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Artigo_ Tórax Sem Medo

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Tórax sem medo

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s283ActaScientiaeVeterinariae.35(Supl2):s283-s284,2007.ISSN1678-0345(Print)ISSN1679-9216(Online)TraxsemmedoThorax with no fearAndr Lacerda de Abreu OliveiraTcnicasCirrgicas,UniversidadeEstadualdoNorteFluminenseDarcyRibeiroUENF.CamposdosGoytacazes,RJ/Brasil.E-mail:[email protected] animal thoracic surgery, besides its multiple indications, have not been employed routinerally, many times because of thesurgeons fear. The main objective of this study is to show how simple many thoracic surgical procedures are, helping make them become morefrequentintheveterinarysurgerypractice.Keywords:dogs,surgicaltechniques,thoracicsurgery.INTRODUOA cirurgia torcica em pequenos animais no tem sido realizada com rotina na prtica veterinria, seja pelo desco-nhecimento tcnico ou mesmo pelo receio das dificuldades e complicaes ps-operatrias. Podemos dividir a cirurgia torcicaem cirurgia do sistema respiratrio, cirurgia do sistema digestivo e cirurgia cardiovascular. Cada sistema possui particulari-dadesrelevantes.Na cirurgia do sistema digestivo nos deparamos com as dificuldades relativas cicatrizao do esfago, o quecomumente apresenta um alto ndice de insucessos. Sabemos que as deiscncias esto relacionadas com alguns fatores, taiscomo a ausncia da camada serosa do rgo; a ao de cisalhamento da sutura provocada pelo peristaltismo e tambm pelaposio anatmica do rgo; a vascularizao segmentar (embora contestada por alguns autores) e a ausncia do omento [3].Quando nos referimos s cirurgias do sistema respiratrio, podemos dizer que so os procedimentos realizadoscom maior freqncia no trax, entretanto, talvez ainda no representem o volume de afeces respiratrias passiveis decorreo cirrgica na Medicina Veterinria.A cirurgia cardaca tem representado um desafio, seja por falta de conhecimento tcnico especfico, pelos equipa-mentos dispendiosos ou mesmo pela ausncia de uma equipe apropriadamente treinada. uma cirurgia que no admitefalhas e requer do cirurgio e da equipe extrema concentrao e planejamento, alm de sua longa durao e alto risco [3,4].Apesar de todas as dificuldades que enfrentamos na atualidade, necessrio desmistificar alguns passos destasoperaes, tornando a tcnica acessvel para um nmero maior de veterinrios, atravs de treinamentos especficos ecriao de equipes capacitadas a realizarem estes procedimentos.A cirurgia do sistema respiratrio pode ser utilizada para correo de diversas anomalias, entre elas, toro pul-monar, neoplasias, trauma, colapso de traquia e ruptura pulmonar ou traqueal [2].A cirurgia do sistema digestivo envolve as anomalias do esfago, tais como o megaesfago, neoplasias, divertculos,traumas e obstrues [2].So diversas as indicaes, entre elas Tetralogia de Falot, anomalias de anis vasculares, comunicao inter-atrial,comunicao inter-ventricular, dirofilariose, persistncia do ducto arterioso, doenas valvulares, neoplasias, traumas, cardio-miopatia dilatada, estenose artica e estenose pulmonar para as cirurgias cardiovasculares [2].O animal deve ser avaliado minuciosamente, por meio de exames clnicos, laboratoriais (hemograma, uria, creatinina,AST,ALT,fosfatasealcalina,glicose,clcio,sdio,potssioecloretos),radiolgicos,eletrocardiogramaeecocardiografia.So necessrios materiais cirrgicos gerais e especiais, como pinas vasculares, serras para esternotomia, afas-tador de Finochietto, entre outros. De acordo com o procedimento indicado pode ser necessrio o uso da mquina de circula-oextra-corpreaeequipamentosdemonitorizaoespeciais [5].ACESSOS CIRRGICOSExistem dois tipos bsicos de acesso: Esternotomia: o procedimento de escolha na maioria das cirurgias cardacas e afeces do mediastino. So feitasincises de pele e tecido subcutneo na linha mdia. Em seguida realiza-se uma inciso na origem dos msculospeitorais em toda a extenso do externo e a esternotomia deve ser realizada com o auxilio de uma serra oscilatria oude um costtomo [5]. Toracotomia uni-lateral: Realiza-se uma inciso de pele e tecido subcutneo. No primeiro plano muscular deve-se inci-sionar os msculos grande dorsal e peitoral, em seguida, no segundo plano muscular, os msculos serrtil ventral eOliveiraA.L.A.2007. Traxsemmedo.Acta Scientiae Veterinariae. 35: s283-s284.s284escaleno. Deve-se identificar os msculos intercostais externos e internos, fazendo em seguida uma inciso em cadaum respectivamente. O espao intercostal a ser abordado ser de acordo com a estrutura a ser abordada. Pode ser reali-zada tambm a toracotomia unilateral conservadora, onde o acesso realizado pelo deslocamento caudal da costela.PS-OPERATRIOSo necessrios, principalmente na cirurgia cardaca, suporte de terapia intensiva, quando o acompanhamentodo paciente e sua estabilizao so vitais para a recuperao [1].Cuidados relativos reposio de volume, ao equilbrio eletroltico e cido-bsico, drenagens torcicas, identifi-cao de sangramentos, mecnica respiratria e controle da dor e hemodinmica do paciente, devem existir neste serviode terapia intensiva. Podemos afirmar que procedimentos de cirurgia intra-cardaca somente so possveis com este suportenops-operatrio[1].CONCLUSESNa Medicina Humana a cirurgia torcica, em especial a cardaca, apoiada durante anos por trabalhos experimen-tais apresentou avanos considerveis, sendo realizadas com bons resultados. No entanto, devido ao grande nmero deequipamentos dispendiosos e a necessidade de uma equipe tecnicamente bem preparada, estes procedimentos de maiorcomplexidade na Medicina Veterinria, no so realizados com a freqncia necessria, nem mesmo com as taxas de sucessoesperadas.Com o aparecimento da especialidade da terapia intensiva em Medicina Veterinria, oferecendo o suporte neces-srio para a recuperao dos pacientes em cirurgias torcicas, melhores resultados iro aparecer, e com isso o conseqentedesenvolvimentodestaespecialidade.Acreditamos que com o desenvolvimento dos servios dos Hospitais Veterinrios no Brasil, tanto no setor emUniversidades como na iniciativa privada, teremos em alguns anos um grande progresso na cirurgia torcica.Para o desenvolvimento desta especialidade cirrgica, necessrio dar nfase ao ensino e treinamento adequadode profissionais aptos a realizarem estes procedimentos. As escolas veterinrias devem criar condies especificas paraeste crescimentos e os eventos cientficos popularizarem o acesso s novas informaes, fomentando o seu crescimento ea difuso do conhecimento nos mais diversos aspectos que compem o universo desta especialidade cirrgica.Na Universidade Estadual do Norte Fluminense Prof. Darcy Ribeiro (UENF) fomentamos este desenvolvimentoatravs do treinamento dos alunos da graduao das tcnicas cirrgicas bsicas concernentes a cirurgia torcica, e na ps-graduaoefetuandoumtreinamentodeprocedimentosavanados.Os resultados tem sidos satisfatrios, no entanto, necessitam de um maior desenvolvimento na sua execuo eda consolidao e integrao mais adequadas de diversas reas do conhecimento.Acreditamos que em um futuro prximo, o desenvolvimento da cirurgia torcica ir alcanar o seu objetivo, sendodifundida em todos os segmentos que formam a nossa profisso.REFERNCIAS1 DeBoer L.W., Rabjhons R.R. & Nutt M.P. 1992. Effects of oxygenated cardioplegic solutions on myocardial aerobic metabolism. ScandinavianJournalofthoracicandcardiovascularsurgery.104:632-636.2 OrtonE.C.&McCracken T.O.1995.Small Animal Thoracic Surgery.FortCollins: Willians& Wilkins, 256p.3 OliveiraA.L.A.,PaschoalA.T.,SantosC.L.,SouzaD.B.&FeijH.2006.Coletadoblococrdio-pulmonarpelatcnicadeauto-perfusoemces.ArquivoBrasileirodeMedicina Veterinriaezootecnia.58(Supl1):17-19.4 Oliveira A.L.A., Paschoal A.T., Santos C.L., Souza D.B. & Costa A.C. 2006. Transplante cardaco em ces. Arquivo Brasileiro de MedicinaVeterinriaezootecnia.58(Supl1):81-82.5 PaschoalA.T.1996.Proteomiocrdicanotransplantecardaco:revisodeliteratura.160f. Tesedemestrado.FaculdadedeMedicina-UFRJ.www.ufrgs.br/ favet/ revistaSupl 2