4
ARTIGO SOBRE PALEOTOCAS 1 Em setembro foi publicado na revista Ichnos finalmente um artigo que já havia sido encaminhado há bastante tempo. O título: Megaichnus igen. nov.: giant paleoburrows attributed to extinct Cenozoic mammals from South America”. O artigo propõe uma classificação científica para as paleotocas como icnofósseis (traços produzidos por animais extintos). Os dois tamanhos de paleotocas são classificados como Megaichnus major e Megaichnus minor. O artigo é de iniciativa do Prof. Renato Lopes, que está de parabéns pela publicação do artigo. ARTIGO SOBRE PALEOTOCAS 2 Em agosto, no último número da Revista Brasileira de Paleontologia, foi publicado um artigo de iniciativa do Prof. Francisco Buchmann, intitulado “Evidência de Vida Gregária em Paleotocas atribuídas a Mylodontídae (Preguiças-Gigantes)”. O artigo apresenta as grandes paleotocas encontradas em Minas Gerais, onde várias evidências sugerem que as preguiças viviam em grupos e não isoladamente. Essa afirmação já estamos fazendo há tempo, baseados no tamanho dos túneis. O artigo pode ser baixado gratuitamente no link http://sbpbrasil.org/assets/uploads/files/09_Buch mann_et_al_pg259a270_web.pdf . MATÉRIA na TV - 1 Foi veiculada uma matéria sobre uma paleotoca enorme – mais de 100 metros – em Paulo Frontim (PR). O vídeo pode ser visto em http://g1.globo.com/pr/parana/videos/v/tocas- milenares-em-paulo-frontin-foram-feitas-por- animais-gigantes-ja-extintos/5326745/ MATÉRIA na TV - 2 Outra matéria veiculada na TV foi sobre a paleotoca de Xaxim (SC). A reportagem pode ser conferida em http://ricmais.com.br/sc/rictv- xanxere/videos/QJvWqLpY2IU/historia-conheca- uma-galeria-subterranea-em-xaxim/ 39 outubro de 2016 EDITORIAL Os meses de agosto e setembro foram investidos na preparação dos nossos trabalhos que foram apresentados no 38º Congresso Brasileiro de Geologia, que ocorreu no início de outubro em Porto Alegre. Em função disso, dedicamos menos tempo à pesquisa de novas paleotocas. Entretanto, sempre há novidades a respeito das paleotocas. Desejamos boa leitura e agradecemos o interesse.

ARTIGO SOBRE PALEOTOCAS 2 EDITORIAL · produzidos por animais extintos). Os dois tamanhos de paleotocas são classificados como Megaichnus major e Megaichnus minor. O artigo é de

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ARTIGO SOBRE PALEOTOCAS 2 EDITORIAL · produzidos por animais extintos). Os dois tamanhos de paleotocas são classificados como Megaichnus major e Megaichnus minor. O artigo é de

ARTIGO SOBRE PALEOTOCAS 1 Em setembro foi publicado na revista

Ichnos finalmente um artigo que já havia sido

encaminhado há bastante tempo. O título:

“Megaichnus igen. nov.: giant

paleoburrows attributed to extinct

Cenozoic mammals from South America”.

O artigo propõe uma classificação científica

para as paleotocas como icnofósseis (traços

produzidos por animais extintos). Os dois

tamanhos de paleotocas são classificados

como Megaichnus major e Megaichnus

minor. O artigo é de iniciativa do Prof.

Renato Lopes, que está de parabéns pela

publicação do artigo.

ARTIGO SOBRE PALEOTOCAS 2 Em agosto, no último número da

Revista Brasileira de Paleontologia, foi

publicado um artigo de iniciativa do Prof.

Francisco Buchmann, intitulado “Evidência

de Vida Gregária em Paleotocas atribuídas

a Mylodontídae (Preguiças-Gigantes)”. O

artigo apresenta as grandes paleotocas

encontradas em Minas Gerais, onde várias

evidências sugerem que as preguiças viviam

em grupos e não isoladamente. Essa

afirmação já estamos fazendo há tempo,

baseados no tamanho dos túneis. O artigo

pode ser baixado gratuitamente no link

http://sbpbrasil.org/assets/uploads/files/09_Buch

mann_et_al_pg259a270_web.pdf .

MATÉRIA na TV - 1

Foi veiculada uma matéria sobre uma

paleotoca enorme – mais de 100 metros – em

Paulo Frontim (PR). O vídeo pode ser visto

em http://g1.globo.com/pr/parana/videos/v/tocas-

milenares-em-paulo-frontin-foram-feitas-por-

animais-gigantes-ja-extintos/5326745/

MATÉRIA na TV - 2 Outra matéria veiculada na TV foi

sobre a paleotoca de Xaxim (SC). A

reportagem pode ser conferida em

http://ricmais.com.br/sc/rictv-

xanxere/videos/QJvWqLpY2IU/historia-conheca-

uma-galeria-subterranea-em-xaxim/

39 – outubro de 2016

EDITORIAL

Os meses de agosto e setembro

foram investidos na preparação dos

nossos trabalhos que foram apresentados

no 38º Congresso Brasileiro de Geologia,

que ocorreu no início de outubro em

Porto Alegre. Em função disso,

dedicamos menos tempo à pesquisa de

novas paleotocas.

Entretanto, sempre há novidades a

respeito das paleotocas. Desejamos boa

leitura e agradecemos o interesse.

Page 2: ARTIGO SOBRE PALEOTOCAS 2 EDITORIAL · produzidos por animais extintos). Os dois tamanhos de paleotocas são classificados como Megaichnus major e Megaichnus minor. O artigo é de

Perguntas sem respostas (3ª parte)

Continuamos abordando aspectos que precisam de muita pesquisa ainda para ser

esclarecidos. No TocaNews 37 abordamos “Porque só aqui” e “Porque tão longas”. No TocaNews

38 comentamos “Porque esse esforço enorme em cavar?”. Continuamos.

1. Porque os túneis do tipo “beco sem saída”?

Uma feição que sempre se repete nas paleotocas são os túneis sem saída. Podem ser túneis

estreitos como 75 cm de largura ou túneis maiores com 150 cm de diâmetro. Você acompanha o

túnel, vai entrando, vai se arrastando, seguindo a sinuosidade do túnel e subitamente ele termina

contra a parede. Não alarga, não fica mais alto, não fica mais redondo, não muda – simplesmente

acaba. E geralmente há muitas marcas de garra preservadas no final do túnel.

Esses túneis sem saída podem ocorrer isolados ou em redes de túneis. Quando isolados,

constituem provavelmente um resto de uma estrutura subterrânea maior. Quando em redes de

túneis, formam túneis laterais, geralmente mais curtos, conectados a túneis mais longos.

O que podem significar esses túneis sem saída?

Poderiam significar que os animais que cavaram esses túneis não tinham por hábito construir

câmaras de retorno, como são chamadas as escavações circulares usadas para virar o corpo para

poder sair de frente. Ou seja, o animal entra e, ao chegar ao final do túnel, precisa de um espaço

para girar o corpo para sair do túnel de frente e não de ré. Pode ser isso.

Esses túneis sem saída podem indicar que os animais dormiam nos túneis, sem construir

câmaras. Talvez sozinhos, talvez em pequenos grupos, mas nunca todos juntos amontoados porque

não há espaço para isso.

Podem indicar que os animais eram altamente móveis. Que podiam se contorcer para virar o

corpo completamente mesmo em espaços exíguos. Não eram pesadões e desajeitados, mas muito

ágeis. Quase contorcionistas. São possibilidades, são apenas perguntas sem respostas.

Túnel sem saída com 80 cm de largura. Túnel sem saída com 1,5 m de largura

Page 3: ARTIGO SOBRE PALEOTOCAS 2 EDITORIAL · produzidos por animais extintos). Os dois tamanhos de paleotocas são classificados como Megaichnus major e Megaichnus minor. O artigo é de

Imagens do Congresso Brasileiro de Geologia (Porto Alegre, início de outubro de 2016. 3000 participantes, 2500 trabalhos)

Abertura do Congresso

Havia Apresentações Orais como essa em 16 salas ao mesmo tempo.

Em dois horários por dia

havia apresentações de

banners eletrônicos como

esse em 34 estandes

simultaneamente.

Page 4: ARTIGO SOBRE PALEOTOCAS 2 EDITORIAL · produzidos por animais extintos). Os dois tamanhos de paleotocas são classificados como Megaichnus major e Megaichnus minor. O artigo é de

Trabalhos sobre paleotocas apresentados no Congresso

Trabalho 1

Ocorrência de Paleotocas na Duplicação da Rodovia BR-116 entre Guaíba e Tapes no Rio

Grande do Sul

Apresentado por Henrique Marin, o trabalho apresenta os resultados de mais de 2 anos de

investigação nas obras da duplicação da BR-116, com 192 paleotocas encontradas. Dessas, apenas

13 estavam abertas em maior ou menos grau,; as outras estavam preenchidas.

Trabalho 2

Paleotocas de Grande Porte na Região de Montenegro e Paverama (Rio Grande do Sul,

Brasil)

Apresentado por Fabrício Durante da Silva, o trabalho evidencia que uma investigação

detalhada e minuciosa nessa região acabou revelando a existência de 11 grandes paleotocas e 12

cavernas. Geralmente em locais mais escondidos, as tocas são túneis com dezenas de metros de

comprimento.

Trabalho 3

Primeiras Ocorrências de Paleotocas identificadas no Município de Guaíba (Rio Grande do

Sul, Brasil)

Apresentado por Louise Ribeiro, o trabalho relata, pela primeira vez, as paleotocas de

Guaíba. Encontramos um total de 32 paleotocas distribuídas em 4 ocorrências. Uma delas grande e

aberta. No último trabalho de campo, com o Resumo já enviado, registramos mais uma ocorrência

no perímetro urbano.

Trabalho 4

Detecção de Paleotocas em uma Região Desfavorável

Apresentado por Gabriela Knobelock, o trabalho se concentra no município de Nova Santa

Rita, onde as grandes colinas de relevo suave e as planícies dos rios dos Sinos, Caí e Jacuí

dificultam muito o descobrimento de paleotocas. Foram achadas 31 paleotocas distribuídas por 7

sítios.