72
ANÁLISE DE LIGAÇÃO DE GENES DE RESISTÊNCIA DE Brassica o/eracea A Xanthomonas campes pv. campestris E Fusarium oxysporum f. sp. conglutinans CELIA CORREIA MALVAS Engenheira Agrônoma Orientador: Prof. Dr. LUIS EDUARDO ARANHA CAMARGO Disseação apresentada à Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Mestre em Agronomia, Área de Concentração: Fitopatologia. PIRACICABA Estado de São Paulo -Brasil Setembro - 1998

Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

ANÁLISE DE LIGAÇÃO DE GENES DE RESISTÊNCIA DE

Brassica o/eracea A Xanthomonas campestris pv.

campestris E Fusarium oxysporum f. sp. conglutinans

CELIA CORREIA MALVAS

Engenheira Agrônoma

Orientador: Prof. Dr. LUIS EDUARDO ARANHA CAMARGO

Dissertação apresentada à Escola Superior

de Agricultura "Luiz de Queiroz",

Universidade de São Paulo, para obtenção

do título de Mestre em Agronomia, Área de

Concentração: Fitopatologia.

PIRACICABA

Estado de São Paulo -Brasil

Setembro - 1998

Page 2: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

Dados Internacionais de catalogação na Publicação <CIP> DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO . campus "Luiz de Queiroz"/USP

Malvas, Celia Correia Análise de ligação de genes de resistência de Brassica o/eracea a Xanrhomonas

campesrris pv. campesrris e Fusarium oxysporum f. sp. cong!ucinans / Celia Correia Malvas. - - Piracicaba, 1988.

60p.: il.

Dissertação (mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 1998. Bibliografia.

1. Bróco1&"2. Doença de planta 3. Fusariose 4. Marcador molecular 5. Podrijãonegra 6. Repolho 7. Resistência a doença 1. Titulo

CDD 632.3;);

Page 3: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

Aos meus pais

Areovaldo e Audilia e

aos meus irmãos

Roberto, Sandra e

Marcos, dedico

Page 4: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

AGRADECIMENTOS

Ao Praf. Dr. Luis Eduardo Aranha Camargo pela orientação constante,

amizade, apoio no momentos difíceis e exemplo de dedicação, luta e

profissionalismo que sempre me transmitiu;

Aos colegas de laboratório Matê, Kátia, Jacqueline, Denise, Maurício e

Daniela, pela troca de ensinamentos e apoio no desenvolvimento deste

trabalho;

Aos Professores do Departamento de Fitopatologia da ESALQ pelos

ensinamentos e convívio sempre tão agradável;

Aos técnicos de laboratório deste departamento, pelo auxílio na parte

experimental e a Marina e Jefferson por serem sempre tão solícitos;

Aos colegas de pós-graduação por todos os momentos, especialmente a

Nelson Massola e Queimo Novaes pelas discussões;

As amigas Renata e Raquel, pelo estímulo;

A Juliana e Regina pelas valiosas sugestões, ajuda nas análises estatisticas e

demonstração de carinho e amizade nos momentos que mais precisei;

Ao Renato, pelo companheirismo, sorriso acolhedor, abraço confortante e por

toda felicidade que tem me dado;

A todos que, embora o nome não conste, de alguma maneira contribuíram para

a realização deste trabalho;

À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo pela bolsa

concedida e ao CNPq pelo suporte financeiro para o desenvolvimento deste

projeto.

Page 5: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

SUMÁRIO

Página

LISTA DE FIGURAS............. .............................................. ........ .................. vi

LISTA DE TABELAS..................................................................................... vii

RESUMO...................................................................................................... viii

SUMMARY.................................................................................................... x

1 INTRODUÇÃO.......................................................... ................................. 1

2 REVISÃO DE LITERATURA..................................... ................................. 3

2.1 Podridão Negra das Crucíferas.............................................................. 3

2.2 Murcha de Fusarium............................................................................... 5

2.3 Locos de Resistência Quantitativa (QRL).............................................. 6

3 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................... 11

3.1 Avaliação da resistência a Xanthomonas campestris pv. campestris.... 11

3.1.1 População segregante......................................................................... 11

3.1.2 Avaliação da resistência.............. ........................................................ 11

3.1.3 Avaliação das características cor de pétalas e tempo de

florescimento....................................................................................... 12

3.1.4 Fenotipagem por RAPDs..................................................................... 13

3.1.5 Análises estatísticas.............. ......................................................... ..... 16

3.2 Avaliação da resistência à raça 2 de Fusarium oxysporum f. sp.

conglutinans.......................................................................................... 16

3.2.1 População segregante......................................................................... 16

3.2.2 Avaliação da resistência...................................................................... 17

3.2.3 Fenotipagem por RAPDs..................................................................... 18

3.2.4 Análises estatísticas... ........ ................................................................. 18

4 RESULTADOS....... ........ ............................................................................ 20

4.1 Avaliação da resistência a Xanthomonas campestris pv. campestris.... 20

Page 6: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

4.1.1 Seleção de Extremos........................................................................... 20

4.1.2 Detecção de QRLs a Xanthomonas campestris pv.campestris... ........ 23

4.1.3 Segregação das características cor de pétalas e tempo de

florescimento....................................................................................... 26

4.2 Avaliação da resistência à raça 2 de Fusarium oxysporum f. sp.

conglutinans............................................................................................ 28

4.2.1 Avaliação da resistência...................................................................... 28

4.2.2 Fenotipagem da população segregante........................................ ...... 30

5 DiSCUSSÃO.............................................................................................. 33

5.1 Resistência a Xanthomonas campestris pv. campestris......................... 33

5.2 Marcadores Morfológicos....................................................................... 35

5.3 Resistência a Fusarium oxysporum f. sp. conglutinans.......................... 36

6 CONCLUSÕES.............................................. ............................................ 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFiCAS.............................................................. 39

APÊNDiCE.................. .................................................................................. 51

Page 7: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

LISTA DE FIGURAS

1 Distribuição fenotípica da área foliar lesionada por Xanthomonas

campestris pv. campestris em população F2 de Brassica oleracea.

Setas indicam média do parental resistente (BI-16), suscetível

(LC201), plantas F1 e F2, e barras indicam a amplitude de variação

dos extremos de resistência (F2R) e suscetibilidade

Página

(F2S).................................................................................................... 21

2 Padrões de amplificação de fragmentos de DNA obtidos com os

"primers" OPAA17, OPAA18, OPAB11 e OPAB3 após eletroforese

em gel de agarose 2.0 % a 60 V e identificação de alguns locos

polimórficos (setas). Amostra 1 representa padrão de peso

molecular (1kb); amostras 2, 4, 6 e 8 representam linhagem

parental resistente; amostras 3, 5, 7 e 9 representam linhagem

parental suscetíveL............................................................................. 24

3 Distribuição fenotípica da porcentagem de plantas resistentes à

raça 2 de Fusarium oxysporum f. sp. conglutinans em famílias F3 de

Brassica oleracea. Setas indicam média do parental resistente

(OSU Cr-7), suscetível (LC201), plantas F1 e famílias F3.................... 31

Page 8: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

LISTA DE TABELAS

1 Médias e desvios padrões de área foliar lesionada (AFL), por

Xanthomonas campestris pv. campestris, e tempo de florescimento

(TF) para linhagens parentais 81-16 e LC201, plantas F1, população

F2 e para os extremos de resistência (F2R) e suscetibilidade

Página

(F2S)..................................................................................................... 22

2 Locos marcadores significativamente associados (p:sO,05) à área

foliar lesionada (AFL) por Xanthomonas campestris pv.

campestris............................................................................................ 25

3 Análise de correlação (Spearman R) entre genótipos de indivíduos

para cada loco marcador RAPO significativamente associados à

área foliar lesionada por Xanthomonas campestris pv. campestris

em Brassica oleracea.............................................. ............................ 27

4 Locos de RAPOs significativamente associados com a característica

tempo de florescimento em Brassica oleracea..................................... 29

5 Locos RAPOs polimórficos entre os parentais OSU Cr-7 e LC201 e

análise de variância entre fenótipos marcadores e porcentagem de

plantas resistentes à raça 2 de Fusarium oxysporum f. sp.

conglutinans........................................................................................ 32

Page 9: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

ANÁLISE DE LIGAÇÃO DE GENES DE RESISTÊNCIA DE Brassica oleracea

A Xanthomonas campestris pv. campestris E Fusarium oxysporum f. sp.

conglutinans

RESUMO

Autora: CELlA CORREIA MALVAS

Orientador: Prof. Dr. LUIS EDUARDO ARANHA CAMARGO

Marcadores moleculares RAPDs, previamente localizados no mapa

genético de Brassica oleracea, foram utilizados para localizar genes de

resistência a Xanthomonas campestris pv. campestris, agente causal da

podridão negra das crucíferas, e raça 2 de Fusarium oxysporum f. sp.

conglutinans, agente causal da murcha de fusarium. Os marcadores utilizados

para identificar genes de resistência a X. campestris pv. campestris também

foram utilizados para detectar regiões genômicas que controlam as

características morfológicas cor de pétalas e tempo de florescimento. A ligação

entre estas características e resistência também foi estudada. Para avaliação

da resistência a X. campestris pv. campestris e características morfológicas,

foram utilizadas 500 plântulas F2 oriundas do cruzamento entre a linhagem

resistente Badger Inbred-16 e a linhagem suscetível "fast cycling" LC201. Para

avaliação da resistência a F. oxysporum f. sp. conglutinans raça 2, foram

utilizadas progênies F3 derivadas do cruzamento entre a linhagem resistente

OSU Cr-7 e LC201.

A resistência a X. campestris pv. campestris foi avaliada por inoculação

de folhas quaternárias e avaliação da área foliar lesionada plotada em uma

curva de distribuição. Foram selecionadas 56 plantas de cada extremo da

curva de distribuição fenotípica, as quais foram avaliadas para as

Page 10: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

IX

características morfológicas. Para avaliação da resistência a F. oxysporum f.

sp. conglutinans, procedeu-se a inoculação de raízes de plântulas e

classificação das mesmas quanto à resistência de acordo com a presença ou

não de sintomas.

As análises estatísticas empregadas para detectar associações entre as

características avaliadas e genótipos nos locos marcadores foram feitas pelo

teste U de Mann Whitney para X. campestris pv. campestris e análises de

variância para F. oxysporum f. sp. conglutinans. Nas análises para X.

campestris pv. campestris, foram encontradas associações entre seis locos

marcadores e QRLs e entre dois marcadores e as características tempo de

florescimento e cor de pétalas. Também foi detectada ligação entre a

característica cor de pétalas e resistência. Um teste de correlação, utilizado

para verificar a ligação entre os marcadores, detectou a presença de dois

grupos de marcadores ligados detectando QRLs distintos. Não foi encontrada

nenhuma associação entre genes de resistência à raça 2 de F. oxysporum f.

sp. conglutinans e marcadores e o gene de resistência à raça 1.

Page 11: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

LlNKAGE ANALYSIS OF RESISTANCE GENES OF Brassica o/eracea TO

Xanthomonas campestris pv. campestris ANO Fusarium oxysporumf. sp.

conglutinans

SUMMARY

Author: CELlA CORREIA MALVAS

Adviser: Prof. Dr. LUIS EDUARDO ARANHA CAMARGO

RAPDs molecular markers previously located in the genetic map of

Brassica oleracea were used to localize resistance genes to Xanthomonas

campestris pv. campestris, causal agent of crucifer black rot, and to race 2 of

Fusarium oxysporum f. sp. conglutinans, agent of fusarium wilt. The markers

used to identify resistance genes to X. campestris pv. campestris were also

used to detect genomic regions that control the morphological traits petal color

and flowering time. The Iinkage between these traits and resistance was also

studied. For evaluation of resistance to X. campestris pv. campestris and

morphological traits, 500 F2 seedlings originated from crosses between the

resistante line Badger Inbred-16 and susceptible line fast cycling LC201 were

used. For evaluation of resistance to race 2 of F. oxysporum f. sp. conglutinans,

F3 progenies derived from a cross between the resistance line OSU Cr-7 and

LC201 were used.

Resistance to X. campestris pV. campestris was evaluated by inoculation

of quaternary expanded leaves and assessment of lesion area plotted in a

distribution curve. Then 56 plants were selected from each extreme of the

phenotypic distribution curve, which were evaluated for morphological traits. For

resistance evaluation to race 2 of F. oxysporum f. sp. conglutinans, seedling

Page 12: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

xi

roots were inoculated and they were classified in resistante or susceptible by

presence or absence of disease symptons, repectively.

The statistical analyses used to detect association among traits and

genotype in the locus marker were performed by the Mann Whitney U test for X.

campestris pv. campestris and by analysis of variance to F. oxysporum f. sp.

conglutinans. In the analyses for X. campestris pv. campestris, association were

found among six loeus markers and QRLs, and among two markers and the

traits flowering time and petal color. It was also detected a linkage between the

trait petal color and resistance. A correlation test used to verify the linkage

among markers, detected two linked marker groups detecting different QRLs.

Association were not found among resistance genes to race 2 of F. oxysporum

f. sp. conglutinans and markers and resistance gene to raee 1.

Page 13: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

1 INTRODUÇÃO

Brassica oleracea L. compreende uma das espécies hortícolas mais

importantes. Dentro da espécie, diferentes tipos podem ser encontrados, entre

estes, repolho, brócolis, couve, couve-flor, couve-de-bruxelas e outros, vindos

da Europa, centro de origem da espécie. Cultivada em uma grande área, ocupa

lugar de destaque na economia nacional. Todas as culturas desta espécie e

demais espécies do gênero Brassica são hospedeiras naturais da bactéria

Xanthomonas campestris pv. campestris (Pammel) Dowson e do fungo

Fusarium oxysporum f. sp. conglutinans (Wr.) Sny. & Hans., agentes causais da

podridão negra e murcha de fusarium, respectivamente. Estas enfermidades se

constituem nos principais fatores limitantes para o cultivo de espécies deste

gênero. Entre as medidas para o controle destas doenças, o uso de variedades

resistentes é o mais recomendado (Williams, 1980; Giordano et aI., 1988;

Ramirez-Villapadua e1. aI., 1985).

A resistência a X. campestris pv. campestris é relatada como sendo de

natureza quantitativa e oligogênica (Sharma et aI., 1972; Williams et aI., 1972;

Camargo et aI., 1992). Camargo et aI. (1995), trabalhando com o cruzamento

da linhagem de repolho resistente Badger Inbred-16 e a linhagem suscetível de

brócolis OSU Cr-7, ambas norte-americanas, identificaram, por meio de

marcadores moleculares, três regiões genômicas associadas à resistência em

diferentes grupos de ligação. Os efeitos fenotípicos pronunciados dos locos de

resistência quantitativa (QRLs) (Young, 1996) descritos foram identificados em

Page 14: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

2

plântulas, em ensaio de casa de vegetação e em ensaio de campo com plantas

adultas. Os resultados indicaram que a seleção precoce para resistência em

casa de vegetação é eficiente e que o modo de ação de genes de resistência é

em grande parte recessivo.

O fungo ocorre na forma de duas raças fisiológicas, raças 1 e 2. A

resistência à raça 1 pode ser do tipo monogênica (tipo A) ou oligogênica (tipo

8) (Walker, 1930), sendo que o modo de herança da resistência à raça 2 é

desconhecido.

No presente trabalho, marcadores moleculares do tipo RAPOs foram

utilizados para localizar genes de resistência a X. campestrís pv. campestrís e

F. oxysporum f. sp. conglutínans em diferentes populações de B. oleracea.

Marcadores associados a QRLs a X. campestrís pv. campestrís foram

estudados nos indivíduos extremamente resistentes e suscetíveis de uma

população segregante, diferente da anteriormente utilizada por Camargo e

colaboradores (1995). O objetivo foi determinar se estes marcadores também

estão ligados a genes de resistência nesta população, um indicativo da

existência de colinearidade genômica de tais genes de resistência, e verificar

se estes estão ligados a genes que controlam algumas características

morfológicas. Em outro cruzamento, marcadores ligados ao gene de resistência

à raça 1 foram utilizados para verificar a existência de ligação com gene de

resistência à raça 2 de F. oxysporum f. sp. conglutínans.

Page 15: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Podridão Negra das Crucíferas

A podridão negra das crucíferas é uma doença cosmopolita e ocorre no

Brasil em quase todas as regiões de cultivo durante todo o período agrícola. É

fator limitante para o cultivo de espécies desta familia, principalmente em

regiões tropicais (Henz et aI., 1988; Leite et aI., 1994; Oliveira et aI., 1996). O

agente causal é Xanthomonas campestris pv. campestris (Pammel) Dowson,

uma bactéria gram-negativa, aeróbia estrita, baciliforme, medindo de 0,4-0,7 x

0,7 -1,8 j..Jm, sendo móveis por um flagelo polar (Romeiro, 1995). Temperaturas

entre 28 e 30°C e presença de água na superfície do hospedeiro são

favoráveis a penetração da bactéria, que se dá por aberturas naturais do

hospedeiro como estômatos e hidatódios, ou por ferimentos na superfície das

folhas.

A sobrevivência da bactéria se dá principalmente através de sementes,

seja na superfície ou no seu interior, na região do folículo. Pode ainda persistir

nos restos culturais, em plantas daninhas e como epífita em plantas

hospedeiras. A disseminação a longas distâncias ocorre por sementes ou

mudas contaminadas, e a curtas distâncias por respingos de água de chuva ou

irigação e durante os tratos culturais. Os sintomas típicos, visíveis 4 dias após

infecção sob condições ótimas são amarelecimento e mancha necrótica em

forma de "V" com vértice voltado para o centro das folhas. A invasão dos vasos

Page 16: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

4

do xilema torna-os escurecidos, causando murchamento, apodrecimento do

caule e conseqüente morte da planta.

Entre as medidas de controle indicadas para esta bacteriose incluem-se

rotação de cultura por 1 a 2 anos, plantio em áreas isentas do patógeno e

longe de lavouras de crucíferas, eliminação de hospedeiros alternativos e uso

de sementes sadias. O tratamento térmico de sementes por imersão, durante

25 minutos, em água a 50 °C, e o tratamento com os antibióticos aureomicina e

terramicina (3 g/L de água), também por imersão por 30 minutos, tem sido

recomendado. No entanto, entre as medidas mais eficientes, o uso de

variedades resistentes constitui-se uma das principais (Henz et aI., 1988;

Giordano et aI., 1988; Maringoni, 1997).

O controle genético da resistência de Brassica oleracea a X. campestris

pv. campestris foi primeiramente identificado como sendo controlado por um ou

mais genes dominantes (Bain, 1955) e posteriormente relatado como sendo de

natureza quantitativa e oligogênica (Sharma et aI., 1972; Williams et aI., 1972;

Sharma et aI., 1977). Camargo et aI. (1995) mapearam locos de resistência

quantitativa ("quantitative resistance loci" ou ORL) (Young, 1996) a X.

campestris pv. campestris em uma população F2:3 oriunda do cruzamento entre

a linhagem resistente de repolho Badger Inbred-16 e a suscetível de brócolis

OSU Cr-7. Foram identificados três QRLs em três diferentes grupos de ligação

avaliando-se plântulas em casa de vegetação, sendo que dois destes também

foram identificados em plantas adultas conduzidas em ensaios de campo. Os

resultados indicaram que a seleção para resistência feita precocemente em

casa de vegetação é eficiente e que o modo de ação dos ORLs é em grande

parte recessivo.

Page 17: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

5

2.2 Murcha de Fusarium

A murcha de fusarium é uma doença já relatada nos estados de São

Paulo e Minas Gerais (Galli & Tokeshi, 1962). O agente causal, o fungo

Fusarium oxysporum f. sp. conglufinans (Woll.) Snyd. & Hans., ocorre na forma

de duas raças fisiológicas (Ramirez-Villapadua et aI., 1985) denominadas 1 e

2. No Brasil, somente a raça 1 foi identificada. Em cultura, apresenta-se

geralmente em colônias brancas, podendo produzir pigmento e microconídios

hialinos, elíticos, uni ou bi-celulares, macroconídios hialinos, possuindo de 2 a

4 septos e paredes finas. Clamidósporos de paredes espessas e lisas também

podem ser formados.

O fungo permanece no solo ou em restos culturais na forma de

clamidósporos, que são disseminados pelo vento e água de chuva, podendo

ainda estar aderidos a sementes. A penetração por ferimentos ou pêlos

absorventes nas raízes se dá pela emissão do tubo germinativo de conídios ou

clamidósporos estimulada pelo exsudato de raízes da planta. Após a infecção,

ocorre a colonização dos vasos do xilema. O desenvolvimento de F. oxysporl.Jm

f. sp. conglufinans é muito variável em função da temperatura, sendo

influenciado pela temperatura do ar e do solo. A raça 1 se desenvolve muito

bem em temperaturas do solo entre 27 e 33°C e apresenta pouco

desenvolvimento a 18°C (Tims, 1926). A raça 2, segundo Bosland et aI.

(1988), necessita de temperaturas menores que 14°C. Os sintomas típicos da

doença são o amarelecimento das folhas baixeiras e conseqüente progressão

para folhas mais novas, podendo ocorrer amarelecimento de apenas um lado

da folha. Este amarelecimento conduz à necrose e queda das folhas.

Internamente ocorre descoloração dos vasos do xilema. Para o controle desta

doença, recomenda-se o plantio em áreas isentas do patógeno associado ao

uso de variedades resistentes.

Page 18: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

6

A resistência de crucíferas à raça 1 foi descrita por Walker & Smith

(1930) como sendo monogênica (tipo A) ou oligogênica (tipo B). O gene que

confere resistência do tipo A é dominante e tem sido amplamente utilizado em

programas de melhoramento (Landry et aI., 1992). A resistência tipo A é menos

eficiente em temperaturas mais elevadas, enquanto a resistência tipo B é

eficiente apenas em temperaturas muito baixas (Bosland et aI., 1988). Apesar

da extrema eficiência do gene que confere resistência tipo A, a posição

genômica deste e suas relações de ligação com outras características,

particularmente com outros genes de resistência, permanece desconhecida. O

modo de herança da resistência à raça 2 ainda é totalmente desconhecido

(Ramirez-Villapadua et aI., 1985). No presente estudo, marcadores RAPDs

previamente localizados nos grupos 4 e 8 do mapa de ligação de B. oleracea,

identificados como potenciais marcadores ligados ao gene de resistência à

raça 1 deste patógeno (Burkhamer et aI., 1995), foram usados para verificar

ligação com genes de resistência à raça 2.

2.3 Locas de Resistência Quantitativa (QRL)

Características fenotípicas que resultam da ação conjunta de vários

locos e não exibem um comportamento mendeliano simples, apresentando uma

distribuição contínua de valores, são ditos quantitativos ou de herança

complexa. Regiões do genoma que contêm estes locos e controlam estas

características são denominadas de QTLs ("Quantitative Trait Loci") (Tanksley,

1993) e podem ser identificadas através de marcadores fenotípicos e

genotípicos. QTLs envolvidos na resistência de plantas a doenças foram

denominados por Young (1996) de QRLs ("Quantitative Resistance Loci").

Marcadores fenotípicos foram utilizados por Sax (1923) e Thoday (1961)

em feijão e Drosophila, respectivamente, porém, como salientado pelos

Page 19: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

7

autores, esses marcadores têm sérias limitações, quais sejam, o seu número

reduzido, efeito deletério e interação epistática muitas vezes presente nestes

marcadores. Marcadores moleculares, por sua vez, permitem a construção de

mapas genéticos e identificação e localização cromossômica, ação gênica e

papel ou função biológica de locos específicos envolvidos no fenótipo de

características de herança complexa (Tanksley, 1993), providenciando

ferramentas para manipulação destas características na seleção de indivíduos

superiores (Toojinda et aI., 1998). Entre as vantagens de sua utilização como

marcadores genéticos, Tanksley (1993) cita a neutralidade fenotípica, o alto

nível de polimorfismo, a abundância de marcadores e a ausência de efeito

epistático ou pleiotrópico. Desde o advento dos marcadores moleculares, o

número de estudos de associações entre estes marcadores e ORLs tem

crescido substancialmente (Muranty et aI., 1997).

O mapeamento de ORLs envolve a distribuição de marcadores pelo

genoma e a identificação de ligação entre estes locos marcadores e os genes

responsáveis pela característica sob estudo, estabelecendo-se uma relação

entre genótipos de indivíduos nos locos marcadores e variações quantitativas

na característica fenótipica em estudo através de análises estatísticas.

Diferenças significativas entre genótipos marcadores sugerem que existe

ligação entre o loco marcador e um QRL. As análises mais empregadas são o

teste F e o mapeamento de intervalos, utilizando-se do método da máxima

verossimilhança. A magnitude dos efeitos de cada ORL sobre o fenótipo pode

ser estimada por meio de regressão linear. Neste caso, o valor do coeficiente

de determinação R2 indica o total da variação fenotípica do caráter explicada

por cada marcador (Edwards et aI., 1987).

A magnitude da contribuição de cada ORL sobre a característica é

variável. Chen et aI. (1994), por exemplo, encontraram 2 ORLs envolvidos na

resistência de cevada à ferrugem. Um destes explicou 57 % da variação e o

outro apenas 10 %. Dois OTLs de resistência a Plasmodiophora brassicae em

Page 20: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

8

repolho foram encontrados explicando 61 % da variação fenotípica, sendo

considerados QTLs de efeito principal (Landry et aI., 1992). Miklas et aI. (1996)

identificaram diferentes QTLs de resistência ao crestamento bacteriano em

feijão, explicando 65 % da resistência em folhas, 58 % da resistência em

vagens e 46 % da resistência em avaliações de campo.

A detecção de QRLs em diferentes ambientes depende da herdabilidade

do carácter. Para características de baixa herdabilidade, o poder de detecção

de QRLs é baixo devido a influência do ambiente (Muranty et aI., 1997). Desta

forma, alguns QTLs informativos detectados em estudo em casa de vegetação

podem não ser detectados em campo (Miklas et aI., 1996). QRLs de efeito

pequeno ou secundários podem ser importantes para características altamente

herdáveis. Young et aI. (1993), trabalhando com resistência de feijão mungo ao

míldio, detectaram 3 QTLs responsáveis por 58 % da variação fenotípica total.

Desses, apenas 2 foram expressos em diferentes ambientes. Toojinda et aI.

(1998) encontraram cinco marcadores ligados a QRLs responsáveis por 54 %

da variação fenotípica média de 4 diferentes ambientes para resistência à

ferrugem em cevada, uma característica com 95 % de herdabilidade, o que

indica a consistência do resultado. O efeito de alguns QRLs pôde ser

demonstrado quando avaliações foram realizadas em anos diferentes, sendo

essenciais para expressão da resistência e tendo efeito aditivo quando

expressos (Pilet et aI., 1998).

O efeito de um QRL também pode ser influenciado pelo "background"

genético das linhagens parentais. Variações no número de QRLs e na posição

dos marcadores no cromossomo podem ocorrer até mesmo entre diferentes

populações de uma mesma espécie, devido à alteração na freqüência de

recombinação, dificultando assim a introgressão de QRLs em cruzamentos

diferentes (Backes et aI., 1995). Bubeck et aI. (1993), identificando QRLs para

mancha de cercospora em milho em 3 diferentes populações, encontraram

consistência de apenas um QRL em três populações estudadas e nenhum em

Page 21: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

9

diferentes ambientes. Boppenmaier et aI. (1992) e Backes et aI. (1995)

sugerem que marcadores deveriam ser utilizados para demonstrar a habilidade

de combinação entre as linhagens parentais, através da identificação e

caracterização dos QTLs de efeitos primários e secundários sobre o caráter

expressos diferentemente nos cruzamentos.

Através da análise molecular da resistência, é possível identificar alei os

de resistência em linhagens suscetíveis. Muitos autores têm relatado este

fenômeno, que explica a ocorrência de segregação transgressiva (Schõn et aI.,

1993; Figdore et aI., 1993; Camargo et aI., 1995). Este fenômeno é

interessante, pois permite a seleção de indivíduos descendentes com fenótipo

superior às linhagens parentais (Pilet et aI., 1998).

Marcadores baseados na amplificação de fragmentos de ONA pela

reação em cadeia da enzima polimerase (PCR), utilizando oligonucleotídeos

arbitrários (RAPO-random amplified polymorphic ONA) (Williams et aI., 1990),

têm se tornado uma alternativa para o mapeamento. RAPOs têm sido usados

nos estudos de diversidade genética (Abo-elwafa et aI., 1995; Sharma et aI.,

1995), na construção de mapas de ligação (Thompson et aI., 1997; Beaumont

et aI., 1996; Foisset et aI., 1996; Eujayl et aI., 1997; Loarce et aI., 1996; Ou &

Hancock, 1997; Nozaki et aI., 1997), na identificação de genes de resistência

(Penner et aI., 1993; Oh et aI., 1994; Pousen et aI., 1995; Benet et aI., 1995;

Gardiner et aI., 1996; Gianfranceschi et aI., 1996; Yang et aI., 1997; Young et

aI., 1998) e, principalmente, para a detecção de QTLs (Hombergen &

Bachmann, 1995; Grandclément & Thomas, 1996; Crouzillat et aI., 1996; Miklas

et aI., 1996; Saghai-Maroof et aI., 1996; Chagué et aI., 1997; Pilet et aI., 1998).

Entre as vantagens dos marcadores RAPOs em relação a outros métodos, tais

como RFLPs, Ferreira & Grattapaglia (1995) citam a rapidez e facilidade na

obtenção de dados. A utilização de oligonucleotídeos arbitrários e a pouca

quantidade de ONA necessário tornam o trabalho com esta técnica menos

dispendiosa.

Page 22: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

10

Usualmente, o mapeamento de QTLs envolve a genotipagem de todos

os indivíduos de uma população segregante através de marcadores.

Entretanto, o grande número de indivíduos que são genotipados nestes

estudos representa uma limitação da técnica (Wang & Paterson, 1994). O

método da genotipagem seletiva, proposta por Lander & Botstein (1989), que

consiste na genotipagem de indivíduos que apresentam valores fenotípicos

extremos é uma alternativa apropriada para esta limitação. A análise de

indivíduos extremos maximiza o desequilíbrio de ligação entre QTLs e locos

marcadores, aumentando o poder de detecção de QTLs com conseqüente

diminuição do número de indivíduos genotipados (Lander & Botstein, 1989).

Miklas et aI. (1996), utilizando-se do método da genotipagem seletiva de

indivíduos F2 por meio de marcadores RAPDs, identificaram regiões genômicas

controlando resistência ao vírus do mosaico dourado e crestamento bacteriano

comum do feijoeiro e observaram que a seleção de indivíduos a serem

genotipados foi três vezes mais eficiente em termos de custo, tempo e material

gasto no mapeamento. Sobre a aplicabilidade do método, Muranty et aI. (1997)

mostraram que a genotipagem seletiva não é menos acurada que a seleção ao

acaso e que o método é, portanto, eficiente para detecção de QTLs. Segundo

Martinez (1996), a genotipagem de indivíduos extremos aumenta o poder de

detecção de QTLs. Entretanto, se os indivíduos extremos apresentarem

diferenças apenas para o loco controlador da característica estudada, o

número de regiões detectadas pode ser baixo devido à ausência de

polimorfismo para outras regiões. Desta forma, a correta identificação dos

extremos e o número de indivíduos componentes devem ser considerados. No

entanto, Wang e Paterson (1994) alertam para o fato de que QTLs de

pequenos efeitos fenotípicos podem não ser detectados. No presente estudo, o

método da genotipagem seletiva foi usado para a identificação de marcadores

RAPDs ligados a QRLs de resistência a X. campestris pv. campestris em B.

oleracea.

Page 23: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Avaliação da resistência a Xanthomonas campestris pv. campestris

3.1.1 População segregante

A população utilizada para estudar a resistência a X. campestris pv.

campestris foi obtida a partir da auto-fecundação de uma planta F1, oriunda do

cruzamento entre as linhagens Badger Inbred-16 e LC201. Badger Inbred-16 é

um repolho altamente endogâmico, de pétalas amarelas, resistente a X.

campestris pv. campestris e que não floresce sob nossas condições. LC201 é

uma linhagem de B. o/eracea "fast cycling" (Williams & Hill, 1986), de pétalas

brancas e altamente suscetível a X. campestris pv. campestris.

3.1.2 Avaliação da resistência

Novecentas sementes da população F2 e 20 sementes de cada parental

e híbrido F1, foram semeadas em bandejas de isopor, contendo substrato

Plantmax® previamente umedecido. O ensaio foi instalado sob condições de

casa de vegetação pertencentes ao Departamento de Fitopatologia

(ESALQ/USP). Irrigações com solução nutritiva de Hoagland foram feitas a

cada 10 dias ou quando consideradas necessárias. Aos 21 dias após o plantio

fez-se a inoculação. Para o preparo do inóculo do isolado PHW 1205 de X.

campestris pv. campestris, cedido pelo Praf. P. H. Williams da Universidade de

Page 24: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

12

Wisconsin (E.U.A.), dois discos (5 mm de diâmetro) de cultura bacteriana

crescida em meio BOA a 28°C foram repicadas para erlenmeyers contendo

100 mL de meio BOA líquido. O meio de cultura foi mantido sob agitação a 28

°C por sete dias. A inoculação deu-se por um corte nas extremidades das

folhas secundárias de todas as plantas com tesoura previamente imersa na

suspensão bacteriana e posterior pincelamento da região com chumaço de

algodão estéril embebido de inóculo, conforme descrito por Camargo et aI.

(1995).

Quinze dias após a inoculação, o experimento foi avaliado por meio de

uma inspeção visual dos sintomas. Os indivíduos mais resistentes e mais

suscetíveis, em número total de quinhentos, foram selecionados e o restante

descartado. Aos 16 dias após a primeira inoculação, procedeu-se a segunda

inoculação em folhas quaternárias das plantas remanescentes seguindo a

mesma metodologia descrita anteriormente. Os sintomas foram avaliados 15

dias após a inoculação. Folhas foram removidas e a área lesionada foi

desenhada em folha plástica transparente. Posteriormente a área foliar

lesionada foi medida usando-se um medidor de área foliar (Li-Cor). A variável

área foliar lesionada (AFL) medida em cm2, foi usada como parâmetro para a

seleção de indivíduos extremos. Após a seleção, as plantas foram transferidas

para o campo para avaliação das características morfológicas cor de pétalas e

tempo de florescimento. Amostras de tecido foliar foram coletadas para

extração de DNA, o qual foi posteriormente utilizado na identificação de QRLs

por meio de RAPDs.

3.1.3 Avaliação das características cor de pétalas e tempo de

florescimento

Os indivíduos selecionados foram avaliados para as características cor

de pétalas e tempo de florescimento no campo experimental do Departamento

Page 25: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

l3

de Fitopatologia (ESALQ/USP). O espaçamento utilizado para o plantio foi de

0,8 m entre linhas e 0,5 m entre plantas. Os tratos culturais como adubação e

capina foram feitos quando necessários e irrigações foram feitas diariamente.

Para avaliação das características tempo para florescimento (TF) e cor

de pétalas (CP) as plantas foram inspecionadas a cada três dias. A variável TF

foi definida como o número de dias transcorridos entre a data do transplantio e

a detecção de primórdios florais. A característica cor de pétalas foi avaliada

somente após completa emissão de flores.

3.1.4 Fenotipagem por RAPDs

Para fenotipagem da população, os oligonucleotídeos ("primers")

utilizados foram aqueles que amplificam fragmentos pertencentes ao grupo de

ligação 1 do mapa de ligação de B. oleracea (Camargo et aI., 1997). DNA das

linhagens parentais e do híbrido foram incluídos nas reações de amplificação

para determinar fragmentos polimórficos entre as linhagens parentais que

serviriam como marcadores na população F2.

O DNA genômico total foi extraído seguindo protocolo de Hoisington et

aI. (1994). Amostras vegetais foram congeladas em nitrogênio líquido e,

individualmente, maceradas com pistilo em almofariz previamente resfriado. A

seguir, foram transferidas para tubos de polipropileno de 50 mL, onde foi

adicionado tampão de extração CTAB (10 mM Tris pH 7,0; 700 mM NaCI; 50

mM EDTA pH 8,0; CTAB 1 %; 140 mM j3-mercaptoetanol). O tecido foi

homogeneizado com tampão de extração com várias inversões e incubado por

1 hora a 65°C, em aparelho de banho-maria, sofrendo suaves inversões a

cada 10 minutos. Após este tempo, os tubos foram removidos do banho-maria e

receberam 9 mL de clorofórmio-álcool isoamílico 24:1 (CIA). Misturou-se,

através de inversões suaves, durante aproximadamente 5 minutos. Em

seguida, as amostras foram centrifugadas durante 10 minutos a 3460 rpm em

Page 26: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

14

centrífuga modelo GS-6 (Beckman) com rotor tipo horizontal. A fase aquosa foi

transferida para novos tubos de 50 mL com pipeta invertida, a qual adicionou­

se igual volume de CIA para segunda extração. Repetiu-se as inversões e

centrifugou-se novamente como descrito anteriormente. O sobrenadante foi

transferido para novos tubos de 50 ml, ao qual adicionou-se o mesmo volume

de etanol absoluto para precipitação do DNA. O DNA precipitado foi

centrifugado por 10 minutos e o pellet ressuspendido em 960 IJL de TE (10 mM

Tris-HCL; 1 mM EDTA pH 8,0) por 12 horas à temperatura ambiente. Procedeu­

se nova precipitação do DNA com 260 IJL de NaCI 5 M e 1 mL de etanol

absoluto. A solução foi misturada por inversões e, após centrifugação por 10

minutos, o pellet recuperado foi lavado com 2 mL de solução de lavagem 1 (76

% EtOH; 0,2 M NaOAc) durante 20 minutos. Em seguida, esta solução foi

removida e o pellet adiciononado de 2 mL de solução de lavagem 2 (76 %

EtOH; 0,2 M NH40Ac). O DNA foi então ressuspendido em TE à temperatura

ambiente, transferido para tubos "eppendorfs" e armazenados em geladeira

para posterior quantificação.

O DNA de cada planta foi quantificado com auxílio de fluorômetro (DyNA

Quant 200, Hoefer). Alíquotas de 1 IJL foram retiradas da amostra original e

diluídas em 1 mL de tampão de leitura (0,1 % bis-benzimida; 10X TNE),

obtendo-se o valor da concentração em ng/lJL. Para verificar a integridade das

amostras de DNA, alíquotas de 5 IJL retiradas dos estoques foram analisadas

em gel de agarose 0,8 %.

DNA das 56 plantas pertencentes aos extremos de resistência e

suscetibilidade foram submetidos a amplificação com os oligonucleotídeos

AA10, AA17, AA18, AA19, AB3, AB4 e AB11 produzidos pela Operon

Techonologies Inc. (Alameda, E.U.A.). Para obtenção dos marcadores RAPDs,

amplificações de DNA foram efetuadas em termociclador PTC-100 (MJ

Research, Inc), com adaptações às condições descritas por Camargo et aI.

(1997). As amostras foram submetidas a desnaturação inicial a 91°C por 1

Page 27: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

15

minuto, seguida de 10 ciclos de 91°C por 20 segundos, 42°C por 30 segundos

e 71°C por 1 minuto e 40 ciclos de 91 °C por 20 segundos, 42°C por 15

segundos e 71°C por 1 minuto. Ao final, seguiu-se uma extensão de 72 °C por

3 minutos. As reações foram realizadas em volume final de 25,0 jJL contendo

12,5 ng/jJL de ONA, 14,5 ng de "primer", 1 U de Taq ONA polimerase (Gibco

8RL-5U/jJL), 1X de tampão recomendado pelo fabricante da enzima, 0,2 mM de

cada dNTP e 2,5 mM de MgCb.

Os produtos de amplificação de cada amostra foram resolvidos em gel

de agarose 2,0 % contendo brometo de etídio (0,5 Ilg/mL de gel), usando

tampão TAE 1X. O gel foi imerso em água destilada, sob leve agitação por 30

minutos para descoloração e fotografado com máquina polaróide sob luz UV.

Foram determinados fragmentos polimórficos entre os parentais e cuja

segregação era facilmente observada na população. Os locos de RAPOs foram

identificados por um código composto por duas letras e um número, que

identificam o kit (AA ou A8) a que pertence o "primer", seguido de uma letra (A,

8, C, etc.) que indica, em ordem decrescente de peso molecular, os diferentes

fragmentos polimórficos gerados por cada primer (Camargo et aI., 1997).

Fragmentos de ONA amplificados por RAPOs são, geralmente, dominantes e

caracterizam-se por estarem presentes ou ausentes. A presença de fragmentos

é um caráter dominante sobre a ausência. Desta forma, para cada fragmento

segregante, indivíduos F2 foram fenotipados da seguinte maneira: em casos

que o fragmento estava presente no parental 81-16 e ausente em LC201, o

fenótipo "ausência de fragmento" recebeu a denominação "8", indicando que

esta planta é homozigota para alelos de LC201, ao passo que o fenótipo

"presença" recebeu a denominação "O", indicando que. esta planta pode ser

homozigota para alelos de 81-16 ou heterozigota. No caso inverso, isto é, no

caso em que o fragmento estava ausente em 81-16 mas presente em LC201, o

fenótipo "ausência" recebeu a denominação liA" e o fenótipo "presença" a

denominação "C".

Page 28: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

16

3.1.5 Análises estatísticas

A análise empregada para verificar a existência de ligação entre

marcadores RAPOs e as características área foliar lesionada (AFL), tempo de

florescimento e cor de pétalas foi feita através do teste não paramétrico U de

Mann-Whitney. As análises foram feitas separadamente considerando cada

fenótipo de RAPO (A ou C, por exemplo) em cada loco marcador como variável

independente e as características em estudo como variável dependente. Os

testes determinam se há diferenças significativas entre os tratamentos

(fenótipos marcadores) para a característica sob investigação. Havendo

diferenças significativas, a interpretação é de que existe ligação entre o

marcador usado na fenotipagem e pelo menos um gene que controla a

característica em questão. A magnitude do efeito fenotípico de cada QRL foi

estimada pelo quadrado do coeficiente de correlação (R), obtido pelo teste de

correlação de Spearman entre estados alélicos (variável qualitativa) e valores

fenotípicos da variável quantitativa. Para verificação de ligação entre

marcadores RAPOs, o teste de correlação de Spearman também foi aplicado

para todos os locos. Todas as análises foram feitas com auxílio do programa de

computador Statistica versão 5.0 (StatSoft, E.U.A.).

3.2 Avaliação da resistência à raça 2 de Fusarium oxysporum f. sp.

conglutinans

3.2.1 População segregante

A população utilizada para estudos de resistência a F. oxysporum f. sp.

conglutinans consistiu em famílias F3, resultantes da auto-fecundação de

plantas individuais F2, oriundas do cruzamento entre a linhagem de brócolis

Page 29: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

17

OSU Cr-7, resistente às duas raças e a linhagem suscetível "fast cycling"

LC201 descrita anteriormente. As plantas F2 progenitoras destas progênies já

haviam sido previamente fenotipadas para resistência à raça 1 de F.

oxysporum f. sp. conglutínans (Barbosa & Camargo, 1997).

3.2.2 Avaliação da resistência

Sementes de doze indivíduos de 66 famílias F3, mais os controles

parentais e o híbrido, foram plantadas, em bandejas de alumínio contendo

areia quartzosa lavada e autoclavada, em condições de casa de vegetação.

Após a germinação, irrigações com solução nutritiva de Hoagland foram feitas

diariamente, alternadas com água destilada. As bandejas foram mantidas em

banho-maria contendo água à temperatura ambiente. A temperatura da areia e

da água foram monitoradas periodicamente. O delineamento experimental foi

de blocos totalmente casualizados, com três repetições realizadas em épocas

distintas.

Para a avaliação da resistência das progênies F3, o preparo do inóculo

e a inoculação foram efetuados conforme Bosland & Williams (1987). O

isolado PHW86-1 de F. oxysporum f. sp. conglutinans raça 2, cedido pelo Prof.

P. H. Williams da Universidade de Wisconsin (E.U.A), foi inoculado em raízes

de plantas para certificar-se da patogenicidade. Dois discos, de 5 mm de

diâmetro, de cultura fúngica, crescidas em temperatura ambiente em meio

BOA, foram repicados em condições assépticas para 100 mL de meio BOA

líquido. O meio de cultura líquido foi mantido sob agitação constante a 28°C

por 48 horas. Após esse tempo, o meio foi homogeneizado manualmente. Fez­

se uma diluição e ajustou-se a concentração de 1 x 106 conídios do patógeno

por mL. A inoculação com a suspensão de esporos foi feita aos 12 dias após o

plantio, através da imersão de raízes, previamente lavadas, em suspensão de

esporos.

Page 30: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

18

Na avaliação do experimento, 15 dias após a inoculação, as plantas

foram classificadas em suscetíveis ou resistentes de acordo com a presença

ou não de sintomas. Foram consideradas resistentes as plantas que não

apresentaram nenhum sintoma e suscetíveis aquelas plantas que

apresentavam quaisquer sintomas, caracterizados por clorose generalizada,

murcha, escurecimento de raízes e morte de plântulas. Para análise dos

dados, a variável porcentagem de plantas resistentes dentro de cada família

foi utilizada.

3.2.3 Fenotipagem por RAPDs

Para a fenotipagem por RAPDs para a raça 2 de F. oxysporum f. sp.

conglutinans, os oligonucleotídeos utilizados foram AA11 e AB18, que

amplificam fragmentos pertencentes ao grupo de ligação 4, e os

oligonucleotídeos AB4, AB9 e AB11 que amplificam fragmentos do grupo de

ligação 8 do mapa de ligação de B. oleracea descrito por Camargo et aI.

(1997). A extração de DNA, a metodologia de amplificação e a fenotipagem

foram feitas conforme descrito no item 3.1.4.

Análises de ligação foram efetuadas entre os locos marcadores e

a porcentagem de plantas resistentes dentro de cada progênie F3. O fenótipo

de resistência à raça 1 de F. oxysporum f. sp. conglutinans também foi usado

como marcador para verificar a ligação entre o gene de resistência a esta raça

e aquele para resistência à raça 2.

3.2.4 Análises estatísticas

As análises estatísticas empregadas para verificar a ligação entre locos

marcadores e genes de resistência à raça 2 de F. oxysporum f. sp.

conglutinans foram realizadas por meio de análise de variância onde o loco

Page 31: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

19

marcador e blocos foram considerados variáveis independentes e a

porcentagem de plantas resistentes dentro de cada família como variável

dependente. Constatando-se diferenças significativas, a interpretação é de que

o marcador está ligado a genes que controlam a característica estudada

(Edwards et aI., 1987). As análises foram feitas com auxílio do programa

Statistica versão 5.0 (StatSoft, E.U.A.).

Page 32: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

4 RESULTADOS

4.1 Avaliação da resistência a Xanthomonas campestris pv. campestris

4.1.1 Seleção de Extremos

Na avaliação para resistência, os parentais Badger-Inbred 16 e LC201

apresentaram área foliar lesionada (AFL) média de 1,76 e 3,62 cm2,

respectivamente, estatisticamente diferentes entre si. O híbrido F1 apresentou

área foliar lesionada média de 4,43 cm2, diferindo estatisticamente da média do

parental resistente mas não diferindo do parenta I suscetível. A área de lesão

foliar média na população F2 foi de 4,24 cm2, com plantas que apresentaram

valores superiores e inferiores aos valores parentais (Figura 1), diferindo da

média do parental resistente, mas não do parental suscetível. As plantas

resistentes e suscetíveis F2 foram selecionadas dos extremos da curva de

distribuição fenotípica da área de lesão da progênie F2. Cinqüenta e seis

indivíduos pertencentes a cada extremo de resistência (F2R) e de

suscetibilidade (F2S) foram selecionados (Apêndice 1). A AFL média entre

plantas pertencentes a F2R foi de 1,43 cm2, variando de 0,14 a 2,29 cm2

, não

diferindo estatisticamente do parental resistente, mas diferindo do parenta I

suscetível, do híbrido F1, da média da população F2 e das plantas F2S. Entre

plantas F2S, a AFL média foi de 9,07 cm2, com amplitude de 6,07 a 16,91 cm2

,

diferindo do parental resistente, do parental suscetível, do híbrido e da

população F2 (Tabela 1).

Page 33: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

21

240 lC201

220 F2 S

200

180

160

140 co 'õ c: 120 <<I) o 0-I!! 100 U-

80

60

40

20

2 4 6 8 10 12 14 16 18

Área Foliar lesionada em 2

Figura 1. Distribuição fenotípica da área foliar lesionada por Xanthomonas

campestris pv. campestris em população F2 de Brassica oleracea.

Setas indicam média do parental resistente (81-16), suscetível

(LC201), plantas F1 e F2, e barras indicam a amplitude de variação

dos extremos de resistência (F2R) e suscetibilidade (F2S).

Page 34: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

22

Tabela 1. Médias e desvios padrões de área foliar lesionada (AFL), por

Xanfhomonas campesfris pv. campesfris, e tempo de florescimento

(TF) para linhagens parentais 81-16 e LC201, plantas F1, população

F2 e para os extremos de resistência (F2R) e suscetibilidade (F2S).

GENÓTIPO

81-16

LC201

1,76 ± 1,20 a

(n = 19)

3,62±1,96 b

(n = 18)

4,43 ±2,10 b

(n = 19)

4,24 ±2,62 b

(n = 494)

1,41 ± 0,60 a

(n = 56)

9,07 ± 3,06 c

(n = 56)

n= número de indivíduos incluídos na estimativa.

TF (dias)

72,31 ± 16,30 a

(n = 95)

73,83 ± 17,52 a

(n = 48)

70,76 ± 14,90 a

(n = 47)

Valores seguidos da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si ao nível de

significância de 1% pelo teste de Duncan.

Page 35: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

23

4.1.2 Detecção de QRLs a Xanthomonas campestris pv. campestris

Entre os sete "primers" que revelaram polimorfismos entre as linhagens

parentais, foram encontrados dezessete locas polimórficos. Destes, 8

amplificaram alelos da linhagem parental BI-16 e 9 da linhagem LC201 (Figura

2). Os fenótipos dos indivíduos F2 para cada loco estão relacionados no

apêndice 2.

Os dezessete RAPOs polimórficos identificados foram individualmente

analisados pelo teste não-paramétrica U de Mann Whitney para comparação

de médias entre as classes genotípicas. Seis destes revelaram-se associados

a QTLs para a área foliar lesionada, sendo 4 destes em 1 % e 2 em nível de 5

% de probabilidade (Tabela 2). No caso dos locas AA10A e AA18B, a AFL

média dos indivíduos pertencentes a classe fenotípica O, que compreende

indivíduos homozigotos ou heterozigotos para alelos do parental resistente BI-

16, foi menor que a média dos indivíduos da classe B, que compreende

indivíduos homozigotos para alelos nulos de LC201. No caso dos locos

marcadores AA17A, AA18A e AB11A, indivíduos heterozigotos ou homozigotos

para alelos de LC201 (classe fenotípica C), apresentaram AFL média maior

que indivíduos homozigotos para alelos nulos do parental resistente. No loco

AA190, entretanto, a AFL média de indivíduos homozigotos ou heterozigotos

para alelos de BI-16 foi maior que a média dos indivíduos homozigotos para

alelos nulos de LC201.

Nos locos marcadores significativamente associados à resistência a X.

campestris pv. campestris, a proporção observada de plantas de fenótipos

homozigotos nulos (A ou B), agrupados dentro de cada extremo de resistência

ou suscetibilidade (Tabela 2), diferiu significativamente da proporção 1 R: 1 S (p=

0,05) esperada no caso de ausência de ligação entre marcador e QRL.

Observando o valor R2 obtido pelo quadrado do coeficiente de

correlação, observa-se que a contribuição de cada QRL variou de 5 a 17 %. A

Page 36: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

24

Figura 2. Padrões de amplificação de fragmentos de DNA obtidos com os

"primers" OPAA17, OPAA18, OPAB11 e OPAB3 após eletroforese

em gel de agarose 2.0 % a 60 V e identificação de alguns locos

pOlimórficos (setas). Amostra 1 representa padrão de peso

molecular; amostras 2, 4, 6 e 8 representam linhagem parental

resistente; amostras 3, 5, 7 e 9 representam linhagem parental

suscetível.

Page 37: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

25

Tabela 2. Locas marcadores significativamente associados (p:s:0,05) à área foliar lesionada (AFL) por Xanthomonas campestris pv. campestris.

Loco marcador

AA10A AFLc

n R:Sd

AA17A AFL n R:S

AA18A AFL n R:S

AA18B AFL n R:S

AA19D AFL n R:S

AB11A AFL n R:S

Fenótipos nos locos marcadores

o

3,7 57

40:17

4,7 88

50:38

5,6 76

34:42

B

6,8 38

11 :27**

8,0 16

3:13*

3,5 25

19:6**

c

6,7 43

10:33

6,1 71

29:42

5,5 85

39:46

A

4,1 64

45:19**

3,5 30

21:9*

3,6 18

14:4*

0,17 0,0001

0,10 0,0009

0,10 0,0019

0,06 0,0099

0,05 0,0310

0,06 0,0114

a = porcentagem da vanaçao fenotípica em AFL explicada pela associação entre loco marcador e QRL estimado pelo quadrado do coeficiente de correlação de Spearman

b = nível de significância do teste U de Mann Whitney c = AFL média em cm2

, dos indivíduos agrupados de acordo com seu fenótipo marcador d = número de plantas de cada genótipo marcador pertencentes aos extremos de resistência

(R) e suscetibilidade (S). ** Indicam que a proporção difere da proporção 1:1 em nível de 1% e * em nível de 5%.

Page 38: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

26

correlação entre genótipos de cada indivíduo foi realizada para verificar a

existência de ligação entre marcadores. A correlação entre genótipos de cada

indivíduo para todos os locas marcadores resultou em correlação significativa

entre os locas AA10A e AA188, AA10A e A811A e entre A838 e A811A,

indicando a existência de dois QRLs distintos (Tabela 3).

4.1.3 Segregação das características cor de pétalas e tempo de

florescimento

Do total de 97 plantas F2 avaliadas, 71 apresentaram cor de pétalas

branca e 26 apresentaram cor amarela. A proporção entre estas duas classes

fenotípicas não difere estatisticamente (de acordo com o teste de Qui-quadrado

em p=0,01) daquela esperada pela segregação de um único gene dominante

para cor branca (73 branca:24 amarela, ou 3: 1). Este resultado está em

conformidade com observações anteriores (L.E.A. Camargo, dados não

publicados) que sugerem controle monogênico desta característica.

O tempo de florescimento, em dias, variou de 48 a 107 dias entre

indivíduos F2 . A média de tempo de florescimento para indivíduos de flores com

pétalas brancas foi de 76 dias e para indivíduos de flores com pétalas amarelas

foi de 71 dias. Estas médias não diferem significativamente entre sí de acordo

com o teste U de Mann Whitney ao nível de 5 %. A média de área foliar

lesionada de indivíduos de pétalas brancas foi de 2,53 cm2, enquanto que a

média dos indivíduos de pétalas amarelas foi de 5,1 cm2, sendo estas médias

estatisticamente diferentes ao nível de 5 %. Estes resultados indicam a

existência de ligação entre o gene que controla a característica cor de pétalas

e um QTL de resistência a X. campestris pv. campestris e a ausência de

ligação entre este gene e aquele que controla o tempo para florescimento. Na

verificação da ligação entre marcadores RAPOs e as características cor de

pétalas e tempo de florescimento, foram encontradas associações significativas

Page 39: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

27

Tabela 3. Análise de correlação (Spearman R) entre genótipos de indivíduos

para cada loco marcador RAPO significativamente associado a área

foliar lesionada por Xanthomonas campestris pv. campestris em

Brassica oleracea.

Marcador Ra e6 nC

AA10A AA17A -0,061204 0,571 88 AA18A 0,074515 0,493 87 AA188 0,368549 0,000* 86 AA190 0,060650 0,574 88 A838 -0,141003 0,173 95 A811A 0,283994 0,007* 89

AA17A AA18A 0,849973 0,397 95 AA188 -0,041958 0,686 95 AA190 0,007236 0,946 91 A838 -0,092171 0,367 98 A811A -0,028139 0,787 95

AA18A AA188 0,188173 0,061 100 AA190 -0,062170 0,552 94 A838 -0,011032 0,914 98 A811A 0,091769 0,374 96

AA18B AA190 -0,136384 0,197 91 A838 -0,042470 0,678 98 AB11A 0,075903 0,462 96

AA19D AB3B 0,193628 0,056 98 A811A -0,064057 0,541 93

AB38 A811A 0,226288 0,022 * 101 a = coeficiente de correlação dado pelo teste de Spearman.

b = nível de significância do teste de correlação.

c = número de indivíduos incluídos na estimativa.

* = indicam marcadores com correlação significativa a 5 %.

Page 40: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

28

entre os locos AB4A e AB10B e a característica tempo de florescimento

(Tabela 4) e entre os locos AB3A e AB38 e a característica cor de pétalas. O

loco AB38, por sua vez, que amplifica alelos do parental suscetível LC201,

esteve associado a QRL para X. campestris pv. campestris a p=0,056 (dados

não mostrados).

Análise de correlação, através do teste de Spearman entre as

características tempo de florescimento e área foliar lesionada demonstrou

ausência de correlação entre estas características (R=0,03). A correlação entre

genótipos de cada indivíduo para todos os locos marcadores significativamente

associados a cor de pétala e tempo de florescimento não apresentou

correlação significativa (dados não apresentados).

4.2 Avaliação da resistência à raça 2 de Fusarium oxysporum f. sp.

conglutinans

4.2.1 Avaliação da resistência

Na avaliação da resistência à raça 2 de F. oxysporum f. sp. conglutinans,

o parental OSU Cr-7 apresentou 100 % de plantas resistentes enquanto LC201

apresentou 100 % de plantas suscetíveis. O híbrido apresentou uma média de

82,0 % de plantas resistentes. A porcentagem média de plantas resistentes em

famílias F3 dos três blocos foi de 39,5 % (Figura 3). As porcentagens de plantas

resistentes nas famílias F3 estão relacionadas no Apêndice 3. Quinze dias após

a inoculação, foi observado amarelecimento das folhas primárias,

escurecimento do caulículo e murcha total da plântula seguido de morte.

Page 41: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

29

Tabela 4. Locas de RAPOs significativamente associados com a característica

tempo de florescimento em Brassica o/eracea.

Genótipos R2 Loco marcador A C

AA10B TFa 79,6 a 71,4 b 0,04 Nb 10 85

AB4A TF 67,4 a 75,2 b 0,05 N 35 60

a = TF média dos indivíduos agrupados de acordo com seu fenótipo marcador

b = Número de casos incluídos na estimativa.

P

0,05

0,05

Valores de TF seguidos da mesma letra na linha não diferem estatisticamente entre ao nível de

significância de 5 % pelo teste U de Mann Whitney

Page 42: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

30

4.2.2 Fenotipagem da população segregante

Para a fenotipagem por RAPOs, os oligonucleotídeos utilizados foram

AA11 e AB18, que amplificam fragmentos pertencentes ao grupo de ligação 4,

e os oligonucleotídeos AB4, AB9 e AB11, que amplificam fragmentos

pertencentes ao grupo de ligação 8 do mapa de ligação de B. oleracea descrito

por Camargo et aI. (1997). Dentre todos os oligonucleotídeos utilizados,

somente os oligonucleotídeos AA 11 e AB9 revelaram bandas polimórficas entre

as linhagens parentais. Para o "primer" AA11, alelos do parental resistente

OSU Cr-7 foram amplificados em apenas um loco, os demais apresentaram

ausência de alelos deste parental. Os fenótipos de cada indivíduo obtido na

geração F2 estão relacionados no Apêndice 4. Análises de ligação foram

efetuadas entre os locos marcadores e a porcentagem de plantas resistentes

dentro de cada progênie F3. O fenótipo de resistência à raça 1 de F. oxysporum

f. sp. conglutinans também foi usado como marcador para verificar a ligação

entre o gene de resistência a esta raça e aquele para resistência à raça 2.

Nenhuma associação significativa foi encontrada entre loco marcador e a

porcentagem de plantas resistentes dentro de cada família (Tabela 5).

Na análise para verificar ligação entre raça 1 e raça 2 as diferenças

também não foram significativas. A proporção de plantas resistentes a raça 2

para aqueles indivíduos resistentes à raça 1 foi de 40,5 %, enquanto que a

média para indivíduos suscetíveis à raça 1 foi de 35,3 %, diferenças estas não

significativas (p=0,34).

Page 43: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

31

45

40

35

30

«:J 25 '(3 c

.Q)

':::I tT 20 Q) L-u.

15

10

5

% de Plantas Resistentes em Famílias F3

Figura 3. Distribuição fenotípica da porcentagem de plantas resistentes à raça

2 de Fusarium oxysporum f. sp. conglufinans em famílias F3 de

Brassica oleracea. Setas indicam média do parenta I resistente (OSU

Cr-7), suscetível (LC201), plantas F1 e famílias F3.

Page 44: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

32

Tabela 5. Locos RAPOs polimórficos entre os parentais OSU Cr-7 e LC201 e

análise de variância entre fenótipos marcadores e porcentagem de

plantas resistentes à raça 2 de Fusarium oxysporum f. sp.

conglufinans.

Loco marcador Fenótipos nos locas marcadores pa

O 8 C A

AA11A

% pl. res. b 42,35 45,32 0,652020

NC 72 33

AA118

% pl. res. 41,78 50,57 0,276209

N 87 18

AA11C

% pl. res. 45,36 30,81 0,093026

N 90 15

A89A

% pl. res. 43,50 41,31 0,703269

N 111 36

a = nível de significância da análise de variância

b = porcentagem de plantas resistentes dentro de cada família agrupadas de acordo com seu

fenótipo marcador

c = número de plantas de cada genótipo marcador

Page 45: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

5 DISCUSSÃO

5.1 Resistência a Xanthomonas campestris pv. campestris

Os resultados de área foliar lesionada mostram que não houve diferença

estatística significativa entre indivíduos F1 e progênie F2, não sendo possível

inferir sobre o tipo de ação gênica que regula o caráter. A análise da área foliar

nos indivíduos extremos mostra que a média dos indivíduos do extremo de

suscetibilidade diferiu tanto do parenta I suscetível como da média de F1 e F2,

demonstrando a presença de segregação transgressiva para suscetibilidade.

Entretanto, tal não foi encontrada para resistência.

A genotipagem seletiva, utilizada neste trabalho como estratégia para a

detecção de QRLs, permitiu a identificação de seis marcadores ligados a QTLs

de resistência a X. campestris pv. campestris e dispensou a obtenção de

progênies F3 para avaliações fenotípicas. O uso desta estratégia reduziu tempo

e custos dispensados para o desenvolvimento de progênies, uma vez que o

parental Badger Inbred-16 necessita de tratamento térmico para indução de

florescimento e de polinizações manuais no estádio de botão floral para

obtenção de sementes devido a sua auto-incompatibilidade.

Neste trabalho, foram utilizados "primers" que amplificam locos

marcadores situados no grupo de ligação 1 do mapa genético atualizado de B.

oleracea, ao qual foram adicionados RAPOs (Camargo et aI., 1997). Neste

grupo, Camargo et aI. (1995) identificaram dois QTLs de resistência, um deles

identificado como sendo o gene f, primeiramente descrito por Williams et aI.

Page 46: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

34

(1972). Este gene está ligado a alelos RAPDs dominantes de 8adger Inbred,

amplificados com os primers AA10 e AA18 (Camargo et aI., 1995), aqui também

relatados como ligados a um QTL de resistência, indicando que o QTL ligado

aos dois fragmentos pode ser o gene f.

Os valores de R2 explicam a magnitude da variação fenotípica desta

característica para cada QRL. Desta forma, os valores de R2 obtidos neste

trabalho quando comparados aos de Camargo et aI. (1995) são mais baixos.

Deve-se considerar, entretanto, que o valor de R2 obtido por Camargo et aI.

(1995) foi calculado a partir de regressão múltipla e, neste trabalho, pelo

quadrado do coeficiente de correlação. Essa diferença pode ainda ter ocorrido

devido à influência do ambiente na expressão do fenótipo, uma vez que os

índices de AFL na população total não tiveram distribuição normal devido ao

efeito ambiental ou à atuação de genes modificadores. Ainda assim, os efeitos

dos QRLs são consideráveis.

Uma outra característica desejável apresentada pelos QRLs relatados

neste trabalho é a estabilidade frente a variações genotípicas, uma vez que

seus efeitos puderam ser detectados em um cruzamento diferente daquele

utilizado anteriormente por Camargo et aI. (1995). Interações complexas de

QTLs com o background genético foram relatadas por 8ubeck et aI. (1993)

onde alguns QTLs só foram identificados em determinados cruzamentos e sob

certas condições ambientais.

A ligação entre os marcadores, verificada através da análise de

correlação entre genótipos dos indivíduos nos locas marcadores, mostrou

ligação entre os locas AA10A com AA188 e A811A e dos locas A811A e A838.

A presença de dois grupos de marcadores ligados sugere a existência de dois

QRLs distintos. Esta observação pode ser confirmada observando-se a

contribuição dos alelos parentais, que se deu em sentidos inversos nestes

grupos de marcadores. No QRL detectado pelos marcadores AA 1 OA, AA 188 e

A811A, os alelos que conferiram resistência são provenientes do parental

Page 47: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

35

resistente, enquanto que no QRL detectado pelos marcadores AB11 A e AB38,

alei os do parental resistente contribuíram para suscetibilidade. Camargo et aI.

(1995), relataram a existência de alelos de Badger Inbred-16 contribuindo para

suscetibilidade em um QRL pertencente ao grupo de ligação 2, posteriormente

realocado no grupo de ligação 9 (Camargo et aI., 1997). Análises indicaram

ligação entre este QRL e o loco que controla cor de pétalas, sugerindo que o

loco que controla coloração de pétalas esteja situado no grupo de ligação 9.

Alelos com efeitos fenotípicos contrários àquele esperado são comumente

relatados e explicam a existência de segregantes transgressivos (Tanksley,

1993; Young, 1996).

5.2 Marcadores morfológicos

Na análise entre marcadores RAPOs e marcadores morfológicos e entre

estes e resistência, encontrou-se que a AFL média dos indivíduos portadores

de pétalas brancas foi estatisticamente diferente daqueles portadores de

pétalas amarelas, indicando ligação entre o gene que controla cor de pétalas e

genes de resistência a X. campestris pv. campestris. Atelos de LC201

contribuíram para resistência e para o fenótipo cor de pétalas brancas. Por

outro lado, o marcador AB38 mostrou-se significativamente ligado ao gene que

controla cor de pétalas e também a resistência a X. campestris pv. campestris,

embora neste caso a um valor probabilístico ligeiramente superior a 5 %.

Assim, pode-se concluir que o gene que controla cor de pétalas está ligado ao

QRL detectado pelos locos marcadores AB11A e A838.

A identificação de marcadores moleculares ligados a genes

responsáveis por caracteres de importância agronômica, principalmente

resistência a doenças, é particularmente importante em programas de

melhoramento, pela diminuição do tempo gasto no programa e por facilitar a

introgressão destes genes em novos cruzamentos. Vários trabalhos

Page 48: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

36

demonstram a associação de caracteres morfológicos com resistência. Figdore

et aI. (1993), por exemplo, observaram marcadores, no mesmo cromossomo,

associados a características morfológicas e resistência a Plasmodiophora

brassicae. Em B. oleracea, a seleção para resistência a X campestris pv.

campestris pode ser feita pelo tamanho do pedolo (Camargo et aI., 1995).

Boscariol et aI. (1998), encontraram ligação entre o comprimento do segundo

internódio de feijoeiro e resistência para dois diferentes isolados de

Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli.

5.3 Resistência a Fusarium oxysporum f. sp. conglutinans

Os marcadores do grupo de ligação 8 do mapa de B. oleracea que

identificaram o gene que confere resistência tipo A à raça 1 de F. o. f. sp.

conglutinans (Barbosa & Camargo, 1997) não foram identificados em

associação a genes de resistência à raça 2. Apesar da comum ocorrência de

relatos de genes que controlam resistência a mais de um patógeno (MacMullen

& Simcox, 1995; Jin et aI., 1996; Reignault et aI., 1996), há casos onde não há

ligação. Zhang et aI. (1996), citam que apesar do uso de 38 marcadores

dispostos no grupo de ligação 5 do mapa de ligação de arroz, não foi

identificada ligação entre os genes xa-13 e xa-5 de resistência à queima

bacteriana, anteriormente relatados como ligados.

A herança da resistência à raça 2 de F. o. f. sp. conglutinans nunca foi

descrita. Entretanto, Bosland & Williams (1987) sugeriram que os genes que

controlam resistência à raça 2 não são nem epistáticos e nem alélicos aos

genes de resistência à raça 1. Estas observações estão de acordo com os

resultados obtidos neste trabalho. Os mesmos autores descartaram a

possibilidade de controle monogênico para esta característica. Os dados deste

trabalho corroboram esta informação, pois as freqüências de 37,5 % de

famílias com todos os indivíduos resistentes e de famílias com todos os

Page 49: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

37

indivíduos suscetíveis, esperadas para características reguladas por um único

gene com alelos de resistência dominante em população F3, não foram

encontradas.

A ausência de ligação entre genes de resistência às raças 1 e 2,

entretanto, pode não ter sido detectada devido ao reduzido número de

progênies avaliadas em decorrência de falhas na amplificação de alguns

indivíduos. É sabido que a técnica de RAPO é muito sensível a alterações nas

condições da reação de amplificação, tais como concentrações de Mg2+, de

componentes do tampão e de alterações na concentração dos "primers" e de

ONA. Deste modo, é comum a ocorrência de falhas na amplificação de algumas

amostras. Outra hipótese a ser considerada é a baixa freqüência de

polimorfismo obtido entre as linhagens parentais para os oligonucleotídeos

utilizados. Baixa freqüência de polimorfismo pode ser decorrente dos

oligonucleotídeos utilizados, os quais podem gerar bandas monomórficas entre

as linhagens parentais, devido a não existência de qualquer uma das causas

de polimorfismo nos sítios de amplificação pelos oligonucleotídeos utilizados.

Page 50: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

6 CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos pode-se concluir:

1. A estratégia da genotipagem seletiva de indivíduos extremos permitiu

detectar dois QRLs para X campestris pv. campestris.

2. Foi detectada ligação entre um QRL e o gene que controla cor de pétalas.

3. Não foi detectada ligação entre entre genes que governam tempo de

florescimento e genes de resistência a X campestris pv. campestris e de cor

de pétalas.

4. Não foi encontrada ligação entre QRLs para resistência à raça 2 de F.

oxysporum f. sp. conglutinans.

5. A segregação para resistência à raça 2 de F. oxysporum f. sp. conglutinans

no cruzamento estudado não apresentou padrão monogênico.

Page 51: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABO-ELWAFA, A; MURAI, K.; SHIMAOA, T. Intra-and-inter specific variations

in Lens revealed by RAPO markers. Theorical Applied Genetics, v.90,

p.335-340, 1995.

BACKES, G.; GRANER, A; FOROUGHI-WEHR, B.; FISCHBECK, G.;

WENZEL, G.; JAHOOR, A Localization of quantitative trait loci (QTL) for

agronomic important characters by the use of a RFLP map in barley

(Hordeum vulgare L.). Theorical Applied Genetics, v.90, p.294-302, 1995.

BAIN, O.C. Resistance of cabbage to black rot. Phytopathology, v.45, p.35-

37,1955.

BARBOSA, M.P.M.; CAMARGO, L.E.A Ligação de RAPOs com gene de

resistência em Brassica oleracea a raça 1 de Fusarium oxysporum f. sp.

conglufinans. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FITOPATOLOGIA, 30.;

Poços de Caldas, 1997. Resumos. Fitopatologia Brasileira, v.22, p.248,

1997.

BEAUMONT, V.H.; MANTET, J.; ROCHEFORO, T.R.; WIOHONLM, J.M.

Comparison of RAPO and RFLP markers for mapping F2 generations in

maize (Zea mays L.). Theorical Applied Genetics, v.93, p.606-612, 1996.

Page 52: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

40

BENET, H.; GURIES, R.P.; BOURY, S.; SMALLEY, E.B. Identification of RAPO

markers linked to a black leaf spot resistance gene in Chinese elm.

Theorical Applied Genetics, v.90, p.1 068-1 072, 1995.

BOPPENMAIER, J.; MELCHINGER, AE.; BRUNKLAUS-JUNG, E.; GEIGER,

H.; HERRMANN, R G. Genetic diversity for RFLPs in European maize

inbreds: I. relation to performance of flint x dent crosses for forage traits.

Crop Science, v.32, p.895-902, 1992.

BOSCARIOL, R.L.; SOUZA, AA; TSAI, S.M.; CAMARGO, L.E.A. Mapeamento

de regiões genômicas associadas à resistência a dois isolados de

Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli em feijoeiro. Fitopatologia

Brasileira, v.23, p.132-138, 1998.

BOSLANO, P.W.; WILLlAMS, P.H. Sources of resistance to Fusarium

oxysporum f. sp. conglutinans, race 2. Horticulture Science, v.22, p.669-

670,1987.

BOSLANO, P.W.; WILLlAMS, P.H.; MORRISON, RH. Influence of soil

temperature on the expression of yellows and wilt of crucifers by Fusarium

oxysporum. Plant Disease, v.72, p.777-780, 1988.

BUBECK, O.M.; GOOOMAN, M.M.; BEAVIS, W.O.; GRANT, O. Quantitative

trait loci controlling resistance to gray leaf spot in maize. Crop Science,

v.33, p.838-847, 1993.

BURKHAMER, R; CAMARGO, L.E.A.; OSBORN, T.C. Análise de pools

segregantes para genes de resistência a fusarium em repolho e brócolis

Page 53: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

41

utilizando RFLPs. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FITOPATOLOGIA,

28.; Ilhéus, 1995. Resumos. Fitopatologia Brasileira, v.20, p.328, 1995.

CAMARGO, L.E.A ; WILLlAMS, H.; OSBORN, T.C. Quantitative trait loei

eontrolling resistanee of Brassica oleracea to Xanthomonas campestris pv.

campestris in the field and greenhouse. Phytopathology, n.85, p.1296-

1300, 1995.

CAMARGO, L.E.A; SAVIDES, L.; JUNG, G.; NIENHUIS, J.; OSBORN, T. C.

Loeation of the self-incompatibility loeus in an RFLP map of Brassica

oleracea. Journal of Heredity, v.88, n.1, p.57-60, 1997.

CAMARGO, L.E.A; WILLlAMS, P.H.; OSBORN, T.C. Inheritanee of resistanee

to blaek rot in a cabbage by broceoli eross. In: APS/MSA JOINT MEETING,

Portland, 1992. Abstraets. Phytopathology, n.82, p.1142, 1992.

CHAGUÉ, V.; MERCIER, J.C.; GUÉNARO, M.; COURCEL, A; VEOEL, F.

Identification of RAPO markers linked to a locus involved in quantitative

resistanee to TYLCV in tomato by bulked segregant analysis. Theorical

Applied Genetics, v.95, p.671-677, 1997.

CHEN, F.Q.; PREHN, O.; HAYES, P.M.; MULROONEY, O.; COREY, A; VIVAR,

H. Mapping genes for resistance to barley stripe rust (Puccinia striiformis f.

sp. hordey). Theorical Applied Genetics, v.88, p.215-219, 1994.

CROUZILLAT, D.; LERCETEAU, E.; PETIARO, V.; MORERA, J.; ROORIGUEZ,

H.; WALKER, D.; PHILLlPS, W.; RONNING, C.; SCHNELL, R.; OSEI, J.;

FRITZ, P. Theobroma cacao L.: a genetie linkage map and quantitative trait

loei analysis. Theorical Applied Genetics, v.93, p.205-214, 1996.

Page 54: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

42

EDWARDS, M.D.; M.D.; STUBER, C. W.; WENDEL, J.F. Molecular-marker­

facilited investigations of quantitative-trait loci in maize. I. Numbers, genomic

distribution and types of gene action. Genetics, v.116, p.113-125, 1987.

EUJAYL, 1.; BAUM, M.; ERSKINE, W.; PEHU, E.; MUEHLBAUER, F.J. The use

of RAPO markers for lentil genetic mapping and the evaluation of distorted F2

segregation. Euphytica, v.96, p.405-412, 1997.

FERREIRA, M.E.; G RATTAPAG LIA, O. Introdução ao uso de marcadores

RAPO e RFLP em análise genética. Brasília: EMBRAPA-CENARGEN, 1995.

p.220. (EMBRAPA-CENARGEN Documento 20).

FIGOORE, S.S.; FERREIRA, M.E.; SLOCUM, M.K.; WILLlAMS, P.H.

Association of RFLP markers with trait loci affecting clubroot resistance and

morphological characters in Brassica o/eracea L. Euphytica, v.69, p.33-44,

1993.

FOISSET, N.; OELOURME, R; BARRET, N.; HUBERT, N.; LANDRY, B.S.;

RENARO, M. Molecular-mapping analysis in Brassica napus using isozyme,

RAPO and RFLP markers on a doubled-haploid progeny. Theorical Applied

Genetics, v.93, p.1117 -1025, 1996.

GALLI, F.; TOKESHI, H. Murcha em repôlho (Brassica oleracea var. capitata

L.) causada por Fusarium oxysporum f. conglutinans (Wr.), Snyder e

Hansen. Revista de Agricultura, v.37, p.24-27, 1962.

GARDINER, S.E.; BASSET, H.C.M.; NOITON, O.AM.; BUS, V.G.; HOFSTEE,

AG.; WHITE, AG.; BALL, RD.; FORSTER, RL.S.; RIKKERINK, E.H.A A

Page 55: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

43

detailed linkage map around an apple scab resistance gene demonstrates

that two disease resistance classes both carry the V, gene. Theorical

Applied Genetics, v.93, p.485-493, 1996.

GIANFRANCESCHI, L.; KOLLER, 8.; SEGLlAS, N.; KELLERHALS, M.;

GESSLER, C. Molecular selection in apple for resistance to scab caused by

Venturia inaequalis. Theorical Applied Genetics, v.93, p.199-204, 1996.

GIORDANO, L.8.; SILVA, N.; 8USO, J.A União: nova cultivar de repolho para

o verão. Horticultura Brasileira, v.6, p.39, 1988.

GRANDCLÉMENT, C.; THOMAS, G. Detection and analyses of QTLs based

on RAPO markers for polygenic resistance to Plasmodiophora brassicae

Woron in Brassica oleracea L. Theorical Applied Genetics, v.93, p.86-90,

1996.

HENZ, G.P.; TAKATSU, AR.; REIFSCHENEIDER, F.J.8. Avaliação de

métodos de inoculação de Xanthomonas campestris pv. campestris para

detecção de fontes de resistência em 8rássicas. Fitopatologia Brasileira,

v.13, p.207 -210, 1988.

HOISINGTON, O.; KRAIHALLAH, M.; GONZALEZ-OE-LEON, D. Laboratory

Protocols: CIMMYT Applied Molecular Genetics Laboratory. Second Edition,

Mexico, O. F.: CIMMYT, 1994.

HOMBERGEN, E-L.; BACHMANN, K. RAPO mapping of three QTLs

determining trichome formation in Microseris hybrid H27

(Asteraceae:Lactuceae). Theorical Applied Genetics, v.90, p.853-858,

1995.

Page 56: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

44

JIN, Y.; CUI, G.H.; STEFFENSON, B.J.; FRANCKOWIAK, J.D. New leaf rust

resistance genes in barley and their allelic and linkage relationships with

other Rph genes. Phytopathology, v.86, n.8, p.887-890, 1996.

LANDER, ES.; BOTSTEIN, D. Mapping mendelian factors under/ying

quantitative traits using RFLPs linkage maps. Genetics, v.121, p.185-199,

1989.

LANDRY, B.S.; HUBERT, N.; CRETE,R; CHANG, M.; LlNCOLN, S.E; ETOH,

T. A genetic map of Brassica oleracea based on RFLP markers detected

with expressed DNA sequences and mapping of resistance genes to race 2

of Plasmodiophora brassica (Woronin). Genome, v.35, pA09-419, 1992.

LEITE, RM.V.B.C.; RUANO, O.; KOMORI, N. Caracterização de Xanthomonas

campestris pv. campestris isolada de canola. Summa Phytopathologica,

v.20, p.35-38, 1994.

LOARCE, Y.; HUEROS, G.; FERRER, E A molecular linkage map of rye.

Theorical Applied Genetics, v.93, p.1112-1118, 1996.

MAcMULLEN, M.D.; SIMCOX, K.D. Genomic organization of disease and

insect resistance genes in maize. Molecular Plant-Microbe Interactions,

v.8, n.6, p.811-815, 1995.

MARINGONI, AC. Doenças das crucíferas. In: KIMATI, H.; AMORIM, L.;

BERGAMIN FILHO, A; CAMARGO, L.EA; REZENDE, J.AM. Manual de

Fitopatologia. Doenças das plantas cultivadas (VoI.2) São Paulo; Editora

Agronômica Ceres, 1997. cap.28, p.315-324.

Page 57: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

45

MARTINEZ, O. Spurious Iinkage between markers in QTL mapping. Molecular

Breeding, v.2, p.351-358, 1996.

MIKLAS, P.N.; JOHNSON, E.; STONE, V.; BEAVER, J.S.; MONTOYA, C.;

ZAPATA, M. Selective mapping of QTL conditioning disease resistance in

common bean. Crop Science, v.36, p.1344-1351, 1996.

MURANTY, H.; GOFFINET, B.; SANTI, F. Multitrait and multipopulation QTL

search using selective genotyping. Genetic Research Cambridge, v.70,

p.259-265, 1997.

NOZAKI, T.; KUMAZAKI, A; KOBA, T.; ISHIKAWA, K.; IKEHASHI, H. Linkage

analysis among loci for RAPOs, isozyme and some agronomíc traits in

Brassica campestris L. Euphytica, v.95, p.115-123, 1997.

OH, B.J.; FREOERIKSEN, R.A; MAGILL, C.W. Identification of molecular

markers linked to head smut resistance gene (Shs) in sorghum by RFLP and

RAPO analyses. Phytopathology, v.84, p.830-833, 1994.

OLIVEIRA, C.A; SOUZA, P.E.; CASTRO, H.A Monitoramento da ocorrência

da podridão negra e da mancha de Alternaria na cultura da couve (Brassica

oleracea varo acephala) em Lavras-MG. Summa Phytopathologica, v.22, p.

209-211, 1996.

PENNER, G.A; CHONG, J.; WIGHT, C.P.; LÉVESQUE-LEMAY, M.; MOLNAR,

S.J.; FEOAK, G. Identification of a RAPO marker linked to stem rust gene

Pg3. Theorical Applied Genetics, v.85, p.702-705, 1993.

Page 58: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

46

PILET, M.L.; DELOURME, R; FOISSET, N.; RENARD, M. Identification of loci

contributing to quantitative field resistance to blackleg disease, causal agent

Leptosphaeria maculans (Desm.) Ces. Et de Not., in winter rapeseed

(Brassica napus L.). Theorical Applied Genetics, v.96, p.23-30, 1998.

POUSEN, D.M.E.; HENRY, RJ.; JOHNSTON, RP.; IRWIN, J.A.G.; REES, R,G.

The use of bulk segregant analyses to identify a RAPO marker linked to leaf

rust resistance in barley. Theorical Applied Genetics, v.91, p.270-273,

1995.

QU, L.; HANCOCK, J.F. Randomly amplified polymorphic DNA-(RAPD-) based

genetic linkage map of blueberry derived from an interspeeific cross between

diplod Vaccinium darrowi and tetraploid V. corymbosum. Journal American

Society Horticulture Science, v.122, n.1, p.69-73, 1997.

RAMIREZ-VILLAPADUA, J.; ENDO, RM.; BOSLAND, P.; WILLlAMS, P.H. A

new race of Fusarium oxysporum f. sp. conglutinans that attacks cabbage

with type A resistance. Plant Disease, v.69, p.612-613, 1985.

REIGNAUL T, P.; FROST, L.N.; RICHARDSON, H.; DANIELS, M.J.; JONES,

J.D.G.; PARKER, J.E. Four Arabdopsis RPP loei controlling resistance to

the Noco2 isolate of Peronospora parasitica map to regions known to

contain other RPP recognotion speeifities. Molecular Plant-Microbe

Interactions, v.9, n.6, p.464-473, 1996.

ROMEIRO, RS. Bactérias Fitopatogênicas. Viçosa: Imprensa Universitária,

1995. cap.3, p.59-92: Posicionamento sistemático.

Page 59: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

47

SAGHAI-MAROOF, M.A.; YUE, Y.G.; XIANG, Z.X.; STROMBERG, E.L.;

RUFENER, G.K. ldentifieation of quantitative trait loei eontrolling resistanee

to leaf spot disease in maize. Theorical Applied Genetics, v.93, p.539-546,

1996.

SAX, K. The assoeiation of size differenees with seed-eoat pattern and

pigmentation in Phaseolus vulgaris. Genetics, v.8, p.552-560, 1923.

SCHON, C.S.; LEE, M.; MELCHINGER, A.E.; GUTHRIE, W.O.; WOOOMAN,

W.L.; Mapping and eharaeterization of quantitative trait loei affeeting

resistanee against seeond-generation European eorn borrer in maize with

the aid of RFLPs. Heredity, v.70, p.648-659, 1993.

SHARMA, B.R.; SWARUP, V.; CHATERJEE, S.S. Inheritanee of resistanee to

blaek rot in eauliflower. Canadian Journal Genetics Cytological, v.14,

p.363-370, 1972.

SHARMA, B.R.; SWARUP, V.; CHATERJEE, S.S. Resistanee to blaek rot

disease (Xanthomonas campestris (Pam.) Oowson) in eauliflower. Science

Horticulture, v.7, p.1-7, 1977.

SHARMA, S.K.; OAWSON, I.K.; WAUGH, R. Relationship among eultivated

and wild lentils revealed by RAPO analysis. Theorical Applied Genetics,

v.91, p.647-654, 1995.

TANKSLEY, S.O. Mapping polygenes. Annual Review Genetics, v.27, p.205-

233,1993.

Page 60: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

48

THOOAY, J.M. Location of polygenes. Nature, v.191, p.368-370, 1961.

THOMPSON, P.G.; HONG, L.; UKOSKIT, K.; ZHU, Z. Genetic linkage of

randomly amplified polymorphic ONA (RAPO) markers in sweetpotato.

Journal American Society Horticulture Science, v.122, n.1, p.79-82,

1997.

TIMS, E.C. The influence of soil temperature and soil moisture on the

development of yellows in cabbage seedlings. Journal of Agricultural

Research, v.33, p.971-992, 1926.

TOOJINDA, T.; BAIRO, E.; BOOTH, A.; BROERS, L.; HAYES, P.; POWELL,

W.; THOMAS, W.; VIVAR, H.; YOUNG, G. Introgression of quantitative trait

loci (QTLs) determining stripe rust resistance in barley: an example of

marker-assisted line development. Theorical Applied Genetics, v.96,

p.123-131,1998.

WALKER, J.C. Inheritance of Fusarium resistance in cabbage. Journal

Agriculture Research, vAO, p.721-745, 1930.

WALKER, J.C.; SMITH, R. Effect of environmental factors upon the resistance

of cabbage to yellows. Journal of Agricultural Research, vAi, p.1-15,

1930.

WANG, G. L.; PATERSON, A. H. Assessment of ONA pooling strategies for

mapping of QTLs. Theorical Applied Genetics, v.88, p.355-361 , 1994.

Page 61: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

49

WILLlAMS, P. H. & HILL, C. B. Rapid-cycling populations of Brassica.

SCience, v.232, p.1385-1389,1986.

WILLlAMS, P.H. Black Rot: a continuing threat to world crucifers. Plant

Disease, v.64, n.8, p.736-742, 1980.

WILLlAMS, P.H.; STAUB, T.; SUTTON, J. C. Inheritance of resitance in

cabbage to black rot. Phytopathology, v.62, p.247 -252, 1972.

WILLlANS, J.GK.; KUBRLlK, A.R.; LlVAK, K.J.; RAFALSKI, J.A.; TINGEY, S.v.

ONA polymorphisms amplified by arbitrary primers are useful as genetic

markers. Nucleic Acids Research, v.18, p.6531-6533, 1990.

YANG, H.Y.; KORBAN, S.S.; KRÜGER, J.; SCHMIOT, H. A randomly amplified

polymorphic DNA (RAPO) marker tightly linked to the scab-resistance gene

V, in apple. Journal of American Society of Horticulture Science, v.122,

n.1, p.47 -52, 1997.

YOUNG, N. O. QTL mapping and quantitative disease resistance in plants.

Annual Review Phytopathology, v.34, p.479-501, 1996.

YOUNG, N.D.; DANESH, D.; MENANCIO-HAUTEA, D.; KUMAR, L. Mapping

oligogenic resistance to powdery mildew in mungbean with RFLPs.

Theorical Applied Genetics, v.87, p.243-249, 1993.

Page 62: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

50

YOUNG, R.A.; MELOTTO, M.; NODARI, R.O.; KELL Y, J.D. Marker-assisted

dissection of the oligogenic anthracnose resistance in the common bean

cultivar, "G2333". Theorical Applied Genetics, v.96, p.87-94, 1998.

ZHANG, C.; ANGELES, E.R.; ABENES, M.L.P.; KHUSH, G.S.; HUANG, N.

RAPO and RFLP mapping of the bacterial blight resistance gene xa-13 in

rice. Theorical Applied Genetics, v.93, p.65-70, 1996.

Page 63: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

APÊNDICE

Page 64: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

52

Apêndice 1. Área foliar lesionada por Xanthomonas campestris pv. campestris (AFL) em cm2 e cor de pétalas (CP) dos indivíduos extremos (resistentes e suscetíveis) selecionados da população F2 resultante do cruzamento entre Badger Inbred-16 e LC201.

Linhagens AFL CP Linhagens AFL CP

CMl 13,38 A CM54 6,69 C

CM2 16,91 C CM59 16,55 C

CM3 9,42 C CM60 8,76 C

CM4 13,02 C CM61 13,80

CM5 16,85 A CM62 13,08 C

CM6 9,49 CM63 11,88 C

CM8 6,89 CM65 7,64 C

CM9 7,63 C CM66 7,58 A

CM12 7,13 C CM67 6,66 C

CM13 6,19 A CM68 6,17 C

CM14 12,93 C CM69 6,21 C

CM15 8,53 C CM70 6,07 C

CM16 8,49 A CM71 6,27 C

CM17 9,96 A CM73 0,18 C

CM19 9,25 C CM74 1,20 A

CM20 13,05 CM75 1,44 C

CM21 6,73 C CM76 1,07 C

CM22 6,35 C CM77 2,10 A

CM24 9,18 C CM78 1,72 C

CM25 10,16 CM79 1,58 C

CM26 11,76 CM80 0,35 C

CM27 8,59 C CM81 0,35 C

CM28 8,60 C CM82 1,59 A

CM29 14,84 A CM83 1,46 A

CM30 7,02 C CM85 1,40 C

CM31 7,09 C CM86 0,98 A

CM32 7,06 C CM87 0,69 C

CM33 7,07 C CM88 0,32

CM34 7,22 C CM89 1,81 A

CM36 7,80 CM90 1,75 A

CM37 7,52 C CM91 0,69 C

CM38 7,46 C CM92 1,87 C

CM40 6,35 C CM93 1,60 C

CM41 6,93 C CM94 1,67 C

CM43 6,03 C CM96 1,59

CM44 10,64 C CM97 1,09 C

CM46 8,50 CM98 0,92 C

CM47 14,32 A CM99 1,79 C

CM49 7,21 C CM100 0,67 C

CM50 7,01 C CM10l 2,16 C

CM51 6,86 A CM102 2,06 C

CM52 6,87 C CM103 1,85 A

CM53 6,54 CM104 1,64 C

Page 65: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

53

Continuação AQêndice 1. Linhagens AFL CP Linhagens AFL CP

CM106 1,87 A CM122 1,61

CM107 1,70 C CM123 0,14 A

CM108 1,27 C CM124 1,25 C

CM109 1,06 C CM125 0,21 A

CM110 1,82 C CM126 0,32 C

CM111 1,85 C CM127 1,45 C

CM112 1,52 CM128 1,73 C

CM114 2,13 C CM129 0,91

CM115 2,04 A CM130 1,15 C

CM116 2,12 C CM131 1,33

CM117 2,07 A CMl34 2,29 A

CM119 2,18 A CM135 2,21 A

CM121 1,02 C CM137 2,17 A

A- Pétalas de cor amarela c- Pétalas de cor branca

Page 66: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

Apêndice 2. Genotipagem da população F 2 provenientes do cruzamento entre Badger Inbred-16 e LC201, linhagens e os locos RAPDs amplificados por cada primer.

Linhagens AA10A

CM1 CM2 CM3 CM4 O CM5 B CM6 B CM8 B CM9 CM12 CM13 CM14 CM15 CM16 CM17 CM19 CM20 CM21 CM22 CM24 CM25 CM26 CM27 CM28 CM29 CM30 CM31 CM32 CM33 CM34 CM36 CM37 CM38 CM40 CM41 CM43 CM44 CM46 CM47 CM49 CM50 CM51 CM52 CM53 CM54 CM59 CM60 CM61 CM62 CM63 CM65 CM66 CM67 CM68 CM69

B

o B B B

B O O B O B O O O B B B B B B O

B O O

B B B B

o B B B O B O O B O

AA10B

c C C

C A C

C

C C C A C C

A C C A C

C C C C

C C C

C A C

C C

C

C

C C

C A

C

C C C

C A C

C C

C C

AA10C

o B O O O B

o

o O O

O

o O B O O B O O O O B O O O O B

o O

O

o O O B O

B

B O O O O O O B B B

AB3A

C A C C C C C C C C C C C C C C C C A C A C

C C C C C C C C C

C C C C C C C A C C C A A A A A C C C C C C C

AB3B

C C C

C

C A A A C A

C

C C A A A A A A C A A C C

A

C

C A A A A C C

A C A A C C

C A A C

C C A A A C C A C

C A

AA19A

o O

o O O O

o

o O

o B O O B O O B O B O B O O O O O B

B O O O O B O O O O

B B O O O O O

o O

AA19B

C C

C C C C

A

A A

A

A C C A C A

A C C A C

C C C

C C A

C

C C

C C A C C C C

A A

C C C

C C

C C

AA19C

o O

o O

O

O

B

B B

B B B B B O O

B B B B B B B B B B B

B B B B B B B B B B

B B B B B B B

B B

54

Page 67: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

Continuação Apêndice 2. Linhagens AA10A AA10B

CM70 O C

CM71

CM73 CM74

CM75

CM76

CM77

CM78

CM79

CM80

CM81

CM82

CM83

CM85

CM86

CM87

CM88

CM89

CM90 CM91

CM92

CM93

CM94

CM96

CM97

CM98

CM99

CM100

CM101

CM102

CM103

CM104

CM106

CM107

CM108

CM109

CM110

CM111

CM112

CM114

CM115

CM116

CM117

CM119

CM121

CM122

CM123

CM124

CM125

CM126

CM127

CM128

CM129

CM130

CM131

CM134

CM135

CM137

B B O B O O O O O O O O B O O O O

O

O O O

o O O

o O O O

B B O O O

o O O O

O B B O B O

o

B O O O B B O O

C C C C C C A C C C

C C A C C C

C C C C C

A C C

C

C C C C C C C C

A C A A C C C C C A

C

C C

C C A C C C

AA10C

o O O O O O O O O O O O O O

O O O O

O O O B

o O B

o O O B O

O O B O

o

o O O O O

O B O

o

o O O O O O O

O

AB3A

C C A A A A C C A C C

C C C

C C C C C C C C C C A A A A A A C A A A C C A C C A C C C

C

C C C

C C C C C

C C C C C C

AB3B

C

C C C C C

A C C A C C C

C C C C

C C

C

A C C C

C

C A A C

C A C A A A C C

C C

C A C

C A C C

A A A C C

C

C

C A A A A

AA19A

B O O B B O B O

o O O

B B O O O

B B O O O

O B O O B O

B O

o B O O

O

B

O O O O O O O O O

B

O O

o O O B

O O O O

AA19B

A C C C C C C C

C C

C A C

C C C C C C C

C C C

C C C A C C

C C

C A C C C

C C C C C C

C C A C C

C A A C C A A A

AA19C

B B B B B B

B O

o B B B O O B B B B O B O B B B B B B O O

B B B

O B B B O B B B O B B B B B B

B B O O

B B B B

55

Page 68: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

Continuação Apêndice 2. Linhagens AA19D AA17A

CM1 O A CM2 O C CM3 CM4 CM5 CM6 CM8 CM9 CM12 CM13 CM14 CM15 CM16

CM17 CM19 CM20 CM21 CM22 CM24

CM25 CM26

CM27

CM28 CM29

CM30 CM31

CM32 CM33

CM34 CM36 CM37 CM38 CM40 CM41 CM43 CM44

CM46

CM47 CM49

CM50

CM51 CM52

CM53

CM59

CM60 CM61 CM62

CM63 CM65

CM66 CM67 CM68

CM69 CM70 CM71 CM73 CM74 CM75

o O O O

o

o O

o O O O 8 O 8 8 O O O O O O

O O O O

o O B O B B O O

O O O O O O O O O

o O O O O B O

A C C C C

C C

C C C C A C C C

C C C C

C C A C C

C C C C A

C

C C

C A C C C

C C C C C

A C

C C C

C

C

C

AA178

A C A A C C C

C C

A A A C

C C

C C

C A A A C C A C

A A C A A

C

A A A A A C C

A C C A A

C C C

A C C

A C A

A811A

C A C C C C

C

C C C C C C C C A C C C

C C C C C C C C C C C C A C C C C

C

C C

C C C A

C C

C C C

C

C C A A

AB4A

o O

B O O 8 B

B B O

O

O

O B B B B

B

B

B O O O B

O B

O

O B B B B B B O

O

O

O

O

O

O O O O O B

O

o

B B

B B

O

A84B

o O O O 8 O 8

B 8 8 O

B O B O O B

8 8 B O O O O O 8 O O B B B B B B O O 8 8 O O O O O O O B O

o

o O

o O O

AA18A

C

C

C C C C C

C

C C

C C

A A C C C C

C

C

C

C

C A C C

C

C C C C C A C A A A A C

C C C

C C C C

C A

C C

C

C

C A

AA18B

o B B B O

O O

o O O O O O O B O

O O

O O O O

o O 8 B O O O

O O

O

O

O

O

O

B

O B B B O

B O

B O

8 O

o O

O

O

O O

AA18C

A C

C C C C

C

C

A A C C A A C C A C

A A A A

C

A C

C

A A C

A C C

C

A A A C A C

C A A C A C

A C

A

A A A C A C

56

Page 69: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

Continuação Apêndice 2. Linhagens AA19D AA17A AA17B

CM76 B C A CM77 O C C CM78 O C C CM79 CM80 CM81 CM82 CM83 CM85 CM86 CM87 CMaa

CM89 CM90 CM91 CM92 CM93

CM94 CM96 CM97

CM98 CM99 CM100

CM101 CM102

CM103 CM104

CM106

CM107 CM108 CM109 CM110 CM111 CM112

CM114 CM115

CM116 CM117

CM119

CM121 CM122

CM123 CM124

CM125

CM126 CM127 CM128 CM129 CM130 CM131 CM134

CM135

CM137

o B B B B B B O O

O B O B B O O O O O B B

o O

O B O O O O O

O O O O B B O O O

B

O O O

O B O B

C C C

A A C C C

A C C A C C C A C

C C C

C

C C C

C

A C

A A C

C C

A A C C

C C

A C C

C A C

C

C

C

C C

C C

C C A A C A C A A A C C A A C C

A A A

C C C

C C C C C A C C

C

C C

A A

C C

C A

C A

A = Ausência de banda no parental resistente. C = Presença de banda no parental suscetível. B = Ausência de banda no parenta I suscetível. O = Presença de banda no parental resistente. - = Genótipo não definido.

AB11A

A A A C A C

C A C C

C

C

C

C

A C C C C A C C

C C

A C C C A

C C C C C C C C C C C

C C

A

C A C A C C C

AB4A

B B B B B B B

o O

O B O B B O O O O

O O O

O

O B O

O

O

O

B

B B O O

O O

B O

O

O

o

o O

O

B

O O

O

AB4B

o B B B O O O

o O O O O O B B O B O O

O O O O

O O O O

O B O B B B B O B O O B O B

B

o B B O O

B O

B

AA18A

A A C A A C C

C

A A A A A

C C A C C

C A C C

C C C

A A A C C A C

C

C A A C

A

C A

C

C C

A C C

C

AA18B

o O O O

O O O

o O O O O O

o O O O O

o O

O

O O O O

O

O

O O O O

O O O

O O O O

o O

o

o O

O O

O O

AA18C

C A A A A A C

A C C

C C A

C A

C A C

C A A C

C C A A A

C C A A A C A C

C C A

C C

C

C C A A A A

57

Page 70: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

58

Apêndice 3. Porcentagem de plantas resistentes a Fusarium oxysporum f. sp. conglutinans raça 2 em progênie F3.

PROGÊNIE BLOCO 1 BLOCO 2 BLOCO 3 658 42,9 72,7 42,9 660 45,5 25,0 45,5 661 70,0 30,0 100,0 662 12,5 0,0 12,5 663 33,3 54,5 33,3 664 60,0 40,0 100,0 665 57,1 45,5 100,0 667 100,0 16,7 100,0 668 44,4 11,1 45,6 669 0,0 0,0 0,0 671 16,6 18,2 25,0 672 36,4 0,0 54,5 675 100,0 100,0 100,0 676 42,9 33,3 28,6 677 50,0 0,0 0,0 678 50,0 50,0 42,8 679 25,0 0,0 0,0 680 44,4 58,3 40,0 681 50,0 70,0 50,0 682 62,5 25,0 50,0 685 0,0 0,0 0,0 688 75,0 20,0 75,0 689 40,0 27,3 0,0 691 66,7 41,7 77,8 692 50,0 30,0 66,7 698 0,0 0,0 0,0 700 0,0 0,0 0,0 701 0,0 0,0 0,0 703 0,0 30,0 0,0 704 0,0 0,0 10,0 708 63,7 63,7 50,0 710 20,0 27,3 20,0 713 33,3 11,1 0,0 715 0,0 28,6 0,0 716 57,2 12,5 0,0 717 60,0 58,3 60,0 718 44,4 41,7 22,2 722 50,0 16,7 12,5 726 100,0 66,7 100,0 727 100,0 100,0 100,0 729 50,0 37,5 0,0 733 33,3 12,5 33,3 734 100,0 83,3 75,0 738 50,0 12,5 75,0 739 44,4 41,7 55,6 743 100,0 33,3 100,0 744 16,7 0,0 25,0 747 60,0 8,3 100,0 748 87,5 100,0 100,0 749 18,2 10,0 16,7 752 75,0 62,5 25,0 754 60,0 60,0 60,0 755 63,4 0,0 58,3 757 50,0 33,3 0,0 758 36,4 8,3 0,0 759 30,0 0,0 40,0 760 44,4 0,0 44,4 761 55,6 16,7 50,0 762 36,4 25,0 27,3 764 44,4 0,0 55,6 765 44,4 12,5 44,4 766 63,6 80,0 63,6 768 70,0 30,0 63,6 769 33,3 30,0 30,0 770 40,0 30,0 44,4 773 0,0 0,0 0,0

Page 71: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

59

Apêndice 4. Genotipagem da população F3 provenientes do cruzamento entre OSU Cr-7 e LC201, linhagens e os locas RAPDs amplificados por cada primer.

PROGENIE AA11A AA11B AA11C AB9A Foc1 a

658 C B C C o 660 A o 661 C B C C o 662 C o 663 C o c C o 664 o 665 C B C o 667 C o 668 o 669 A o 671 o 672 C B C o 675 C o C A o 676 A o A C o 677 C o c C o 678 C o c C o 679 A B A o 680 C o c C o 681 C o C o 682 C o C A o 685 C o A A o 688 C o C A o 689 C o C A o 691 C o c C o 692 C o C o 698 C o C A o 700 o 701 o 703 o 704 A o C o 708 o 710 A o 713 o 715 o 716 C o 717 C o 718 C o 722 C o 726 C o c C o 727 C o 729 C o c C o 733 C o 734 A o C A o 738 C o

Page 72: Brassica o/eracea Xanthomonas campestris pv

Continuação Apêndice 4. PROGENIE AA11A AA118

739 A

743 A

744 A

747 A

748 A

749 A

752

754 A

755

757 C

758 C

759 C

760

761 C

762 C

764

765

766

768

769

770

773

A = Ausência de banda no parenta I resistente. C = Presença de banda no parenta I suscetível. 8 = Ausência de banda no parental suscetível. D = Presença de banda no parental resistente. - = Genótipo não definido.

D

8

D

D

D

D

D

D

D

D

D

D

AA11C A89A

C C

C C

C C

C C

A C

A C

C

C C

C

C C

C C

C C

C

C C

C C

C

C

A

A

C

a = Fenótipo de resistência a raça 1, D indica indivíduos resistentes e 8, indivíduos suscetíveis.

60

Foc1 a

D

D

D

D

D

D

D

D

D

8

8

8

8

8

8

8

8

8

8

8

8

8