Upload
grazo
View
283
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 1/78
PROlETO ESTADUAL
orra II
1_
1--(<-<-
:
I = : :
;- =-
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 2/78
CLAuDIO LEMBO
GOVERNADOR DO ESTADO DE sAo PAULO
ALBERTO JOSE MACEDO FILHO
SECRETARIO DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
CARLOS NABIL GHOBRIL
SECRETARIO ADJUNTO DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
ANTONIO VAGNER PEREIRA
CHEFE DE GABINETE
SILVIO MANGINELLI
COORDENADOR DE DESENVOLVIMENTO DOS AGRONEGOCIOS
LUIS FERNANDO CERIBELLI MAD I
COORDENADOR DAAGENCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGOCIOS
JOSE CARLOS ROSSETTI
COORDENADOR DE ASSISTENCIA TECNICA INTEGRAL
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 3/78
PRODUCAo DE MUDAS DE ALTA QUALIDADE EM HORTALICAS 03
1. Escolha do local 06
2. Tamanho do recipiente 07
3. Substrato 08
4.Man~0 10
5. Bibliografia 11
MANEJO DO AMBIENTE EM CULTIVO PROTEGIDO 131. lntroducao 15
2. Por que utilizar 0 cultivo em ambiente protegido? 16
3. Manejo do ambiente protegido 19
3.1. Luminosidade 20
3.2. Temperatura 22
3.3. Umidade relativa do ar 26
4. Referencias 28
CALAGEM EADUBACAo PARA HORTALICAS SOB CULTIVO PROTEGIDO 31
1. lntroducao 33
2. lnterpretacao da analise de solo 333. lnterpretacao da analise foliar 35
4. Calagem 36
5. Adubacao orqanica em pre-plantio 37
6. Caracterfsticas dos fertilizantes utilizados para adubacao de hortal icas sob 38
cultivo protegido
7. Qualidade da aqua para irriqacao e fertirriqacao de hortalicas 42
8. Recomendac;6es de adubacao para hortalicas sob cultivo protegido conforme 43
analise do solo
9. Calculo de fertirriqacao com a mistura de fertilizantes simples 45
10. Sistemas de fertirriqacao em cultivo protegido 47
11. Recomendac;6es de f6rmulas e forrnulacoes de fertilizantes para 0 plantio de 48hortalicas em pequenas areas, nos sistemas convencional e orqanico
12. Referencias biblioqraficas 50
ASPECTOS BAslCOS DO MANEJO DA SOLuCAo NUTRITIVA EM CULTIVO 51
HIDROPONICO
1. lntroducao 53
2. Manejo da solucao nutritiva 56
3. Cultivo de hortalicas de frutos no sistema hidroponico como 0 uso de substratos 59
4. Consideracoes finais 60
Quadro 1 61
Quadro 2 62Quadro 3 63
Quadro 4 65
Quadro 5 66
5. Literatura citada 67
CULTIVO DE PLANTAS AROMATICAS E MEDICINAlS 69
1. lntroducao 71
2. Clima e solo 73
3. Calagem e adubacao 74
4. Plantio 77
5. Tratos culturais 796. Controle fitossanitario 79
7. Col heita 80
8. Literatura consultada 82
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 4/78
r~
'-I
p Q D I I ~ I O D E IPJlISD E A l T A Q U A l lD A D E
E M H O R T A l I ~ A S ~IE:=~:~
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 5/78
PRODUCAO DE MUDAS DE ALTA QUALIDADE EM HORTALICAS
Dra. Valeria A. Modolo 1
Para que um cultivo de qualquer especie de hortalica tenha sucesso e sejadesenvolvido com eficiencia e eficacia torna-se imprescindfvel que se inicie com uma muda
de alta qualidade.
Do ponto de vista pratico, essa muda de alta qualidade, segundo Minami (1995),
deve: ter a constituicao qenetica exigida pelo produtor; ser sadia, sem vestfgios de doencas,
pragas, danos rnecanicos ou ffsicos; nao ser portadora de pat6genos e sementes ou
estruturas de propaqacao de plantas daninhas; ser bem formada, de modo a garantir a
continuidade do desenvolvimento quando colocada em local definitive: ser de facil
transporte e, deve ainda, apresentar custo compatfvel com a necessidade do produtor.
As mudas de hortalicas podem serformadas em canteiros, sendo que, neste caso, as
sementes sao lancadas diretamente no solo e, por ocasiao do transplante, a muda formada eretirada e transplantada para local definitivo. Nesse caso, na retirada parte do sistema
radicular e arrebentado e ap6s 0 transplante e comum notar 0murchamento da muda. Outra
forma de se produzir a muda impedindo que ela sofra esse estresse, e a utilizacao de
recipientes. Nesse caso ha a formacao de um terrae envolvendo 0 sistema radicular
diminuindo 0 choque por ocasiao do transplante.
Alguns fatores tern intensificado a utilizacao de recipientes na producao de mudas de
hortalicas, pois 0 sistema proporciona menor interferencia no sistema radicular, devido ao
nao rompimento das rafzes, evitando ou diminuindo a incidencia de varias doencas, Isto
proporciona maior protecao a muda, maior porcentagem de pegamento e maior
uniformidade. Alern disso, ha uma maior facilidade de manuseio das mudas com torrao e
possibilidade do uso intensivo da area disponfvel.
Varies tipos de recipientes podem ser utilizados para a producao de mudas das
diferentes especies de hortalicas, Dentre eles podemos destacar os copos de papel de
jornal, copos de plastico e sacos plasticos, Estes tipos sao para condicionamento individual
e, de maneira geral, sao confeccionados ou comprados pelo pr6prio agricultor. Outro
sistema de producao de mudas, que possibilitou a abertura de um outro tipo de profissional
na area, 0 produtor de mudas especializado, e aquele que utiliza bandejas ou em
embalagens para condicionamento coletivo. Este sistema nao e recente, pois vem sendo
utilizado ha mais de vinte anos tanto na Europa como nos Estados Unidos e atualmente, ele
viabilizou a producao e a cornercializacao de mudas em larga escala, sendo empregado com
sucesso em varias especies de hortalicas, tais como alface, tomate, pirnentao, pepino,
berinjela, entre outras. Neste sistema, devido aos cuidados oferecidos na fase inicial da
planta, na maioria das vezes tem-se uma semente originando uma planta, otimizando assimo uso das sementes.
1 Pesquisadora do Instituto Agronomico - Centro de Horticultura, CP 28, 13001-970, Campinas, SP.
Email: [email protected]
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 6/78
Para que se obtenha uma muda de alta qualidade, a producao nesse sistema envolve
alguns passos importantes: escolha de local adequado para instalacao da estrutura de
ambiente protegido, tamanho do recipiente a ser utilizado, substrato e manejo (irriqacao,
rnanutencao da temperatura adequada ao desenvolvimento da especie, controle de pragas
e doencas, adubacao, entre outros).
1.Escolha do local
o local deve ser bem arejado, como pouca declividade, boa luminosidade e
disponibilidade de aqua de boa qualidade. Areas com formacao constante de neblina, com
presenca de ventos fortes ou areas pr6ximas a transite excessive, como rodovias, devem
ser evitadas.
Uma vez definido 0 local deve se escolher 0 tipo de estrutura de ambiente protegido a
ser utilizado.
De acordo com 0 formato, as estruturas de protecao podem ser classificadas em:
capela, teto em arco (Figura 1), teto convective, tunel alto, tunel baixo ou de cultivo forcado,
Londrina e dente-de-serra. Os modelos podem ser conjugados ou individuais (Figura 1) e no
seu interior devem ser construfdas bancadas de madeira tratada ou de arame estendido
(Figura 2), para que as bandejas fiquem amparadas e n80 em contato direto com 0 solo. A
simplicidade ou complexidade da estrutura depende do conjunto de fatores clirnaticos tais
como direcao e intensidade dos ventos; fndice pluviornetrico; temperaturas mfnimas e
rnaxirnas durante 0 ana; riscos de geadas ou granizo; radiacao solar; entre outros fatores
como topografia do solo; localizacao, principalmente quanto a altitude e latitude;
disponibilidade de aqua e acesso ao local. Sendo assim, para se definir 0 tipo de estrutura
seria importante dispor de uma serie hist6rica dos dados clirnaticos alern de conhecer as
opcoes tecnol6gicas disponfveis no mercado, para que se consiga uma estrutura eficiente,
segura e econornica.
Figura 1. Modelos de estruturas tipo arco simples e conjugada.
06
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 7/78
Figura 2. Modelos de bancadas para suporte de bandejas. (acima de madeira e abaixo de
arame estendido).
2.Tamanho do recipiente
No mercado ha diversos modelos de bandejas de poliestireno expandido (Figura 3),
de 34 x 68 ern, e tarnbern de plastico, com 144 e 234 celulas (Figura 4), com formas e
volumes de celulas diferentes, podendo ser redondas, piramidais ou cilfndricas. A
profundidade tarnbern pode ser variavel, sendo encontradas bandejas de 47, 60 e 120 mm
de altura. As mais utilizadas para producao de mudas de hortalicas sao as piramidais de
poliestireno expandido, com 128,200 e 288 celulas e 47 mm de altura.
Figura 3. Modelos de bandejas de poliestireno expandido.
07
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 8/78
'B AN D 'E JA (:OM 144 DIVI50'ES
Figura 4. A esquerda bandeja de plastico de 67 cm x 23 cm de largura x 6 cm de altura, com
volume de celula de 16 cm'Adireita badeja de plastico de 53 cm x 27 cm de largura x 6 cm de
altura, com volume de celula de 17 ern"
3. Substrato
Substrato agrfcola ou mistura para cultivo sao dois nomes pelos quais e conhecida a
materia-prima ou mistura de materias-prirnas que, usadas para qerrninacao de sementes ou
enraizamento ou cultivo de plantas, irao exercer a funcao do solo. Sua principal funcao e a
fixacao do sistema radicular para sustentacao da planta. Deve ser um meio saudavel para 0
crescimento das rafzes, bem arejado, estar livre de pragas e doencas, fornecer todos os
nutrientes ou permitir que eles estejam disponfveis as plantas, possuir boa disponibilidade
de aqua e ter estabilidade ffsica. Deve tarnbern apresentar algumas propriedades ffsicas e
qufmicas intrfnsecas importantes para sua utilizacao, tais como: boa capacidade de
retencao de aquas, alta disponibilizacao de oxiqenio para as rafzes, capacidade de
rnanutencao da proporcao correta entre a fase solida e liquida, alta capacidade de troca
cationica (CTC), baixa relacao C /N entre outras. Alern destas propriedades tecnicas, dois
criterios essenciais devem ser considerados na escolha de um substrato agrfcola: custo e
disponibilidade. 0custo de aquisicao deve ser baixo, porern 0 baixo custo de aquisicao nao e
suficiente se nao estiver disponfvel qualquer momento. Quanto a sua origem os substratos
podem ser agrupados em minerais e orqanicos. Dentre os de origem mineral, os mais
utilizados na producao de mudas sao: Areia - material encontrado naturalmente em grande
abundancia sendo quimicamente inerte e constitufdo basicamente por oxide de silicio;
vermiculita: material produzido artificialmente mediante a expansao da mica sob
temperatura de 1.100°C, formando flocos levfssimos, possui em elevado valor de CTC,
pequena inercia qu fmica e e capaz de absorver de 4 a 5 vezes 0 seu proprio peso em aqua; la
de rocha: e fabricada pela fusao a 1600°C de tres materiais diferentes (basalto, calcario e
coke), do ponto de vista qufmico e um material inerte e do ffsico, e um material poroso com
baixa energia de retencao de aqua, 0 que proporciona uma elevada disponibilidade hfdrica
as plantas, e um material extremamente leve e facil de manusear; perlita: material de sflica
branco-cinzento, de origem vulcanica e explorada nas minas de lava, 0 rninerio bruto e
triturado, peneirado e aquecido no forno a 760 "C no qual uma pequena quantidade de
umidade presente nas partfculas transforma-se em vapor, expand indo-as em pequenosqraos esponjosos, muito leves.
08
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 9/78
Os substratos de origem orqanica sao detritos vegetais como casca de arvores,
casca de arroz, palha, serragens. A cornposicao qufmica e variavel dependo da origem do
material. Os maiores inconvenientes sao a alta relacao C /N ou a presenca de substancias
t6xicas. A compostagem previa ajuda a diminuir esses problemas. Do ponto de vista ffsico
esses materiais sao muito porosos e tern uma baixa capacidade de retencao de aqua. No
entanto, sua grande disponibilidade e seu baixo custo tornam sua utilizacao promissora,principalmente em misturas com substratos minerais ou orqanicos de custo elevado.
Podemos destacar: fibra de coco: eo mesocarpo do fruto do coqueiro, suas fibras podem ser
compostadas, secas e comprimidas em blocos para facilitar 0 transporte, para utilizacao os
blocos sao reidratados; turfas: sao constitufdas basicamente por materiais de origem
vegetal, contendo menos de 10% de contaminantes minerais; bagago de cana: fibras de
baqaco de cana de acucar que podem ser encontradas mais facilmente em reqioes
produtoras de acucar e alcool, pois e resfduo do processamento nas usinas; casca de arroz
carbonizada: e 0 resfduo do beneficiamento do arroz e da mesma forma que 0 bagago de
cana, pode ser encontrado mais facilmente em determinadas reqioes; casca de arvores: no
Brasil e abundante a casca de pinheiro como subproduto da exploracao silvicultural de Pinus
spp. e Eucalyptus spp., e um componente bastante utilizado nas misturas de substratos
comerciais.
Para a utilizacao na producao de mudas geralmente e feita a mistura de dois ou mais
substratos. Torna-se importante ressaltar que as caracterfsticas ffsicas e qufmicas da
mistura podem ser diferentes daquelas encontradas em cada componente isolado.
Tarnbern existem no mercado misturas prontas. Geralmente estas misturas sao
compostas de um material de origem mineral (vermiculita, perlita, etc) e outros de origem
orqanica (casca de arvores, casca de arroz carbonizada, humus, etc) a depender da
empresa produtora. Nesse caso, qualquer variacao nao prevista nesta mistura pode resultar
num fracasso total no cultivo. Alern dos efeitos diretos na producao da muda, um substrato
mal formulado pode comprometer tarnbern a producao no campo ap6s 0 transplante. Ao
utilizar, por exemplo, um substrato contaminado por algum fungo 0 horticultor pode estar
introduzindo uma nova doenca no campo. 0mesmo acontece com as plantas dan inhas. Um
substrato pode carregar consigo sementes ou outras estruturas de propaqacao de essas
plantas para area de cultivo e isso podera ser percebido, dependendo do grau de infestacao,
somente ao longo dos ciclos de cultivo quando 0 controle torna-se mais diffcil.
09
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 10/78
4. Manejo
A aqua e fator limitante para a producao da muda. Seu fornecimento deve ser de
maneira adequada, pois tanto a falta quanto 0 excesso podem comprometer 0
desenvolvimento da planta.
A irriqacao e uma pratica agrfcola necessaria na producao de mudas, que visaprincipalmente atender as necessidades no momenta adequado. Para se atingir bons
resultados com 0 uso da irriqacao, varies fatores S80 importantes e devem ser levados em
conta, tais como a selecao de metod os de irriqacao e 0 manejo da aqua (distribuicao,
frequencia, lamina de irriqacao, estimativa do consumo de aqua, caracterfsticas do
desenvolvimento das plantas e sensibilidade ao estresse hfdrico). 0sistema de irriqacao
mais utilizado para producao de mudas em hortalicas no Brasil e a aspersao.
Quanto a nutricao, talvez seja uma parte que rnereca bastante atencao do produtor de
mudas. 0 substrato e totalmente diferente do solo e nem sempre uma adubacao
recomendada para um tipo de substrato pode ser utilizada em outro. A quantidade de
nutrientes no substrato, 0 tipo de adubo, a concentracao de nutrientes na SOlug80 para
aplicacao foliar eo momenta da aplicacao S80pontos que devem ser considerados.
Finalizando, 0 controle fitossanitario tarnbern deve ser realizado quando necessario,
Mas, tratando-se de um ambiente protegido, deve-se ficar atento as causas desses tipos de
problemas. Na maioria das vezes, 0 melhor controle dos fatores envolvidos na producao, tais
como luz, temperatura, umidade e nutricao, podem diminuir ou ate mesmo inibir a ocorrencia
de pragas e doencas,
10
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 11/78
5. Bibliografia
Andriolo, J.A. Fisiologia dasculturasprotegidas. Santa Maria: Ed. da UFSM, 1999. 142p.
Borne, H.R. ProdUC;80de mudas de hottetices. Guafba: Livraria e Editora Aqropecuaria
Uda, 1999. 189p.
Minami, K. ProdUC;80de mudas de alta qualidade em horticultura. Sao Paulo: T. A. Queiroz
Editor Uda, 1995. 128p.
Sade, A. Cultivos Bajo Condiciones Forzadas. Almeria, 139p.
11
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 12/78
r~
'-I
~,M INEJO~D ~
~ A M B I E N T E E MC U lT I I O P R O T E G I D O ~IE:=~:
~
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 13/78
MANEJO DO AMBIENTE EM CULTIVO PROTEGIDO
Luis Felipe Villani Purquerio" e
Sebastiao Wilson Tivelli'
f.Introducao
Oesde 0 aparecimento da industria petroqufmica na decada de 30 e com 0
crescimento da utilizacao do plastico em diversos setores, ja a partir da segunda grande
guerra, n80 ficaria 0 setor agrfcola indiferente ao novo e promissor material que surgia em
diferentes campos de aplicacao, 0 plastico tem sido empregado nas atividades
aqropecuarias com maior participacao na producao de alimentos, substituindo materiais
tradicionais como madeira, vidro, ferro e cimento, com a finalidade de minimizar os custos de
producao e inovar tecnicas tradicionais, para se obter aumento de produtividade. Oessa
forma, a plasticultura pode ser definida como a tecnica da aplicacao dos materiais plasticos
naAgricultura.
No Brasil, a decada de 1980 foi marcante para a area de plasticos na horticultura,
quando se iniciou uma forte atuacao das petroqufmicas. Estas ampliavam seu enfoque na
producao agrfcola, investindo em tubos gotejadores, vasos, silos, imperrneabilizacao de
acudes, tanques e canais, "mulching" e filmes para a cobertura de tuneis e estruturas de
madeira ou rnetalicas, cuja finalidade era a utilizacao como "abrigo", possibilitando a
realizacao do cultivo protegido de plantas.Originalmente 0 cultivo protegido de plantas era feito em ambiente construfdo com
vidro, devido as suas excelentes propriedades ffsicas. Atualmente, 0 polietileno de baixa
densidade (PEBO) e 0 material mais utilizado para a cobertura de "estufas agrfcolas", porque
alern de possuir propriedades que permitem seu uso para essa finalidade como a
transparencia, S80 flexfveis facilitando seu manuseio e possuem menor custo quando
comparados ao vidro.
Com a facilidade de uso desse material, houve grande aumento em seu consumo.
Della Vecchia & Koch (1999), citam que estimativas de crescimento feitas em 1994,apontavam para a virada do rnilenio uma area potencial de producao de hortalicas em
ambiente protegido de 10 mil hectares. Contudo, esta projecao n80 se concretizou, sendo
que em 1999 foi estimado 1390 ha de area coberta com filmes PEBO para 0 cultivo de
hortalicas, Estimativas do mercado na virada do rnilenio indicavam a existencia de cerca de 7
mil hectares cobertos com plastico,
1 Pesquisadores do Instituto Agronomico - Centro de Horticultura, CP 28, 13001-970, Campinas, SP.
Email: [email protected]@iac.sp.gov.br 15
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 14/78
o erro na projecao do consumo de filmes pode ter ocorrido devido a dois motivos:
(a) os tipos de estruturas utilizadas, trazidas originalmente do Japao e Espanha. As de
modelo japones constitufam-se de rnouroes de eucalipto com pe direito baixo (no maximo
com 1,5 m), ou entao tuneis (baixo e alto). Ja 0 modelo espanhol, era confeccionado em
"uma aqua", tipo Londrina. Todos esses modelos eram baseados de pafses do hernisferionorte (latitude superior a 35°N), que possuem condicoes clirnaticas distintas das nossas. Em
funcao dessas peculiaridades, esses modelos nao se adaptaram ao nosso clima (Goto,
2005);
(b) 0 fator manejo do ambiente, das culturas e do solo dentro do mesmo (fertilizacoes), que
teria de ser diferenciado dos pafses do hernisferio norte.
Ainda hoje 0 manejo das culturas em ambiente protegido e um gargalo para 0 sucesso da
atividade. A falta de conhecimento tecnico limita os beneffcios gerados por essa atividade e 0
sucesso do empreendimento.
2. Porque utilizaro cultivo em ambiente protegido?
o clima e um fator que influencia a producao de hortalicas, No verao, as chuvas
demasiadas danificam as hortalicas e criam condicoes favoraveis para 0 aparecimento de
doencas. Por outro lado, 0 frio e os ventos do inverno acabam prolongando 0 ciclo dessas
culturas.
Para auxiliar na resolucao desse entrave podemos lancar mao do cultivo protegido,
que se caracteriza pela construcao de uma estrutura, para a protecao das plantas contra os
agentes meteorol6gicos que permita a passagem da luz, ja que essa e essencial a
realizacao da fotossfntese. Este e um sistema de producao agrfcola especializado, que
possibilita certo controle das condicoes edafoclirnaticas como: temperatura, umidade do ar,
radiacao, solo, vento e cornposicao atrnosferica.
o ambiente protegido pode compreender ser um tunel baixo ou alto, uma estufa
agrfcola com ou sem pe direito ou ate mesmo uma casa-de-veqetacao, onde 0 controle do
ambiente e intensificado. Oentro de alguns tipos de estrutura ou ambiente protegido, pode
ser realizado 0cultivo sem solo, mais conhecido como hidroponico (Figura 1).
16
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 15/78
A
D
Fotos: Purquerio, L. F . V.
Figura 1. Tunel alto (A), tunel baixo (B), estrutura sem pe-direito (C) estrutura com pe-direito (0),
casa-de-veqetacao (E) e estrutura hidroponica tipo NFT dentro de ambiente protegido (F).
17
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 16/78
o uso correto do ambiente protegido possibilita produtividades superiores as
observadas em campo. Segundo Cermefio (1990) a produtividade dentro do ambiente
protegido pode ser 2 - 3 vezes maior que as observadas no campo e com qualidade superior.
Alern do controle parcial das condicoes edafoclirnaticas, 0 ambiente protegido permite a
realizacao de cultivos em epocas que normalmente n80 seriam escolhidas para a producao
ao ar livre. Esse sistema tarnbern auxilia na reducao das necessidades hfdricas (irriqacao),atraves de uso mais eficiente da aqua pelas plantas. Um outro bom motivo para produzir em
ambiente protegido e 0 melhor aproveitamento dos recursos de producao (nutrientes, luz
solar e CO2), resultando em precocidade de producao (reducao do ciclo da cultura) e
reducao do uso de insumos, como fertilizantes (fertirriqacao) e defensivos.
Um exemplo de diferenca de produtividade atingida com e sem 0 uso de ambiente
protegido em diferentes estacoes do ana pode ser acompanhado para a cultura da rucula
atraves da Figura 2 (Purquerio & Goto 2005 e Purquerio et al. 2005).
3,5 3,5
3,0
B •3,0
••
" E 2, 5
~' ( j j " 2, 0
1 il~ 1,5
~
e1. 1,0
•
0, 5
• A mbien le pro legido
- y = 2 ,2 0 0 5 + 0 , 01286x- 0 , 000036 ,( '
R'=0,95• Campo
- y = 1 ,6 2 00 4 + 0 , 01092 x - o ,oooomR'=0,95
" E 2,5
~' ( j j " 2,0
1 il~ 1,5
~""0
e 1011. '
• A mbienle P ro leg ido
y = 1 ,4946 + 0 , 0161x - 0 , 0000387 ,( '
R'=0,90
Campo• y = 0 , 5889 + 0 , 00516x - 0 , 00000882 , ('
R ' = 0 ,9 80,5
o 1 2 0 1 8 0 o 1 2 0 1 8 0 24 0
Dose de nitrogenio (k g ha'') Dose de nitrogenio (kg.ha·l)
Figura 2. Produtividade de rucula, cv. Folha Larga, cultivada em campo e ambiente
protegido no inverno (A) e no verao (B), em funcao de doses de nitroqenio, na colheita.
No inverno, devido as condicoes clirnaticas favoraveis ao cultivo da rucula, seriadispensavel 0 uso do ambiente protegido. Porern, devido ao melhor aproveitamento dos
fatores de producao pelas plantas, que ocorre dentro do mesmo, houve melhor rendimento
das plantas cultivadas no ambiente protegido em relacao as cultivadas em campo. A maior
produtividade verificada no campo com 240 kg ha' de nitroqenio, foi alcancada com 110 kg
ha' de N no ambiente protegido, ou seja, teve-se uma economia de 130 kg ha' de nitroqenio
no cultivo protegido.
Ja no verao, a alta precipitacao pluviornetrica durante 0 ciclo da cultura e sua
concentracao em curtos perfodos de tempo foi prejudicial as plantas cultivadas no campo,
que n80 conseguiram acompanhar a produtividade verificada no ambiente protegido.
18
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 17/78
No campo, alern da menor produtividade tarnbern se observou menor qualidade das
plantas. 0 impacto das gotas de chuva nas folhas, bem como a movirnentacao de partfculas
de solo, danificaram fisicamente as folhas, atrasando 0 desenvolvimento da planta e
diminuindo a qualidade final do produto, a ponto de, na colheita, as folhas nao apresentarem
bom aspecto para a cornercializacao, pois estavam coriaceas, amareladas, danificadas e
sujas (Figura 3).
Fotos: Purquerio, L. F . V .
Figura 3. Danos ffsicos (A) e acurnulo de solo (8) em folhas de rucula, causados pela chuva
em cultivo de campo
Por outro lado, 0 cultivo em ambiente protegido tarnbern apresenta desvantagens,
como 0 alto custo para sua irnplantacao, que pode variar de R$ 30,00 a R$ 60,00 0 rn",dependendo do grau de tecnologia empregada no ambiente. Alern disso, este sistema de
cultivo envolve areas de conhecimento amplas para que 0 manejo das plantas dentro dele
seja bem feito, necessitando de mais conhecimento tecnico para ser realizada com sucesso.
3. Manejo do ambiente protegido
Para se cultivar hortalicas em ambiente protegido e necessario antes de tudo,
conhecer muito bem as especies que serao cultivadas, principalmente quanto as exiqencias
ambientais e nutricionais, ou seja, conhecer as necessidades fisiol6gicas das hortalicas,
Tarnbern, 0 ambiente em que serao plantadas, nao s6 em termos de reqiao, mas de
localizacao, coletando inforrnacoes sobre temperaturas reinantes (maxima e mfnima),
perfodo de maior chuva, predorninancia de ventos, culturas adjacentes e perrnanencia de
uma mesma cultura.
19
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 18/78
3.1. Luminosidade
A radiacao solar e 0 principal fator que limita 0 rendimento das especies tanto no
campo, como em ambientes protegidos, especialmente nos meses de inverno e em altas
latitudes. As distintas reqioes do Brasil, em geral, mostram uma reducao da radiacao solar
incidente no interior do ambiente protegido com relacao ao meio externo de 5 a 35%. Estesvalores variam com 0 tipo de plastico (cornposicao qufmica e espessura), com 0 anqulo de
elevacao do sol (estacao do ana e hora do dia) e tarnbern depend em da reflexao e absorcao
pelo material.
No ambiente protegido a fracao difusa da radiacao solar e maior que no meio externoevidenciando 0 efeito dispersante do plastico, que possibilita que essa radiacao chegue com
maior eficiencia as folhas das hortalicas no seu interior, principalmente as conduzidas na
vertical, ou cultivadas em densidade elevada onde uma folha tende a sombrear a outra
(Figura 4).
Qualquer que seja a reqiao de producao, n80 se pode ter estruturas construfdas ao
lado de arvores ou construcoes que projetam sua sombra sobre 0 ambiente protegido,
mesmo que seja apenas por algumas horas durante 0 dia. Estruturas geminadas, tarnbern
geram faixas de sombreamento sobre as culturas em seu interior (Figura 5).
R_Refletida
lBols~oTermico
Figura 4. Esquema ilustrativo da radiacao dentro do ambiente protegido e projecao
aproximada de "bolsao terrnico'' formado no interior da estrutura.
20
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 19/78
Foto: Purquerio, L. F . V . Fonte: Castilla (2005)
Figura 5. Sombreamento gerado por arvores (A) e calhas em estruturas geminadas (8).
Fonte: Castilla (2005)
Outro ponto a ser observado e a deposicao de poeira sobre 0 filme plastico, que reduz
a luminosidade no interior da estrutura, causando 0 estiolamento das plantas. Quando 0
filme plastico se encontra em boas condicoes e recornendavel sua lavagem (com uma
vassoura de cerdas macias ou com uma espuma que pode ser envolvida num rodo) - Figura
6. Pode-se fazer a lavagem antes do perfodo de inverno.
Foto: Goto, R.
Figura 6. Lavagem do filme plastico usado para cobertura de uma estrutura tipo arco (A) e
detalhe de um rodo revestido com espuma (8).
21
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 20/78
Para os cultivos sensfveis ao excesso de luminosidade, 0 uso de malhas sinteticas de
sombreamento, com 30 a 50% de sombra, colocadas no interior da estrutura a altura do pe
direito, soluciona satisfatoriamente 0 problema.
o uso de ilurninacao artificial em ambiente protegido e uma pratica cultural onerosa,
sendo somente justificada para culturas de alto valor agregado e sensfveis ao fotoperfodo,
como algumas flores e plantas ornamentais.Salienta-se que sempre que se altera a intensidade luminosa no interior do ambiente
protegido, modificam-se, tarnbern outros parametres agrometeorol6gicos, como
temperatura e umidade relativa do ar.
3.2. Temperatura
A temperatura e um fator agrometeorol6gico que exerce influencia sobre as seguintes
fungoes vita is das plantas: qerrninacao, transpiracao, respiracao, fotossfntese, crescimento,
floracao e frutificacao Nos pafses do hernisferio norte, caracterizados por clima temperado
com invernos muito rigorosos 0 ambiente protegido possui a finalidade de aquecimento,
tornando-se uma verdadeira "estufa" para que a producao seja possfvel. Porern, nas
condicoes clirnaticas brasileiras, consideradas tropicais e subtropicais, onde 0 cultivo de
hortalicas e possfvel durante 0 ana todo, 0 aquecimento natural demasiado do ambiente
pode causar problemas no cultivo das plantas.
Para 0 manejo da temperatura do ar e indispensavel a instalacao de um terrnornetro
de maxima e mfnima a 1,5 m de altura, no centro do ambiente protegido, abrigado da
luminosidade direta do sol. As leituras devem ser realizadas diariamente e sempre no
mesmo horatio. Atualmente, tarnbern se dispoe de equipamentos eletronicos conhecidos
como "microllogers", que possuem sensores de temperatura e umidade do ar, que realizam
automaticamente a leitura destas variaveis no momenta desejado.
o manejo da temperatura do ambiente protegido comega pela escolha do tipo de
ambiente a ser utilizado, que esta muito relacionado ao tipo de hortalica que vai se cultivar.
Cada hortalica possui uma necessidade fisiol6gica diferente de temperatura, a qual pode
nao ser atingida em funcao do tipo de ambiente utilizado. Oeve-se entao, prestar atencao em
relacao a altura do pe direito do ambiente quando se pensa em cultivar plantas com
arquitetura mais alta como 0 tomateiro. Para estas culturas, recomenda-se um ambiente
com no mfnimo 3,0 a 3,5 m de altura, de pe direito. Esta deve ser de 0,50 a 1,00 m maior do
que a maxima altura da cultura que sera conduzida (Sade, 1997). A Figura 3 ilustra
aproximadamente 0 "bolsao terrnico'' que se forma numa estrutura do tipo arco onde as
temperaturas sao mais elevadas.
Hortalicas de porte herbaceo podem ser cultivadas em ambientes com pe direito
menor, ou mesmo com a ausencia desse, como e 0 caso dos tuneis de cultivo forcado, porern
sempre se respeitando as necessidades terrnicas da cultura. Quando a temperatura e muitoalta, e posslvel lancar-se mao de recursos para a reducao da mesma.
22
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 21/78
o posicionamento da estrutura pode favorecer a ventilacao natural dentro do
ambiente. Na instalacao do ambiente, deve-se observar a inclinacao do terreno,
principal mente para "estufas" do tipo londrina, pois esta facilita a passagem do ar quente
pela estrutura, com sua safda pela lateral que estiver na parte mais alta do terreno. A
estrutura deve sempre ser instalada com a menor dirnensao (frente), no sentido da corrente
do vento predominante.Outro ponto a ser observado e as cortinas laterais que devem ser sempre m6veis,
para serem fechadas no caso da necessidade de retencao da temperatura atraves do
aquecimento do ar, ou abertas para a safda do ar quente, quando se deseja 0 resfriamento.
Safdas para 0 ar quente, na parte superior das estruturas, conhecidas como lanternim e
janelas zenitais (Figura 7) tarnbern possibilitam 0 resfriamento do interior do ambiente
protegido. Estas podem ser fixas ou m6veis, para serem abertas ou fechadas conforme a
necessidade. Ressalta-se, que essas aberturas no ambiente devem sempre estar a favor do
vento conforme a Figura 8 para que a safda do ar quente seja facilitada; e que tarnbern existe
a necessidade de uma abertura na parte inferior, para provocar 0 fluxo de ar, igualando a
temperatura interna a externa, Figura 9 (Andriolo, 1999) .
. - - - . , .B
Foto: Purquerio, L. F . V .
Figura 7. Tipos de lanternim: fixe ao longo da cumeeira (A) e na forma dejanelas (8).
DIREOCION
rl€l V!ENro
~
------- ~ []E BAI ...
P 1 '1 E500 "T'Fi;A,.
c;(E L .l !t lR E I N Il E FI !-O O
AIRE' S IJE iE ! "OROON' I iECOON IfP Ofl EL -rmo-
Figura 8. Esquema da succao criada pelo vento do ar quente existente dentro do ambienteprotegido pela abertura superior (Ianternim). Fonte: Castilla, 2005.
23
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 22/78
/I
Figura 9. Esquema de ventilacao de um ambiente protegido onde existe entrada de ar pelas
laterais e safda pelas aberturas superiores (Ianternim). Fonte: Castilla, 2005.
ouso de telas sinteticas de sombreamento (30 a 50%) e de pincelamento com tinta
ou cal, embora sejam relativamente eficientes na dirninuicao da temperatura, tarnbern
diminuem a luminosidade, 0 que nem sempre e desejado. No mercado tarnbern existe a
disposicao dos produtores uma tela aluminizada (40 ou 50%) que, instalada na altura do pe-
direito de estruturas com 3,0 a 4,0 m de altura, proporciona reducao da temperatura sem
influirdemasiadamente na luminosidade (Figura 10).
Foto: Purquerio, L. F . V .
Figura 10. Telas aluminizadas colocadas no interior do ambiente protegido.
24
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 23/78
Porern, se 0 objetivo for a reducao da temperatura com telas sinteticas de
sombreamento, estas devem ser colocadas de 0,5 a 0,8 m por cima da cumeeira da
estrutura, nunca dentro do ambiente protegido.
A nebulizacao e um outro recurso disponfvel para a reducao da temperatura no
interior dos ambientes protegidos. Para a aqua passar de seu estado Ifquido para 0 gasoso
ela necessita de calor. Oessa forma, atraves da pulverizacao de gotfculas de aqua dentro doambiente protegido, com auxflio de um sistema de nebulizacao ou ''fogger'' consegue-se a
reducao da temperatura do ar, pela rnudanca no estado ffsico da aqua (Figura 11). A
utilizacao de nebulizadores como instrumento de controle de temperatura, tarnbern esta
relacionada com a umidade relativa do ar dentro do ambiente. Como exemplo, Andriolo,
(1999) cita que um ambiente que se encontrava com temperatura do ar em torno de 35DCe
umidade relativa do ar de 40%, quando teve sua umidade elevada para 100% apresentou
uma queda na temperatura, chegando ate 21DC.
Figura 11. Nebulizacao dentro de ambiente protegido.
Ressalta-se, que a nebulizacao n80 tem a funcao de irrigar. 0manejo incorreto dos
nebulizadores pode causar efeitos negativos na cultura, em funcao do molhamento da parte
aerea da planta e aumento da umidade relativa dentro do ambiente protegido, que
acarretara outros problemas como 0 aparecimento doencas fUngicas e bacterianas.
Para algumas reqioes do Brasil, a elevacao da temperatura do ar dentro do ambiente
protegido em alguns meses ou em alguns dias dos meses de inverno e necessaria. 0modo
mais econornico para 0 aquecimento do ambiente e atraves do manejo das cortinas laterais
que S80 abertas no perfodo da martha, ap6s a temperatura interna do ar atingir seu maximo
valor, sendo posteriormente fechada a tarde, quando a temperatura decresce. Assimprocura-se acumular 0 ar quente dentro do ambiente para que a noite a planta tenha
25
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 24/78
temperaturas maiores que a externa. Caso esse manejo nao seja suficiente para elevacao
da temperatura no interior do ambiente protegido, 0 produtor pode lancar mao de caldeiras (a
gas, eletrica, a lenha), que permitem 0 aquecimento do ambiente com ar ou aqua quente,
que sao distribufdos por meio de canos ou tubulacoes de plastico pelo ambiente. Em geral
essa operacao acaba aumentando 0 custo de producao,
Todas essas praticas sao efetuadas para manter a temperatura ideal para 0
crescimento e desenvolvimento das culturas. Por exemplo, 0 tomateiro necessita de
temperaturas diurnas medias em torno de 22 a 28°C. Temperaturas acima de 30 a 32°C
prejudicam 0 pegamento de frutos.
A planta de pepino e considerada uma cultura subtropical que nao tolera
temperaturas baixas. A faixa ideal de temperatura e de 27 a 30°C de dia e 18 a 19°C de noite,
durante 0 crescimento vegetativo e 27 a 28°C diurnos durante 0 florescirnento/frutiflcacao.
Quando a temperatura dentro do ambiente protegido alcanca valores mais elevados, podem
ocorrer disturbios fisiol6gicos como 0entortamento de frutos e aborto de flores e frutos.
Com relacao a temperatura do solo, pode-se mante-ls dentro da faixa mais adequada
para a cultura com um manejo muito simples, a irriqacao. No verao, a irriqacao e 0manejo da
temperatura do ar contribuem para a rnanutencao dentro da faixa ideal para a cultura. 0
produtor deve estar atento a temperatura do solo, principal mente no infcio do
desenvolvimento da cultura e quando utilizar "mulching" plastico, No inverno, as irriqacoes
devem ser feitas preferencialmente no perfodo da martha para que haja tempo do solo
aquecer durante 0 dia. Em outras palavras, nao devemos irrigar as plantas de tardezinha,
pois as rafzes irao passartoda a noite em um solo frio.
3.3. Umidade relativa do ar
A umidade relativa do ar no interior de um ambiente protegido e determinada
diretamente pela temperatura, numa relacao inversa entre ambas. Ela pode variar num
perfodo de 24 horas de 30 a 100%, sendo que diminui durante 0 dia e aumenta durante a
noite.
Ela esta vinculada ao equillbrio hfdrico das plantas, onde um deficit pode alterar a
evapotranspiracao, alterando a capacidade do sistema radicular de absorver a aqua e 0
nutriente. Oessa forma, 0 manejo da umidade do ar, tarnbern vai depender da cultura
visando-se atender sua fisiologia de crescimento e desenvolvimento.
Para 0manejo da umidade dentro do ambiente protegido e necessaria a instalacao de
um hiqrornetro ou um termo-hiqrornetro, cujas leituras deverao ser registradas diariamente
ao meio dia (12h). A localizacao desse instrumento deve ser a mesma citada para 0
terrnornetro de maxima e mfnima. Com 0 monitoramento, 0 produtor podera previamente
estabelecer as estrateqias a serem adotadas no transcorrer da cultura para manter a
umidade relativa dentro dos limites da faixa ideal de cada cultura.Um efeito do excesso deumidade do ar no interior dos ambientes protegidos e a sua condensacao na face interna do
26
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 25/78
filme plastico de cobertura e conseqi..iente reducao na transrnitancia da radiacao solar. Para
algumas culturas mais sensfveis, a queda dessas gotas promove 0 aparecimento de
manchas nas plantas. Atualmente existem no mercado filmes plasticos "anti-gotejo", que
auxiliam as gotas formadas a escorrer pelo lado interno do plastico para as laterais da
estrutura. Oeve-se ressaltarque 0 desenho da estrutura (formato) auxilia esse processo.
Para a ocorrencia da maioria das doencas a umidade e um fator essencial, sendo quepara elas terem um 6timo desenvolvimento, a umidade do ar deve estar acima de 80%.
Portanto, atraves do manejo correto da umidade tarnbern se pode diminuir a incidencia de
doencas e conseqi..ientemente gerar reducao no uso de defensivos agrfcolas, diminuindo 0
custo de producao,
Salienta-se que 0 correto manejo da umidade tarnbern se faz necessario para a
aplicacao de defensivos agrfcolas e fitorreguladores, sendo que esses produtos n80 devem
ser aplicados com menos de 55% de umidade relativa, pois sua eficiencia pode ser reduzida.
Aalta umidade do ar tarnbern pode influir no aparecimento de desordens fisiol6gicas, como a
deficiencia de calcic em folhas jovens em expansao, devido ao deficiente transporte desse
elemento em funcao da restricao evapotranspirativa (Lorenzo Mfnguez, 1998, citado por
Martins et al. 1999).
Em algumas situacoes, 0 excesso de umidade dentro do ambiente protegido eproveniente da localizacao da estrutura. Isso ocorre quando ela e instalada em baixadas
sujeitas ao acurnulo de neblina ou pr6ximas aos lagos e represas. Nesses casos pouco se
pode fazer; se possfvel, deve-se mudar a estrutura de local, pois 0 excesso de umidade
durante 0 dia, ao reduzir a transpiracao, pode reduzir a producao,
Um dos tratos culturais que influencia diretamente a umidade relativa do ar no cultivo
protegido e a irriqacao, sendo que esta deve ser realizada corretamente, atraves de
monitoramento portensiometria ou pela evapotranspiracao da cultura.
No manejo da umidade do ar, a ventilacao do ambiente pode auxiliar tanto para aumentar
como para diminuir a mesma.
Outras medidas de manejo podem ser adotadas para se elevar a umidade, como a
pulverizacao das plantas com aqua. Nesse caso a aqua pulverizada ao evaporardas plantas
ira elevar a umidade e diminuir a temperatura.
Tarnbern se pode molhar os carreadores para aumentar a umidade, controlando
sempre a quantidade de aqua colocada para que no final da tarde 0 Ch80 dos carreadores
estejam secos. E finalmente n80 se deve utilizar "mulching" plastico nos cultivos, em reqioes
ou epocas sujeitas a baixas umidades do ar.
27
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 26/78
4. Referenclas
ANDRIOLO, J.L. Fisiologia das culturas protegidas. Santa Maria, Editora UFSM, 1999.
141p.
CASTILLA, N. Invernaderos de plastico Tecnologia y manejo. Madrid: Mundi Prensa.
2005. 462p.
CERMENO, Z. S. Estufas lnstalacao e maneio. Lisboa: Litexa. 1990. 355p.
DELLA VECCHIA, P. T.; KOCH, P. S. Hist6ria da producao de hortalicas em ambiente
protegido no Brasil.lnformeAgropecuario, Belo Horizonte, v.20, n.200/201, p. 5-10,1999.
GOTO, R. Ambiente Protegido no Brasil: Hlstorlco e Perspectivas. In: AGUIAR, R. L.,
DAREZZO, R. J., FOZANE, D. E., AGUILERA, G. A. H., SILVA, D. J. H. Cultivo em Ambiente
Protegido: Hist6rico, Tecnologia e Perspectivas.Vicosa: UFV, 2004, p. 9-19. 2004.
GOTO, R.; HORA, R. C. da.; DEMANT, L. A. R. Cultivo protegido no Brasil: hlstorlco,
perspectivas e problemas enfrentados com sua utlllzacao, In: BELLO FILHO, F.;
SANTOS, H. P. dos; OLIVEIRA, P. R. D. de. Serninario de Pesquisa sobre Fruteiras
Temperadas. Bento Goncalves, RS. Programas e Palestras. Embrapa Uva e Vinho, junho,
p.27-29.2005.
MARTINS, S.R. Desafios da plasticultura brasileira limites s6cio-economicos e tecnol6gicos
frente as novas e crescentes demandas. Horticultura brasileira, Brasflia, v.14, n.2, p.133-
138, nov. 1996.
MARTINS, S.R.; FERNANDES, H.S.; ASSIS, F.N. ; MENDEZ, M.E.G. Caracterizacao
clirnatica e manejo de ambientes protegidos: a experiencia brasileira. Informe
Agropecuario, Belo Horizonte, v.20, n.200/201, p. 15-23, 1999.
PURQUERIO, L.F.V.; GOTO, R.; DEMANT, L.A.R. Producao de rucula cultivada com
diferentes doses de nitroqenio em cobertura via fertirriqacao e espacarnento entre plantas
em campo e ambiente protegido no inverno. In: Anais do Congresso Brasileiro de
Olericultura, 45. Horticultura Brasileira, v.23, agosto, 2005. Suplemento CD-ROM.
PURQUERIO, L.FV.; GOTO, R. Doses de nitroqenio em cobertura via fertirriqacao e
espacarnento entre plantas sobre a cultura da rucula, em campo e ambiente protegido. In:
Anais do Congresso lberico de Ciencias Hortfcolas, 5. Congresso Iberoamericano deCiencias Hortfcolas, 4. Porto: Actas Portuguesas de Horticultura, n.5, v.1, maio, 2005.
28
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 27/78
SADE, A. Curso de plasticultura e fertlrrlqacao, Piracicaba: Departamento de
Horticultura, ESALQ/USP, 1994. 351p. (Mimeogr.).
SIQUEIRA, C. E. M. A lrnportancla dos materiais plastlcos na agricultura do Brasil e do
mundo. In: Programa de plasticultura para 0 Estado de Sao Paulo. Sao Paulo: Associacao
dos EngenheirosAgronomos do Estado de Sao Paulo, 1995, p.108-1 09.Apostila.
TIVELLI, S.W. Manejo do ambiente em cultivo protegido. In: GOTO, R.; TIVELLI, S.W.
Producao de hortallcas em ambiente protegido: condlcoes subtropicais. Sao Paulo,
Fundacao Editora da UNESP, 1998. p. 15-30.
29
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 28/78
r~
I'-
-i?"'S5
C IW lG I M E A D U B l e i O-
P A R A _ H O R T A l I C A S S O B
C U lT I I O P R O T E G I D O
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 29/78
CALAGEM E ADUBACAO PARA HORTALlCA5 SOB CULTIVO PROTEGIDO
Paulo Espfndola Trani 1
1. lntroducao
Vem crescendo a demanda por informacoes sobre a aplicacao de calcario e fertilizantes
em hortalicas cultivadas sob estufa plastics.
De uma maneira geral as produtividades de hortalicas sob cultivo protegido, tais como
pirnentao, tomate e pepino, S80 duas ate quatro vezes superiores as produtividades obtidas
no campo, a ceu aberto. Isso tem estimulado a realizacao de novas pesquisas cientfficas
voltadas a definicao sobre novas quantidades e maneiras de aplicacao de fertilizantes neste
moderno sistema de producao,
o presente trabalho tem como finalidade apresentar inforrnacoes e recornendacoes
sobre 0 manejo de corretivos e fertilizantes para 0 sistema de producao de hortalicas sob
cultivo protegido.
2.lnterpretac;ao da analise de solo
Pesquisas realizadas no lnstituto Aqronornico de Campinas, com relacao a adubacao
de hortalicas baseiam-se no conceito da producao relativa, ou seja, levam em conta a
resposta das culturas aos nutrientes aplicados atraves da adubacao, Esse conceito e
aplicado principalmente para a interpretacao dos teores de f6sforo e potassic dos solos. 0
qrafico a seguir (Figura 1) mostra, como exemplo, a relacao entre as producoes relativas das
culturas (incluindo hortalicas) e os teores de potassic no solo.
100
90
I
I
I
I
I
I
MUlTO I I
BAIXO : BAIXO I
I
I
MEDIO ALTOMUlTOALTO
~ 70
~
~...JW0: :
o.«o-~oo0: :0..
K+o 0,7 1,5 3,0 ,0
mrnof/dm"
Figura 1. lnterpretacao para os teores de potassic no solo e producao relativa de hortalicas,
Producao relativa para 0 potassic = Producao com adubacao NP X 100
Producao com adubacao NPK
1Engenheiro Aqronorno, do Insti tuto Aqronornico de Campinas, e-mail: [email protected]
33
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 30/78
Com base neste conceito as adubacoes indicadas conforme os teo res de nutrientes
do solo sao as seguintes:
Teor muito baixo: Adubacoes rnaxirnas, inclusive visando elevar 0 teor do nutriente no solo.
Teor baixo: Adubacoes elevadas, ainda visando elevar 0 teor do nutriente do solo.
Teor rnedlo: Adubacoes moderadas, para garantir a producao e manter ou elevar 0 teor donutriente do solo.
Teor alto: Adubacoes leves de rnanutencao ou de arranque e para manter 0 nutriente na
faixa de teores altos.
Teor muito alto: Podem ser dispensadas adubacoes para culturas menos exigentes e que
retirem poucos nutrientes com as colheitas.
A tabela 1 apresenta a interpretacao da analise do solo visando a calagem e a
adubacao de hortalicas em geral (campo e cultivo protegido).
Tabela 1. Limites de lnterpretacao de P,K, Ca, Mg, 5 e V% em solos.
Teor K (trocavel) P(resina) Ca (trocavel) Mg (trocavel)8- 80
4-- V
mmol.zdm" rnq/drn" rnrnot/drn" rnrnot/drn" rnq/drn" %
muito baixo 0,0 - 0,7 0-10 0-4 0-2 0-2 0-25
baixo 0,8 - 1,5 11- 25 5 -10 3-5 3-5 26 - 50
medic 1,6 - 3,0 26 -60 11- 20 6 -10 6 -10 51 -70
alto 3,1-6,0 61 - 120 21 - 35 11- 15 11- 15 71 - 90
muito alto > 6,0 > 120 > 35 >15 >15 > 90
Os nutrientes calcic e rnaqnesio sao fornecidos principalmente atraves da calagem
que consiste na aplicacao de corretivos de acidez, sendo 0 principal deles 0 calcario
dolomftico. As quantidades de calcario a serem aplicadas sao calculadas conforme a
porcentagem de saturacao por bases (V%) do solo. Outros fertilizantes que contem calcic e
rnaqnesio, tais como 0 nitrato de calcic, sulfato de calcic, termofosfatos, sulfato de potassic e
rnaqnesio, nitrato de rnaqnesio e sulfato de rnaqnesio, tarnbern podem ser utilizados por
ocasiao do plantio das hortalicas, ou em cobertura, depend endo da caracterfstica de cada
fertilizante, quanto a sua maior ou menor solubilidade em aqua.
A interpretacao para os nfveis de calcic deve ser adotada com cautela devendo se
levar em conta a textura do solo. Assim e que 15 rnrnol, de Ca'Ydrn" de solo pode ser
considerado como teor medic a alto em solo arenoso e teor medic a baixo em solo argiloso.
A interpretacao para os nfveis de enxofre (8) na forma de sulfato (804) que e a maisdisponfvel as plantas, tarnbern e apresentada na tabela 1.
Com relacao aos micronutrientes presentes no solo, a interpretacao visando a
adubacao de hortalicas, e apresentada na tabela 2.
34
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 31/78
Tabela 2. Limites de lnterpretacao dos teores de micronutrientes em solos 1.
Teor B Cu Fe Mn Zn
rnq/drn" rnq/drn" rnq/drn" rnq/drn" rnq/drn"
Baixo 0-0,30 0-0,2 0-4 0-1,2 0-0,5
Medic 0,31 - 0,60 0,3 - 0,8 5 -12 1,3 - 5,0 0,6 -1,2
Alto > 0,60 > 0,8 > 12 > 5,0 > 1,2
1 Boro extrafdo por aqua quente; Cu, Fe, Mn e Zn extrafdos pelo DTPA.
Com relacao ao nitroqenio (N) este e fornecido com base na sua extracao pelas
plantas e exportacao pelas colheitas.Um indicativo do teor de nitroqenio no solo e a
quantidade de materia orqanica do mesmo. Cerca de 5% da materia orqanica do solo e
constitufda por nitroqenio total. No entanto, este nem sempre esta em forma disponfvel as
plantas. As formas de N no solo, disponfveis as plantas, como a nftrica (N03) e a amoniacal
(NH4+)ou mesmo as nao disponfveis, sao instaveis ou seja, sao sujeitas a rapidas rnudancas,
devido as acoes dos microorganismos na mineralizacao da materia orqanica, as lixiviacoes
provocadas pelas aquas da chuva ou irriqacao, etc.
Os teo res de materia orqanica do solo indicam tarnbern, a textura (granulometria) do
solo. Considera-se solo arenoso aquele que contern materia orqanica ate 15 g/dm3, solo de
textura media aquele com materia orqanica entre 16 e 30 g/dm3 e solo argiloso aqueles com
materia orqanica entre 31 a 60 g/dm3. Sempre que possfvel, e interessante realizar a analise
qranulcmetrica (textura) do solo para se conhecer as reais quantidades de areia, silte e argila
domesmo.
3.lnterpretac;ao da analise foliar
A analise foliar e uma ferramenta fundamental na afericao mais precisa para as
recornendacoes de doses de macro e micronutrientes em hortalicas,
As partes das plantas a serem amostradas, a epoca de amostragem, 0 nurnero de
plantas a serem coletadas e a interpretacao das analises foliares para algumas hortalicas
conduzidas sob cultivo protegido sao apresentadas respectivamente nas tabelas 3; 4 e 5.
Ressalte-se que e importante a adocao desses criterios de amostragem para permitir a
correta interpretacao dos resultados das analises, Caso nao seja possfvel amostrar as
hortalicas nas epocas indicadas deve-se fazer duas amostragens, coletando as plantas
"com anomalias" separadamente das plantas aparentemente "normais", possibilitando
comparar os resultados. Isso perrnitira obter boas conclusoes quanto a possfveis problemas
de deficiencia ou toxidez de nutrientes.
35
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 32/78
Tabela 3. Amostragem de hortallcas para analise foliar
Hortalica Descricao da amostragem
Alface Folhas recern desenvolvidas, da metade a 2/3 do cicio: 15 plantas
Berinjela Pecfolo de folha recern desenvolvidas: 25 plantas.
Pepino 5a folha a partir da ponta, excluindo 0 tufo apical, no infcio do florescimento: 20 plantas.
Pirnentao Folha recern desenvolvida, do florescimento a metade do cicio: 25 plantas
Tomate Folha com pecfolo, por ocasiao do 1° fruto maduro: 25 plantas
Tabela 4. Faixas de teores adequados de macronutrientes nas folhas de hortallcas,
N P K Ca Mg S
Hortalica g/kg g/kg g/kg g/kg g/kg g/kg
Alface 30- 50 4-7 50 -80 15 -25 4-6 1,5-2,5
Berinjela 40- 60 3 -12 35-60 10 -25 3 -10 -
Pepino 45- 60 3 -12 35-50 15 - 35 3 -10 4-7
Pimentao 30 - 60 3-7 40 -60 10 - 35 3 -12 -
Tomate 40- 60 4-8 30 -50 14 -40 4-8 3 -10
Tabela 5. Faixas de teores adequados de micronutrientes nas folhas de hortallcas,
Cultura B Cu Fe Mn Mo Zn
mg/kg mg/kg mg/kg mg/kg mg/kg mg/kg
Alface 30 - 60 7 -20 50 -150 30 -150 0,8 - 1,4 30 -100
Berinjela 25-75 7 -60 50 - 300 40 - 250 - 20 - 250
Pepino 25- 60 7 -20 50 - 300 50 - 300 0,8 - 1,3 25 -100
Pimentao 30 - 100 8-20 50 - 300 30 - 250 - 30 -100
Tomate 30 - 100 5 -15 100 - 300 50 - 250 0,4 - 0,8 30 - 100
4. Calagem
A necessidade da calagem e determinada pela porcentagem de saturacao por
bases do solo e a tolerancia da especie de hortalica ao menor ou maior grau de acidez
do solo. A equacao para calculo da calagem e dada por:
NC = CTC (V 2 - V 1}
10 PRNT
na qual NC e a necessidade de calagem, em t /ha; a CTC ( ou t ) e a capacidade de troca de
cations do solo expressa em mmol.rdm' de solo; V 1 = saturacao por bases dada pela analise
do solo; V 2 = saturacao por bases que se pretende atingir (de uma maneira geral entre 70 e
80%). a dose de calcario obtida com essa equacao e adequada para corrigir 0 solo em 20 cm
de profundidade. se 0 calcario for incorporado em outra profundidade que n80 20 cm, a NCprecisa ser corrigida proporcionalmente.
36
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 33/78
A incorporacao do calcario deve ser feita ate 20 a 30 cm de profundidade, pois
diversas hortalicas tem 0 sistema radicular tao profundo como culturas extensivas. Oentre as
hortalicas de sistema radicular profundo cultivadas em estufa agrfcola pode-se citar 0
tomate. Com 0 sistema radicular moderadamente profundo destacam-se pirnentao, pepino,
berinjela, me180, salsa e cebolinha. Entre aquelas de sistema radicular pouco profundo
citam-se a alface, chic6ria e alrneirao,Aaplicacao do calcario deve serfeita pelo menos 30 a 40 dias de antecedencia ao
plantio utilizando-se de preferencia 0 calcario finamente mofdo ("filler") com PRNT de 80 a
90% ou parcialmente calcinado (PRNT 90 a 100%). Caso seja encontrado apenas 0 calcario
comum (PRNT de 60 a 70%) este deve ser incorporado ao menos 60 dias antes do plantio
das hortalicas, Oeve-se preferir os calcarios que contenham boa quantidade de rnaqnesio
em sua cornposicao, como os dolomfticos (acima de 12% de MgO).
5.Adubacao orqanlca em pre-plantlo,
A adubacao orqanica para hortalicas sob cultivo protegido apresenta as seguintes
vantagens:
a) Melhora as condicoes ffsicas do solo, diminuindo, por exemplo, os problemas de
cornpactacao de solos, freqi.iente no sistema de cultivo protegido.
b) Oiminui a incidencia de nemat6ides visto que os adubos orqanicos em geral possibilitam 0
desenvolvimento nos solos de microorganismos uteis que tem acao antaqonica aos
nemat6ides.
c) Fornece, ainda que parcialmente, nutrientes as plantas de maneira gradual e continua.
Oentre os fertilizantes orqanicos indicados para utilizacao em culturas sob cultivo
protegido, destacam-se 0 humus de minhoca, 0 composto orqanico e a torta de mamona pre-
fermentada. Oeve-se evitar a utilizacao de adubos orqanicos crus ou mal curados, pois
podem trazer prejufzos as mudas de hortalicas ap6s transplante, isso porque n80 ha tempo
suficiente entre a aplicacao de tais adubos e seu processo completo de cura ("humificag80")
no solo.
Recomenda-se um perfodo de 15 a 30 dias entre a aplicacao do fertilizante orqanico
eo plantio das mudas de hortalicas.
As quantidades dos fertilizantes orqanicos a serem aplicadas dependem tarnbern de
sua disponibilidade local e do custo do transporte e aplicacao, A incorporacao dos adubos
orqanicos, sempre que possfvel, deve ser feita desde a superffcie ate uns 30 cm de
profundidade. A tabela 6 mostra as recornendacoes de adubacao orqanica para diferentesgrupos de hortalicas, valido tanto para 0 cultivo protegido, como no campo, a ceu aberto.
37
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 34/78
Tabela 6. Recomendacoes de adubacao orqanlca para hortallcas no campo
(A ceu aberto) e sob cultivo protegido.
Esterco bovino bem Esterco de Torta de mamona
Grupo de curtido ou Composto galinha/frango sulnos (pre-ferrnentada)
hortalicas e ovinos
kq/rn" de canteiro
Folhosas
(alface, rucula, etc.) 2-4 0,5 - 1 0,1 - 0,2
Frutos
(tomate, pirnentao, etc.) 2-4 0,5 - 1 0,1 - 0,2
Bulbos e Rafzes
(cebola, cenoura, etc.) 1 - 2 0,25 - 0,50 0,02 - 0,05
Obs: Maiores doses de fertilizantes orqanicos para solos de fertilidade baixa.
Aplicar 15 a 30 dias antes do plantio. Incorporar a 20 a 30 cm de profundidade em area
total de canteiro.
6. Caracteristicas dos fertilizantes utilizados para adubacao de hortallcas sob cultivo
protegido.
Os fertilizantes aplicados em pre-plantio para hortalicas sob cultivo protegido devem
preferencialmente ser aplicados de 10 a 15 dias antes do plantio e incorporados em areatotal dos canteiros ou nos sulcos de plantio. Devido ao menor custo e boa eficiencia
aqronornica, recomenda-se para 0 pre-plantio a utilizacao dos fertilizantes de solubilidade
parcial em aqua e em acidos fracos, como 0 superfosfato simples, superfosfato triplo, 0
termofosfato, farinha de ossos, no caso dos fosfatados e 0 cloreto e potassic e sulfato de
potassic no caso dos potassicos, Ainda em pre-plantio, onde sao aplicadas moderadas
quantidades de nitroqenio e tarnbern possfvel a utilizacao de fertilizantes como a ureia,
sulfato de amenia e nitrato de arnonio, entre outros de menor custo em relacao aos
nitrogenados altamente soluveis, Tais fertilizantes, porern, nao devem ser aplicados demaneira indistinta e por perfodos continuos, pois poderao causar problemas de salinizacao e
acidificacao do solo.
Com relacao aos adubos de cobertura, aplicados em p6s-plantio ate a colheita das
hortalicas, e fundamental a utilizacao de fertilizantes de alta solubilidade em aqua ja que
estes sao aplicados via irriqacao, em geral por gotejamento e, portanto, devem ter alto poder
de dissolucao na aqua evitando-se assim 0 entupimento dos equipamentos. Entre as
principais fontes destacam-se 0 rnonoarnonio fosfato(MAP purificado), nitrato de calcic,
nitrato de potassic e 0 fosfato rnonopotassico (MKP) como eficientes fontes de nutrientes
via fertirriqacao para as hortalicas sob cultivo protegido.
38
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 35/78
As tabelas 7 e 8 mostram as cornposicoes e caracterfsticas qufmicas de fertilizantes
comerciais utilizados para adubacao de hortalicas em geral.
Tabela 7. Cornposlcao, teores de nutrientes e solubilidade de fertilizantes comerciais.
Fertilizante Formula Teor do elemento(%) Solubilidade (gIL)
20 DC 25 DC
Nitrogenados
Nitrato de Am6nio NH4N03 33 1.950 -
Nitrato de Calci o Ca(N03l2 15(N)20(Ca) 1.220 3410
Nitrato de S6dio NaN03 16 730 920
Sulfato de Am6nio (NH4)S04 20(N)24(S) 710 -
Urei a CO(NH2l2 45 1.030 1190
Uran NH4N03+CO(NH2l2 32 Alta Alta
Fosfatados
Superfosfato Ca(H2P04l2 2H2O+CaS04 18(P20S) 20(Ca) 12(S) 20 -
Simples
Superfosfato Triplo Ca(H2P04l2 2H2O 43(P20S) 12(Ca)1 (S) 40 -
Acido Fosf6rico H3P04 55(P2OS) 460 5480
Potas stcos
Cloreto de Pot ass io KCI 60 347 -
Sulfato de Pot as si o K2S04 50(K20) 18(S) 110 -
Sulfato duplo de K2S04 .2MgS04 22(K20) 10(Mg) 22(S) 250 -
Potas sio e Maqne sic
Nitrogenados-F osfatados
Fosfato Monoam6nico NH4H2P04 1O(N) 52(P2OS) 230 -
(MAP)
MAP purificado (MAP) NH4H2P04 11(N) 60(P2OS) 370 -
Fosfato Diam6nico (NH4l2HP0
417(N) 44(P2OS) 430 -
(DAP)
Fosfato de Urei a CO(NH2l2H3P04 18(N) 44(P2OS) 625 Alta
Nitrogenados-Potassicos
Nitrato de Pota ssi o KN03 13(N) 44(K2O) 320 -
Salitre Pota ssic o NaN03 KN03 15(N) 14(K2O) 623 -
39
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 36/78
Tabela 7. Cornposlcao, teores de nutrientes e solubilidade de fertilizantes comerciais
(contlnuacao),
Fertilizante Formula Teor do elemento (% ) Solubilidade (gIL)
20 DC 25 DC
Fosfo-Potassicos
Fosfato Mon opotassic o KH2P04 51(P20S) 33(K2O) 230 330
(MKP)
Fosfato Bip ota ssic o K2HP04 40(P20S) 53(K2O) 1.670 -
Calcicos
Cloreto de Calci o CaCI25H2O 20 670 -
pentahidratado
Cloreto de Calci o CaCI2 .2H2O 27 980 -
Bihidratado
Sulfato de Calci o CaS04 . 2H2O 18(Ca) 16(S) 2,4 -
(gesso)
Magnesianos
Nitrato de maqn esi o Mg(N03l2 6H2O 9(Mg) 11(N) 720 -
Sulfato de rnaqn esio Mg(S04l2 . 7H2O 9,5(Mg)12(S) 710 -
Micronutrientes
Borax Na2B40y. 10H2O 11 21(1) -
Solubor Na2Ba013 4H2O 20 220(1) -
Aeido B6rieo H3B03 17 63(2) -
Molibdato de s6dio Na2Mo04 2H2O 39 580 -
Molibdato de (NH4)6Moy024 4H2O 54(Mo) 7(N) 430(1) -
am6nio
Sulfato de eobre CUS04 . 5H2O 25(Cu) 12(S) 240 -
Sulfato ferroso FeS04 7H2O 19(Fe) 10(S) 330 -
Sulfato de ferro Fe(S04h 4H2O 23(Fe)18(S) 240 -
Cloreto Ierrico FeCI3 6H2O 20(Fe)30(CI) 92 -
Sulfato de manq anes MnS04 4H2O 25(Mn)14(S) 1.050(1 ) -
Sulfato de zineo ZnS04 7H2O 21(Zn)11(S) 960 -
heptaidratado
(1) Solubilidade a 0 -c . (2) Solubilidade a 30 -c .
40
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 37/78
Tabela 8. lndlce salino, condutividade eletrlca, indice de acidez e alcalinidade e pH de
fertilizantes comerciais.
Fertilizantes indice salino(1) Condutividade indice de acidez pH em
eIIHrica(2)(dS/m) e alcalinidade(3) agua (1:10)
Nitrato de Arnon!o 105 1,5 + 62 5,6
Ureia 75 - + 71 7,3
Sulfato de Arnon!o 69 2,1 + 110 4,2
Nitrato de Ca!c!o 52 1,2 - 20 6,5
Nitrato de S6dio 100 - - 29 9,6
Uran - 1, 1 + 57 -
Fosfato Mono amonico 30 0,8 + 58 4,5
(MAP)
Fosfato Diarnonico 34 - + 75 7,5
(DAP)
Fosfato de Ure !a - 1,2 - 2,7
Acido Fosf6rico - 1,7 + 110 2,6
(54% P2OS)
Cloreto de Pot as s io 116 1,7 0 5,8
Sulfato de Pot as s io 46 1,4 0 5,7
Nitrato de Pot as s io 74 1,3 - 6,5
Sulfato de Pot as s io 43 - 0 5,3
e Magnesio
Salitre Pot as sico 92 - - 29 -
Fosfato Monop otas s ico 8 0,7 0 4,5
(MKP)
(1) indice relativo ao nitrato de s6dio (valor 100).
(2) Determinada na concentracao de 1 g de fertilizante por litro de agua.
(3) Sinal+(acidez): kg de CaCO, necessario para neutralizar 100 kg de fertilizante
Sinal - (alcalinidade): kg de CaCO,"adicionados" pela aplicacao de 100kg de fertilizante
41
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 38/78
7. Qualidade da agua para irrigac;ao e fertlrrlqacao de hortallcas
E fundamental ter 0 conhecimento da qualidade da aqua que sera utilizada tanto
para irriqacao como para fertirriqacao das hortalicas cultivadas sob estufa agrfcola ou a
campo (a ceu aberto). A tabela 9 apresenta as faixas de nfveis crfticos ou valores rnaxirnos
de diversos parametres, acima dos quais poderao ocorrer problemas.
Tabela 9. Faixas de valores maxlmos ou niveis criticos de diferentes para metros na
agua de irrigac;ao e fertlrrlqacao para hortallcas,
Parametros * Valores maximos Parametres Valores maximos
pH 7,0 - 7,5 Si 5 -10
C.E .. (dS / m) 0,5 - 1,2 Pb 0,1
RAS 3-6 Co 0,05 - 0,10
Bicarbonatos 60 - 120 Ni 0,2 - 0,5
S61idos soluveis480 - 832 AI 5
totais (TDS)
Na 50-70 F 0,2 -1,0
Ca 80 - 110 Mo 0,01 - 0,1
Mg 50 - 110 Se 0,01 - 0,02
N total 5-20 V 0,1
NOT 5 -10 Li 0,07 - 2,50
N H 4+ 0,5- 5 Cr 0,05 - 0,10
NOr 1,0 Be 0,1 - 0,5
SO 4- 100 - 250 As 0,05 - 0,10
H2S 0,2 - 2,0 Ba 1,0
K 5 -100 Hg 0,002
P 30 Cd 0,01
CI 70 - 100 CW 0,2
Fe 0,2-1,5 Sn 2,0
Mn 0,2 - 2,0 Fen6is 0,001
Cu 0,2-1,0 Col. fecal ** 1.000
Zn 1,0 - 5,0 Col. total ** 5.000
B 0,5-1,0
* valores em mg/L com excecao do pH, C.E. eRAS ( Relacao de Adsorcao de S6dio)
** coliformes em nmp (nurnero mais provavel) em 100 ml de aqua
42
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 39/78
8. Recomendacoes de adubacao para hortalicas sob cultivo protegido conforme
analise do solo.
A seguir sao descritas as recornendacoes de adubacao de hortalicas conforme os
teo res de nutrientes no solo, com base inclusive na extracao e exportacao de nutrientes
pelas hortalicas, Foram feitas algumas rnodificacoes nas quantidades e epocas de aplicacaorecomendadas originariamente para cultivo no campo, adequando-se para 0 sistema de
cultivo protegido.
Aadubacao no solo em pre-plantio deve ser realizada em toda area do canteiro ou
no sulco de plantio. Recomenda-se a aplicacao do calcario e fertilizantes desde a superffcie
ate uns 20 a 30 cm de profundidade para proporcionar melhor crescimento e distribuicao do
sistema radicular das plantas.
o parcelamento dos fertilizantes a serem aplicados em cobertura deve levar em
conta, a marcha de absorcao de nutrientes da cultura. Para as hortalicas de maneira geral
considera-se que 10 % dos nutrientes sao aplicados no primeiro quarto do ciclo da cultura
(infcio de crescimento); 20 % dos nutrientes sao aplicados na segunda fase de
desenvolvimento; 40 % dos nutrientes sao aplicados na terceira fase do ciclo (perfodo de
maier formacao de massa verde de folhas e frutos) e 30 % na quarta fase do ciclo da cultura.
Oependendo da especie e do grupo de hortalicas (folhas, rafzes e frutos), nutrientes como 0
potassic tem a sua aplicacao concentrada na etapa da maxima producao de frutos.
As tabelas 10; 11; 12 e 13 mostram as quantidades de nutrientes necessaries
para diversas hortalicas produzidas sob cultivo protegido.
Tabela 10. Recomendacoes de adubacao para plantio de alface, alrnelrao, chlcorla,
rucula, couve de folhas', salsa' e cebolinha', sob cultivo protegido, conforme teores
de nutrientes no solo.
P (resina), rnq/drn" K trocavel, mmol.zdrn"Nitroqenio
0-25 I 26-60 I >60 0-1,5 I 1,6-3,0 I >3,0
N, kg/ha P205, kg/ha K20, kg/ha
40 400
I300
I200 120
I80
I40
1 Aplicar para salsa, cebolinha e couve de folhas, 2/3 dos nutrientes acima indicados.
Misturar os adubos minerais ao solo, pelo menos 10 dias antes da semeadura
ou transplante das mudas. Acrescentar, a adubacao mineral de plantio a ser aplicada, 1 kg
de B/ha e 3 kg de Zn Iha para todas as hortalicas acima citadas.
43
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 40/78
Adubacao mineral de cobertura:
Alface: 60 a 120 kg/ha de N; 20 a 40 kg/ha de P205 e 30 a 60 kg/ha de K20, parcelando as
aplicacoes em doses diarias ou em dias alternados, atraves da fertirriqacao.
Alrnelrao e Chic6ria: 60 a 120 kg/ha de N, parcelando as doses atraves da fertirriqacao,
Couve de folhas: 60 a 120 kg/ha de N e 20 a 40 kg/ha de K20, parcelando as doses atraves
da fertirriqacao. Acada 30 dias pulverizar as plantas com 0,5 9 de molibdato de amenia e 1 9
de acido b6rico por litro de aqua.
Cebolinha: 60 a 90 kg/ha de Ne 20 a 40 kg/ha de K20, parcelando atraves da fertirriqacao.
Rucula: 120 a 150 kg/ha de N, parcelando as doses atraves da fertirriqacao,
Salsa: 30 a 60 kg/ha de Ne 20 a 40 kg/ha de K20, parcelando as doses na fertirriqacao.
As quantidades maiores ou menores de nutrientes dependerao da analise do solo, analise
foliar, cultivar utilizado e produtividade esperada.
Tabela 11. Recomendacoes de adubacao para plantio de abobrinha e pepino sob
cultivo protegido, conforme teores de nutrientes no solo.
P (resina), rnq/drn" K trocavel, mrnol.rdrn"Nitroqenio
0-25 26-60 I >60 0-1,5 1,6-3,0 I >3,0
N, kg/ha P205, kg/ha K20, kg/ha
40 400 300 I 200 160 90 I 60
B, rnq/drn" Cu, rnq/drn" Zn, rnq/drn"
0-0,30 >0,30 0-0,2 I 0,3-1,0 >1,0 0-0,5 I >0,5
B, kg/ha Cu, kg/ha Zn, kg/ha
1 0 4 I 2 0 3 I 0
Adubacao mineral de cobertura:
Aplicar 60 a 120 kg/ha de N; 40 a 80 kg/ha de P205 e 80 a 120 kg/ha de K20,
parcelando atraves da fertirriqacao,
As quantidades maiores ou menores de nutrientes dependerao da analise do
solo, analise foliar, cultivar utilizado e produtividade esperada
44
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 41/78
Tabela 12. Recomendacoes de adubacao para plantio de plmentao, pimenta-horticola,
berinjela e jilo, sob cultivo protegido, conforme teores de nutrientes no solo.
P (resina), mg/dm" K trocavel, rnrnot/orn" Zn, mg/dm"Nitroqenio
0-25 I 26-60 I >60 0-1,5 I 1,6-3,0 I >3,0 0-0,5 I >0,5
N, kg/ha P205, kg/ha K20, kg/ha Zn, kg/ha
40 520 I 240 I 120 150 I 90 I 60 3 I 0
Acrescentar a adubacao de plantio 1 kg/ha de Be de 20 a 30 kg/ha de S.
Aplicar 2/3 destas doses de nutrientes no plantio para a cultura do jil6.
Adubacao mineral de cobertura:
Aplicar de 80 a 160 kg/ha de N; 60 a 100 kg/ha de P205 e 80 a 160 kg/ha de K20,
parcelando atraves da fertirriqacao,
As quantidades maiores ou menores de nutrientes dependerao da analise de
solo, analise foliar, cultivar utilizado e produtividade esperada.
Tabela 13. Recomendacao de adubacao para plantio de tomate sob cultivo protegido,
conforme teores de nutrientes no solo.
P (resina), mg/dm" K trocavel, mmol.zdrn"Nitroqenio
0-25 I 26-60 >60 0-1,5 I 1,6-3,0 I >3,0
N, kg/ha P205, kg/ha K20, kg/ha
60 800 I 500 300 240 I 160 I 90
B, rnq/drn" Zn, rnq/drn"
0-0,30 0,31-0,60 I >0,60 0-0,5 I 0,6-1,2 I >1,2
B, kg/ha Zn, kg/ha
2,5 1 I 0 5 I 3 I 0
Acrescentar a adubacao de plantio 20 a 40 kg/ha de S.
Adubacao mineral de cobertura:
Aplicar de 200 a 300 kg/ha de N; 60 a 120 kg/ha de P 205 e 120 a 240 kg/ha de K20,
parcelando as doses atraves da fertirriqacao.
As quantidades menores ou maiores de nutrientes a serem aplicados dependerao
da analise de solo, analise foliar, cultivar utilizado e produtividade esperada.
9. Calculo de fertlrrlqacao com a mistura de fertilizantes simples.
A seguir sera apresentado 0 calculo de fertirriqacao, considerando-se a
necessidade do nutriente por area plantada (kg/ha) independentemente do volume de aquaaplicado.
45
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 42/78
Exemplo: considerando a recornendacao para 0 pirnentao, sob cultivo protegido, no perfodo
de 40 a 50 dias ap6s plantio, as seguintes quantidades de nutrientes: 1,70 kg/ha de N; 0,58
kg/ha de P205 e 3,00 kg/ha de K20 pordia.
Dispomos dos seguintes fertilizantes:
MKP: fosfato rnonopotassico (52% de P205 e 34% de K20)
KN03: nitrato de potassic (13% de N e 46% de K20)
NH4N03: nitrato de amenia (33% N)
a) Adubacao fosfatada (fonte: MKP)
Sao necessaries 0,58 kg/ha de P205/dia
100 kg de MKP . 52 kg P205
x . 0,58 kg P205 necessaries
x = 100 x 0,58 = 1,11 kg/ha de MKP / dia
52
b) Adubacao potassica (fontes: MKP e KN03)
100 kg MKP 34 kg K20
1,11 kg MKP x kg K20
x = 1,11 x 34 = 0,38 kg/ha de K20 / dia
100
Sao necessaries 3,00 kg/ha de K20 /dia
K20 contido no MKP = 0,38 kg
quantidade de K20 que falta = 3,00 - 0,38 = 2,62 kg/ha de K20 / dia
100 kg KN03
Y
. 46 kg K20
. 2,62 kg K20
y = 100 x 2,62 = 5,69 kg/ha de KN03 / dia
46
46
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 43/78
c) Adubacao nitrogenada (fontes: KN03 e NH4N03)
Sao necessaries 1,70 kg/ha de N / dia
N do KN03:
100 kg KN03
5,69 kg KN03
13 kg N
x
x = 0,74 kg de N
Quantidade de N que falta = 1,70 kg - 0,74 = 0,96 kg/ha de N / dia
100 kg NH4N03 _ 33 kg N
Z _ 0,96 kg N
z = 100 x 0,96 = 2,91 kg/ha de NH4N03 / dia
33
Conclusao: Sao necessaries para atender as recornendacoes de 1,70 kg/ha de N; 0,58
kg/ha de P205e 3,00 kg/ha de K20 por dia, os seguintes fertilizantes: 1,11 kg/ha de MKP;
5,69 kg/ha de KN03 e 2,91 kg/ha de NH4N03 por dia.
Observacao: No caso de se utilizar Ca(N03)2 (nitrato de calcic), aplica-lo separadamente do
MKP ou MAP, para evitar a formacao de fosfatos de calcic insoluveis, que em quantidades
elevadas podem causar problemas de entupimentos dos "bicos" de safda dos qctejadores.
Uma solucao pratica e aplicar os produtos separadamente de rnanha e a tarde. Ex: MKP +KN03 de rnanha e Ca(N03)2 a tarde.
Outra opcao e a utilizacao de acido fosf6rico (HP04) (55 a 70% P205)com fonte de
f6sforo, por ser um produto de baixo custo unitario quanto ao kg de P205-Oeve-se tomar
cuidado na rnanipulacao do acido fosf6rico devido ao perigo potencial a saude humana e a
corrosao de alguns equipamentos rnetalicos.
10. Sistemas de fertlrrlqacao em cultivo protegido.
Pode-se citar tres sistemas de fertirriqacao utilizados para hortalicas cultivadas sob
estufa aqrlcola. °primeiro e aquele que utiliza mangueiras achatadas em forma de fitas ou
tripas, na superffcie ou sub-superffcie do solo_ Essas mangueiras contern micro-oriffcios, as
vezes na forma de poros, As mangueiras de irriqacao podem ou nao ser cobertas com
plasticos colocados ao longo das linhas plantadas com hortalicas, Outro sistema de
fertirriqacao e atraves de tubo - gotejadores que sao dispostos ao longo das linhas de
irriqacao e gotejam aqua com fertilizantes dissolvidos sobre vasos de plastico com
substratos diversos,
47
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 44/78
No caso da producao de mudas de hortalicas a fertirriqacao pode ser realizada no
sistema de rnicro-aspersao e nebulizacao, onde e importante irrigar-se com aqua limpa ap6s
a aplicacao dos fertilizantes altamente soluveis para que nao ocorra "queima" das folhas por
possfveis resfduos. Ainda um quarto sistema, menos utilizado e 0 de aplicacao dos
fertilizantes na aqua de inundacao onde as mudas dentro de copinhos perfurados, sao
colocadas sobre "piscinas", onde ocorre a absorcao de aqua e nutrientes pelas plantas.
11. Recomendacoes de formulas e forrnulacoes de fertilizantes para 0 plantio de
hortallcas em pequenas areas, nos sistemas convencional eorqanlco,
Sao apresentadas a seguir duas cornposicoes para a f6rmula de fertilizantes 4-14-8
com os micronutrientes boro e zinco.
A f6rmula 4-14-8 e de uso freqi.iente como fertilizante aplicado em pre-plantio de
hortalicas em pequenas areas. Mesmo assim devera ser realizada a analise de solo para se
poder calcular as quantidades mais precisas a serem aplicadas por area. Recomenda-se
em solos de baixa fertilidade a aplicacao de 250 a 300 9 de 4-14-8 por rn " de canteiro,
naqueles solos de media fertilidade devem ser aplicados 150 a 200 9 de 4-14-8 por rn " de
canteiro e nos solos de alta fertilidade sao suficientes 50 a 100 9 de 4-14-8 por m2 de canteiro.
Tabela 14. Composlcao de dois fertilizantes recomendados para adubacao em pre-
plantio de hortas nos sistemas orqanico e convencional.
4-14-8 (+8 +Zn) orqanico (100 kg da formula)
Torta de mamona pre-ferrnentada 10 kg
Termofostato (17% P205) com Be Zn 25 kg
Farinha de ossos autoclavada (27% P205) 17 kg
Fosfato Natural Ativado (28% P205) 18 kg
Sulfato de Potassic e Maqnesio 30 kg
4-14-8 (+8 +Zn) convencional (100 kg da formula)
Sulfato de amenia 20 kg
Superfosfato simples (18% P205) 54 kg
Superfosfato triplo (43% P205) 10 kg
Cloreto de potassic 14 kg
Sulfato de zinco 1,5 kg
B6rax 0,5 kg
Tais forrnulacoes sao de simples prepare e podem ser produzidas na pr6pria
propriedade ou ate encomendadas as misturas de Empresas de Fertilizantes no sistema de
aquisicao cornunitaria, pelos horticultores.
Com relacao aos fertilizantes para aplicacao em cobertura no sistema orqanico,
pode-se citar como fontes de nitroqenio a torta de mamona pre-ferrnentada (4 a 5% de N),
48
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 45/78
a farinha de casco e chifres bovinos (14% de N), a farinha desangue (10 % de N), a farinha
de pescado (5 a 7% de N). Como fonte de potassic pode-se citar 0 sulfato de potassic e
rnaqnesio (Sulpomag ou K-MAG, com 18% de K20); a casca de cafe compostada ou
fermentada (3 a 4 % de K20) e 0mosto de rnelaco de cana (5 %). Os produtos poderao ser
aplicados separadamente ou misturados. Porern em qualquer maneira de aplicacao todos
os fertilizantes orqanicos devem sofrer processo previo de cura (hurnificacao) para naocausarem danos as plantas. Tais produtos devem ser incorporados ao solo ao lado das
hortalicas, nos canteiros e nao devem ser misturados com a aqua de irriqacao, pois sao de
baixa solubilidade. Tais fertilizantes liberam gradativamente os nutrientes ao solo.
Oeve-se sempre proceder a uma avaliacao econornica, determinando-se a
relacao custo / beneffcio dos sistemas de cultivo de hortalicas no campo, a ceu aberto e sob
cultivo protegido. Oentre os fatores a serem considerados citam-se a especie de hortalica a
ser cultivada, a epoca do ano, os equipamentos a serem utilizados e a qualificacao da mao
de obra empregada.
49
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 46/78
12. Referenclas bibliograticas
OLIVEIRA, C.R.; BARRETO, E.A; FIGUEIREDO,G.J.B.; NEVES, J.P.S.; ANDRADE,
L.A;MAKIMOTO, P.;DIAS, W.T. Cultivo emAmbiente Protegido. Campinas, Coordenadoria
deAssistencia Tecnica Integral, 1997.31 p. (Boletim Tecnico, 232).
RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A; FURLANI, A M. C. Recornendacoes de
Adubacao e Calagem para 0 Estado de Sao Paulo, 2.ed. rev. ampl. Campinas, Instituto
Aqronornico & Fundacao lAC, 1997.285 p. (Boletim Tecnico, 100)
RIBEIRO, AC.; GUIMARAES, P.T.G.; ALVAREZ V,VH.(eds.)Recomendagoes para 0 usa
de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais 5a aproximacao.Vicosa - Comissao de
Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999.359 p.
TRANI, P.E. & CARRIJO, 0. A Fertirriqacao em Hortalicas, Campinas, Instituto
Aqronornico, 2004. 58 p.
Agradecimentos
°autor agradece ao Sr. Andre Luis Trani do Instituto de Qufmica de Sao Carlos
(USP) pela revisao e cornposicao final deste trabalho e ao Dr. Sebastiao Wilson Tivelli (IAC-
Centro de Horticultura) pelo convite e incentivo a elaboracao do trabalho.
50
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 47/78
A S P E C OS R A S I C O S M A N E IO
D A s O l u c l o N U T R I T I I A E M
C U l T I I O H ID -O P O N I C O
r~
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 48/78
ASPECTOS BAslCOS DO MANEJO DA SOLUCAO NUTRITIVA
EM CULTIVO HIDROPCNICO
Fernando Cesar Bachiega Zambrosi 1
Pedro Roberto Furlani 2
1. lntroducao
o crescimento da populacao e a sua concentracao nos grandes centres urbanos
estao gerando a crescente necessidade de producao de alimentos, porern, n80 apenas em
quantidade, mas tarnbern com qualidade. Neste contexto, 0 cultivo hidroponico surge como
importante alternativa para auxiliar a suprir esta demanda. Atraves desse sistema e possfvelatingir produtividades elevadas mantendo a qualidade do produto, requerendo para tal,
pouco espaco ffsico. Alern disso, esse tipo de cultivo pode ser realizado durante 0 ana todo.
A hidroponia e uma tecnica de cultivo em ambiente protegido, na qual 0 solo e substitufdopela SOlug80 nutritiva, onde estao contidos todos os elementos essen cia is ao
desenvolvimento das plantas. Esta tecnica e tarnbern conhecida como cultivo sem solo. A
palavra hidroponia e originada da juncao de dois radicais gregos hidro, que significa aqua e
ponos, que significa trabalho. E um sistema de producao relativamente antigo, mas que
somente a partir da decada passada apresentou crescimento expressivo da area cultivada
no Brasil.
Em cornparacao ao sistema convencional (cultivo no solo), 0 sistema hidroponico
apresenta algumas vantagens, que merecem destaque: (I) maior produtividade, (II)producao durante 0 ana todo; (III) produtos mais limpos e de melhor qualidade, (IV) obtencao
de melhores precos pelo produto colhido; (V) menor necessidade de m80 de obra e melhor
ergonomia no trabalho, (VI) maior eficiencia no uso da aqua e nutrientes.
No entanto, tem maior custo inicial de irnplantacao e necessita maior conhecimento tecnico
para sua realizacao, sobretudo, em relacao ao manejo nutricional das plantas e do ambiente
de producao,
Para iniciar a atividade, e importante que os interessados procurem maior interacao
com a referida tecnica, por meio da realizacao de cursos, leituras de manuais e boletins
tecnicos, ou consulta a centro de pesquisas e universidades. Esta etapa de farniliarizacao do
produtor com 0 cultivo hidroponico e fundamental para 0 futuro de seu empreendimento.Para 0 sucesso do cultivo no sistema de hidroponia, podemos mencionar alguns
procedimentos basicos, que de certo modo S80 aplicados em outros tipos de atividade
agrfcola. 0 agricultor deve verificar qual sera 0 destine de sua producao, ou seja, se a
mesma tera colocacao no mercado. Em relacao ao produto a ser plantado, escolher aquele
com boa aceitacao pelos consumidores, e que n80 tenha maiores dificuldades para a
cornercializacao.
1 Centro de Solos e Recurso Ambientais (Instituto Aqronornico - lAC).
2 Centro de Solos e Recurso Ambientais (Inst ituto Aqronornico - lAC); Conplant.53
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 49/78
Quanto aos aspectos tecnicos do sistema produtivo, e essencial: (I) escolher 0 localadequado para a construcao da estufa agrfcola ou ambiente protegido, (II) analisar a aqua
antes de utiliza-la para 0 prepare da SOlug80nutritiva, (III) montar corretamente as estruturas
necessarias, (IV) escolher 0 cultivar mais indicado para a reqiao, (V) produzir mudas sadias
e vigorosas, (VI) monitorar a ocorrencia de pragas e doencas, (VII) atender as exiqencias
nutricionais das plantas com 0 correto prepare e manejo da SOlug80nutritiva.Atualmente existem varies sistemas de cultivo hidroponico, que S80 escolhidos em
funcao dos objetivos do produtor, do produto a ser cultivado e das estruturas ja disponfveis
na propriedade.Aseguirsera descrito um sistema bem difundido e de ampla adocao entre os
produtores de hortalicas,
Sistema NFl (Nutrient film technique) ou tecnlca do fluxo laminar de nutrientes: ecomposto basicamente de um tanque de SOlug80nutritiva, sistema de bombeamento, canais
de cultivo e um sistema de retorno ao tanque. A SOlug80 nutritiva
ebombeada aos canais e
escoa por gravidade formando uma fina lamina de SOlug80,que irriga as rafzes das plantas.
o reservat6rio deve ficar abaixo do nfvel do solo, para facilitar 0 retorno da SOlug80 por
gravidade e minimizar 0 aquecimento da SOlug80.0reservat6rio pode ser feito de fibra de
vidro ou PVC, sem a necessidade de revestimento interno, mas, se for de fibrocimento ou
alvenaria, existe a necessidade de fazer a imperrneabilizacao com resinas n80 t6xicas para
evitar que a SOlug80 nutritiva com pH de 5,0 a 6,5 reaja com 0 cimento, que e alcalino,
produzindo uma SOlug80com aspecto leitoso (Rodrigues, 2002). 0tamanho do reservat6rio
deve ser dimensionado em funcao do nurnero de plantas que se pretende cultivar e alimentar
com 0 volume da SOlug80 armazenada. Para alface, recomenda-se uma relacao de
volume/planta n80 inferior a 0,5. Porern, n80 se recomenda 0 usa de reservat6rios com
volumes superiores a 5.000 litros, pois 0 manejo qufmico (correcao de pH e condutividade
eletrica) e morose e de diffcil execucao na pratica (Furlani, 1998).
o canal de cultivo e 0 local responsavel pelo crescimento e sustentacao das plantas e
por onde escorre a SOlug80 nutritiva que banha as rafzes, fornecendo aqua e os nutrientes
para as planta em crescimento, por isso a conformacao do canal, profundidade e largura,
influem na qualidade final do produto colhido. Existem varies tipos de canais que S80
utilizados: telhas de amianto, tubos de PVC e tubos de polipropileno. Esses canais ficam
apoiados em estruturas denominadas de bases de sustentacao, que devem ficar espacados
no maximo 1,2 m para conferir maior estabilidade os perfis. Ao Iongo da mesa de cultivo
(perfis + base de sustentacao) deve haver um desnfvel para que a SOlug80 percorra os
canais por gravidade e assim retorne ao reservat6rio, de onde sera bombeada novamente
para a parte mais alta da mesa. Este declive deve estar ao redor de 5% (desnfvel de 0,5 m
entre a parte mais alta e a mais baixa da mesa para um comprimento total de 10m).
54
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 50/78
o comprimento maximo da mesa deve estar ao redor de 30 m, para que a mesma n80
fique muito alta ou muito baixa em funcao de atender 0 desnfvel necessario e assim dificultar
o trabalho. Mesas muito longas tarnbern dificultam a aeracao da SOlug80 e acentua as
diferencas na concentracao de nutrientes ao longo da mesa (Furlani et aI., 1999), alern de
dificultar a desinfeccao dos canais (Rodrigues, 2002). A largura da mesa deve ser de no
maximo 2,0 m para facilitar a acao dos trabalhadores no local.A frequencia de circulacao da SOlug80 na mesa de cultivo pode ser comandada por
um timerou temporizador, que regula 0 tempo de funcionamento da bomba, a qual deve ficar
deve ficar instalada abaixo do nfvel superior do deposito para que trabalhe "afogada" e n80
tenha problemas de entrada de ar na succao, 0 que pode interromper seu funcionamento, e
assim causar danos irreparaveis nas plantas devido a falta de irriqacao (Furlani, 1998).
Segundo este mesmo autor, a capacidade da bomba deve contemplar a necessidade da
vaZ80 requerida nas mesas de cultivo, acrescida de 50%, para compensar as perdas de
cargas nas tubulacoes e propiciar a instalacao de um retorno ao deposito para oxiqenacao e
hornoqeneizacao da SOlug80.Alern disso, 0 tempo de funcionamento da bomba (irriqacao) e
repouso (drenagem) e variavel em funcao da especie vegetal, da epoca do ano, da idade da
planta e das condicoes ambientais de umidade e temperatura. Durante 0 dia, pode ser
adotado tempo de funcionamento de 15 minutos, enquanto a noite, a irriqacao pode ser
suspensa, exceto em noites muito quentes e secas, que deve ser realizada uma a duas
vezes em intervalos bem espacados,
Um dos grandes problemas enfrentados no cultivo hidroponico, principalmente em
reqioes muito quente e na epoca do verao e 0 aquecimento exagerado da SOlug80nutritiva,
que pode reduzir 0 O2 na SOlug80nutritiva e provocar 0 escurecimento e a morte das rafzes.
Desta maneira, na instalacao das estruturas e importante que sejam tomadas
medidas no intuito de amenizar esta situacao, como por exemplo: utilizar canais de cultivos,
encanamentos e reservatorio com cores claras; enterrar 0 encanamento e 0 reservatorio no
solo (Furlani et aI., 1999).
No cultivo hidroponico, as mais variadas especies de plantas podem ser cultivadas, as quais,
segundo Rodrigues (2002), podem serdivididas em:
1) Flores: crisanterno, cravo, gerbera, orqufdea, anturio, qeranio, copo-de-Ieite, hortensia,
rosa e outras.
2) Forrageiras: aveia, alfafa, centeio, milho, cevada, sorgo, triguilho, azevern, outras.
3) Frutos: me180,morango, rnarnao, outras.
4) Hortallcas: alface, aqriao, alrneirao, aspargo, cebolinha, chicoria, espinafre, rucula,
tomate, berinjela, pirnentao, pimenta, outros.
55
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 51/78
2.Manejo da Solucao nutritiva
A SOlug80nutritiva e 0 meio pelo qual os nutrientes previamente dissolvidos na aqua
S80 colocados a disposicao das plantas e, e tida como uma das partes mais importantes de
todo 0 sistema hidroponico, sendo que 0 mau uso desta pode acarretar series preju fzos para
as plantas. Furlani et a/. (1999) salientam que muitos cultivos hidroponicos n80 obternsucesso, principalmente devido ao desconhecimento dos aspectos nutricionais desse
sistema de producao, 0 qual requer forrnulacao e manejo adequados das solucoes
nutritivas.
Diversas solucoes tern sido usadas com sucesso pela pesquisa, mas nenhuma
SOlug80 nutritiva e superior a outras no que diz respeito a sua cornposicao, pois as plantas
tern acentuada capacidade de se adaptarem em diferentes condicoes nutritivas. 0
adequado fornecimento de nutrientes esta diretamente relacionado com 0 volume de
SOlug80, estadio de desenvolvimento das plantas, taxa de absorcao de nutrientes e
frequencia de renovacao e reposicao de nutrientes na SOlug80 nutritiva. 0meio n80 e 0
principal no cultivo de plantas. Ela serve meramente como um sistema inerte para levar a
SOlug80 nutritiva ate as rafzes. Muitos esforcos tern sido investidos na forrnulacao de
solucoes nutritivas. Muitas cornposicoes tern sido bem sucedidas e ha pouca probabilidade
de que qualquer cornbinacao particular de concentracoes e proporcoes de sais se prove
decididamente superior a qualquer outra, embora a busca por estas seja constante (Epstein
& Bloom, 2006).
o incorreto manejo da SOlug80nutritiva esta entre os principais fatores de insucesso
no cultivo de plantas no sistema hidroponico. Portanto, e um aspecto que deve receber uma
atencao especial por parte do produtor, sobretudo pelo impacto que detern sobre a
produtividade e qualidade da producao.Asolucao nutritiva deve ser monitorada diariamente,
completando-se 0 volume do reservat6rio com aqua e promovendo-se ap6s uma boa
homoqeneizacao, as medidas de pH e condutividade eletrica (CE). ACE e monitorada com
auxflio de um condutivfmetro e fornece inforrnacao indireta sobre a concentracao de
nutrientes e a necessidade de reposicao destes a SOlug80 nutritiva. Entretanto, a CE n80
informa a concentracao individual de cada elemento, sendo para tal, necessario a realizacao
de analises qufmicas.
o pH e medido com auxflio de peaqarnetros e, em geral, valores compreendidos na
faixa de 5,0-7,0 S80 os mais indicados, por ser a faixa de pH em que as plantas apresentam
um melhor cresci mento, isto, porque 0 pH influi no equillbrio de oxido-reducao, na
solubilidade de varies constituintes e na forma ionica dos elementos, e conseqi..ientemente
na disponibilidade dos mesmos (Epstein & Bloom, 2006). Valores abaixo de 4,0 afetam a
integridade das membranas celulares, enquanto os valores superem os 6,5 deve ter atencao
redobrada com possfveis sintomas de deficiencia de micronutrientes, principalmente ferro,
que pode formar precipitados e ficar indisponfvel a absorcao pelas rafzes das plantas. Nestecontexto, e fundamental que 0 elemento seja fornecido na forma de quelatos,
56
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 52/78
por exemplo, Fe-EDDHA e Fe-EDDHMA, que perrnitirao maior disponibilidade do
micronutriente, mesmo em condicoes de pH alcalino, comum em aquas que contern
carbonatos e bicarbonatos.
A cornposicao ideal da solucao nutritiva depende nao somente das concentracoes
dos nutrientes, mas tarnbern de outros fatores ligados ao cultivo, incluindo 0 tipo ou sistema
hidroponico, os fatores do ambiente, a epoca do ana (curacao do perfodo de luz), estadiofenol6gico, a especie vegetal e 0 cultivar em producao, Por exemplo, para as culturas que
possuem fase reprodutiva com interesse comercial na producao de flores, a relacao entre N
eKe P considerada deve ser diferente da usada para 0 desenvolvimento vegetativo. No
perfodo de floracao e frutificacao, deve-se reduzir a relacao N/K e aumentar P/K (Furlani et
aI., 1999).
No prepare da solucao nutritiva, e importante que sejam tomados alguns cuidados,
tais como: (I) conhecer a qualidade da aqua, ou seja, suas caracterfsticas qufmicas e
microbiol6gicas; (II) observar a relacao custo/beneffcio e solubilidade na escolha dos
fertilizantes; (III) 0 nitroqenio na forma amoniacal (NH4+)nao ultra passe 20% da quantidade
total de N na forrnulacao; (IV) evitar a mistura da solucao concentrada de nitrato de calcic
com sulfatos e fosfatos; (V) usar preferencialmente molibdato de amenia ou acido molfbdico
do que molibdato de s6dio, pois este e muito alcalino e, quando adicionados ao coquetel dos
demais sais de micronutrientes, podem ocasionar precipitacoes de alguns deles (Furlani et
aI., 1999).
Na literatura existem disponfveis inurneras propostas de solucoes nutritivas para 0
cultivo de plantas no sistema hidroponico, Qualquer sal soluvel pode ser utilizado para 0
prepare da solucao nutritiva, desde que forneca 0 nutriente requerido e nao contenha
elemento qufmico que prejudique 0 desenvolvimento das plantas (Quadro 1). Os sais
utilizados para 0 cultivo comercial nao exigem elevada pureza qufmica, 0 que inviabilizaria 0
cultivo hidroponico, devido ao custo elevado. Sa is com grau tecnico e mesmo fertilizantes
qufmicos soluveis podem ser usados sem maiores problemas (Furlani, 1998). No quadro 2
esta apresentada a forrnulacao da solucao proposta por Furlani (1998) para diversas
especies de plantas, com os sais/fertilizantes necessaries e suas respectivas quantidades.
Esses produtos sao dissolvidos separadamente e acrescentados no dep6sito ja contendo
aproximadamente 90% de sua capacidade com aqua. Como alternativa ao uso dos sais,
pode se usar solucoes concentradas que ja possuem os nutrientes previamente dissolvidos
(Quadro 3).
Os sais simples usados para fornecer micronutrientes podem ser substitufdos por
misturas prontas que contenham todos os micronutrientes numa s6 forrnulacao. No quadro
3, encontram-se as cornposicoes e as recornendacoes de uso das forrnulacoes encontradas
no cornercio.
Os valores de CE da solucao nutritiva apresentam variacoes, dependendo tanto da
planta a sercultivada, como do estaqio que a mesma se encontra. Nos quadros 5 e 6 estao
57
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 53/78
apresentadas algumas recornendacoes para a producao de hortalicas de folhas e frutos no
sistema NFT.
A rnanutencao e renovacao da SOlug80 nutritiva S80 aspectos importantes a serem
considerados em hidroponia. As plantas absorvem mais aqua que nutrientes, de modo que,
se 0 volume consumido diariamente for reposto com a adicao de mais SOlug80,
haveracrescente salinizacao do meio de cultivo, 0 que prejudicara 0 desenvolvimentoradicular e a absorcao de aqua. Oessa forma, 0 volume de SOlug80 consumido deve ser
reposto com aqua. Ainda, com a absorcao, ocorre dirninuicao dos nutrientes na SOlug80
nutritiva, ate chegar a uma situacao em que a capacidade de nutricao da SOlug80se esgota
e, nesse ponto, a mesma deve ser renovada.
A vida util de uma SOlug80 nutritiva depende principalmente da porcentagem de
acurnulacao de fons n80 utilizados pelas plantas de forma imediata, que resulta em elevacao
da concentracao osm6tica da SOlug80 nutritiva, gerando a necessidade de renovacao
completa da SOlug80 a cada tres meses (Resh, 1997). Ja Castellane & Araujo (1995)
consideram que, em um sistema fechado, 0 perfodo util da SOlug80nutritiva e de tres a quatro
semanas, enquanto que, para Santos (2000), 0 perfodo de utilizacao da SOlug80 esta
compreendido entre 60 e 90 dias. A renovacao da SOlug80nutritiva tarnbern e recomendada
para evitar 0 aumento nas concentracoes do material orqanico (restos de plantas,
crescimento de algas) que podem servir como substrato para 0 desenvolvimento de
microrganismos rnaleficos. Alern disso, quando a aqua usada para 0 cultivo hidroponico
apresentar CE entre 0,2-0,4 mS, ha uma indicacao que possui sais dissolvidos (carbonatos,
bicarbonatos, SO/, Na, Ca, K, Mg), e com 0 tempo de cultivo, com constantes reposicoes
dos volumes de aqua evapotranspirado, ocorrera uma dirninuicao gradativa da CE efetiva
dos nutrientes em funcao do acurnulo de outros elementos n80 nutrientes (Furlani et aI.,
1999).
Varies rnetodos de reposicao de nutrientes S80 usados em hidroponia e, a adocao de
uma forma de reposicao de nutrientes na SOlug80 nutritiva. Um sistema autornatico de
controle de nutrientes na SOlug80 nutritiva foi proposto por Nielsen (1984), com base no
ajuste do nfvel de aqua, da concentracao de nutrientes e do pH. Em um nfvel de aqua
constante, a queda na concentracao de nutrientes e altamente correlacionada com a
dirninuicao da condutividade eletrica, a qual pode ser usada como monitor do nfvel de
nutrientes na SOlug80. Em cultivos comerciais Martinez & Silva Filho (1997) sugerem 0 uso
da relacao entre a concentracao de nutrientes e a condutividade eletrica para a reposicao
dos sais na SOlug80 nutritiva, quando houver reducao da condutividade eletrica a 35% do
valor inicial. Furlani (1998) desenvolveu um sistema de ajuste qufmico de SOlug80 nutritiva
por meio do monitoramento da CE, onde se procede a adicao de nutrientes na SOlug80
nutritiva com solucoes estoques sempre que houver queda de 0,25 mS ern" na
condutividade eletrica inicial.
Tal procedimento pode ser realizado mediante 0 criterio de rnanutencao dacondutividade eletrica, com a adicao de solucoes de ajuste de cornposicao qufmica
58
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 54/78
semelhante a extrafda pela planta cultivada, sendo empregado no cultivo de alface e de
outras hortalicas (Rodrigues, 2002), ou entao pode ser usada a mesma SOlug80 inicial para
ajustes durante 0 crescimento das plantas. Para a correcao da condutividade eletrica da
SOlug80 nutritiva, segundo Furlani et al. (1999), os seguintes passos devem ser
considerados: (a) diariamente, logo pela martha, fechar 0 registro da irriqacao, esperar toda
a SOlug80voltar ao dep6sito e completar 0 volume do reservat6rio com aqua e homogeneizara SOlug80nutritiva; (b) proceder a leitura da condutividade eletrica, retirando uma amostra do
reservat6rio; (c) para cada diferenca na condutividade inicial de 0,20 mS ern" adicionar 10%
das quantidades usadas para 0 prepare inicial da SOlug80nutritiva.
No mercado de insumos para hidroponia, existem solucoes comerciais
comercializadas na forma de "kit" para 0 prepare de um determinado volume de SOlug80
nutritiva. As empresas Gioplanta e Oualifertil preparam e comercializam a SOlug80 lAC
enquanto que aAliplant prepara e comercializa as solucoes Conmicros Super Ae Conmicros
Super B, ambas na forma Ifquida concentrada. No quadro 4 encontram-se as cornposicoes
dessas solucoes,
3.Cultivo de hortalicas de frutos nosistema hidroponico com 0usa de substratos
Para hortalicas de frutos (morango, pepino, pirnentao e tomate), 0 sistema
hidroponico aberto (a SOlug80 com os nutrientes n80 e reaproveitada ap6s passar pelas
rafzes das plantas) em substratos tem maior preferencia do produtor, devido aos menores
custos de irnplantacao e de riscos de contarninacao da cultura com doencas radiculares
(Furlani et aI., 2005).
o modo de prepare e os sais utilizados para a SOlug80 nutritiva S80 os mesmos
indicados para 0 cultivo no sistema NFT. Uma cornposicao de SOlug80nutritiva que pode ser
usada e aquela proposta por Furlani e Pires (2004), conforma recornendacoes abaixo.
SOlug80 estoque A, eA2 (g/100l): nitrato de calcic (6.000), SOlug80de micronutrientes 10 X
(0,8Iitros), quelato de ferro 6% Fe (0,24);
SOlug80 estoque B1 (g/100l): nitrato de potassic (3.600), fosfato rnonoarnonio (1.600) e
sulfato de rnaqnesio (3.200);
SOlug80 estoque B2(g/100l): nitrato de potassic (3.600), fosfato rnonoarnonio (800), fosfato
rnonopotassico (1.200), sulfato de potassic (1.200) e sulfato de rnaqnesio (3.200);
SOlug80 de micronutrientes 10 X (g/10l): acido b6rico (300), sulfato de rnanqanes (200),
sulfato de cobre (50), sulfato de zinco (75), molibdato de s6dio (15).
As solucoes estoques com fndices 1 e 2 referem-se, respectivamente, aos estadios
de crescimento 1- do transplante de mudas ate 0 pegamento dos primeiros frutos e, 2- desta
fase em diante ate 0 final do ciclo,
59
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 55/78
Para preparar 1.000 L de SOlug80 nutritiva para uso nas duas distintas fases de
desenvolvimento do tomateiro, acrescentar 12,5litros de cada uma das solucoes estoquesA
e B ao reservat6rio e completar 0 volume com aqua. As solucoes nutritivas para as fases 1 e
2 apresentam CE ao redorde 2,0 mS/cm e 2,2 mS/cm, respectivamente.
Para 0 manejo da SOlug80 nutritiva, pode ser utilizado 0 mesmo procedimento para
ajustes da CE apresentado para 0 sistema NFT.0monitoramento da fertirriqacao pode ser
utilizado com auxflio da tecnica do lixiviado ou "pourthru", adotando os seguintes
procedimentos (Furlani et aI., 2004):
Amostragem: coletar ou escolher um mfnimo de 5 amostras individuais. Os resultados de
cada uma das 5 amostras podem ser usados para a estimativa de um valor rnedio ap6s as
leituras. Entretanto n80 se devem combinar os 5 extratos e fazer uma s6 leitura. Se os
valores individuais estiverem muito variaveis e necessario aumentar 0 tamanho da amostra.
o procedimento para a aplicacao da tecnica do lixiviado ou "pourthru" e 0 seguinte:
• Passo 1. Fazer uma irriqacao nas amostras individuais. Garantir completa hidratacao do
meio minimizando a drenagem. Esperar cerca de uma hora antes de prosseguir para
permitirtotal equillbrio na umidade.
• Passo 2. Colocar uma bandeja sob cada vasa a ser avaliado.
• Passo 3. Acrescentar aqua destilada bem distribufda no topo do vasa e suficiente para
obter 50 mLde SOlug80lixiviada.• Passo 4. Medir 0 pH e a Condutividade eletrica (CE). Registrar os valores num qrafico e
com para-los com as solucoes da fertirriqacao.
o valor da CE deve ser sempre ligeiramente menor que 0 da SOlug80de irriqacao e
indica consumo de nutrientes pelas plantas. Valores maiores indicam que esta ocorrendo
salinizacao do substrato e valores muito baixos (50% da CE da SOlug80 de fertirriqacao)
indicam que 0 consumo de nutrientes e maior que 0 fornecido pela SOlug80nutritiva. Neste
caso pode-se aumentar a CE da SOlug80 de fertirriqacao ou aumentar a frequencia das
regas.
4. Conslderacoes Finais
A hidroponia atualmente e uma importante alternativa para a producao de alimentos
em ambiente protegido. Mas, e um sistema de cultivo que apresenta certas peculiaridades,
que demanda do produtor um constante monitoramento de todo 0 processo produtivo. Neste
contexto, 0 manejo da SOlug80 nutritiva e de grande irnportancia, porque sera fator
preponderante da produtividade, merecendo atencao especial e uma busca constante por
ajustes mais refinados.
60
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 56/78
Quadro 1. Fertilizantes utilizados para 0 prepare de SOlug80 nutritiva e as respectivas
concentracoes de cada nutriente (adaptado de Furlani et aI., 1999).
Fonte Nutrientes Concentracao (%)
Nitrato de Potassic K 36,5N 13,0
Nitrato de Calcic Hydro Ca 19,0
N-N03- 14,5
N-NH/ 1,0
Fosfato Monoamonio (MAP) N-NH/ 11,0
P 26,0
Nitrato de Arnonio N-N03- 16,5
N-NH/ 16,5
Fosfato Monopotassico (MKP) K 2,0
P 23,0
Cloreto de Potassic K 52,0
CI 47,0
Sulfato de Potassic K 41,0
S 17,0
Sulfato de Maqnesio Mg 10,0
S 13,0
FeEDTA (Dissolvine p6) Fe 13,0
FeEDTA(Arbore Fe llquido) Fe 4,0
FeEDDHA (Ferrilene p6) Fe 6,0
FeEDDHMA (Tenso-Fe p6) Fe 6,0
Acido B6rico B 17,0
B6rax B 11,0
Sulfato de Cobre Cu 13,0
CuEDTA Cu 5,0
Sulfato de rnanqanes Mn 26,0
Cloreto de rnanqanes Mn 27,0
MnEDTA Mn 5,0
Sulfato de Zinco Zn 22,0
Cloreto de Zinco Zn 45,0
ZnEDTA Zn 7,0
Molibdato de S6dio Mo 39,0
Molbdato de Amonio Mo 54,0
61
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 57/78
Quadro 2. Quantidade de sais para 0 prepare de 1000 L de SOlug80 nutritiva proposta do
lnstituto Aqronornico (lAC) (Furlani, 1998).
Sal 0 Fertilizante gramas por 1000 L de agua
Nitrato de calcic Hydro Especial 750,0
2 Nitrato de potassic 500,0
3 Fosfato monoarnonio 150,0
4 Sulfato de rnaqnesio 400,0
5 Sulfato de cobre 0,15
6 Sulfato de zinco 0,15
7 Sulfato de rnanqanes 1,5
8 Acido b6rico ou 1,5
B6rax 2,3
9 Molibdato de S6dio ou 0,15
Molibdato de amenia 0,15
10 Tenso-Fe (FeEDDHMA-6% Fe) ou 30,0
Dissolvine (FeEDTA-13% Fe) ou 13,8
Ferrilene (FeEDDHA-6% Fe) ou 30,0
62
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 58/78
Quadro 3. Cornposicoes das solucoes nutritivas comerciais Conmicros Super A e
Conmicros Super B.
NUTRIENTE SUPERA SUPER B
g i L g i L
NITROGENIO - NITRATO 28,55 7,80
NITROGENIO - AMONIO 1,40 3,30
N-TOTAL 29,95 11,10
FOSFORO 0,00 7,80
POTAsSIO 0,00 42,40
CALCIO 26,60 0,00
MAGNESIO 6,75 0,00
ENXOFRE 0,00 8,50
BORO 0,06 0,06
COBRE-EDTA 0,06 0,06
FERRO - EDTA 0,00 0,22
FERRO - EDDHA 0,22 0,00
FERRO TOTAL 0,22 0,22
MANGANES-EDTA 0,06 0,06
MOLlBDENIO 0,01 0,01
ZINCO - EDTA 0,02 0,02
NiaUEL 0,01 0,01
% DE NH4 EM RELA<;Ao A N TOTAL 4,7 29,7
RELA<;Ao KIN 0,00 3,82
CONDUTIVIDADE ELETRICA, mS/cm (Sol 0,1%) 0,22 0,17
RECOMENDACOES DE USO: acrescentar em dep6sito contendo aqua, 5 litros de cada uma das solucoes
concentradas conmicros super a e conmicros super b. completar 0volume a 1000 litros. condutividade eletrica
esperada = 2,Oms/cm.
Distribuidor: ALLPLANT INDUSTRIA E COMERC/O DE FERTILIZANTES LTDA. Avenida Mario de Oliveira,
n" 800. Bairro: Distrito Industrial II. Barretos/SP CEP: 14.781-160. E-mail: [email protected]
63
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 59/78
Quadro 3. Exemplos de algumas misturas comerciais contendo micronutrientes: Conmicros
Premium, Conmicros Standard, Hydro Cocktail, Micros Q, Nitrex e MicroMix.
Nutriente ConMicros ConMicros Hydro Cock Micros Q Nitrex MicroMix
Premium Standard Yara Nutriplant Fertibras Plant Prod
%
Boro 1,2 2,0 2,0 0,5 1,3 1,3
Cobre 1,2 2,0 0,8 0,1 0,2 0,1
Ferro 4,6 7,9 5,6 5,0 10,0 7,0
Manqanes 1,2 2,0 3,2 1,0 2,4 2,0
Molibdenio 0,2 0,4 0,3 0,1 0,3 0,06
Zinco 0,5 0,8 2,0 0,4 0,8 0,4
Nfquel 0,2 0,4
Recornendacao de uso, g/1000L
42,5 25 35 40 20 30
Concentracao Resultante na SOlUy80final, mg/L
Boro 0,49 0,50 0,70 0,20 0,26 0,39
Cobre 0,49 0,50 0,28 0,03 0,04 0,03
Ferro 1,96 1,98 1,96 2,00 2,00 2,10
Manqanes 0,49 0,50 1,12 0,40 0,48 0,6
Molibdenio 0,10 0,10 0,11 0,03 0,06 0,018
Zinco 0,20 0,20 0,70 0,16 0,16 0,12
Nfquel 0,10 0,10 0,00 0,00 0,00 0,00
64
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 60/78
Quadro 4. Algumas instrucoes para a producao em hidroponia de algumas hortalicas de
folhas (Furlani et aI., 1999).
Fase Tamanho do Canal Espac;amento Vol. CE
Culturas Solucao Solucao
Linhas Plantas por canal Nutritiva
------------- cm ------------ L rnlnuto ms cm'
Agriao Muda Pequeno 5,0-7,5 5,0-7,5 0,5-1,0 1,0-1,2
Producao Medic 12,5-20,0 12,5-20,0 1,5-2,0 1,4-1,6
Alface Muda I Pequeno 5,0-7,5 5,0-7,5 0,5-1,0 1,0-1,2
Muda II Medic 10,0-15,0 10,0-15,0 1,0-1,5 1,4-1,6
Producao Medic 25,0-35,0 25,0-35,0 1,52,0 1,4-1,6
Alrneirao Muda Pequeno 5,0-7,5 5,0-7,5 05-1,0 1,0-1,2
Producao Medic 10,0-20,0 10,0-20,0 1,0-1,5 1,4-1,6
Chic6ria Muda I Pequeno 5,0-7,5 5,0-7,5 0,5-1,0 1,0-1,2
Muda II Medic 10,0-15,0 10,0-15,0 1,0-1,5 1,4-1,6
Producao Medic 30,0-35,0 20,0-30,0 0,5-1,0 1,0-1,2
Couve Muda I Pequeno 5,0-7,5 5,0-7,5 0,5-1,0 1,0-1,2
Muda II Medic 10,0-15,0 10,0-15,0 1,0-1,5 1,4-1,6
Producao Grande 50,0- 30,0-35,0 2,0-4,0 2,0-2,5
100,0
Rucula Muda I Pequeno 5,0-7,5 5,0-7,5 0,5-1,0 1,0-1,2
Producao Medic 10,0-20,0 10,0-20,0 1,5-2,0 1,4-1,6
Salsa Muda I Pequeno 5,0-7,5 5,0-7,5 0,5-1,0 1,0-1,2
Muda II Medic 10,0-15,0 10,0-15,0 1,0-1,5 1,4-1,6
Producao Medic 10,0-15,0 20,0-30,0 1,5-2,0 1,4-1,6
65
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 61/78
Quadro 5. Algumas instrucoes para a producao em hidroponia de algumas hortalicas de
frutos (Furlani et., 1999).
Fase Tamanho do Espac;amento Vol. CE
Culturas Canal Solucao Solucao
Linhas Plantas por canal Nutritiva
------------- cm ----------- L rnlnuto ms cm'
-
Melao Muda I Pequeno 5,0-7,5 5,0-7,5 0,-1,0 1,0-1,2
"Net"
Producao Grande 75,0- 30,0 2,0-4,0 2,0-3,5
100,0
Morango Muda II Medic 10,0-15,0 10,0-15,0 1,5-2,0 1,0-1,2
Producao Grande 25,0-35,0 25,0-35,0 2,0-4,0 1,4-1,6
Pepino Muda I Pequeno 5,0-7,5 5,0-7,5 0,5-1,0 1,0-1,2
Producao Grande 50,0-75,0 50,0-75,0 2,0-4,0 2,0-3,0
Pimenta Muda I Pequeno 5,0-7,5 5,0-7,5 0,5-1,0 1,0-1,2
Producao Grande 75,0- 75,0- 2,0-4,0 2,0-3,0
100,0 100,0
Pimentao Muda I Pequeno 5,0-7,5 5,0-7,5 0,5-1,0 1,0-1,2
Producao Grande 75,0- 75,0- 2,0-4,0 2,0-3,0
100,0 100,0
Tomate Muda I Pequeno 5,0-7,5 5,0-7,5 0,5-1,0 1,0-1,2
Producao Grande 75,0- 50,0-75,0 2,0-4,0 2,0-4,0
100,0
66
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 62/78
5. Literatura Citada
CASTELLANE, P.O.;ARAUJO, J.A.C. Cultivo sem solo-hidroponia. Jaboticabal: FUNEP,
1995,43 p.
EPSTEIN, E.; BLOOM, A. J. Nutric;ao mineral de plantas: Principios e perspectivas.Trad. Maria Edna Ten6rio Nunes Londrina: Editora Planta. 2006, 403p.
FURLANI, P.R. lnstrucoes para 0 cultivo de hortallcas de folhas pela tecnlca de
hidroponia NFT. Campinas, lnstituto Aqronornico, 1998. 30p. (Boletim tecnico 168).
FURLANI, P.R.; SILVEIRA. L.C.P.; BOLONHEZI, D.; FAQUIN, V . Cultivo hidroponico de
plantas. Campinas, lnstituto Aqronornico, 1999. 52p. (Boletim tecnico 180).
MARTINEZ, H.E.P.; SILVA FILHO, J.B. lntroducao ao cultivo hidroponico de plantas.
Vicosa: UFV, 1997.52 p.
NIELSEN, N.E. Crop production in recirculating nutrient solution according to the principle of
regeneration. In: International Congress on Soilless Culture, 6th, Lunteren, The Netherlands.
Proceedings ... Lunteren: International Society for Soilless Culture, 1984. p. 421-446.
RESH, H.M. Cultivos hidroponicos: nuevas tecnlcas de producclon. 4 ed. Madrid:
Ediciones Mundi-Prensa, 1997.509 p.
RODRIGURES, L.R.F. Tecnica de cultivo hidroponico e de controle ambiental no
manejo de pragas, doencas e nutrlcao vegetal em ambiente protegido. Jaboticabal:
Funepe, 2002, 762 p.
SANTOS, O.S. Solucoes nutritivas para alface. In: SANTOS, O. Hidroponia da Alface.
Santa Maria: UFSM, 2000, p. 90-101.
67
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 63/78
r~
'-I
~r . l l lT IVO~DE~
P lA N T A S A R O M A T I C A S
E M E D I C I N A l S ~IE:=~:~
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 64/78
CULTIVO DE PLANTAS AROMATICAS E MEDICINAlS
Eng. Agr. Dr. Maria Claudia Silva G. Blanco 1
Eng. Agr. Maria Marcia Santos Souza 2
Eng. Agr. Dr. Odair Bovi 3
Eng. Agr. Dr. Nilson Bolina Maia 3
t.Introducao
As especies arornaticas e medicinais pertencem ao grupo de plantas utilizadas,
desde tempos remotos, para temperar, conservar alimentos, preparar perfumes e
medicamentos, sendo amplamente produzidas em hortas e jardins desde a antiguidade.
A caracterfstica comum entre estas ervas arornaticas, a quallhes confere as propriedades:
medicinais, de aromatizar e temperar e a producao de 61eoessencial tfpico do metabolismo
secundario destas especies, 0 61eo essen ciaI e uma mistura de substancias volateis,
acumuladas na planta geralmente em estruturas especializadas como os pelos glandulares
e as bolsas secretoras.
Estas ervas ou temperos sao utilizados em pequenas quantidades para realgar 0
sabor ou ainda dar um toque especial aos pratos elaborados. Entretanto, alern deste sabor
especial proporcionam tarnbern um efeito diqestivo, preparando 0 organismo para a
diqestao, pois 0 aroma que exalam, devido a alta volatibilidade dos 61eosessenciais, envia
um sinal para 0 cerebro que responde com 0 aumento da salivacao e da producao de suco
qastrico.
Nosso organismo pode aproveitar tarnbern efeitos medicinais destas ervas atraves do
seu consumo diario nas refeicoes, Pode-se dizer que elas ajudam a manter a saude pelos
beneffcios que promovem para 0 bom funcionamento do organismo.
1 CAT! DEXTRU - Campinas, [email protected] / 2 CAT! EDR Pindamonhangaba
3 APTA lAC, Centro de Horticultura - Campinas 71
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 65/78
Quadro 1: Utilizacao culinaria e valor medicinal de algumas culturas arornaticas e
medicinais
Cultura Parte utilizada Uso cullnarlo Valor medicinal
Tempero de carnes deContra problemas
AlecrimFolhas frescas ou secas porco, peixe eaves;
respirat6rios, de
Rosmarinus officinalis circulacao e digestivos;molhos; vinagres e pates
estimulante e antioxidante
Capim cidreiraCalmante,
Cymbopogon citratusFolhas frescas e secas Cha arornatico e suco descongestionante e
digestivo
CebolinhaTempero de uso geral em
Allium fistulosumFolhas frescas ou secas saladas, carnes, molhos, Rica em vitaminas A e C
sopas, etc.
Coentro Frutos secos e folhas Tempero especial para Digestivo, antioxidante e
Coriandrum sativum frescas peixes depurativo do sangue
Erva cidreiraEnfeitando pratos doces,
Calmante, contra herpes
Melissa officinalisFolhas frescas e secas sorvetes. Tempero de
labialaves e frutos do mar
EstragaoTempero de carnes,
Folhas frescas ou secas especial mente aves; Contra c61icasArtemisia dracunculus
vinaqres
Tempero de carnes, aves
FunchoSementes
e linquica: para Antiespasm6dica,
Foeniculum vulgare aromatizar chas, bolos e contra gases intestinais
broas de fuba
Hortela comumTempero para quibe, Antiespasm6dica,
Mentha crispaFolhas frescas ou secas saladas; para aromatizar antisseptica
doces, sucos e chas e vermifuga
Hortela japonesaPara aromatizar doces,
Mentha arvensis Folhas frescas ou secassucos e chas
Calmante, antisseptica
Manjericao
Tempero de carnes, Contra inflarnacoes na
Folhas frescas ou secas saladas, omeletes, boca e garganta, feridas eOcimum basilicum
vinagres e molhos (pesto) ulceras,
ManjeronaTempero de carnes, em
Contra resfr iados e
Origanum majoranaFolhas frescas ou secas especial frango e peixe,
c6licas; calmantefeijao, sopas e salad as.
OreganoTempero de pizza, molho
Digestivo, antioxidante,Folhas frescas ou secas de tom ate, saladas e
Origanum vulgarequeijo
anti bacteriano, anti bi6tico
SalsaTempero de uso geral em Contra febre, diuretics,
Petroselinum crispumFolhas frescas ou secas saladas, maioneses, antiinflamat6ria, equilibrio
cozidos, etc. hormonal
SalviaTempero para saladas, Tonica, digestiva,
Salvia officinalisFolhas frescas ou secas molhos, picles, carnes, antioxidante, diuretics e
sopas e embutidos contra gases intestinais
Tempero de sopas, feijao,Segurelha
Folhas frescas ou secaslegumes, carnes,
Digestiva e tonicaSatureja hortensis omeletes e suco de
tomate
Tomilho Tempero de sopas,Digestivo,
Thymus vulgarisFolhas frescas ou secas
carnes e vinagresantiespasm6dico,
cicatrizante, verm ifugo
72
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 66/78
2. Climaesolo
As exiqencias clirnaticas variam entre as especies, conforme seu local de origem ou
melhoramento qenetico. 0 cultivo protegido pode controlar fatores clirnaticos atendendo
estas exiqencias das culturas. A melhor estrutura e fertilidade do solo para cada cultura pode
ser conseguida atraves de tecnicas aqronornicas.Na Tabela 1 apresentamos inforrnacoes sobre as preferencias de clima e solo para
algumas destas plantas arornaticas e medicinais.
Tabela 1. Exigencias de clima e solo de algumas culturas arornatlcas e medicinais.
CULTURA CLiMA SOLO
ALECRIM
Temperado e
subtropical
Arenoso, profundo e
bem-drenado
CAPIM CIDREIRATropical e subtropical
Bem-drenado e ferti l
V=40%
CEBOLINHASubtropical
Fertil, com bom teor de materia orqanica,V= 70%
COENTROTropical Fertil, bem-drenado, V = 70%
ERVA CIDREIRA
Temperado e
subtropical
Fertil, com bom teor de materia orqanica e boa
umidade
ESTRAGAoSubtropical Fertil, perrneavel, V = 70%
FUNCHOTemperado e
subtropical
Areno-argi loso, ferti l e
bem-drenado, V = 50
HORTELA COMUM SubtropicalFertil, com bom teor de materia orqanica,
V= 70%
HORTELA JAPONESA SubtropicalFertil, com bom teor de materia orqanica,
V= 70%
MANJERICAoTemperado e
subtro icalFertil, com bom teor de materia orqanica
MANJERONA Tropical e subtropicalFertil, com bom teor de materia orqanica
, V = 70%
OREGANOTemperado e
subtropicalFertil, areno-argiloso e bem-drenado.
SALSASubtropical Com bom teor de materia orqanica, V = 70%
SALVIATemperado e
subtropical
Fertil, com bom teor de materia orqanica, bem-
drenado
SEGURELHA Subtropical Fertil, profundo e bem-drenado
TOMILHOTemperado, subtropical Arenoso, profundo e bem-drenado
73
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 67/78
3. Calagem e adubacao
A calagem consiste na correcao da acidez do solo atraves da aplicacao de calcario.
Algumas destas especies S80 tolerantes a acidez, porern muitas preferem um solo com pH
neutro, para estas recomenda-se a sua correcao, elevando sua saturacao por bases (V) a
70%, quando a analise de solo indicar saturacao inferior a 60%.As reacoes qufmicas que 0 calcario promove no solo e resultam numa elevacao do
pH, ou dirninuicao da acidez, demora algum tempo para sersignificativa ao desenvolvimento
das plantas, por isso a calagem deve ser feita, sempre que possfvel, alguns meses antes do
plantio para que 0 solo tenha tempo para ser corrigido. a tratamento com calcario,
principalmente quando aplicado em grandes quantidades, chega a ter efeito por varies anos
e n80 precisa ser repetido anualmente. A analise de solo, interpretada por um aqronorno,
indicara a necessidade e dosagem da calagem inicial e subseqi..iente.
Aadubacao orqanica deve ser realizada com antecedencia de 20 a 30 dias do plantio,
variavel conforme 0 grau de "amadurecimento" do adubo orqanico utilizado, na proporcao de
30 a 50 t /ha ou 3 a 5 Kg/m2 de canteiro, dependendo da % de materia orqanica (M.a.)
existente no solo. as adubos orqanicos tern uma cornposicao muito variavel dependendo da
sua origem e das condicoes a que foram submetidos. Oeve-se sempre utilizar adubos com
uma relacao de Carbono e Nitroqenio adequada, 0 que e conseguido ap6s 0
"amadurecimento" ou curticao do material orqanico a ser usado como adubo.
as adubos orqanicos mais utilizados S80 0 composto, 0 humus de minhoca e os
estercos de gada e de galinha. No caso da utilizacao de esterco de galinha deve-se utilizar %
da dosagem recomendada.
as adubos orqanicos, normalmente, possuem todos os nutrientes essenciais ao
desenvolvimento dos vegetais e em dosagens adequadas melhoram varies atributos ffsicos
do solo, tais como cornpactacao, capacidade de retencao de aqua, etc. Por esse motive,
mesmo quando se decide por um cultivo utilizando adubacao mineral, a adubacao orqanica
ainda e importante, principalmente como fonte de micronutrientes.
a uso de composto orqanico produzido a partir de lixo urbano ou bioss61idos de
esgoto n80 e recomendado devido a presenca de grande populacao microbiana e a
possibilidade de conter metais pesados, fatores que podem comprometer a boa qualidade
do produto.
Quanto a adubacao de plantio, a cebolinha, coentro, salsa, capim cidreira, funcho e
hortel8japonesa possuem recornendacoes tecnicas, apresentadas a seguir. Para as demais
especies recomenda-se que pelo menos os teores de P e K sejam corrigidos caso a analise
de solo da area de plantio indique nfveis insatisfat6rios dos mesmos (Quadro 2).
A incorporacao dos adubos deve ser realizada com 10 dias de antecedencia do
plantio ou do transplante das mudas.
74
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 68/78
Quadro 2. Limites de lnterpretacao de teores de potasslo e f6sforo em solos para
cultivo de hortallcas,
Teor Producao relativa K+ trocavel P resina
% Mmolc/dm3 mg/dm
Muito baixo 0-70 0,0-0,7 0-10
Baixo 71-90 0,8-1,5 11-25Medio 91-100 1,6-3,0 26-60
Alto > 100 3,1-6,0 61-120
Muito alto > 100 > 6,0 > 120
Fonte: Boletim Tecnico 100, lAC, 1996.
Adubacao de plantio para capim-cidreira:
Nitroqenio P resina, mg/dm;;. K+ trocavel, mmolc/dm3.
0-15 >150-1,5 >3,0
N, Kg/ha ---------P205, Kg/ha---------- ----------k20, Kg/ha----------
10 60 30 60 30
Fonte: MAIAe FURLANI, 1996.
Adubacao de plantio para cebolinha:
Nitroqenio P resina, mg/dm". K+ trocavel, mmolc/dm3
.
0-25 26-60 >60 0-1,5 1,6-3,0 >3,0
N, Kg/ha ---------P205, Kg/ha---------- ----------k20, Kg/ha----------
40 360 240 120 160 120 80
Acrescentar 1 Kg/ha de Boro
Fonte: TRANI et. al., 1996.
Adubacao de plantio para coentro:
A adubacao deve ser feita em funcao da analise do solo, mas, em geral,
recomenda-se aplicar: 30 Kg/ha de sulfato de amenia ou nitrocalcio, 700 Kg/ha de
superfosfato simples e 100 Kg/ha de cloreto de potassic (Fonte: PEDROSA et. a/., 1984).
75
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 69/78
Adubacao de plantio para erva-doce ou funcho:
Nitroqenio P resina, mg/dm". K+ trocavellmmolc/dm~·
0-15 16-40 >40 0-1,5 1,6-3,0 >3,0
N, Kg/ha ---------P2o5, Kg/ha---------- -----~O,Kgfua-----
10 100 60 30 60 40 30
Fonte: MAIAe FURLANI, 1996.
Adubacao de plantio para hortelas:
Nitroqenio P resina, mg/dm". K+ trocavellmmolc/dm~·
0-15 16-40 >40 0-1,5 1,6-3,0 >3,0
N, Kg/ha ---------P205, Kg/ha---------- ----------k20, Kg/ha----------
20 120 80 40 90 60 30
Fonte: MAIAe FURLANI, 1996.
Adubacao de plantio para salsa:
Para a adubacao de plantio, e recomendado em solos com fertilidade mediana
indicada pela analise de solo: 800 kg/ha de superfosfato simples e 100 Kg/ha de cloreto de
potassic. (Fonte: AGROCERES, 1994).
A aplicacao da adubacao de cobertura vai depender do estado geral da planta e desuas necessidades nutricionais. Algumas especies possuem recornendacao tecnica (Tabela
3), e outras n80 a possuem e para estas e recomendado que a adubacao orqanica de plantio
seja repetida ap6s cada corte. Podem ser utilizados adubos orqanicos s61idos ou Ifquidos
(biofertilizantes ).
Tabela 3. Adubacao de cobertura para algumas culturas arornatlcas e medicinais.
Cultura Adubacao de cobertura
Capim-cidreira
Aplicar 60 Kg/ha de N ap6s 30 dias do plantio e, a cada corte,
60 Kg/ha de N e 30 a 60 Kg/ha de K20, dependendo daanalise
do solo. Fonte: MAlA e FURLANI, 1996.
Cebolinha
Aplicar 120 kg/ha de N e 60 Kg/ha de K20, parcelando em tres
vezes, aos 15, 30 e 45 dias ap6s 0 transplante. Fonte: TRANI
et. a/., 1996.
Coentro
Aplicar 300 kg/ha de sulfato de arnonio, 20 a 30 dias ap6s 0
plantio e ap6s cada corte. Fonte: PEDROSA et. a/., 1984.
Erva-doce ou
funcho
Aplicar 50 Kg/ha de N, parcelando em 2 vezes, aos 20 e 60
dias ap6s 0 plantio. Repetir a adubacao nitrogenada nos anos
seguintes. Fonte: MAlA e FURLANI, 1996.
Hortelas
Aplicar 30 Kg/ha de N 30 dias ap6s 0 plantio e, a cada corte,
30 Kg/ha de N e 30 Kg/ha de K20. Fonte: MAlA e FURLANI,
1996.
SalsaAplicar 300 kg/ha de sulfato de arnonio, 40 a 50 dias ap6s 0
plantio e ap6s cada corte. Fonte: AGROCERES, 1994.
76
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 70/78
De um modo geral deve-se tomar cuidado para n80 se adubar em excesso as plantas
arornaticas. Altas disponibilidades de nutrientes, principalmente do Nitroqenio, promovem
uma grande producao de massa de folhas, que n80 e acompanhada pela producao de
substancias importantes na cornposicao do 61eoessencial, resultando em plantas bonitas,
mas com pouco aroma.
Para 0 cultivo protegido e hidroponico destas especies, poucos estudos sobreadubacao S80 encontrados, com excecao para salsa e cebolinha, cuja recornendacao edescrita em Calagem e adubacao para hortalicas sob cultivo protegido por Paulo Espfndola
Trani.
4. Plantio
A propaqacao pode ser feita por sementes, estacas, rizomas ou divisao de touceira,
dependendo da especie, Quando e por sementes, pode ser realizada em local definitive ou
em sementeira para producao de mudas que posteriormente serao transplantadas nocampo. As estacas devem passar por viveiro, formando as mudas em recipientes,
geralmente tubetes ou sacos de polietileno perfurados, que ap6s 0 tempo ideal de
enviveiramento, estarao mais aptas para se desenvolverem no local definitive.
A sementeira pode ser feita em canteiros adequados, porern 0 sistema de producao
de mudas em recipientes e mais recomendado, pois, apesar desse sistema elevar 0 custo de
producao, proporciona vantagens que justificam 0 investimento como, por exemplo,
obtencao de mudas mais uniformes e com integridade do sistema radicular, maior facilidade
no controle fitossanitario, melhor controle ambiental (mantidas sob ambiente protegido), e,
portanto, menores perdas e maior qualidade de mudas.
Os recipientes utilizados podem ser individuais como sacos de polietileno perfurados
e tubetes ou coletivos como bandejas de polietileno expandido pr6prias para hortalicas,
o substrato utilizado pode ser adquirido no cornercio ou elaborado pelo pr6prio
produtor com misturas de materiais minerais e orqanicos mais disponfveis na propriedade
ou reqiao como: areia, vermiculita, casca de pinus, bagacilho de cana de acucar, casca de
arroz carbonizada, humus de minhoca, etc.
E importante que 0 substrato seja desinfetado atraves de vapor ou solarizacao
tornando-se isento de pat6genos e que possua algumas propriedades ffsicas como: baixa
densidade, alta porosidade e elevada capacidade de retencao de aqua.
o transplante e realizado quando as mudas produzidas a partir de sementes
apresentarem 4 a 5 folhas definitivas, e no caso de estacas, quando as partes aerea e
radicular estiverem igualmente desenvolvidas.
As epocas ideais de plantio ou de irnplantacao da cultura no campo definitive: os
espacarnentos adequados e, as formas de propaqacao de cada especie S80 apresentadas
na Tabela 4. Cabe ressaltar que 0 espacarnento esta diretamente relacionado com as
condicoes do solo da area de cultivo, quanto melhor 0 solo, maior e 0 espacarnento
recomendado.
77
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 71/78
Tabela 4. Formas de propaqacao, epocas de plantio e espac;amentos recomendados
para algumas culturas arornatlcas e medicinais
CULTURA PROPAGACAOEPOCA DE ESPACAMENTO
PLANTIO (metros)
ALECRIM 8ementes (8), 8etembro a
1,0 x 0,6-0,9Estacas (8) novembroCAPIM
Divisao de touceira (LD)8etembro a
1,0 x 0,5CIDREIRA janeiro
CEBOLINHA 8ementes (8)Todo ana 0,2-0,5 x 0,1-0,25
Gasto/ha = 1,0 a 2,5 Kg
COENTRO8ementes (LD)
8etembro aGasto/ha = 15 a 20 Kg
fevereiro0,2-0,3 x 0,05 -0,1
Fevereiro a
ERVA CIDREIRA8ementes (8), estacas (8) margo e
0,4-0,6 x 0,3-0,4
e divisao de touceira setembro adezembro
ESTRAGAO8ementes (8),
Primavera eDivisao de touceira 0,3-0,6 x 0,1-0,3
(8 ou LD)outono
FUNCHO 8ementes (8 ou LD)8etembro a
1,0-1,2 x 0,6-0,8novembro
HORTELA 8ementes (8), Rizomas 8etembro a0,6-1,0 x 0,3
(8 ou LD) novembro
HORTELA 8ementes (8), Rizomas 8etembro a0,6-1,0 x 0,3
JAPONESA (8 ou LD) novembro
MANJERICAO 8ementes (8 ou LD) 8etembro a 0,6 x 0,25novembro
MANJERONA 8ementes (8), estacas (8) 8etembro a0,6 x 0,3
e divisao de touceira (LD) novembro
OREGANO8ementes (8), estacas (8) 8etembro a
0,5 x 0,20-0,30e divisao de touceira(LD) novembro
SALSA 8ementes (LD)Todo ana 0,2-0,3 x 0,1-0,15
Gasto/ha = 10 a 20 Kg
8ementes (8), estacas (8
SALVIA ou LD) e divisao de 8etembro a0,6-0,8 x 0,4
touceira (LD) outubro
SEGURELHA8ementes (8) Margo a
0,2-0,4 x 0,15-0,25Estacas (8) dezembro
TOMILHO 8ementes (8), 8etembro a0,3-0,5 x 0,2-0,3
Estacas (8) outubro
S =Sementeira ou viveiro; LD =Local definitivo.
78
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 72/78
5. Tratos Culturais
o controle de plantas infestantes e um dos pontos crfticos no manejo destas culturas,
n80 havendo registro de herbicidas para estas especies, Por isso praticas culturais devem
ser rigorosamente observadas como 0 plantio em areas de pouca infestacao, utilizacao de
adubo orqanico livre de sementes de ervas infestantes, usa de cobertura do solo, adubacao
verde, entre outras, que dirninuirao a necessidade de capinas manuais.
Como estas especies permitem varies cortes durante seu ciclo, a adubacao de
cobertura e uma pratica cultural importante para rnanutencao da cultura e de sua
produtividade.
Em relacao a irriqacao, com excecao do alecrim, do capim cidreira e do tomilho que
preferem regas mais espacadas, pois n80 toleram solos muito urnidos, as demais culturas
necessitam de irriqacao constante para manter seu vigor.
A renovacao das culturas e realizada quando ha dirninuicao no rendimento e ou na
qualidade do produto colhido.
6. Controle Htossanltario:
o controle das pragas e doencas das hortalicas, incluindo as plantas arornaticas e
medicinais, deve ser realizado adotando-se um manejo complexo constitufdo de varias
praticas, entre elas:
Pratlcas culturais: selecao da area, usa de sementes e mudas sadias, rotacao de culturas,
conservacao de solo, adubacao equilibrada, usa de biofertilizante, plantas companheiras e
plantas armadilhas ou repelentes.
Pratlcas mecanlcas: catacao manual de pragas, elirninacao de plantas doentes, usa de
placas atrativas coloridas, usa de armadilhas luminosas e outras armadilhas atrativas;
Pratlcas bloloqlcas: emprego de inimigos naturais (predadores, parasitas);
Pratlcas quimicas: utilizacao de substancias qufmicas naturais com baixo nfveltoxicol6gico. N80 ha agrot6xicos registrados para as culturas arornaticas e medicinais
apresentadas, com excecao da cebolinha que possui um unico produto registrado. Para um
efetivo controle atraves de substancias qufmicas naturais e necessario que 0 mesmo seja
parte de ummanejo integrado com as demais praticas mencionadas.
Algumas plantas arornaticas abordadas S80 indicadas na Agroecologia como
inseticidas naturais, quando usadas em aplicacoes ou atuando como plantas companheiras
quando plantadas junto a outras culturas, acentuando 0 seu sabor ou agindo como repelente
de pragas e protegendo de doencas, Isso devido ao aroma pronunciado e ao grande poder
antisseptico dos 61eosessenciais.
79
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 73/78
Citamos alguns exemplos:
Alecrim - repele a borboleta da couve e a mosca da cenoura
Capim cidreira - contra carrapatos
Cebolinha - repele vaquinha, pulqoes e lagartas
Coentro - combate acaros e pulqoesFuncho - repelente de tracas
Hortela - repele tracas de roupas, formigas, ratos e lepid6pteros
Manjericao - repele pulqao, vaquinha, mosca e mosquitos. Inseticida em geral.
Manjerona - melhora 0aroma de outras plantas
Salsa - repele varies insetos
Salvia - realca 0sabor da cenoura e protege a couve
Tomilho - repele tracas de livros, pulqoes e percevejos
Para a obtencao de outras receitas de produtos naturais indicados para controle
fitossanitario, recomendam-se as seguintes literaturas:
ABREU Jr., H. (coord.). Pretices alternativas de controle de pragas e doem;as na agricultura:
coleienee dereceitas. Campinas: EMOPI, 1998. 112 p.
GELMINI,G. A. Receiiuerio caseiro para controle de pragas. Cam pinas: CAT I,
1998.29 p. (impresso especial)
7. Colheita
As caracterfsticas arornaticas e medicinais destas ervas dependem do teor de 61eo
essen ciaI produzido sendo assim, a realizacao da colheita em estaqio de maior producao de
61eo essencial e fundamental para a obtencao de um produto de alta qualidade. Todo um
trabalho de cultivo e manejo pode ser perdido quando nao se da a devida atencao a colheita
e as etapas subseqi.ientes, isto e, beneficiamento e armazenamento.
Varies sao os fatores que influenciam esta producao, desde condicoes clirnaticas e de
solo ate fatores pr6prios da planta como sua fase de desenvolvimento. Devemos colher no
momenta de maior producao dos 61eosessenciais, como exemplo, em se tratando de folhas,
antes da floracao, visto que ap6s essa fase, ocorre uma grande queda nos teores.
A hora da colheita tarnbern deve ser considerada, sendo que a producao de 61eosessen cia is
normalmente alcanca maior concentracao pela martha.
Considerando-se todos estes fatores, sao determinadas as melhores epocas de
colheita para cada especie (Tabela 5).
80
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 74/78
Tabela 5. Epocas de colheita recomendadas para algumas hortallcas arornatlcas e
medicinais.
CUlTURA EPOCA DE COlHEITA OBSERVACOES
Infcio no 20ou 30 ano. Duas
Outono: corte da metade da planta.
AlECRIMcolheitas anuais: no outono e na
Primavera: corte a 50 cm do solo.
primaveraRendimento: 1,6 a 2,4Uha de folhas
secas.
2 a 3 cortes anuais, conforme houver
CAPIM CIDREIRA 60. mas, dezembro-abril/maio irriqacao, Rendimento: 2 a 3 Uha de
folhas secas.
Pode-se arrancar a planta ou fazer cortes
CEBOLINHAInfcio: 80 a 90 dias do plantio
sucessivos, conforme a comercializacao,
Rendimento: 18.000-24.000 rnc/ha de
folhas frescas
Infcio: Folhas: 50 a 80 dias ap6sOs frutos sao colhidos com os ramos das
COENTROplantio. Frutos: 60% de frutos
intrutescsncias que sao pendurados a
amarelossombra para secagem. Rendimento de
folhas: 8.000-10.000 rnc/ha.
ERVA CIDREIRA Ap6s 6 meses do plantio Corte a cerca de 10 cm do solo
ESTRAGAO Ap6s 2 meses do plantio, quando Cortes a cerca de 20-30 cm do solo. Noa planta atinge 50 a 80 cm.
inverno: cortar rente ao solo para rebrota.
No 50. mas, com aquenios bem Os aquenios sao colhidos com os ramos
FUNCHO desenvolvidos e de coloracao das intrutescsncias que sao pendurados
esverdeada a parda a sombra ou secador para secagem
HORTElAAp6s 3 a 4 meses de plantio
2 a 3 cortes anuais, rentes ao solo.
Rendimento: 2 a 4 t/ha de ramos secos.
HORTElA JAPONESA Ap6s 3 a 4 meses de plantio2 a 3 cortes anuais, rentes ao solo.
Rendimento: 2 a 4 t/ha de ramos secos.
Duas colheitas anuais: dezembro-Cortes a cerca de 15 cm acima do solo
MANJERICAOjaneiro
para rebrota. Colher preferencialmente de
e abril-maiomartha. Rendimento: 2 a 3 t/ha de ramos
secos.MANJERONA Infcio no 6
0mas ap6s plantio, na
Cortes a cerca de 10-15 cm do solo para
rebrota. Rendimento: 1,2 a 1,5 t/ha depre-floracao (botoes florais)
folhas secas
OREGANOInfcio: fim do verao ou comec;:o do
Cortes acima do 20conjunto de folhas
outono
SALSAPode aceitar varies cortes.
Infcio: 45 a 60 dias do plantio Rendimento: 7.000-8.000 rnc/ha de folhas
frescas
SALVIADuas colheitas anuais: dezembro- Cortes a cerca de 15 cm acima do solo
janeiro para rebrota. Rendimento: 1 a 2 t/ha de
e abril-maio folhas secas
SEGURElHA Na formacao dos botoes floraisCortes a cerca de 10-15 cm do solo para
rebrota.
TOMllHO A partir do 20ano de plantio: abril-
Corte a cerca de 10 cm acima do solo
para rebrota. Rendimento: 0,8-1,2 t/ha demaio
folhas secas
81
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 75/78
8. Literatura consultada
BLANCO, M. C. S. G. Menta ou hortela (Mentha spp). In: Coordenadoria de assistencia
tecnica integral: Manual tecnico das culturas - Tomo II. 2 ed. rev. atual. Campinas: CATI,
1997. p. 183-6.
BLANCO, M. C. S. G. Plantas erometices e condimentares intormecoes pretices.
Campinas: CAT I,s.d. Folder tecnico.
CARIBE, J.; CAMPOS, J. M. Plantas que ajudam 0homem - guia pretico para a epoce atua/.
11ed. Sao Paulo: Cultrix/Pensamento. 1999.321 p.
CORREA Jr., C.; MING, L. C.; SCHEFFER, M. C. Cultivo de plantas medicinais, erometices
e condimentares. 1ed. Curitiba: EMATER-Parana. 1991. 162 p.
CZEPAK, M. P. Producao de 61eoessencial de Cymbopogon citratus (DC) Staff e Elionurus
latif/orus Nees. Em diferentes arranjos espaciais. Botucatu: F. C. A UNESP, 2000, 97 p.
Tese (Doutorado em Agronomia) na area de Agricultura, Faculdade de Ciencias
Aqronornicas UNESP.
GIACOMETTI, D.C. Ervas condimentares e especiarias. Sao Paulo: Nobel, 1989. 158 p.
HERTWIG, I. F. Von. Plantas erometices e medicinais plantio, colheita, secagem,comercielizeceo. 2 ed. Sao Paulo; [cone, 1991.414 p.
MAlA, N. B., 1994, Nutricao mineral, crescimento e qualidade do 61eo essencial da menta
(Mentha arvensis L.) cultivada em solucao nutritiva. Piracicaba: ESALQ - USP, 1994,69 p.
Dissertacao (Mestrado emAgronomia). Area de solos e nutricao de plantas, escola Superior
deAgricultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de Sao Paulo.
Maia, N.B.; Bovi, O.A; Marques, M.O.M.; Granja, N.P., Carmello, Q.AC. Essential oilproduction and quality of Mentha arvensis L. grown in nutrient solutions. In: international
SYMPOSIUM ON GROWING MEDIA AND HYDROPONICS. Acta Horticulturae, 2001,
v.548.
MAlA N. B., FURLANI, A M. C. Capirn-limao ou erva-cidreira, citronela-de-java e palma-
rosa. In: RAIJ, B. Van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A; FURLANI, A M. C. (eds.).
Recomendecoes de edubeciio e ca/agem para 0 Estado de Sao Paulo, 2 ed. Campinas:
lnstituto Aqronornico e Fundacao lAC, 1996. p. 77. (Boletim Tecnico 100).
82
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 76/78
MAlA N. B., FURLANI, A M. C. Erva-doce ou funcho. In: RAIJ, B. Van; CANTARELLA,H.; QUAGGIO, J. A; FURLANI, A M. C. (eds.). Recomendecoes de edubeceo e ca/agempara 0 Estado de Sao Paulo, 2 ed. Campinas: Instituto Aqronomico e Fundacao lAC,1996. p. 82. (Boletim Tecnico 100).
MAlA N. B., FURLANI, A M. C. Menta ou hortela. In: RAIJ, B. Van; CANTARELLA, H.;
QUAGGIO, J. A; FURLANI, AM. C. (eds.). Recomendecoes de edubeciio e ca/agem para0
Estado de Sao Paulo, 2 ed. Campinas: Instituto Aqronomico e Fundacao lAC, 1996. p. 85.
(Boletim Tecnico 100).
PEDROSA, J. F .; NEGREIROS, M. Z.; NOGUEIRA, I. C. C. Aspectos da cultura do coentro.
lntorme Aqropecuerio, v. 10, p. 75-8,1984.
PINTO, J. E. B. P., LAMEIRA, 0. A, SANTIAGO, J. A, SILVA, F . G. Lavras: UFLNFAEPE,
Curso de pos-qraduacao "Lato Sensu" a distancia: Plantas medicinais: manejo, usa e
rnanipulacao, 2000. 222 p.: il.
REVISTAMINAS FAZ CIENCIA Planta medicinais 0 potencial de nossa flora.
FAPEMIG, n. 11,2002.
TRANI, P. E.; TAVARES, M.; SIQUEIRA, W. J. Alho porro e cebolinha. In: RAIJ, B. Van;
CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A; FURLANI, A M. C. (eds.). Recomendecoes de
edubeceo e ca/agem para 0 Estado de Sao Paulo, 2 ed. Campinas: Instituto Aqronomico e
Fundacao lAC, 1996. p. 171. (Boletim Tecnico 100).
83
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 77/78
EQUIPE TECNICA:
PRODUCAO DE MUDAs DE ALTA QUALIDADE EM HORTALICAs
DRA. VALERIA A. MODOLO - lAC
EQUIPE TECNICA:
MANEJO DO AMBIENTE EM CULTIVO PROTEGIDO
LUIS FELIPE VILLANI PURQUERIO - lAC
SEBASTIAo WILSON TIVELLI- lAC
EQUIPE TECNICA:
CALAGEM EADUBACAO PARA HORTALICAs SOB CULTIVO PROTEGIDO
PAULO EspiNDOLA TRANI - lAC
EQUIPE TECNICA:
ASPECTOS BAslCOs DO MANEJO DA sOLUCAO NUTRITIVA EM CULTIVO HIDROPCNICO
FERNANDO CESAR BACHIEGA ZAMBROSI - lAC
PEDRO ROBERTO FURLANI - lAC
EQUIPE TECNICA:
CULTIVO DE PLANTAS AROMATICAs E MEDICINAlS
DR. MARIA CLAuDIA SILVA G. BLANCO - CATI
MARIA MARCIA SANTOS SOUZA - CATI
DR. NILSON BOLINA MAlA - lAC
DR. ODAIR BOVI - lAC
EQUIPE TECNICA DE DIAGRAMACAO E REVlsAO:
CLEITON GENTILIJOSE ALEX PINHEIRO
MARCIO EBERT
MAXIMILIANO MIURA
MICHEL MARTINS DA SILVA
RENATO SILVEIRA
SILVIO MANGINELLI
5/8/2018 Codeagro Manual Tecnico - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/codeagro-manual-tecnico 78/78
INFORMACOES I AREA TECNICA
(11) 5067-0317 / (11) 5067-0318
VISITE NOSSO SITE
www.codeagro.sp.gov.br
CENTRAL DE ATENDIMENTO
0800 0554566
CODEAGROCOORDENADORIA DE
DESENVOLVIMENTO
DOS AGRONEG6CIOS
COORDENADORIA DEASSIST~NCIATECNICA INTEGRAL
SECRETARIA DE
AGRICULTURA EABASTECIMENTO
GOVERNO DO ESTADO DE
sAo PAULO