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Consumo de Fruta e Hortícolas numa Amostra de
Crianças do Ensino Pré-escolar,
Factores Sócio-demográficos, Familiares e
Comportamentais
Fruit and Vegetable Consumption in a Sample of Pre-school Children,
Sociodemographic, Family and Behavioral Factors
Cristiana Rita Lima Fernandes
Orientação: Cecília Medeiros de Morais
Trabalho de Investigação
Porto, 2010
i
Tese de Licenciatura, Cristiana Fernandes
Agradecimentos
À minha orientadora, sempre muito afável, acessível e disponível às
minhas constantes dúvidas.
Aos que permitiram a conclusão da minha licenciatura e me apoiaram
durante estes quatro anos.
A todas as pessoas com quem trabalhei durante o estágio e que me
fizeram crescer profissionalmente, mas sobretudo, pessoalmente.
ii
Tese de Licenciatura, Cristiana Fernandes
Índice
Agradecimentos .................................................................................................. i
Lista de Abreviaturas .......................................................................................... iii
Resumo e Palavras-chave em Português ......................................................... iv
Resumo e Palavras-chave em Inglês ................................................................ vi
Introdução........................................................................................................... 1
Objectivos ........................................................................................................... 5
Método ............................................................................................................... 6
Resultados ........................................................................................................ 10
Discussão dos resultados ........................................ ……………………………..28
Conclusão…………………………………………………………………………….32
Referências Bibliográficas ................................................................................ 33
Anexo A: Questionário aplicado ....................................................................... 39
iii
Tese de Licenciatura, Cristiana Fernandes
Lista de Abreviaturas
CEBQ: Children´s Eating Behaviour Questionnaire
CFSQ: Caregiver’s Feeding Styles Questionnaire
DP: Desvio Padrão
F&H: Fruta e Hortícolas
OMS: Organização Mundial de Saúde
iv
Tese de Licenciatura, Cristiana Fernandes
Resumo
Introdução: O consumo de fruta e hortícolas em crianças não está próximo das
recomendações da Organização Mundial de Saúde, sendo vital desenvolver
intervenções a nível individual e comunitário para o seu aumento. Perceber quais
as razões para este baixo consumo envolve a associação de factores sócio-
demográficos, familiares e comportamentais, o que permitirá a maior eficácia das
acções a desenvolver. Objectivos: Avaliar o consumo de F&H numa amostra de
crianças do ensino pré-escolar; Encontrar possíveis relações entre o consumo de
F&H das crianças e factores sócio-demográficos, familiares e comportamentais da
criança; Encontrar uma possível relação entre o consumo de F&H das crianças e
o estilo parental dos seus encarregados de educação. Método: Foi desenvolvido
e aplicado um questionário destinado aos encarregados de educação numa
amostra de 91 crianças. Foram recolhidos dados sócio-demográficos e
antropométricos, práticas parentais e frequências de consumo de F&H. O
questionário incluiu também o CSFQ e duas subescalas do CEBQ: “selectividade”
e “prazer em comer”. Efectuou-se uma análise descritiva das variáveis, utilizando
o programa SPSS 17.0. Resultados: A frequência de consumo de F&H da maior
percentagem de crianças e encarregados de educação foi de 2 vezes por dia.
28% das crianças tinham excesso de peso ou obesidade. O estilo parental
encontrado em maior proporção foi o estilo “autoritário”, seguido de “indulgente”,
“negligente” e “autoritativo”. O nível médio de “selectividade” aos alimentos
encontrado foi 2,53, enquanto o do “prazer em comer” foi 3,052. Conclusões:
Verificou-se um baixo consumo de F&H na amostra de crianças. Parece haver
associações positivas entre o consumo de F&H e a escolaridade dos
v
Tese de Licenciatura, Cristiana Fernandes
encarregados de educação, o género e o estado ponderal das crianças, o estilo
parental “autoritativo”, o nível de “selectividade” das crianças em relação aos
alimentos, e o tipo de aleitamento que estas tiveram.
Palavras-Chave: Fruta; Hortícolas; Sócio-demográficos; Familiares;
Comportamentais; CSFQ; Estilo Parental; CEBQ.
vi
Tese de Licenciatura, Cristiana Fernandes
Summary
Introduction: The consumption of fruit and vegetables in children is not close
from the recommendations of the World Health Organization, and it is critical to
develop interventions at individual and community that lead to an increase. To
understand the reasons for this low consumption involves the association of socio-
demographic, behavioral and family, allowing the maximum effectiveness of
actions to be undertaken. Objectives: To evaluate the consumption of F&V in a
sample of children from pre-school education; to find possible relationships
between the consumption of F&V of children and socio-demographic
characteristics, family and child behavior; to find possible relationship between the
consumption of F&V, children and the parenting style of their parents. Methods:
We developed and applied a questionnaire for parents or caregivers of a sample
of 91 children. Socio-demographic and anthropometric data was collected, and
also for parental practices and frequency of consumption of F&V The
questionnaire also included two subscales of CSFQ and CEBQ "fussiness" and
"enjoyment of food" A descriptive data analysis was carried out, using SPSS 17.0.
Results: The frequency of consumption of F&V with highest proportion for children
and parents was of 2 times a day. 28% of children were overweight or obese. The
parenting style found in greater proportions was the "authoritarian" style, followed
by "indulgent", "negligent" and "authoritative". The average of "selectivity" to food
was 2.53, while the one for "pleasure in eating” was 3.052. Conclusions: There
was a low intake of F&V in this sample of children. Positive associations seem to
exist between consumption of F&V and the high level of education of parents,
children’s gender and percentil of BMI, the parenting style 'authoritative', the level
vii
Tese de Licenciatura, Cristiana Fernandes
of 'selectivity' of children for food, and the type of feeding these had in the first
year of life.
Keywords: Fruit; Vegetables; Socio-demographic; Family; Behavior; CSFQ;
Parental Style; CEBQ.
1
Introdução
A protecção conferida ao organismo humano pelo consumo de Fruta e
Hortícolas (F&H) tem sido evidenciada pela comunidade científica devido à
elevada riqueza nutricional em nutrimentos protectores que estes alimentos
apresentam. A incidência de obesidade e diabetes tipo 2 pode também ser
reduzida com a ingestão destes grupos de alimentos diariamente, sendo por isso
primordial o incentivo para a adopção deste hábito em crianças e jovens. É ainda
nesta idade que há maior flexibilidade na adopção de hábitos alimentares e que
se determinam a maioria dos comportamentos alimentares que irão prevalecer na
idade adulta. Estima-se que o aumento do consumo individual de F&H para 600g
diários poderá reduzir 31% as doenças cardiovasculares, 19% os acidentes
cardiovasculares, 19%, 20%, 12%, 2% os cancros de estômago, esófago, pulmão
e colo-rectal, respectivamente (1).
A investigação científica tem demonstrado que o consumo destes grupos
de alimentos não está próximo das recomendações da Organização Mundial de
Saúde (OMS): 5 porções de F&H, o que equivale aproximadamente 400g por dia.
Vários estudos (2-5) mostram o baixo consumo de F&H na população jovem e
adulta. O estudo Pro-children, cujo objectivo foi determinar a ingestão de F&H em
crianças europeias em idade escolar, concluiu que este consumo é de 264g/dia
(6), o que fica muito aquém dos valores preconizados. Uma das particularidades
deste estudo foi encontrar que as crianças portuguesas se destacavam pelo seu
consumo mais elevado em produtos hortícolas (169g/dia), e um dos mais
elevados consumos de fruta (211g/dia).
2
Conhecer os factores que determinam a ingestão alimentar em crianças,
nomeadamente os factores demográficos, familiares e comportamentais, é
essencial para perceber o baixo consumo de F&H em crianças e para a adopção
de medidas que visem o seu aumento nesta faixa etária da população.
A família de modo geral, e as mães em particular, tem sido descrita como
um factor de grande influência na alimentação dos filhos. O elevado estatuto
socioeconómico e o nível de escolaridade dos pais está relacionado com uma
alimentação mais equilibrada, nomeadamente com o maior consumo de fruta e
hortícolas (7-9). Por outro lado, a elevada ingestão de F&H por parte dos pais
reflecte-se numa maior ingestão por parte dos filhos (8-10). Estas semelhanças
entre pais e filhos parecem ter início ainda na gestação, quando os flavours da
alimentação da mãe são transmitidos para o fluido amniótico, e continua no
período de amamentação. Os bebés amamentados experimentam precocemente
uma variedade de flavours que não estão presentes nas fórmulas comerciais, o
que vai influenciar a sua reacção à diversificação alimentar (11). A idade de
introdução de F&H na alimentação da criança parece ter também um efeito
positivo, tendo-se observado que crianças que introduziram a fruta e os hortícolas
mais cedo na alimentação consomem mais estes grupos de alimentos (8).
O comportamento parental está associado ao padrão alimentar das
crianças, e, consequentemente, o seu consumo de F&H. O Caregiver’s Feeding
Styles Questionnaire (CFSQ) foi desenvolvido para associar o comportamento
parental e a ingestão alimentar em crianças, resultando assim quatro “estilos
parentais” directamente relacionados com o contexto alimentar: “autoritativo”,
“autoritário”, “indulgente” e “negligente” (12). O termo “autoritativo” é de difícil
tradução, não tendo correspondente em português, pelo que se manteve o nome.
3
Várias são as investigações que associam o estilo parental ao consumo de
F&H (13-15). O estilo “autoritário” foi também associado ao maior risco de excesso
de peso em crianças, comparativamente ao estilo “autoritativo” (16).
É importante diferenciar estilo parental de práticas parentais. O estilo
parental consiste num padrão de comportamento que se expressa dentro de um
clima emocional criado pelo conjunto das atitudes dos pais, o qual engloba as
práticas parentais, mas também a interacção pai-filho (17). As práticas parentais
correspondem a atitudes dos pais com o objectivo de influenciar o comportamento
dos filhos (17). As práticas parentais como controlo e pressão para comer estão
associadas a maior desequilíbrio alimentar, como dietas com elevado teor de
gordura (18) ao menor consumo de F&H (19,20). Por exemplo, num estudo realizado
com crianças de 5 anos (19), os pais que consumiam menos fruta e vegetais
exerciam maior pressão sobre a alimentação das filhas, no entanto as suas filhas
eram também as que tinham menor consumo de F&H. A pressão para comer
exerce assim um efeito de desencorajamento nos filhos.
No entanto, outro tipo de práticas, como fazer as refeições no mesmo local
e horário que os filhos, também influenciam os hábitos alimentares das crianças.
Foi demonstrado em crianças de 9 anos e adolescentes de 14 anos, que quando
estes fazem as refeições em família, a sua ingestão de certos grupos de
alimentos, incluindo F&H, aumenta, assim como a ingestão de vitaminas e
minerais (21). As razões para tal podem ser várias: o facto de as refeições
permitirem um diálogo entre pais e filhos, abordando o tema da alimentação; a
oportunidade para os filhos verem os pais a comerem certos tipos de alimentos
menos apreciados, influenciando-os positivamente; ou o simples facto de que em
casa as refeições tendem a ser mais saudáveis.
4
Para além das acções directas que os pais podem adoptar para influenciar
a alimentação dos filhos, as características individuais destes são também um
determinante na sua alimentação. A tendência natural para rejeitarmos um
alimento novo em adultos começa na infância, denominando-se “fobia de
alimentos” (22), e tem sobretudo influência genética, mas também ambiental (23).
Um estudo norte-americano associou níveis elevados de neofobia com uma
ingestão alimentar menos variada em crianças (24). No entanto, não se encontrou
relação com a ingestão de F&H.
O Children´s Eating Behaviour Questionnaire (CEBQ) foi desenvolvido para
avaliar o comportamento alimentar das crianças, através das respostas fornecidas
pelos encarregados de educação (25). O questionário é composto por 35 itens, que
avaliam oito dimensões: “Resposta à saciedade”, “Ingestão lenta”, “Selectividade”,
“Resposta à comida”, “Prazer em comer”, “Desejo de beber”, “Sobre-ingestão
emocional” e “Sub-ingestão emocional”. Tem sido utilizado para relacionar o
comportamento alimentar das crianças com o ganho de peso (26), mas também
com a ingestão de F&H (8), demonstrando-se que crianças que têm maior “prazer
em comer” consomem mais F&H (8). No presente estudo foram utilizadas apenas
duas subescalas: “selectividade”, associada ao nível de neofobia da criança, e
“prazer em comer”, com a finalidade de avaliar o comportamento alimentar.
Este estudo pretendeu avaliar o consumo de F&H em crianças do ensino
pré-escolar e os factores sócio-demográficos, familiares e comportamentais que o
poderão influenciar.
5
Objectivos
Avaliar o consumo de F&H numa amostra de crianças do ensino pré-
escolar;
Avaliar a amostra em estudo quanto a características sócio-demográficas,
familiares e comportamentais;
Identificar as práticas parentais dos encarregados de educação da
amostra;
Avaliar o comportamento alimentar das crianças;
Estabelecer possíveis relações entre factores sócio-demográficos,
familiares, estilos parentais, práticas parentais e comportamento alimentar
das crianças com o consumo de F&H das crianças.
6
Método
Desenho da amostra
Para o presente estudo descritivo transversal foram envolvidos dois Jardins
de Infância, um do Concelho de Matosinhos e outro no Concelho de Caminha,
pedindo-se a participação dos pais ou encarregados de educação das crianças
com idades compreendidas entre os 2 e os 6 anos (ensino pré-escolar).
Recolha de dados
Realizou-se um questionário anónimo, destinado ao encarregado de
educação (pai, mãe, outro grau de parentesco), pedindo que respondesse a
pessoa mais envolvida na alimentação da criança. Os dados foram recolhidos
entre Maio e Junho de 2010.
Com a finalidade de verificar a adequação do questionário aos objectivos
do estudo, e as dificuldades nas respostas às questões incluídas, foi previamente
aplicado um questionário-piloto. Não foram realizadas alterações ao questionário
inicial.
a) Características sócio-demográficas
Procurou-se obter a informação referente ao encarregado de educação:
idade, escolaridade e profissão. Também foi questionado o número total de
pessoas do agregado familiar, assim como a descrição do mesmo (grau de
parentesco, idade, escolaridade e profissão).
7
b) Medidas antropométricas
Foi questionado ao encarregado de educação o peso e a altura da criança.
O Índice de Massa Corporal foi calculado através da fórmula de Quetelet:
IMC=Kg/m2 (27). Recorrendo a tabelas de referência (28), as crianças foram
classificadas em quatro grupos de acordo com os percentis IMC-Idade: baixo
peso (percentil <5), eutróficos ou normoponderais (percentil entre 5-85), excesso
de peso (percentil>85) e obesos (percentil>95).
c) Ingestão de fruta e hortícolas do encarregado e da criança
Para avaliar a frequência de ingestão de fruta e hortícolas foram usadas as
perguntas “Com que frequência consome fruta (fresca ou enlatada)?” e “Com que
frequência consome hortícolas frescos ou, por exemplo na sopa, no prato ou em
saladas?”. Os inquiridos tinham dez opções: “nunca”, “menos de 1 vez/semana”,
“1 vez/semana”, “2 a 3 vez/semana”, “4 a 6 vez/semana”, “1 vez/dia”, “2 vez/dia”,
“3 vez/dia”, “4 a 5 vez/dia”, “mais de 5 vez/dia”. De forma a facilitar a análise
descritiva, o consumo de F&H foi subdividido em “menos de 2 vezes/dia”, “2
vezes/dia” e “mais de 2 vezes/dia”.
d) Práticas parentais
Para avaliar práticas parentais específicas foram incluídas no questionário
as perguntas: “O seu filho faz as refeições em casa no mesmo horário que o resto
dos elementos da família?”; “O seu filho come os mesmos alimentos que o resto
da família?”; “O seu filho faz as refeições no mesmo local que o resto da família?”.
As possibilidades de resposta foram “Sim” ou “Não”.
8
e) Alimentação antes da diversificação alimentar
Procurou-se saber qual a alimentação do primeiro ano de vida da criança
através das questões: “Antes do seu filho iniciar a diversificação alimentar, como
o alimentava?”; tendo como possíveis respostas: “Apenas leite materno”, “Leite ou
fórmula comercial”, “Leite materno e leite/fórmula comercial”.
f) Idade de introdução de fruta e hortícolas na alimentação
Foi perguntado ao encarregado de educação qual a idade, em meses, para
a introdução da primeira fruta e o primeiro hortícola na alimentação da criança,
através das questões: “Quando introduziu a primeira fruta na alimentação do seu
filho?”, “Quando introduziu o primeiro vegetal na alimentação do seu filho?”.
g) Estilo parental no contexto alimentar
No questionário foi incluído o CFSQ para a avaliação do estilo parental em
relação à alimentação dos filhos. Os 19 itens foram traduzidos e adaptados para
português. As respostas são assinaladas numa escala de 5 pontos, que
correspondem à frequência com que ocorre o comportamento. Os estilos
parentais são atribuídos por meio de duas dimensões: “demandigness” e
“responsiveness”, às quais se atribuiu a designação de “exigência” e
“responsividade”. A dimensão “exigência” associa-se ao controlo do
comportamento dos filhos por parte dos pais, como por exemplo, à imposição de
regras. A dimensão “responsividade” está relacionada com o envolvimento dos
pais com os filhos; é uma dimensão centrada na criança, que lhe dá uma certa
responsibilidade e oportunidade de escolha, e inclui 7 itens como “Faz perguntas
9
ao seu filho(a) sobre a alimentação durante o jantar”. A razão entre a média dos 7
itens e a média dos 19 itens dá origem a esta dimensão (30). Para classificar as
dimensões “exigência” e “responsividade” em elevadas ou baixas, comparou-se
cada uma com a média de todos os inquiridos. Pais com elevada “exigência” e
elevada “responsividade” são pais “autoritativos”; pais com elevada “exigência” e
baixa “responsividade”, são pais “autoritários”; pais com baixa “exigência” e
elevada “responsividade”, são pais “indulgentes”; pais com baixa “exigência” e
baixa “respsonsividade”, são pais “negligentes”.
h) Comportamento da criança
Foi utilizado o CEBQ adaptado e validado em português – Questionário do
Comportamento Alimentar da Criança (31). As subescalas utilizadas foram “prazer
em comer” e “selectividade”. As repostas são assinaladas numa escala de 5
pontos, que correspondem à frequência com que ocorre o comportamento. Foram
calculadas as médias das duas subescalas para comparação das crianças com
menores níveis de “selectividade” e “prazer em comer”.
Análise estatística
Para a análise estatística foi utilizado o programa Statistical Package for
the Social Sciences (SPSS) versão 17.0 para Windows, tendo-se efectuado uma
análise descritiva dos resultados. As variáveis contínuas foram expressas através
da média e do desvio padrão. Para as variáveis ordinais e nominais efectuou-se o
cálculo das frequências
10
Resultados
a) Taxa de resposta
Foram enviados 191 questionários, no entanto apenas 91 encarregados de
educação colaboraram no seu preenchimento (taxa de resposta de 47,64%).
b) Características da amostra
Crianças
Em relação às crianças, 48,4% pertenciam ao sexo feminino e 51,6% ao
sexo masculino. A distribuição das crianças por idades está descrita na tabela 1 e
gráfico 1.
Encarregados de educação
De 91 questionários obtidos, 90,1% dos inquiridos eram as mães das
crianças, 7,7% pais e 1,1% tia da criança (apenas 1 inquirido).
Os inquiridos tinham idades compreendidas entre 22 e 57 anos, sendo que a
média de idades era de 34 anos, com desvio padrão de 5,55 anos. A maioria dos
N
Percentagem
(%)
2 anos 21 23,1
3 anos 28 30,8
4 anos 17 18,7
5 anos 18 19,8
6 anos 7 7,7
Total 91 100,0
Gráfico 1: Distribuição das crianças por idades Tabela 1: Distribuição das crianças por idades
11
inquiridos tinham ensino graduado ou pós-graduado (41,8%) e tinham profissão
não manual (61,1%) – Tabela 2.
O numero total de pessoas do agregado familiar variava entre 2 a 6
pessoas, sendo mais frequente os agregados de 3 e 4 pessoas (Gráfico 2).
Gráfico 2: Distribuição dos inquiridos por número total de pessoas do agregado familiar
Escolaridade
N %
Profissão N %
Ensino básico - 1.º ciclo 2 2,2 Manual 23 25,6
Ensino básico - 2 º ciclo 10 11,0 Não manual 55 61,1
"Ensino básico - 3º ciclo" 14 15,4 Desempregado 8 8,9
Ensino secundário 27 29,7 Doméstica 4 4,4
Ensino graduado ou
pós-graduado
38 41,8 Não respondeu 1
Total 91 100,0 91 100,0
Tabela 2: Escolaridade e profissão do encarregado de educação
12
c) Consumo de fruta
O consumo de fruta, em 46,2% dos encarregados de educação, e 60,9%
das crianças, é de 2 vezes por dia (Tabela 3). É também de salientar que um
encarregado de educação e duas crianças nunca consomem fruta.
É possível observar na Tabela 5 que 23,0% das crianças consome menos
de duas vezes de fruta por dia, e apenas 16,1% consome mais de 2 vezes por
dia. Comparativamente, mais de um terço dos responsáveis (35,6%) consome
“menos de duas vezes de fruta por dia”, e somente 11,1% consome “mais de
duas vezes por dia”.
Tabela 3: Consumo de fruta do encarregado de educação e da criança
Responsável Criança
N % N %
Nunca 1 1,1 2 2,3
menos de 1 vez/semana 1 1,1 0 0
1 vez/semana 1 1,1 0 0
2 a 3 vez/ semana 5 5,5 2 3,4
4 a 6 vez/semana 5 5,5 3 3,4
1 vez/dia 18 19,8 12 13,8
2 vez/dia 42 46,2 53 60,9
3 vez/dia 11 12,1 13 14,9
4 a 5 vez/dia 6 6,6 0 0
mais de 5 vez/dia 1 1,1 1 1,1
Total 91 100,0 87 100,0
13
d) Consumo de hortícolas
Verifica-se que 62,5% das crianças consomem apenas 2 vezes por dia,
15,9% 1 porção por dia, e apenas 9,1% das crianças consomem o mínimo
recomendado – 3 vezes hortícolas por dia (Tabela 4). Nenhuma criança consome
menos de duas vezes de hortícolas por semana.
Em relação aos encarregados de educação, a distribuição é idêntica: mais
de um terço consome menos de duas vezes hortícolas por dia e apenas 11,1%
consome mais de duas vezes por dia.
Como sucede com o consumo de fruta, cerca de um quarto das crianças
(26,1%) consome menos de duas vezes fruta diariamente, e apenas 11,4%
consome mais de duas vezes hortícolas por dia (Tabela 5).
Responsável Criança
N % N %
Nunca 0 0 0 0
menos de 1 vez/semana 0 0 0 0
1 vez/semana 1 1,1 0 0
2 a 3 vez/ semana 5 5,5 5 5,7
4 a 6 vez/semana 4 4,4 4 4,5
1 vez/dia 22 24,2 14 15,9
2 vez/dia 48 52,7 55 62,5
3 vez/dia 7 7,7 8 9,1
4 a 5 vez/dia 2 2,2 1 1,1
mais de 5 vez/dia
não respondeu
1
1
1,1 1
3
1,1
Total 91 100,0 91 100,0
Tabela 4: Consumo de hortícolas do encarregado de educação e da criança
14
Gráfico 3: Freq. consumo fruta das crianças Gráfico 4: Freq. consumo hortícolas das crianças
Criança Responsável
Fruta (%) Hortícolas (%) Fruta (%) Hortícolas (%)
Menos de 2 vez/dia 23,0 26,1 34,1 35,6
2 vez/dia 60,9 62,5 46,2 53,3
Mais de 2 vez/dia 16,1 11,4 19,8 11,1
Tabela 5: Percentagem da frequência de consumo de fruta e hortícolas dos responsáveis e das crianças
15
e) Percentis IMC
Relativamente à distribuição das crianças de acordo com os seus percentis
IMC, verifica-se que 64,0% se situa entre os percentis 5 e 85 – crianças eutróficas
ou com peso normal, 5,3% acima do percentil 85 – excesso de peso, e 22,7% das
crianças estão acima do percentil 95 – obesidade (Tabela 6 e Gráfico 5).
N %
Pc < 5 th 6 8,0
Pc 5-85 th 48 64,0
Pc > 85 th 4 5,3
Pc > 95 th 17 22,7
Sem dados 16
Total 91 100,0
Tabela 6: Percentis IMC para idade e género das crianças
Gráfico 5: Gráfico de distribuição das crianças por percentis IMC para idade e género
16
f) Práticas parentais
Mais de 90% dos encarregados de educação mantêm as práticas relativas
às refeições mais tradicionais: fazem as refeições com os filhos, no mesmo local e
horário, e consomem os mesmos alimentos que as crianças (Tabela 7).
O seu filho(a) faz as refeições no
mesmo horário que a família?
O seu filho(a) come os
mesmos alimentos que o
resto da família?
O seu filho(a) faz as refeições no
mesmo local que o resto da
família?
% N % N % N
Sim 93,3 % 84 93,4 % 85 98,9 % 90
Não 6,7 % 6 6,6 % 6 1,1 % 1
Total 100,0 % 90 100,0 % 91 100,0 % 91
Tabela 7: Práticas parentais relativas à alimentação
g) Tipo de aleitamento
Cerca de um terço das crianças da amostra não foram amamentadas antes
da diversificação alimentar. Apenas um quarto (25,3%) foram alimentadas
exclusivamente com leite materno (Tabela 8).
N %
Apenas leite materno 23 25,3
Leite ou fórmula comercial 29 31,9
Leite materno e leite/fórmula
comercial
39 42,9
Total 91 100,0
Tabela 8: Tipo de aleitamento das crianças
17
h) Idade de introdução de fruta e vegetais
A idade de introdução de F&H na alimentação diversificada das crianças foi
predominantemente entre os 4 e os 5 meses, com frequências de 93% e 88,5%,
para fruta e hortícolas, respectivamente (Tabela 9, Gráficos 6 e 7).
Tabela 9: Distribuição das crianças por idade de introdução de fruta e hortícolas na
alimentação
Gráfico 6: Idade de introdução de fruta Gráfico 7: Idade de introdução de hortícolas
Fruta Hortícolas
Idade da criança (meses) N % N %
3 0 0 1 1,1
4 27 31,8 22 25,3
5 29 34,1 33 37,9
6 23 27,1 22 25,3
7 3 3,5 5 5,7
8 1 1,2 1 1,1
9 0 0 1 1,1
10 1 1,2 0 0
12 1 1,2 2 2,3
Não respondeu
Total
6
100,0
100,0
4
100,0
100,0
18
i) Estilo parental
No que se refere aos estilos parentais, a maior percentagem dos
encarregados de educação pertence ao estilo “autoritário” (32,6%), seguido dos
estilos “indulgente” (25%), e “negligente” (18%). O estilo “autoritativo”, é o que
inclui menor percentagem de encarregados de educação (Tabela 10 e Gráfico 8).
Tabela 10: Distribuição dos encarregados de educação por estilo parental
Gráfico 8: Distribuição dos encarregados de educação por estilos parentais
Estilo parental N %
“Autoritativo” 15 17,4
“Autoritário” 28 32,6
“Indulgente” 25 29,1
“Negligente” 18 20,9
Sem dados
Total
5
91
100,0
19
j) Comportamento alimentar da criança
A média da subescala “selectividade” da amostra de crianças foi de 2,530
enquanto que a média de “prazer em comer” foi mais elevada - 3,052 (Tabela 11
e Gráficos 10 e 11).
Selectividade Prazer em comer
Frequência (N) 86 86
Média ± DP 2,53 ± 1,68 3,05 ± 0,72
Mínimo 1,00 1,00
Máximo
4,00 4,25
Tabela 11: Média e DP das subescalas "selectividade" e "prazer em comer"
Gráfico 10: Distribuição das crianças por níveis de “selectividade”
20
Gráfico 11: Distribuição das crianças por níveis de “prazer em comer”
21
k) Frequência de consumo de F&H e outras variáveis
1. Frequência de consumo de fruta e género das crianças
A percentagem de crianças do sexo masculino (23,9%) que consome
“menos de duas vezes por dia” de fruta é ligeiramente maior que a percentagem
de crianças do sexo feminino (22,0%). Por outro lado, a percentagem de crianças
do sexo masculino que consomem “mais de duas vezes por dia” de fruta (10,9%)
é menos de metade da percentagem de crianças do sexo feminino (22,0%) –
Tabela12.
2. Frequência de consumo de hortícolas e género das crianças
A percentagem de crianças do sexo masculino (28,3%) que consome
“menos de duas vezes por dia” e hortícolas é ligeiramente maior que a
percentagem de crianças do sexo feminino (23,8%). Por outro lado, a
percentagem de crianças do sexo masculino que consomem “mais de duas vezes
por dia” de hortícolas por dia (8,7%) é menor que a percentagem de crianças do
sexo feminino (14,3%) – Tabela 12.
Tabela 12: Frequência de ingestão de fruta e hortícolas por género da criança
Fruta
Hortícolas
<2 vezes/dia 2 vezes/dia >2 vezes/dia <2 vezes/dia 2 vezes/dia >2 vezes/dia
Feminino 9 23 9 10 26 6
22,0% 56,1% 22,0% 23,8% 61,9% 14,3%
Masculino 11 30 5 13 29 4
23,9% 65,2% 10,9% 28,3% 63,0% 8,7%
22
3. Frequência de consumo de F&H e estado ponderal
Observando o cruzamento da frequência de ingestão de fruta com os
percentis IMC das crianças (Tabela 13), observa-se que nenhuma das crianças
com baixo peso ou excesso de peso consome “mais de 2 vezes de fruta por dia”,
e apenas uma criança com obesidade consome esta quantidade. O mesmo
sucede com o consumo de hortícolas. As crianças normoponderais são as que
têm maior consumo de F&H.
Tabela 13: Frequência de consumo de fruta e hortícolas distribuída por estado ponderal
Fruta Hortícolas
<2 vezes/dia 2 vezes/dia >2 vezes/dia <2 vezes/dia 2 vezes/dia > 2 vezes/dia
Baixo peso 1 5 0 3 3 0
16,7% 83,3% 0% 50,0% 50,0% 0%
Peso normal 9 26 11 10 28 8
19,6% 56,5% 23,9% 21,7% 60,9% 17,4%
Excesso de peso
2 2 0 4 0 0
50,0% 50,0% 0% 100,0% ,0% 0%
Obesidade 4 10 1 3 12 1
26,7% 66,7% 6,7% 18,8% 75,0% 6,3%
23
4. Frequência de consumo de F&H das crianças e dos encarregados
de educação
Na Tabela 14 observa-se que o padrão de consumo de F&H dos
encarregados de educação é semelhante ao das crianças, pois as frequências de
consumo encontradas são parecidas nas diferentes classes de consumo.
Tabela 14: Frequência de consumo de F&H por parte das crianças e seus responsáveis
Fruta
Freq. Criança
Hortícolas
Freq. Criança
<2 vezes/dia 2 vezes/dia >2 vezes/dia <2 vezes/dia 2 vezes/dia >2 vezes/dia
Fre
q. R
esp
on
sá
vel
- 2 vez/dia 16 13 1 17 13 0
53,3% 43,3% 3,3% 56,7% 43,3% 0%
2 vez/dia 3 32 6 3 40 4
7,3% 78,0% 14,6% 6,4% 85,1% 8,5%
+ 2 vez/dia
1 8 7 2 2 6
6,3% 50,0% 43,8% 20,0% 20,0% 60,0%
24
5. Frequência de consumo de F&H e escolaridade dos encarregados
de educação
Na Tabela 15 é possível verificar que os encarregados de educação com
ensino secundário, graduado ou pós-graduado têm maior percentagem de
crianças com consumo de fruta “> 2 vezes/dia”. No que respeita ao consumo de
hortícolas, verifica-se a mesma relação apenas para os encarregados de
educação com ensino graduado ou pós-graduado.
Fruta
Hortícolas
<2 vezes/dia 2 vezes/dia >2 vezes/dia - 2 vezes/dia 2 vezes/dia + 2 vezes/dia
3º ciclo ou
menos
7 17 2 8 16 2
26,9% 65,4% 7,7% 30,8% 61,5% 7,7%
Secundário 8 12 5 8 16 1
32,0% 48,0% 20,0% 32,0% 64,0% 4,0%
Graduado ou pós-graduado
5 24 7 7 23 7
13,9% 66,7% 19,4% 18,9% 62,2% 18,9%
Tabela 15: Frequência de consumo de F&H das crianças por escolaridade dos seus
responsáveis
25
6. Frequência de consumo de fruta e hortícolas e tipo de aleitamento
Apesar da percentagem de crianças amamentadas ser aproximadamente o
dobro das não amamentadas, há diferenças na distribuição destas por frequência
de consumo de F&H. 29,6% das crianças não amamentadas consomem “menos
de 2 vezes por dia” fruta, enquanto que apenas 20,0% das crianças
amamentadas está incluída nesta categoria. A percentagem de crianças não
amamentadas que consome “mais de 2 vezes por dia" (11,1%) é inferior à das
crianças amamentadas (18,3%) – Tabela 16.
Em relação ao consumo de hortícolas, a distribuição é idêntica, apesar de
haver pouca diferença na categoria “mais de duas vezes por dia”.
Fruta
Hortícolas
<2 vez/dia 2 vez/dia >2 vez/dia <2 vez/dia 2 vez/dia >2vez/dia Total
Crianças
amamentadas
12 37 11 14 39 7 60
20,0% 61,7% 18,3% 23,3% 65,0% 11,7% 100%
Crianças não
amamentadas
5 19 3 9 16 3 27
18,5% 70,4% 11,1% 32,1% 57,1% 10,7% 100%
Tabela 16: Frequência de consumo de F&H em crianças amamentadas e não
amamentadas
26
7. Frequência de consumo de F&H e idade de introdução de F&H na
alimentação da criança
Não se verificam grandes diferenças no consumo de F&H entre as crianças
de acordo com as diferentes idades de introdução da fruta e dos hortícolas na
alimentação diversificada (Tabelas 17 e 18).
Consumo de Fruta
< 2 vezes/dia 2 vezes/dia > 2 vezes/dia Total
4 meses 10 11 6 27
37,0% 40,7% 22,2% 100%
5 meses 5 19 3 27
18,5% 70,4% 11,1% 100%
6 meses 3 14 5 22
13,6% 63,6% 22,7% 100%
Tabela 17: Idade de introdução de fruta alimentação da criança e consumo de
fruta
Consumo de Hortícolas
< 2 vezes/dia 2 vezes/dia > 2 vezes/dia Total
4 meses 6 13 3 22
27,3% 59,1% 13,6% 100,0%
5 meses 5 22 6 33
15,2% 66,7% 18,2% 100,0%
6 meses 7 12 1 20
35,0% 60,0% 5,0% 100,0%
Tabela 18: Idade de introdução de hortícolas na alimentação da criança e
consumo de hortícolas
27
8. Frequência de consumo de F&H e Estilo parental
Verifica-se que a percentagem de filhos de pais “autoritativos” que
consumiam “> 2 vezes/ dia” de fruta era o triplo da dos filhos de pais “autoritários”.
Por sua vez, o consumo de fruta “> 2 vez/ dia” foi maior em filhos de pais
“indulgentes” e “negligentes” do que em pais “autoritários”.
Tabela 19: Frequência de consumo de F&H por estilo parental dos seus responsáveis
Fruta Hortícolas
<2 vezes/dia 2 vezes/dia >2 vezes/dia <2 vezes/dia 2 vezes/dia >2 vezes/dia
Autoritativo 3 7 5 4 8 3
20,0% 46,7% 33,3% 26,7% 53,3% 20,0%
Autoritário 7 17 3 10 28 8
25,9% 63,0% 11,1% 21,7% 60,9% 17,4%
Indulgente 7 14 3 7 17 3
29,2% 58,3% 12,5% 25,9% 63,0% 11,1%
Negligente 2 12 2 8 14 2
12,5% 75,0% 12,5% 33,3% 58,3% 8,3%
28
9. Frequência de consumo de fruta e hortícolas e “selectividade”
Na Tabela 20 é possível analisar diferenças no consumo de F&H em
crianças menos ou mais “selectivas”. 25,6% das crianças com nível de
“selectividade” abaixo da média tinham um consumo de fruta “mais de duas vezes
por dia”, enquanto que apenas 7,7% das crianças mais “selectivas” tinham este
consumo de fruta. O mesmo se sucedeu com o consumo de hortícolas: 14,0% e
7,5%, respectivamente.
10. Frequência de consumo de fruta e hortícolas e “prazer em comer”
As distribuições de frequências de consumo por subescala “prazer em
comer” e o consumo de fruta não foram evidentes. Apenas foram observadas
diferenças no consumo “2 vezes por dia” de hortícolas: 52,4% de crianças com
menor “prazer em comer” e 73,2% de crianças com maior “prazer em comer”
(Tabela 20).
Fruta Hortícolas
<2 vezes/dia 2 vezes/dia >2 vezes/dia <2 vezes/dia 2 vezes/dia >2 vezes/dia
Sele
cti
vid
ad
e
Abaixo da
média
9 23 11 8 29 6
20,9% 53,5% 25,6% 18,6% 67,4% 14,0%
Acima da
média
8 28 3 15 22 3
20,5% 71,8% 7,7% 37,5% 55,0% 7,5%
Pra
ze
r em
co
mer
Abaixo da média
9 25 7 15 22 5
22,0% 61,0% 17,1% 35,7% 52,4% 11,9%
Acima da média
8 27 6 7 30 4
19,5% 65,9% 14,6% 17,1% 73,2% 9,8%
Tabela 20: Frequência de consumo de F&H das crianças por níveis de "selectividade" e
"prazer em comer" acima ou abaixo da média
29
Discussão dos Resultados
Os resultados deste trabalho demonstraram que o consumo de fruta na
amostra de crianças avaliada estava aquém da recomendada pela comunidade
científica (2-6). Apesar de se ter avaliado a frequência de consumo e não o número
de porções directamente, poder-se-á dizer que a média de consumo de fruta
obtida foi de 2 vezes por dia, para crianças e seus encarregados de educação, o
que, se fosse traduzido em gramas, estaria muito próximo dos resultados do
estudo Pro-children (6): 210g/dia, mas abaixo dos 254g/dia estimados por Moreira,
P, e tal (32). A percentagem de crianças com consumo abaixo da média (menos de
2 vezes/dia) é superior do que a que tem consumo acima da média (mais de 2
vezes/dia), para crianças e encarregados de educação, o que realça um baixo
consumo geral deste grupo de alimentos.
Paralelamente ao consumo de fruta, a frequência de consumo de hortícolas
na amostra de crianças e encarregados de educação foi também de 2 vezes por
dia, o que também estava aquém da preconizada pela comunidade científica (2-6).
Neste caso, a comparação com resultados de outros estudos é de maior
dificuldade, visto que neste estudo o consumo de hortícolas incluía hortícolas no
prato e na sopa. A percentagem de crianças que consome menos de 2 vezes por
dia de hortícolas é mais do dobro da que consome mais de 2 vezes por dia
(26,1% e 11,4%, respectivamente), o que demonstra que o consumo de hortícolas
é ainda mais baixo que o da fruta, contradizendo os estudos que referem o
elevado consumo de hortícolas em crianças portuguesas (6,32).
Analisando as percentagens relativas ao consumo dos encarregados de
educação e das crianças, observam-se semelhanças, o que indica uma
30
semelhança entre os consumos de pais e filhos, já verificada em várias
investigações (8-10).
Apesar de haver mais crianças do sexo masculino que consomem “2 vezes
por dia” de F&H, há um consumo ligeiramente superior de fruta e hortícolas por
parte das crianças do sexo feminino, devido à percentagem de raparigas que
consome “mais de 2 vezes por dia F&H”. Os resultados de outros estudos
demonstram também a tendência para o maior consumo de hortícolas em
crianças do sexo feminino (8,33), incluindo as portuguesas (32).
Não foi possível comparar o consumo de fruta e hortícolas com idades
mais precoces ou menos precoces de introdução de F&H na alimentação, visto
que a maior parte das crianças introduziu este grupo de alimentos na alimentação
entre os 4 e os 6 meses. Por outro lado, parece não haver relação entre o
consumo de F&H e a introdução dos mesmos alimentos aos 4, 5 ou 6 meses.
A distribuição das crianças pelo seu estado ponderal evidenciou que cerca
de um quarto destas têm percentil IMC superior a 85, o que está de acordo com
os valores já observados: cerca de 30% de crianças com excesso de peso ou
obesidade em Portugal (34).
Os resultados demonstraram que as crianças normoponderais tinham
maior frequência de consumo de F&H, dados que podem indicar que a elevada
ingestão de F&H está negativamente associada ao aumento de peso, como já foi
observado noutras investigações (34-37).
Em relação às práticas parentais, não se observaram diferenças entre os
encarregados de educação de modo a associá-las ao menor ou maior consumo
de F&H. Pode-se apenas concluir que, na amostra avaliada, os pais continuam a
realizar as refeições em família, no mesmo local e horário, e comem os mesmos
31
alimentos que as crianças, em oposição a outros estudos que relacionam o
ambiente das refeições com a qualidade da alimentação (21).
Parece existir uma associação positiva entre aleitamento materno e
consumo de F&H: as crianças que foram amamentadas tinham um consumo de
maior número de porções de fruta e hortícolas por dia, o que pode ser explicado
pela exposição a flavours do leite materno (11).
A distribuição dos encarregados de educação por estilo parental é
semelhante à observada noutras investigações (12,13,16), apesar de a distribuição
variar de estudo para estudo (14,39). O facto do estilo mais frequente na amostra de
encarregados de educação ser o estilo “autoritário”, pode explicar em parte o
baixo consumo de F&H, já que este estilo parental foi associado negativamente a
menor consumo de F&V (15). Por outro lado, o estilo parental menos frequente na
amostra avaliada – “autoritativo” – foi associado positivamente com o consumo de
F&V (14,15). Outra investigação demonstrou que o consumo de F&H era menor em
crianças com pais “tolerantes” ou “negligentes” na alimentação (13).
Neste estudo, apesar da diferença do número de pais “autoritativos” e
“autoritários”, parece existir uma associação positiva entre os primeiros e o
consumo de F&V por parte das crianças. A percentagem de filhos de pais
“autoritativos” que consumiam “mais de duas vezes por dia” de fruta era o triplo da
dos filhos de pais “autoritários”. O consumo de fruta “mais de duas vezes por dia”
foi maior em filhos de pais “indulgentes” e “negligentes” do que em pais
“autoritários”, tal como em Hoerr SL, et al (13). O mesmo não se verificou para o
consumo de hortícolas.
Parece haver uma associação entre a escolaridade dos encarregados de
educação e o consumo de F&H, tal como já verificado em várias pesquisas
32
(7,8,9,32). Encarregados de educação com ensino secundário, graduado ou pós-
graduado tinham maior percentagem de crianças com consumo de fruta “> 2
vez/dia”. Em relação ao consumo de hortícolas, verifica-se a mesma relação
apenas para os encarregados de educação com ensino graduado ou pós-
graduado.
Quanto à subescala do CEBQ “selectividade”, os resultados obtidos
parecem demonstrar que está associada a um menor consumo de fruta e
hortícolas, o que vai de encontro com os resultados de outros estudos (8,38), que
associam a neobofia (através da Child Food Neophobia Scale) ao menor
consumo de F&V.
Parece não haver associação entre as crianças com resultados acima da
média na subescala “prazer em comer” e as que tinham um consumo mais
elevado de F&V, ao contrário dos resultados de Cooke LJ (8), et al. Apenas se
observou um aumento da percentagem de crianças que ingeriam “2 vezes por
dia” hortícolas em crianças com mais “prazer em comer” (73,2%
comparativamente com 53,4% das crianças abaixo da média da subescala).
Deve ser referido que a principal limitação do presente estudo foi o
reduzido tamanho da amostra, que impossibilitou um tratamento estatístico mais
aprofundado em algumas variáveis. Os resultados seriam provavelmente de maior
interesse se envolvessem um maior número de crianças e encarregados de
educação, e uma maior recolha de dados, o que implicaria mais tempo dedicado
ao estudo.
33
Conclusão
O consumo de fruta e hortícolas na amostra de crianças avaliada é menor
que o recomendado actualmente pela comunidade científica, o que realça a
importância de intervenções a nível de sensibilização e educação alimentar.
O baixo consumo de F&H verificado pareceu estar relacionado com
factores sócio-demográficos, nomeadamente a escolaridade dos encarregados de
educação.
O estilo parental “autoritativo”, associado a um maior consumo de F&H, foi
encontrado em menor proporção na amostra de encarregados de educação, o
que, em parte, pode estar relacionado com o baixo consumo de F&H avaliado.
Por outro lado, a maior percentagem de encarregados de educação pertenciam
ao estilo “autoritário”, parecendo estar menos associadas ao consumo de mais de
duas porções de F&H por dia.
Foi possível verificar que a maior parte dos pais mantém práticas mais
tradicionais relacionadas com a alimentação, como fazer as refeições em família.
As crianças envolvidas demonstraram, numa escala de 5 pontos, uma
“selectividade” média aos alimentos. As crianças mais “selectivas” parecem
consumir menos porções de F&H. A subescala “prazer em comer” do CEBQ
mostrou resultados superiores, com uma média de 3,052, mas parece não estar
associada com o consumo de F&H nas crianças envolvidas.
Mais estudos que relacionem factores sócio-demográficos, familiares e
comportamentais no seu conjunto, e não apenas individualmente, permitirão
perceber mais profundamente quais as razões para o baixo consumo de F&H em
crianças, e melhorar a eficácia das futuras intervenções.
34
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38. Cooke L, Carnell S, Wardle J. Food neophobia and mealtime food
consumption in 4–5 year old children. Int J Behav Nutr Phys Act. 2006; 3: 14.
39. Teresia M. Parenting practices are associated with fruit and vegetable
consumption in pre-school children. Public Health Nutrition. 2009; 13(1), 91-
101.
39
Anexo A: Questionário Aplicado
40
Caro mãe/ pai/ encarregado de educação, o questionário seguinte destina-se a um
estudo relacionado com alimentação, no âmbito de uma licenciatura. As perguntas são
direccionadas a um dos pais (de preferência o que estiver mais envolvido na
alimentação do filho/os) ou, quando impossível, a outro familiar.
Agradeço desde já a sua participação.
Por favor, responda com sinceridade, o questionário é anónimo.
Dados pessoais:
Relação de parentesco: Mãe___ Pai___ Outro_____________
Idade:_____anos
O seu peso:__________ A sua altura:___________
Escolaridade: ___________________
Profissão: _____________
Quantas pessoas vivem em sua casa (incluindo a si)? _____
Por favor descreva o seu agregado familiar:
Grau de parentesco Idade Escolaridade Profissão
Dados do seu filho(a):
Sexo: Feminino___ Masculino___
Data de nascimento: ______ / _____ / _______
Idade: 2 anos___ 3 anos ____ 4 anos____ 5 anos____ 6 anos____
Peso do seu filho(a): _____ kg
Altura do seu filho(a): ______ cm
41
Em baixo encontrará algumas questões sobre si e sobre o seu filho. Por favor assinale
com uma cruz (X) a opção que melhor se adequa aos seus hábitos alimentares.
Algumas questões sobre si:
1. Com que frequência consome fruta
(fresca ou enlatada)?
2. Com que frequência consome
vegetais frescos ou, por exemplo na
sopa, no prato ou em saladas? (Por
ex.: se consome 1 sopa e 1 salada por
dia, então coloque 2 vezes/dia)
Algumas questões sobre o seu filho:
3. O seu filho faz as refeições em casa no mesmo horário que o resto dos elementos
da família? Sim__ Não__
4. O seu filho come os mesmos alimentos que o resto da família? Sim___ Não___
Se não, o que difere?__________________________________________________
5. O seu filho faz as refeições no mesmo local que o resto da família? Sim___ Não___
6. Antes do seu filho iniciar a diversificação alimentar, como o alimentava?
Apenas leite materno___ Leite ou fórmula comercial___ leite materno e leite/fórmula
comercial___
7. Quando introduziu a primeira fruta na alimentação do seu filho? (idade do seu
filho)_______meses
8. Quando introduziu o primeiro vegetal na alimentação do seu filho?(idade do seu
filho)_______meses
Nunca
Menos de 1 vez/semana
1 vez/ semana
2 a 3 vezes/ semana
4 a 6 vezes/ semana
1 vez/ dia
2 vezes/dia
3 vezes/dia
4 a 5 vezes/dia
Mais de 5 vezes/ dia
Nunca
Menos de 1 vez/semana
1 vez/ semana
2 a 3 vezes/ semana
4 a 6 vezes/ semana
1 vez/ dia
2 vezes/dia
3 vezes/dia
4 a 5 vezes/dia
Mais de 5 vezes/ dia
42
9. Com que frequência consome fruta
(fresca ou enlatada)?
10. Com que frequência consome
vegetais frescos ou, por exemplo na
sopa, no prato ou em saladas? (Por
ex.: se consome 1 sopa e 1 salada
por dia, então coloque 2 vezes/dia
Em seguida, seguem-se algumas questões sobre o seu filho e a sua alimentação
diária. Por favor assinale com um (X) a opção que considerar mais adequada.
Em relação às refeições do seu filho(a)
Nunca
1
Rara-
mente
2
Por
vezes
3
Muitas
vezes
4
Sem-
pre
5
11. Tem de se envolver fisicamente com o
seu filho(a) para o obrigar comer (por
exemplo: tem de o agarrar para ele se
sentar na cadeira).
12. Promete ao seu filho algo que não seja
alimento, dizendo por exemplo: ”Se
comeres as ervilhas vamos brincar a seguir
ao jantar”.
13. Torna a comida mais interessante para
que o seu filho(a) coma (por ex: fazendo
bonecos com os alimentos).
14. Faz perguntas ao seu filho(a) sobre a
alimentação durante o jantar
Nunca
Menos de 1 vez/semana
1 vez/ semana
2 a 3 vezes/ semana
4 a 6 vezes/ semana
1 vez/ dia
2 vezes/dia
3 vezes/dia
4 a 5 vezes/dia
Mais de 5 vezes/ dia
Nunca
Menos de 1 vez/semana
1 vez/ semana
2 a 3 vezes/ semana
4 a 6 vezes/ semana
1 vez/ dia
2 vezes/dia
3 vezes/dia
4 a 5 vezes/dia
Mais de 5 vezes/ dia
43
Nunca
1
Rara-
mente
2
Por
vezes
3
Muitas
vezes
4
Sem-
pre
5
15. Diz ao seu filho(a) para comer pelo
menos um pouco dos alimentos que tem
no prato.
16. Fala com o seu filho(a) sobre os
alimentos para o convencer a comer (por
exemplo: “o leite faz-te bem à saúde
porque te torna mais forte”).
17. Diz algo para mostrar o seu desagrado
pelo seu filho(a) não comer.
18. Permite que o seu filho(a) escolha o
que quer para o jantar de entre os
alimentos que já tem preparados.
19. Elogia o seu filho(a) quando ele come
(ex: “Que lindo(a) menino(a)! Comeste as
ervilhas todas!”)
20. Sugere ao seu filho(a) que coma o
jantar dizendo, por exemplo, “O teu jantar
está a ficar frio!”
21. Adverte o seu filho(a) com algo que
não seja comida, dizendo por exemplo, “Se
não comeres a comida toda, não vais
brincar a seguir ao jantar”.
23. diz algo positivo sobre os alimentos
que o seu filho está a comer.
22. Diz ao seu filho(a) para comer algo do
prato (por ex: “come as tuas ervilhas”).
23. Adverte o seu filho(a) que irá retirar-lhe
outros alimentos, dizendo por exemplo: “Se
não acabares de comer as ervilhas, não
comes a fruta”.
24. Diz algo positivo sobre aquilo que o
seu filho(a) está a comer ao jantar.
25. Alimenta o seu filho(a) com colher para
conseguir que ele(a) coma.
26. Ajuda o seu filho(a) a comer (por
exemplo, partindo a comida em pedaços
mais pequenos).
27. Encoraja o seu filho(a) a comer,
recompensando-o com outro alimento (por
ex: “Se comeres os feijões, podes comer a
fruta”).
28. Tem de pedir para o seu filho(a) para
comer o jantar.
44
Ainda em relação ao seu filho (a), por favor assinale a opção que considera mais
adequada:
Nunca
1
Rara-
mente
2
Por
vezes
3
Muitas
vezes
4
Sem-
pre
5
29. O meu filho(a) interessa-se por comida.
30. O meu filho(a) adora comida.
31. O meu filho(a) adora comer.
32. O meu filho(a) esta sempre à espera das
refeições.
33. O meu filho(a) interessa-se por
experimentar alimentos que nunca provou
antes.
34. O meu filho(a) gosta de experimentar
novos alimentos.
35. Perante novos alimentos o meu filho(a)
começa por recusá-los.
36. O meu filho(a) decide que não gosta de
um alimento mesmo que nunca o tenha
provado.
37. O meu filho(a) gosta de uma grande
variedade de alimentos.
38. O meu filho(a) é difícil de contentar com
as refeições.
Muito obrigado pela sua colaboração!
Por favor verifique se respondeu a todas as perguntas, devolva o questionário preenchido
junto da educadora/ auxiliar do seu filho (a).