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1 Edição Fevereiro de 2012 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel Baruch Ben Avraham C C a a p p i i t t u u l l o o V V A A s s T T r r i i b b o o s s P P e e r r d d i i d d a a s s E E n n t t r r e e o o s s P P o o v v o o s s d d a a Á Á s s i i a a

CCaappiittuulloo VV AAss TTrriibbooss …comunidadedeisrael.com.br/ebooks1/Vol V - As Tribos Perdidas Entre... · ´Espalhar-vos-ei por entre as nações e, desembainhando a espada,

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1 Edição – Fevereiro de 2012

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As Tribos Perdidas

Entre os Povos da Ásia

A Ásia é o maior

continente da terra,

ocupa 8,6% da

superfície do planeta

com 44,6 milhões de

km², possui 49 países e

7 territórios concentra

60% da população

mundial com 3,9

bilhões de pessoas e é

também o continente

onde se localiza Israel,

o país que o une à

Africa através do Mar

Vermelho. Terra de

países super-povoados,

a Ásia é também o

continente de muitas

línguas, são 100 línguas

faladas nas Filipinas,

600 faladas na

Indónésia, e mais de 800 línguas faladas na Índia. Se existe uma

região onde todos os povos da terra se misturam e onde a promessa

de que Avraham seria o pai de uma multidão de nações se cumpriu

este lugar é a Ásia. Sim, já que a 4.000 anos Adonay prometeu que

Avraham teria por filhos uma multidão de nações.

“Quanto a mim, eis que o meu pacto é contigo, e serás pai de uma

multidão de nações;não mais serás chamado Avraham, mas Avraham será

o teu nome; pois por pai de muitas nações te hei posto; far-te-ei frutificar

sobremaneira, e de ti farei nações, e reis sairão de ti.” Bereishit/Genesis

17:4-6.

Se existe uma região onde

todos os povos da terra se

misturam e onde a

promessa de que Avraham

seria o pai de uma

multidão de nações se

cumpriu este lugar é a Ásia.

Ásia, Autor, Koyos + Ssolbergj, Wikimedia Commons 3.0

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132 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo V AAss TTrriibbooss PPeerrddiiddaass EEnnttrree ooss PPoovvooss ddaa ÁÁssiiaa

Antes porém de partirmos para esse imenso continente de

contrastes, de povos semitas, canitas e yafetitas onde brancos,

negros e amarelos se misturam e onde nasceram as religiões que

dominam o mundo e os povos que mais o influenciaram

recoradremos a história do povo eleito, cujos traços de sua

dispersão viremos a buscar depois.

Quando Adonay Tsebaot estabeleceu seu pacto com Israel

lhes deixou muito claro que os preservaria, guardaria suas fronteiras

e os tornaria um terror contra seus inimigos sob a condição de que

o temessem e guardassem seus mandamentos, estatudos e juízos.

Todavia se não ouvissem a Adonay e se entregassem ao pecado

seguindo os passos das nações então o Eterno os castigaria.

Enfermidades e epidemias que encurtariam suas vidas viriam sobre

eles, inimigos furtariam suas colheitas fazendo-os passar fome, os

feririam trazendo sobre eles o terror e os dominariam com um ódio

tal que eles fugiriam se suas próprias moradas. Vaykrá/Levítico

26:14-17.

Contudo, se isso não bastasse, outros castigos poderiam ser

trazidos, como o enfraquecimento da terra, a quebra das suas

colheitas e o terror trazido pelas feras do campo que matariam suas

crainças e devorariam seu gado. (Vaykrá/Levítico 26:20-22) Se por

esses juízos não fizessem teshuvá os inimigos trariam sobre eles tal

espanto que os fariam abandonar o campo e se apinhar nas cidades

onde sofreriam a mortandade provocada pelas epidemias e pela

fome tão grande que suas mulheres se socorreriam da mais vil de

todas as formas de matar a fome, a antropofagia que as faria

devorar seus próprios filhos como se fossem carneiros do rebanho.

(Vaykrá/Levítico 26:23-26).

Se ainda assim não se voltassem a fome os atingiria de tal

forma que comeriam a carne de uns aos outros, e os inimigos os

matariam sobre seus próprios ídolos e seriam abomináveis para o

Eterno, o próprio santuário seria destruído, seus sarcifícios seriam

recusados e as suas cidades seriam reduzidas a escombros tais que

até os inimigos ficariam espantados. (Vaykrá/Levítico 26:27-32).

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Se tudo isso porém não produzisse efeito, então a mais radical

das setas do Todo-Poderoso seria descarregada de sua aljava e a

promessa feita a Avraham de que aquela terra sagrada pertenceria a

seus descendentes perderia seu efeito e eles seriam arrancados dela

e levados para o exílio para morrer numa terra que não era deles.

“Espalhar-vos-ei por entre as nações e, desembainhando a espada,

vos perseguirei; a vossa terra será assolada, e as vossas cidades se

tornarão em deserto... Assim perecereis entre as nações, e a terra dos

vossos inimigos vos devorará.” (Vaykrá/Levítico 26:-33,38).

No entanto, o Eterno deixou muito claro, que na terra de seus

inimigos, onde sofreriam torturas atrozes e onde pela noite

clamariam para ver o dia e de dia para ver a noite eles não seriam

abandonados a ponto de serem aniquilados, mas em meio aos

severos juízos também seriam alvo de um amor inexplicável cuja

única causa seria o cumprimento da promessa feita aos patriarcas.

“Todavia, ainda assim, quando eles estiverem na terra dos seus

inimigos, não os rejeitarei nem os abominarei a ponto de consumi-los

totalmente e quebrar o meu pacto com eles; porque eu sou o Yah seu

Elohim. Antes por amor deles me lembrarei do pacto com os seus

antepassados, que tirei da terra do Egito perante os olhos das nações,

para ser o seu Elohim. Eu sou Yah.” (Vaykrá/Levítico 26:-44,45)

Israel é guardado por um pacto incondicional e Eterno pelo

qual o próprio Rei do Universo garantiu que seria o Elohim da

semente de Avraham por toda a eternidade e que sua rejeição só

seria possível se as leis da natureza deixassem de operar.

“Estabelecerei o meu pacto contigo e com a tua descendência

depois de ti em suas gerações, como pacto perpétuo, para te ser por

Deus a ti e à tua descendência depois de ti.” Bereishit/Gênesis 17:7.

“Assim diz Yah, que dá o sol para luz do dia, e a ordem

estabelecida da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o mar, de

modo que bramem as suas ondas; Yah Tsabaot (Eterno dos Exércitos) é o

seu nome: Se esta ordem estabelecida falhar diante de mim, diz o

Senhor, deixará também a linhagem de Israel de ser uma nação diante de

mim para sempre.” Yirmiahú/Jeremias 31:35-36

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134 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo V AAss TTrriibbooss PPeerrddiiddaass EEnnttrree ooss PPoovvooss ddaa ÁÁssiiaa

Mais do que isso, Adonay prometeu que ainda que esse

desterro, seja para a parte mais distante da Terra, um dia, quando

eles se convertessem, o Eterno os traria de volta.

“Quando te sobrevierem todas estas coisas, a bênção ou a

maldição, que pus diante de ti, e te recordares delas entre todas as

nações para onde Yah teu Elohim te houver lançado, e te converteres a

Yah teu Elohim, e obedeceres à sua voz conforme tudo o que eu te

ordeno hoje, tu e teus filhos, de todo o teu coração e de toda a tua alma,

Yah teu Elohim te fará voltar do teu cativeiro, e se compadecerá de ti, e

tornará a ajuntar-te dentre todos os povos entre os quais te houver

espalhado Yah teu Elohim. Ainda que o teu desterro tenha sido para a

extremidade do céu, desde ali te ajuntará Yah teu Elohim, e dali te

tomará.” Devarim/Deuteronômio 30:1-4.

Pareceria à primeira vista que a promessa aqui é

completamente condicional, e que dependeria inteiramente

daqueles que se rebelaram e foram castigados, o se submeterem a

Elohim para serem por ele curados e trazidos de volta. Com efeito

essa tem sido a interpretação de muitos que supõem que uma vez

que Israel nunca se converteu em massa, também a promessa jamais

de cumprirá. Isso é um engano, pois a promessa do retorno não se

assenta apenas na condição da conversão de Israel, mas

principalmente na ação daquele que o converterá, Adonay Tsebaot,

por essa razão a rebelde Israel clama profeticamente através do

profeta:

"Converte-me, e serei convertido" (Yirmiahú/Jeremias. 31:18).

Por essa mesma razão o preofeta Moshe declara:

“Também Yah teu Elohim circuncidará o teu coração, e o coração

de tua descendência, a fim de que ames a Yah teu Elohim de todo o teu

coração e de toda a tua alma, para que vivas.” Devarim/Deuteronômio

30:6).

Assim, existe um marcado contraste entre a causa do desterro

de Israel entre as nações que foram seus próprios pecados a a causa

do retorno que é a misericórdia de Adonay e o amor de seu nome

que não pode ser profanado pela quebra de seu próprio pacto.

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“Filho do homem, quando a casa de Israel habitava na sua terra,

então eles a contaminaram com os seus caminhos e com as suas ações.

Como a imundícia de uma mulher em sua separação, tal era o seu

caminho diante de mim. Derramei, pois, o meu furor sobre eles, por

causa do sangue que derramaram sobre a terra, e porque a

contaminaram com os seus ídolos; e os espalhei entre as nações, e foram

dispersos pelas terras; conforme os seus caminhos, e conforme os seus

feitos, eu os julguei. E, chegando às nações para onde foram, profanaram

o meu santo nome, pois se dizia deles: São estes o povo de Yah, e

tiveram de sair da sua terra. Mas eu os poupei por amor do meu santo

nome, que a casa de Israel profanou entre as nações para onde foi.”

Yechezkiel/Ezequiel 36:17-21.

Assim, o Eterno mostra que por causa dos seus pecados eles

foram tirados da terra de seus pais e em pecado andaram na terra

estrangeira, pelo que a única razão de sua preservação foi o amor

que o Eterno tem por seu próprio nome. Logo, apesar de seus

deméritos, a chesed ou misericórdia de Adonay foi a causa de não

serem consumidos na terra de seu exílio. Da mesma sorte a única

causa do retorno de Israel profetizado de Israel será a fidelidade de

Adonay a seu próprio nome. De sorte que é uma tolice supor que as

promessas não se cumprirão pela infidelidade de Israel em terra

estranha ser tão grande como a que manifestaram em sua prórpia

tera. Israel será trazido de volta de todas as terras para ser purificado

e para obedecer, para receber um novo coração e ser plenificado

pelo espírito, não por sua pureza, obediência ou espiritualidade.

“Dize portanto à casa de Israel: Assim diz Yah ELohim: Não é por

amor de vós que eu faço isto, o casa de Israel; mas em atenção ao meu

santo nome, que tendes profanado entre as nações para onde fostes; e

eu santificarei o meu grande nome, que foi profanado entre as nações, o

qual profanastes no meio delas; e as nações saberão que eu sou Yah, diz

Adonay Elohim , quando eu for santificado aos seus olhos. Pois vos tirarei

dentre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para

a vossa terra. Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados;

de todas as vossas imundícias, e de todos os vossos ídolos, vos

purificarei. Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós

um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei

um coração de carne. Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei

que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as

observeis.” Yechezkiel/Ezequiel 36:22-27.

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O Eterno não pede a mortos que são a casa de Israel

estendidos no vale como ossos secos para que caminhem, pelo

contrário ele os vivifica para que possam se levantar sobre seus

próprios pés e andarem sob seu comando. É por isso que no Sefer

Yeshayahu, (Livro de Isaías) Adonay se levanta como um Rei e

declara:

"Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o

Senhor, faço todas estas coisas." Yeshayahú/Isaías 45:7.

Ele que fez o mal ao castigar a Israel também fará o bem em

perdoar a Israel, ele que fez o mal em levá-los para terra estranha,

também fará o bem em trazê-los de volta para a sua terra. Mas

mesmo a partida de Israel para as nações, embora pareça ser um

mal em si, não o é, sendo antes pelo contrário o instrumento da

bondade de Elohim por meio da qual cumpre sua promessa de que

Avraham seja o pai de uma multidão de nações. Estas palavras foram

dirigidas a um povo rebelde que vivia em relativa tranquilidade na

sua terra desfrutando ainda do prestígio e poderio que restara a

Israel dos tempos gloriosos de David. A Bíblia mostra que Por seus

pecados Israel foi usado como trampolim pelos seus inimigos que se

digladiavam entre si.

Por seus pecados Israel foi usado como trampolim pelos seus

inimigos que se digladiavam entre si.

Mapa do Oriente Próximo durante o Período Amarna. Wikipedia Conmmons 3.0;.

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137 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo V AAss TTrriibbooss PPeerrddiiddaass EEnnttrree ooss PPoovvooss ddaa ÁÁssiiaa

As campanhas militares assírias comandadas por

Tiglat-Pileser III (745-727 AEC) devastaram Israel e

seus vizinhos, transformando-os em suas províncias.

Guerra Siro-Efraimita, a partir da coleção de mapas da Tiglat-Pileser III, rei da Assíria, Biblioteca Perry-Castañeda, Wikimedia Commons 3.0 Jastrow, 2005, Commons 3.0

Naquele tempo, época do Rei Tsedekiah (Ezequias) Israel

enfrentava a pressão das potências do Oriente Médio, tanto as que

se localizavam ao sul, já no continente africano como Kush (Etiópia)

e Mitzraym (Egito) como as que se localizavam a leste como Ashur

(Assíria), Bavel (Babilônia), Media, Elam e Persia que lutavam entre si

pelo domínio da região e insistiam em fazer da terra santa dada a

Avraham, Ytzchak e Yakov uma terra de ninguém em suas passagens

para as batalhas épicas do mundo antigo.

Entre estes povos que se digladiavam para dominar o Oriente

Médio nenhum se destacou como a Assíria. As campanhas militares

comandadas por Tiglat-Pileser III (745-727 AEC) devastaram Israel e

seus vizinhos, transformando-os em suas províncias. Seu trânsito

pela Terra da Promessa foi usado pelo Eterno como vara na sua mão

para punir a rebelião de Israel. O povo dera as costas para Adonay e

a sagrada Torah enqunato virou sua fronte para os ídolos merecia

isso. Assim, o Eterno levantou a Assíria para o punir como uma

espada na mão de um eficiente guerreiro.

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Salmanaser V (727-722) completou a tarefa de seu pai

deportando os habitantes do reino de Israel para a Assíria tal como

narrado nos capítulos 17 e 18 de II Reis. Essa política de hostilidade

em relação a Israel perdurou durante o governo de Sargão II (722-

705) que não se sabe se era herdeiro de Tiglat Pileser III ou um

usurpador do trono. No entanto, a Assíria entregue à cegueira de

seu coração, nem mesmo podia sonhar que era apenas uma

ferramenta nas mãos do Todo-Poderoso, e que ela não podia se

gabar mais de sua força do que um machado que só corta a árvore

movido pelo braço do lenhador. Quando sua missão terminasse a ira

devastadora se desataria sobre ela como está escrito:

“Ai de Ashur, a vara da minha ira; a sua força militar é a minha

arma contra esta nação sem Elohim, condenada e amaldiçoada. Ela fará

deles escravos, saqueá-los-á e os pisará como o pó debaixo dos pés. Mas

o rei da Assíria não saberá que fui eu quem o mandou. Ele pensará

simplesmente que está a atacar o meu povo como parte do seu plano de

conquista do mundo. E declarará que cada um dos seus príncipes será

brevemente um rei, a reger cada uma das terras conquistadas.

Destruiremos Calno tal como fizemos com Carquemis, dirá ele. E Hamate

cairá como tinha caído antes Arpade; Shomeron (Samaria) será arrasada

da mesma forma que Damasco. Sim, acabámos com muitos reinos cujos

ídolos eram muito maiores do que os de Yerushalaim e de Shomeron.

Por isso, quando tivermos derrotado Shomeron e os seus ídolos, também

havemos de destruir Yerushalaim mais os ídolos dela. Depois de YHWH

ter usado o rei de Ashur para realizar os seus planos, então se voltará

contra os assírios para os castigar igualmente a eles, porque são gente

altiva e orgulhosa. Gabam-se dizendo: Foi com todo o nosso poder e

com a nossa sabedoria que ganhámos estas guerras todas. Somos

grandes e célebres. Com a nossa própria força derrubámos muralhas,

vencemos povos e pilhámos os seus tesouros. Pela nossa grandeza

assaltámos os ninhos de riqueza deles; e acumulámos reinos

conquistados, tal como o camponês junta os seus ovos; ninguém ousa

mexer um dedo sequer, ou abrir a boca para dizer uma palavra contra

nós! Mas YHWH diz: Será normal que o machado se gabe de ter mais

poder do que aquele que o emprega? E a serra, será ela mais poderosa

do que o serrador? Poderá uma vara bater sem que uma mão a mova?

Uma cana é capaz de andar sozinha? Por causa de toda essa tua lisonja, ó

rei da Assíria, YHWH dos exércitos celestiais mandará uma praga que se

disseminará no meio dessa tua tropa orgulhosa, que os abaterá.”

Yeshayahu/Isaías 10:6-16.

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139 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo V AAss TTrriibbooss PPeerrddiiddaass EEnnttrree ooss PPoovvooss ddaa ÁÁssiiaa

Este orgulhoso Estado

que se vangloriava de seus

grandes feitos em subjugar

nações e deportar seus

súditos para terras que não

lhes pertenciam a fim de

impedir suas revoltas não

podia sequer sonhar que o

Elohim vivo a quem

Senaquerib aforntou em

Yerushalaim o estava usando

com um propósito especial.

Um exemplo do que era o

orgulho de um povo cruel

contra seus adversários é

dado no relato do Rei

Senaqueribe (705-681), filho

do mesmo Sargão II que se

gaba da crueldade de seu

exército contra os elamitas.

“No comando do deus Ashur, o grande Senhor, corri contra o

inimigo, como a aproximação de um furacão ... eu coloquei-os em fuga e

os fiz voltar. Eu paralisei as tropas do inimigo com lanças e flechas. A

Humban-undasha, o comandante-em-chefe do rei de Elam, juntamente

com seus nobres ... eu cortei suas gargantas como ovelhas ... Meus

cavalos empinandos, treinados para serem utilizados, mergulhado em

seu sangue jorrando como em um rio; as rodas da minha carruagem de

batalha foram salpicadas com sangue e sujeira. Enchi a planície de

cadáveres de seus guerreiros como erva.” (Citado por Healy, Mark

(1991). Os Antigos Assírios, New York: Osprey. pp 47)

Senaqueribe se gabou também de grandes no ataque ao reino

de Yehudá e no cerco à Yerushalaim no ano 701 AEC que teria

resultado na destruição de 46 cidades, na deportação de 200 mil

pessoas para as terras dos filisteus, e no pagamento de tributos num

valor equivalente a 1,020 toneladas de ouro e 27,2 toneladas de

prata. Nesta vitória ele não inclui a tomada da cidade santa, mas

apenas o seu cerco, o que confirma o relato bíblico.

Um exemplo do que era o

orgulho de um povo cruel

contra seus adversários é

dado no relato do Rei

Senaqueribe (705-681),

encontrado no Prisma

Taylor.

Prisma Taylor, Usuário: dcastor, Wikimedia

Commons, Domínio Pùblico

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140 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo V AAss TTrriibbooss PPeerrddiiddaass EEnnttrree ooss PPoovvooss ddaa ÁÁssiiaa

“Porque Ezequias, rei de Judá, não se submeteu ao meu jugo, eu

vim contra ele, e pela força das armas e pela força do meu poder eu levei

46 de suas cidades fortificadas, e das cidades menores, que estavam

espalhadas, eu as tomeis e saqueei um número incontável. A partir destes

lugares que eu tomei foram levadas 200.156 pessoas, velhos e jovens,

homens e mulheres, juntamente com os cavalos e mulas, jumentos e

camelos, bois e ovelhas, uma incontável multidão, e a Ezequias, calei a

boca em Yerushalaim, sua cidade capital, como um pássaro em uma

gaiola, construindo torres em volta das esntadas da cidade, e criei bancos

de terra contra os portões, de modo a impedir a fuga ... Então sobre

Ezequias caiu o temor do poder dos meus braços, e ele enviou-me os

chefes e os anciãos de Jerusalém com 30 talentos de ouro, 800 talentos

de prata e tesouros diversos, um espólio rico e imenso ... Todas essas

coisas foram trazidos para mim em Nínive, a sede do meu governo.”

Narativa de Senqueribe contina no Prisma Taylor, descoberto em 1830

pelo Coronel Taylor.

Como um povo pequeno que se expande com força cada vez

maior precisa incorporar estrangeiros nas suas tropas, a infantaria

assíria continham grande número de arameus e gregos. No entanto,

os assírios arriscavam somente um olho ao incluir estrangeiros nas

suas forças armadas. A cavalaria, que era a força tática de resposta

rápida tanto para o ataque como para a defesa permaneceu assíria a

exceção de 60 carros de combate cuja tripulação foi dada aos

isralitas segundo relatórios de Sargão II. Isso prova uma vez mais

que os israelitas conservaram sua identidade nacional dentro do

Império.

No mapa pode-se ver a expansão assíria em verde claro

iniciada em 671 AEC em contraste com seu território de 824 ACE em

verde escuro. O mal que os assírios cometiam ao deportar povos

inteiros1 para as terras de outros povos que por sua vez eram

reassentados noutros lugares viria a se revelar um bem.

1A Wikipedia Enciclopédia Livre lista as seguintes deportações atribuídas aos reis assírios: 744 AEC Tiglate Pileser III deporta 65.000 pessoas do Irã para a fronteira assírio-babilônicos no rio Diyala. 742 AEC Tiglate Pileser III deporta 30 mil pessoas de Hamate, Síria e para as montanhas Zagros, no leste. 721 AEC Sargão II (afirmou) deporta 27.290 pessoas de Samaria, Israel e os dispersa por todo o Império. No entanto, é provável que seu antecessor deposto, Salmanasar V ordenou a deportação. 707 AEC Sargão II deporta 108 mil caldeus e babilônios da região da Babilônia. 703 AEC Senaqueribe deporta 208 mil pessoas da Babilônia

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141 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo V AAss TTrriibbooss PPeerrddiiddaass EEnnttrree ooss PPoovvooss ddaa ÁÁssiiaa

Enquanto os reis da

Assíria empurravam os

filhos de Israel cada vez

mais para os confins do

Império o Eterno

preparava Efraim para

uma missão tão secreta

que nem ele se apercebia

carregar a semente de

Avraham para os confins

da terra, tomando

diferentes direções,

inclusive a da Ásia que

estudaremos nesse

capítulo.

O mapa mostra como cada uma dessas deportações levou

Israel para mais longe da sua terra, para que esse nem mesmo

pensassem em voltar, antes que sua missão estivese cabalmente

terminada. A história mostra que houve de fato três deportações

seguidas. A primeira sob Tiglat-Pileser III (734-732 AEC) em roxo, a

segunda sob Shalmanaser V e Sargão II (724-720 AEC) em vermelho

e terceira sob Sargão II (716-715 AEC) em amarelo.

A linha em amarelo

indica também a provável

rota de fuga dos israelitas

assim que o Império

entrou em decadência, o

que veio a ocorrer apenas

70 anos depois da queda

do reino de Israel. Se o

Império Assírio levou

1.200 anos para ser

erguido sua queda

ocorreu em pouco mais de

30 anos.

A Assíria, um Império Impiedoso

que Dominou o Oriente Médio

Mapa do Império Assírio – Baseado em 'Atlas of the Bible Lands',

autor: Ningyou Wikimedia Commons – Domínio Público;

As Três Deportações dos

Filhos de Israel Pela Assíria

Deportação de judeus pela Assíria. Autor: Joelholdsworth, Creative Commons 3.00

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142 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo V AAss TTrriibbooss PPeerrddiiddaass EEnnttrree ooss PPoovvooss ddaa ÁÁssiiaa

No entanto, a Assíria que também não sabia o que estava

fazendo, apesar destas infames deportações, levava os povos como

unidades familiares o que lhes permitia manter uma certa identidade

nacional perseguindo um destino comum na terra de seu exílio

enquanto ela mesma ia se enfraquecendo gradualmente até

desaparecer como poder na poeira da história.2 Ao intentar o mal

contra um Israel merecedor dos mais severos castigos por ter

abandonado a verdade, e amado a mentira, levando-o para longe da

sua terra a Assíria estava preparando o cumpirmento de uma das

mais belas profecias, a que fala do retorno de Israel nos últimos

tempos. Simultaneamente o cativeiro assírio cumpre a profecia da

partida de Israel e prepara a de seu regreso. Assim, devemos mais

ao infame império assírio do que normalmente imaginamos.

“Portanto eu vos lançarei fora desta terra, para uma terra que não

conhecestes, nem vós nem vossos pais; e ali servireis a deuses estranhos

de dia e de noite; pois não vos concederei favor algum. Portanto, eis que

dias vêm, diz o Senhor, em que não se dirá mais: Vive YHWH: que fez

subir os filhos de Israel da terra do Egito; mas sim: Vive YHWH, que fez

subir os filhos de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde

os tinha lançado; porque eu os farei voltar à sua terra, que dei a seus

pais.” Yimiahú/Jeremias 16:13-15.

Antes porém que Israel retornasse ele precisava ser livre para ir

a todas as nações, e para isso a Assíria tinha de cair. Assim, o

gigantesco império que dominou territórios hoje pertencentes a

Sudão, Egito, Israel, Líbano, Síria, Jordânia, Turquia, Arábia Saudita,

Kuaiti, Katar, Iraque e Irã e que governava seus conquistadores com

mão de ferro arrastando povos de suas terras, separando-os entre si

para que não pudessem tentar uma revolta desmoronou por sua

própria truculência. Quem poderia imaginar que aquele império do

mal que fez tantas desgraças a ponto de nunca mais se erguer,

estava pela sua queda sendo preparada para as maiores alturas?

2 Não estamos falando aqui do desaparecimento do povo assírio, mas do desaparecimento do poder assírio, cuja última tentativa de independência ocorreu na revolta contra o reino Aquemenida no ano 482 AEC que foi reprimida por Dário. A AINA uma organização assíria estima que existem 3,337.000 assírios vivendo em vários países principalmente do Oriente médio onde são discriminados e perseguidos pelos amantes da “religião da paz.” Existem cerca de 550 mil cristãos assírios no Iraque, no mínimo 750 mil na Síria, em torno de 80 mil no Irã, cerca de 50 mil na Turquia e 100 mil no Líbano e mais de um milhão na diáspora ocidental. Este povo precisa de nossas intercessões, pois sua história tem sido a de sofrimento e martírio idênticos aos que os judeus sofreram ao longo da história.

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Quando Sargão II que havia humilhado a Israel morreu em 705

seu filho Senaqueribe, aquele que se lançou contra Yehudá e

Yerushalaim perdendo 185.000 homens feridos de morte quando se

preparavam para tomar a cidade santa, tomou as rédeas do governo

e reinou de 705 a 681. Assassinado por seus filhos, envergonhados

com tão colossal derrota, ele foi sucedido por seu filho Esarhadon

(681-669 AEC) que estava em campanha militar nas montanhas do

Cáucaso quando ele foi morto.

Com a morte de Esarhadon assumiu o poder Assurbanipal

(669-627 AEC), o mais famoso dos reis assírios e talvez o mais cruel,

já que representações o mostram prendendo um rei derrotado num

canil junto com cães. Mas o Império estava chegando ao fim. Uma

série de guerras civis agitaram o império com diferentes

pretendentes ao trono, o que serviu de sinal para os grandes povos

que ele dominara se revoltarem.

O leão babilônico estava prestes a se levantar de sua ramada.

No ano 625 Nabupolasar (625-605), rei do estado vassalo da

Babilônia se levantou contra a Assíria tomando a cidade de Nipur

em 620. Quando os assírios se preparavam para enfrentar os

babilônios os Medos se levantaram e proclamaram sua

independência e pouco depois em 616, o rei dos Mesas

Uvarkhshattra (645-585) mais conhecido como Ciaxares, fechou uma

aliança com Nabupolasar, rei de Babilônia. Durante quatro anos a

Assíria sofreu reveses até que Ninive caiu em 612. Os exércitos

assírios se dirigiram então para o ocidente, a Assíria estava

desmoronando para que seus cacos só viessem a ser juntados

novamente em plena era messiânica. Logo se existe um povo através

do qual a imensa misrericórdia de Adonay se revelará com vivas

cores esse povo é o am suryo, o povo assírio. Claro que para isso sua

rúina ainda tinha de se completar. 3

3 Existe uma maravilhosa profecia de redenção final para os assírios na qual o Eterno garante que eles constituírão depois de

Israel e do Egito o terceiro povo mais importante no reino messiânico. “Naquele dia haverá estrada do Egito até a Assíria, e os assírios virão ao Egito, e os egípcios irão à Assíria; e os egípcios adorarão com os assírios. Naquele dia Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, uma benção no meio da terra.” Yeshayahú 19:23-24. O Caminho para o cumprimento dessa profecia já está aberto a muito tempo. Apesar de engolfados em grande parte pela apostasia quase universal traziada pela igreja de Roma, os crentes assírios ainda mantém a liturgia em eramaico e ainda invocam o Maschiach pelo seu verdadeiro nome.

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A derrota final se deu pouco depois que o exército egípcio,

tendo pedido permissão para passar por Yehudá para se juntar aos

assírios com que estavam unidos pelejou contra o rei Yosiah, por lhe

ter negado a passagem, matando-o na famosa Batalha do Megido

em 609, o mesmo lugar onde finalmente se travará a Guerra do

Armagedon. As forças combinadas de Egito e Assíria caíram no ano

608 diante da coalizão formada por Babilônia em Haram na Sìria. A

última batalha deu-se em 605 em Carquemis quando a Assíria

deixou de existir como nação. De lá para cá os assírios deixaram de

lutar para dominar qualquer povo ou mesmo para proclamarem um

Estado Livre na terra de seus antepassados. Sua batalha é a batalha

da sobrevivência em meio ao ódio milenar de seus inimigos. 4

Enquanto isso, o povo de Israel afastado de sua terra, colocado

nos confins da Assíria, se manteve distante das disputas que não lhe

diziam respeito. Assim que Babilônia derroutou a Assíria em

Carquemis ela se voltou para atacar seu aliado principal o Egito. Para

chegar lá precisaria recuperar forças e sustentar seu exército. Nada

melhor do que anexar Israel assim, em 605 quatro anos depois de

perder sua soberania para o Egito, o Reino de Yehudá caiu sob o

domínio babilônico.

4 Os assírios sofrem em média um massacre a cada 50 anos, como nas perseguições seculares contra os judeus o número total

de vítimas não pode ser estimado, mas ultrapassa 1 milhão de mortos. No ano 339 católicos moveram mataram 16 mil assírios. Em 448 os persas massacraram 153 mil assírios no Azerbaijão. Em 519 um rei judeu subiu ao trono do Yemen e matou 2.000 assírios. Já na era muçulmana em 737 o Kalifa Mahdi decretou que os 5 mil assírios de sua jurisdição deveriam aceitar o islã ou morrer. Em 1.258 5% dos assírios de Bagdá foram condenados a morte e seus filhos escravizados. Em 1.289 os curdos do Iraque atacam 70 cidades assírias, assassinam 500 homens e escravizam 1.000 crianças. EM 1297 Ala Al-Din massacra um número não determinado de assírios e leva 12.000 como cativos. Entre 1369 e 1400 mais de 160 mil assírios foram massacrados em Bagdá e Tikrit no Iraque por Timurlane um fanático muçulmano que edificou duas pirâmides com dezenas de milhares de cabeças humanas. Em 1829 curdos turcos destilaram sua ira matando 200 homens, 80 crianças que fugiam foram executadas, as mulheres foram despidas e as mais belas foram feitas escravas sexuais enquanto as menos atraentes foram executas. Em 1842 Badr KAn Bey, um líder curdo massacrou 10 mil assírios, mulheres e crianças foram escravizadas para serem doadas a muçulmanos ricos. Em 1860 no Líbano mais de 60 aldeias assírias foram queimadas por muçulmanos e por drusos e 12 mil assassinados durante o domínio dos otomanos turcos. O ódio se propagou a Damasco na Síria onde 11 mil foram assassinados. Entre 1895 e 1896 um massacre começado e Urfa na Turquia eliminou cerca de 100 mil assírios. Em 1918 fugindo dos massacres otomanos milhares de assírios se refugiaram no Irã, onde foram cercados pelo exército turco em Khoi submetidos as mais vis torturas e 2.773 foram assassinados enquanto as mulheres e meninas mais belas clamavam pela sua morte, mas foram poupadas para engrossar seus haréns. Entre 1914 e 1920 as políticas de limpeza étnica contra o povo assírio nos domínios do Império Otomano custaram a vida de entre 500 e 750 mil assírios afora os milhões de armênios assassinados pelo fanatismo dos turcos muçulmanos. Em 1933 o Massacre de Sibele perto de Mossul no Iraque custou a vida a 3.000 assírios, crianças foram lançadas ao ar e aparadas na ponta de baionetas, meninas e mulheres obrigadas a desfilar nuas para satisfazer os desejos mais vis de uma tropa muçulmana desalmada que não se contendo escolhia livremente as que seriam submetidas a seus abomináveis caprichos sexuais e estupradas. De lá para cá a situação não mudou muito e na guerra civil libanesa milhares deles pereceram ao lado de outros cristãos massacrados pelos guerreiros de Alah. O sangue desses mártires, que não amaram suas vdias até a morte, mas as entregaram em nome de Yeshua clama no juízo contra a besta que subiu da terra. Enquanto isso nossa imprensa prostituída não se cansa de alardear as virtudes do islamismo como uma religião da paz.

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As duas tribos de Yehudah e Binyamin logo conheceriam a

amarga sorte de seus irmãos do norte, ser levados para o exílio, para

cantar hinos de Tzion em terra estranha como fala o salmo 137.

Estas escaramuças no ocidente no entanto, caíram como a mais

formidável das bençãos para as tribos cativas da Assíria. Destruído

seu inimigo exatamente como profetisado por Yeshayahú eles

aproveitaram para abandonarem aquelas terras e buscarem refúgio

no Oriente, internando-se pela Ásia. Essa partida para uma terra

longínqua como resultado das transgressões era também a

condição para o cumprimento da glorioda promessa:

“Ainda que o teu desterro tenha sido para a extremidade do céu,

desde ali te ajuntará o Senhor teu Deus, e dali te tomará.”

Devarim/Deuteronômio 30:5.

A 2.520 anos, quando as duas casas de Israel haviam

conhecido o exílio e Yehudáh já estava voltando para casa, ainda

que numa quantidade infima, o Eterno declarou que um dia

recolheria seu povo do Leste e do Oeste e os reuniria de novo em

Israel.

“Assim diz Yah Tsabaot (Senhor dos exércitos): Eis que salvarei o

meu povo, tirando-o da terra do oriente e da terra do ocidente; e os

trarei, e eles habitarão no meio de Jerusalém; eles serão o meu povo, e

eu serei o seu Elohim em verdade e em justiça.” Zechariya 8:7.

Na época dessa profecia apenas 1% da população de Israel

que rondava os 5 milhões de pessoas estava retornando para casa

após o fim do cativeiro babilônico que libertou Yehudáh.

Esse retorno de inlcluiu apenas umas poucas pessoas das dez

tribos que haviam rompido sua irmandade com o Reino de Israel

devido à grande apostasia de Yaraveam ao levar Israel à adoração

do bezerro de ouro e se unido a Yehudáh. Na sua política de

transportar povos inteiros primeiro ela tomou os israelitas e os levou

para as proximidades do Rio Gozã e para as regiões da Média como

está escrito:

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“No ano nono de Oséias, o rei da Assíria tomou Samária, e levou

Israel cativo para a Assíria; e fê-los habitar em Hala, e junto a Habor, o rio

de Gozã, e nas cidades dos medos.”Melachim Beit/2 Rs 17:6.

Não contente com isso sua política de deportações atingiu a

outros povos com forte identidade nacional e que poderiam criar

revoltar. Estes povos foram trazidos a Israel para repovoarem a terra,

mas foram punidos pela sua infidelidade o que mostra que a terra

de Israel é santa e seus moradores devem ser santos. O Eterno tanto

pune seu povo quando pratica iniquidade lá como também os que

não são seu povo. Animais e feras do campo contidos quando o

povo é fiel são usados como castigo contra moradores infiéis,

israelitas nou não. Isso mostra que a santidade da terra de Israel não

é uma simples questão de escolha, é uma necessidade.

“Depois o rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava,

de Hamate e de Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades de Shomeron

(Samária) em lugar dos filhos de Israel; e eles tomaram Shomeron em

herança, e habitaram nas suas cidades. E sucedeu que, no princípio da

sua habitação ali, não temeram ao Eterno; e o Eterno mandou entre eles

leões, que mataram alguns deles. Pelo que foi dito ao rei da Assíria: A

gente que transportaste, e fizeste habitar nas cidades de Samária, não

conhece a lei do elohim da terra; por isso ele tem enviado entre ela leões

que a matam, porquanto não conhece a lei do elohim da terra. Então o

rei da Assíria mandou dizer: Levai ali um dos sacerdotes que

transportastes de lá para que vá e habite ali, e lhes ensine a lei do elohim

da terra. Veio, pois, um dos sacerdotes que eles tinham transportado de

Shomeron amária, e habitou em Betel, e lhes ensinou como deviam

temer ao Eterno.” Melachim Beit/2 Rs 17:24-28.

Este sacerdote israelita, não conseguiu levar os deportados de

outras terras a servir ao Eterno com integridade, mas algumas das

coisas que lhes ensinou foram inseridas na sua antiga religião.

Israelitas fiéis deixados na terra se casaram com as mulheres

estrangeiras dando origem a que hoje é a pequena comunidade

samaritana, sobrevivente a um holocausto proporcionalmente maior

que o dos judeus. A fidelidade de uns poucos israelitas que se

casaram com mulheres estrangeiras deu origem a primeira forma de

judaísmo dissidente, o samaritanismo que inexplicavelmente

sobrevive até aos dias de hoje.

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Os samaritanos,

mencionados na bessorat

especialmente pelos

resultados do encontro com

Yeshua junto ao poço de

Yakov, em Sheken,

constituem os remanescentes

da religião fundada por

Yaraveam. São também a face

visível da Casa de Israel que

jamais perdeu a sua

identidade preservando a

guarda do shabat, as festas

da Torah e a prática da

circuncisão, coisas que

praticamente desapareceram

entre os israelitas dispersos a

partir da Assíria.5

Todavia, assim como gentios em Israel aprenderam algo da

religião dos profetas, os israelitas no exílio viriam aprender muito

mais do paganismo do que da religião de seus antepassados.

5 O Samaritanismo fundados por Yaraveam (século X AEC) misturava a idolatria com o judaísmo.Os poucos que ficaram na

terra porém, retornaram a uma forma não idólatra de culto centralizada no Monte Gerizim, onde construíram seu próprio Templo opondo-se a orientação profética de cultuar somente em Yeruhalaim e no Monte Tzion. Hoje são cerca de 712, destes 350 vivem em Holon, cidade israelense de 187 mil habitantes no Distrito de Tel Aviv e o restante no Monte Gerizim, perto de Nablus, na Cisjordânia, cidade de 126 mil habitantes de maioria muçulmana onde mantém uma antiga sinagoga em funcionamento. Após a revolta judaica de Bar Kchoba sufocada pelos romanos, os samaritanos conheceram seu período de ouro quando os judeus praticamente abandonaram Israel. Gozaram de uma autonomia que lhes permitiu reconstruir o Templo do Monte Gerizim. Durante o domínio do Império Bizantino, sob o Imperador Flavio Zeno Augustus (425-491), seu governo (474-495) obrigou os samaritanos a se converterem, perseguindo e matando os que se negavam a isso, convertendo sua sinagoga em igreja e dominando o Monte Gerizim onde construiu locais de culto cristãos e sepultou seu filho colocando uma cruz diante da qual os samaritanos eram obrigados a se inclinar. Em 484 os samaritanos suspeitando que os bizantinos iriam transportar os restos mortais do sumo Sacerdote Aharon e seus filhos Elazar, Itamar e Pinechás invadiram a catedral matando cristãos e cortando os dedos de Terebinthus, o seu bispo, que fugiu para Constantinopla em busca de ajuda. Zenão sufocou a rebelião e reconstruiu a Igreja de São Procópio em Neápolis (Nablus) e os samaritanos foram proibidos de subir ao Monte Gerizin. Na Segunda Revolta Samaritana em 495 eles tomaram novamente o controle do Monte Gerizin durante o governo de Flavius Anastasius Augustus (430-518). Cansados do desrespeito à sua fé e aos lugares sagrados que dominavam, a mais de 1400 anos Juliano Ben Sabar, o Bar Kochba dos samaritanos, liderou a Terceira Revolta Samaritana proclamando um Estado Samaritano na Região tendo Yaraveam, fundador do Reino de Israel como modelo. Em um ano a Samaria estava sob seu controle. Justiniano I (483-565) os atacou com o apoio dos árabes Ghassanides e sufocou a rebelião. Ben Sabar foi decapitado e dezenas de milhares de samaritanos foram mortos. A Quarta Revolta Samaritana começou em 556 e se prolongou até o ano 572, quando foram apoiados pelos judeus. O levante terminou com 120 mil mortos, e milhares de cativos. A comunida de 1 milhão de pessoas entre os séculos V e VI foi praticamente extinta. O domínio islâmico não facilitou as coisas, embora o holocausto samaritano, que deve ter matado mais de 200 mil e resultado na deportação de outros 800 mil tivesse terminado.

A fidelidade de uns poucos

israelitas que se casaram com

mulheres estrangeiras deu

origem a primeira forma de

judaísmo dissidente, o

samaritanismo que existem até

aos dias de hoje.

Samaritans on Mount Gerizim, Freddie Mercury , Wikimedia Commons 3.0

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Afinal se em sua própria terra eles já haviam servido os deuses

das nações quanto mais fora dela.

“Assim sucedeu, porque os filhos de Israel tinham pecado contra

Yah seu Deus Elohim ... e porque haviam temido a outros Elohim, e

andado segundo os costumes das nações ... segundo os que os reis de

Israel introduziram. Também os filhos de Israel fizeram secretamente

contra Yah seu Elohim coisas que não eram retas. Edificaram para si altos

em todas as suas cidades... Levantaram para si colunas e aserins em

todos os altos outeiros, e debaixo de todas as árvores frondosas;

queimaram incenso em todos os altos, como as nações... cometeram

ações iníquas, provocando à ira de Yah. E serviram os ídolos, dos quais o

Yah lhes dissera: Não fareis isso.” Melachim Beit/2 Rs 17:7-12.

Por conta disso a excursão do povo de Israel em sua diáspora

assíria seria uma excursão em direção a outras nações. No ano 653

Assurbanipal (669-631 AEC) não pode impedir que o Egito se

desligasse do Império o que abriu um precedente perigoso.

Inspirados no sucesso egípcio os elamintas, os fenícios (libaneses) e

babilônios inicaram suas revoltas. Em 625 os caldeus tomaram a

grande cidade de Babilônia fazendo dela sua capital. Ashur, a antiga

capital do reino fo tomada em 615 por Uvarkhshattra (645-585), rei

dos medos mais conhecido por Ciaxares. Coube a ele aniquilar o que

restava do reino assírio tomando Ninive a capital no ano 612.

Em meio a esses conflitos no oriente próximo, quando as

grandes potências (Egito, Elão, Babilônia, Média e Pérsia) estavam se

movendo na conquista dos territórios antes dominados pelos

assírios, os israelitas iniciaram a sua segunda diáspora. Haviam sido

forçados a deixar a sua terra para se fixarem a mais de 1.000

quilômetros dela.

Agora aproveitaram para fugir em todas as direções em busca

de lugares onde pudessem reiniciar sua vida nacional, mas

sabedores que sua terra estava sob domínio estrangeiro partiram

sobretudo para o centro da Europa, para a África e para a Ásia.

Logo, o cuprimento pleno e total da profecia de Zacharya onde o

Eterno promete trazer de volta seus filhos do oriente ainda está no

futuro.

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O Oriente é pois uma terra de onde se deve esperar o retorno

de muitos dos filhos de Israel que devem ser salvos e logo trazidos a

Yerushalaim para adorar o Rei. O que não se tem pensado é quão

oriental é esse oriente. Para que se tenha uma idéia disso é

recomendável recornar que o Eterno está falando através de um

profeta que estava em Yeruhalaim, portanto estamos falando não do

oriente em relação a Brasília, mas do oriente em relação a Israel e a

Yerushalaim, é bem o que chamados de extremo-oriente.

De lá devem vir adoradores para se inclinar ante o Soberano

do universo na cidade santa. Bem, acertado que as tribos perdidas

retornarão a fé e à terra de Israel resta um mistério. De onde elas

virão ou melhor, onde elas estão? No judaísmo as correntes místicas

cabalísticas e chassidim têm dedicado bastante espaço a isso. Traços

das tribos perdidas da Ásia tem sido apontados no Japão, nas

Filipinas, na Índia, em Mianmar, no Bangladesh, no Paquistão, no

Uzbequistão, nas pequenas repúblicas do Cáucaso, no Kurdistão e

na Síria. Em nossos próximos tópicos a história, a religiosidade, a

relação destes países com Israel e com os judeus será analisada a

fim de traçarmos um perfil capaz de apontar as tribos perdidas

entre os povos da Ásia.

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