parcerias, conseguir financiamentos e crédito junto a bancos, entre outros. É um

instrumento de gestão que tem o objetivo de minimizar os riscos de uma

organização através de um planejamento que possibilite a sua estruturação de

maneira eficiente.

Na visão de Dolabela (2008), uma ideia pode se tornar um bom negócio,

todavia, o estudo de viabilidade, que pode ser feito através do plano de negócios é

que pode indicar o potencial que tem aquela ideia em tornar-se um bom negócio,

permitindo identificar e restringir os erros no papel, ao invés de cometê-los na

prática.

Segundo SEBRAE (2011), a cada 100 empreendimentos criados, 73

sobrevivem aos primeiros dois anos de atividade; todavia 27 empresas não

conseguem se manter e falem nesse mesmo período. Por isso, um planejamento

pode ser fundamental para evitar a falência e principalmente, ter mais sucesso.

Nesse sentido, Lacruz (2008, p. 08) afirma que “a existência do plano de

negócios diminui a probabilidade de morte precoce dos empreendimentos, uma vez

que parte dos riscos é prevista durante sua elaboração”.

Para o empreendedor, o plano de negócio, deve auxiliar a responder questões

importantes relativas ao negócio antes de seu lançamento. Não é incomum

mudanças profundas no projeto ou até mesmo o abandono da ideia inicial, quando

se começa a pesquisar e checar as suposições iniciais para a montagem do plano

de negócio. Sua importância está no fato de que é muito mais fácil modificar um

negócio que está apenas no papel do que quando você já investiu tempo e recursos

em seu negócio.

Com o desenvolvimento do plano de negócios o empreendedor poderá traduzir

os passos para a implementação do projeto, poderá ter uma percepção maior do

empreendimento, bem como, reconhecer os riscos que estarão presentes. Segundo

Dornelas (2003, p.95):

O plano de negócios é uma ferramenta que se aplica tanto para lançamento de novos empreendimentos quanto ao planejamento de empresas maduras, ou seja, também é útil no caso do planejamento dos negócios e projetos já em andamento.

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“Uma pesquisa realizada com ex-alunos de Administração da Havard Business

School, nos Estados Unidos, concluiu que o plano de negócios aumenta em 60% a

probabilidade de sucesso dos negócios” (DORNELAS, 2005, p. 99).

Sobre o plano de negócios, tem-se ainda a opinião de Bernardi (2003) que

comenta sobre a vulnerabilidade dos novos negócios, que estão sujeitos a muitas

restrições, e que, portanto exigem cautela. Uma preparação não adequada e

superficial é pré-requisito a um provável insucesso, mesmo porque um processo de

modelagem bem desenvolvido, na melhor das hipóteses aumenta as chances, mas

não garante o sucesso do empreendimento.

2.3.1 Etapas do plano de negócios

Vários autores tratam a respeito do tamanho, da estrutura e do conteúdo de um

plano de negócios. Percebe-se que não há um tamanho definido, uma estrutura

específica, nem uma metodologia certa para se escrever um plano de negócios.

Afinal, cada empresa tem as suas particularidades e semelhanças.

O plano de negócios deve ser organizado de forma que contenha uma

sequência lógica que permita o leitor compreender como a empresa está

organizada, quais são os seus objetivos, seus produtos e serviços, seu mercado,

sua estratégia de marketing e sua situação financeira (DORNELAS, 2005).

Uma exemplificação simples e clara sobre a estruturação de um plano de

negócios é dada por Chiavenato (2005) na tabela 01, que baseada em sete etapas

define e esclarece o que deve constar em cada passo.

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Tabela 01: Estrutura do Plano de Negócio Fonte: Chiavenato (2005)

Dornelas (2001) não considera a elaboração de um plano de negócios uma

tarefa de fácil execução, embora suas etapas sejam claras e objetivas, o plano de

negócio não é algo estático e sim dinâmico que deve ser revisto e refeito

periodicamente.

Uma das etapas mais importantes de um plano de negócios, que é considerado

o diagnóstico, é o foco deste trabalho. O mesmo, segundo Blok (2001) serve para

identificar o que tem que ser aplicado ou melhorado na empresa. É por meio de

técnicas e metodologias específicas que as reais necessidades de mudança na

empresa serão detectadas, com o propósito de melhoria na eficiência do trabalho.

Ainda de acordo com Blok (2001), alguns dos objetivos do diagnóstico seriam

restaurar uma situação deteriorada, melhorar a situação existente e/ou criar uma

situação nova, ou seja, ele é o ponto de partida de qualquer tipo de planejamento.

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36

Observa-se, portanto, que o tema conquista espaço e significado nos meios

acadêmicos e profissionais, principalmente quando se trata do futuro das

organizações. A ênfase dada ao assunto deve-se à instabilidade ambiental e à

questão da competitividade. Para competir em meio a esse redemoinho, as

empresas têm de se antecipar e se adaptar com rapidez às condições de mercado,

principalmente na nova economia digital (LIAUTAUD, 2002).

2.3.1.1 Diagnóstico do ambiente de negócio

Devido às constantes mudanças velozes que estão ocorrendo no ambiente de

negócios, gerados pelos fatores incontroláveis do macro ambiente e que afetam o

ambiente setorial e de modo geral a organização, se torna essencial à realização de

um diagnóstico do ambiente de negócio, pois “a empresa precisa conhecer bem os

ambientes, tanto internamente quanto externo à organização” Cobra (1992, p.79),

para poder melhor gerir suas estratégias.

Todavia Kotler (1996 apud FERNANDES; BERTON 2005, p.31) expõe que

“muitas empresas não consideram as mudanças ambientais como oportunidades de

negócio, ignoram ou resistem a elas até quando isso for muito tarde.” Suas

estratégias, suas estruturas, seus sistemas e sua cultura empresarial crescem de

forma obsoleta e desorientada.

O diagnóstico é o primeiro passo do processo de planejamento, pois é através

dele que a empresa irá se municiar das informações que irão nortear o seu

direcionamento estratégico. É com base nele, que a empresa irá se antecipar às

mudanças e preparar-se para agir em seus ambientes interno e externos

(OLIVEIRA, 2002).

Realizar o diagnóstico do negócio significa levantar dados e informações

referentes ao ambiente em que a empresa está inserida, o que para Chiavenato

(2002), trata-se da avaliação do ambiente que representa todo o universo que

envolve externamente uma empresa, isto é, tudo aquilo situado fora de empresa. É

do ambiente que as empresas obtêm os recursos e informações necessários para

subsistência e funcionamento, e é no ambiente que colocam os resultados de suas

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operações. Nenhuma empresa se situa no vácuo; ela interage com o ambiente e seu

resultado depende das influências sofridas por este.

O empreendedor deve sempre pensar em tornar seu negócio o mais atrativo

possível, para aumentar o potencial de crescimento e de lucro do negócio e

desenvolver a capacidade competitiva diante da concorrência. Assim a capacidade

competitiva da empresa começa por se desenhar no setor em que está presente, e o

setor influencia a atratividade do negócio. O empreendedor deve avaliar bem a

intensidade das forças no ambiente em que a empresa irá se inserir, para corrigir

deficiências e criar vantagens competitivas (PORTER, 1997).

Conforme Fernandes e Berton (2005, p.31) “a análise do ambiente constitui

uma das principais etapas da administração estratégica, pois o seu monitoramento

pode identificar riscos e oportunidades para a empresa”.

Para efeitos da administração e planejamento estratégico, o ambiente tem sido

dividido em dois níveis: “o ambiente geral, ou macro ambiente, relativo ás grandes

forças externas que influenciam a organização; e o ambiente operacional ou setorial,

mais próximo a organização, constituído por seus clientes, fornecedores,

concorrentes imediatos, entre outros” (FERNANDES; BERTON, 2005, p.34).

Neste contexto, Kotler (1999) também faz comentários sobre o ambiente

externo, que é composto por forças macro ambientais (demográficas, econômicas,

tecnológicas, políticas, legais, sociais e culturais) e forças micro ambientais

(consumidores, concorrentes, canais de distribuição, fornecedores), que afetam sua

habilidade de obter lucro. Para Certo e Peter (1993, p.42), afirmam que “o ambiente

de uma organização é geralmente dividido em três níveis distintos: o ambiente geral,

o ambiente operacional e o ambiente interno”, conforme ilustra figura 01.

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Figura 01: Três níveis do Ambiente de Negócio Fonte: Certo; Peter, 2005, p.26

Neste contexto, Chiavenato e Sapiro (2009), relatam que o macro ambiente é o

ambiente mais amplo e genérico que influencia de maneira semelhante todas as

organizações, e o microambiente é o ambiente mais próximo da organização e é

onde ela obtém seus recursos e coloca seus produtos e serviços.

Entretanto, antecipar tendências, detectar ameaças ou oportunidades, não é

uma tarefa fácil, pois como as forças ambientais estão em constante mudança,

possuem como principal característica a imprevisibilidade.

A seguir inicia-se a apresentação da análise do macro ambiente, com o estudo

das oportunidades e ameaças de cada uma das variáveis que competem este

ambiente. Em seguida, abordar-se-á a análise do microambiente, onde serão

identificadas e analisadas as forças e fraquezas pertinentes a cada um dos agentes

que compõem o ambiente setorial.

2.3.1.1.1 Macroambiente

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Todas as organizações operam em um macro ambiente, é nesse ambiente

externo, que surgem as oportunidades, vantagens, ameaças, coações e as

contingências que as empresas não preveem, mas que devem compreender a

adaptar-se. As empresas estão sujeitas as diversas influências e condições

provindas do ambiente, independente das condições internas (tarefas e ramo de

atividade). Uma organização depende e precisa interagir com o ambiente externo

para sua sobrevivência. A análise do macro ambiente consiste na identificação e

análise das variáveis ambientais que possam intervir de forma positiva ou negativa,

no desempenho da organização (TAVARES, 1991).

O macro ambiente influencia diretamente as atividades da organização, por

outro lado a empresa dificilmente influencia diretamente seu macro ambiente. A

análise do macro ambiente é fundamental para o diagnóstico da situação da

empresa, pois ele é constituído por forças incontroláveis que indicam as ameaças e

oportunidades para a organização.

O macro ambiente ou ambiente geral pode referir-se pelas variáveis sociais,

políticas, legais, tecnológicas e econômicas externas a organização. Como afirmam

Fernandes & Berton (2005, p. 35):

O ambiente geral também definido como macro ambiente, refere-se às questões amplas do universo social, econômico e político em que as organizações empresariais individualmente pouco conseguem influenciar, mas que, por outro lado, influenciam diretamente as empresas.

Segundo Chiavenato e Sapiro (2009), estas variáveis são representadas por

fatores econômicos, ambientais, políticos, sociais e tecnológicos cujo

comportamento pode afetar um ou mais fatores-chaves de forma positiva ou

negativa e gerar oportunidades ou ameaças para a empresa.

Assim, as ameaças e oportunidades dizem respeito ao ambiente externo e

devem identificar potenciais problemas que os fatores ambientais poderão trazer no

futuro para a empresa, bem como as oportunidades podem revelar áreas a serem

trabalhadas, como nos mostra Padoveze (1991). E Valadares (2002, p.20),

corrobora que:

[...] as ameaças, são definidas como forças, variáveis ou situações externas, adversas à empresa, criando obstáculos a seu desempenho esperado e não controláveis pela empresa dentro de um determinado cenário. Exemplos: juros altos; âncora cambial; queda dos impostos de importações.

Deste modo, assim como se pode encontrar oportunidades de negócio no

ambiente externo, pode-se cruzar com ameaças, que podem ser determinadas como

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sendo uma condição desfavorável proveniente do ambiente externo, que podem

prejudicar a organização.

Segundo Ferrel (2000, p. 33):

A análise do ambiente externo deve incluir todos os fatores relevantes econômicos, competitivos, sociais, políticos/legais e tecnológicos que podem exercer pressões consideráveis diretas e indiretas sobre as atividades da empresa.

Considerando os diferentes aspectos do ambiente geral, Chiavenato e Sapiro

(2009) definem indicadores que possam detectar as mudanças e tendências, são

indicadores escolhidos dentre tantos, pois são considerados importantes para o

sucesso do estudo do ambiente externo. Pode-se conferir no quadro 03, as variáveis

e seus respectivos indicadores selecionados por Chiavenato e Sapiro (2009, p.109).

Demográfico

• Tamanho e densidade e distribuição geográfica populacional.

• Mobilidade da população e processo migratório. • Taxa de crescimento e de envelhecimento da população. • Taxa de casamentos, de natalidade e mortalidade. • Estrutura etária, estrutura familiar e residencial. • Nível de escolaridade. • Composição étnica e religiosa da população.

Econômico

• Renda real da população. • Taxa de distribuição da renda. • Taxa de crescimento da renda. • Configuração geográfica (globalização). • Padrão de consumo e poupança. • Nível de emprego. • Taxas de juros, câmbio e inflação. • Mercado de capitais. • Distribuição de renda. • Balança de pagamentos. • Nível do Produto Interno Bruto (PIB). • Reservas cambiais.

Sócio / Cultural

• Hábitos das pessoas em relação a atitudes e suposições. • Crenças e aspirações pessoais. • Relacionamentos interpessoais e estrutura social. • Mobilidade entre classes. • Origem urbana ou rural e os determinantes de status. • Atitudes com as preocupações individuais versus coletivas. • Grau variado de fragmentação dos subgrupos culturais. • Situação socioeconômica de cada segmento da população. • Composição da força de trabalho. • Estrutura educacional. • Veículos de comunicação de massa. • Preocupação com o meio ambiente. • Preocupação com a saúde e o preparo físico.

• Política monetária, tributária, fiscal e previdenciária. • Legislação tributária, comercial, trabalhista e criminalista. • Política de relações internacionais. • Legislação sobre proteção ambiental.

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Político / Legal

• Políticas de regulamentação, desregulamentação e privatização.

• Legislação federal, estadual e municipal. • Estrutura de poder.

Tecnológico

• Passo tecnológico. • Processo de destruição criativa. • Aplicação em novos campos. • Programas em pesquisa e desenvolvimento. • Identificação dos padrões aceitos. • Manifestações reacionárias em relação aos avanços

tecnológicos. • Aquisição, desenvolvimento e transferência de tecnologia. • Velocidade das mudanças tecnológicas e atualização do

país. • Proteção de marcas e patentes. • Nível de pesquisa e desenvolvimento do país. • Incentivos governamentais ao desenvolvimento tecnológico.

Recursos Naturais

• Escassez de matéria-prima • Custo de energia • Aquecimento global. • Poluição Ambiental. • Novas ameaças de doenças. • Catástrofes naturais. • Sustentabilidade.

Quadro 03: Indicadores de categorias ambientais genéricas. Fonte: CHIAVENATO, SAPIRO (2009, p.109)

Informar-se sobre as variáveis externas tem como objetivo torná-las mais

favoráveis ou menos desfavoráveis à empresa.

2.3.1.1.2 Microambiente

O microambiente é tratado por diversos autores como ambiente tarefa,

operacional ou setorial, mas os três tratam-se do mesmo ambiente, que é aquele em

que a empresa vai realmente atuar e interagir.

O microambiente refere-se ao ambiente operacional, que segundo Certo e

Peter (1993, p.44), é “o nível do ambiente externo à organização composto de

setores que normalmente têm implicações específicas e relativamente mais

imediatas na administração da organização.”

Autores como Fernandes e Berton (2005); Chiavenato e Sapiro (2009) trazem

em suas bibliografias que o ambiente setorial, é formado por fornecedores, clientes,

concorrentes, produtos substitutos e agências reguladoras. São, portanto, variáveis

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que interagem diretamente com a empresa e que proporcionam forças e fraquezas à

mesma.

a) Fornecedores

Os fornecedores são as empresas e os indivíduos que fornecem recursos ou

insumos para o negócio, conforme Bateman e Snell (1998) que mencionam que as

organizações devem adquirir recursos de seus ambientes e converter esses

recursos em produtos ou serviços para serem vendidos, e são os fornecedores que

devem prover esses recursos.

Os fornecedores conforme Sobral & Peci (2008) são agentes econômicos que

fornecem a todas as empresas as matérias-primas, os serviços, a energia, os

equipamentos e o trabalho necessários para seu funcionamento. Complementam

que uma empresa pode ter vários fornecedores de natureza diversificadas, usando

uma escola como exemplo, a qual usa vários fornecedores para merenda, material

didático, aparelhos eletrônicos usados nas aulas, etc.

Kotler (1998, p. 201) comenta que “antes de selecionar um fornecedor, o

centro de compras especifica os atributos desejados e indica sua importância

relativa. Depois, os candidatos são avaliados nesses atributos e os melhores

qualificados são identificados”.

A escolha do fornecedor correto é uma decisão estratégica importante. Os

fornecedores podem afetar o tempo de fabricação, a qualidade dos produtos e os

níveis de estoque (BATEMAN; SNEEL, 1998).

b) Clientes

Os consumidores são os usuários dos produtos e/ou serviços oferecidos pela

empresa. Possuem hábitos, costumes, desejos, necessidades, e buscam nos

produtos e serviços ofertados a realização de suas expectativas.

De acordo com Kotler (1996) clientes são pessoas que compram produtos ou

serviços de uma organização e que diferem fortemente em diversas características,

como educação, idade, renda e estilo de vida.

A visão de cada cliente sobre o valor do produto ou serviços que busca, difere

em cada um. Isso se dá pelo fato de que cada indivíduo está envolvido em um meio

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cultural, social e econômico, com sua própria percepção sobre ele. Assim, ele reage

de diferentes formas, desde não perceber a importância de determinado serviço à

sua empresa, até a valorizar itens que nada melhorarão seu desempenho

organizacional (COBRA, 1992).

Nesta parte, percebe-se a importância do planejamento de marketing, dos 4

P`s (produto, preço, promoção e praça), visto que como os clientes tem poder de

escolher, optam pelo melhor serviço ou produto de bom preço e condições de

pagamentos mais flexíveis.

c) Concorrentes

Considerados as empresas que oferecem os mesmos produtos ou serviços e

disputam o mesmo mercado; podendo oferecer novos benefícios, fazer promoções,

mudar seus produtos e serviços. Por isso é preciso prestar atenção a qualquer

movimento da concorrência e reagir àqueles que possam representar uma ameaça.

Os concorrentes influenciam a escolha dos objetivos de mercado da empresa,

dos intermediários, fornecedores, do composto de produto e dos compostos de

marketing, por isto eles são considerados parte do sistema central de marketing

(Kotler, 1996, p. 52).

“A análise dos concorrentes enfoca cada uma das empresas com as quais ela

concorre diretamente” (HITT, 2003, p. 82). Os concorrentes muitas vezes se tornam

a chance da empresa obter vantagem competitiva, dela buscar e alcançar um

desempenho superior. Para Porter (1989, p.187),

“os concorrentes são vistos pela maioria das empresas como uma ameaça. A atenção é concentrada no modo como uma empresa pode obter parcela contra eles e no modo como sua entrada pode ser evitada antes de tudo”.

É importante saber que os concorrentes podem vir a gerar problema para a

organização, mais também podem trazer benefícios. Por esse motivo é essencial

que os serviços e produtos oferecidos pela empresa sejam de qualidade e tenha seu

diferencial, para que ela se torne competitiva no meio dos seus principais

concorrentes.

A presença dos concorrentes certos pode produzir uma variedade de

benefícios estratégicos que se enquadram em quatro categorias gerais: ampliar a

vantagem competitiva, melhorar a atual estrutura industrial, ajudar no

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desenvolvimento do mercado e deter a entrada. Os benefícios particulares

alcançados irão diferir de uma indústria para outra e de acordo com a estratégia

seguida por uma empresa (PORTER, 1989).

Por esses motivos expostos é que se deve analisar a valiosa importância dos

concorrentes no mundo dos negócios, no qual eles podem fortalecer ao invés de

enfraquecer a posição de uma organização. Nesse processo o diagnóstico é

importante ser utilizado na identificação dos possíveis benefícios e riscos que os

concorrentes podem causar a uma empresa.

2.3.1.2 Ferramentas de Diagnóstico

Para conhecer o ambiente em que a empresa Petipé Calçados deseja

empreender expandindo sua organização, é fundamental a realização do diagnóstico

do ambiente de negócio, e para tal é necessário fazer uso de algumas ferramentas

encontradas na literatura de negócios. Hoje é possível identificar um número

bastante significativo dessas ferramentas, porém para a condução do trabalho

proposto, será dado prioridade para quatro ferramentas que serão descritas na

sequência do capítulo.

2.3.1.2.1 Cenários

Devido ao fato do futuro ser imprevisível, entre desistir de prever o que vai

acontecer e conseguir se aproximar intelectualmente dos acontecimentos futuros, as

organizações têm escolhido a segunda opção (BETHLEM, 2004). O autor

acrescenta que a criação de cenários é uma técnica cada vez mais utilizada, porque

busca prever combinações de variáveis de diversas naturezas e origens

(econômicas, sociais, políticas, mercadológicas, entre outras), buscando uma forma

melhor para lidar com incertezas e ignorância parcial em que as decisões serão

tomadas.

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Para Tavares (2005), cenário consiste em um processo sistematizado para

identificar, classificar e avaliar as variáveis ambientais e analisar como afetam ou

poderão afetar, positiva ou negativamente, o desempenho da organização,

transformando-se em oportunidades e ameaças, por meio do desenvolvimento de

modelos hipotéticos de possíveis ambientes futuros.

Após o diagnóstico a empresa adquire o conhecimento necessário para

relacionar-se com o ambiente que a circunda, contudo ainda é necessário projetar o

futuro para visualizar possíveis consequências e minimizar os riscos inerentes à

tomada de decisão.

Para Chiavenato e Sapiro (2009) o cenário refere-se a projeções variadas e

com base em históricos para propor o futuro desejado. A construção de cenários é

essencial na adequação da estratégia organizacional para obtenção dos objetivos a

longo prazo.

Segundo, Serra, Torres e Torres (2003), os cenários têm como função oferecer

meios para possíveis alternativas de evolução ambiental, bem como prever o

significado que essas ações podem ter sobre a empresa, auxiliando na tomada de

decisão e favorecendo a vantagem competitiva.

A criação de cenários pode ser fundamentada, segundo Oliveira (1996) da

seguinte forma:

• Idealizar situações futuras possíveis com o pensamento estratégico. Estas

situações não necessariamente tenham alguma ligação com o futuro ou com

o passado da organização;

• Estabelecer base de dados sócio-econômicos e de infra-estrutura;

• Estreitar os laços com o setor empresarial e com a comunidade técnico-

científica;

• Utilizar uma abordagem sistêmica e multidisciplinar;

• Usar uma metodologia estruturada e específica para o debate e

estabelecimento de cenários.

Para os autores citados anteriormente, o desenvolvimento de cenários orienta a

organização em duas abordagens, a projetiva e a prospectiva. A primeira

caracteriza-se por se restringir a variáveis quantitativas, conhecidas e objetivas,

utilizando o passado para explicar o futuro, desenvolvendo modelos deterministas e

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quantitativas, geralmente não é suficiente para direcionar o futuro da empresa.

Enquanto que, a segunda considera outros aspectos, como a visão global, variáveis

qualitativas que podem ser subjetivas, conhecidas ou não. Possibilitando ainda a

criação de um futuro desejável e viável, estruturado no presente, através de

métodos como análise estrutural de Delphi, impactos cruzados entre outros.

O processo de prospecção de cenários precisa levar em consideração variáveis

que afetam o ambiente. Serra, Torres e Torres (2003) denominam essas variáveis

de forças motrizes e as classificam da seguinte forma: dinâmica social, fatores

econômicos, fatores políticos e fatores tecnológicos. Tavares (2005) acrescenta as

variáveis demográficas, política interna, política externa, legal, culturais e naturais.

No quadro 04 é possível identificar alguns dos indicadores e respectivos exemplos

para cada uma das forças motrizes.

Quadro 04: Variáveis e indicadores para elaboração de cenários Fonte: Adaptado de Tavares (2005)

Cenário então é uma ferramenta para ordenar a percepção sobre alternativas

do ambiente futuro em que as decisões de hoje terão efeito. Para Heijden (2004, p.

104) “um dos objetivos mais importantes do planejamento de cenários é tornar a

organização uma melhor observadora do ambiente”. Portanto, os planejadores de

cenários precisam ir além de explorar apenas as visões internas e incorporar aos

cenários uma ampla gama de opiniões externas.

Também chamado por muitos autores de Prospectiva Estratégica, cenários são

visões parciais e internamente consistentes de como o mundo será no futuro e que

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podem ser escolhidas de modo a limitar o conjunto de circunstâncias que podem vir

a ocorrer. Para Porter (1997), o emprego de cenários é uma técnica particularmente

útil nas indústrias emergentes, uma vez que o principal aspecto dessas indústrias é

a incerteza.

Quando se analisa a visão de Porter, verifica-se uma clara interação das

técnicas de cenários prospectivos com os instrumentos utilizados pela gestão

estratégica, porque além de facilitar o desenvolvimento do pensamento estratégico e

da definição das estratégias da empresa, o exercício de elaborar estudos

prospectivos traz benefícios, como:

• Possibilitar com que os administradores lidem melhor com as incertezas;

• Facilitar a criação das redes de troca de informações, o que, por sua vez,

facilita o fluxo de informações dentro da empresa e a integração entre as

diversas áreas;

• Propiciar uma visão global atual e futura do ambiente e suas interligações;

• Ajudar a desenvolver a criatividade na empresa;

• Ajudar a identificar novas oportunidades de negócios.

2.3.1.2.2 Cinco Forças de Porter

O modelo das Cinco Forças de Porter (1986) pode ser compreendido como

uma ferramenta que auxilia a definição de estratégia da empresa e leva em

consideração tanto o ambiente externo como o interno. O conhecimento das fontes

subterrâneas da pressão competitiva constitui-se nos pilares da agenda estratégica

para a ação. Elas realçam os pontos fortes e os pontos fracos mais importantes da

empresa, inspiram seu posicionamento no setor, iluminam as áreas em que as

mudanças estratégicas talvez proporcionem o maior retorno e identificam os pontos

em que as tendências setoriais são mais significativas em termos de oportunidades

ou ameaças.

Porter (1986, apud FERNANDES; BERTON 2005, p.69) desenvolveu um

modelo para “diagnóstico e avaliação de rentabilidade estrutural de um setor, que

associa os conceitos básicos das estratégias competitivas a duas questões centrais:

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a atratividade do setor e a posição da empresa dentro dele.” O mesmo autor cita que

estas duas questões sofrem influências de cinco forças competitivas, que são:

ameaça de novos entrantes, poder de barganha dos fornecedores, poder de

barganha dos consumidores, ameaças de substitutos e rivalidade entre os

concorrentes existentes, conforme figura 02.

Figura 02: Modelo das cinco forças competitivas de Porter Fonte: Adaptado de CHIAVENATO, SAPIRO (2009, P.115)

Ameaça de novos entrantes: refere-se às ameaças relacionadas com a

possibilidade e a viabilidade da entrada de novos competidores no mercado.

Segundo Chiavenato e Sapiro (2009), uma organização que ingressa no setor

de negócios, traz ameaças às organizações existentes, Porter (2004) completa

afirmando que os novos entrantes em um setor trazem novas capacidades, sendo o

desejo de ganhar participação no mercado e, em geral recursos substanciais para a

organização.

Para Fernandes e Berton (2005), em um mercado muito atrativo, onde não

existem barreiras relevantes, corre-se o risco de entrada de novos concorrentes, que

são os novos entrantes; todavia para barrar as novas empresas, as organizações se

previnem nos aspectos de barreiras de entrada em: economia de escala,

diferenciação de produtos, necessidade de capitais, custo de mudanças, alteração

nos canais de comunicações, acesso aos canais de distribuição, desvantagens em

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custos individuais em escala e políticas governamentais e de retaliação esperada de

empresas que já estão ativas no mercado.

Poder de barganha dos Fornecedores: os fornecedores podem exercer

poder de negociação sobre os participantes de uma indústria ameaçando elevar os

preços ou reduzir a qualidade dos bens e serviços fornecidos (PORTER,1986). Um

exemplo, seria quando existem poucos fornecedores que atendem um mercado, o

que na prática lhes possibilita ter um maior controle sobre os preços praticados,

podem desenvolver carteis, ou mesmo restringir a possibilidade de escolha de

fornecedores e negociação de melhores condições de fornecimento, com isso o

poder de barganha dos fornecedores aumenta.

Porter (2004) comenta que as condições que tornam os fornecedores

poderosos tendem a refletir aquelas que tornam os compradores poderosos. Um

grupo fornecedor é poderoso se o seguinte se aplica: é dominado por poucas

companhias e é mais concentrado do que a indústria para qual vende, não está

obrigado a lutar com outros produtos substitutos na venda para a indústria, a

indústria não é um cliente importante para o grupo fornecedor, o produto dos

fornecedores é um insumo importante para o negócio do comprador, os produtos do

grupo de fornecedores são diferenciados ou o grupo desenvolveu custos de

mudança, o grupo de fornecedores é uma ameaça concreta de integração para

frente.

O autor ainda afirma que as condições que determinam o poder dos

fornecedores não só estão sujeitas a mudanças como com frequência estão fora do

controle da empresa.

Poder de barganha dos Clientes: segundo Porter (2004), os compradores

competem com a indústria forçando os preços para baixo, barganhando por melhor

qualidade ou mais serviços e jogando os concorrentes uns contra os outros; tudo à

custa da rentabilidade da indústria.

Os compradores dos insumos de um setor podem diminuir a lucratividade

daquele setor negociando uma qualidade mais alta ou mais serviços e colocando

uma empresa contra a outra (WRIGHT, KROLL E PARNELL, 2000).

De acordo com Hitt Ireland e Hoskisson (2005) os compradores se tornam

poderosos quando se juntam em determinados grupos para juntos conseguirem

diminuir seus custos, resultado este buscado a partir das seguintes circunstâncias:

efetuam grande volume de compras ou grau de concentração, os produtos são

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padronizados e não diferenciados, os consumidores enfrentam poucos custos de

mudança, o produto do setor tem importância relativamente pequena para a

qualidade dos produtos ou serviços, os compradores tem disponibilidade de

informações (PORTER, 2004).

Ameaça de Substitutos: “Produtos substitutos são os diferentes bens ou

serviços que vêm de fora do setor e que desempenham as mesmas funções de um

produto fabricado no setor” (CHIAVENATO; SAPIRO, 2009, p.115). Trata-se da

existência de produtos ou serviços substitutos aos que a empresa em questão

comercializa. A possibilidade de os clientes terem suas necessidades atendidas por

produtos ou serviços similares ou que ao final o resultado seja o mesmo, é um fator

a considerar.

De modo geral, os produtos substitutos representam uma forte ameaça a uma

empresa se o cliente enfrentar apenas alguns custos de mudança, pois o substituto

será escolhido pelo consumidor “se o preço do produto substituto for inferior ao

produto ofertado pela organização, ou se a sua qualidade e desempenho forem

iguais ou superiores às do produto concorrente” (HITT; IRELAND; HOSKISSON,

2005 p. 75).

Porter (2004), afirma que os substitutos não apenas limitam os lucros em

tempos normais, como também reduzem as fontes de riqueza que uma indústria

pode obter em tempos de prosperidade. O autor ainda ressalta que quanto mais

atrativo for o preço ofertado pelos produtos substitutos, mais estável será a pressão

sobre os lucros.

Rivalidade entre concorrentes existentes: A intensidade da rivalidade entre

os concorrentes estabelecidos assume a forma de disputa por posição com o uso de

táticas como concorrência de preços, batalha de publicidade, introdução de produtos

e aumento dos serviços ou das garantias ao cliente.

Serra, Torres e Torres (2004) afirmam que a rivalidade entre concorrentes pode

ser considerada a mais significativa das cinco forças. Nesta dimensão, deve-se

considerar a atividade e agressividade dos concorrentes diretos. Quando diz-se

concorrente direto, refere-se a empresas que vendem o mesmo produto, num

mesmo mercado, ou seja, outros sites vendendo calçados.

Para Porter (1986) a rivalidade ocorre porque um ou mais concorrentes

sentem-se pressionados ou percebem a oportunidade de melhorar sua posição.

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Então, quanto maior a força, menor a rentabilidade estrutural do setor e,

consequentemente, da empresa. Assim, no limite, se um setor com forte

concorrência, fornecedores e compradores poderosos que impõem suas condições ,

com muitos produtos substitutos e no qual é muito fácil entrar, dificilmente será um

setor rentável a longo prazo (FERNANDES; BERTON, 2005).

O quadro 05 apresenta um resumo de todos os fatores que influenciam essas

cinco forças competitivas, descritas anteriormente.

Quadro 05: Fatores que influenciam as cinco forças competitivas. Fonte: SOBRAL; PECI, 2008, p.155).

Com esta análise, o empreendedor poderá posicionar a organização de modo

a potencializar as vantagens do negócio, a definir as melhores defesas contra as

forças competitivas e a balancear o quadro geral de forças através de movimentos

estratégicos, de modo a posicionar a empresa vantajosamente.

Ameaça de Novos Entrantes Ameaça de Produtos Substitutos Existência de barreira à entrada: - Economia de escala. - Diferenciação do produto. - Exigências de capital. - Acesso a canais de distribuição. - Política governamental. Retaliação dos concorrentes instalados: - Posse de recursos para retaliar. - Comprometimento com a indústria. - Baixa taxa de crescimento da indústria.

- Capacidade dos produtos substitutos de satisfazerem as necessidades dos clientes. - Existência de custos de mudança de produto ou de fornecedor. - Qualidade dos produtos substitutos. - Grau de diferenciação dos produtos. - Relação entre preço e desempenho dos produtos substitutos em comparação com os produtos da indústria.

Poder de barganha dos Fornecedores e Clientes

Rivalidade entre concorrentes estabelecidos

- Quantidade e grau de concentração de fornecedores ou clientes. - Produtos são diferenciáveis ou únicos. - Existência de custos de mudança de fornecedor ou comprador. - Possibilidade de integração vertical das atividades realizadas pela indústria. - Importância dos produtos para a estrutura de custos de produção do comprador. - Volume de transações com a indústria. - Existência de produtos substitutos. - Posse de informação completa sobre preços, custos, procura, etc.

- Quantidades de concorrentes - Taxa de crescimento da indústria elevada. - Custos fixos elevados. - Diversidades de estratégias e objetivos. - Equilíbrio de forças entre os concorrentes. - Diferenciação entre os produtos ofertados. Existência de barreiras à saída: - Custos fixos de saída. - Posse de ativos especializados. - Relações estratégicas com outros negócios. - Restrições legais e sociais à saída. - Barreiras emocionais, etc.

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2.3.1.2.3 Cadeia de Valor

O elevado grau de competição imposto pelo mercado tem gerado nas

empresas uma maciça movimentação em busca de melhorias contínuas e radicais

nos processos de produção. Desta forma, a busca e identificação de oportunidades

de melhoria constitui-se em importante mecanismo de aumento do desempenho e

potencial competitivo.

Na década de 80, Porter (1989) apresentou o conceito de cadeia de valor com

o objetivo de disponibilizar uma ferramenta que auxiliasse as organizações na

compreensão de como estas poderiam obter vantagem competitiva em relação aos

seus concorrentes.

Dentro deste conceito, as organizações são constituídas por atividades, as

quais geram custo e criam valor para o cliente. Por meio da análise da cadeia de

valor é possível compreender o comportamento destes custos e as fontes existentes

e potenciais de diferenciação, que podem gerar valor para o cliente (PORTER,

1989).

O conceito desenvolvido por Porter (1989) tem como foco a obtenção de

vantagem competitiva e destaca como cadeia de valor, o conjunto de atividades

existentes dentro da organização.

Porter (1990) explica que a maneira como uma organização executa suas

atividades é reflexo de sua história (passado) e de sua estratégia (futuro). Estas

atividades podem ser dividas em dois grupos: (1) atividades primárias e (2)

atividades de apoio, conforme figura 03.

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Figura 03: Cadeia de valor genérica

Fonte: Porter (1990).

• Atividades Primárias: É possível identificar cinco atividades genéricas

primárias em qualquer indústria, são elas: Logística interna, Operações,

Logística Externa, Marketing e vendas, e serviços (PORTER, 1990).

• Atividades de Apoio: Como as atividades primárias, estas podem ser

divididas em uma série de atividades de valor distintas, específicas a uma

determinada indústria, porém são classificadas de forma genérica em quatro

categorias: aquisição, desenvolvimento de tecnologia, gerência de recursos

humanos e infra estrutura (PORTER, 1990).

A seguir no quadro 06, as atividades primárias e de apoio são descritas pelos

autores Chiavenato e Sapiro (2009):

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Quadro 06: A cadeia básica de valor Fonte: CHIAVENATO;SAPIRO (2009,140).

Na abordagem de Porter (1990), a vantagem competitiva não pode ser

compreendida observando-se a empresa como um todo. Ela tem origem nas

inúmeras atividades distintas que uma empresa executa no projeto, na produção, no

marketing, na entrega e no suporte ao seu produto. Cada uma dessas atividades

pode contribuir para a posição de custos relativos de uma empresa, além de criar

uma base para diferenciação. A cadeia de valores desagrega uma empresa nas

suas atividades de relevância estratégica para que se possa compreender o

comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciação.

Uma empresa ganha vantagem competitiva, executando essas atividades

estrategicamente importantes de uma forma mais barata ou melhor do que a

concorrência.

Percebe-se, assim, a atuação da cadeia de valores num processo de

diferenciação entre empresas e seus processos e no estabelecimento de vantagens

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competitivas, já que mesmo empresas atuantes na mesma indústria podem ter

cadeia de valores totalmente diferentes e são essas diferenças que acabam por

compor as fontes básicas de vantagem competitiva.

Segundo Periard (2007), um correto gerenciamento de uma cadeia de valor, na

maioria das vezes, se torna um diferencial competitivo, na medida em que colabora

para a melhoria da rentabilidade do empreendimento, por meio da identificação e

eliminação de atividades que não adicionam valor ao produto. Assim sendo,

trabalhar uma estratégia de produção considerando como parâmetro a cadeia de

valor pode se configurar na diferença entre o sucesso e o fracasso de um

empreendimento, uma vez que leva em consideração todas as etapas do processo

produtivo.

Conforme O’Brien (2004), cadeias de valor também podem ser usadas para

colocação estratégica dos aplicativos de uma empresa que atua na Internet para

obter uma vantagem competitiva. As conexões de Internet de uma empresa com

seus clientes podem propiciar formas de benefícios e oportunidades de vantagens

competitivas. A figura 04 mostra as diversas formas. A companhia pode controlar,

por exemplo:

• Grupos de notícias na Internet;

• Salas de bate-papo;

• Websites de e-commerce.

Figura 04: Formas de benefícios e vantagens competitivas na Internet. Fonte: O’Brien, J.A.(2004).

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Essas ferramentas são importantes para a pesquisa de mercado e o

desenvolvimento de produtos, vendas diretas e oferta de suporte e recepção de

feedback do cliente.

O modelo da cadeia de valor é uma ferramenta de análise útil para a definição

das competências nucleares de uma empresa e das atividades em que se pode

obter uma vantagem competitiva. O’Brien (2004) cita duas modalidades:

• Vantagem pelos Custos: por uma melhor compreensão dos custos e da

sua extração do valor acrescentado das atividades,

• Diferenciação: por centrar-se nas atividades relacionadas com as

competências e capacidades nucleares de forma a realizá-las melhor do

que os concorrentes.

2.3.1.2.4 MATRIZ SWOT

A análise SWOT é um instrumento extremamente útil na organização do

planejamento estratégico. Por intermédio desta análise, pode-se relacionar e

identificar as forças e fraquezas, oportunidades e ameaças da organização em

ambiente real, colaborando para uma melhora no desempenho da empresa.

A necessidade de conhecer tais ambientes resulta de que somente desta forma

se terá “condições para poder avaliar com discernimento as competências

organizacionais de um lado e a atratividade das oportunidades ambientais de outro”

(COBRA, 1992, p. 79). Desta forma, a análise SWOT, que em inglês significa Forças

(Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças

(Threats), compreende a análise de tais ambientes em que a empresa encontra-se

inserida.

Este instrumento teve origem na década de 1960 e é utilizado por diversas

empresas, independentemente do tamanho delas. Para Serra, Torres e Torres

(2004, p. 28) “a função primordial da SWOT é possibilitar a escolha de uma

estratégia adequada – para que se alcancem determinados objetivos – a partir de

uma avaliação crítica dos ambientes internos e externos”.

Segundo Fischmann e Almeida (1991, p.25), o “ambiente de uma organização

é tudo aquilo que a influencia nos seus negócios e que esta não tem condições para

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alterá-lo.” É o que diz Robbins (2000, p.89), ao assegurar que o ambiente de uma

organização “é composto por forças e instituições externas a ela que podem afetar o

seu desempenho”.

Thompson Jr. e Strickland III (2004), relatam que o dimensionamento dos

pontos fortes e pontos fracos internos da empresa e suas oportunidades externas

normalmente recebe o nome de análise de SWOT.” Esta é uma técnica fácil de ser

usada para obter uma visão geral da situação estratégica da empresa. A análise de

SWOT enfatiza os princípios básicos de que a estratégia deve produzir um bom

ajuste entre a capacidade interna da empresa (seus pontos fortes e pontos fracos) e

suas circunstâncias externas (refletidas em parte por suas oportunidades e

ameaças).

Uma ferramenta disponível para análise do posicionamento organizacional, a

Análise SWOT se caracteriza por ser um instrumento que colabora auxiliando a

empresa para a efetivação do planejamento estratégico ao estabelecer a relação

entre pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças (SERRA; TORRES; TORRES,

2004).

A análise ambiental objetiva avaliar as situação da empresa relativamente aos

ambientes interno e externo.

Serra, Torres e Torres (2004), declaram que a função primordial da análise

SWOT é possibilitar a escolha de uma estratégia adequada para que se chegue a

determinados objetivos, a partir de um julgamento crítico dos ambientes interno e

externo.

A matriz SWOT pode ser obtida após a identificação dos pontos fortes e pontos

fracos e após a análise das oportunidades e ameaças. Esta matriz permite analisar a

situação atual do negócio (DORNELAS, 2005).

Para elaborar a matriz SWOT, conforme figura 05, deve-se primeiramente,

dividir todos os pontos fortes identificados em dois grupos: os que estão e os que

não estão relacionados a oportunidades potenciais ou ameaças latentes em seu

setor. Em seguida, devem-se dividir todos os pontos fracos de maneira semelhante,

um associado às oportunidades e o outro às ameaças. Quando todos estes dados

forem obtidos, deve-se construir a matriz que deverá ser dividida em quatro

quadrantes. Por último, deverão ser incluídos os pontos fortes e fracos da empresa a

ser analisada, juntamente com as oportunidades e ameaças do setor, em cada um

dos quadrantes (DORNELAS, 2005).

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Figura 05: Matriz da análise SWOT Fonte: Adaptado de Dornelas (2005)

Estes quatro aspectos podem ser vistos sob duas dimensões principais,

conforme Serra, Torres e Torres (2004):

• Dimensão interna/externa: estes fatores internos da organização estão

atrelados com as suas forças e as suas fraquezas; analisá-las significa

analisar o status da empresa em relação aos aspectos ambientais externos,

que são as oportunidades e as ameaças;

• Dimensão positiva/negativa: considera-se positiva em arrolamento as forças

e as oportunidades; negativa a relação entre as ameaças e as fraquezas; a

relação entre as forças e as ameaças pode sugerir vulnerabilidade; entre as

fraquezas e as oportunidades pode expressar limitação.

Pode-se considerar então que uma força é algo positivo, é uma característica da

empresa que aumenta a sua competitividade. Uma fraqueza é algo que está faltando

na empresa, algo negativo, que a faça ficar em desvantagem em relação aos seus

concorrentes.

A análise SWOT é uma ferramenta que deve ser utilizada com certa

regularidade, pois os aspectos relacionados aos ambientes mudam com frequência.

Um exemplo seria o crescimento dos concorrentes e a alteração do ambiente que

gira em torno dela (DORNELAS, 2005). Sob esse enfoque, considerando o

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reconhecimento e posterior caracterização do cenário empresarial, a empresa

deverá definir quais estratégias adotar para sua manutenção e sucesso no

ambiente.

Para uma estratégia bem concebida, Almeida (2001) ressalta que as forças e

fraquezas devem estar ajustadas às oportunidades de mercado e às ameaças

exógenas.

As forças devem ser usadas para obter uma vantagem competitiva, as fraquezas

devem ser corrigidas, as oportunidades podem permitir melhorar a situação e as

ameaças, são problemas em potencial, que poderão afetar o empreendimento e o

setor.

Almeida (2001) identifica na análise ambiental que as oportunidades e ameaças,

que são os principais condicionantes da eficácia organizacional, ou seja, para se ter

sucesso, deve-se aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças . Sendo

extremamente importante que sejam monitoradas as áreas que foram identificadas

os pontos fortes para não ser surpreendido por eventuais riscos latentes que

possam surgir no futuro.

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3 MÉTODO

Neste tópico estão representados os procedimentos que foram adotados para a

condução deste trabalho.

Segundo Gil (2008), método científico é um conjunto de procedimentos

intelectuais e técnicos para se atingir o conhecimento. Neste capítulo serão

apresentados o tipo de pesquisa, como foi elaborado o estudo, a coleta de dados,

assim como a aplicação e tratamento desses dados.

3.1 Delineamento do Estágio

Para tomar decisões de âmbito maiores como investir na expansão da empresa

em um mercado recente e em crescimento, foi necessário realizar um diagnóstico

sobre a situação em que se encontrava a empresa, para obter o máximo de

informações; com esse objetivo este estágio caracterizou-se em sua tipologia como

uma pesquisa-diagnóstico.

Este tipo de pesquisa, segundo Roesch (1996, p.77) “apresenta um conjunto

de técnicas e instrumentos de análise que permitem não só o diagnóstico como

também a racionalização dos sistemas”. Ressalta-se que este trabalho se limitou ao

diagnóstico do ambiente de negócio do setor calçadista online, com visão da

expansão da Loja Petipé no comércio eletrônico.

A abordagem empregada foi a qualitativa com porte quantitativo, porque o

método qualitativo é utilizado para levantar informações a cerca do ambiente de

negócio, já o método quantitativo foi utilizado para análise de dados resultantes de

uma pesquisa efetuada com os potenciais clientes. Roesch (1996), relata que na

tipologia de pesquisa-diagnóstico, a combinação de ambas abordagens é

geralmente utilizada.

Na visão de Roesch (2005), a abordagem qualitativa, torna-se importante

quando se quer descobrir e comunicar a realidade vivida pelos habitantes desta

mesma realidade, e para que isto aconteça é necessário que o pesquisador ouça,

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aprenda, tome notas, entreviste e converse com as pessoas que fazem parte desta

população.

Já o método quantitativo, segundo Richardson (1989), caracteriza-se pelo

emprego da quantificação, tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto

no tratamento dessas através de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as

mais complexas, o que foi abordado através de um questionário.

O método qualitativo difere, em princípio, do quantitativo, à medida que não

emprega um instrumental estatístico como base na análise de um problema, não

pretendendo medir ou numerar categorias (RICHARDSON, 1989).

O nível desta pesquisa foi exploratório-descritivo sendo este um nível de busca

de informação e investigação, delimitando o tema por meio da revisão bibliográfica,

dados secundários fornecidos pela empresa e questionário realizado com

internautas considerados potenciais clientes, a fim de obter maior conhecimento e

esclarecimento sobre o tema ou problema, objeto da pesquisa.

Para Gil (2008), as pesquisas exploratórias, teriam como objetivo criar uma

familiaridade maior com o problema, visando explicitá-lo melhor ou trabalhar com a

construção de hipóteses, e assume na maioria das vezes, o formato de pesquisa

bibliográfica ou estudo de caso, sendo abordada neste trabalho a primeira opção

citada.

Gil (2002, p. 42), também cita as pesquisas descritivas com “objetivo primordial

a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o

estabelecimento de relações entre variáveis.” São inúmeros os estudos que podem

ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas

está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o

questionário e a observação sistemática.

3.2 População e/ou amostra

Para alcançar os objetivos propostos neste estudo, foram considerados como

participantes da pesquisa: clientes em potencial, empresas concorrentes,

fornecedores, variáveis do macro ambiente, entre outros.

Para Marconi e Lakatos (1990, p.37)

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“ a população ou universo é o conjunto de seres animados ou inanimados que representam pelo menos uma característica em comum.O universo ou população de uma pesquisa depende do assunto a ser investigado.”

Referente à amostragem, que trata-se da coleta de dados relativos à alguns

elementos da população e a sua análise, que pode proporcionar informações

relevantes sobre toda a população (Mattar,1999); foi utilizado para aplicação do

questionário uma amostragem não probabilística feita por acessos.

Amostragem não probabilística é aquela em que a seleção dos elementos da

população para compor a amostra depende ao menos em parte do julgamento do

pesquisador ou do entrevistador no campo. (Mattar,1999).

Mattar (1999) cita ainda, que ela pode ser uma amostra por conveniência, a

qual o pesquisador seleciona membros de uma população mais acessíveis; amostra

por julgamento, onde pesquisador usa o seu julgamento para selecionar os

membros da população que são boas fontes de informação precisa; ou ainda

amostra por quota, que o pesquisador entrevista um número predefinido de pessoas

em cada uma das várias categorias. Neste estudo foi aplicada a amostra por

conveniência.

O universo da pesquisa teve 203 participantes; estes e os resultados serão

demonstrados no capítulo 4.2.3 deste trabalho, onde foi explanado o fator clientes

que faz parte do ambiente setorial.

Já com intuito de verificar a saturação do comércio eletrônico, foram

quantificados os principais concorrentes, que seriam lojas virtuais varejistas de

calçados no comércio eletrônico. Foram diagnosticadas seis lojas, as quais quatro

foram escolhidas por serem as maiores em nível de abrangência e conceituadas no

mercado e as outras duas foram abordadas devido ao fato de serem empresas

semelhantes à loja Petipé Calçados em termos de estrutura física e também porque

são da mesma região.

Os fornecedores também foram levantados sobre os mesmos critérios da

escolha dos concorrentes: nível de abrangência e empresas conceituadas.

Já as informações sobre as variáveis do macro ambiente foram diagnosticadas

conforme relevância ao negócio.

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3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

Foram utilizados, para realização da pesquisa, dados primários e dados

secundários, apresentados de forma descritiva no desenvolvimento do diagnóstico.

Segundo Mattar (1999) os dados primários são dados que nunca foram

coletados, e são obtidos através de fontes primárias (e-consumidores,

intermediários, leitores, etc). Esses dados foram coletados através de pesquisa

mercadológica usando como instrumento, um questionário aplicado à potenciais

clientes online.

Os potenciais clientes foram abordados através de questionário, para

identificar seu comportamento e perfil diante da compra online.

Questionário é o instrumento mais utilizado em pesquisa quantitativa,

principalmente em pesquisas que se propõem levantar opinião política da população

ou preferência do consumidor (ROESCH, 2009).

O questionário foi composto de perguntas fechadas com propósito de tornar o

processo de codificação e inserção de dados para análise mais simplificada;

consciente do que era preciso medir, foram elaboradas 22 perguntas

(BOTELHO;ZOUAIN, 2006).

Conforme orientações de Roesh (2009) e Botelho e Zouain (2006) foi

realizado um pré-teste do questionário, com amigos, estudantes e afins, que tinham

o mesmo perfil da amostra; afim de verificar se as questões abordadas eram

compreensíveis, se o número de questões era adequado e não extenso e cansativo,

se a sequência era boa e se havia condições de analisar os dados resultantes dele,

enfim, identificar e eliminar problemas potenciais que comprometam o resultado.

Após o pré-teste ser positivo, o questionário foi lançado na internet, elaborado

a partir de uma ferramenta disponível no Google, e compartilhado via Facebook e e-

mail da acadêmica.

O lançamento do questionário foi feito dia 16/04/2013 e permaneceu ativo até

14/05/2013, data qual a acadêmica encerrou a coleta e iniciou a tabulação dos

resultados.

Os dados secundários foram coletados em fontes bibliográficas disponíveis em

publicações periódicas (revistas da área e-commerce), pesquisas na internet, livros,

teses, monografias e busca de informações em documentos, relatórios e planilhas

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da empresa, a fim de fazer a análise dos dados levantados para verificar a projeção

do investimento total para o projeto.

Os aspectos referentes aos itens do diagnóstico do ambiente de negócio

tiveram como base a coleta de informações junto às agências reguladoras, além de

pesquisa de campo e coleta de dados em publicações do IBOPE, IBGE, EBIT,

SEBRAE entre outros.

3.4 Tratamento e análise dos dados

Na pesquisa de caráter quantitativo, referente aos resultados do questionário,

os dados coletados foram submetidos à análise estatística, com o auxílio de um

software e utilizando ferramentas da estatística como média e frequência.

Na análise quantitativa, segundo Oppenheim (1992, apud ROESCH,2009

p.150)

“...podem-se calcular médias, computar percentagens, examinar os dados para verificar se possuem significância estatística, podem-se calcular correlações, ou tentar várias formas de análise multivariada, como a regressão múltipla ou a análise fatorial. Estas análises permitem ‘extrair o sentido dos dados’, ou seja, testar hipóteses, comparar os resultados para vários subgrupos, e assim por diante”.

Em relação à análise qualitativa foi utilizado a análise de conteúdo, que

orientada por Roesch (2006), seguiu o seguinte roteiro:

• Definição das unidades de análise (palavra, sentença, tema, parágrafo, texto

completo);

• Definição das categorias (procedimentos estatísticos em sua maioria

requerem categorias mutuamente exclusivas);

• Com base nas categorias criadas, codificação de uma parte do texto;

• Codificação e todo o texto;

• Se houver grande número de casos, estratificação das respostas e

elaboração de comparações entre grupos;

• Apresentação dos dados de forma criativa (por exemplo em quadros

comparativos);

• Interpretação dos dados à luz de teorias conhecidas (ou levantamento de

hipóteses);

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As categorias de análise abordadas neste trabalho foram variáveis do ambiente

setorial fazendo parte deste contexto: clientes, concorrentes e fornecedores, e

variáveis do macro ambiente: econômica, tecnológica, político/legal e cultural sócio

demográfico. Na parte dos clientes usou-se gráficos e análises descritivas, aos

outros citados, a acadêmica utilizou quadros comparativos. Aos demais dados

coletados sobre o ambiente de negócio, os mesmos foram tratados, analisados e os

resultados foram expostos de forma descritiva e organizados em formato de quadros

e ferramentas de diagnóstico, todos foram interpretados com embasamento teórico.

Os dados qualitativos foram tratados como investigação e descrição objetiva do

cenário atual para o ramo abordado, buscando assim, estabelecer conclusões sobre

os dados primários e secundários coletados.

Richardson (1989, p. 334) define o método quantitativo pelo seu

“caráter de mensuração tanto para a coleta quanto para o tratamento dos dados através de técnicas estatísticas (percentual, média, desvio, coeficientes de correlação, análise de regressão, entre outras).”

A tabulação de dados estatísticos e comparações deram suporte ao método

quantitativo de forma a garantir a precisão dos resultados e evitar distorções nas

análises.

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4 DESENVOLVIMENTO

Conforme citado por Cobra (1992) no capítulo anterior, as empresas precisam

conhecer bem os ambientes, tanto interno quanto externamente à organização para

poder melhor gerir suas estratégias. Com este intuito e de também atingir o objetivo

proposto, foram abordados o macro ambiente em suas variáveis: econômica,

tecnológica, político/legal e cultural sócio demográfico.

No âmbito do micro ambiente foram diagnosticados os concorrentes

considerados os principais da mesma linha de atuação. Os fornecedores que não

são só apenas quem disponibiliza mercadorias para estoque, mas todas as

empresas que fornecem produtos e serviços para a empresa desenvolver suas

atividades, e os potenciais clientes, que foram diagnosticados através de um

questionário online sobre perfil e comportamento do e-consumidor. Atingindo assim

os dois primeiros objetivos específicos deste trabalho, que eram diagnosticar os dois

ambientes externos à organização.

Para tal diagnóstico foi necessário fazer uso de algumas ferramentas

encontradas na literatura de negócios: Técnica de Cenários, Cadeia de Valor, Cinco

Forças Competitivas de Porter e Matriz SWOT, e através delas atingir os demais três

dos objetivos específicos que eram a aplicação das ferramentas de diagnóstico,

identificação das oportunidades e ameaças e identificação das forças e fraquezas do

negócio.

4.1 Análise do macro ambiente

Todas as organizações operam em um macro ambiente, é nesse ambiente

externo que surgem as oportunidades, vantagens, ameaças e as contingências que

as empresas não preveem, mas que devem compreender para que seja possível

estabelecer estratégias de sobrevivência ou de inovação.

As empresas estão sujeitas as diversas influências e condições derivadas do

ambiente, independente das condições internas (tarefas e ramo de atividade). Uma

organização depende e precisa interagir com o ambiente externo para sua

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sobrevivência. A análise do macro ambiente consiste na identificação e análise das

variáveis ambientais que possam intervir de forma positiva ou negativa, no

desempenho da organização (TAVARES, 1991).

Segundo Ferrel (2000), a análise do ambiente externo deve incluir todos os

fatores relevantes econômicos, competitivos, sociais, naturais, políticos/legais e

tecnológicos que podem exercer pressões consideráveis diretas e indiretas sobre as

atividades da empresa.

4.1.1 Variável demográfica sócio cultural

No Brasil que possui cerca de 198.360.943 habitantes (IBGE, 2012), o acesso

à internet atinge cerca de 94,2 milhões dessas pessoas, incluindo crianças e

adolescentes (IBOPE, 2012), sendo o 5º país mais conectado. De acordo com a

Fecomércio-RJ/Ipsos (2012), o percentual de brasileiros conectados à internet

aumentou de 27% para 48%, entre 2007 e 2011. O principal local de acesso é a lan

house (31%), seguido da própria casa (27%) e da casa de parente e amigos, com

25% (FECOMERCIO-RJ/IPSOS, 2010).

São 60 milhões de computadores em uso, segundo a Fundação Getúlio Vargas

- FGV (2012); 95% das empresas brasileiras possuem computador. A difusão da

internet está diretamente associada ao crescimento do número de computadores,

que têm suas vendas impulsionadas pelos seguintes fatores: aumento do poder

aquisitivo, crescimento do emprego formal e do acesso ao crédito, avanço da

tecnologia, baixa do dólar e isenção de PIS e Cofins sobre a venda de

computadores e seus componentes.

Cerca de 40,65% a cada 100 brasileiros possuem acesso à internet conforme

IBGE(2010). Quanto aos usuários ativos, 50,7 milhões de usuários acessam

regularmente a internet; 38% das pessoas acessam à web diariamente; 10% de

quatro à seis vezes por semana; 21% de duas à três vezes por semana; 18% uma

vez por semana. Somando, 87% dos internautas brasileiros entram na internet

semanalmente (IBOPE, 2012).

Uma pesquisa do IBOPE (2010), feita com internautas do TG.net, traçou um

amplo perfil do consumidor de e-commerce brasileiro. O estudo concluiu que o

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consumidor eletrônico está situado, predominantemente, na classe AB, tem grau

mais alto de escolaridade, compra produtos de uso pessoal e gasta, em média,

R$118,00 por mês em compras online.

Os consumidores da classe A e B são responsáveis por 61% do total do e-

commerce. Já a classe C responde por 35% dos consumidores virtuais, e a classe D

e E representam 4%. A maior parte dos consumidores possui entre 25 e 44 anos de

idade. Segundo o levantamento, a idade média do consumidor das lojas virtuais é de

33 anos (IBOPE, 2010).

Segundo dados do IBGE (2012), 54% dos compradores online são homens e

46% mulheres. Destaca-se que 49% dos compradores são solteiros e 41%

casados. O estudo também revelou que 36% estão matriculados em instituições de

ensino e que até 32% falam uma segunda língua.

Referente ao tempo de navegação, desde que esta métrica foi criada, o Brasil

sempre obteve excelentes marcas, estando constantemente na liderança mundial.

Em julho de 2009, o tempo foi de 48 horas e 26 minutos, considerando apenas a

navegação em sites. O tempo sobe para 71h30m se considerar o uso de

aplicativos online (MSN, Emule, Torrent, Skype etc). A última marca aferida foi de 69

horas por pessoa em julho de 2011 (IBOPE/NetRatings, 2010).

Informações do IBOPE/NetRatings (2010), mostram que a navegação em lojas

virtuais cresceu de 25% em 2006 para 41% em 2008 e a realização de pedidos

online aumentou de 12% em 2006 para 22% em 2008.

A internet se tornou o terceiro veículo publicitário de maior alcance no Brasil,

atrás apenas de rádio e TV, 87% dos internautas utilizam a rede para pesquisar

produtos e serviços. Antes de comprar, 90% dos consumidores ouvem sugestões de

pessoas conhecidas, enquanto 70% confiam em opiniões expressas online, através

de sites, blogs ou fóruns virtuais (IBOPE/NetRatings, 2010).

Conforme as preferências e os gostos das pessoas, o poder de compra é

direcionado para determinados bens e serviços em detrimento de outros, pois a

sociedade em que essas pessoas vivem moldam suas crenças, valores e normas

que definem, em grande parte, esses gostos e preferências. Portanto, as pessoas

absorvem quase que inconscientemente, uma visão de mundo que define seu

relacionamento consigo mesmas, com as organizações, com a sociedade, com a

natureza e com o universo (KOTLER; KELLER, 2006).

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No ambiente e-commerce, em 2008 foram gastos R$8,2 bilhões em compras

online. Segundo EBIT (2012), em 2009, mesmo com crise, foram gastos R$10,6

bilhões. O ano de 2010 fechou com R$14,8 bilhões, atingindo 1/3 de todas as

vendas de varejo feitas no Brasil e em 2011 foram gastos R$18,7 bilhões. Ainda

assim, apenas 20% dos internautas brasileiros fazem compras na internet; aqueles

que ainda não compram, não o fazem por não considerar a operação segura (69%)

ou porque não confiam na qualidade do produto (26%).

O maior aumento ocorreu nas lojas de varejo, que atingiram 27, 5 milhões de

pessoas, ou 58,8% do total de usuários ativos do mês. Sites de lojas de calçados,

roupas e outros acessórios de moda, estiveram entre os principais responsáveis

pelo aumento da navegação no comércio eletrônico em outubro de 2011. Em

setembro, 8,2 milhões de pessoas navegaram nas quatro maiores lojas online de

calçados. Em outubro, esse número subiu para 10,5 milhões (SEBRAE, 2011).

Em junho de 2012 as compras virtuais realizadas por meio de dispositivos

móveis representaram 1,3% do total. Na mesma época de 2011, este número foi de

0,3%. Já são 600.000 pessoas realizando transações comerciais a partir de tablets e

smartphones e em qualquer lugar. Seja no coletivo a caminho do trabalho, no

restaurante de um shopping center, em alguma Wi Fi Zone, etc (MORAES, 2013).

Paralelo a isso, Moraes (2013), cita que a satisfação do consumidor caiu de

87% em 2007, para 85,5% em 2012. Os principais motivos foram: menor oferta de

frete grátis; redução no prazo de pagamentos e falhas na entrega dos produtos. Isto

sem falar no amadurecimento do consumidor que exige mais qualidade dos

fornecedores no pré e pós venda.

4.1.2 Variável Econômica

A tendência de expansão ou recessão da economia, o produto interno bruto, o

nível salarial, a tendência inflacionista ou deflacionista, as taxas de câmbio, as

tarifas de importação ou exportação, a balança comercial, a taxa de desemprego,

custos energéticos, entre muitos outros, são indicadores econômicos importantes

que condicionam o desempenho das empresas em dada região. Fatores como

salários, políticas fiscais e taxas de juros podem influenciar não apenas custos de

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produção dos produtos e dos séricos, como também seu mercado (SOBRAL &

PECI, 2008).

As perspectivas para a economia do Brasil em 2013 são incertas, conforme a

ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom) publicada

em abril de 2013. Vários fatores explicam este cenário regular do mercado em

relação à situação do país, dentre eles:

• A demanda doméstica (importante componente para a saúde da economia)

se mantém robusta, devido ao crescimento da renda e expansão do

crédito. Entretanto, a forte desaceleração na criação de empregos formais

em 2012 e a falta de investimentos por parte dos empresários, deverá frear

o contínuo crescimento da demanda local, com repercussão negativa sobre

o patamar do crescimento econômico do país – o Brasil criou 1,3 milhão de

postos de trabalho formais em 2012, ante a criação de 1,94 milhão em

2011. Ou seja, a economia apresentou queda de cerca de 33% na geração

de vagas formais no ano passado (COPOM, 2013);

• A atuação do governo via política fiscal (redução de impostos e aumento

dos gastos do governo), pode estimular a economia. Entretanto, pode-se

concluir que essa política tem limites, na medida em que pode gerar

desconfiança nos agentes econômicos (empresários e consumidores) se

as metas do superávit fiscal não forem atingidos devido à política fiscal

excessivamente expansionista por parte do governo (COPOM, 2013);

• Conforme ressaltado pelo Copom (2013), a inflação atual – medida pelo

índice de preços ao consumidor (IPCA) – se mostra pressionada no curto

prazo, contribuindo para a redução dos investimentos na produção e do

potencial crescimento da economia. Vale lembrar que o IPCA de

dezembro/12 foi de 0,79% e que a inflação de 2012, medida pelo IPCA,

atingiu 5,84%;

• Por fim, o Copom (2013), destaca que o balanço de riscos para a inflação

apresentou piora no curto prazo e que a recuperação da atividade

doméstica foi menos intensa do que o esperado, bem como que certa

complexidade ainda envolve o ambiente internacional, onde a atividade

econômica mundial segue em ritmo moderado e desenvolvimento

heterogêneo, com expansões nos EUA e na China e contrações na Área

do Euro e no Japão.

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Referente à atividade econômica do país, de acordo com o Copom (2013), as

vendas do comércio em novembro de 2012 apresentaram retração de 2,9% em

relação ao trimestre encerrado em agosto, quando havia crescido 6,4%. Por

segmento, observou-se retração mensal nas vendas de cinco dos dez segmentos

pesquisados, com destaque para equipamentos e materiais para escritório,

informática e comunicação (-11,4%) e veículos, motocicletas, partes e peças (-5%),

em oposição às elevações de 4,2% em outros artigos de uso pessoal e doméstico e

de 2,1% em tecidos, vestuário e calçados.

Na proposta das Leis de Diretrizes Orçamentárias - LDO, o governo também

informou a previsão de que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que

mede a inflação oficial, terá variação de 4,5% em 2014. Para este ano, a previsão é

de 5,2%. Com relação à Selic, os analistas do mercado financeiro mantiveram suas

projeções em 8,50%, atualmente, a taxa básica de juros está em 7,25% ao ano

(AMATO, 2013).

O governo divulgou ainda que espera uma taxa de câmbio média de R$ 2 por

dólar ao final de 2013, e de R$ 2,04 no fim de 2014. Segundo a proposta da LDO, a

desvalorização do real deve continuar nos anos seguintes, atingindo R$ 2,07 por

dólar em 2015 e R$ 2,09 em 2016.

Os economistas também mantiveram sua estimativa para o crescimento da

economia brasileira neste ano em 3%, e para 2014, a expectativa permaneceu

estável em 3,50% (AMATO, 2013).

A economia exerce influência muito forte no desempenho de todas as

empresas de determinado mercado, sendo que as oscilações econômicas afetam

principalmente os hábitos de consumo e o rendimento dos consumidores, com

reflexos imediatos para os diferentes setores (LAS CASAS, 2008).

Segundo Amato (2013), na proposta de LDO, o governo informa que sua meta

de superávit primário em 2014 será de R$ 167,4 bilhões, o que equivale a 3,1% do

PIB estimado para o ano que vem. O superávit primário é a economia feita pelo

governo federal, estados e municípios para pagar juros da dívida pública e tentar

manter sua trajetória de queda. Do total de R$ 167,4 bilhões, R$ 116,1 bilhões

correspondem à parcela da União. Os outros R$ 51,2 bilhões cabem a estados e

municípios. Sendo que a partir desse ano, a União não terá mais a obrigação legal

de compensar o resultado de estados e municípios, caso a meta de superávit não

seja cumprida por eles.

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O autor completa que a proposta de LDO também fixa em R$ 67 bilhões o valor

de abatimento da meta de superávit possível com os investimentos no Programa de

Aceleração do Crescimento (PAC) e com desonerações de tributos em 2014. Para

este ano, o limite é de R$ 65 bilhões.

O comércio eletrônico vem assumindo relevância no comércio mundial e a

expectativa é de que o processo está apenas engatinhando. Os indicadores

apontam que o futuro do comércio está intimamente ligado à evolução da internet e

o peso do comércio eletrônico tende a ganhar expressão em termos do valor

adicionado na economia.

Enquanto o crescimento do Produto Interno Bruto - PIB não chegou nem a 2%

no ano passado, o e-commerce brasileiro cresceu aproximadamente 25% em

2012, (MORAES, 2013).

Um estudo da consultoria italiana Translated projeta que o mercado brasileiro

de vendas online será o quarto maior do mundo em 2016. Segundo o estudo, o

mercado nacional vai ultrapassar o tamanho da França, do Reino Unido e da

Alemanha ao longo dos próximos anos. De acordo com a pesquisa intitulada "T

Index", o Brasil terminou 2012 com 3,1% do movimento mundial feito pela internet.

Com essa participação, o País figura em sétimo no ranking global, à frente da

Rússia (8º), Coréia do Sul (9º) e da Itália (10º). Os primeiros do ranking são os

Estados Unidos, a China e o Japão (ROGÊ, 2013).

A consultoria prevê que o mercado brasileiro alcance participação de 4,3% do

e-commerce mundial em 2016. Com essa fatia, o Brasil estará à frente da

Alemanha, que deve terminar o ano das Olimpíadas no Rio com 3,9%. Atualmente,

os alemães giram 4,6% do e-commerce mundial. A redução dessa fatia não

aconteceria pela piora dos resultados da Alemanha, mas pelo crescimento mais

acelerado dos outros mercados. Segundo o estudo, a China será o maior mercado

mundial de vendas online com 20,1% do movimento global em 2016. Em seguida,

aparecem Estados Unidos (15,6%) e Japão (4,6%). Após o quarto lugar do Brasil,

estarão a Alemanha, Rússia (3,6%) e França (3,2%) (ROGÊ, 2013).

O comércio brasileiro permanecerá crescendo, segundo previsão da empresa

Ebit (2013). De acordo com as informações levantadas, o e-commerce deve ter um

crescimento nominal de 25%, chegando a um faturamento de R$ 28 bilhões neste

ano de 2013; o acompanhamento realizado pelo Ebit mostra no gráfico 01 que a

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tendência do aumento se comprova, devido à números expressivos de aumento do

faturamento anual virtual já deferido.

Gráfico 01: Faturamento anual do e-commerce no Brasil (Bilhões) Fonte EBIT (2013).

O comércio eletrônico no Brasil faturou R$ 10,2 bilhões no primeiro semestre

de 2012, um crescimento de 21% em relação ao mesmo período de 2011, quando

foram registrados R$ 8,4 bilhões em vendas, revelou a 26ª edição da pesquisa

WebShoppers, divulgada pelo Ebit (2012); enquanto no primeiro semestre de 2011,

foram registrados 25 milhões de pedidos, em 2012, cerca de 29,6 milhões de

encomendas foram feitas nas lojas virtuais brasileiras, com um tíquete médio de R$

346,00. O dia das mães e o dia dos namorados contribuíram com R$ 1,7 bilhão, ou

16,6%, do total faturado no primeiro semestre de 2012. Assim como as lojas físicas,

períodos sazonais e de datas comemorativas aquecem o comércio em geral.

4.1.3 Variável Político/Legal

Uma intervenção política do governo pode atingir direta ou indiretamente uma

organização, seja através do incentivo fiscal ou da regulação do governo para com o

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ramo de atividade da organização. Uma nova lei criada pode limitar uma atividade

empresarial ou inviabilizar a ação das organizações. Kotler e Armstrong (2003,p.75)

afirmam que “os fatores políticos/legais constituem em leis, órgãos governamentais,

e grupos de pressão que afetam e limitam várias organizações.”

As compras através da Internet crescem a cada dia e o direito brasileiro ainda

carece de leis específicas sobre o comércio eletrônico; salvo o Decreto N.

7.962/2013 lançado dia 15 de março de 2013, juntamente com o Plano Nacional de

Consumo e Cidadania, com intuito de transformar a relação entre empresas e

consumidores, dentre elas as transações no comércio eletrônico, e buscar a

regulamentação de algumas práticas que regem a compra e venda eletrônica. O

presente decreto busca específicas normas que pretendem complementar o Código

de Defesa do Consumidor – CDC (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, CASA CIVIL,

2013). Além da tramitação no Congresso Nacional de vários projetos que tratam da

regulamentação jurídica do comércio eletrônico e da assinatura digital, bem como da

Medida Provisória nº 2.000-2/2001, que confere às assinaturas eletrônicas o mesmo

poder e validade daquelas lançadas de próprio punho nos documentos (NUNES,

2009).

Todavia as entidades públicas de defesa do consumidor mantêm vigilância

constante sobre o setor virtual, fiscalizando e oferecendo canais eletrônicos para

denúncias e reclamações.

Embora as normas do Decreto comentam, acrescentam e especificam

obrigações a serem seguidas quando a venda por efetuada por meio eletrônico, não

substituem, e sim dão sustentação ao Código de Defesa do Consumidor, que regem

as atividades do e-commerce, conforme comenta Gonçalves (2009, p. 124):

“[...] o comerciante ou industrial brasileiro que anunciar os seus produtos no comércio virtual deve atentar para as normas do Código de Defesa do Consumidor, especialmente quanto aos requisitos da oferta. Podem ser destacadas as que exigem informações claras e precisas do produto, em português, sobre preço, qualidade, garantia, prazos de validade, origem e eventuais riscos à saúde ou segurança do consumidor (art. 31), e as que se referem à necessidade de identificação dos fabricantes pelo nome e endereço (art. 33). Se as informações transmitidas são incompletas ou obscuras, prevalece a condição mais benéfica ao consumidor (CDC, art. 30 e 40). E, se não forem verdadeiras, configura-se vício de fornecimento, sendo que a disparidade entre a realidade do produto ou serviços e as indicações constantes da mensagem publicitária, na forma dos arts. 18 e 20 do mencionado Código, caracteriza vício de qualidade”.

Os comerciantes virtuais precisam ter bem claro que é direito do e- consumidor

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devolver o produto em até sete dias da data do recebimento, mesmo que o item não

tenha nenhum defeito. Essa garantia é dada pelo artigo 49 do Código de Defesa do

Consumidor (CDC) que, embora não trate diretamente sobre lojas virtuais (quando a

lei consumerista entrou em vigor não existia comércio eletrônico, razão pela qual o

CDC está passando por revisão), disciplina todas as vendas realizadas fora do

estabelecimento físico (NUNES, 2009).

Artigo 49

O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua

assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a

contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento

comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.

Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento

previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o

prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.

Todavia sobre o direito à devolução, o que determina o artigo 49 não é regra

geral. Em algumas situações a loja pode recusar a devolução – especificamente

quando o consumidor compra com frequência um determinado produto ou ele

danifica o item recebido, lembrando que o ônus da prova cabe à empresa (artigos 6

e 51).

Artigo 6

São direitos básicos do consumidor:

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,

com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e

preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,

individuais, coletivos e difusos;

VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção

ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos,

assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus

da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a

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alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de

experiências.

Artigo 51

São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao

fornecimento de produtos e serviços que:

VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor.

Sobre a compra frequente de um mesmo item, os especialistas do Procon

(2012) por diversas vezes já explicaram que se a empresa puder provar – e isso

não é difícil, porque ela tem registrados os pedidos de cada cliente e o que ele

adquire – que o consumidor conhecia o produto por já tê-lo comprado outras vezes,

ele terá de ficar com o item, e seu ato de tentar fazer a devolução e até reclamar nos

órgãos oficiais de proteção ao consumidor poderão configurar má-fé.

Os artigos 6 e 31 do CDC também devem ser observados. Eles tratam sobre o

direito à informação, que não pode se restringir à foto do produto, a preços e

condições de pagamento, mas também à origem, características, material com o

qual é produzido, data de validade, autonomia (no caso de baterias), ou seja, todos

os detalhes que podem influenciar na escolha do consumidor.

Artigo 31

A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar

informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre

suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos

de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que

apresentam à saúde e segurança dos consumidores.

O Decreto n.º 7.962, que busca normatizar a venda de produtos e a oferta de

serviços pelo meio eletrônico, submete toda e qualquer empresa que realize vendas

através da internet. O Decreto regula, ainda, websites de ofertas de compras

coletivas e modalidades análogas. Sua vigência iniciou-se em 13 de maio de 2013 e

os lojistas que operam no e-commerce serão obrigados a fornecer informações mais

claras sobre o que está sendo vendido e disponibilizar um canal direto de

atendimento ao consumidor, inclusive para aqueles que decidirem por anular uma

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compra por razão de arrependimento. Além disso, os comerciantes devem oferecer

todas as informações essenciais de forma clara e objetiva sobre si mesmo. Para

efeito, as empresas terão 60 dias para adaptar seus sites. O intuito do presente

regulamento nada mais é do que confirmar o que já vem ocorrendo

jurisprudencialmente, através do CDC (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, CASA

CIVIL, 2013).

O art. 1º do decreto determina que o comerciante online, agora é obrigado a

dar informações claras sobre o produto, do serviço e ainda sobre quem é o

fornecedor daquele produto, quando não for o mesmo. Determina ainda que deverá

haver uma forma facilitada entre as duas partes - quem compra e quem vende -, de

comunicação. Este ainda faz um reconhecimento que já era garantido no próprio

CDC (art. 49), ao determinar que deve o comerciante respeitar o direito de

arrependimento (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, CASA CIVIL, 2013).

Já o art. 2º trouxe ao CDC, a clareza que sempre lhe foi atribuído que é a fácil

identificação do produto, das qualificações do site, tais como CNPJ, endereço

eletrônico, endereço físico e o que mais for necessário para sua identificação,

descriminação das formas de pagamento, do que vai ser pago, se há pagamentos a

mais do que somente o valor do produto, tais como, frete, seguros, adicional de

embalagens ou qualquer outro dado necessário ao bom entendimento da aquisição

(PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, CASA CIVIL, 2013).

No art. 3º foi relacionado os sites de compras coletivas para dentro do CDC e

ditou regras para o oferecimento de uma oferta. As regras agora deverão estar

claras quanto a oferta, tais como, a quantidade necessária para efetivar a oferta, o

tempo que deve ser utilizado a oferta e a correta indicação do fornecedor e do

vendedor da aquisição (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, CASA CIVIL, 2013).

Já o art. 4º do mesmo decreto, determina como deve ser feito o atendimento

relacionado à compra do produto, elencando as formas de agir perante o

consumidor. Dentre eles tem-se:

• Prévia de contrato a ser firmado entre as partes, devendo sempre destacar

as cláusulas que diminuem os direitos;

• Adequação do meio utilizado para compra, para que possa então em

eventual falha futura, a determinada fase da compra ser facilmente sanada,

tais como, quantidade, endereço de entrega ou produtos agregados;

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• Ao finalizar a compra, deverá o fornecedor confirmar a efetivação da mesma,

ou em caso dos sites de compra coletiva, assim que estiver validada a

promoção;

• Disponibilizar o contrato da compra, logo após sua efetivação;

• Manter uma forma fácil de contato do consumidor para com o comerciante,

para que o mesmo possa então, facilmente alterar o que for necessário,

tais como suspensão, cancelamento, dúvidas ou informações;

• Proteger a forma de pagamento, para que não haja qualquer perca de dados

sigilosos e causando ao consumidor outro dano.

Junto ao art. 5º, tem-se que deverá o fornecedor do serviço manter de forma

visível, legível e de fácil localização tudo o que for relacionado ao direito de

arrependimento sobre aquela compra, deixando claro que isso poderá ser feito

inclusive através do mesmo meio que efetuou a compra, sendo que se houver o

arrependimento da obrigação principal, as acessorias também serão extintas e sem

ônus para o consumidor (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, CASA CIVIL, 2013).

Caso haja o exercício do direito de arrependimento, o fornecedor deverá de

imediato comunicar a instituição financeira sobre o ocorrido, para que possa ser

cancelado a transação e em caso de já haver sido lançada, o seu estorno. Dessa

situação ainda deverá o fornecedor manter o consumidor sempre informado sobre o

ocorrido (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, CASA CIVIL, 2013).

O art. 6º determina que os produtos devem ser entregues em suas

especificações, na sua quantidade e no prazo estipulado, sob pena de perdas e

danos(PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, CASA CIVIL, 2013).

Como pode-se perceber, o decreto realmente foi elaborado com intuito de

reforçar o Código de Defesa do Consumidor, garantindo ao e-consumidor seus

direitos e esclarecendo as empresas atuantes neste setor as suas obrigações.

Nesse âmbito político/legal, é interessante ressaltar também o Fórum do

Comércio Eletrônico (FCE), criado em 2010, que trata-se de um projeto que se

propõe a missão de reunir de forma neutra e aberta os atores do e-commerce para

construir o consenso e com ele lançar as bases da regulação do comércio virtual no

Brasil. O principal produto dos trabalhos deste fórum é a Carta de Princípios do

Fórum do Comércio Eletrônico, ela é uma obra coletiva e consensual de todos os

participantes do Fórum que colaboraram e se manifestaram nas reuniões em que

seu texto foi discutido. A Carta foi concluída no dia 2 de junho de 2010, e tem o

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objetivo de colaborar para a criação de um quadro jurídico seguro para o comércio

eletrônico no Brasil, contribuindo para o desenvolvimento do e-commerce e o

fortalecimento da confiança do consumidor e das demais partes envolvidas. Todavia

a legislação brasileira em vigor é aplicável ao comércio eletrônico, em especial o

Código Civil e o Código de Defesa do Consumidor (FÓRUM DO COMÉRCIO

ELETRÔNICO, 2011).

Outro fator que deve ser destacado nesta variável é a tributação sobre o e-

commerce. O crescimento acelerado do comércio eletrônico no Brasil levou a uma

guerra fiscal bilionária entre os Estados pelo recolhimento de impostos nessas

vendas.

Pela Constituição, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

(ICMS) é recolhido no local onde o produto é despachado – no centro de distribuição

da rede –, que não necessariamente é o Estado em que o bem foi adquirido,

segundo Fariello (2011), então o ICMS das vendas pela internet é recolhido onde o

produto sai, sem benefício para o local onde é entregue, por isso a disputa; o conflito

entre os Estados refere-se ao fato de que as pessoas deixam de comprar no

comércio comum da região, para comprar em lojas virtuais localizadas em outros

estados, não gerando assim tributos locais.

De acordo com o Fórum do Comércio Eletrônico (2011), a Carta de Princípios

do Comércio Eletrônico, aprovada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br),

já manifesta preocupação em relação à regulação, segundo a mesma:

“os obstáculos advêm da inexistência de legislação específica para o comércio eletrônico e da aplicação não uniforme das leis existentes. Esses obstáculos geram incerteza quanto ao regime jurídico aplicável aos serviços da sociedade da informação e por isso criam insegurança jurídica”.

A legislação infraconstitucional existente e disciplinadora do ICMS é complexa

e reflete um contexto anterior ao forte incremento de operações comerciais

originadas na internet. As Leis e Regulamentos do ICMS, na esfera estadual e no

Distrito Federal, recebem a competência para a instituição do ICMS no Art. 1º da Lei

Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996:

“Art. 1º Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.”

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Este artigo disciplina sobre o imposto dos Estados e do Distrito Federal sobre

operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de

transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, e dá outras providências

(Lei Kandir) (ALEXANDRIA; CARVALHO, 2011).

A Constituição Federal de 1988 garante, portanto, o aspecto da cobrança no

Estado de origem, in verbis:

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (…)

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de

serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que

as operações e as prestações se iniciem no exterior. (…)

§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (…)

VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a

consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á:

a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;

b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele

VIII - na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da

localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota

interna e a interestadual;

As vendas interestaduais ao consumidor final, aplica-se a regra do artigo

supracitado (art.155, II, § 2º, VII e VIII). Portanto, alíquota interna do Estado de

origem das mercadorias, não distribuindo o produto da arrecadação ao Estado

adquirente da mercadoria na aquisição feita pelo consumidor final, não contribuinte

do ICMS (ALEXANDRIA; CARVALHO, 2011).

Outro aspecto dessa variável é o projeto de lei que trata do marco civil da

internet (PL 2126/11, do Executivo), que assegura direitos para quem a usa e dá

segurança jurídica para os investidores do setor. A falta dessa legislação traz

insegurança jurídica para empresas e também para os usuários da rede, segundo

informação divulgada pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, esta

proposta de lei é uma das prioridades do Ministério das Comunicações para 2013

(JORNAL ESTADÃO, 2013).

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4.1.4 Variável Tecnológica

O nível de desenvolvimento tecnológico de uma sociedade influencia os

produtos e serviços oferecidos pelas empresas, assim como os recursos e os

equipamentos utilizados por elas (SOBRAL; PECI, 2008).

O ambiente tecnológico é talvez a força mais significativa que atualmente influi

sobre as organizações. As tecnologias por sua vez geram novos mercados de

atuação para as empresas já existentes, por exemplo, a expansão de uma loja física

de calçados no comércio eletrônico.

Um dos principais fatores tecnológicos que influenciam diretamente o e-

commerce é a velocidade da internet, devido à economia de tempo que o

consumidor busca na transação online. Porém esse fator vem contribuindo, uma vez

que o acesso à internet no Brasil tem ganhado mais velocidade. Dados do Ibope

Media (2012), demonstram que em dezembro de 2012, 50,7% dos usuários

residenciais ativos da rede navegaram com conexão de mais de 2Mb.

O número representa um crescimento de 238% na comparação com dezembro

de 2010, quando cerca de sete milhões de pessoas tinham essa velocidade de

navegação (IBOPE, 2012).

Segundo Ibope (2012), hoje, são mais de 22 milhões de internautas com

conexões que vão de 2Mb a 8Mb. Há ainda aproximadamente 10,8 milhões de

usuários com conexões superiores a 8Mb, número que em 2010 era de 2,7 milhões;

2Mb passou de 78% em dezembro de 2010, para 51% no último mês de 2012.

Outro fator tecnológico que vem favorecendo o setor é a mobilidade obtida

através da possibilidade de acesso nos smartphones e tablets, segundo

levantamento divulgado pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica

(Abinee, 2012), a produção e venda de smartphones no Brasil cresceu 78% em

2012. E não são apenas os smartphones que estão em alta, outro gadget que está

fazendo sucesso no Brasil é o tablet. A estimativa é que a fabricação desse tipo de

dispositivo salte de 2,8 milhões de unidades em 2012 para 5,4 milhões até o final de

2013.

Companhias como BlackBerry, LG, Samsung, e Sony Mobile ,respectivos

fabricantes de smartphones se preparam para lançar mais opções de aparelhos com

as altas velocidades de conexão à internet oferecidas pelo 4G. A empresa de

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pesquisas IDC, prevê que neste ano devem ser vendidos no Brasil cerca de 600 mil

smartphones habilitados para conexão 4G, volume quase quatro vezes maior do que

em 2012, embora devam representar apenas 2% dos cerca de 28 milhões de

smartphones estimados para 2013 (REUTERS,2013).

Outro ponto positivo para o progresso do e-commerce no ambiente tecnológico

é o Wi fi, oferecido gratuitamente em lugares públicos (bibliotecas, praças, etc) ou

ambientes privados (restaurantes, hotéis, academias, faculdade, etc). Todavia em

lugares onde não tenha wi-fi disponível, ou se o próprio aparelho móvel do

consumidor tiver apenas 3G, e depende do sinal da operadora para conexão, essa

situação está se tornando um fator negativo para transações na internet, devido à

dificuldade de acesso criada ao consumidor, pois mesmo que o dispositivo mostre

que há 3G disponível, se existirem muitos terminais conectados simultaneamente ou

até mesmo obstáculos físicos, o sinal fica ruim e o usuário não conseguirá se

conectar à rede (IKEDA, 2012).

“Para melhorar o sinal, seriam necessários investimentos das operadoras em

infraestrutura; porém, isso não ocorre, principalmente pela alta carga de impostos

dos equipamentos de telecomunicação, em torno de 40%”, explica Ikeda (2012). O

resultado, prossegue a autora, é um ciclo vicioso: o governo não desonera impostos

e as operadoras não investem de forma proporcional ao ritmo de crescimento da

rede de usuários. Ainda assim, novos usuários são adicionados às redes existentes

e já sobrecarregadas.

Com a tecnologia, as plataformas que são as bases dos sistemas de venda

online, tem evoluído muito desde então, devido a novas soluções tecnológicas

criadas e implantadas. No varejo eletrônico chama-se plataforma de e-commerce o

sistema responsável pelo gerenciamento e visualização da loja na web. É o sistema

que possibilita criar a loja virtual e também gerenciá-la, incluindo produtos e preços,

gerenciando estoques, layout da página, além de outras funções que fazem parte do

dia-a-dia de um comércio eletrônico (VALLE, 2013).

Uma plataforma de e-commerce completa, segundo Valle (2013), além das

ferramentas básicas para a gestão da loja virtual, deve também incluir ferramentas

que possibilitem a integração de outras tarefas também importantes para o sucesso

de uma loja virtual como, por exemplo, a área de marketing. Exemplo:

• Integração com a versão para e-commerce do Google Analytics;

• Ferramentas que possibilitem um bom trabalho de SEO;

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• Integração com as principais redes sociais.

A solução de e-commerce atual é muito mais do que simplesmente um sistema

de loja virtual, ela deve funcionar como um verdadeiro Hub (dispositivo que interliga

os computadores de uma rede) da atividade do comércio eletrônico e para isso, é

essencial que o fornecedor do sistema, seja ele SAAS, Open Source ou uma

plataforma exclusiva, agregue todas essas funcionalidades, e independente do

sistema escolhido, isso requer investimentos tecnológicos (VALLE, 2013).

Além dos inúmeros modelos de plataformas a serem escolhidos pelo cliente

que deseja implantar a loja virtual, existem softwares complementares que auxiliam

o desempenho do negócio, são eles:

• Blindagem de Sites: trata dos esforços e necessidades de proteção de

portais web contra ataques de hacker, infecção por malware, roubo e

clonagem de informações e números de cartão de crédito. A certificação

além de segurança para a loja transmite credibilidade a consumidores

temerosos em realizar transações online (BLINDADO SA, 2013).

• Sistema detector de fraudes: O crescimento do comércio eletrônico tornou

imperativa a necessidade de lojistas se protegerem contra os riscos de

venda com cartão pela internet. Existem empresas especialistas em

solução de gerenciamento de risco e detecção de fraudes em vendas

online e televendas. Possuem sistema de inteligência artificial e diversas

técnicas de análises em uma única solução, que garante o mapeamento e

redução de fraudes no negócio, protegendo também o bom consumidor (F-

CONTROL, 2013).

• Certificado de Segurança: é a ferramenta mais poderosa para garantir a

segurança na autenticação de sites e manter o sigilo e a integridade na

comunicação. O certificado de segurança fornece à organização a

segurança necessária, através de recursos de proteção como a

criptografia. É adotado como padrão de segurança máxima em comércio

eletrônico, internet banking e demais aplicações que requerem um elevado

nível de confiabilidade. (CERTISIGN, 2013).

Hoje a tecnologia permite a busca de produtos e informações rapidamente na

internet, tal facilidade, deu origem a sites de busca e comparação de preço, como:

Google, Bondfaro e Buscapé, onde o cliente pode verificar a loja que oferece o

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melhor preço, ou melhores condições de pagamento e entrega de um determinado

produto, comparando várias lojas que vendem a mesma mercadoria.

Deve-se citar também os sites de avaliação e opiniões dos e-consumidores

como: Ebit e Reclame Aqui, onde usuários que não tem experiência de compras

online, ou desconhecem a loja virtual que estão acessando, podem pesquisar sobre

a reputação da loja, e ter acesso há vários comentários e gráficos referentes aos

serviços prestados por essa e assim decidir finalizar compras ou não, isso tudo

graças a tecnologia que hoje faz com que a informação percorra o mundo em

segundos.

4.2 Análise do microambiente

Autores como Fernandes e Berton (2005); Chiavenato (2003) trazem em suas

bibliografias que o microambiente também titulado de ambiente setorial, é formado

por variáveis que interagem diretamente com a empresa e que proporcionam forças

e fraquezas à mesma. São eles: fornecedores, clientes, concorrentes, produtos

substitutos e agências reguladoras, sendo os três primeiros citados, abordados a

seguir com seus respectivos aspectos.

4.2.1 Concorrentes

O primeiro passo de um bom business plan, é o estudo do mercado onde se

está iniciando a operação. Para lançar um novo empreendimento online deve-se

identificar os principais concorrentes, e fazer um diagnóstico detalhado de cada um

deles, para levantar oportunidades e ameaças ao seu negócio. Pires (2013) sugere

que seja avaliado o tráfego, layout e navegabilidade, entrega e frete, formas de

pagamento e parcelamento, formas de contato com cliente, segurança de compra,

informação, formas de publicidade e mídias sociais. Foram analisadas as principais

lojas de calçados atuantes no e-commerce, identificadas como as principais

concorrentes virtuais da loja Petipé Calçados online.

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a) Passarela Calçados

A Passarela Calçados foi fundada em fevereiro de 1981; possui um total de 27

lojas espalhadas pelo interior do Estado de São Paulo e uma loja virtual que atende

todo o Brasil (PASSARELA CALÇADOS, 2013).

Sua loja virtual conta com um mix de calçados femininos, masculinos, infantil e

a linha esporte, fácil de localizá-los no site devido ao layout “amigável”. Dentre as

formas de pagamento oferecidas, a loja parcela a compra de seus clientes em até 12

vezes sem juros nos cartões de crédito: Visa, Mastercard, Diners Club, American

Express e Hipercard. Na condição de pagamento à vista disponibiliza aos clientes do

Banco Bradesco e Itaú realizar transferência bancária, e os demais podem

selecionar a opção de boleto bancário; ambas as opções de pagamento à vista

concedem ao cliente 5% desconto (PASSARELA CALÇADOS, 2013).

Referente às entregas, a loja efetua entregas em todo território brasileiro, e o

prazo varia de acordo com a localidade e a forma de entrega selecionada pelo

cliente. A loja trabalha com três modalidades de entrega:

• Entrega expressa: paga pelo cliente, geralmente realizada por

transportadora terceirizada, com prazo de entrega mais curto que a

encomenda normal;

• Entrega econômica, que é a tradicional utilizada para clientes que compram

com frete grátis, na maioria das vezes feita pelos Correios;

• Entrega TURBO, exclusiva para todo estado de São Paulo, realizada em 12h

após o pedido confirmado, geralmente feira por transportadora.

Como estratégia utilizada, no momento da pesquisa, a loja tem trabalhado com

frete grátis em compras a cima de R$99,99 como vantagem competitiva perante a

concorrência que cobra frete ou limita regiões que a promoção frete grátis abrange

(PASSARELA CALÇADOS, 2013).

A Passarela mantém contato com os consumidores atuando nas redes sociais:

Facebook, Twitter, Youtube e Blogs próprios; aos clientes envia também e-mail

marketing de suas promoções (PASSARELA CALÇADOS, 2013).

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Além da participação das redes sociais, e do frete grátis, a loja aplicou a

promoção “Compre e ganhe ponto para próxima compra”, a promoção funciona da

seguinte forma: a cada compra o cliente recebe um valor de pontos que pode ser

descontado em sua próxima compra, os pontos não tem prazo de validade e são

acumulativos, assim a promoção tem objetivo de fidelizar o cliente, fazendo-o

retornar ao site e estar adquirindo novamente seus produtos (PASSARELA

CALÇADOS, 2013).

A loja também oferece aos seus clientes o programa de afiliados, é necessário

a pessoa efetuar um cadastro para se tornar afiliada, e depois postar as publicidades

da Passarela em seus sites e e-mails. Existem diversas possibilidades de ganho, a

empresa paga 0,15 euro por clique, 10 euros por lead e 25% adicionais sobre a

receita intermediada, ou seja, o afiliado recebe uma comissão quando uma venda

ocorre pelo seu anúncio (PASSARELA CALÇADOS, 2013).

A loja virtual Passarela, leva o título de loja diamante pelo Ebit, empresa que

atua na internet como consultora de compras online desde 2000, que certifica lojas

virtuais por excelência de serviços obtida a partir das avaliações de pessoas que

efetivamente realizaram compras na internet. Sendo a medalha de diamante uma

representação de excelência dada às lojas que são avaliadas de forma positiva em

quesitos como facilidade de comprar, preço, manuseio dos produtos, cumprimento

do prazo de entrega, informações dos produtos, entre outros. É a mais valiosa

medalha que pode ser alcançada, que só recebem os sites considerados as

melhores lojas de compras da internet (EBIT, 2013).

Outro canal de busca pela informação sobre lojas online, muito utilizado pelos

internautas para reclamar também de alguma compra, é o site

www.reclameaqui.com.br, onde localiza-se a avaliação da loja Passarela Calçados

conforme figura 06.

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Figura 06: Reputação da loja Passarela Calçados em 2012 no site Reclame Aqui Fonte: www.reclameaqui.com.br (2013). Pode-se observar que no ano de 2012, a empresa teve 1256 reclamações

abertas no site Reclame Aqui, e todas foram respondidas; todavia 94,4% foram

solucionadas, e 79,4% das pessoas que avaliaram a empresa neste meio, mesmo

tendo realizado a reclamação, voltariam a comprar na loja novamente. Diante

dessas estatísticas, a reputação da loja Passarela Calçados recebeu selo RMA1000,

este selo, foi criado com o objetivo de premiar empresas que possuem excelentes

índices de atendimento no Reclame Aqui. Empresas que possuem este selo,

demonstram aos seus consumidores o compromisso que possuem com seu pós

venda, elevando o grau de confiança em sua marca, serviços e produtos (Reclame

Aqui, 2013).

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b) Di Santinni

O Grupo Di Santinni nasceu em 1980 com uma pequena fábrica de calçados.

Nos primeiros anos de atividade industrial, descobriu seus pontos fortes e optou por

ingressar no varejo de calçados, inaugurando assim sua primeira loja no Rio de

Janeiro, no Norte Shopping, no ano de 1986. A experiência confirmou a vocação da

empresa e posteriormente do Grupo, ou seja, o comércio de calçados com qualidade

e preços competitivos (DI SANTINNI, 2013).

A Rede de lojas Di Santinni, tem 110 lojas distribuídas nos Estados do Rio de

Janeiro, Bahia, Alagoas, Pará, Amazonas, Rondônia, Minas Gerais, Espírito Santo,

Pernambuco, Maranhão e São Paulo – vem crescendo muito nos últimos anos e

agora também incorporou à sua comercialização o e-commerce através do canal

www.disantinni.com.br, que possibilita o acesso de consumidores de todas as

praças onde ainda não existem lojas físicas, ampliando e agilizando as vendas em

todo o país (DI SANTINNI, 2013).

Na loja virtual oferece aos clientes 5% de desconto para pagamento à vista

através de boleto ou parcelamento de até 12 vezes sem juros nos cartões de crédito:

Visa, Mastercard, Hipercard, Diners Club, American Express, e mercado pago (DI

SANTINNI, 2013).

A loja efetua entregas em todo Brasil, realizadas pelos Correios e pela

transportadora Total Express. A empresa concede frete grátis para a região sul e

sudeste do país em compras acima de R$99,99, exceto linha outlet.

Trabalha com toda linha de calçados femininos, masculinos, infantis, além de bolsas,

mochilas e acessórios como: cintos e meias (DI SANTINNI, 2013).

Além da promoção do frete grátis, a empresa pratica outras promoções no site

da empresa (2013) como:

• Promoção “Compre e Ganhe”: Esta promoção tem por objetivo

proporcionar um desconto de até 50% em produtos previamente

selecionados, tendo como condição primária a aquisição de qualquer outro

produto do site. Os produtos selecionados encontram-se na Categoria

Outlet.

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• Promoção “Um ano de sapato grátis”: esta promoção é direcionada para

usuários do Facebook; para participar os internautas devem curtir,

compartilhar a promoção na página da Di Santinni no Facebook

(www.facebook.com) e responder a pergunta “Qual a loja online que te dá

um ano de sapato grátis?” para participar, sendo que a resposta deverá ser

DI SANTINNI. O sorteado ganhará um ano de sapato grátis.

O site da loja oferece aos clientes, o programa de afiliados, onde o cliente se

cadastra esse torna um afiliado Di Santini, então ele aplica em seu blog ou site

as publicidades dos produtos Di Santini, e toda vez que um visitante do portal do

afiliado se interessar, clicar no banner e comprar o produto na loja virtual Di

Santini, o afiliado ganha uma comissão de 6% sobre o valor da venda. Ou seja,

além de cliente, o consumidor pode passar a ganhar uma renda extra através da

prestação de serviço para a empresa (DI SANTINNI, 2013).

Além do próprio site de compra vinculado ao Google, e do Facebook, a loja

virtual Di Santinni, se utiliza do Orkut, Twitter, Youtube, Instagram e blog próprio

para divulgar a empresa. O site dispõe de uma página com respostas prontas pra

dúvidas, além de oferecer atendimento ao cliente por e-mail, chat online e

telefones (DI SANTINNI, 2013).

Pelo EBIT (2013) é considerada loja ouro, que é um selo de certificação dado

às lojas que são avaliadas de forma positiva em quesitos como facilidade de

comprar, preço, manuseio dos produtos, cumprimento do prazo de entrega,

informações dos produtos, entre outros.

A empresa também teve avaliações no site Reclame aqui, como se pode ver na

figura 07 seu desempenho em 2012.

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Figura 07: Reputação da loja Di Santinni em 2012 no site Reclame Aqui Fonte: www.reclameaqui.com.br (2013).

Observa-se que a empresa teve 596 reclamações e todas foram respondidas,

porém 81,4% foram solucionadas e das opiniões abertas no site, apenas 40,9%

voltariam a efetuar compras no site novamente; o que trouxe a empresa o selo

regular (Reclame Aqui, 2013).

c) Netshoes

A loja virtual de material esportivo Netshoes, foi fundada pelo paulistano de

origem armênia Márcio Kumruian em 2000, em um estacionamento, na rua Maria

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Antônia, no centro de São Paulo. Em 2002 abriu sua primeira loja virtual, e então

onze anos depois, a lojinha, que vendia calçados, transformou-se na maior operação

online de material esportivo do Brasil, passando a atuar exclusivamente na internet a

partir de 2007, com um mix de produtos bem variados: calçados femininos,

masculinos e infantis, roupas, bonés, relógios, óculos, suplementos, mochilas e

bikes. Com faturamento de R$ 400 milhões em 2010. A Netshoes já realizou mais de

10 milhões de entregas e mantém mais de 20 mil itens em sua vitrine digital. Ela

também administra mais de 15 lojas virtuais, de marcas como Havaianas e Puma.

Quatro dos principais times de futebol do País, os paulistas Corinthians, Palmeiras,

Santos e São Paulo, vendem seus itens oficiais por meio da plataforma de comércio

eletrônico da empresa (Época Negócios, 2010).

A Netshoes, através do canal www.netshoes.com.br é, hoje, o maior símbolo

do crescimento das empresas de nicho no comércio eletrônico brasileiro (Época

Negócios, 2010).

O site de vendas Netshoes, oferece aos clientes 5% de desconto para

pagamento a vista de suas compras, ou o cliente pode parcelar em até 12x sem

juros nos cartões: Visa, Mastercard, American Express, Diners Club e Hipercard.

Disponibiliza também ao cliente duas formas de pagamento, por exemplo dois

cartões diferentes (NETSHOES, 2013).

O frete é grátis em compras acima de R$49,00 nos produtos que apresentarem

o selo indicativo; as entregas são feitas em todo Brasil, o prazo varia de acordo com

a região, e o valor do frete também considera além da região, peso tamanho da

encomenda (NETSHOES, 2013).

A loja dispõe de quatro modalidades de entrega feitas por Correios ou

transportadora terceirizada, são elas:

• Normal: a entrega é realizada com frete gratuito para compras acima de

R$49,00, com prazo até sete dias úteis nas principais capitais;

• Expressa: a entrega ocorre em até dois dias uteis nas principais capitais;

• Super Expressa: a entrega é realizada no mesmo dia até às 22h para

pedidos realizados até às 13h;

• Agendada: válida exclusivamente para São Paulo, o agendamento é feito

na finalização do pedido nos dias disponíveis no calendário.

A Netshoes disponibiliza as seus clientes, atendimento 24h através de

telefones, o consumidor também pode contatar a empresa por e-mail, chat online e

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televendas. Nas redes sociais está presente no facebook, orkut, youtube e blog

próprio (NETSHOES, 2013).

No P de promoção, a Net Shoes tem realizado várias promoções em seu site

(2013):

• Promoção “Por hora”: O produto colocado nesta modalidade ficará em

oferta válida por um período de tempo determinado a ser estabelecido a

critério da Netshoes. O tempo escolhido será informado através de

cronômetro em contagem regressiva que ficará disponível na página do

site.

• Promoção “Só hoje”: O produto colocado nesta modalidade ficará em

oferta válida pelo período de 24h (vinte e quatro horas) ou enquanto

durarem os estoques. É disponibilizada na página do site um

cronômetro em contagem regressiva, com vistas a informar ao

cliente/usuário o tempo restante para o término da oferta.

• Promoção “Limpa Estoque”: Os produtos colocados nesta modalidade

ficarão disponíveis até o fim de seu estoque

• Promoção “Exclusiva para clientes”: Os produtos ofertados nesta

modalidade serão exclusivos para clientes Netshoes que efetuaram a

compra de algum produto nos últimos seis meses da data da oferta.

• Promoção “Compre e Ganhe”: Nesta modalidade, seguindo critérios de

escolha exclusivos da Netshoes, serão criados "combos" entre dois

produtos, nos quais o Usuário/cliente ao escolher um produto, ganhará

outro pré-estabelecido de brinde.

• Promoção “Compre junto com desconto”: Nesta modalidade, o cliente

ao comprar um produto ganhará desconto em outro. As combinações de

produtos e descontos serão previamente escolhidos pela Netshoes, não

cabendo esta escolha ao cliente. A porcentagem de descontos oferecida

a um determinado produto poderá diferir de uma combinação para outra,

conforme critérios da Netshoes.

• Promoção "Preço imbatível": Nesta modalidade, o cliente terá à sua

disposição produtos ofertados a preços convidativos, com o objetivo de

competir com os preços da concorrência. Esta modalidade não garante

que os produtos deverão ser abaixo que os da concorrência, de forma

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que a Netshoes não se compromete a cobrir o preço da concorrência,

devendo ser esta uma opção da empresa.

• Promoção "Outlet": Nesta modalidade, os produtos oferecidos com

desconto serão produtos fora de linha, estação, etc.

A loja Netshoes também possui o programa de afiliados, onde afiliado anuncia

os produtos da loja em seu site e ganha 5% sobre cada venda gerada (NETSHOES,

2013).

A loja virtual Netshoes, teve sua reputação avaliada no site reclame aqui em

2012, sendo classificado seu nível de desempenho como ótimo, conforme figura 08.

Figura 08: Reputação da loja Net Shoes em 2012 no site Reclame Aqui

Fonte: www.reclameaqui.com.br (2013).

A empresa recebeu 6491 reclamações e deixou apenas de responder atender

1, 94,6% das reclamações registradas foram resolvidas, e diante desse alto índice

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de resolução, 73,9% destes clientes retornariam a comprar produtos do site

Netshoes ( Reclame Aqui, 2013).

d) Dafiti Calçados

Com a proposta de disponibilizar o acesso à compra facilitada de grandes

marcas da moda nacional e internacional, o site de compras Dafiti

(www.dafiti.com.br), que atua na Argentina, Chile, Colômbia, México, iniciou seu

negócio no Brasil em 2011, e já se consolida como um dos maiores sites de e-

commerce do país, disponibilizando moda para homens e mulheres de todas as

idades. As principais linhas de produtos são: calçados, roupas, acessórios, produtos

esportivos, perfumes, produtos de beleza, cama, mesa e banho e artigos de

decoração (DAFITI, 2013).

A empresa para se comunicar com os clientes utiliza as principais redes

sociais: Facebook, Twitter, Orkut, além de blog próprio, porém é no Facebook que a

empresa mais investe. Pode-se observar que além de uma página como outras

empresas possuem, é a única empresa presente na pagina inicial de login do

Facebook e está também nos banners laterais desta rede social. Essa estratégia

oferece bastante visibilidade à marca da empresa, pois utiliza-se do método de

repetição para fixar a marca.

Além das mídias sociais, a empresa tem investido em mídia televisiva, com

comerciais nos intervalos de mais pique de audiência da emissora Rede Globo. A

Dafiti tem parceria com o site sapatos.net, um site que reúne informações

pertinentes sobre o universo de calçados masculinos e femininos que se pode

encontrar nas lojas atualmente; e além desses canais disponibiliza em seu site uma

página com respostas prontas para Dúvidas frequentes, chat online e telefones para

televenda e atendimento (DAFITI, 2013).

Disponibiliza aos seus clientes parcelamento de suas compras em até 12x sem

juros nos cartões de crédito: Visa, Mastercard, Diners Club, American Express,

Hipercard e 5% de desconto para pagamento à vista com boleto bancário (DAFITI,

2013).

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A loja virtual Dafiti oferece frete grátis para todo Brasil com envios pelos

Correios ou pelas transportadoras: Direct Log, On Time, Total Express, Transfolha,

Jad Log, Pack Ontime, Mais Resultado, Delivera, Door 2 Door. A escolha da

transportadora dependerá da região de entrega. Algumas regiões, tem a opção de

entrega turbo, que é pago todavia tem prazo de entrega mais curto (DAFITI, 2013).

Seu programa de afiliados, paga 10% de comissão sobre as vendas geradas através

da publicidade feita pelo afiliado (DAFITI, 2013).

O site Dafiti é reconhecido pelo Ebit (2013) como loja diamante, o que a

classifica, como uma das melhores lojas de compras online, devido às avaliações

positivas nos quesitos como: facilidade de comprar, preço, manuseio dos produtos,

cumprimento do prazo de entrega, informações dos produtos, entre outros.

As marcas encontradas no site da Dafiti são: Dakota, Bottero, Pink Connection,

Dumond, Ellus, Triton, Colcci, Calvin Klein, Via Marte, Vizzano e Ramarim. As

marcas de calçados masculinos são Penguim, Reserva, Puma, Sergio K, CNS,

Tommy Hilfiger, West Coast e VR. A loja virtual Dafiti trabalha com cartão de crédito

e boleto bancário, os cartões de crédito dividem a compra em 12 vezes e através do

boleto os preços possuem 5 % de desconto (DAFITI, 2013).

No site Reclame Aqui, a loja virtual Dafiti, tem sua reputação considerada boa,

de acordo, com as avaliações perante a ocorrência das reclamações dos clientes e

do retorno com a solução da empresa, conforme figura 09.

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Figura 09: Reputação da loja Dafiti em 2012 no site Reclame Aqui Fonte: www.reclameaqui.com.br (2013).

Com um total de 2201 reclamações abertas no site Reclame aqui em 2012,

todas foram atendidas, e 58,1% dos clientes retornariam a comprar na loja virtual

Dafiti (site Reclame Aqui, 2013).

e) Feirão do Pé Calçados

Localizada na região de São João Batista- SC, pólo do calçado, a loja Feirão

do Pé Calçados, atua há dez anos no comércio calçadista, com uma loja física que

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possui 1.200 m² está localizado nas margens da Rodovia SC 411 e oferece mais de

3.000 modelos de calçados femininos, masculino, infantil e bolsas e acessórios

(meias, cintos e carteiras), trabalhando com marcas locais e nacionalmente

conhecidas, deu abertura a sua loja virtual www.feiraodope.com.br, recentemente há

um ano (FEIRÃO DO PÉ CALÇADOS, 2013).

As compras realizadas no site do Feirão do Pé são pagas através do Bcash,

que é uma solução do Buscapé Company que oferece serviços financeiros para

compradores e vendedores pela internet. Os clientes podem escolher entre cartão

de crédito, boleto bancário ou transferência online (BCASH, 2013).

As entregas são realizadas pelos Correios em todo território nacional, o cliente

pode escolher entre as opções de PAC ou Sedex para receber suas encomendas, o

frete é pago pelo cliente de acordo com região de destino e peso da encomenda

(FEIRÃO DO PÉ CALÇADOS, 2013).

O prazo de entrega também varia de acordo com a localidade, a encomenda

PAC que tem custo menor para o cliente) tem prazo de 1 a 3 dias úteis (Após

enviado) para Santa Catarina, para São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul: 2 a 5

dias úteis (Após enviado) , para Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo: 2 a 7

dias úteis (Após enviado) e o Sedex / E-Sedex para todo Brasil, tem o mesmo

prazo de 1 a 3 dias úteis após enviado (FEIRÃO DO PÉ CALÇADOS, 2013).

Devido seu lançamento recente, não obteve ainda nenhuma classificação do

EBIT, e no momento não consta nenhuma reclamação no site reclame aqui.

A loja utiliza o Facebook, para publicar as novidades e realizar sorteios para as

pessoas que curtirem e compartilharem determinada publicação (FEIRÃO DO PÉ

CALÇADOS, 2013).

f) Picke Star Calçados

A Picke Star está no mercado há aproximadamente 13 anos em São João

Batista, e possui filiais nas cidades de Itapema e Balneário Camboriú, atua no

modelo feirão, ou seja, competindo por preço. Possui instalações amplas e auto

serviço em virtude do número reduzido de vendedores na loja física (PICKE STAR

CALÇADOS, 2013).

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A empresa trabalha com venda de calçados femininos, masculinos e infantis,

além de bolsas e acessórios (meias e cintos); na linha e calçados comercializa as

marca da região local batistense, e marcas nacionalmente conhecidas (PICKE STAR

CALÇADOS, 2013).

Recentemente a empresa iniciou seus investimentos na internet,

comercializando toda linha que trabalha no e-commerce pelo canal

www.pickestar.com.br, oferecendo entregas em todo Brasil, e formas de pagamento

Visa e Pagseguro (PICKE STAR CALÇADOS, 2013).

Sua comunicação com os clientes é através de Facebook, Twitter, Orkut e Blog

próprio, além de telefones e e-mail para atendimento (PICKE STAR CALÇADOS,

2013).

Os envios das encomendas são feitos pelos Correios, geralmente dentro de um

prazo de 5 a 7 dias úteis; e o pedido também pode ser retirado na loja (PICKE STAR

CALÇADOS, 2013).

A empresa também propõe o programa de afiliados em seu site, e concede 5%

de comissão sobre receita gerada a partir da divulgação do afiliado (PICKE STAR

CALÇADOS, 2013).

Pelo pouco tempo de existência no e-commerce, não possui avaliações no Ebit

nem no site Reclame Aqui.

Para melhor entendimento do diagnóstico realizado da concorrência, foi

elaborado um quadro comparativo entre os seis concorrentes da loja em estudo,

destacando os principais atributos de cada um deles, conforme quadro 07.

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Atributos

Diferenciais do competidor PASSARELA

Diferenciais do competidor DI SANTINI

Diferenciais do competidor NETSHOES

Diferenciais do competidor

DAFITI

Diferenciais do competidor

FEIRAO DO PE

Diferenciais do competidor PICKSTAR

Produtos

- Calçados femininos, - Calçados masculinos, - Calçados infantis, - Linha esportiva.

- Calçados femininos, - Calçados masculinos, - Calçados infantis, - Bolsas e Mochilas, - Acessórios (cintos e meias).

- Calçados femininos, - Calçados masculinos, - Calçados infantis, - Roupas, - Bonés, - Relógios, - Óculos, - Suplementos, - Mochilas, - Bikes.

- Calçados femininos, - Calçados masculinos, - Calçados infantis. - Linha esportiva, - Perfumes, - Produtos de beleza, - Cama, mesa e banho, - Artigos de decoração.

- Calçados femininos, - Calçados masculinos, - Calçados infantis, - Bolsas e Carteiras, - Acessórios (cintos e meias).

- Calçados femininos, - Calçados masculinos, - Calçados infantis, - Bolsas e Carteiras, - Acessórios (cintos e meias).

Canal de vendas

www.passarelacalcados.com.br

www.disantini.com.br

www.netshoes.com.br

www.dafiti.com.br

www.feiraodopecalcados.com.br

www.pickstarcalcados.com.br

Formas de Pagamento

Em até 12x sem juros nos cartões de crédito: - visa, - mastercard, - diners club, - american express - hipercard. OU A vista, 5% desconto no: - Débito online (Bradesco e Itaú) - Boleto bancário

Em até 12x sem juros nos cartões de crédito: - visa, - mastercard, - diners club, - american express - hipercard. - mercado pago. OU A vista, 5% de desconto no boleto bancário.

Em até 12x sem juros nos cartões de crédito: - visa, - mastercard, - diners club, - american express - hipercard. Pode-se dividir a compra em 2 cartões. OU A vista, 5% desconto no boleto bancário.

Em até 12x sem juros nos cartões de crédito: - visa, - mastercard, - diners club, - american express - hipercard. . OU A vista 5% desconto no boleto bancário.

Parcelamento no cartão de crédito, ou pagamento a vista com boleto bancário ou transferência online realizados no Bcash.

Parcelamento nos cartões disponíveis no PagSeguro em até 5x sem juros. OU A vista no Débito online no: Banco do Brasil Bradesco Itaú Banrisul HSBC

Localização Física

São Paulo

Rio de Janeiro

São Paulo

São Paulo

São João Batista

São João Batista

Mídias Virtuais

- Facebook, - Twitter, -Youtube, - 6 Blogs próprios.

- Facebook, - Twitter, -Youtube, - Blogs próprios - Orkut - Instagram

- Facebook, - Youtube, - Orkut - Blog próprio

- Facebook, - Twitter, - Orkut, - Blog próprio.

- Facebook.

- Facebook, - Twitter - Orkut - Blog próprio.

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100

Canal de

Relacionamento (SAC)

Página de respostas prontas Chat online Telefones

Página de respostas prontas Chat online E-mail Telefone

Página de respostas prontas Chat online E-mail Telefone

Página de respostas prontas Chat online Telefones E-mail

Páginas de respostas prontas E-mail Telefone

E-mail Telefone

Performance (Classificação EBIT)

Loja Diamante

Loja Ouro

Não possui

classificação

Loja Diamante

Não possui classificação

Não possui classificação

Reputação (Site Reclame Aqui)

RA1000

Regular

Ótimo

Bom

Não possui classificação

Não possui classificação

SELOS e Certificações

Site Blindado contra roubo de informações

e clonagem de cartão

F-control Sistema de detecção

de fraudes

Trustsign certificado de segurança

Guia VocêSA EXAME

As melhores empresas para você trabalhar

Forum de Marketing

Empresarial

Certificado de Conformidade Winner 2011

Certisign site seguro

Site seguro com

criptográfica (SSL) homologado pela

USERTrust Network.

Site Blindado contra roubo de informações e

clonagem de cartão.

Protect site Contra hackers,

Vulnerabilidades, malwares, spam, vírus e

fraudes.

Não possui nenhum

Fretes de Entrega

Frete grátis em compras acima de R$99,99 em todo Brasil. Entrega TURBO, exclusivo para todo estado de SP, entrega em 12h.

Frete grátis para sul e sudeste, em compras acima de R$99,99, exceto linha outlet.

Frete grátis em compras acima de R$49,00 nos produtos que apresentarem o selo indicativo, pra todo Brasil.

Frete grátis para a todo Brasil. Entrega TURBO, com restrições de regiões.

Frete cobrado de acordo com região de entrega e peso.

Frete cobrado de acordo com região de entrega e peso.

Prazo de Entrega (Variável dependente da região de entrega e

modalidade frete disponível que o cliente

escolhe)

SIMULAÇÃO DE ENTREGA PARA O CEP 88240-000 - Entrega Expressa 4 dias úteis(após a liberação do pedido). - Entrega econômica 6 dias úteis(após a liberação do pedido).

SIMULAÇÃO DE ENTREGA PARA O CEP 88240-000 - Entrega Grátis 8 dias úteis(após a liberação do pedido).

Normal: a entrega é realizada m frete gratuito para compras acima de R$49,00, com prazo até 7 dias uteis nas principais capitais. Expressa: a entrega ocorre em até 2 dias uteis nas principais capitais. Super Expressa*:a entrega é realizada no mesmo dia até as 22h para pedidos realizados até as 13h em SP.

SIMULAÇÃO DE ENTREGA PARA O CEP 88240-000 - Entrega Grátis em até 9 dias úteis(após a liberação do pedido).

Entregas em: Santa Catarina: 1 a 3 dias úteis (Após enviado) São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul: 2 a 5 dias úteis (Após enviado) Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo: 2 a 7 dias úteis (Após enviado) Sedex / E-Sedex Todo Brasil: 1 a 3 dias úteis (Após enviado)

Geralmente leva de 5 a 7 dias úteis

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Métodos de distribuição

Correios e Transportadora terceirizada

Correios e Transportadora TotalExpress

Correios e Transportadora

terceirizada

Correios Transportadoras: Direct Log, On Time, Total Express, Jad Log, Transfolha, Pack Ontime, + Resultado, Delivera, Door 2 Door. A escolha da transportadora dependerá da região de entrega.

Correios(métodos PAC ou SEDEX)

Correios (métodos PAC ou SEDEX )

O pedido pode ser retirado

na loja sem custo.

Promoções

- Promoção “Compre e ganhe ponto para próxima compra”

- Promoção “Compre e Ganhe” - Promoção “Um ano de sapato grátis

- Promoção “Limpa Estoque - Promoção “Compre e Ganhe - Promoção “Compre junto com desconto” - Promoção "Preço imbatível - Promoção "Outlet" - Promoção “Por hora - Promoção “Só hoje - Promoção “Exclusiva para clientes”

-x-

-x-

Outlet

Vantagens competitivas

- Programa de Afiliados: 0,15 euro por clique, 10 euros por lead e 25% adicionais sobre a receita intermediada. -Vale Presente

- Programa de Afiliados: 6% de comissão sobre receita gerada. - Vale Presente.

- Programa de Afiliados: 5% de comissão sobre receita gerada.

-Programa de Afiliados: 10% de comissão sobre receita gerada. - Vale Presente.

-x-

- Programa de Afiliados 5% de comissão sobre a receita gerada. - Vale Presente.

Quadro 07: Quadro Comparativo dos Concorrentes. Fonte: Elaborado com base nos resultados da pesquisa

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Todas as empresas concorrentes, no quesito política de segurança e

privacidade, apresentam que todas as transações de pagamento, com cartão

de crédito ou não, são executadas com a tecnologia SSL (Secure Socket

Layer), garantindo que todos os dados pessoais do cliente, tais como,

endereço de entrega, dados de cartão de crédito e histórico de pedidos, jamais

sejam divulgados. Além disso, essa tecnologia visa impedir que as informações

sejam transmitidas ou acessadas por terceiros.

Para Dornelas (2008), conhecer a concorrência é dever de todo

empreendedor que pretende atingir o sucesso em seus negócios. A

identificação dos possíveis benefícios e riscos que a concorrência pode causar

para a empresa; é muito importante, além de descobrir as ameaças que podem

impactar no negócio, conhecendo melhor o concorrente pode-se criar

vantagens competitivas para a empresa.

4.2.2 Fornecedores

Os fornecedores de acordo com Sobral & Peci (2008) são agentes

econômicos que fornecem a todas as empresas as matérias-primas, os

serviços, a energia, os equipamentos e o trabalho necessários para seu

funcionamento. Complementam que uma empresa pode ter vários

fornecedores de natureza diversificadas

Ressalta-se que os fornecedores de um empreendimento virtual,

propriamente sites de venda, não se limitam às empresas que fornecem os

produtos para comercialização, que seriam os fabricantes de calçados,

abrangem também a plataforma e a via de transporte para entrega das

encomendas, além das operadoras de crédito que prestam serviço financeiro,

entre outros, visto que o comércio eletrônico depende não só do estoque, para

realização de suas transações.

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4.2.2.1 Fornecedores de Plataformas:

Para quem trabalha com e-commerce ou deseja ter um comércio

eletrônico a primeira etapa é escolher qual plataforma utilizar, afinal é ela que

fará toda a transação do momento que o cliente entra na loja até a entrega do

produto.

São muitas as funções da plataforma de loja virtual: apresentar os

produtos ao internauta, estabelecer meios de pagamento, gestão de produtos,

banners, vitrines, frete, formas de pagamento, enfim, tudo o que for necessário

para que a compra seja concretizada com sucesso. Além disso, é de suma

importância ter relatórios e dados que farão com que seja possível os gestores

analisarem os processos e estabelecer novas metas e diretrizes para empresa;

e para tê-los é necessário ter uma plataforma com todas as funcionalidades

adequadas de acordo com o modelo de negócio (CHLEBA, 2013).

Para melhor entendimento do diagnóstico realizado dos fornecedores de

plataforma, foi elaborado um quadro comparativo entre os três modelos de

plataformas e respectivos fornecedores, destacando os principais atributos de

cada um deles, conforme quadro 08.

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Atributos Plataforma “Software Livre” Plataforma Alugada “Pronta” Plataforma On Demand “Personalizada”

Do que se trata

Plataformas de código aberto, sendo a licença gratuita, ou seja, pode-se baixar gratuitamente os arquivos fontes da Internet e instalá-los num servidor de responsabilidade usuário, e que permitem ao desenvolvedor baixar a sua estrutura e alterar a sua programação.

Essas plataformas foram desenvolvidas e mantidas por empresas especializadas em “TI” que oferecem (hospedagem + loja virtual + manutenção), em um único pacote que o cliente pague somente uma mensalidade para um provedor de serviços e ele coloca a estrutura da loja virtual no ar, cabendo ao cliente escolher um tema, colocar o logotipo, preparar as páginas e cadastrar os produtos. São plataformas prontas, em que o cliente que a aluga, deve se adaptar a ela, raramente pode haver modificações de acordo com a necessidade do cliente, todavia o custo é alto para essas alterações.

Em geral nesse segmento, os fornecedores dessa plataforma, atendem o cliente desenvolvendo um projeto de e-commerce mais elaborado e personalizado, mais rico em recursos. Isso implica num custo de “set-up” da plataforma, ou seja, um custo de personalização e configuração da loja. Esse modelo permite que a loja virtual converse com outros softwares, como ERP e CRM, e não haja barreiras quanto aos módulos que possam ser instalados. Também permite a inclusão do próprio layout, com as modificações desejadas.

Pra quem é recomendado

Recomendado para quem tem intenção de investir nos negócios online, todavia não tem informações precisas sobre o ambiente de negócio em que vai se instalar, então usa essa plataforma para um teste temporário.

Para quem já tem uma marca consolidada e já conhece o mercado, mas não quer investir no desenvolvimento de uma loja virtual própria. Geralmente indicado para pequenos projetos de e-commerce, com tráfego inferior a 100 mil pageviews por mês.

Indicado para lojistas com experiência em e-commerce que buscam um projeto sob medida, ou necessitam de uma plataforma mais robusta; não recomendado para quem tem limitação de recursos de investimento.

Fornecedores Magento, OpenCart,Virtuemart, entre outras. FastCommerce,DotStore, Tray, Iset, Locaweb, SoluçõesNet,entre outras.

Web4 Business,Ciashop, EZ commerce, Vertiz,Rakuten (Ikeda) entre outras.

Vantagens

Com custo inicial quase zero, pode ser analisado o comportamento do público consumidor, e essa experiência vai dar uma base para investir em um loja virtual mais desenvolvida, de plataforma alugada ou própria.

A forma mais rápida de ter uma loja virtual, e o custo de implantação e de mensalidade inferiores ao da plataforma On Demand.

Possibilidade de personalização, e desenvolvimento de recursos sob demanda.

Desvantagens

Necessita um profissional experiente em TI, devido as rápidas mudanças que ocorrem nessas plataformas. O suporte para o lojista é um ponto crítico. Devido ao servidor hospedar muitos sites, normalmente o carregamento das páginas é lento, o que compromete o tráfego.

Por ser uma plataforma alugada, os recursos de personalização da loja são limitados, e os recursos para aplicar técnicas de SEO buscando tráfego não pago também são limitados.

Possui um custo de “set-up” da configuração da loja, que pode ser muito elevado, de 3 mil a valores superiores a 50 mil reais.

Quadro 08: Quadro Comparativo das Plataformas Fonte: Elaborado com base nos resultados da pesquisa.

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105

4.2.2.2 Fornecedores de produtos para comercialização1

Os fornecedores de calçados dividem-se em linha feminina, masculina,

infantil e esportiva. Todos os fornecedores possuem representante que visitam

as lojas apresentando os catálogos das coleções e montando o pedido junto ao

lojista, a compra também pode ser efetuada, com a apresentação dessas

mercadorias também é feita via online, através de catálogos virtuais e pedidos

enviados por e-mail. Dependendo da empresa o valor mínimo do pedido de

compra podem variar, e para obter frete CIF, a compra tem que ser acima de

36 pares de calçados.

Tratando-se do segmento feminino, todas as fábricas exigem a compra

dos calçados pela linha do produto, sendo no mínimo 24 pares por linha, ou

seja: a linha de sapatos de salto, possui três modelos de cabedais diferentes,

mas com o mesmo tipo salto, então a loja pode optar um ou dois modelos,

todavia o pedido deve constar no mínimo 24 pares da linha.

No âmbito dos calçados masculinos, infantis e linha esportiva o pedido

mínimo deve ser de 9 ou 12 pares por modelo.

Quanto à forma de pagamento, cada empresa possui tabelas, que variam

de acordo com o período de vendas.O que elas possuem em comum é que os

pedidos podem ser parcelados, todavia quanto mais parcelas, mais a

mercadoria aumenta devido aos juros, e quanto menor for o número de

parcelas maior a taxa de desconto.

A entrega no geral acontece em 30 dias após faturamento, acrescentando

neste prazo, o tempo da transportadora, que pode levar até sete dias para

entregar o pedido, totalizando 37 dias no máximo para a mercadoria chegar na

loja; todavia por estar localizada no pólo catarinense dos calçados, a empresa

consegue menores prazos de entrega, quando adquire produtos das indústrias

da cidade. Além das linhas, procura-se trabalhar com um mix de produtos da

mesma linha, para dar mais opções ao cliente, tanto na questão de valores

como de modelos, então busca-se mais de um fornecedor de determinada

linha, conforme pode-se observar no quadro 09 os principais fornecedores das

linhas e respectivas regiões. 1 As informações utilizadas para realizar esse tópico referente aos fornecedores de produtos para

comercialização são dados secundários disponibilizados pela empresa.

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Fornecedores Localização LINHA MASCULINA

Pegada Dois Irmãos – RS

Democrata Franca – SP

Umbro Vitoria da conquista – BA

Ferracini Franca – SP

West Coast Ivoti – RS

Francajel Franca –SP

Jota Pé Franca – SP

LINHA FEMININA

Azaleia e Dijean Parobé – RS

Ramarim Jequié -BA e Sapiranga –RS

Via Marte Nova Hartz – RS

Tanara Sarandi – RS

Beira Rio Osorio – RS

Moleca Osorio – RS

Vizzano Osorio – RS

Usaflex Igrejinha – RS

Cravo e Canela Ivoti – RS

Raphaela Booz São João Batista – SC

Barbara Krás São João Batista – SC

Século XXX São João Batista – SC

Suzana Santos São João Batista –SC

Dakota Iguatu – CE

Grendene Sobral – CE

Picadilly Igrejinha – RS

Bottero Interior do RS Werner Três Coroas – RS

LINHA INFANTIL

Ortopé Pentecoste – CE

Pampili Birigui – SP

Klin Birigui – SP

Kidy Birigui – SP

Bibi Parobé-RS

LINHA ESPORTIVA

Olympikus Itapetinga – BA

Converse Picada Café – RS

Coca Cola Picada Café – RS

Kolosh Sarandi – RS

Nike Distribuidor em SP

Mizuno, Topper, Rainha Vila Olímpia – SP

Adidas Distribuidor em SP Quadro 09: Quadro dos fornecedores de calçados por linha Fonte: Elaborado com base em dados secundários transmitidos pela empresa

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107

4.2.2.3 Fornecedores de Transporte para logística da encomenda:

A logística no comércio eletrônico, que passa pelo serviço de entrega, é

um dos principais pilares da operação de vendas na internet. Como a entrega é

um serviço associado ao produto vendido, o lojista pode oferecer as

modalidades de entrega expressa e econômica. Assim, o cliente poderá

escolher o serviço que melhor lhe convier, decidindo entre os preços e prazos

das formas de entrega apresentadas (CORREIOS, 2013).

Foi realizado o levantamento de empresas de transporte e logística,

considerando que as mesmas devessem efetuar a coleta na sede da empresa

que seria em São João Batista-SC e fazer entregas em todo Brasil, o que reduz

o número de fornecedores devido ao local de origem de transporte das

mercadorias. A seguir as empresas mais conceituadas e com melhores

indicações:

a) Correios

Os Correios tiveram sua origem no Brasil em 25 de janeiro de 1663 e,

desde então, vêm se modernizando, criando e disponibilizando serviços de

qualidade que correspondam às expectativas dos seus clientes (CORREIOS,

2013).

Lado a lado com a vertente social, os Correios oferecem soluções, com

tecnologia de ponta, para atender às necessidades de comunicação das

empresas e instituições em um mercado cada vez mais competitivo. É o caso

do Sedex, criado em 1982, que se tornou um dos principais produtos da

empresa e lidera o setor de encomendas expressas no Brasil. Nos últimos

anos, o serviço passou a contar com outras modalidades, como o E-sedex,

Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje e Sedex Mundi, agilizando ainda mais a

entrega de encomendas, todavia dessas modalidades, é o Sedex que é

praticado nas entrega expressa do comercio eletrônico; a modalidade E-sedex

já é realidade em algumas lojas virtuais. (CORREIOS, 2013).

Além do Sedex e de suas modalidades, outra forma de entrega muito

utilizada pelos e-lojistas é a encomenda PAC, a seguir a descrição de cada

uma dessas modalidades:

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• Sedex: É um dos serviços de encomendas expressas mais utilizados

no Brasil, que atende a totalidade de municípios brasileiros, com os

serviços básicos de entrega domiciliária, admitindo até três tentativas

de entrega e rastreabilidade total do objeto postado. O prazo e o

preço de entrega variam de acordo com o local de origem e de

destino da encomenda. O preço também depende do peso e dos

serviços opcionais, caso sejam contratados. O limite de peso da

encomenda é de 30 kg.

O Sedex possui modalidades para atender as necessidades do mercado:

• O Sedex convencional atende todos os municípios brasileiros.

• O E-sedex é destinado exclusivamente às lojas virtuais (Pessoa

Jurídica) com contrato com os Correios, e oferece vantagens

competitivas pelas tarifas diferenciadas. Disponível nas principais

cidades do país, o E-sedex já atende 205 localidades.

• O Sedex 10 garante a entrega do seu produto até às 10 horas da

manhã do dia posterior ao da postagem.

• O Sedex Hoje entrega a mercadoria no mesmo dia da postagem. O

limite de peso da encomenda é de 10 kg.

• No Sedex a cobrar, o remetente paga as despesas postais e

estabelece o valor a ser cobrado do destinatário no momento da

entrega, na agência dos Correios.

• PAC: Já na linha econômica, os Correios dispõem do serviço PAC,

presente em todo o território brasileiro, disponível para clientes Pessoa

Física ou Pessoa Jurídica, com ou sem contrato. O preço é mais

acessível e o prazo é um pouco maior que os serviços de entrega

expressa. Possui entrega domiciliar, admitindo até três tentativas de

entrega e rastreabilidade total do objeto postado.

Para empreendedores que visam investir no comércio eletrônico, existe um

contrato feito com os Correios, onde as postagens diferem do valor pago por

pessoa física para menos, com intuito de motivar o investimento no e-

commerce. (CORREIOS, 2013).

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b) Transportadora JadLog

Observando a abertura do mercado de carga fracionada, o grupo JAD

lança a Jadlog como a mais completa solução logística de transporte

multimodal do segmento. Sob o pioneirismo do grupo JAD, atuante no

mercado logístico há mais de 15 anos, a Jadlog visa disponibilizar um

atendimento amplo e personalizado com abrangência nacional e internacional,

preparada para atender diversos setores da economia (JADLOG, 2013).

Atendendo desde documentos até cargas de grande volume, com ou

sem valor comercial, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. A Jadlog

oferece toda a comodidade e agilidade dos serviços de coleta e entrega em

domicílio.

Possui também um sistema de logística e parcerias que permitem

atender a todo território nacional e internacional com prazos de entrega e

tarifas competitivas (JADLOG, 2013).

Quanto à forma de pagamento dos serviços Jadlog, a empresa possui a

tarifa CORPORATE que é um sistema escalonado para clientes corporativos

que permite grandes descontos conforme o volume e frequência de suas

remessas, além de oferecer ainda para pessoas jurídicas a abertura de conta

corrente com fatura quinzenal. (JADLOG, 2013).

Oferece uma ampla modalidade de entregas, são elas:

• Expresso: Envio de encomendas prioritárias com prazo de entrega em

até 24h.

• Doc: Envio de documentos e encomendas com peso inferior a 100g para

todas as capitais e grandes cidades com tarifa promocional.

• Cargo: Para atender o embarque urgente de grandes volumes de cargas

aéreas.

• Rodo: Transporte rodoviário expresso de cargas com prazos especiais

de entrega.

• .com: Voltado para empresas do segmento e-commerce.

• Econômico: Transporte rodoviário para remessas de até 50 quilos.

• Internacional: Voltado para remessas com destino para mais de 200

países. Este serviço dispõe de 2 modalidades de despacho:

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- EXP: para envio expresso de amostras, exportação normal e

simplificada.

- DOC: para envio de documentos;

Além de efetuar as entregas conforme modalidades apresentadas

proporciona á seus clientes serviços integrados como:

• Rastreamento: Alto padrão de cuidado e controle de mercadorias. Toda

a operação é controlada através de um avançado sistema informatizado

de código de barras e software próprio que permite o acompanhamento

da mercadoria desde a coleta, oferecendo ainda a possibilidade de

confirmar os dados do recebedor no momento da entrega.

• Coleta e entrega porta-a-porta: Visando maior comodidade dos clientes,

a Jadlog coleta a encomenda no expedidor, seja em domicílio ou

escritório, e entrega em qualquer lugar do Brasil. Ainda há a

possibilidade de programar coletas diárias conforme frequência e

necessidade do cliente.

• Frete a pagar no destino - FRAP: Este serviço permite que o valor da

remessa enviada seja pago pelo destinatário. Disponível para mais de

800 localidades.

• Seguro automático: Sua carga estará automaticamente assegurada

desde o momento da coleta até a entrega.

c) DOC LOG logística

A DocLog é uma empresa catarinense, alocada em uma área de 1000m²,

localizada em ponto estratégico em São José-SC, às margens da BR-101.

Permite rápido escoamento logístico para as regiões sul/sudeste, mantendo

rotas diárias para estas regiões (DOC LOG, 2013).

Após 8 anos de grande conquistas, a administração da organização

optou por transformar sua área de logística em uma nova empresa, hoje atende

26 sites de comércio eletrônico realizando todo processo de logística dos

mesmos. Os principais serviços que a empresa dispõe são:

• Gestão de estoque através de sistema WMS próprio com controle

absoluto de itens, inventário instantâneo, posicionamento inteligente,

baixo custo de manutenção e integração com o ERP de sua empresa.

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• Serviço de armazenamento de mercadorias, compreendida pelo ciclo

logístico completo: recebimento, estocagem e expedição. Serviço

realizado para objetos até 30kg, individualizados ou em lote.

• Recebimento de pedidos e expedição de sua mercadoria estocada,

incluindo separação, tratamento, embalagem, conferência e envio dos

objetos. Ou seja, se o cliente possui um mercado consumidor para

seu produto, mas não possui a estrutura para armazenar o mesmo,

controlar e expedir com a agilidade e confiança que o mercado exige,

esse serviço é ideal para sua empresa.

• Coleta de objetos no endereço de sua empresa e envio para todas as

regiões do Brasil. Mantém um custo abaixo do praticado pelo

mercado, permitindo que a empresa repasse esse custo reduzido ao

preço final do produto, tornando-o competitivo.

• Rastreamento: todo o processo de entrega é controlado através de

um sistema informatizado de código de barras e software próprio que

permite o acompanhamento da mercadoria desde a coleta até o

destino.

A empresa coleta as encomendas na expedição da empresa (na Grande

Florianópolis e Região) e efetua o envio no mesmo dia, atendendo todas as

cidades brasileiras através dos serviços abaixo relacionados:

- Expresso Capital I - 24 às 48hs.

- Expresso Capital II - 24 às 48hs.

- Expresso Interior I - 48 às 96hs.

- Expresso Interior II - de 2 a 4 dias.

- Standard Capital - de 3 a 5 dias.

- Standard interior - de 4 a 7 dias.

4.2.2.4 Fornecedores de sistemas eletrônicos de pagamento:

Além das formas tradicionais de cartão de crédito e boleto, transferência

ou depósito bancário que a empresa pode operar diretamente em seu site, em

parceria com as operadoras e bancos, atualmente existem diversas empresas

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112

que atuam como "intermediadoras" de compras online, facilitando muito quem

vende produtos ou oferece serviços na Internet.

As empresas intermediadoras funcionam como agência de cobrança,

onde o cliente da contratante na realização do pedido são redirecionados a

página desta empresa intermediadora e finalizam a transação financeira

necessária para concluir o pedido diretamente com ela, independente da forma

de pagamento. Repassando para a empresa em um prazo estabelecido por

contrato, ou antecipando o valor com cobrança de taxas (EBIT, 2013).

No Brasil já existem sistemas muito eficientes e que disponibilizam

diversas formas de pagamento como cartões de crédito, boletos bancários,

transferências online, entre outros. O ideal é que aceite todas as formas de

pagamento possíveis, assim atenderá a necessidade de clientes que utilizam

diferentes serviços. A seguir as empresas mais conhecidas e com melhores

indicações:

a) PAGSEGURO:

É a antiga BrPay e foi comprada pela UOL, uma das empresas mais

conhecidas no ramo; proporciona a empresa receber pagamentos de modo

fácil e seguro, através de pagamentos com cartões de crédito em até 18x,

boletos e transferências bancárias online. Sem taxa administrativa ou de

abertura de conta; sem taxa de cancelamento; ferramentas grátis para leilões e

sites como carrinho de compras, extrato online, notificação de vendas, sistema

anti-fraude grátis, etc (PASEGURO, 2013).

Como o PagSeguro não cobra nenhuma taxa para abrir sua conta, não

cobra taxas mensais e não cobra multa caso queira parar de usar os serviços,

se a empresa não vender não há o que pagar ao intermediário, pois o mesmo

só cobra uma taxa sobre as vendas realizadas, no valor de 4,99% sobre a

venda finalizada e mais R$0,40 por transação (PAGSEGURO, 2013).

b) F2B:

A empresa mais antiga no ramo no Brasil. Considerada a melhor por

muitos, é uma empresa séria e tem atendimento e suporte ao cliente, dispõe

aos seus clientes o envio de cobranças via e-mail e/ou correio; integração ao

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113

seu site; agendamento e remessa de carnês. Os compradores podem pagar

através de boleto, transferência bancária e cartões de crédito no qual parcela

em até 12x a compra. Cobra em pagamentos efetuados através de boleto ou

transferência uma taxa de 0,99% do valor + R$2,89 por transação, nos cartões

de crédito ou débito cobra 5,9% do valor + R$0,40 por transação (F2B,2013).

c) PAYPAL:

O PayPal se diferencia das demais, pois possibilita uma forma de

pagamento adicional para os clientes que residam no exterior. Com PayPal,

pode-se oferecer aos clientes parcelamento em até 12 vezes sem juros nos

cartões de crédito Visa e Mastercard de clientes do Brasil e do exterior. Os

clientes brasileiros também podem escolher pagar com o débito em conta

bancária do dos bancos Citibank, HSBC, Itaú e Santander (PAYPAL,2013).

Para vender ou receber pagamentos com PayPal, é cobrada uma tarifa

que pode variar de acordo com o volume total de pagamento recebido com

PayPal Para vendas dentro do Brasil é cobrado tarifas de 5,4% a 6,4% +

R$0,60 por transação com cartões e para transferências bancárias abaixo de

R$250,00, há a cobrança de uma tarifa de R$ 3,00. Transferências bancárias

com valores acima de R$250,00 são gratuitas (PAYPAL, 2013).

d) BCASH:

Bcash é uma solução do Buscapé Company que oferece serviços

financeiros para compradores e vendedores pela internet, trabalhando para o

sucesso de sua empresa e segurança das compras. Bcash é a solução rápida

e segura para a sua loja oferecer aos seus compradores diversas opções de

pagamento (BCASH,2013).

O contratante paga um percentual de 4,95% sobre as vendas realizadas. Os

clientes do contratante tem a possibilidade de parcelar suas compras em até

24x, e a empresa recebe o valor em uma única parcela no prazo máximo de 14

dias. As empresas que utilizam este serviço têm seus produtos ofertados

gratuitamente no site de buscas Buscapé (BCASH,2013).

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e) MOIP: Mais de 25 mil negócios online utilizam esse intermediador de pagamentos

online que oferece mais de 15 opções diferentes de meios de pagamento:

cartões de crédito, débito, boleto bancário, débito em conta e pelo celular, e o

contratante tem flexibilidade total para escolher quais meios de pagamento

deseja oferecer e também poderá definir o número máximo de parcelas para

vender a prazo até 12 vezes (MOIP, 2013).

Mesmo que as vendas sejam parceladas em até 12 vezes, o valor poderá

ser creditado ao contratante em uma única parcela, em até dois dias após a

transação (MOIP, 2013).

Para pagamentos realizados com Boleto bancário ou débito em conta é

cobrado de 1,9% á 2,90% sobre o valor da venda, para pagamentos realizados

com cartão de crédito, débito ou celular as taxas variam entre 5,40% á 7,40%,

Além do percentual sobre a venda, o MOIP cobra também para cada transação

aprovada será cobrada uma taxa de acrescido de um valor fixo de R$0,39

(MOIP, 2013).

e) TrayCheckout:

O TrayCheckout é um facilitador de pagamentos que oferece benefícios

aos lojistas e aos compradores, coloca a disposição 11 formas de pagamento,

entre cartões de crédito e débito, boleto e transferência bancária, e o cliente

poderá parcelar suas compras em 12x sem juros, e a empresa recebe o

pagamento em uma única parcela (TRAYCHECKOUT, 2013).

Esse sistema não tem taxa de adesão, não cobra mensalidade, ou

mesmo taxa de manutenção. Você só paga se houver vendas confirmadas e

ainda pode receber a vista suas vendas parceladas, sem nenhuma tarifa de

saque, todavia cobra taxa de 1,99% sobre transações pagas com boleto

bancário e débito; e das vendas feitas através do cartão de crédito, são

descontadas de 4,99% á 6,39%. (TRAYCHECKOUT, 2013).

Não foi efetuado o diagnóstico das operadoras de cartão e os bancos que

disponibilizam os boletos e transferências, pois com a aparição das empresas

intermediadoras, esse tipo de serviço direto aos sites caiu consideravelmente,

pois essas operadoras não garantem a transação e então é necessário possuir

uma ferramenta anti-fraude para avaliar todas as transações realizadas para

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115

evitar perda financeira; sendo opções desconsideradas, diante das vantagens e

facilidades das empresas intermediadoras.

Para melhor entendimento do diagnóstico realizado dos fornecedores de

sistemas eletrônicos de pagamento, as informações anteriores foram

organizadas em formato de quadro comparativo, onde foram descritos os seis

principais sistemas que disponibilizam diversas formas de pagamento aos

sites, destacando os principais atributos de cada um deles, conforme quadro

10.

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116

Atributos

Diferenciais do Fornecedor

PAGSEGURO

Diferenciais do Fornecedor

F2B

Diferenciais do Fornecedor

PAYPAL

Diferenciais do Fornecedor

BCASH

Diferenciais do Fornecedor

MOIP

Diferenciais do Fornecedor

TrayCheckout

Proporciona pagamento com boleto ou transferência

bancária

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Proporciona pagamento com cartão de crédito

Sim, parcelamento em até 18x

Sim, parcelamento em até

12x

Sim, parcelamento em até

12x

Sim, parcelamento em até

14x

Sim, parcelamento em até 12x

Sim, parcelamento em até 12x

Taxa sobre as vendas com boleto e transferência

R$4,99 por transação

0,99% sobre o valor da venda

5,4% a 6,4% sobre o valor da venda

4,95% obre o valor da venda

1,9% á 2,90% sobre o valor da venda

1,99% sobre o valor da venda

Taxa sobre as vendas com cartão

R$4,99 por transação

5,9% sobre valor da

venda

5,4% a 6,4% sobre

valor da venda

4,95% sobre o valor da

venda

5,40% á 7,40% sobre o

valor da venda

4,99% á 6,39% sobre o

valor da venda

Taxa extra por transação

-R$0,40 cada

- R$0,40 cartão de crédito - R$2,89 boleto ou transferência

- R$0,60 cartão de crédito - R$3,00 boleto ou transferência de R$250,00

Não cobra

R$0,39 cada

Não cobra

Vantagem competitiva

Oferece ferramentas grátis para leilões e sites como

carrinho de compras, extrato online, notificação de

vendas, sistema anti-fraude grátis.

Dispõe aos seus clientes o envio de

cobranças via e-mail e/ou correio; integração

ao seu site; agendamento e

remessa de carnês.

Possibilita uma forma de pagamento adicional

para os clientes que residam no exterior.

As empresas que utilizam este serviço, tem seus produtos

ofertados gratuitamente no site de buscas Buscapé.

Entre as citadas, possui maior variedade em meios de pagamento, mais de15

opções.

A empresa parcela as transações aos

compradores em até 12x, todavia repassa o valor ao seu cliente em uma única

parcela.

Quadro10: Quadro comparativo dos meios de pagamento eletrônicos. Fonte: Elaborado com base nos resultados da pesquisa.

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4.2.3 Clientes

A visão de cada cliente sobre o valor do produto ou serviços que busca,

difere em cada um. Isso se dá pelo fato de que cada indivíduo está envolvido

em um meio cultural, social e econômico, com sua própria percepção sobre ele.

Assim, ele reage de diferentes formas, desde não perceber a importância de

determinado serviço à sua empresa, até a valorizar itens que nada melhorarão

seu desempenho organizacional (COBRA, 1992).

A seguir o resultado da aplicação do questionário online, realizado com

203 participantes, com objetivo de conhecer o perfil e comportamento de

potenciais clientes.

4.2.3.1 Perfil dos potenciais clientes

A análise do perfil socioeconômico dos potenciais clientes abordados

através de um questionário online, que totalizaram 203 pessoas, mostrou que a

maioria é do sexo feminino - 69% -, sendo 31% do sexo masculino (Gráfico 02).

Com relação ao estado civil, a maior parte relatou-se solteiro - 66% -, sendo os

demais: 31% casados, 2% separados, e 1% viúvo (Gráfico 03).

Gráfico 02: Sexo Fonte: Dados da pesquisa (2013)

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Gráfico 03: Estado Civil Fonte: Dados da pesquisa (2013)

Referente à faixa etária, percebe-se que predominam internautas jovens,

cerca de 53% com idades entre 15 a 18 anos e 19 a 24 anos, seguidos por

47% com idade entre 25 a 29 anos, 30 a 39 anos, 40 anos ou mais, conforme

gráfico 04.

Gráfico 04: Faixa Etária Fonte: Dados da pesquisa (2013)

Quanto ao grau de escolaridade, através do gráfico 05, verificou-se que

o nível de instrução dos usuários da Internet foi acentuadamente elevado,

sendo que 79% estão cursando ou já concluíram o ensino superior, os demais:

12% possuem ensino médio completo, 6% ensino médio incompleto, 2%

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119

ensino fundamental completo e apenas 1% possui ensino fundamental

incompleto.

Gráfico 05: Escolaridade Fonte: Dados da pesquisa (2013)

A maioria dos questionados mantém profissionalmente um emprego

assalariado -70%-, na sequência, têm-se 10% empresários, 9%

desempregados, 7% profissionais liberais, 3% donas de casa e 1% aposentado

(Gráfico 06).

Gráfico 06: Ocupação Fonte: Dados da pesquisa (2013)

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120

Sobre a renda, mais da metade dos entrevistados, 58% recebem de 01

a 03 salários mínimos, sendo que os outros, 26% tem remuneração de 04 a 10

salários mínimos, 10% um salário mínimo, 5% de 10 a 20 salários mínimos e

1% acima de 20 salários mínimos (Gráfico 07).

Gráfico 07: Renda Fonte: Dados da pesquisa (2013)

4.2.3.2 Comportamento de compra dos potenciais clientes

O comércio eletrônico vem se destacando a cada ano nas principais

redes de varejo, e em muitas delas o movimento já é igual ou superior ao de

uma loja convencional. A cada ano mais brasileiros se rendem as compras

virtuais, a internet ficou mais acessível devido o crescimento tecnológico que

atingiu a população, inclusive com a inclusão de tablets e smartphones a

tendência é que o crescimento se torne constante.

Já percebe-se essa mudança através do resultado da pesquisa realizada

com potenciais clientes.

Na pesquisa realizada pela Fecomércio-RJ/Ipsos em 2010, o principal

local de acesso à internet era a lan house, seguido da própria casa; hoje são

em casa e no trabalho os dois locais onde as pessoas mais acessam à internet,

49% e 37% respectivamente, além dos smarphones e tablets que vem

ganhando espaço com 10% e 3% respectivamente; sendo que as lan houses

que eram os principais locais de acesso à três anos atrás, apresentou apenas

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1% do universo de pesquisa, conforme gráfico 08. Diante desse cruzamento de

dados, percebe-se a capacidade de mudanças e expansão da tecnologia, que

já está mais acessível à população, sendo que são 60 milhões de

computadores em uso no Brasil, segundo a FGV (2012); e conforme

informações do IBGE (2010) cerca de 40,65% a cada 100 brasileiros possuem

acesso a internet; a difusão da internet está diretamente associada ao

crescimento do número de computadores.

Gráfico 08: Local que mais acessa a internet Fonte: Dados da pesquisa (2013)

Quando a pergunta foi sobre compras pela internet, a maioria dos

entrevistados - 90% - afirmou que realiza compras pela internet (Gráfico 09).

Gráfico 09: Já comprou pela internet Fonte: Dados da pesquisa (2013)

Dentre os produtos comprados na web, se destaca a compra de

eletrônicos e livros com 22% cada, seguido de calçados 16%, artigos de saúde

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e beleza com 9%, informática e eletrodomésticos 7% cada um, e roupas

apenas 3%.O restante, 13%, os clientes disseram que compram produtos, a

citar máquinas e equipamentos, passagens aéreas, compras coletivas-

serviços, perfumes, entre outros produtos. (Gráfico 10).

Gráfico 10: Produto comprado com maior frequência na internet Fonte: Dados da pesquisa (2013)

Por meio da variável tecnológica criou-se uma nova estrutura na

sociedade, com impactos direto sobre o comércio. Cada vez mais o varejo se

torna um processo interativo entre comprador e vendedor, deixando mais rica e

intensa a experiência de compra.

Do universo pesquisado, 94% retornariam a comprar pela internet, a

minoria representada por 6% não compraria novamente (Gráfico 11). Este

resultado demonstra que as experiências que o consumidor teve anteriormente

foram positivas.

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Gráfico 11: Se já comprou pela internet, compraria novamente Fonte: Dados da pesquisa (2013)

Referente ao tempo que o consumidor costuma acessar lojas virtuais,

49% fazem acessos aleatórios, 27% acessos semanais, 18% acessam todos

os dias, e 7% não acessam sites de compra (Gráfico 12).

Gráfico 12: Frequencia do tempo de acesso a sites de compra Fonte: Dados da pesquisa (2013)

Cruzando os dados da pesquisa, talvez esse último indicador poderia ser

maior, todavia a maioria das pessoas acessam à internet na empresa, e muitas

organizações possuem bloqueios para determinados sites, principalmente os

de compra e relacionamentos, limitando a internet apenas para uso restrito de

cunho empresarial.

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Quando o questionário tratou do hábito de comprar online, 56% compram

sazonalmente, ou seja, realizam compras em datas comemorativas ou

determinados períodos, sendo que 34% compram sempre, e apenas 10% não

compram (Gráfico 13).

Gráfico 13: Hábito de comprar online Fonte: Dados da pesquisa (2013)

Do universo das 203 pessoas, 29% já efetuaram de 1 a 3 compras online,

26% de 4 a 6 vezes, 11% de 7 a 9 vezes, 31% mais de 10 vezes e somente 3%

nunca compraram (Gráfico 14).

Gráfico 14: Número de vezes que já efetuou compras online Fonte: Dados da pesquisa (2013)

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Analisando as estatísticas de gráfico 11 com o gráfico 14, percebe-se a

confirmação da satisfação do cliente em comprar pela internet, visto que no

gráfico 11 eles já efetuaram compras online e retornariam a comprar, e o

gráfico 14 apresenta bons números de pessoas que já compraram mais de

uma vez pela web.

Quanto à influência das redes sociais na venda das lojas virtuais, pode-se

observar que elas auxiliam 36%, todavia a maioria dos consumidores não são

levados diretamente ao site de compras pelas redes sociais (Gráfico 15).

Gráfico 15: Comprou em lojas virtuais que acessou vendo propagandas nas redes sociais Fonte: Dados da pesquisa (2013)

A tecnologia também proporcionou ao consumidor poder comparar

preços e consultar seriedade das lojas, o que tornou a compra online mais

segura e econômica para o cliente, visto que saberá a idoneidade da empresa

a qual estará adquirindo a mercadoria, e conseguirá encontrar o produto ou

serviço que deseja pelo menor valor e máximo de vantagens possíveis como

frete e embrulho de presente grátis, tudo isso, através de sites auxiliadores de

compras.

Como se pode ver no gráfico 16, a maioria -59%- dos questionados

responderam que fazem comparação de preços sobre determinado produto ou

serviço que pretendem adquirir, 22% não pesquisam e 19% às vezes

pesquisam preço. Conforme gráfico 17, 51% também buscam informações

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sobre a loja que estão adquirindo o produto, 29% não consultam as lojas e 21%

pesquisam sobre, às vezes.

Gráfico 16: Antes de adquirir o produto, costuma pesquisar em sites comparadores de preços? Fonte: Dados da pesquisa (2013)

Gráfico 17: Antes de adquirir em determinada loja, costuma consultar sites que indicam a reputação da loja? Fonte: Dados da pesquisa (2013)

As lojas virtuais e os sites comparadores de preços também são

consultados quando o consumidor pretende comparar preços do mesmo artigo,

à venda em diferentes lojas, indicando qual a loja que vende o artigo/produto

que procura ao menor preço. Mesmo que não compre online, pode saber qual

o preço que o artigo que quer comprar custa nas lojas virtuais e compará-lo ao

da loja física.

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Isso ficou comprovado com a pesquisa em que embora minoria -24%-,

muitos consumidores recorrerem às lojas virtuais para consulta de

características de determinado produto, uma espécie de vitrine, onde o cliente

consulta o produto, mas efetua a compra em uma loja física; os demais 46%

procuram comparar às vezes e 31% não fazem esse tipo de consulta (Gráfico

18).

Gráfico 18: Acessa os sites de compras só para saber mais características do produto e então compra em uma loja física. Fonte: Dados da pesquisa (2013)

Mas o contrário também é verdadeiro, muitas pessoas vão até as lojas

físicas verem, provarem o produto, e finalizam a compra pela internet, cerca de

19% o fazem, 22% as vezes e 59% não (Gráfico 19).

Gráfico 19: Antes de comprar a mercadoria pela internet, vai até uma loja física ver ou provar o produto. Fonte: Dados da pesquisa (2013)

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Os potencias clientes foram questionados sobre o que os leva a comprar

pela internet e o que os faz desistir da compra, ou seja, qual receio eles tem

para não finalizar o pedido.

Visualizando o gráfico 20, tem-se que 47% afirmam que o preço é o fator

mais relevante no momento da decisão de compra, superior a: comodidade de

comprar sem sair de casa (34%), a possibilidade de obter um produto ou

serviço estar disponível só na internet (8%), a opção de escolhas pela

variedade (5%), o sentimento de prazer e outros fatores não identificados pela

população do universo pesquisado representam 3% cada item, e o estímulo

pela propaganda não recebeu nenhuma opinião.

Gráfico 20: Motivo pelo qual as pessoas compram pela internet Fonte: Dados da pesquisa (2013)

Referente ao receio: 36% tem insegurança de não receber, 35% tem

medo de receber a mercadoria e não ser aquilo que imaginavam, 11% temem a

clonagem do cartão de crédito, 9% receiam receber a mercadoria avariada, 6%

de não servir, e 3% outros motivos (Gráfico 21).

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Gráfico 21: Qual receio de comprar pela internet? Fonte: Dados da pesquisa (2013)

Ter certo receio é comum, é parte do ser humano ter medo do

desconhecido, ainda mais se esse desconhecido envolve dinheiro.

Para ajudar a mudar esse quadro de receio e desconfiança, basta um

pouco de informação, uma das vantagens da compra pela internet são os

preços, a comodidade e a disponibilidade; consegue-se produtos difíceis de

encontrar, entregues com agilidade e preços menores que os praticados no

mercado normal, e quando a experiência da primeira compra é positiva, o

receio diminui expressivamente.

Quando o questionário focou as perguntas em calçado, tema deste

trabalho, a minoria respondeu que já comprou calçados pela internet, cerca de

35%, sendo que 65% ainda não (Gráfico 22). Todavia toma-se nota de que o

questionário foi aplicado através da rede social da acadêmica, envolvendo

pessoas que moram no pólo catarinense do calçado e região, porém as lojas

virtuais atendem a todo Brasil, e tem regiões que carecem desse segmento.

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Gráfico 22: Já comprou calçados pela internet? Fonte: Dados da pesquisa (2013)

A boa notícia, é que embora 65% não compraram calçados pela internet

ainda, conforme gráfico 22; do mesmo universo de pesquisa revelou-se que

47% comprariam calçados via internet, 17% talvez comprariam e 36% não

(Gráfico 23).

Gráfico 23: Compraria calçados pela internet? Fonte: Dados da pesquisa (2013)

Observando então as estatísticas dos dois últimos questionamentos,

percebe-se potenciais clientes a serem explorados.

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4.2.4 Ambiente Interno - Caracterização da empresa2

A Loja Petipé foi fundada em 18 de junho de 1991 em uma garagem

localizada na Rua Benjamin Duarte, número 352, em São João Batista. Com o

objetivo de vender calçados femininos que eram produzidos em São João

Batista, tanto para o público atacadista quanto para os turistas. No período

veraneio, em meados de dezembro ate o fim do Carnaval, a Petipé colocava

em exposição seus produtos em stand na FECCAT, feira realizada em Porto

Belo, mais com o aumento do turismo na praia de Itapema, a FECCAT mudou

o seu local de exposição. Com o aumento do fluxo de pessoas na praia fora do

período veraneio, a FECCAT passou a ser aberta durante o ano inteiro, com o

funcionamento de terça-feira à domingo.

Ao longo dos anos a Loja Petipé de São João Batista foi aumentando sua

carteira de clientes, principalmente os que moram na cidade. Com isso, as

exigências no quesito qualidade dos produtos foram aumentando, logo a Petipé

começou a trabalhar com marcas conhecidas nacionalmente como Grendene,

Via Marte, Dakota, Pegada, West Coast, Olympikus, Umbro, Pampili, Klin, entre

muitas outras.

Com o aumento dos fornecedores, e da variedade dos produtos

pontualmente com acessórios, cintos, bolsas, carteiras e meias. A loja foi

aumentando cada vez mais a sua clientela dentro da cidade, e nas cidades

vizinhas. Suas operações comerciais chegaram ao volume de 4085 pares no

ano de 2011.

Percebendo haver uma oportunidade em relação à quantidade de

moradores de Nova Trento e o número de lojistas no ramo de calçados,

fundamentalmente pelos que se dirigiam à Petipé de São João Batista para

realizar suas compras; a empresa abriu a sua terceira filial na cidade de Nova

Trento no ano de 2006, com o objetivo de atender cada vez melhor seus

clientes.

Logo em 2 Abril de 2010 a Petipé inaugurou a quarta filial, em outro ponto

2 As informações utilizadas para realizar esse tópico originaram-se de entrevista informal com um dos

sócios da empresa e dados secundários disponíveis pela empresa.

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na cidade de São João Batista; sendo considerado um ponto comercial central

onde há uma movimentação maior de pessoas.

A estrutura operacional da empresa, conta com quatro lojas, um corpo de

colaboradores composto de 14 pessoas, entre balconistas, atendentes, e o

corpo gerencial com quatro sócios.

Nas suas estruturas físicas os clientes podem parcelar suas compras nos

cartões de crédito Visa, Mastercard, Hiper Card, American Expresss, e no

crediário próprio; para pagamento em dinheiro a loja concede 10% de

desconto.

Como forma de se comunicar com os clientes a empresa usa as mídias:

outdoors, feitos para anunciar promoções em datas comemorativas, colocadas

nas quatro regiões onde possuem lojas, em lugares estrategicamente bem

visíveis; folhetos, distribuídos dentro dos jornais regionais e também colocados

em locais estratégicos onde transitam grande fluxo de pessoas como bancos,

lotéricas, restaurantes e lojas grandes de outro segmento, e internet por meio

de uma página no Facebook, onde são atualizados os modelos que chegam,

as novidades para determinada estação entre outros.

Realiza periodicamente promoções como queima de estoque, e promoções

específicas de datas comemorativas, por exemplo: sorteio de vale compras no

natal, no dia dos namorados, etc. Além de trabalhar seu marketing com

distribuição de brindes também em datas comemorativas, por exemplo: dia das

mães em compras acima de R$49,90 a mãe compradora ganhava uma toalha

de rosto, no dia dos pais em compras acima de R$49,90 o pai ganhava um par

de meias, etc.

Atualmente a empresa estuda a oportunidade de expandir seu negócio na

internet, motivo o qual inspirou e objetivou esse trabalho.

Nas figuras 10, 11,12 e13 são apresentadas as instalações das lojas Petipé.

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Figura 10: Loja Petipé Calçados em Nova Trento. Fonte: Dados secundários.

Figura 11: Loja Petipé Calçados em São João Batista – Benjamin Duarte, 352. Fonte: Dados secundários.

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Figura 12: Loja Petipé Calçados em São João Batista – Nereu Ramos, 279. Fonte: Dados secundários.

Figura 13: Loja Petipé Calçados em Itapema na FECCAT. Fonte: Dados secundários.

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4.3 Ferramentas de diagnóstico

Nesse tópico são apresentadas as ferramentas de diagnóstico

fundamentadas neste trabalho: Cadeia de Valor, Cinco Forças de Porter e

Matriz SWOT, com exceção a técnica de cenários.

A ferramenta Cenários, também referenciada no embasamento teórico,

conforme Serra, Torres e Torres (2003), têm como função oferecer meios para

possíveis alternativas de evolução ambiental, bem como prever o significado

que essas ações poder ter sobre a empresa, auxiliando na tomada de decisão

e favorecendo a vantagem competitiva.

Então por meio do levantamento realizado das variáveis do macro

ambiente, no qual se estudou os ambientes econômico, demográfico/social e

cultural, político/econômico e tecnológico e seus respectivos aspectos que

poderiam afetar de forma positiva ou negativa no negócio a ser implantado,

pode-se perceber a presença da aplicação da ferramenta neste contexto

abordado no tópico quatro deste trabalho, o qual não necessita ser repetida

neste capítulo.

4.3.1 Cadeia de Valor

De acordo com Porter (1985) toda organização é uma reunião de

atividades executadas para projetar, produzir, comercializar, entregar e

sustentar seus produtos; estas atividades podem ser representadas, fazendo-

se uso de uma Cadeia de Valor. Uma empresa ganha vantagem competitiva,

executando estas atividades estrategicamente importantes de forma mais

eficaz. A Cadeia de Valor da loja virtual Petipé Calçados, seria conforme o

quadro 11.

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Figura 14: Cadeia de valor da loja virtual Petipé Calçados. Fonte: Elaborado pela acadêmica baseado no modelo de CHIAVENATO;SAPIRO (2009,140).

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A figura 14 ilustra como seria a Cadeia de Valor da Petipé Calçados

iniciando suas atuações no e-commerce. Pode-se perceber atividades

semelhantes à de qualquer outra loja virtual; justamente pois ela deve iniciar

suas operações conforme o mínimo que outras empresas já atuantes fazem,

conciliando a eficácia operacional, para conquistar seu espaço neste mercado.

A administração cautelosa das ligações entre as atividades de diferentes

setores é uma poderosa fonte de vantagem competitiva devido à dificuldade

que os concorrentes têm em percebê-las e em resolver trade-offs entre as

linhas organizacionais (PORTER, 1985).

4.3.2 Cinco Forças de Porter

Porter (1986) citado por Fernandes e Berton (2005, p.69) desenvolveu um

modelo para “diagnóstico e avaliação de rentabilidade estrutural de um setor,

que associa os conceitos básicos das estratégias competitivas a duas questões

centrais: a atratividade do setor e a posição da empresa dentro dele”.

Na sequência a figura 15 ilustra a aplicação desta ferramenta no setor

calçadista online.

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Figura 15: Modelo das cinco forças competitivas de Porter aplicada no setor calçadista online. Fonte: Adaptado pela acadêmica a partir do modelo de CHIAVENATO, SAPIRO (2009, P.115)

a) Ameaça de novos entrantes

Conforme Fernandes e Berton (2006), em um mercado muito atrativo,

como tornou-se o e-commerce, no qual não existem barreiras relevantes , há

grandes possibilidades de entrada de novos concorrentes, que são os novos

entrantes. A maioria das lojas de calçados virtuais são extensões do sucesso

de suas lojas físicas, a facilidade de implantar um negócio virtual para esse tipo

de empresa, é maior pelo fato de que não sofrem com a burocracia de abrir

uma nova empresa (contratos, alvarás, etc), pelo simples fato de atuarem como

uma ramificação da empresa física.

Então são barreiras de entradas:

• Economias de escala: é importante, pois para se obter sucesso no

varejo de massas, é necessário ter uma ampla base de clientes, para

diluir os esforços de marketing e os custos fixos, permitir a

negociação de grandes volumes junto aos fornecedores, garantindo

um posicionamento de preço competitivo. Se a economia de escala

for baixa, facilita a entrada de uma nova empresa no mercado. O novo

concorrente, embora não esteja participando do mercado, pode obter

alguma sinergia potencial que lhe permitiria começar a competir

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(canal, equipamentos de manufatura, experiência relacionada ao

negócio, etc)

• Diferenciação do produto: a diferenciação se dá através da marca e

da imagem bem estabelecida perante o público-alvo

(internautas/consumidores). Esta é uma barreira muito relevante no

curto e médio prazo para os novos entrantes, pois os mesmos terão

de fazer, durante um bom tempo, volumosos investimentos em

marketing, para se igualar ao conhecimento da marca do nome

“Marca” e consolidar sua própria imagem como varejista online no

mercado.

• Necessidade de capital: possivelmente este fator não consiste em

uma barreira de entrada, pois há inúmeros investidores dispostos a

investir em bons mercados emergentes. Ainda assim, é importante

considerar que os custos para se estabelecer na internet apresentam

atualmente uma espiral crescente de investimentos em marketing e

tecnologia, deixando aptas para a briga somente as empresas

suportadas por grandes grupos financeiros.

b) Poder de barganha dos Fornecedores

Devido ao fato destacado pela empresa que há igualdade em formas de

pagamento, prazos, descontos e valor e quantidade de produtos determinados

como mínimo para realização de pedido de compras entre os fornecedores, e

devido à grande quantidade de fornecedores destes produtos, tal fato não lhes

possibilita ter um maior controle sobre os preços praticados, ou mesmo

desenvolver carteis. Todavia, o poder de barganha do fornecedor existe a partir

dos seguintes aspectos:

• Exclusividade de marca: o poder dos fornecedores é alto quando

existem poucos substitutos ou nenhum para o produto fornecido por

eles. Embora seja vários os fornecedores de calçados inclusive da

mesma linha, pode-se considerar exceções que tenha o poder de

barganha, os fornecedores que possuem marcas e alguns modelos

exclusivos.

• Loja Virtual Própria: Existe a possibilidade do fornecedor integrar

os compradores ao seu negócio com o objetivo de obter preços e

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margens maiores, ou seja, criar uma loja virtual própria do

fabricante, repassando os produtos a um preço menor aos clientes

finais.

c) Poder de barganha dos Clientes

Devido à quantidade de produtos oferecidos no comércio eletrônico,

pode-se considerar que o consumidor possui poder de barganha quando se

depara com os seguintes fatores:

• Pouca diferenciação de produto entre as empresas do mercado

e pouco custo de mudança: o poder dos compradores é grande

quando há pouca diferenciação entre os produtos do mercado que

podem ser facilmente substituídos por outros de outras empresas,

ou seja no ramo das lojas virtuais de calçados, o sapato X na loja A,

é igual na loja B e na loja C, o que acarreta em pouco custo de

mudança.

Se não houver muitas empresas com o formato ponto.com vendendo o

mesmo produto, então os clientes não terão muitas opções – pouco poder de

barganha. Com a entrada de novos competidores a situação deve se inverter,

os internautas estarão a um clique do concorrente, podendo então utilizar o seu

poder de barganha.

d) Ameaça de Substitutos

Nesse quesito pode-se considerar as lojas físicas como produtos

substitutos, visto que embora em menor quantidade, ainda existem pessoas

inseguras diante da compra online e que sentem necessidade de ver, analisar

e provar o produto antes de adquiri-lo, além do que o cliente já pode pagar e ter

o produto na hora, ou seja, as lojas físicas ainda apresentam características

vantajosas sobre a venda virtual.

d) Rivalidade entre concorrentes existentes

O mercado de vendas virtuais já possui empresas consolidadas que

operam neste ramo, o que intensifica a disputa por posição com o uso de

táticas como concorrência de preços, batalha de publicidade, introdução de

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produtos e aumento dos serviços ou das garantias ao cliente, com o objetivo de

aumentar o market share da empresa, em um determinado mercado.

Usam principalmente promoções para consumidores que já fizeram aquisições

em suas lojas, com intuito de fidelizá-los.

O que faz acontecer à rivalidade entre concorrentes existentes:

• A ausência de diferenciação ou de custos de mudança aos

consumidores, que decorre dos varejistas trabalharem com produtos

que podem ser considerados commodities, já que apenas revendem

produtos fabricados por outras empresas, não havendo diferença

entre um sapato comprado em uma ou outra “ponto.com”, por

exemplo.

• Identidade de marca: a marca é um ponto forte considerável quanto

a concorrência. Empresas consolidadas, reconhecidas inclusive a

partir de suas lojas físicas, garantem mais segurança os clientes

perante concorrentes menos conhecidos.

4.3.3 Matriz SWOT

A necessidade de conhecer tais ambientes resulta de que somente desta

forma se terá “condições para poder avaliar com discernimento as

competências organizacionais de um lado e a atratividade das oportunidades

ambientais de outro” (COBRA, 1992, p. 79). Desta forma, a análise SWOT, que

em inglês significa Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses),

Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats), compreende a análise de

tais ambientes em que a empresa encontra-se inserida.

Posterior ao embasamento teórico referente ao assunto em questão e o

levantamento de dados a cerca dos ambientes externos á organização, sob a

perspectiva da análise SWOT, são citados oportunidades e ameaças, forças e

fraquezas da empresa Petipé Calçados no comércio eletrônico, representados

pelo quadro 11.

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OPORTUNIDADES AMEAÇAS

- Internet: novo mercado em ascensão; - Mudanças de hábitos de compras do consumidor; - Crescimento e expansão do negócio; - Divulgação da marca; - Inserção instantânea no mercado; - Loja disponível 24h por dia em 365 dias por ano; - Economia estável (compras: expansão); - Grande número de pessoas com acesso a internet; - Consumidores satisfeitos com compras que já efetuaram online; -Transações mais seguras; - Expansão geográfica; - Ineficácia do concorrente; - Publicidade gratuita por meio das redes sociais; - Mobilidade; -Tecnologia Wi Fi;

- Entrada de novos concorrentes; - Velocidade da internet; - Fornecedores com site de venda próprio; - Poder de barganha do consumidor; - Resistência dos consumidores: medo e insegurança; - Mudança na regulamentação; - Mercado fique saturado (excesso de ofertas); - Mudança na tributação;

FORÇAS FRAQUEZAS

- Empresa sólida no mercado; -Estrutura da loja física útil para a virtual; -Produto conveniente; -Boas condições financeiras; - Proximidade local de fornecedores; - Estoque por demanda; - Canal dinâmico, versátil e personalizado; -Poder de barganha sobre os fornecedores; - Custos e espaço físico menores que a loja física; - Conhecimento constante do perfil de clientes a partir do CRM; - Relações mais ágeis;

- Funcionários não capacitados para tal tipo de atendimento; - Tecnologia da informação insuficiente; - Tempo de entrega; - Frete; - Custos (despesas) com trocas e devoluções; - A força dos concorrentes: empresas conceituadas; - Empresa entrante no mercado web;

Quadro 11: Matriz Swot aplicada no setor calçadista online em relação a Loja Petipé Calçados. Fonte: Elaboradora pela acadêmica com base no modelo de Dornelas (2005).

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a) FORÇAS

• Empresa sólida: a Petipé Calçados é uma loja consolidada, pelo seu

tempo de atuação no ramo calçadista, e esse reconhecimento é

repassado à loja virtual, o que diminui a desconfiança e medo do e-

consumidor ao finalizar a compra online.

• Estrutura da loja física útil para a virtual: como um site de vendas

requer pouco espaço, a empresa Petipé, poderá se utilizar de suas

instalações para sediar a loja virtual, bem como seu estoque.

• Produto conveniente: A empresa atua em um ramo que comercializa

um produto que não é fútil e sim necessário; mais do que um luxo,

comprar sapatos faz parte da lista de consumo de brasileiros e

brasileiras. Por mais que só seja possível calçar um par de sapato por

vez, existe a necessidade de variar regularmente o tipo de calçado

utilizado como forma de evitar lesões e deformações aos pés como

calos e joanetes.

• Condições financeiras: a empresa Petipé dispõe de capital preciso

para criação de uma loja virtual, todavia aguarda o resultado deste

trabalho para verificar a possibilidade de sucesso com a abertura da

empresa virtual.

• Proximidade local com fornecedores: A empresa Petipé Calçados

está localizada na cidade que é considerada o polo calçadista do

Estado, devido ao fato de que nela estão instaladas mais de 150

indústrias fabricantes de calçados femininos e infantis, e que torna

possível para a loja Petipé trabalhar com estoque por demanda,

devido a facilidade de acesso que tem a essas empresas.

• Canal dinâmico, versátil e personalizado: o site possibilita de modo

prático aos consumidores, navegarem, localizarem os produtos

desejarem e finalizarem seus pedidos com rapidez e segurança.

• Poder de barganha sobre fornecedores: algumas marcas são

essenciais em uma loja de calçados, porém existem muitas empresas,

principalmente de calçado feminino, que fabricam modelos

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semelhantes, o que dá poder a loja Petipé escolher de quem adquirir

avaliando, preço, condição de pagamento, qualidade e entrega.

• Custos e espaço físico menores que loja física: na internet, não é

necessário ter espaço físico, suas prateleiras, gôndolas ou balcões

são todos apresentados através de uma página na internet, ou seja,

no site da sua loja virtual. Devido aos baixos custos de estrutura os

preços podem ser competitivos relativamente às lojas físicas.

• Conhecimento constante do perfil de clientes a partir do CRM: todas

as informações sobre o cliente e suas compras são registradas no

sistema, e possibilitam posteriormente segmentar publicidade e

promoções de acordo com as preferencias dos clientes.

• Relações mais ágeis: o comércio eletrônico dá a possibilidade de

agilização das relações entre consumidores e vendedores, através de

um processo eficiente de compras.

b) FRAQUEZAS

• Funcionários não capacitados para tal tipo de atendimento: o

atendimento web requer formalidade, o que muitas vezes não ocorre

nas lojas físicas. Será necessário treinamento.

• Tecnologia da informação insuficientes: a empresa necessita de

equipamentos melhores para desempenho das funções da loja virtual,

como computadores mais modernos de maior capacidade, do que

possuem na loja física.

• Tempo de entrega: as lojas virtuais dependem de terceiros para

efetuar as entregas, todavia é de sua responsabilidade o cumprimento

do prazo prometido em sua página. As lojas virtuais também não

possibilitam entrega imediata.

• Frete: devido sua localização possui poucos fornecedores de

transporte, o que gera poder de barganha aos fornecedores,

impossibilitando negociação de preços e prazos de entrega.

• Custos (despesas) com trocas e devoluções: embora embutidos nos

preços dos produtos, as despesas com trocas e devoluções dos

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clientes, fazem parte das leis do CDC que regem o comércio

eletrônico. São despesas desnecessárias, todavia como não há a

experimentação do produto no ato da compra, ocorrem com

frequência.

• A força dos concorrentes: empresas conceituadas: já existem

empresas bem consolidadas neste mercado, o que as tornam grandes

concorrentes.

• Empresa entrante no mercado web: toda empresa iniciante

independente do mercado em que está sendo inserida, possui certa

inexperiência e fragilidade. Todavia é sua eficiência operacional que

vai torná-la uma loja tão bem conceituada na internet como são as

lojas físicas da empresa.

c) OPORTUNIDADES

• Internet: novo mercado em ascensão: o comércio eletrônico tem

apresentado bons índices de faturamento e despertado atenção de

muitos empreendedores.

• Mudanças de hábitos de compra do consumidor: grande número de

internautas consumidores, devido ao fácil acesso a internet, a

comodidade e aos bons preços que as lojas virtuais oferecem.

• Crescimento e expansão do negócio: possibilidade do crescimento

da sustentabilidade econômica da empresa com vendas online.

• Divulgação da marca: devido ao acesso ilimitado e imediato dos

internautas, a marca fica conhecida e ganha credibilidade, o que é

positivo para retenção de clientes.

• Inserção instantânea no mercado: possibilidade de lançamento de

novos modelos e coleções com agilidade e rapidez.

• Loja disponível 24h por dia em 365 dias por ano: em se tratando de

um comércio físico, os consumidores têm a limitação de horário, de

locomoção, entre outros fatores que podem impedi-los de realizarem

sua compra no momento da necessidade. Porém, quando estamos

falando de uma loja virtual ela estará sempre à disposição no

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momento que o consumidor tiver a intenção ou a simples curiosidade

sobre um produto. Sua alta disponibilidade de funcionamento 24h

oferece comodidade aos consumidores que não tem disponibilidade

em horário comercial, podendo fazer suas compras de acordo com

seus horários disponíveis.

• Economia Estável (compras: expansão): a estabilidade econômica

brasileira, com o aumento da oferta de emprego, renda e crédito

acessível tem proporcionado cada vez mais poder de compra aos

trabalhadores, o que é muito positivo para o ramo do negócio.

• Grande número de pessoas com acesso à internet: quão maior

número de pessoas que navegam na internet, maior o número de

potenciais clientes;

• Consumidores satisfeitos com compras que já efetuaram online:

consumidores satisfeitos com compras já efetuadas realizam novas

compras e indicam sem medo e insegurança.

• Transações mais seguras: atualmente os sites possuem vários

sistemas auxiliares às plataformas que evitam fraudes, o que é

positivo para a empresa, e para o consumidor os sites de compra

possuem pelo menos SSL como criptografia de dados, tecnologia

para fazer com que as transações pela internet se tornem cada vez

mais seguras.

• Expansão geográfica: a internet não possui barreiras de atendimento,

o comércio eletrônico possibilita atender e entregar em qualquer

região do país, inclusive no exterior.

• Ineficácia do concorrente: mesmo sendo fácil entrar no mundo dos

negócios online, existe um bom número de concorrentes, todavia,

muitos deles não produzem os efeitos desejados pelas partes, ou

seja, não atendem a expectativa do público e não atingem suas

próprias metas estabelecidas; as fraquezas da concorrência são

ótimas oportunidades de se destacar no mercado.

• Publicidade gratuita por meio das redes sociais: embora os custos

sejam menores com estrutura, o comercio eletrônico exige um bom

investimento em marketing digital, todavia as empresas podem se

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utilizar também das redes sociais que são formadas por uma grande

concentração de potenciais clientes e fazer então publicidade gratuita,

através de publicações, anúncios e propagandas; interagindo

gratuitamente como público-alvo.

• Mobilidade: provém acesso em tempo real em qualquer lugar e com o

crescimento do consumo de smartphones e tablets é positivo para as

vendas online, uma vez que o consumidor pode acessar o site de

compras de onde quer que esteja através de seu celular ou tablet e

realizar compras.

• Tecnologia Wi Fi: possibilita o acesso a internet sem necessidade de

fios em locais públicos e ambientes privados que já dispõe deste

serviço gratuitamente aos seus clientes, como bares e restaurante, o

que também permite o acesso e a realização de compras online

independente do local que o cliente está.

d) AMEAÇAS

• Entrada de novos concorrentes: devido à facilidade de entrar no

comércio eletrônico a concorrência aumenta e interfere nas vendas.

• Velocidade da internet: embora estejam trabalhando para melhorá-la,

ainda é um problema que atrapalha as transações online, pelo fato

das pessoas desistirem da compra devido à demora de

processamento do site.

• Fornecedores com site de venda próprio: fabricante de calçados com

sites de venda ao consumidor final comprometem a venda dos

calçados de sua marca em outras lojas virtuais.

• Poder de barganha do consumidor: devido à ausência de

diferenciação e o baixo custo de mudança que o cliente tem de

escolher entre uma loja de calcados e outra.

• Resistência dos consumidores: medo e insegurança: apesar de um

número já mais reduzido do que no início do comercio eletrônico,

ainda existem pessoas que possuem certo receio de adquirir produtos

pela internet.

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• Mudança na regulamentação: Atualmente o comércio eletrônico é

regido pelo Código de defesa do consumidor, com raras exceções de

leis recentemente implementadas; todavia como estas, outras podem

ser inseridas e tornar-se barreiras ao desempenho do negócio ou até

mesmo inviabilizar seu funcionamento.

• Mercado fique saturado (excesso de ofertas): devido às poucas

barreiras de entrada neste mercado, há possibilidades futuras de

saturação de oferta, devido a grande concorrência e somente os que

conseguirem manter os preços competitivos sem comprometer

parcelas expressivas de recursos, permanecerão.

• Mudança na tributação: já existem discussões referentes ao

recolhimento dos impostos das vendas pela internet, devido ao fato

de que atualmente a região destino da mercadoria não é beneficiada,

visto que o imposto é recolhido no local onde o produto é

despachado. Diante desse fato já é real a guerra fiscal jurídica entre

os estados, o que pode gerar a mudança da tributação e interferir no

desempenho do negócio.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta geral desse trabalho consistiu em realizar um diagnóstico do

ambiente de negócios do setor calçadista online, para expansão da loja Petipé

Calçados no e-commerce. Nesse sentido, foi realizado um levantamento

bibliográfico com o intuito de fundamentar a exposição dos elementos da

proposta, tornando-os compreensíveis. Essa revisão da literatura contemplou

aspectos como noções gerais sobre o empreendedorismo e o seu

desenvolvimento no Brasil; os empreendedores e características gerais e o

estudo dos ambientes internos e externos da organização. Ainda, enfocou as

ferramentas necessárias para um estudo mais apurado dos ambientes do

negócio, que são as ferramentas de diagnóstico.

A partir do embasamento teórico, foram diagnosticados os fatores do

macro e micro ambiente os quais a empresa em questão estava inserida, e

aplicou-se as ferramentas de diagnóstico para levantar as oportunidades e

ameaças assim como as forças e fraquezas do novo empreendimento, para

verificação da possível expansão da loja Petipé no comércio eletrônico.

Com o grande crescimento do comércio eletrônico, não só em números

de clientes, mas também em movimentação financeira, muitas empresas

visualizaram uma nova oportunidade de negócio, e começaram a investir em

empreendimentos nesse novo canal de distribuição. Todavia independente da

natureza da empresa, faz-se necessário diagnosticar o ambiente de negócios o

qual se pretende atuar, com intuito de calcular os riscos do empreendimento e

não comprometer os recursos disponíveis em um investimento desconhecido.

A realização do trabalho proporcionou a obtenção de dados relevantes

uma vez que permitiu o estudo da exploração de um novo mercado para quem

já tem uma boa fatia do mercado tradicional. Concretizando de forma proativa a

inclusão da Loja Petipé Calçados no comércio eletrônico, visto que a empresa

através dos levantamentos elaborados passa a conhecer o mercado de

atuação nos aspectos de dimensão da demanda do setor calçadista online,

levando a estruturação da loja virtual para atingir o maior público possível e

obter crescimento de mercado e aumentar sua sustentabilidade econômica.

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Assim, de modo conclusivo, pode-se considerar que o estudo permitiu

estudar o ambiente de negócio o qual a empresa pretendem atuar, e os

resultados obtidos vem auxiliar na tomada de decisão da expansão ou não da

empresa Petipé Calçados no comércio eletrônico.

Houve limitações na pesquisa quanto a pouca disponibilidade de

bibliografias referentes ao comércio eletrônico devido à complexidade do setor.

A acadêmica também encontrou dificuldades em obter informações precisas

referentes às variáveis ambientais, devido às rápidas mudanças do macro

ambiente.

Acredita-se que os resultados do estudo constituem informações

relevantes para a empresa em questão, e para futuros empreendedores neste

setor, pois trazem informações que viabilizam um melhor direcionamento no

processo de formação de um negócio nesta área.

Como recomendação ao empreendedor da organização, sugere-se a

abertura do empreendimento virtual, visto todas as oportunidades

diagnosticadas no decorrer deste trabalho que este novo mercado em

ascensão oferece.

Os demonstrativos de faturamentos do e-commerce são instigantes, as

políticas e leis já são de conhecimento do empreendedor, pois o e-commerce é

regido pelo mesmo CDC utilizado nas lojas físicas, não há fronteiras

geográficas para atuação, a tecnologia tem conspirado a favor, principalmente

com o crescimento móbile, as pessoas já demonstram perfil positivo perante as

compras online, menos destemidas e mais atraídas pelos preços e

comodidade, além de custos menores para implantação do que a abertura de

uma filial de estrutura física.

Com base nas informações disponibilizadas neste trabalho, a loja

apresenta uma alta probabilidade de sucesso considerando que a mesma

possui uma trajetória bem sucedida com quatro lojas físicas e um diagnóstico

agora em mãos, que contém informações importantes para então definir e

implementar as estratégias de ação e que respondem questões importantes

relativas ao negócio antes de seu lançamento.

Sugere-se para futuros trabalhos relacionados a esta organização, o

estudo de viabilidade financeira do negócio, um plano de marketing digital, e

aos mais ousados, a elaboração do plano de negócios para implantação da loja

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virtual; que poderá ser desenvolvido a partir do diagnóstico realizado, objetivo

deste trabalho.

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APÊNDICE A

QUESTIÁRIO: Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino Idade ( ) 15 a 18 anos ( ) 19 a 24 anos ( ) 25 a 29 anos ( ) 30 a 39 anos ( ) Mais de 40 anos Estado civil ( ) Casado (a) ( ) Solteiro (a) ( ) Separado (a) ( ) Viúvo (a) Escolaridade ( ) Ensino Fundamental completo ( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Médio completo ( ) Ensino Médio incompleto ( ) Superior completo ( ) Superior incompleto Sua ocupação ( ) Desempregado ( ) Empregado-assalariado ( ) Profissional liberal ( ) Empresário ( ) Aposentado ( ) Dona de casa Renda ( ) Até 01 salário mínimo ( ) 01 a 03 salários mínimos ( ) 04 a 10 salários mínimos ( ) 10 a 20 salários mínimos ( ) acima de 20 salários mínimos Qual local você acessa mais a internet? ( ) em casa ( ) no trabalho ( ) no seu celular

( ) no seu tablet ( ) na lan house Você já comprou pela internet? ( ) Sim ( ) Não Se já comprou, compraria novamente? ( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez ( ) Nunca comprei Qual a frequência de tempo de navegação em sites de compra? ( ) semanal ( ) diário ( ) aleatório ( ) não navego em sites de compras Você tem o hábito de comprar pela internet? ( ) compro sempre ( ) compro sazonalmente ( ) não compro Quantas vezes já efetuou uma compra pela internet? ( ) de 1 a 3 vezes ( ) de 4 a 6 vezes ( ) de 7 a 9 vezes ( ) mais de 10 vezes Você já comprou em lojas virtuais que acessou vendo propagandas nas redes sociais como por exemplo, no facebook? ( ) Sim ( ) Não Qual produto você compra com maior frequência na internet? ( ) livros, revistas e jornais ( ) saúde e beleza ( ) informática

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( ) eletrodomésticos ( ) aparelhos eletrônicos ( ) roupas ( ) calçados Você costuma pesquisar em sites comparadores de preço? (Bondfaro, Buscapé) ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes Você costuma consultar sites que indicam a reputação da loja? (EBIT, RECLAME AQUI) ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes Você acessa os sites de compra só para saber mais características do produto e então compra em uma loja física? ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes Antes de comprar o produto pela internet, você vai até uma loja física vê-lo ou prová-lo, no caso de roupas e calçados? ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

Por qual motivo você compra pela internet? ( ) comodidade ( ) preço ( ) o produto/serviço só está disponível na internet. ( ) propaganda ( ) prazer ( ) variedade ( ) outros Qual seu receio de comprar pela internet? ( ) não receber ( ) não ser aquilo que imaginava ( ) não servir ( ) clonagem de cartão ( ) receber avariado Você compraria calçados pela internet? ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes Você já comprou calçados pela internet? ( ) Sim ( ) Não

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DECLARAÇÃO DO TRABALHO NA ORGANIZAÇÃO

Tijucas, 06 de Junho de 2013.

A empresa Comércio de Calçados Petipé LTDA-ME declara, para os

devidos fins, que a estagiária Aline Belletti, aluna do Curso de Logística do

Centro de Educação de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade do Vale

do Itajaí - UNIVALI, cumpriu a carga horária de estágio prevista para o período

de 11/03/13 a 27/06/13, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto

de Estágio e respeitou nossas normas internas.

__________________________________

Sérgio Lafayete Cerutti

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

____________________________ Nome do estagiário

Aline Belletti

______________________________ Orientador de conteúdo

Prof. Antônia Egídia de Souza

________________________________ Supervisor de campo

Sérgio Lafayete Cerutti

____________________________________ Responsável pelo Estágio

Profª. Marisa Pigatto