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B. Indústr. anim., Nova Odessa, SP, 43(2):181-95, jul./dez. 1986 BOVINOS DA RAÇA CANCHIM SUBMETIDOS A DUAS ESTAÇÕES DE MONTA: ESTUDO COMPARATIVO DOS RESULTADOS PONDERAIS (1 ) (Body weight of Canchim ca/ves on two different breeding seasons) MÁRIO SANTIAGO (2), MARIA OA CONCEIÇÃO ROORIGUES RIBEIRO GAZZETTA (3), JOSÉ 00 NASCI- MENTO (4), MAURfclO MELLO OE ALENCAR (2), BENEOICTO 00 ESPIRITO SANTO OE CAMPOS (5) e ALFONSO GIUSEPPI TUNDISI (4) RESUMO: O trabalho foi realizado na Unidade de Execução da Embrapa, envolvendo 385 bovinos da raça canchim (190 machos e 195 fêmeas), produtos de quinze touros. Verificou-se o efeito das estações de monta das águas (outubro a janeiro) e da seca (abril a julho) sobre o desenvolvimento ponderal, ao nascimento, aos 120 e 210 dias de idade. As idades de 360 e 720 dias foram estudadas apenas para as fêmeas, considerando-se os efeitos de estação de monta, ano e touro. Os efeitos de ano (período de monta de 1971 a 1973), resultaram em altamente significativo (P ";;0,01) para os pesos aos 120, 360 e 720 dias de idades, e significativo (P ,.;;0,05) para as idades de 210 e 540 dias. Houve signifi- cância da estação de monta (P ";;0,01) para os pesos nas idades de 210, 540 e 720 dias e (P ";;0,05) para a idade de 120 dias. O sexo exerceu influência (P ";;0,01) ao nascimento e (P ";;0,05) aos 120 dias de idade. Houve efeito de touro (P ";;0,01) ao nascimento e aos 540 dias de idade e (P ,.;;0,05) nas idades de 210, 360 e 720 dias. Do nascimento aos 210 dias de idade houve ganho vantajoso de 20,2 kg para os animais das águas. Na idade de 360 dias as fêmeàs apresentaram pesos semelhantes, mas aos 720 dias houve vantagem de 35,3 kg para as fêmeas da seca. INTRODUÇÃO Quando bem analisados, os resultados zootécnicos dos rebanhos de corte corres- pondentes à determinadas estações de mon- ta configuram-se corro elerrentos de con- fiança para adoção de manejos' que vi.sam exploração o mais econômica possível. Geralmente, há relação positiva en- tre vigor zootécnico e economia, pois re- e) Parte do Projeto IZ-168. Recebido para publicação em setembro de 1986. c2) Da Fazenda Canchim,Embrapa, São Carlos, SP. e) Da Seção de Avaliação e Classificação do Gado de Corte, Divisão de Zootecnia de Bovinos de Corte. Bolsista do CNPq. (4) Da Divisão de Zootecnia de Bovinos de Corte. (5) Da Seção de Estatística e Técnica Experimental, Divisão de Técnica Básica e Auxiliar. Bolsista do ·CNPq. 181

BOVINOS DA RAÇA CANCHIM SUBMETIDOS A DUAS …Verificou-se o efeito das estações de monta das águas (outubro ajaneiro) e da seca (abril a julho) sobre o desenvolvimento ponderal,

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B. Indústr. anim., Nova Odessa, SP, 43(2):181-95, jul./dez. 1986

BOVINOS DA RAÇA CANCHIM SUBMETIDOS A DUAS ESTAÇÕES DE MONTA:ESTUDO COMPARATIVO DOS RESULTADOS PONDERAIS (1 )

(Body weight of Canchim ca/ves on two different breeding seasons)

MÁRIO SANTIAGO (2), MARIA OA CONCEIÇÃO ROORIGUES RIBEIRO GAZZETTA (3), JOSÉ 00 NASCI-MENTO (4), MAURfclO MELLO OE ALENCAR (2), BENEOICTO 00 ESPIRITO SANTO OE CAMPOS (5) e

ALFONSO GIUSEPPI TUNDISI (4)

RESUMO: O trabalho foi realizado na Unidade de Execução da Embrapa, envolvendo385 bovinos da raça canchim (190 machos e 195 fêmeas), produtos de quinze touros.Verificou-se o efeito das estações de monta das águas (outubro a janeiro) e da seca (abrila julho) sobre o desenvolvimento ponderal, ao nascimento, aos 120 e 210 dias de idade.As idades de 360 e 720 dias foram estudadas apenas para as fêmeas, considerando-se osefeitos de estação de monta, ano e touro. Os efeitos de ano (período de monta de 1971 a1973), resultaram em altamente significativo (P ";;0,01) para os pesos aos 120, 360 e 720dias de idades, e significativo (P ,.;;0,05) para as idades de 210 e 540 dias. Houve signifi-cância da estação de monta (P ";;0,01) para os pesos nas idades de 210, 540 e 720 dias e(P ";;0,05) para a idade de 120 dias. O sexo exerceu influência (P ";;0,01) ao nascimentoe (P ";;0,05) aos 120 dias de idade. Houve efeito de touro (P ";;0,01) ao nascimento e aos540 dias de idade e (P ,.;;0,05) nas idades de 210, 360 e 720 dias. Do nascimento aos210 dias de idade houve ganho vantajoso de 20,2 kg para os animais das águas. Na idadede 360 dias as fêmeàs apresentaram pesos semelhantes, mas aos 720 dias houve vantagemde 35,3 kg para as fêmeas da seca.

INTRODUÇÃO

Quando bem analisados, os resultadoszootécnicos dos rebanhos de corte corres-pondentes à determinadas estações de mon-ta configuram-se corro elerrentos de con-

fiança para adoção de manejos' que vi.samexploração o mais econômica possível.

Geralmente, há relação positiva en-tre vigor zootécnico e economia, pois re-

e) Parte do Projeto IZ-168. Recebido para publicação em setembro de 1986.c2) Da Fazenda Canchim,Embrapa, São Carlos, SP.e) Da Seção de Avaliação e Classificação do Gado de Corte, Divisão de Zootecnia de Bovinos de Corte. Bolsista do

CNPq.(4) Da Divisão de Zootecnia de Bovinos de Corte.(5) Da Seção de Estatística e Técnica Experimental, Divisão de Técnica Básica e Auxiliar. Bolsista do ·CNPq.

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banhos saudáveis, com manejos racionais,mostram desempenhos que resultam em maiorrentabilidade.

É sobejamente conhecido que os re-sultados reprodutivos e de ganho pondera 1dO$ bovinos sofrem ou se beneficiam doscondicionamentos climáticos. No Brasil GffrtraI, esses condicionamentos suscitam duassituações de rrercado - safra e entressa-fra -, como conseqüência, respectivamente,da fartura e escassez de pastos.

A safra se caracteriza pela disponi-bilidade favorável de bois gordos, aumentoda oferta e baixa, ainda que relativa, nopreço da arroba de carne. A entres safra ,por situação inversa. A prirreira ocorre ~ralrrentede janeiro a junho, e a segunda,no restante do ano.

Torna-se, assi~m,muito importante oestabelec irrento, nos rebanhos, de normasbem relacionadas às variações climáticas,que agem diretamente sobre os anunals e,indiretamente, através das alterações nacomposição das plantas forrageiras.

Haverá sempre certa dificuldade, pe-lo rrenos em termos de Brasil Central, emconciliar os períodos favoráveis ao paste-jo dos bovinos com objetivos econômicos,pois as estações de temperaturas mais pro-pícias, especialrrente para animais de orl-gem européia ou com predominância de san-gue dessa origem, exibem, em geral, for-rageiras degradadas, de ciclo vegetativoencerrado e que assim permanecem por apro-ximadamente selS rreses.

o aconselhável, em certa rredida, se-rla condicionar as parições ao início doperíodo seco, quando as temperaturas ame:-nas e a pouca umidade não incrementam asmoléstias e parasitoses. O problema nutri-cionál, contudo, avulta nessa época, pois

as matrizes, sob a premência da própria mrnutenção e do aleitamento dos bezerros,certamente se ressentiriam, o que refleti-ria negativamente em sua fertilidade. EKllrte, porém, a hipótese, passível de verifi-cação, que um período de monta de três ouquatro rreses - iniciado em abril ou maio,quando os animais já se beneficiaram dospastos recentemente bons e de períodos párdesmama de cinco a sete rreses - permiti-ria, igualrrente, a expressão de adequadafertilidade. As vantagens estariam na CL.Urção dos bezerros em condições climáticasmais proplClas e na possibilidade delescrescerem continuarrente até doze ou qua-torze rreses de idade, pois à desmama en-contrariam pastos recuperados. Essa pos-sibilidade aplicar-se-ia ao gado euro-peu, zebu e rrestiços, já que esse períodode cobertura (de abril a agosto), de acor-do com PACOLA et alii (1977), favoreceo bezerro, por ocorrer o aleitamento naseca e a desmana no início das águas.

Estação de IlDnta

Na Região Nordeste do Estado de SãoPaulo, TUNDISI et alii (1972), utilizandobovinos da raça nelore em cobertura natu-ral durante três anos, estudaram dois pe-ríodos de IlDnta: época da seca (de abril aagosto) e época das águas (de outubro afevereiro). Encontraram as médias de81,73% e 91,23% de nascirrentos, provenien-tes das coberturas efetuadas nas duas épo-cas, respectivamente. Concluíram, também,que a estação de IlDnta de abril a agosto,quando comparada com a estação de monta deoutubro a fevereiro, não diminuiu a ferti-lidade das vacas, influindo, contudo, naidade de abate dos novilhos, reduz indo-aem selS rreses. Para a taxa de fecundidade,

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os autores registraram superioridade dasmatrizes da estação de monta de abril a a-gosto (89,7%, 100% e 92%), em comparaçãocom as da cobertura tradicional, de outu-bro a fevereiro (87,5%, 80% e 89,5%).

Segundo DRUDI et alii (1976), o gadozebu da raça nelore criado extensivamentena Região Noroeste do Estado de São Pauloapresenta cio fértil em qualquer época doano, havendo, porém, maior fertilidade desetembro a fevereiro, can predaninância denascllnentos de setembro a outubro, sendoque 72,51% da sua ocorrência concentrarnrsenos meses de junho a novembro. Para as pr-centagens de nascimentos, ficou demonstra-do que 30% ocorrem no primeiro semestre e70%, no segundo.

TUNDISI et alii (1974) verificaramque não houve diferença significativa nodesempenho reprodutivo de vacas zebuínassujeitas a uma estação de monta de trêsmeses (de outubro a dezembro), quando c~paradas a vacas submetidas a período decinco meses (de outubro a fevereiro).

CARNEIRO et alii (1960/61) informamque dos 5.343 nascimentos provenientes devacas da raça guze~á criadas a campo, comreservas de pastagens na estação seca e,às vezes, pequeno arroçoamento, submetidasà cobertura natural durante o ano todo, amaior incidência de partos ocorreu de ju-lho a dezembro, com pico em setembro.

De acordo com PACOTA et alii (1977),vacas guzerás sujeitas a uma estação demonta de três meses (de maio a julho) mos-trarammenor fertilidade quando compara-das com vacas cuja estação de monta foi decinco meses (de abril a agosto). Os auto-res afirmam que a supressão do mês deabril parece ter sido a causa da diminui-ção da fertilidade e sugerem que a estação

de monta de três meses seja efetuada deabril a junho.

BARBOSA et alii (1978), utilizandodados de escrituração zootécnica de setefazendas localizadas na Região Noroeste doEstado de São Paulo, observaram que dos39.750 bezerros nascidos em sistema de co-bertura a campo durante o ano todo, houveuma distribuição irregular da natalidade,concentrando-se, porém, de 1973 a 1975, noperíodo de julho a setembro, e de 1972 a1974, de outubro a dezembro.

Estudos realizados por SANTIAGO etalii (1983), utilizando animais da raçacanchím, evidenciaram que a estação demonta influiu na porcentagem de sobrevi-vência de bezerros, mostrando-se a deabril a julho superior à de outubro a ja-ne~ro.

MATIA (1973), analisando dados refe-rentes a animais mestiços em aleitamentoartificial, concluiu que a estação de mon-ta realizada no período de poucas chuvasfavorece a sobrevivência de bezerros.

Muitos estudos têm sido conduzidos,visando ao aprimoramento do gado de corte,principalmente no que tange ao aumento daprodução através de cruzamentos orientadosde raças puras especializadas e de seusmestiços.

Em se tratando de desenvolvimentopondera I envolvendo animais procedentes deduas estações de monta, vários estudos fo-ram publicados em nosso meio.

A relevância do peso animal cano rm-portante atributo nos planos de melhora-mento vem sendo cada vez mais justificada,tendo em vista que os parâmetros implíci-tos são indispensáveis nos critérios daseleção animal.

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Entretanto, há que se levar em con-sideração os diversos fatores que afetamesse peso, realizando-se ajustamentos ade-quados. Para que as informações sejamrealmente pertinentes, cumpre destacar,sobre os valores obtidos, as influênciasde época do ano, de época de nascirrento,de sexo, de touro, etc.

Influência da época de nascÍIrento

Para VIANA & MIRANDA (1948), o três

de nascÍIrento tem apreciável influênciasobre o crescÍIrento.Bezerros nascidos emmaio foram os qu~ se desenvolveram ma~srapidamente.

SEIFERT et alii (1974), trabalhandocom bezerros de corte na Austrália, veri-ficaram que os nascidos na estação de ju-lho e agosto apresentaram maior desenvol-vÍIrento e habilitação para utilizar a altaprodução de leite das mães e a rebrota daspastagens, que têm sua maior força vegeta-tiva a partir de setembro e outubro.

mNI'EIRO (1977), em Valparaíso, SP,estudando o peso de animais da raça neloreaos dezoito meses de idade, concluiu queos nascidos em outubro apresentaram ma~speso que os nascidos em março.

De acordo can MATIA (1973), a épocade nascÍIrento de março a agosto (períodoseco e de temperatura amena) é mais favo-rável para a criação de bezerros do que ade setembro a fevereiro (período quente echuvoso).

A análise de dados provenientes de1.109 bezerros das raças gir, nelore, gu-zerá e indubrasil, segundo TORRES (1950),aponta os meses de junho a outubro caro a

época de nascirrento em que os animaisapresentaram maiores pesos e ganhos em pe-so até a desmama,aos 210 dias, quando coarparados aos nascidos de janeiro a abril.

ANDRADE et alii (1974), trabalhandocan bezerros da raça guzerá, encontraramos menores pesos à desmama para animaisnascidos de dezembro a maio e os maiorespara os nascidos de junho a novembro, des-tacando-se os nascidos em setembro e outu-bro.

Para LIMA (1974), a época de desmamaexerce influência altamente significativasobre o peso em animais das raç?s g~r, ne-lore e guzerá. Em seu trabalho, o autorafirma que bezerros desmamados aos 210dias de idade, no período fevereiro e mar-ço, foram mais pesados do que os desmama-dos em abril e maio e ou junho e julho.

Estudos realizados por CAMARGO etalii (1980) sobre o desenvolvÍIrento ponde-ral de bezerros filhos de vacas zebus cantouros europeus, demonstram superioridadedos nascidos em outubro e desmamados aosquatro e sete meses de idade,quando coarparados aos nascidos em novembro e desma-mados na mesma faixa etária.

Influência do sexo

VILLARES (1972) divulgou os resulta-dos nédios dos pesos ao nascer de bezerrosdas raças chianina, nelore, tabapuã e mes-tiços dos cruzamentos chianina x nelore echianina x tabapuã, rrostrando-se os machosmais pesados que as fêmeas nas três raçasestudadas; nos mestiços, a situação se in-verteu, se bem que sem diferença signifi-cativa.

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MATIOSO (1961) também evidenciou asuperioridade no peso ao nascer, em rela-ção às bezerras, dos machos das raças gu-zerá, indubrasil e nelore.

KOCH & CLARK (1955) verificaram queao nascer os bezerros machos da raça here-ford eram mais pesados do que as bezerras.

BARBOSA s FONI'ES (1964) analisandoos pesos de 5. 178 animais de quatro raçasindianas, em Uberaba e Curvelo, M:;, en-contraram machos significativarrente maispesados do que fêmeas, acentuando-se a di-ferença à medida em que a idade aumentava.

Entretanto, CAMARGO et alii (1980),no Brasil, e NEVILLE JR. (1962), nos Esta-dos Unidos, não encontraram diferençassignificativas entre machos e fêmeas canrelação ao peso ao nascer em bezerros zebux europeu e hereford.

TORRES (1961) encontrou diferençasestatisticarrente significativas, em tornode 13,6 kg, 16,5 kg, 18,2 kg e 12,6 kg afavor dos machos, aos 210 dias de idade ,em estudos realizados can animais das ra-ças gir, nelore, guzerá e indubrasil, res-pectivarrente.

Kcx:;ER& KOOX (1945), estudando bovi-nos de corte da raça hereford, concluíramque o sexo exerceu influência significati-va no peso, favorável aos machos.

A influência do sexo sobre o peso àdesmama também é relatada por VEIGA etalii (1948), TORRES (1950) e CAMAROO etalii (1980), em cujos trabalhos ficou evi-denciada a superioridade dos machos emcomparação às ~emeas.

MILAGRES et ali i (1985), trabalhandocom animais da raça nelore, encontraramdiferenças altarrente significativas de-

correntes do sexo sobre o peso aos 365 e550 dias de idade, sempre favoráveis aosmachos.

Influência do touro

JORDÃO & ASSIS (1951), estudando opapel do touro sobre o peso ao nascer embezerros da raça holandesa malhada de ver-melho, concluíram que essa variável foisignificativarrente influênciada pelos res-pectivos genitores.

Trabalhos realizados por BROWN & V.CALVEZ (1969), utilizando bezerros das ra-ças angus e hereford, num total de 789animais, rrostraram que o efeito de tourofoi altarrente significativo sobre o pesoao nascer.

Para FELÍCIO et alii (1976), o efei-to de touro influênciou significativarrentea variável peso aos 210 dias de idade nasraças gir e guzerá. Na nelore, contudo,tal efeito não exerceu nenhuma influênciasobre a variável considerada.

OLIVEIRA et alii (1984) reportaram ainfluência significativa do touro sobre opeso, em animais da raça canchim, aos doze,dezoito e 24 meses de idade.

Os trabalhos aqui referidos dennns-tram a possibilidade de se manter adequadodesenvolvimento reprodutivo das matrizesem períodos de rronta iniciados em abril.Derronstram, igualmente, que nem sempre osperíodos iniciados na primavera são osmais convenientes. Tais considerações econclusões, relacionadas principalmente àfertilidade, rrotivaram pesquisas quanto àação dos períodos de rronta relacionados aodesenvolvimento ponderal.

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o presente trabalho visou compa-rar o desempenho ponderal em regime exten-sivo de bovinos provenientes de estações

de monta iniciadas na época da seca e naprimavera, ou seja, na emergência das chu-vas predominantes.

MATERIAL E MÉ:TOoos

o presente trabalho foi realizado naUnidade de Execução de Pesquisa de ÂmbitoEstadual da Embrapa, localizada no municí-pio de São Carlos, SP, a 22001' de latitu-de S e 47053' de longitude W de Greenwich,com clima tipo Cwb (temperado chuvoso, commverno seco), segundo KOPPEN (1948). Du-rante o experimento, as nédias das tempe-raturas evidenciaram que julho, com

o16,7 C, foi o mês mais frio e janeiro, como22,6 C, o mais quente. A precipitação

pluvial nédia anual foi 1.608,4 mm, sendoagosto o mês mais seco, com 39,7 mn, edezembro, com 270, 1 mm, o mais chuvoso. AUnidade abrange 2.668 ha , sendo 2.062 hade campos cerrados, classificados cornoLatossolo Vermelho-Amarelo, fase arenosa,e 606 ha de Latossolo Roxo (também chamadoterra-roxa). A altitude máxima é de 910 me a mínima, 710 m. Durante o experimento,os animais foram mantidos exclusivamenteem regune de pasto, em glebas de capinscolonião (Panicum maximum), gordura(Melinis minutiflora), jaraguáQ~.~henia rufa) e pangola (Qigitaria

decunbens) , todas intensamente invadidaspor grama-batatais (Pas~lum notatum) ,que, por possuir menor categoria forragei-ra, diminuía a qualidade da dieta alimen-tar. Por estarem em regime exclusivo depasto, os animais não receberam nenhumaração suplementar, somente mistura mineraluma vez por semana, nos currais. Houvesempre cuidado quanto à aplicação de medi-das sanitárias recomendadas.

Os períodos de monta t'iveraminícioem 1Q de outubro de 1970 e em 15 de abrilde 1971. A partir daí, em conseqüência deproblemas de manejo, houve alguma irregu-laridade em relação ao início e final dosperíodos, sem, contudo, afetar o objetivodo trabalho. As estações de monta, repeti-das em três períodos consecutivos, repre-sentaram as épocas das águas e da seca. Oquadro 1 mostra as datas de início e fi-nal dos períodos estudados.

As análises foram realizadas com osdados de 385 bovinos da raça canchim, sen-do 190 machos e 195 fêmeas, produtos de

Quadro 1. Estações de monta

Das . DaPeriodos aguas secaInicio Fi na1 Inicio Final

1º 1/10/70 2/2/71 15/4/71 15/7 /71

2º 1/11/71' 4/2/72 19/4/72 -/8/72

3º 17/11172 2/3/73 3/5/73 2/8/73

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quinze touros, nascidos das estações denonta das águas e da seca, em três perío-dos consecutivos. Após terem alcançado umano de idade, os machos foram retirados doexperimento e as fêmeas mantidas até osdois anos de idade. O modelo matemáticoutilizado para definir os dados de pesoaté 360 dias de idade foi:

y'-- = fi + P; + a + s + t + e i.jklmijklm i. j k 1 .L

onde;

Yijklm = peso dos anLma~S ao nascer, 120210 dias de idade;

fi = nédia geral;

p. = efeito do período;~

a. = efeito da estação de monta (1 dasJ águas; 2 = da seca);

efeito do sexo e do produto (1 = ma-cho; 2 = fêrrea);

tl = efeito do touro (1 = 1 a 15);e. . = erro residual.

Ljklm

sk

Para as fêmeas de 360, 540 e 720dias de idade adotou-se o mesmo modelo,excluindo-se o efeito de sexo.

Houve requisições de animais do ex-perimento para outros fins, cornoprova deganho em peso, experimento de alimentação,transferência e venda, e composição de lo-tes de reprodução, circunstâncias queaconselharam a análise dos dados ponderaisde todos os produtos apenas até à desmamae, a partir daí, apenas os das fêmeas atéa idade de dois anos. As fêmeas não figu-rantes, em núrero de 24, haviam sido reti-radas para compor lotes de reprodução.

RESULTAOOS E DISCUSSÃO

..

Tendo por base o nÚIrero de observa-ções e as nédias de pesos de bovinos daraça canchim ao nascimento (quadro 2 e fi-gura 1), os animais oriundos da estação de

'"monta da seca apresentaram, aos 120 diasde idade, superioridade de 6,2 kg sobre osda mesma faixa etária provenientes da es-tação de monta das águas. Para a idade de210 dias, a situação se inverteu, mostran-do-se o peso correspondente favorável em19,2 kg para os nascimentos provenientesda estação de monta das águas.

Pelo quadro 3 e figura 2 verifica-seque, na nédia de peso das fêmeas , em no-venta observações realizadas para a esta-

ção de monta da seca, praticarrente nãohouve diferença ponderal aos 360 dias deidade. Entretanto, aos 720 dias houve van-tagem de 35,3 kg a favor das fêmeas nasci-das na época da seca.

Cornomostra o quadro 4, a análise devariância demonstra que a variável peso aonascer não foi influenciada pelo ano e es-tação de mmta, em animais da raça can-chim. Esses resultados são concordantescom os achados por CHIEFFI et alii (1950),para bezerros zebuínos nascidos na épocadas águas (de outubro a março) e da seca(de abril a setembro).

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Quadro 2. Ndmero de observações e m~dias de pesos de bovinos da raça canchim donascimento aos 120 e 210 dias de idade

Fontes de estudo Observações Nascimento 120 dias 210 dias(nº) (kg) (kg) (kg)

1º periodo 149 36,9 129,9 182,72º per{odo 131 35,4 110,6 163,13º periodo 105 37,0 117,1 171,3Estação de monta das águas 209 35,9 116,1 182,0Estação de monta da seca 176 36,9 122,3 162,8Machos 190 37,3 121,9 175,0Fêmeas 195 35,5 116,5 169,7

190

180

170

160

150

140

130

0\ 120,:,t:110

o(f) 100Q)a...

90

80

70

60

50

40

30O 4

Idade (meses)

- águas--- seca

7

Figura 1. Gráfico das médias de peso (emkg) de bovinos da raça canchimdo nascimento à desmama I provenientes de duas estações demonta

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Quadro 3. Número de observações e médias de peso de fêmeas da raça canchim de360 a 720 dias de idade

Fontes de estudo Observações 360 dias 540 dias 720 dias(nº) (kg) (kg) (kg)

1º período 55 220,0 280,9 331,62º período 72 195,6 248,3 293,33º período 44 214,1 257,1 308,2Estação de monta das águas 90 209,4 280,6 293,4Estação de monta da seca 81 210,3 243,6 328,7

330320310300290280270

Cl 260~

o 250I/l

~ 240230220210200

12

"/;'

;'

//

;'/

//

--- aguas

--- seca

18 24

Idade (meses)

Figura 2. Gráfico das médias dos pesos(emkg) de fêmeasdaracacanchim com idades de 12 a 24 meses, oriundas de duasestações de monta

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Os efeitos de sexo e de touro sobreo peso ao nascer (quadro 4) mostrar~sealtamente significativos (p < 0,01), o quetambém foi apontado por MATIOSO (1961),TORRES (1950), BROWN & V. CALVEZ (1969) eJORDÃo & ASSIS (195]).

O sexo e a estação de monta influen-ciaram significativamente (p ~ 0,05) o pe-so aos 120 dias de idade. Os trabalhosrealizados por BAIR et alii (1972) e BROWN(1960) são concordantes com esses resulta-dos, evidenciando sempre a superioridadedos machos em relação às fêmeas. Discor-dam, porém dos achados por NEVIILE JR.(1962), em bezerros hereford , e PAGOtA etalii (1977), em bezerros zebus, onde nãohouve diferença significativa nos pesosentre m:lchos e fêmeas até a idade de 120dias. Nestes, pesos que os anirraisproce-dentes da estação de monta obtiveram aos120 dias foram significativamente supe-riores aos obtidos por exemplares da mesrraidade oriundos da estação das águas. Osresultados do presente trabalho diferem,ainda, dos encontrados por FELÍCIO et alii(1976) e PACOtA et al.ii (1977), que de-monstraram a não influência do ano sobre opeso aos 120 dias. Entretanto, são concor-dantes com as afi.rmaçõesde PACOtA et alii(1977a), de que o período de coberturarealizado na época desfavorável, ou seja,da seca, protege os bezerros, devido aofato de o aleitamento ocorrer na seca e adesmama no início das águas. O fator touronão exerceu nenhuma influência sobre avariável ao peso aos 120 dias de idade, oque não coincide com os resultados obtidospor FELÍCIO et alí.i.(1976). Sobre o pesoaos 210 dias de idade, o ano e a estaçãode monta exerceram significância - (p -e

0,0]) e (p < 0,05) respectivamente -,concordando com os tratamentos de LIMA(1974) quanto à influência do ano sobre o

peso na idade referida, mas estão emdesacordo quanto à superioridade em pesoencontrada no presente trabalho, relativaaos anirrais procedentes da estação demonta das águas e desmamados em plenasec? Os resultados encontrados discordamtambém das afí.rmações de PACOtA et ali.i(1977a), que referem, como desvanta-gem principal da estação de montarealizada no período das águas (de outubroa fevereiro), o fato de a desmama se pro-cessar no período da seca. Salientam osautores que este período de cobertura pro-tege a vaca em detrimento .do bezerro. Opresente trabalho demonstra o inverso,acusando superioridade em peso dos bezer-ros nascidos na estação de monta das águase desmamados aos 210 dias. Os mesmosresultados são confirrrados por TORRES(1961) para bezerros zebuínos nascidos dejunho a novembro e de junho a outubro, ouseja, de estação de monta realizada naságuas. O efeito de touro sobre o peso aos210 dias de idade foi significativo ao ní-vel de 5% de probabilidade, concordandocom FELÍCIO et alii (1976), para bezerroszebuínos, O sexo não exerceu influênciasobre o peso nessa idade, diferindo dosresultados encontrados por VIANNA & MIRAN-DA (1948), LIMA (1974) e CAMARGO et alii(1980), que apontam a superioridade dosm:lchosem relação às fêmeas.

O quadro 5 evidencia, segundo aanálise de variância, o efeito do ano aníveis de 1%, 5% e 1% sobre os pesos aos360, 540 e 720 dias de idade, respectiva~mente, concordando com dados encontradospar OLIVEIRA et alií (1984). A estação demonta não influênciou o peso aos 360 diasde idade; contudo, aos 540 dias de idadeas fêrneas oriundas da estação das águasforam significativamente superiores àsprocedentes da estação da seca. Esses

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resultados discordam, em parte, de MIIA-GRES et alii (1985) que, para animais daraça nelore, encontraram influênciasignificativa da época de nascimento sobreo peso aos 360 dias de idade, concordando,todavia, com os referidos autores emrelação à idade de 550 dias, ainda que comurna inversão de resultados, ou seja,animais que atingiram maior peso aos 360dias de idade foram os que apresentarammenor peso aos 550 dias.

A possível explicação para muitosdos resultados obtidos no presente traba-lho deve-se à~ condições favoráveis oudesfavoráveis do ambiente, relacionadas

aos meses posteriores à desmama, quando odesenvolvimento do ciclo climático exerceinfluência sobre as pastagens, o querepercute positiva ou negativamente nodesempenho ponderal dos animais. Taisobservações são coincidentes com as deOLIVEIRA et alii (1984), para situaçõesfavoráveis ou não do ambiente sobre o pesoaos 180 e 360 dias de idade e que conti-nuam aos 540 e 720 dias de idade.

o efeito do touro influênciousignificativamente os pesos nas três ida-des consideradas (360, 540 e 720 dias),correspondendo aos resultados de OLIVEIRAet alii (1984) para animais da mesma raça.

Quadro 4. Resumo da anãlise de variância para os pesos dos bovinos daraça canchim do nascimento aos 210 dias de idade

Fontes de variação GL QM QM QM(Nascimento)(120 dias) (210 dias)

60 4.739** 5.074*72 2.596* 25.081**

284** 2.474* 2.43359** 688 1.728*25 601 849

AnoEstação de montaSexoTouroRes íduo

21114

366

* p < O 05' ** P < 0,01_, ,

Quadro 5. Resumo da anãlise de variância para os pesos de fêmeas daraça canchim de 360 a 720 dias de idade

Fontes de variação GL QM QM QM(360 dias) (540 dias) (720 dias)

..Ano 2 5.124** 6.667* 9.431**Estação de monta 1 22 34.165** 31.245**Touros 14 1.463* 3.385** 2.332*Resíduo 153 795 1.437 1.296

* P LO,05; ** P LO,01.

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Para anlI!la~Sobservou-se que:

da raça canchim

1. Aos 120 dias de idade foram maispesados os bezerros nascidos da estação demonta realizada na seca.

2. Aos 210 dias de idade foram maispesados os bezerros nascidos da estação demonta realizada nas águas.

3. ° efeito de ano influênciou ospesos aos 120, 210, 360, 540 e 720 dias deidade, o mesrro ocorrendo com relação àsestações de monta (exceção feita à idadeaos 360 dias). Tais efeitos são justifica-dos como conseqüência das variaçõesclimáticas e da disponibilidade de forra-gens nas pastagens.

CONCLUSÕES

4. Valendo-se das observações efe-tuadas até 210 dias de idade, conclui-seque o sexo exerceu influência sobre o pesoao nascer e aos 120 dias de idade. Não seconsideraram os efeitos desta variável so-bre as idades pás-desmama.

5. A distribuição de touros, emboraconfundida com estações de monta e anos,evidenciou significância para os pesos aonascer, 210, 360, 540 e 720 dias de idade,caracterizando a influência do potencialgenético do reprodutor.

6. Adotando-se a estação de monta daseca obtém-se fêrreasaptas à cobertura aos720 dias de idade, com peso vivoaproximado de 330 kg.

SUMMARY: Canchim breed calves, bom at the Estação Experimental de São Carlos,State of São Paulo, Brazil, were weighted every month, from birth until 720 days of age.A total of 385 calves, being 190 males and 195 females, bom in two differents breedingseasons, wet (October-January) and dry (April-July), in three consecutive years, had itsweight compared according to bull, season and year effects. Year effect based on thebreeding season from 1971 to 1973 was significant (P o.;;; 0.01) for weights at 4, 12 and2':1months of age and (P 0.;;;0.05)for body weights at 7 and 18 months of age. A1thoughsome confounding was found with sire and year-breeding season there was a significanteffect of sire at 7, 18 and 24 months of age (P o.;;; 0.01) and at 4 months of age (P 0.;;;0.05).Males were heavier than females at birth (P o.;;; 0.01) and at 4 months of age (P 0.;;;0.05).The breeding seasons effects studied were significant (P o.;;; O.05) for weight at 4 monthsof age and (P o.;;; 0.01) for weights at 7, 18 and 24 months of age. From birth to sevenmonths of age the from weat season weighted 20.2 kg more than those from the dryseason. At 12 months of age ali females showed similar weights, however, at 24 monthsof age females from dry season weighted 35.3 kg more than those from weat season.

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