Book of Wyld (3113) NG

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    Lobisomem: O ApocalipseLobisomem: O ApocalipseO Livro de Referncia da Wyld para

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    Por Richard Dansky, Lica Clark-Fleishman,

    Shannon W. Hennessy e Rick Jones

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    O NascimentoEla chegou at a mim, e eu soube o motivo antes

    dela sequer dizer uma palavra. Pude ver o arrepio em suasmos, e o suor frio que cobria seus lbios. A preocupaoe o medo que enrrugavam sua testa confirmavam que elaestava apavorada pela revelao que chegou a ela.

    Ela no foi a primeira criana que eu tinha vistocom aquelas caractersticas. Elas chegam com muitafrequncia nesses dias. Todos elas se parecem com bebs,jovens, inseguros e assustados.

    Todavia, ela tentou agir confiante, como se elasoubesse exatamente no que havia se metido. Quase ri doseu feminismo. Ela estava, talvez, um ano fora em seusPrimeiros Rituais, e j estava atuando no papel de umamulher forte e auto-suficiente. Eu a convidei a se sentar,e ela o fez, incomodada com a protuberncia na parteinferior da blusa. Ela olhou pra cima, e percebeu que euestava a assistindo, e ela imediatamente apertou uma

    mo na outra para que elas parassem de se mover.Perguntei se ela gostaria de um ch, e ela balanou a

    cabea. Pude v-la engolir a nusea ao pensar em colocaralgo no estmago. Houve um momento de silncio e,ento, finalmente, perguntei, O que posso fazer porvoc, Gail? Ela parou um momento e finalmente reuniucoragem para responder.

    Ouvi que voc muito sbia nos caminhos donascimento. Isso verdade? A voz dela estava trmula, eela limpou a garganta silenciosamente.

    Eu confirmei. Isso verdade. Voc precisa dealgum assim? Uma rpida e afirmativa resposta. Eu me

    perguntei, por um momento, quo velha ela seria...Dezesseis, dezessete? Sabia que ela ficaria nervosa,defensiva, caso eu ousasse perguntar. Aos olhos de sua

    matilha, ela era uma mulher, com todos os privilgios eresponsabilidades que vm junto com seu ttulo. Aosmeus olhos, ela era uma garotinha que havia mordido umpedao maior do que podia mastigar.

    Voc conversou com as Ancis sobre isso?, insisti.

    Novamente, ela confirmou. Elas me enviaram atvoc.Voc disse ao seu parceiro?Ela fez um gesto sem cuidado. No da conta dele.Est certa disso?Ela desferiu um olhar de aviso que, em seu rosto de

    beb, mais parecia um beicinho.Ento, muito bem, comentei. Gail no foi a

    primeira jovem Fria a silenciar-se imediatamente sobrea vida da jovem criana ao pai dela. Segurei um suspiroenquanto entregava uma almofada para ela sentar e ficarmais confortvel. Perguntei quanto tempo havia que

    esperava o beb, ento ela me disse um ms ou dois, peloque se lembrava. Me perguntei como ela no podia sabero exato momento em que engravidou. Ningum est toperto do ciclo da vida como as Frias, mas ela era joveme, provavelmente, no pensou se tinha tempo para talintrospeco. Perguntei se algum outro parente sabia dasboas novas, e ela respondeu que no havia compartilhadoo segredo com ningum, com exceo das ancis e eumesma. Perguntei ainda se estava pronta para trazer umacriana ao mundo, e ela me deu outro olhar dedesaprovao que me fez sorrir. Depois de um pouco dediscurso, contei que a ensinaria sobre o milagre que

    havia acontecido com ela. Gail sorriu, mas soube que elaapenas sorriu porque imaginou que eu esperava isso dela.A ideia de dar a luz era quase mais do que ela podia

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    suportar. Ela no tinha ideia da importncia de ser me.Eu pensei em como teria sido a me dela, como a

    havia nutrido e se era carinhosa. Gail parecia ter sidomaltratada antes mesmo de ter visto os horrores quenosso povo presencia. Ela no estava em posio de trazeroutra vida ao mundo. No havia dvidas em minhamente que seu pobre beb viveria uma vida desofrimento, conforme o temperamento e frustrao deGail se manifestassem se ela no abandonasse acriana aos cuidados de outra pessoa, para melhor seguirsua vida de Garou. As expectativas de seu novo eurecm-descoberto fizeram com que ela se transformasseem algo muito antes de estar preparada.

    Mas isto tambm bem comum nestes dias. Noentrarei em como me sinto sobre uma jovem Garousendo forada maturidade antes de estar preparada;nestes dias, a primognita entre ns considerada umanecessidade. Ao invs disso, meramente contarei umahistria de uma jovem garota assustada que procurava porrespostas para as perguntas que ela no conseguia nem aomenos conceber.

    No incio, Gail sofreu em minhas aulas e perguntassobre sua condio. Entendi que ela realmente no querianada com a gravidez, mas aborto, simplesmente, no uma opo entre nosso povo. Ela parecia estranhamentesombria, me perguntei se ela havia cado em Harano. Aideia deste destino horrvel para algum to jovem medeu um calafrio em meus ossos. Jurei que no deixariaisso acontecer caso pudesse evitar.

    Depois de um ms cuidando de seu enjoo matinal esuas dores, decidi focar a situao dela abertamente.Gail, perguntei, como voc se sente sobre a ddiva quea Me Gaia ir conceder a voc?

    Ela me deu novamente aquele insincero e familiarsorriso. Estou orgulhosa de trazer uma nova vida a estemundo, que Gaia a abenoe e d continuidade fora denossa tribo.

    Meditei sobre a declarao e fiquei imaginando dequem ela havia ouvido isso. Ela estava miseravelmentearruinada e ressentida com o inchao de seu jovem corpo.Ela temia ser deixada para trs a matilha no teria oluxo de esper-la dar a luz, e sem uma matilha semprepresente, nenhum de ns est completo. Para ela, agravidez era um inconveniente sem significado. E o pior.

    Voc parece cansada demais, diagnostiquei. Paramanter sua fora e raciocnio sobre voc, precisamosentrar em ao. A cabea dela se voltou para cima, e elalevantou uma sobrancelha questionadora. Quero quevoc mantenha seus olhos relaxados um pouco. Foque emmanter sua respirao devagar e constante. Como umbom filhotinho, ela obedeceu, mas pude perceber quenem o relaxamento era benfico a ela. Tentei dar a elaoutros pontos de concentrao, mas ela continuavaincomodada, como se suas preocupaes e frustraes ahouvessem emboscado nas esquinas de sua mente.

    Continuei me encontrando com ela nas prximassemanas, e no houve melhoria em sua meditao ouatitude. Ela comeou a crescer, e tentou esconder isto sob

    roupas mais largas. Perguntei sobre sua dieta, sabendo queela no estava comendo o que era necessrio, e saudvel,a despeito do que ela me contou. Precisava de umaabordagem diferente. Gail nunca conseguiria aceitao, emenos ainda a alegria, do milagre em seu interior se elano mudasse. Eu contei a ela sobre a grande alegria que se tornar me, e falei sobre a emoo de assistir umacriana crescer. Falei sobre muitas coisas, mas nadaparecia toc-la. Pude sentir minhas prprias frustraes seformarem, conforme o tempo passava. As ancis dela mechamaram e disseram sobre a crescente tristeza dela,perguntando se eu poderia dar a ela um remdio. Eutentei todas as ervas curativas que conhecia, semnenhum resultado. Passei muitas noites ponderandosobre o que poderia ser feito para melhorar a sua situao.

    Gail veio at mim um dia, e eu chequei sua situaofsica. Uma carranca cobriu seu rosto, e quando euperguntei o que havia de errado, ela disse que estavaapenas cansada. Eu olhei diretamente nos olhos e disse,eu me recuso a ajudar voc, se voc no falar a verdadecomigo. Eu posso ter estapeado o rosto dela tambm. Asbochechas ficaram vermelhas enquanto ela engolia araiva. Gail, este deve ser o momento mais emocionantena sua vida. Nem todas as criaturas so abenoadas desentir a vida que cresce, como voc pode.

    Gail comeou a discutir, se isso sorte, eu odiariaver o que azar. Eu fiz uma careta em resposta suadeclarao arrojada. O que voc quer dizer?, euperguntei cuidadosamente.

    assim, ela comeou, eu nem ao menos sei porque estou fazendo isto. Parecia uma boa ideia na poca,mas agora eu desprezo isso. Enoja-me. Olhe pra mim!Ela exclamou, apontando sua barriga arredondada. Eupude ver como os anos crescendo na sociedade humanadanificaram sua viso de quo bela uma mulher deve ser.

    No posso correr, ela quase chorou. No possolutar. No posso mudar mais, nem ao menos para farejaruma pista. Eles no me permitiro ir com eles. Estoupresa nesta forma humana, estou to feia e intil agora!Eu

    Senti minha prpria fria crescer e ela abruptamentecaiu silenciosamente conforme a tenso tomava meurosto. Fechei meus olhos por um momento paraconsiderar suas palavras. Ela sentou silenciosamentecomo um rato.

    Voc uma criana malcriada e egosta, eufinalmente disse, nem um pouco melhor do que amulher v que voc amaldioa por sua viso superficialde mundo.

    Eu no tenho que suportar isso, ela disse conformecomeava a se levantar.

    Vai sentar a at que eu dispense voc, ordenei.Ela piscou surpresa, mas sua bunda imediatamente achouum assento. Vou explicar porque voc no nada almde uma garotinha brincando de ser adulta. O rosto delaestava completamente vermelho, mas ela permaneciasem se mover.

    Com exceo das suas irms, nenhum outro ser de

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    Gaia tem a capacidade de se maravilhar com onascimento como voc pode. Mas, ao invs de agradecersua Me pelo que ela lhe deu, voc amaldioa e se suja deauto-compaixo. Voc se pergunta se os homens a veematraente como a jovem namoradeira que era. Passa fome,e sua criana tambm, em um esforo de evitar ocrescimento do seu corpo. Voc se esconde de vergonha,esperando que ningum a veja por tempo demais. Voc seressente de seus companheiros de matilha por sepreocuparem com sua segurana. Eu tenho pena de voc.Talvez fosse melhor pra voc fugir e deixar seu beb emuma lata de lixo, como uma jovem garota humana faria.Meu tom era contundente e crtico, e a carranca delatremeu, conforme as lgrimas ameaavam cair.

    Por que voc est sendo to cruel? Gail acusou.Por que voc nega seu direito de parto?Gail permaneceu em silncio por um tempo; o

    orgulho dela no a permitiria chorar. Eu pude v-la lutarpara manter sua expresso facial.

    Eu quero contar a voc uma histria, o conto de seulegado.

    Eu me sentei perto dela.

    H muito tempo, houve um grande tumulto entre onosso povo, e a nica tribo se dividiu em muitas.Conforme as seitas cresciam, todas elas procuravam umamaneira de agradar a Me Gaia, para confortar aslgrimas que Ela comeava a derramar pela diviso dagrande unio dos Garou. Algumas tribos escolheram ocaminho do Guerreiro, outras se tornaram lderes, ousenhores de grandes territrios. Havia uma jovem Garou,que caminhava de lugar a lugar, procurando aceitao,sem achar. Ela viu os grandiosos feitos que as tribosfaziam em homenagem a Gaia, mas ela sentia que seuscaminhos no eram os caminhos Dela. Ela acabou sedesencorajando de que poderia achar um lugar paraagradar a Me de todos ns. Por anos ela perambulou,sem achar consolo pro vazio doloroso, vazio quepreenchia seus ossos. Ela achou uma vila de humanos queno haviam sido tocados pelo Impergium. L ela ficoupor um tempo, atendendo s necessidades daquele povo,e deixando-os atenderem s dela.

    Ainda assim, ela sentia um vazio dentro de si, e osventos sussurraram a ela, estimulando-a a vagar mais.Ento, com pesar em seu corao, ela se separou da vila,procurando a trilha que Gaia a chamou para percorrer.Ela se encontrou na Umbra, que naqueles tempos eramais confusa do que como a conhecemos. No haviapraticamente nenhum limite de restrio da Weaver, eera a poca em que a Wyrm crescia descaradamente emsua loucura. Era a regio selvagem preenchida demaravilhas inimaginveis aos Garou de hoje. A Umbraera o poderoso reino do tero de nossa Me. Vidapreenchia o ar naqueles dias. Ela se sentia muito menosaliviada do que se sentia alienada e abandonada. Elatemia que nunca fosse encontrar aquele que a traria paz.Certamente Gaia a olhava duramente. Que grandes atosela poderia fazer que outros de sua espcie no haviam

    feito?Ela chamou nossa Me para gui-la. Como posso lhe

    servir quando no compreendo o que voc quer? No hmaneira que eu possa lhe honrar!. A mgoa a preencheu,e ela lamentou pela paixo da lua, se recusando a comerou dormir. Ela se deitou no cho, ignorando os curiososespritos que a rodeavam em um redemoinho.Finalmente, o buraco vazio de seu estmago a chamou, eela instintivamente se moveu para achar alimento.Conforme caava, ela atravessou uma clareira onde acaa era vasta. Ela agradeceu a Gaia por ter achado umarefeio. Conforme ela enchia a barriga, percebeu que olugar parecia diferente de qualquer outro que algum diaestivera. Seus sentidos se ampliaram e ela observou olugar. Cada fio de cabelo se eriou quando ela levantou ofocinho para sentir o que havia de errado.

    Todas as bestas e plantas cantaram suas histrias aela. Naquele momento, ela soube o terror de um jovempssaro, testando suas asas para seu primeiro vo. Elasentia o desconforto de uma samambaia que era mordidapor um coelho, e a dor de um veado capturado ederrubado por uma criatura mais forte do que ele. Elasentou, embasbacada com o zumbir que ameaava aensurdecer. Cada coisa viva falou com ela, e elaentendeu, naquele momento, o ciclo da criao,intimamente. Como o sussurro de um amante, issoemocionava a sua alma para um caminho que aqueles dasoutras tribos no conheciam.

    Ela se embriagou com a centelha da Wyld que aalcanou. Ela entendeu o sofrimento e xtase da criao;ela pode senti-los em sua prpria alma. O conhecimentorecm descoberto ameaava lev-la insanidade,conforme sua mente era envolta com infinitaspossibilidades de criao. Ela riu e chorou ao mesmotempo quando a sensao comeou a lev-la embora.

    O palpitar de seu corao trovejava em seus ouvidoscomo um metrnomo, a sensao de tontura do sangueque flua pelas veias a deixou desorientada. E, foi ento,que ela notou algo errado. Como ela se esforava paraouvir, ela chegou a uma repentina revelao. Ela era umaparte do grande ciclo, uma vez que uma vida repousavaem seu tero. Ela se maravilhou como no poderia ternotado isto antes, como se tivesse alcanado a naturezado beb que residia dentro do corpo dela. Umapequenina batida de corao a cobriu de sombrasconforme crescia, segundo por segundo, esperando paranascer.

    Ela nunca havia ouvido ningum dizer da santidadeda percepo ou da humilde natureza da criao. Ela seperguntava por que ningum nunca a havia ensinado taiscoisas e ponderava sobre a questo anterior a ela, e assimsentiu um vu se levantar ante ela. Sob as estruturas detodas as criaturas da clareira, ela pode ver o redemoinhode uma estranha e amorfa energia. Danava por entre asrvores e fazia ccegas no vento. Estava em todas aspartes, rodopiando por a, alimentando uma refeiointangvel de vivacidade prpria terra.

    Que coisa preciosa, a diversidade da vida! Foi ento

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    que ela soube o que ela tinha que fazer.Sem flego de emoo, ela se apressou, saindo da

    clareira, para compartilhar sua recm descoberta com seupovo. Ela chegou primeira seita, e explicou a eles o queela aprendera. Eles apenas a olharam confusos. Todas ascriaturas no do a luz? Por que ela era diferente? Elatentou explicar prxima seita, e eles tambm riram desua revelao. Foi ento que ela percebeu que nohaveria ningum que entenderia o milagre donascimento como ela entendera. Desencorajada, elasentou para contemplar estas coisas, quando ela ouviuuma voz sussurrante falar com ela. Dizia, eu compreendo,como minhas filhas entendero, e as filhas delastambm.

    Ento ela soube como conseguiria honrar Me Gaia,venerando o tero de nossa Me. E ento, pelas eras, aimperturbvel e absoluta compreenso do comeo davida tem sido passado de me filha em nossa tribo. Nsnutrimos isto, ns tendemos a isso e deixamos prosperar.

    Nestes dias incertos, distraes ameaam engasgar ocordo umbilical que nos ata ao tero de nossa Me. Mas,se voc se sentar em silncio, voc pode ouvir arespirao, esperando para sussurrar segredos para seuouvido.

    Eu levantei meus olhos ao fim de meu conto, e vi

    que as mos de Gail se curvavam em volta de sua barriga.Um olhar de culpa cruzou seu rosto, e ela percebeu osacrilgio que havia cometido contra o dom de Gaia parans. Lgrimas silenciosas rolaram por suas bochechas debeb e seus lbios se apertaram em um beicinho. Por ummomento, ela no conseguiu olhar para cima. Ela seenvergonhava muito de suas aes.

    Agora voc entende o que realmente ser umamulher em nossa tribo?, eu perguntei quieta. Ela afirmoucom um movimento de cabea, com a garganta muitoapertada para responder em voz alta. No lamente opassado, disse gentilmente.

    Eu no sabia...Movi para seu lado, coloquei um brao reconfortante

    em volta dela. Eu sabia como ela se sentia. Um dia fuiuma jovem impetuosa Fria, cheia da sensao deinvencibilidade que a descoberta do dom de nosso sanguede Gaia nos d. No seria aps muitos anos, at que eume tornasse mais sbia, que perceberia que eliminar osservos da Wyrm no era a coisa mais importante. Noimporta quo grande seja um guerreiro entre ns, noimporta o quo entendido o Theurge de nosso povo, ouquo atencioso seja o curandeiro; ningum compreendeas estaes da criao to bem quanto as mes de nossatribo.

    Sem este conhecimento, nosso povo estpraticamente extinto.

    Gail daria a luz naquele outono. Uma linda jovem,nascida na luz cheia de Luna. Eu sorri pelos desafios quesua me enfrentaria conforme crescesse. Quandoentreguei a Gail, pela primeira vez, seu beb, eu vi umolhar que nunca havia visto antes. No havia dvida namente dela que ela havia dado Gaia o maior doselogios, a mais preciosa homenagem, o mais sincerorespeito por trazer vida a este, aparentemente,desesperanoso mundo.

    Foi neste momento que Gail se tornou uma mulher.Foi neste momento que ela sentiu uma renovao de

    todas as esperanas.A Criao deve continuar.

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    CrditosAutores: Richard Dansky, Lisa Clark-Fleishman,Shannon W. Hennessy e Rick JonesDesenvolvimento: Ethan SkempEditor: Aileen E. MilesArte: Richard Kane Ferguson, Jeremy Jarvis. Jeff RebnerArte de Capa: Richard Kane FergusonDireo de Arte, Layout e Capa: Aileen E. Miles

    Mea CulpaDesculpas a Jeremy Jarvis, cujo nome foi

    acidentalmente omitido nos crditos dos artistas doRokea. Ele responsvel pelos distintos tubaresencontrados no Captulo Quatro: Secrets of the Deepno Roeka, bem como as fantsticas ilustraes dobestirio no Captulo Trs: Filhos da Wyld neste livro.

    Aileen E. Miles, Diretor de Arte

    Equipe de Trabalho desta VersoCopyright: White WolfTtulo Original: Book of WyldTraduo: Pedro (Lendas e Introduo), Chokos(Introduo, cap.2, cap.3 e cap.4), Jlia (cap.1 e 3),Bone (cap.2 e 3), Cizinho (cap.3 e cap.4), Joffison(cap.3) e Paulo(cap.5)Reviso: Chokos, Gustavo, Sussurros, Joffison, Bone,Carol Niniel, Folha do OutonoTratamento de Imagens: Ideos

    Diagramao: Folha do OutonoCapa e Contracapa: RGT

    AdvertnciaEste material foi elaborado por fs e destinado a

    fs, sendo assim, ele deve ser removido de seucomputador em at 24h, exceto no caso de vocpossuir o material original (pdf registrado ou livrofsico). Sua impresso e/ou venda so expressamenteproibidas. Os direitos autorais esto preservados edestacados no material. No trabalhamos noanonimato e estamos abertos a qualquer protesto dosproprietrios dos direitos caso o contedo osdesagrade. No entanto, no nos responsabilizamos pelomal uso do arquivo ou qualquer espcie de adulteraopor parte de terceiros.

    Equipe do Nao Garou Tradues Livreswww.orkut.com/Community.aspx?cmm=17597349

    contato: [email protected](Nosso 22 trabalho, concludo em 28.10.2009)

    2001 White Wolf Publishing, Inc. Todos os Direitos Reservados. A reproduosem a permisso escrita do editor expressamente proibida, exceto para o propsitode resenhas e das planilhas de personagem, que podem ser reproduzidas para uso

    pessoal apenas. White Wolf, Vampiro, Vampiro A Mscara, Vampiro A Idade dasTrevas, Mago A Ascenso, Hunter The Reckoning e Mundo das Trevas so marcasregistradas da White Wolf Publishing, Inc. Todos os direitos reservados. Lobisomem

    O Apocalipse, Wraith The Oblivion, Lobisomem Companheiro do Narrador, Livro da Wyld, Caerns Places ofPower, Ananasi, Ratkin, Axis Mundi the Book of Spirits, Lobisomem A Idade das Trevas, Book of Weaver, Guiada Tecnocracia, World of Darkness Blood and Silk e Project Twilight so marcas registradas da White WolfPublishing, Inc. Todos direitos reservados. Todos os personagens, nomes, lugares e textos so registrados pelaWhite Wolf Publishing, Inc.

    A meno de qualquer referncia a qualquer companhia ou produto nessas pginas no uma afronta a marcaregistrada ou direitos autorais dos mesmos.

    Esse livro usa o sobrenatural como mecnica, personagens e temas. Todos os elementos msticos so fictcios edirecionados apenas para a diverso. Recomenda-se cautela ao leitor.

    IMPRESSO E VENDA PROIBIDA. TRADUO DESTINADA A USO PESSOAL.

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    Contedo

    Lendas dos Garou: Sobre Sonhos e Bestas 03Introduo: A Luz Branca da Boca do Infinito 11Captulo Um: Cosmologia 019Captulo Dois: O Grande Mundo da Wyld 41 Captulo Trs: Filhos da Wyld 63Captulo Quatro: Um Punhado de Caos 89Captulo Cinco: Ferramentas da Criao 113

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    Introduo:A Luz Branca

    da Boca doInfinito

    Voc alguma vez j saiu para andar pelas rvoressozinho perto do anoitecer? Naquela hora, quando seaproxima o fim do dia, onde tudo parece ficar azulado porum breve momento? Quando faz esta caminhada, vocalguma vez sentiu que no era querido? Como umestranho, em uma familiar e ainda estranha terra? Voc um intruso? Voc escuta o gemido das rvores e osussurro dos arbustos? E quando voc sente a calmarepentina do dossel sobre voc e o repentino silnciocontrrio conversa dos gafanhotos, voc sabe que emalgum lugar dentro de si, quando os alarmes deadrenalina e instinto se desligam como buzinas, que voc

    no inteiramente bem vindo onde pisa?Voc no est s. Os Garou tambm sentem isto.

    Como Usar Este LivroO Livro da Wyld um recurso disposto a ajudar o

    Narrador a compreender melhor e usar efetivamente oque , possivelmente, o mais debatido enigma que rondaa cosmologia Garou: A Wyld. Devido a natureza caticado que a Wyld , algumas vezes, pode ser um obstculodifcil para o Narrador sobrepujar, at mais difcil aindapara os jogadores relacionarem, ao jogar numa crnica

    que envolva elementos deste membro to distinto daTrade. Apesar deste livro procurar captar algumassemelhanas de uma definio do clima da Wyld,

    Narradores so encorajados a experimentar. A Wyld ,em uma palavra, possibilidade. A tentativa de quebrar aprpria fonte universal de caos, mudana e possibilidadede seus componentes mais bsicos se aproxima doimpossvel. Caos, mudana e possibilidade significamtantas coisas diferentes para muitas pessoas, comotambm para as tribos da Nao Garou e as demais RaasMetamrficas. Cada tribo e raa acredita que eles sabemo que a Wyld e que sua definio defendida a correta.E esto todos certos... num algum nvel.

    A informao que este livro apresenta no inegocivel e no est escrita nas paredes como uma srie

    de regras e regulamentos acerca da Wyld. A informaoaqui apresentada muito mais uma proposta para voc seaventurar a compreender a Wyld. O objetivo mostrar aWyld como uma fora universal que pode, direta eindiretamente, afetar o mundo em que cada Garou vive(e morre). No mnimo, este livro deve servir para destruiralguns preconceitos que at os veteranos de Lobisomem:O Apocalipse podem se prender acerca da naturezabsica da Wyld. Narradores so encorajados a tomar omaterial deste livro e us-lo como fundamento paradesenvolver ainda mais filosofias acerca da Wyld. Dado onmero de metamorfos por a que possuem suas prprias

    ideias, quanto mais, melhor. Pegue o que quiser, deixepara trs o que voc no precisar para outros assimilaremem suas concepes diferentes. Sempre lembre que a

    Introduo: A Luz Branca da Boca do Infinito 11

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    essncia mais ntima da Wyld , no geral, possibilidade.Quando voc est lidando com uma fonte universal depossibilidade, caos e mudana constante, literalmente,tudo acontece. Voc pode certamente adaptar uma,algumas ou todas as ideias deste livro para adequar s suasnecessidades como Narrador a fim de aplicar a Wyld aoseu prprio Mundo das Trevas.

    Lendas dos Garou: O Nascimento cria a atmosferapara este livro com um pequeno vislumbre do motivopelo qual os Garou ainda venerarem a Wyld corretaou incorretamente.

    Introduo: A Luz Branca da Boca do Infinito abase para este livro, procurando desfazer os preconceitosfrequentes que jogadores iniciantes e veteranos, alm deNarradores, de Lobisomem: O Apocalipse podem tersobre a Wyld. Alm disso, aqui voc vai encontrar umaexplicao bsica sobre a importncia da Wyld para aNao Garou, assim como a sua relao com Gaia, almde uma viso de como Narradores podem usar a Wyld emsuas crnicas.

    Captulo Um: Cosmologia toma um vislumbremetafsico dos aspectos da Wyld, tanto histricos quantoatuais, particular da perspectivas das raas metamrficasno que concerne ao bem estar da Wyld.

    Captulo Dois: O Grande Mundo da Wyldexamina os lugares da Wyld de baixa Pelcula no Mundodas Trevas. Este captulo tambm pretende dar exemplosde manifestaes da energia da Wyld na Tellurian. Amisteriosa e imprevisvel natureza destes lugares,empacotados com a falta de qualquer semelhana com aordem, tem um efeito decisivo no mundo e seus

    habitantes.Captulo Trs: Filhos da Wyld o bestirio daWyld, este captulo oferece aos Narradores as maneiras emtodos para empregar os servos da Wyld em suascrnicas. Informaes relativas s Grgonas, espritos eoutros recursos de personificao da Wyld na sua crnicaesto disponveis neste captulo.

    Captulo Quatro: Um Punhado de Caos oassistente do Narrador para peneirar toda a informao edestil-la para uma crnica. Apresenta informaesreferentes a crnicas histricas, usando convidados comlaos com a Wyld, cenrios alternativos e guias para os

    efeitos psicolgicos da exposio Wyld.Finalmente, Captulo Cinco: Ferramentas daCriao detalha as engrenagens da mecnica da Wyld.De sobremesa, aproveite dos Fetiches e Rituais da Wyld,garantindo assim a adio de um pouco de aleatoriedade sua crnica.

    Uso Bsico da WyldCaos Fundamental

    Antes de mais nada, importante esclarecer queWyld e Gaia no so a mesma entidade. Sim, alguns

    Garou ou outros membros das raas metamrficasassociam quem eles so e o que fazem com a forauniversal da Criao. Eles sentem uma conexo com a

    Wyld por causa de sua habilidade de mudar de forma, deir alm das leis do mundo material. Mas metamorfosso filhos de Gaia antes de qualquer coisa.

    Gaia, conforme os metamorfos a entendem, a vida o todo e tudo experimentado e que conhecido porum ser vivo, tanto no mundo fsico como na Umbra.Embora a Tellurian seja tecnicamente maior, abarcandotudo do corao do mundo, desde a estrela mais distanteno cu noturno at o ar que respiramos, Gaia muitomaior que o planeta Terra.

    Gaia , segundo algumas definies, a soma e aordem personificada de causa e efeito, o poder que produzo fenmeno conhecido pelos Garou como a Trade. Ela todas as interferncias coletadas que do continuidade aoprocesso de Criao e do ser em suma, enquanto a Traderepresenta um detalhe do Seu poder. Embora seja incertose h ou no uma inteligncia (aliengena ou outra)inerente a um nico membro da Trade, absolutamentecerto que Gaia no apenas inteligente, mas tambmconsciente muito embora essa conscincia esteja emuma escala muito alm da capacidade de compreenso dequalquer mortal.

    Outros modos de pensar possuem lugar em Gaiaabaixo da Trade, clamando que a Trade responsvelpor toda a Tellurian, e Gaia meramente um pontodesperto do universo. (Caso isto seja verdade, ento osGarou tm esperana de que a corrupo da Wyrm sejameramente um problema local porque se a Wyrm dotamanho de um tero do universo, no h possibilidadeque eles possam prevenir que o planeta seja destrudoassim que chegar o momento.)

    Mas no importa a verdade, bem claro que aTrade e Gaia no so a mesma coisa. A Wyld pode seruma agente, assim como uma personificao, de apenasuma das habilidades de Gaia, ou se voc preferir, umarepresentao espiritual da fora mais primitiva que Aserve como um todo. Tambm pode ser maior que Gaia, afora criativa da qual Gaia veio. De qualquer forma, no Gaia. outra coisa.

    A Wyld o combustvel pelo qual a naturezaprospera. No entanto no natural. Natureza algotangvel e compreensvel. A Wyld no nenhuma dessascoisas, embora a natureza no possa existir sem a Wyld.

    A Wyld prov a fora crua que se torna vida comocompreendemos e percebemos. Como criaturas danatureza, nossa afinidade com a Wyld , em um nvelprtico, bem simples. Sem a Wyld no existiramos. Antima essncia de nossas formas, e as de todas as coisasvivas dentro de toda a Criao, esculpida das energiascomandadas e providas pela Wyld.

    O Que a Wyld fazO homem tem buscado agarrar e controlar as foras

    primordiais da natureza, subjugando aquilo que ele sentejazer dentro de seus domnios desde que aprendeu a afiarpontas de lanas e cozinhar com fogo. O mais longe que

    chegou neste caminho de existncia, que o homem temcaminhado pela sua posse na terra, foi de ter poludo ocaminho com a carcaa daquilo que destruiu por

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    ignorncia. O equilbrio pode ter florescido em algumponto por toda Gaia, mas no tem sido mais desde que seperdeu e, ao menos no que diz respeito humanidade,esquecido em sua maioria. A Criao se corrompe dointerior. A fora da ordem se tornou, num tipo denarcisismo, um tanto louca. As energias da Wyld estocada vez menos presentes na Tellurian, conforme omembro da Trade vai ficando insensvel e incontrolado,e neste tema arrasador que a cosmologia de Lobisomemse concentra: A poca do desequilbrio que caa Gaia etudo que est dentro de Seu abrao.

    A Wyld cria e a Wyld luta para sobreviver contra oconstante massacre da, agora insana e descontrolada,Weaver, e da louca e corrompida Wyrm. Nada mais,pode-se dizer, importa para a Wyld... se algo pode ser ditocomo importante para um grupo coletivo de forasuniversais e fenmenos. Sem a fora Tritica doequilbrio a Wyrm a Wyld forada a travar o quepode ser percebido como uma guerrilha contra avirtualmente inexpugnvel Teia do Padro da Weaver. Ateia da Weaver sufoca toda a Criao, medida quecresce cada vez mais poderosa a cada sculo, com a ajudada humanidade. Mas a fluidez da Wyld permite que elapasse entre os pequenos espaos entre os fios. A Weaverestabelece limitaes estticas em toda criatura que anda,rasteja, nada ou voa, e a Wyld introduz a mutao,adaptabilidade, evoluo e caos. A Wyld tanto acriadora como a reconstrutora, e existem vriosmomentos em que a linha entre essas duas habilidadesdistintas torna-se tnue demais.

    Quo isso importa para o puro poder da Weaver? Porque a Weaver quer tanto subjugar e, em alguns casos,obliterar a Wyld? Bem simples, porque a Weaver completamente incapaz de executar as aes feitas pelaWyld. Se a Weaver no pode controlar o potencial detudo que ela tenta acrescentar em sua Teia do Padropara seus prprios fins, ento ela eliminar o que nopode controlar do universo, mudando suas regras. AWeaver louca e tem cimes da habilidade da Wyld decriar com sua prpria vontade e de desrespeitar as regrasque a Weaver aplica a todo o universo ao realizar suascriaes. Assim como uma criana mimada, a Weaverest constantemente tentando intimidar o que ela cobia

    de sua irm, em alguns casos com o uso de fora bruta eextrema. Apesar de alguns campos isolados das presas deGaia ou de seus primos metamorfos clamarem lealdade Wyld e defender sua vontade, acreditando que a Weaver a responsvel direta pelas dores sofridas por Gaia, aWyld no um aliado e tampouco um inimigo paraqualquer criatura ou ser. A Wyld simplesmente . Elasempre lutou e sempre lutar com ferocidade sem igualpara assegurar que sempre ser.

    De certa forma, porm, os Garou parecem defenderos mesmos valores que algum poderia aplicar Wyld.Assim, a resposta para a questo Os Garou servem a

    Wyld? sim e no, dependendo da perspectiva. Osimples fato de que a Wyld a fonte de onde a vida, acriao e a mudana fluem faz com que ela seja simptica

    aos Garou como um povo. Apesar de existirem certosGarou que ostentam que so campees da Wyld, a Wyldno escolhe ladospor si. Ela simplesmente . Ao mesmotempo, se a Wyld possibilidade, ento ela tambm esperana. Esperana , s vezes, tudo que os Garouprecisam para mant-los em sua guerra para preservarGaia.

    Sendo esse o caso, fcil perceber como e por quealguns Garou acreditam, sinceramente, serem oscampees da Wyld. Alguns at mesmo apontariam queem suas tentativas de corrigir o universo, as RaasMetamrficas devem servir Wyld porque ela precisamais deles. Caso a situao fosse oposta e a louca Wyldestivesse prestes a destruir a sitiada Weaver, talvezestivssemos ouvindo contos sobre os Garou sendo oscampees da Weaver.

    Uma boa analogia para a Wyld um vrus. Um vrusno escolhe o receptculo que infecta, ele simplesmentefaz o que faz sem conscincia ou considerao pelohospedeiro. Ele luta para sobreviver e se multiplica omais rpido possvel num esforo para manter suaexistncia pelo maior tempo possvel. Um vrus no intrinsecamente bom ou mau. Esses so conceitoshumanos, no podendo ser aplicados ao universo ou a umnico aspecto do todo da natureza. A Wyld pensa nahumanidade e nos Garou se que pensa comonada mais do que receptculos criados e abastecidos porsuas energias. Diferente de Gaia, a Wyld no ama, etambm no odeia. A Wyld no sente mais dor outristeza pela perda de uma matilha Garou do que um serhumano sente durante a perda de alguns milhares declulas mortas de sua pele.

    tambm importante perceber que um universo sema Weaver seria nada alm do que uma lmpada de lavarodopiante de caos e sem forma. Pois as energiasproduzidas pela Wyld para possuir alguma significnciaou uso para Gaia e, portanto, para o universo, devempossuir forma e funo. Elas precisam ser capazes demanter sua forma e propsito dentro de sua natureza.Apesar da Weaver no ter habilidade para criar damesma forma que a Wyld, a Wyld no tem habilidadepara especificar o que ela est criando. Nem consegue dars suas criaes um lugar no universo entre as outras

    criaes que guardam pequenas partculas de sua essnciae fora vital. O conflito que existe entre a Weaver e aWyld, devido corrupo do equilbrio da Wyrm, umconflito de completa e total frustrao por parte daWeaver e de um desespero notrio por parte da Wyld. Seisso ou no verdade, isso vem sendo debatido porsculos, no apenas entre as tribos da Nao Garou, maspor entre todas as Feras que reconhecem a Trade.

    Um Sussurro para um GritoNo se precisa passar por uma procura de vises ou

    perseguir por toda a vida as clareiras ocultas de distantes

    praias para encontrar evidncias da Wyld na Tellurian. AWyld est por toda a volta e em todo lugar. Cada gota degua consumida por cada ser vivo e cada molcula de

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    oxignio trocada por dixido de carbono contm aenergia e essncia da Wyld. Apesar de no haver dvidade que a Wyld encontrada em locais de baixa Pelcula,a sua fluidez permite a ela a habilidade de passar entre osfios da Teia de Padro. Apesar da grande perda de seusdomnios no mundo fsico, a Wyld ainda consegue sesegurar na Umbra. At mesmo na stase quase absolutade um refrigerador, mofos, fungos e bactrias crescem e,em condies sanitrias precrias, at mesmo prosperam.

    A Wyld est, bem literalmente, em todos os lugaresdo Mundo das Trevas, de uma forma ou de outra.

    A fora na qual a Wyld se manifesta no Mundo dasTrevas, entretanto, uma questo completamentediferente. A Pelcula estabeleceu uma fortaleza para aWeaver, e a Wyld perde mais e mais de sua habilidade dese manifestar diretamente no mundo com cada fio tecidopor sua irm ordeira, para reforar a barreira tecida entreo fsico e espiritual a cada dia. Apesar da Weaver aindater que descobrir o padro pelo qual a Wyld em si possaser tecida em sua teia, a Wyld tem sido forada a apoiar-se na sutileza e isolamento, caso deseje que suas bases nomundo fsico duem por muito tempo. Assim, tornou-secada vez mais raro, atravs do ltimo sculo, localizar um

    local de poder ou importncia significante.Como a Wyld se manifesta no Mundo das Trevas

    que voc cria para seu jogo de Lobisomem vai dependermuito do quo voc a quer nos holofotes. A Wyld podeser uma mestra da furtividade e sutileza, ou pode ser apura fora do caos. A seguir, temos alguns exemplosbsicos de como a Wyld pode se manifestar em umacrnica. Limiares, que so poderosos bolses de energiada Wyld no mundo fsico, sero descritos em um captulomais a frente.

    Espritos: Assim como com a Wyrm e a Weaver, aWyld possui uma legio de servos espirituais que ela podeconjurar em tempos de necessidade. Esses espritos solendrios entre os Garou como sendo alguns dos maisimprevisveis habitantes da Umbra e de temperamentovoltil. Tenha em mente que os espritos da Wyld soapenas primos distantes (se que so parentes) daquelescom afinidade para com Gaia. O prospecto de introduzirseus lobisomens a espritos aliengenas que podem agircomo amigos, adversrios ou ambos, dependendo de seuhumor, pode oferecer um novo conjunto de desafios parajogadores iniciantes e veteranos e, como Narrador, voctem que dar vida s suas prprias criaes espirituais.

    Personificao quase impossvel para ns, criaturas de emoo e

    razo, compreender os processos de pensamento (sepode-se dizer que existe) de um fenmeno controlado. Eum fenmeno controlado, exatamente o que atotalidade da Trade . A Weaver no se senta sorrindono centro de uma teia de aranha gigante feita de almascalcificadas. A Wyrm no necessariamente se importacom a Wyld ou com os Garou. Da mesma forma, importante compreender que apesar de ns, criaturas derazo e emoo, sermos nada alm de poucos e finitosno grande esquema da natureza (e, portanto, de Gaia)...a Wyld eterna. Pelo que sabemos, emoo e razo sonada mais do que caractersticas possudas apenas porseres mortais. No h forma sequer de comear aexplicar como algo que possui as habilidades ecaractersticas normalmente atribudas ao Deus judaico-cristo bblico realmente se comporta, ou, maisimportante, adivinhar o que pode pensar ou lembrarsobre si mesmo e sobre os outros.

    Lembre-se que isso um jogo. Trata-se de diverso.Alguns Narradores podem escolher manifestar a Wylddiretamente na histria como um turbilho de sangue,merda e ossos, que grita como um banshee antes dematar todos na Colmia. Outros podem desejarrepresentar a Wyld como a pura fora de esperana erenascimento, ou paparicada como ninfa de inspirao epaixo. Alguns podem ver a Wyld mais beligerante doque ela apresentada nesse livro, enquanto outros

    podem pensar que usamos cordas de seda para amarrar

    as ideias apresentadas aqui para no machucarmos adelicadeza que a Wyld.

    Ningum est errado. No existe forma certa ouerrada para manifestar ou personificar a Wyld. Sevoc no fizer pelo menos algum esforo para fazer isso,seus jogadores no tero um ponto comum de refernciapara o que eles esto defendendo ou atacando, quando aWyld e seus servos estiverem em questo.

    Faa o que voc preferir e interprete a Wyld comoachar melhor. Use esse livro como guia ou orquestre suaprpria Trade baseada em sua prpria filosofia de vida,universo e tudo mais. As interpretaes da Wyld dadasaqui, e as personificaes que possam ser anexadas Wyld no decorrer desse livro, so destinadas apenas paraservir como projeto para o conceito geral da Wyld emLobisomem: o Apocalipse. Elas no so, como j dito,

    absolutas ou o nico caminho em que as coisas podemser feitas.A Wyld , se nada mais,possibilidade. Ela pode ser

    qualquer coisa. Pode pensar qualquer coisa. Pode criar vontade, to facilmente quanto pode romper a realidadeabaixo de seus ps e o arremessar para a Lua, se seu Narrador assim desejar. Qualquer coisa possvelquando se trata da Wyld, e ns recomendamos que vocexplore quantas possibilidades diferentes voc for capaz.Os nicos limites para o que a Wyld pode ou no fazeraqueles impostos pela sua imaginao. Esse o nicoguia verdadeiro do que a Wyld pode ou no fazer em seu

    Mundo das Trevas.

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    Espritos da Wyld especficos so descritos mais frentedesse livro, e guias de criao e mecnica para espritospodem ser encontrados em Lobisomem: o Apocalipse,pg. 234-240.

    Desastres Naturais: Quando a Wyld ataca aWeaver em fria, as energias produzidas normalmentecausam efeitos colaterais que podem manifestar nomundo fsico na forma de tempestades de areia,avalanches, incndios, furaces, ciclones, nevascas ouenchentes. Nem todo desastre natural que ocorre noMundo das Trevas pode viavelmente ser culpa da Wyld;algumas vezes um clima ruim apenas clima ruim.Porm, certas tempestades, especialmente aquelas queparecem desafiar as prprias leis da cincia natural ouparecer ter conscincia prpria, so comumentecarregadas com energia espiritual. Geralmente, essastempestades nascem no Reino Umbral conhecido comoFluxo.

    Usando a WyldPor que a Wyld importante para os Garou? Por que

    os Garou devem se importar com a Wyld?Simples, sem a Wyld no existe Gaia. Esse seria

    tragicamente o fim da histria. Gaia no poderiasobreviver ao estrangulamento da completa separao daWyld mais do que um homem poderia sobreviver ao serenforcado. Gaia precisa da Wyld. Se a Weaver oesqueleto de Gaia, e a Wyrm Seu falho, e agoracancergeno, sistema imunolgico, ento a Wyld ,certamente, Seu sistema nervoso ecirculatrio. A Wyldfornece a forabruta de vida queGaia precisa parapermanecer bem eviva. Essa aatitude que muitasdas tribos da NaoGarou adotaramquando se trata dapreservao da Wyld, e apesarde ser diferente de seu campode batalha normalcontra o Apocalipse, exatamente a mesmaguerra.

    Se voc nosperdoar pelareferncia Star Trek,o programamencionadodiz sobre oconceito de

    IDIC: Infinitas Diversidades em InfinitasCombinaes. Essa filosofia, basicamente, funciona coma premissa que enquanto existir um nmero infinito devariveis no universo, ento o adgio de tudo possvel de fato correto e est baseado em uma lgica slida.

    Como j foi dito antes, pelo menos duas vezes, aWyld possibilidade. uma varivel constante. caos emudana, fluidez e movimento perptuo. A Wyld IDIC. Onde existe a Wyld, existe possibilidade. Ondeexiste possibilidade, existe esperana. Para muitos Garou,essa esperana pode at mesmo abranger a libertao doApocalipse ou, mais importante, a vitria para seu povo,caso o Apocalipse seja impossvel de ser impedido. Sessa motivao, quando sussurrada no ouvido de umpersonagem de um jogador, enquanto ele segura umCorax que morre em seus braos, profunda. Se gritadana prxima Grande Assemblia, pelo Theurge maisreverenciado da seita, ela pode ser mais do que suficientepara aguar o interesse de seus jogadores quando ascrnicas que envolvem a Wyld estiverem em questo.Imagine o Renome que uma matilha receberia se elesconquistassem a confiana de espritos Wyldlings deTombstone Lake?

    Por outro lado, a Wyld pode ser uma antagonistacom um potencial formidvel tambm. Ser uma fora demudana, possibilidade e caos no lhe isenta de um ladosombrio. Existem certas ocorrncias da manifestao daWyld no Mundo das Trevas com maneiras bem similaresao fogo e enxofre do Deus do Antigo Testamento, tendo

    como resultado sofrimento, morte e destruio. Lembre-se, apesar de Gaia ter

    escolhido seus favoritosentre Seus filhosb a s e a d a na

    p e r c e p oi n d i v i d u a l,

    a Wyld no possuipropenso aquem ou o qu

    ela d sua energia.A apresentao

    da Wyld como nadamais do que uma

    fora dem u d a n a,desimpedida de

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    qualquer iluso de moral ou conscincia humana certamente uma frustrao digna dos Garou e um testepara as alianas de seus jogadores para com Gaia, Wyld eoutros.

    A fluidez do que a Wyld e o que ela representa, fazdela um recurso excelente para experimentaes nos seusjogos. Caos descontrolado ou persistncia incansvel,nascimento e vida, ou absoro e reconstituio, a Wyld tudo isso e mais. No fim, ela est sua merc e comovoc encontra as necessidades de seus jogadores e ahistria que voc cria para eles.

    AmbienteEsperana

    At mesmo nas horas mais sombrias das noites finaisde Gaia, existe esperana. Um dos inimigos maisperigosos que um lobisomem pode enfrentar o Harano,e, uma vez que haja esperana por algo melhor no fim da

    longa estada, esse um inimigo que pode ser derrotado.Sem esperana ou possibilidade, alguns debateriam, noh razo para jogar Lobisomem: o Apocalipse. Semesperana, a Guerra do Apocalipse j foi perdida. Semesperana, Gaia j est morta. Jogos que usam uma buscaou uma misso como sua pedra central, parecemfuncionar melhor ao se usar o ambiente de esperana.Que tal uma profecia esquecida sobre o retorno dosGurahl tenha sido descoberta e que mencione umprofundo vale nas Montanhas Rochosas no qual os ursosandam, mas de onde eles nunca retornam?

    FriaA Wyld contraataca a constante fiao da Weaver

    de tempos em tempos. Quando ela o faz, ela pareceexplodir em uma precipitao de energias que nsprovavelmente interpretaramos como dor, fria efrustrao. Algumas vezes, at mesmo os Garou bem-intencionados acabam nos lugares certos nos momentoserrados, e testemunham averdadeira face da fria.

    HorrorVamos ser sinceros, muitas das coisas que fariam um

    ser humano corajoso tremer suando frio e comear achorar no fazem muito em um Garou veterano. E umgrupo experiente de jogadores de Lobisomem j passoupor muita coisa e j viu praticamente tudo, atravs dostestes e atribulaes das vidas de seus personagens, elestornaram-se confiantes em suas habilidades, assim comoem sua posio como defensores de Gaia. Mas o queacontece quando eles realmente se deparam com aloucura, com o fluxo aliengena de uma manifestao decriao e possibilidade em si? O que acontece quando,apesar de sua fora, sabedoria e renome, eles caem emuma aliana com espritos e seres que os considerampouco mais do que apenas outro grupo de criaes, se

    que os consideram? O horror da Wyld que ela podefazer qualquer coisa, pode ser qualquer coisa, e sua nicacaracterstica previsvel que ela e seus servos so

    completamente imprevisveis. Quo horrorizante seriapara uma matilha de Garou descobrir que um de seuscompanheiros acabou de se dissolver em um lquidoprimordial por algo que eles pensaram ser um MaeljinIncarna, mas que na verdade era um esprito da Wyld depoder notvel? E o companheiro de matilha que estavaaqui h um minuto que desaparece na folhagem de umacidade completamente tomada por trepadeiras ou kudzu?

    A Wyld bem apropriada para o horror, devido aofato dos jogadores nunca saberem exatamente o queesperar. Como Narrador, parania e desconforto podemser poderosos aliados.

    GlossrioAbcesso Terminologia Garou para um Limiar da

    Wyld que se forma dentro das divisas de um Caern ouColmia.

    Grgona Um esprito da Wyld preso em umhospedeiro fsico; os fomori da Wyld.

    Limiar Um buraco atravs da Pelcula onde a

    Wyld mantm uma influncia sobre o mundo fsico.Wyldling Um esprito da Wyld; tambm usado

    como termo geral para as vrias crianas da Wyld e seusservos. No confundir com Wylding, um domnioUmbral da Wyld.

    Recursos e Referncias AdicionaisMuitos dos recursos e referncias a seguir podem ser

    acessados na biblioteca pblica, na internet ou atmesmo na locadora da vizinhana. Esses recursos ereferncias so uma boa direo para onde comear a ir,caso voc esteja incerto sobre quais manifestaes exatas

    ou o papel que a Wyld possa ter em sua crnica. Elestambm podem prover informaes mais detalhadas ouservir como inspirao para uma crnica centrada, ou queestrele, na Wyld e seus servos.

    LivrosSacrament por Clive BarkerThe Wendigo e The Willows por Algernon

    BlackwoodThe Dark Music por Charles BeaumontMythago Wood, Lavondyss e The Hollowing por

    Robert Holdstock

    Hogfather por Terry PratchettFilmesMar em Fria, 2000, por Wolfgang PetersenTentculos, 1998, dirigido por Stephen SommersEpidemia, 1995, dirigido por Wolfgang PetersenO Cemitrio Maldito, 1989, por Mary Lambert Monstro do Pntano (poupe seu flego ns

    sabemos), 1982, dirigido por Wes CravenO Terror Veio do Espao, 1962, por Steve Sekely

    OnlineThe Encyclopedia Mythica

    http://www.pantheon.org/mythica/The Creation-Evolution Encyclopediawww.pathlights.com/ce_encyclopedia/Index.htm

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    Captulo Um:Cosmologia

    HistriaContos antigos falam de tempos inimaginveis pelo

    mundo moderno. Para os Garou, esses relatos sofragmentos incompletos de sua histria. Geralmenteconfusas e contraditrias por natureza, lendas do inciodo Universo falam de entidades que criaram a essncia de

    tudo na existncia. Muitas designaes tm se mantidosobre as inmeras concepes do que poderiam ter sido osgrandes criadores de Tudo. Cada cultura deu um nome aoSer Superior, ou seres, que acredita-se ter concebido avida como conhecemos. Os Garou simplesmente achamam de Trade.

    Embora muitas lendas sejam passadas por geraesde cantores e contadores de histrias, o relato preciso doincio, se algum um dia existiu, foi perdido nas areias dotempo. Agora, apenas versos de contos quase esquecidosrestam. Nenhum escrito conhecido do incio pode vencera disputa, ento as Raas Metamrficas constantemente

    discutem quais contos tm mais veracidade. Muitaslendas tm pontos similares, e estas so geralmenteconsideradas verdades, embora no haja, certamente,

    nenhuma verdade absoluta, tratando-se da mitologia dacriao.

    Possibilidade IlimitadaA Wyld a encarnao final da origem catica. Ela

    rene, expele e reabsorve energia num redemoinhodeslumbrante de energia primordial. A Wyld pura, de

    infinitas possibilidades. Em essncia, a fora da criaodestilada. A influncia da Wyld na Trade deimportncia monumental. Sem o constante trabalho daWyld em criar nova matria, a Weaver seria deixada semo material bruto que precisa para adicionar ordem eestrutura Gaia e a Wyrm, no tendo o que equilibrar,seria intil. Estagnao no equilbrio. Maisimportante, sem a Wyld, Gaia certamente morreria.

    Se, como alguns teorizam, a Weaver a mente deGaia, argumentativa, lgica e estvel e a Wyrm Seusistema imune tornado custico e canceroso, ento aWyld no apenas o Seu sangue, mas o corao que a

    mantm. Num grande macrocosmo, a Trade funcionavacomo um ciclo de nascimento, vida e morte repetindo-sepelos tempos. Essa foi uma Era Dourada para todas as

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    Por muito tempo estudei a histria de nosso povo.O que sempre achei mais curioso so os contos e aslendas que falam da forma como ramos no perodoanterior ao que conhecemos como Era Moderna. No

    h muita informao disponvel sobre a Nao anterior separao da Umbra do mundo material. O pouco quepermanece pode ser encontrado em fragmentos decanes quase esquecidas e pictogramas expostos aotempo deixados por nossos ancestrais. Todavia, eudediquei a minha vida busca do entendimento, aoscomos e porqus do que pode ter acontecido no s nossa cultura, mas a Gaia, em tempos remotos.

    Criei muitas hipteses e teorias sobre o que ,eufemisticamente, chamado de Era Dourada. Euasseguro a voc, nenhum dos meus achados sopublicamente aceitos, para no dizer populares. Muitos

    Guardies das Tradies quase vieram a discutir comigoquanto s minhas postulaes. Como no tenhoesperana nesse conflito, posso apenas apreciar o seuesforo apaixonado de manter sua verso da nossahistria viva. Ento, enquanto compartilho com voc oque penso fazer mais sentido sobre o que aconteceu hmuitos milnios, peo apenas que leia com a menteaberta. Viajei muito e muito longe para coletar asinformaes que irei compartilhar com voc. Lembre-sedisso antes de dispensar minhas palavras como as develho tolo e sem sentido.

    Muitos do nosso povo sabem que a Nao tem

    existido por mais tempo do que os registros. Claro, oproblema com a histria oral que ela deixa o nossoprincipio aberto a revises. Embora possa faz-lo umagrande lenda, no preserva os fatos. Como um cientistasocial, e historiador, a verdade do material o queprocuro. Eu acredito que o nosso povo tenhaencontrados seus primeiros lares no que chamadoPangia, no confundir com o reino espiritual demesmo nome. minha crena que Gaia criou esse lugarh aproximadamente 10 milhes de anos, embora euentenda que a cincia popular no siga a mesma linhado tempo. No entanto, foi por volta dos primeiros

    milhes que a nossa Grande Me construiu as terras quens iramos habitar. Parte deste perodo de criao foi,mais seguramente, gasto no desenvolvimento deentidades espirituais, ou caseiras, Os quais agora nosreferimos coletivamente como a Trade. Enquantomuitos creditam em uma Teoria do Big Bang de criaoespiritual, eu acredito que Gaia, cuidadosamente, criouaqueles seres que teriam determinados deveres,tomando grande cuidado e tempo para garantir que Suaviso se realizaria. Mas divaguei.

    Pangia foi a primeira face de Gaia, e nesse lugarque os primeiros metamorfos nasceram. A Pangia erauma grande massa de terra, uma nica ilha rodeada porum mar enorme. O mundo espiritual era

    intrinsecamente conectado terra. No havia umaPelcula naquele tempo, ou se havia, podemos assumirque era o equivalente a um lenol pendurado numbatente. Durante esse perodo nosso povo aprendeu a secomunicar. Certamente, os primeiros mtodos deexpresso eram primitivos e grosseiros, mas com o passardo tempo ns nos desenvolveramos e nos tornaramosmais sofisticados. De acordo com minha pesquisa, teriasido aproximadamente 5 milhes de anos depois que operodo conhecido como Era Dourada comeou.

    Muitos poetas glamourizaram a Era Dourada, e eracomo se fosse um mundo espetacular naqueles tempos.

    O que sabemos agora, de inmeras canes e lendas, que durante essa Era, no havia distino entre omundo espiritual e material. O que eu descobri emminhas viagens que a Era Dourada pode no ter sidoto gloriosa. Pictogramas pouco conhecidos em vrioslocais por todo o Reino e a Umbra retratam um estilode vida brutal e sangrento das criaturas daquela Era.Matanas rituais e disputas territoriais podem terdizimado sociedades fsicas e espirituais inteiras. Esse erao tempo em que Gaia pode ter experimentado aprimeira Grande Guerra.

    A agitao de uma populao dividida certamente

    causou dor e sofrimento a Gaia. Qual seria a causa exatada diviso, ou Ruptura, est aberta a discusses. minha viso que Gaia ordenou aos seus zeladores queresolvessem os problemas de todas as faces em guerra.A soluo lgica da Trade teria sido separar todos osseres. A Ruptura no iria apenas separar o mundoespiritual do fsico, mas tambm quebrar o continenteconhecido como Pangia nos que conhecemos hoje.

    A Ruptura foi mais seguramente, um fato sbito.Milhes, provavelmente, pereceram enquanto a Terrase quebrou e a Pelcula se formava. Os quepermaneceram seriam forados a depender uns dos

    outros para a continuao da existncia, trazendo assimde volta uma era de paz.A protagonista da Ruptura de Gaia deve ter sido a

    entidade que chamamos de Wyld. Enquanto Gaiaprocurou criar um novo ambiente onde conflito nofosse predominante, s faz sentido que Ela tenhaescolhido Sua mais poderosa fora criadora para mudara aparncia da terra. A perda e a destruio queocorreram teriam sido um efeito colateral s contraesque criaram o mundo como o conhecemos.

    Captulo Um: Cosmologia 21

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    A RupturaAlgo terrvel ocorreu, que mudaria tudo; a Ruptura.Theurges mantm muitas teorias sobre a causa exata

    da Ruptura, mas seus efeitos na Tellurian foramdevastadores. O mundo espiritual abruptamente seseparou do material, efetivamente separando todas ascriaturas fsicas, exceto as Raas Metamrficas, da nica

    fonte de espiritualidade confivel. A Wyrm e a Weavercomearam uma constante batalha por controle,enquanto a Weaver tentava moldar o mundo material sua viso de equilbrio. A Wyrm comeou a consumir edestruir mais enquanto o atrito entre as duas entidadescomeou a aumentar. A Wyld pagou o preo, enquanto aguerra que se seguiu iria lentamente exil-la do planofsico.

    Alguns dizem que a Ruptura culpa da ambiciosaWyrm. Em seu cime de Gaia, ela comeou a consumirtodas as coisas que Esta havia criado em uma tentativa detomar Seu poder. A Wyld ficou contra a destruio

    egosta, e comeou a dar vida a novas criaes paracombater as perdas de Gaia. A Weaver ento seenfureceu com o caos criado por suas duas irms e teceuum tecido que iria eternamente atar espritos a ummundo incorpreo e cegar para sempre as criaturas fsicasda conscincia universal que tiveram.

    Outros dizem que a Ruptura veio como o resultadoda ascenso da crueldade no mundo. Enquanto as muitascriaturas de Gaia comearam a evoluir, batalhas surgirampelo controle de territrios, apesar da caa ser abundante.Enquanto os atos de maldade e egosmo aumentavam,todas as criaturas comearam a sofrer horrivelmente,

    enquanto brutalidade fsica causou uma enorme perda noaspecto espiritual e amarrou todos os seres juntos. Se osmundos tivessem permanecidos unidos, a histriacontinuaria, o ciclo teria continuado at que mundo todofosse um Reino da Atrocidade na Terra. O resultado foium mecanismo de auto defesa coletivo, ou a Ruptura.

    No importa a causa, os efeitos da Ruptura aindapermanecem no mundo moderno. Espiritualmente, atosespontneos de f, vises e outras crenas metafsicas setornaram uma lembrana esquecida do passado. Oscidados comuns do Mundo das Trevas dificilmenteprestam respeito s crenas espirituais. Apesar das

    tradies religiosas poderem ser um estudo interessante, largamente aceito como um fato que Deus deve estarmorto. Esperana, crenas e moralidade deram lugar adevoes materiais. A questo principal precisa seraplacada mais do que qualquer deus antigo. Aqueles queno prestam homenagens ao Todo Poderoso Dlar sosacrificados como as engrenagens de uma fria e estticasociedade.

    No h duvida que os Garou travam uma batalhadifcil.

    A PelculaO surgimento da Pelcula foi semelhante a uma

    porta batendo na cara da Wyld. Enquanto a Wyld ainda

    espia pelo buraco da fechadura, sua produo no mundofsico foi seriamente atrofiada. Os efeitos disso sonotveis para aqueles que sabem onde olhar. Concreto eao cobriram campos que antes eram verdes. Aparelhosde ar condicionado regulam os veres quentes, e caldeirastiram o frio do ar de inverno. Enquanto mais aspectos domundo fsico se tornam regulados, a Wyld luta contra ainevitabilidade sufocante. Existem lugares onde a Wyldpassa por debaixo da porta que a Pelcula. Aacumulao da energia da Wyld no mundo fsico chamada de Limiar. Com o passar dos milnios, Limiaresse tornaram cada vez mais raros, e muitos metamorfosmodernos nunca viram um. A Pelcula funciona maiscomo uma barragem que mantm a influncia da Wyld distncia. Com a chegada dos dias Finais, a Wyld bate naparede que separa os mundos, fsico e espiritual, comfora.

    Um dia a barragem ir romper.Enquanto a Wyld fraca no mundo fsico, ela

    mantm sua fora na Umbra. A Umbra no tolimitada pelas restries estticas que a Weaver imps nomundo fsico, e l a Wyld pode ainda cumprir seusdeveres como criadora com menos interferncia de suasirms. A Wyld se desenvolve na Umbra, se souber ondeolhar. nesses lugares que a Wyld constri energia epoder para seu eventual retorno a Gaia.

    A Conexo Com GaiaAbenoados aqueles que servem a Me da qual

    viemos. Que Ela sussurre sabedoria em seus ouvidos,traga alegria a seus coraes e esperana a suasalmas.

    Orao Fria NegraPor vezes aqueles que no entendem a relao entre

    a Wyld e Gaia confundem a distino entre as duas. Elasso duas entidades diferentes. Elas no so aliadas neminimigas, mas precisam uma da outra para sua existnciacontnua. Gaia d s criaes da Wyld algo que suasirms falharam em dar espiritualidade. As infinitascombinaes que existem da individualidade de ter umaalma fortalecem a Wyld. O nascimento de novas vidasprevine a calcificao e decadncia que ameaa sufocarGaia. Canes falam sobre a Wyld ser o Pai csmico,como Gaia a Me. Alguns dizem que Gaia e a Wyld soamantes, ou amigos, ou at mesmo iguais. Este no ocaso. Gaia est em cada membro da Trade igualmente.A nica diferena entre o relacionamento de Gaia com aWyld e suas irms que a Wyld luta por renovao. AWeaver se preocupa com prover ordem a todo custo e aWyrm em sua loucura esfora-se para consumir.Nenhuma se preocupa com o equilbrio que Gaia precisapara sobreviver. A Wyld o nico membro da Tradeque luta para retornar o ciclo da existncia para a formacomo antes foi em virtude das circunstncias. As aes daWyld podem, na verdade, serem vistas como causadorasde desequilbrio se estiverem em frenesi, tanto quanto asda Wyrm. A Wyld no cria para Gaia em um senso delealdade ou moralidade. Na verdade, a Wyld no tem

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    O ltimo DiaComo contado por Alo, Garra Vermelha do

    Noroeste.Transcrito por Estrela Fnebre, Guardio das

    Tradies do Av Trovo.Deixe-me cont-lo das coisas que viro. Voc no

    pode farejar a morte no ar? Ela vem para todos ns! Amaior das tempestades atinge o horizonte e ns novemos. Os ventos que carregam as areias que iroarrancar a carne de nossos ossos comearam, ainda nsno sentimos. O grande predador nos caa, ainda queestejamos em suas barrigas, alheios ao perigo.

    Levantem seus narizes! Levantem suas orelhas!Entendam que o ltimo Grande Acontecimento estsobre ns todos. Eu conto de um dia que o Sol no irnascer e Luna aparecer escura. Todas as coisas saberoa verdade no poderoso momento final, e choraro poralgo que as salve. Seus uivos sero mil guinchos deterror, e nem mesmo o mais poderoso dos Guerreirosir superar a grande onda que limpar esse lugarimundo.

    Uma vez, existiu uma grande Me. Veio o tempoem que ela deveria escolher um parceiro, mas nohavia nenhum para ser escolhido. Ela uivou selva, edaquele lugar veio o nosso Pai Wyld. O Pai viu como a

    Me poderia dar a seus filhos algo que ele no podia,amor pela vida. Ela os preenchia com esperana ealegria, e esses novos traos agradaram muito o Pai, ecom alegria ele se tornou Seu companheiro. Eles seregozijaram de tudo que criaram. Eles criaram muitascoisas, belas e magnficas. Suas matilhas cresceriamfortes e se desenvolveriam.

    Da mesa grande selva que o pai apareceu viriamseu irmo e sua irm. Eles tambm desejavam um larnaquele lugar abenoado. Com os braos abertos a merecebeu os irmos de Seu companheiro.

    Por um longo tempo, o irmo e irm do pai

    reconheceram a autoridade do nico e VerdadeiroLder. Ento eles se tornaram invejosos e seperguntaram por que eles no poderiam ser alfas. Elesfizeram desafios e a Me provou seu valor. O paisegurou sua lngua com aqueles desafios. Enquanto o

    machucava ver sua parceira ser ferida daquela forma,era como as coisas eram naqueles tempos.

    Com o passar das estaes, as disputas se tornarammais frequentes, e o irmo e irm do Pai atacavamcegamente sua companheira. Foi com grande raiva queo pai interferiu e rosnou sobre sua falta desubordinao. Eles abaixaram seus narizes por umtempo e agiram como deveriam, mas suas maquinaescontinuaram.

    A irm do Pai sussurrou uma armao a seu irmoum dia. Ela disse que eles deveriam construir uma jaulada pedra mais forte ao redor do Pai enquanto eledormisse. Seria assim que eles poderiam matar a Me etomar Seu lugar como lder da matilha. E assim eles ofizeram.

    O Pai acordou na escurido, e atravs das paredesele podia ouvir os gemidos de dor de sua parceira. Elecomeou esmurrar as paredes, mas foi em vo, pois seusirmos traidores as fizeram muito fortes. Ele ordenouque seu irmo o libertasse, mas suas palavras no foramouvidas. O choro de sua companheira se tornou maispenoso enquanto ele arranhava as paredes, procurandoliberdade. Ele uivou juramento a seu irmo e irm deque se eles matassem sua companheira, ele iria vingar-se deles com dez vezes mais fora.

    A promessa do pai foi ignorada, e Gaia continua amorrer. Se Ela morrer, nos todos a seguiremos. Noporque a Weaver congelar nossas almas, no porque aWyrm trar pestes vis, nem porque nossa verdadeiraMe faleceu. Ns iremos perecer na mais horrvel dasformas enquanto nos mantivermos diante da justificadafria da Wyld quando se libertar dos confins onde seuirmo e irm a prenderam.

    Ento por que ns continuamos a ignorar o queest para acontecer? Quando ir o pai Wyld se libertarda priso que o mantm? Voc ouve seus uivos como eu

    ouo? Ele manda que conquistemos aqueles queameaam sua parceira. Ele exige nosso sacrifcio pararetorn-lo a Gaia. O dia em que nossos verdadeirosMe e Pai estaro reunidos. Apenas nesse dia nsconheceremos a paz.

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    senso de compaixo por Gaia, ela simplesmente age daforma que sabe.

    Longas discusses geralmente acontecem entre osmais filosficos metamorfos, discusses sobre Gaia tervindo primeiro, ou a Trade. Certamente existem pontosvlidos o suficiente para fazer um argumento lgico emqualquer teoria. A maioria dos Garou iriaveementemente afirmar que Gaia a Me da criao,embora outros Fera possam no concordar com esteponto de vista. Como o assunto de quem veio primeiroir mais certamente ser uma discusso do ovo e dagalinha at o ltimo dia, seria imprudente dizer que ummembro da Trade mais poderoso que Gaia, ou vice-versa. Cada entidade tem um papel especfico nofuncionamento do universo, um to importante quanto ooutro. Sem todos os componentes, caos massivo iria, comcerteza, dominar.

    A Loucura da WyldLoucura um termo que frequentemente associado

    com as irms da Wyld. A Wyld bastante furiosa, masno por insanidade. Embora seja impossvel at mesmoimaginar motivos de uma entidade to mutante como aWyld, h uma pequena dvida daqueles que sabem que aWyld cheia de fria. Porque isso o que ningum sabe.Teorias so abundantes; a mais popular que a Wyld estatacando em alguma tentativa cega de auto-preservao.Enquanto a Wyrm e Weaver giram descontroladamente,a Wyld cresce mais ressonante em seus esforos pararestaurar o equilbrio.

    Erroneamente, muitos pensam que a Wyld teminteresses de Gaia (ou at mesmo Garou) em seu corao.

    A realidade que a Wyld tem apenas os interesses daWyld em sua mente quaisquer que sejam esses, j queso certamente incompreensveis para seres vivendo naescala mortal. A Wyld no tem conceito de moral, certoou errado, justo ou injusto, ela apenas sabe que precisoequilbrio para que sobrevivam. Sobrevivncia tudo queimporta.

    Em sua luta por existncia contnua, ela noconhece piedade e no oferece piedade. Suas alianas sorpidas e frgeis, e aqueles que acreditam que podemseguir a Wyld como um protetor acabam por descobrirtarde demais que suas vidas so insignificantes no grande

    esquema de coisas da Wyld.

    A Garotinha do PapaiO barulho de meia dzia de ratos ameaou deixar

    Shelly louca enquanto ela passava pelas pilhas de lixoque cobriam o cho do beco frio e mido. Jez, vocest a? Ela chamou cautelosamente. A Jovem Roedorhavia conhecido o Ratkin h pouco tempo e no estavaacostumada as companhias que ele tinha. Todavia, elesempre parecia contar boas histrias, e ela estavasempre procura de novos contos para passar adiante.

    Shelly chamou o nome dele de novo, e ouviu suavoz cida responder, Sim, estou indo. Ela o observouaparecer detrs de uma caamba. Ele jogou uma

    garrafa vazia de licor barato numa pilha de lixo eandou na direo dela. Ela tentou bater papo, mas Jezno estava no clima. Que c quer? ele soou rude,mas Shelly veio a aceitar que era apenas o jeito dele.

    Eu pensei que ns pudssemos trocar umahistria ou duas, se voc quiser" ela dissecuidadosamente. O humor dele podia mudar

    rapidamente, e ela no queria arriscar irrit-lo.Claro, bochechuda. Sente-se" ele apontou parauma pilha de lixo. Shelly optou por se apoiar na parededo beco ao invs disso. Jez se sentou num caixote meioquebrado que estava apoiado numa lata velha, depintura enferrujada.

    Eu posso contar primeiro dessa vez ela ofereceu.Nah, no t no clima para isso ele interrompeu

    Mas vou te contar uma que vai te deixar doida.Shelly concordou e esperou que ele acendesse umcigarro meio-fumado.

    Olha, sobre a Menina Bonita. Tudo . Voc

    sabe o tipo que eu estou falando. Ela to perfeita que voc no consegue pensar em nenhum defeito. AMenina Bonita define tudo nesse planeta. Todo mundose mede com a Menina Bonita. Mulheres querem sercomo essa garota. Elas querem andar, falar, comer,foder e cagar como ela. Homens so pior. A obsessodeles com a Menina Bonita abre todas as portas para amaldade entrar nos coraes deles. Eles se perguntam,'eu posso ficar com ela? Ela vai me querer? Quem eutenho que matar pra ficar com ela?'

    Veja, a Trade funciona assim: eles esto todoslutando pela mesma coisa. O que , voc pergunta?

    Bem, eu vou te contar. tudo sobre a Menina Bonita.Tipo, todo mundo conhece uma, certo? E todo mundoreage de forma diferente a uma. Pense no cara quecomea a desej-la. Ento ela o esnoba, e agora, aoinvs de amar ela, ele a odeia. Ele a quer morta aqualquer custo. E depois, voc tem a Vadia Invejosa eela no suporta que a Menina Bonita seja mais bonitaque ela. E no que a Vadia Invejosa no seja bonita,mas voc tem que levantar a bunda do sof bem cedopara alcanar a Menina Bonita.

    Mas bem, a coisa assim, toda Menina Bonita,no importa quem ela seja, ou onde esteja, ou qual

    sociedade ou cultura, tem um papai. O Papai no d a mnina para a Vadia Invejosa, ou o AmanteDispensado. Tudo que o papai se importa suapequena e preciosa caixinha de alegria. Tudo que oPapai quer ver a sua pequena se desenvolvendo ecrescendo. E quando ele a ouve chorar de dor, ele noresponde, ele REAGE! Nada est a salvo da ir doPapai quando ele ouve seu beb soluando. Ele fodere acabar com o filho da puta.

    Toda vez que ele ouve seu beb gemendo, suaraiva se multiplica e ele procura pelo caminho maisrpido que leve ao seu opressor. O caminho de menorresistncia se voc quiser. Como um merda de raio!

    Jez bateu as mos to rpido que Shelly quase se

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    colocou de p. Ele riu enquanto se prolongavaEspera, tem mais prometeu.

    O problema que tem muito maisresistncia que costumava ter. Nov pensando que o papai nopode mais vir salvarsua garota, ele vem.

    Confia em mim, euno nasci com essacicatriz na minhacara. As vezes s estar por perto quando o papai vem procurar a Vadia Invejosa ou o AmanteDispensado perigoso paraespectadores. melhor s ficarfora do caminho do papai. Veja,se algum machucar at mesmo um fio de cabelo da minha

    pequena, eu me vingariadeles at que meus joelhosestivessem enterrados noseu sangue, merda eossos. como a nossafria . Ns fazemos issopela Menina Bonita.

    Agora, 'cconsegue imaginarcomo a fria doPapai?

    Shelly obstou

    O que voc estquerendo dizer? seurosto estava contorcidoem confuso. Jez tragou uma ltima vez o seucigarro antes de jog-lono cho, frustrado. Oarrastar das patas dosratos no cho era a nico som no silnciodesconfortvel queenchia o ar.

    Malditascrianas ele finalmenteresmungou queremtudo explicado 'pra vocs. Shellyencolheu-se umpouco.

    assim menina. Papaino v as falhasdo seu beb. Ela perfeita detodas as formas. Na verdade, eleno v falha nenhuma, ele s vpotencial. Se a sua menininha

    for esmagada pela Vadia Invejosa eo Amante Dispensado,ns estaremos todos

    arruinados e essa umapromessa. Papai

    vai dar uma surracomo o mundo

    nunca viu. Tipo,veja, seu beb aFilha da Esperana,e uma vez que se for,nenhum de ns tem

    chance. Ele vai noslanar no limbo.Talvez se a esperana

    se for, o limbo sejaum lugar melhor.

    Shelly deixouabsorver o conto por um

    minuto. Mas pensei que...No importa o que vocpensa! Jez cortou com raiva

    A merda bateu noventilador, e voc e eu, e

    todo mundo est no fim dalinha. A nica coisa que

    voc tem que pensar oque vai fazer entre

    agora e o fim paragarantir que aMenina Bonita

    no semachuque tanto. tudo que voctem que pensar.

    Agora saia daqui,voc estincomodando meus

    amigos.Shelly olhou

    para baixo e viu dziasde ratos se arrastando em

    volta dos seus ps. Ela

    tentou agir indiferentementeenquanto andava em direo arua. E ouviu a risadazombeteira de Jez enquanto

    deu seus ltimos dois passos paraa fora do beco, correndo para rua.

    Aspectos da WyldEm virtude da sua natureza, a

    Wyld um mestre severo. Assimsendo, seus seguidores nos reinos

    espirituais no apenas refletem suastendncias, mas podem tambm lev-

    las aos seus extremos. Espritos da Wyld

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    so de longe os espritos mais caticos da Umbra.Imprevisveis, espetaculares e altamente perigosos quelesque no tm conhecimento ntimo sobre seu modusoperandi, a maioria dos lobisomens se mantm longedestes seres. Contos sussurrados alertam aqueles quepretendem invocar espritos da Wyld sem as devidasprecaues tomadas de antemo. At mesmo o maisesclarecido dos Theurges no possuiu um conhecimentofirme da natureza destes seres. Eles simplesmente no seajustam a nada que lembre um comportamento racional.Convocar esses espritos perigoso, e contundente comos Garou que esto mal preparados para receber o quechamaram.

    Parecido como planetas e estrelas se movem entreseus lugares no cu, os espritos da Wyld tm identidadesmutantes, sobrepostas. Como resultado, Espritos daWyld geralmente no so classificados como seresindividuais, mas sim como um componente varivel quereflete o complexo, e geralmente confuso, estado daWyld.

    A Ninhada de TeyacapanDeixe sua arrogncia para trs, filho do lobo. Eu

    no tenho uso para isso nesse lugar. Eu ouvi sobre seusfeitos, e dito que o seu conhecimento nos caminhos doOutro Mundo bom. Eu digo que voc no sabe nada.O seu orgulho te faz desviar os olhos com raiva ou minha aparncia que o perturba mais? Venha agora,com certeza eu no sou o primeiro impuro que vocencontrou. Ah, so os meus olhos? Como os olhos de um rato de laboratrio, voc pensa? Perdoe minhaatrao; voc no o primeiro a ser perturbado pelaminha prpria viso. Eu sou chamada de TonaltzinMetztli, ou Lua do Sol, na sua lngua. Uma estranhadicotomia, no? Talvez eu seja chamada assim pelaminha natureza albina; talvez porque eu tenha sidoabenoada pela Me Terra a aprender todas as coisasem seu reino. Meu nome no importante; o que importante so as lies que voc veio para aprender.Oua bem, lobo orgulhoso. Eu vou explicar coisasinimaginveis para o seu pensamento estruturado.

    No tempo antes do tempo, o ar era estril e gelado.Da voz sombria veio A Primeira. Quando Ela olhou

    para o universo, ela viu o vazio e isso criou umatristeza em Seu corao. Ela chorou trs lgrimas. Aprimeira lgrima caiu em Seu corpo, e dela veio umafasca de vida. A segunda misturou-se com a primeira,e outra criana nasceu. A terceira foi chorada maisamargamente, e aquela lgrima tambm se tornou umfilho para a Me.

    A Me de Todas as Coisas viu essas coisas, esentiu uma grande alegria. Agora ela no congelariaem solido no vazio amargo do qual tinha vindo. Elaalimentou suas trigmeas e assim a idade do PrimeiroSol comeou. Ela chamou sua primeiro filha de

    Teyacapan, Tlaco, a do meio, e Xoco, a mais nova. Foium tempo de grande alegria para a Me e Suas filhas. Ela as ensinou sobre como as coisas eram. Sua

    primeira filha seria a produtora dos frutos. Teyacapanse sentiu muito orgulhosa por ser escolhida para sermais como a Me. A filha mais velha criaria muitosseres para que a Me ficasse feliz. A Me se regozijoucom a criao, mas viu que as criaes de Teyacapan necessitavam de propsito e objetivo, e que nuncacresceriam para ter seus prprios filhos. A Me disse

    isso a Teyacapan, e que tinha uma ideia do quepoderia ser feito.A Me chamou Tlaco e explicou que as criaes

    de Teyacapan estavam muito confusas, e no poderiamdar vida a seus prprios filhos. Tlaco se alegrou com avinda da me at ela, e disse, Ento eu devo d-losordem e razo, e os filhos de Teyacapan iro crescer.Assim comeou o Segundo Sol. Teyacapan e Tlacotrabalharam juntos para agradar sua Me. A Primeirasorriu com isso inicialmente, mas depois se preocupoucom as criaes de seus filhos continuando a seespalhar e aumentar em populao. A Me chamou os

    dois filhos mais velhos e contou de Suas preocupaes,e a mais nova, Xoco se fez ouvir, Me, no tema. Eusei uma maneira de equilibrar os filhos de Teyacapan eTlaco. E ento Xoco seria a que traria o inverno atodas as coisas. E com o passar dar estaes, oTerceiro Sol veio.

    A Me observou as criaes de seus filhoscrescerem, se desenvolverem e morrerem. E com opassar do tempo, outra grande tristeza caiu sobre o seucorao. Por milnios incontveis a Me chorouinexplicavelmente enquanto observava Seus filhos doUniverso. No importava o quanto tentassem, os trs

    nunca puderam alegrar sua Me. Eles se empenharamem fazer coisas fantsticas que trariam um sorriso aocorao da Me, mas nada adiantou. Preocupada com A Primeira, as trigmeas vieram a Ela e falarambastante sobre o que fazer.

    Finalmente a Me falou. Teyacapan, voc dvida ao que antes nada era. Tlaco, voc v que a vidatem uma ordem e a faz crescer e se desenvolver. Xoco,voc trs um fim aos velhos para que novos possam viver. Minhas filhas, vocs fazem essas coisas, masainda falta algo.

    Os trs olharam de uns para os outros para a me,

    e finalmente Tlaco replicou, O que ns poderamoster esquecido? H uma razo para todas as coisas, porque voc no est satisfeita?

    A Me chorou Voc no consegue ver que no hbrilho? Nossos filhos no so nada mais do queanimaes do vazio do qual viemos!

    Tlaco se irritou com as palavras da Me e gritoucoisas raivosas enquanto Teyacapan e Xoco seencolheram em medo. Tlaco explicou como tudo tinha um tempo, um significado, um propsito preciso. AMe balanou a cabea tristemente com a raiva de

    Tlaco.No se preocupe, minha filha lgica. Eu fareialgo que trar o ciclo de volta. E com um grande

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    gesto, a Me deu um pedao de sua alma a todas ascoisas. Seus filhos assistiram chocados a viso daPrimeira sumir no nada. Eles comearam a chorar,pensando que tudo estava perdido. Ento um bilho devozes tagarelas falou ao mesmo tempo com eles, e elessentiram a Me falar de todos os seres que haviamfeito. Ela disse a eles eu agora sou o sumo de tudo que

    vocs criaram, meus filhos. Eu moro em tudo que vocsfizeram e tudo que fazem. Eu s peo que vocs cuidemde mim, como eu cuidei de vocs.

    E assim o Quarto Sol nasceu.Por um tempo, uma Estao Dourada brilhou

    sobre a Tellurian. A Me falou aos coraes doshomens e bestas enquanto descansava no calor daterra. Suas filhas fizeram o que ela as havia mandado fazer e trabalharam em harmonia. A Me seembriagou em sua felicidade e chorou de alegria. Equando as suas lgrimas caram no cho elas seseparavam em muitas pequenas gotas. Da terra

    nasceram os pequenos filhos da Me, e ela os chamoude Nexcoyomeh, Seus filhos lobos. Mas Tlaco aindasentia o ferro do julgamento duro de sua Me. Oestilhao do descontentamento se transformou numespinho de ressentimento enquanto ela ponderou pordiversas vezes como a Me no podia ver como tudo eraperfeito antes. Tlaco viu que a presena da Me emtodas as coisas as fez imprevisveis. Seres no agiamcomo deveriam, eles cresciam para ter personalidades ediferenas. Talco observou como a me zombava dela ede Seus sonos, e isso fez Tlaco se tornar fria e vingativa. Tlaco foi sua irm Teyacapan e tentou

    explicar por que as coisas estavam erradas, em vo.Teyacapan era muito parecida com a Me e no ouviu, pois havia se alegrado com a mudana de todas ascoisas. Tlaco se aproximou ento de Xoco, convencidaque sua irm mais nova ia ver a tolice das escolhas desua Me, mas Xoco estava feliz em ser a que trazia oinverno e no queria nada do plano de Tlaco. Tlaco setornou amarga com sua alienao se tornandocompleta. Foi quando Tlaco jurou que o sumo de Tudodeveria se enquadrar em sua viso.

    Cheia de cimes de suas irms despreocupadas, eraiva de sua Me, Tlaco fez um plano que as foraria a

    reconhecer sua grandeza. Ela iria envenenar a bebidade suas irms para que cassem num sono profundo. Eento ela mudaria as coisas para a forma como eramantes do Terceiro Sol. Primeiro, ela chamou sua irmmais nova, Xoco. Tlaco ofereceu a bebida a sua irm eobservou seus olhos pesarem. Xoco percebeu a traiotarde demais e com braos desajeitados lutou de volta.Tlaco amarrou os braos e pernas de Xoco juntos paraque ela nunca pudesse escapar. Tlaco ento escondeusua irm nas profundezas de uma caverna para queningum nunca a encontrasse.

    Teyacapan ouviu o choro da irm mais nova e logosoube da traio de Tlaco. Ela mandou que Talcosoltasse Xoco imediatamente. Tlaco riu de Teyacapan

    zombando dela. Teyacapan jurou encontrar Xoco, aqualquer custo. Quando Tlaco viu a determinao nosolhos da irm, sentiu medo em seu corao.Teyacapan, que tinha sido a me de muitas criaturasardis, tremia de raiva a Tlaco. As duas lutaram comespantoso abandono. A terra tremeu quandoTeyacapan investiu contra Tlaco. A irm do meio viu

    que no poderia derrotar as muitas faces de sua irmmais velha, mais do que o vento podia assoviar. Ento,Tlaco elaborou outro tipo de priso para sua irm. Atraindo-a para longe da Terra, Tlaco enganouTeyacapan para que entrasse num tempo feito deestrelas e nuvens rodopiantes. Teyacapan se distraiucom a maravilha da descoberta do novo lugar e logoperdeu a trilha de Tlaco.

    Tlaco fechou a porta do templo e sussurrou umamaldio, de que sua irm nunca mais pisaria no chode seu novo mundo ordenado. Enquanto uma grandetranca fechava o lugar o guinchar de todas as coisas

    pde ser ouvido. Tlaco piscou em surpresa quando omundo nico se tornou dois. Sua maldio tinha sido mais poderosa do que ela havia pensado. Tlacodeleitou-se em sua prpria grandeza. Agora os animaisno mais ouviriam aos sussurros da Me, agora ascoisas agiriam como deveriam; agora as falhas de suaMe e irms seriam corrigidas. Do templo no Cu,Teyacapan gritou em fria, e das cavernas abaixo Xocoenlouqueceu na escurido. O Quinto e ltimo Sol havianascido.

    A Me acordou de seu grande sono e viu Tlacoparada sobre ela. Onde esto minhas outras filhas? a

    Me perguntou. Tlaco sorriu com desdm Elas estomortas para voc, Me. Eu sou tudo que sobrou. Eusou melhor que elas e devo reinar sobre esse lugar,como deveria ser. A Me de todas as coisas chorouuma vez mais, e de Suas lgrimas vieram o pesar efria que se tornariam nossos. A me falou a ns, pois nenhuma das outras criaturas podia ouvir Suassplicas. Ela mandou que a reunssemos com suasfilhas perdidas, que as coisas poderiam ser como eramno Quarto Sol.

    Eu passei a minha vida procurando por Teyacapanpara que ela possa saber que sua Me ainda procura

    por ela. Nesse tempo eu encontrei muitos dos filhos efilhas de Teyacapan. Eu tento convenc-los que a Mesente sua falta e deseja segura-la prxima a Seu peitouma vez mais. Os filhos de Teyacapan so espritosdeterminados. Eles usam muitos disfarces e tm muitosnomes. Eu vou ensin-lo o que eu vim a saber. Eu noposso dizer que minha verdade absoluta; eu tenhocerteza que existem ouras. Certamente a Tellurian grande o suficiente para considerar minhas palavras eas aparentes contradies daquelas faladas por Garouque buscam o que eu busco. Oua com ateno, filhodo lobo, e encontre sua prpria verdade.

    Assim como uma febre ou o inchao de umferimento infectado, espritos da Wyld podem exagerar

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    em sua misso para restaurar a sade de suamestra. s vezes o resultado de suas aes apenas um ajuste momentneo querapidamente volta ao jeitoanterior das coisas.Raramente, espritos daWyld podem causar umamudana longa quelentamente leva opndulo do equilbriode volta ao centro.

    Aqueles atentosaos caminhos daWyld podem verseus filhos noestacionamentode um complexoindustrial, comono corao dafloresta tropical.Aqueles que convocam Espritos daWyld com sucesso entendem queeles no s devem trabalharcom eles, mas atend-lostambm, tentar cur-los,e integr-los de volta emuma forma e funoque sirva melhorao equilbrio.Apenas dessaforma um metamorfopode chamarEspritos da Wyldsem o riscoassociado a seresque so toi n a t a m e n t einstveis. Falhasem agir de formacorreta com anatureza caticados Wyldlingspodem abrir umap o r t a d en e g a t i v i d a d ee g e r a l m e n t econsequncias fatais.

    Em muitas formas,espritos da Wyldrefletem um tipo depolitesmo. Como umprisma que muda de aparnciadependendo da luz a qual exposto, espritos da Wyld mudame trocam identidades dependendodo estmulo que est sendo concentradoa eles. parcialmente por causa dessefluxo, ou pelo menos o que dizem alguns

    Theurges, queno h uma

    clara hierarquianos grupos daWyld. Ao invsdisso, estudiosos

    da Wyld classificamos espritos desta em

    aspectos, em umatentativa desesperada de

    entender a enlouquecedoravariedade dos servos da Wyld.

    Esses aspectos soagrupamentos de espritos da Wyld

    de acordo com certascaractersticas que eles

    mostram. No sohierarquias de qualquerforma simplesmente

    rtulos usados para tentarcomunicar a natureza dosespritos a outros

    metamorfos. Uma grandelenda pode ser contada sobre a

    grandeza de um Wyldling,em especial de umcerto aspecto, s paraser contradita por umque diz que o esprito

    em questo pertence aum aspecto diferente.

    Ambas as versespodem ser completamente

    factuais. Espritos da Wyldmudam nomes e faces to

    frequentemente que quaseimpossvel dar a eles umaclassificao ou taxonomia

    definitiva. Contudo, osmetamorfos dividiram osespritos da Wyld em categorias

    amplas com o propsito deentend-los.E sim, , de alguma forma,

    irnico, que alguns estudiosos daWyld deveriam tentar usar o poderde Nomear, no importa o quo

    levemente e frouxo, para tentarentender os espritos da Wyldmelhor. Por essa razo, os

    aspectos a seguir so dificilmenteusados sempre entre todos os Garou,

    ou mesmo entre todos osestudiosos da Wyld algunsdizem que at mesmo tentarclassificar o bando da Wyld,

    enfraquece os prpriosespritos.

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    MammatusMammatus so os espritos da Wyld do ar. Muitos se

    parecem com nuvens, embora num estado constante defluxo. s vezes Mammatus so benignos como as nuvenscumulus de algodo doce vistas em dias claros de vero.Outras vezes so to aterrorizantes como um ciclone e,geralmente, mais perigosas. No h razo ou rima

    aparente para suas aes, e impossvel prever seu futurobaseado em eventos passados. Muito como a condioatmosfrica da qual deriva seu nome, fortementediscutido entre os Garou o que exatamente significa aaparncia desses espritos. Alguns dizem que quandoMammatus aparecem, a vinda de uma tempestadeespiritual violenta certa. Outros zombam dessa ideia,dizendo que so simplesmente os que trazem a chuva quealimenta Gaia e todas as Suas criaes. H, certamente,validade nos dois argumentos para fazer uma teoria slidaem ambos os casos.

    Uma coisa certa sobre esses espritos do ar seu

    potencial em causar devastao no mundo fsico,tornando o cu escuro com tempestades violentas queproduzem chuvas torrenciais que podem ser devastadorasaos habitantes da rea afetada. Na Umbra,os Mammatusso ainda mais imprevisveis. Eles podem criar nvoa, quepode fazer uma matilha perder seu caminho, ouobscurecer um objeto ou lugar que antes estariatotalmente visvel. Encontrar-se cercado por Mammatus,geralmente, o suficiente para deixar qualquer um nolimite/louco. Nervos se desgastam, nimos se exaltam, ehabilidades argumentativas se tornam confusas.

    A origem dos Mammatus to misteriosa quanto sua

    funo. Muito poucos, realmente, estudaram essesespritos em particular. Aqueles que fi