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    CURSODETEOLOGIAPARALEIGOS

    LAVRAS- MG

    MARIOLOGIA

    Pe. Adriano Marques Santiago,scj

    1. Identificao

    Cu!o""Teologia para Leigos

    Di!ci#$ina"Teologia Dogmtica: Mariologia C%: C&dito!"

    Ano"20! Se'e!te" " Se'e!te do Cu!o"#$% "

    (. DocentePe Adriano Marques Santiago,scj

    ). O*+eti,o!

    Maria no Plano da Sal&a'(o, das )scrituras ao ensino magisterial da *greja. Maria, +iguraeemplar da *greja e da -umanidade redimida. Marcos -istrico/teolgicos da Mariologia, nocidente. s dogmas marianos: +undamentos, n1cleo teolgico, alcance pastoral e perspecti&aecumnica. Maria nos documentos do 3onc4lio 5aticano ** #especialmente Lumen gentium 5**% eno magist6rio ponti+4cio. Maria como 7primeira disc4pula8 e 7estrela da e&angeli9a'(o8. Maria nacatequese, na -omil6tica e na de&o'(o popular.

    . Contedo Po/a'0tico

    . );L)T* S)2. A M?) D) >)S@S: MA*A )M MA3S ) MAT)@S!. P))*BA BA ;C ) P);)*TA D*S3P@LA: MA*A )M L@3ASE. M?) DA 3M@B*DAD): MA*A B )5AB)L= D) >?F. MA*A B AP3AL*PS) ) )M @TS )S3*TS

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    @P D) DM

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    INTRODUO

    REFLETIR SOBRE MARIA HOJE

    1. DE MARIA MARIOLOGIA

    Voc j percebeu que a figura de Maria um elemento caracterstico do cristianismocatlico? Maria aparece no imaginrio popular especialmente como a santapodeosa e bondosa que intercede por ns, a!"e d#$#na. Interessante notar que aproimidade de Maria em rela!"o ao fiel n"o se define pela semel#an!a conosco, massim pela sua capacidade, enquanto algum da esfera do di$ino, de $ir em aulio deseus fil#os. % grande parte das manifesta!&es de$ocionais marianas gira em torno daora!"o de s'plica, da f como entrega confiante nas m"os da m"e de (eus, do pedidode socorro, em situa!&es etremas de necessidade.

    %lguns fatos da $ida nos mostra a ambiguidade da figura de Maria no catolicismopopular. (e um lado, ela est muito prima, pois ou$e os clamores do seus fil#os e$em)l#es em aulio. (e outro lado, est distante como referncia #umana. * $istacomo santa de!a#s para ser tomada como figura inspiradora de certos $alores.+omo a santa, parece algum que n"o passou por dificuldades #umanas. erdeu)se atril#a da peregrina!"o espiritual de Maria, do camin#o que ela fe- na f, na esperan!ae no amor.

    Maria considerada tambm a M"e. num duplo sentido/ o modelo de m"e emul#er. %tualmente, esse aspecto muito questionado, pois o discurso tradicionalsobre Maria acabou criando um esteretipo de mul#er que fa$oreceu o mac#ismo. 0useja, a mul#er s se reali-aria enquanto m"e. o lugar da m"e o espa!o pri$ado da

    casa, cuidando dos fil#os e sendo obediente ao marido. como Maria m"e e $irgem,parece que o pra-er seual se torna$a algo proibido 1s mul#eres. 2ua reali-a!"ode$eria $ir somente por meio do eerccio da maternidade, padecendo no paraso dolar, ou com a prtica da $irgindade consagrada, na $ida religiosa. nt"o, as mul#eresque assumem tarefas profissionais, lideran!as de mo$imentos sociais e ambientais,que ocupam o espa!o p'blico, que colocam as quest&es do seu corpo e daseualidade, destoam do modelo tradicional da Ma#a !"e e $#%e!.

    3a pluralidade e di$ersidade do catolicismo atual, # um esfor!o para descobrir outrasperspecti$as de Maria. % 4eologia da 5iberta!"o $alori-ou a figura #umana e proftica

    de Maria, como sinal da op!"o preferencial de (eus pelos pobres. 6esgatou suacondi!"o de mul#er que desponta corajosamente como protagonista e mul#erproftica. Maria aparece como educadora e discpula de 7esus, membro importante nacomunidade dos que se empen#am na constru!"o do 6eino de (eus.

    +amin#o semel#ante tra!ou a teologia feminista. %s feministas mostraram como odiscurso catlico sobre Maria fortaleceu a cultura androcntrica 8centrada no #omem9,tirando a mul#er da sua condi!"o de agente #istrico e compan#eira do #omem.:uscou)se resgatar a figura de Maria como mul#er forte e comprometida com oprojeto de 7esus e do 6eino de (eus. %s feministas propuseram que Maria n"o sejaconsiderada mais !ode&o paa as !'&(ees, mas sim uma figura inspiradora para

    todo o ser #umano, #omens e mul#eres.

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    3a %mrica 5atina e no +aribe, Maria se torna um smbolo de identidade catlica. Isson"o problemtico, desde que se manten#am abertas as portas de dilogo com outrasigrejas crist"s que se disp&em a fa-er um camin#o conjunto.

    ;oje a figura de Maria tem sido utili-ada propositalmente por alguns grupos catlicos,a ser$i!o de um question$el projeto e$angeli-ador. Volta)se a ealtar os pri$ilgios

    de Maria, prega)se que a ora!"o do rosrio obrigatria, utili-a)se equi$ocadamente odogma da $irgindade para justificar preceitos de moral seual, di$ulgam)se pretensasapari!&es de Maria e suas mensagens, como se fosse o quinto e$angel#o. agera)sena promo!"o do culto a Maria, que associado 1 adora!"o ao 2antssimo 2acramento eao culto personalista ao papa, s"o considerados as 'nicas caractersticas legtimas docristianismo catlico.

    3este conteto, um estudo sobre Maria de$e nos ajudar a con#ecer )'e! * essa!'&(e e iluminar uma prtica pastoral #umani-adora, que seja Boa+No$a para#omens e mul#eres do nosso tempo.

    ,. BRE-E HISTRIA DA MARIOLOGIA

    0 primeiro milnio do cristianismo gestou uma refle"o sobre Ma#a no /on0'nto da* /#st" e da teo&o%#a. 3"o #a$ia mariologia como tratado separado. 3os primeirossculo, encontramos #omilias sobre 7esus nas quais se fa-em referncia a Maria.2urgem #istrias piedosas de Maria, como o poto+e$an%e&(o de T#a%o8pro$a$elmente, incio do sculo III9 e -#da de Ma#a, do monge pitfio. %preocupa!"o central est em 7esus, na sua #umanidade e di$indade. justamente daspolmicas cristolgicas que brotam os dogmas da maternidade e da $irgindade deMaria.

    % Idade Mdia presencia o crescimento da piedade marial, que culmina com o tratadoda 2antssima Virgem, de 2"o :ernado de +lara$al 89. Interessante notar que nogrande telogo santo 4oms de %quino n"o # um tratado de mariologia, nem na2uma 4eolgica, nem em outros escritos. 3o 0riente encontramos uma ricaiconografia mariana e #inos lit'rgicos. 0 culto $ai a frente da teologia. @ala)se Mariade uma forma mais simblica do que dogmtica. 3o ocidente, muitas pinturas eesculturas marianas se multiplicam a partir do renascimento.

    % mariologia sistemtica surge na Idade Moderna. 3o sculo AVI, a reformaprotestante, ao centrar)se na sal$a!"o em +risto, promo$e um corte radical nade$o!"o aos santos e, sobretudo, Maria. m alguns lugares, destroem)se imagens epinturas dos santos e de Maria. m rea!"o, a +ontra)6eforma catlica retoma commais $igor a figura de Maria, em conteto polmico. @ortalece o culto a Mariaseparada da pessoa de 7esus. 0 primeiro tratado mariano elaborado por @rancisco2uares 8=>BC9. o termo !a#o&o%#a foi cun#ado por lcido 3gido em =DEF. % partirda, criou)se uma mariologia dos pri$ilgios. 0u seja, trata$a)se de mostrar o que(eus concedeu a Maria que a fa- mel#or que os outros seres #umanos. (e acordocom a escolstica, usa)se do mtodo deduti$o e do silogismo, acrescidos de

    argumentos de con$enincia. les funcionam assim/ Deus podia; convinha quefizesse; logo, fez.or eemplo/ (eus, que todo poderoso, podia criar uma fil#a quen"o fosse manc#ada pelo pecado original. 0ra, con$in#a que ele fi-esse isso, em $ista

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    da obra redentora de +risto. nt"o, (eus concedeu a Maria o pri$ilgio da Imaculada+oncei!"o.

    +ontra o Iluminismo e o imprio da ra-"o moderna, autGnoma, anti)religiosa eantieclesistica, cresce, nos sculos AVII e AIA, uma mariologia de$ocional, de cun#oafeti$o, na qual se misturam elementos simblicos e racionais. 3esta lin#a, 5ui- Maria

    Hrignion de Monfort 8< ==D9, no 4ratado da $erdadeira de$o!"o 1 2antssima Virgem,n.D, relembra que Maria a rain#a do +u e da 4erra. +itando %nselmo, :ernardo e:oa$entura, c#ega a di-er que ao pode de De's t'do * s'2!#sso3 at* a -#%e!4ao pode da -#%e! t'do * s'2!#sso3 at* De's. sta a tendncia dominante/uma mariologia triunfalista e maimalista, di-endo que para Maria n"o # limites,nunca demais ealt)la. m latim/ De Maria nunquam satis. % proclama!"o dosdogmas da Imaculada +oncei!"o 8=B>C9 e da %ssun!"o 8=J>E9 aumentou ainda mais ae'o#a !a#ana. 7 se prepara$a um no$o dogma, pro$a$elmente o de Mariacorredentora.

    ssa onda come!ou a baiar por $olta dos anos sessenta do sculo AA. 0smo$imentos da reno$a!"o da Igreja, que culminaram no +onclio Vaticano II, $"o emdire!"o contrria 1 mariologia da poca. 0s mo$imentos bblico e patrstico, com a$olta 1s fontes, pedem uma maior centralidade na pessoa de 7esus, questionando uma$is"o de Maria des$inculada da cristologia. 0 mo$imento ecumnico prop&e umarelati$i-a!"o de alguns elementos catlicos, em fa$or do n'cleo comum 1s Igrejascrist"s. % reno$a!"o dogmtica inicia uma releitura dos dogmas, a partir da :blia,desmontando a mariologia armada somente sobre argumentos da tradi!"o. %mentalidade antropocntrica, que coloca o ser #umano no centro do pensamento,questiona uma Maria endeusada, sem #istria e sem conteto.

    0 +onclio Vaticano II inseriu Maria no captulo VIII do documento L'!en %ent#'!.2ituou Maria no mistrio de +risto e da Igreja, n"o num tratado 1 parte, como queriamos grupos conser$adores. 3a dcada de =JE, a de$o!"o e a teologia marianasentraram numa crise sem precedentes. +#egou)se ao etremo de um !#n#!as!o!a#anoao se afirmar/ J5 se a&o' de!a#s so2e Ma#a. A%oa3 * te!po de/a&a6. +om a entrada do pensamento moderno na teologia, $m tambm assuspeitas sobre a figura de Maria, de nature-a psicolgica, sociocultural, religiosa epoltica. % retomada da mariologia acontece aps essa crise.

    %tualmente, a refle"o sobre Maria epressa a pluralidade do mundo e de suasculturas. (e um lado, # trabal#os recentes, bem funda mentados, sobre Maria na:blia, que constituem um importante campo de dilogo com as outras Igrejas crist"s.essoas e grupos desen$ol$em pesquisas sobre Maria no dilogo inter)religioso, com oislamismo, o judasmo, os cultos afro)americanos e a religiosidade esotrica ps)moderna. 2omam)se 1 contribui!"o da teologia da liberta!"o, da teologia feminista eda ecoteologia. :usca)se um paradigma abrangente, um modelo de compreens"ocapa- de organi-ar, com sentido, os dados da :blia, do culto e do dogma a respeitode Maria. +resce tambm uma teologia mstica marial, centrada em 7esus e na

    4rindade, que $isa a bali-ar a peregrina!"o espiritual de #omens e mul#eres. (e outrolado, rea$i$a)se a mariologia de pri$ilgios, o maimalismo mariano, a de$o!"oproselitista, moralista, de carter dogmatista.

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    7. 8ON8EITO3 E9IG:N8IAS E TAREFAS DA MARIOLOGIA

    % mariologia a disciplina teolgica que estuda o lugar de Maria no projeto sal$ficoda 4rindade e sua rela!"o com a comunidade eclesial. % mariologia uma refle"osistemtica, crtica e sapiencial que parte da f e 1 f retorna.

    % refle"o teolgica sobre Maria se fa- como uma escada de trs degraus. 3o n$elbsico se situam os dados bblicos sobre a m"e de 7esus. les s"o imprescind$eis,para n"o construir uma mariologia sobre o $a-io. 4oda refle"o teolgica baseia)se na2agrada scritura. 3o segundo n$el se situam os dogmas marianos, que condensamgrande parte da refle"o eclesial sobre ela. or fim, o culto a Maria, compreendendo ade$o!"o popular e a liturgia. Interessante obser$ar que o culto o aspecto mais$is$el e pode parecer o 'nico importante. 0s trs degraus se relacionammutuamente, mas # uma prioridade da 2agrada scritura sobre o dogma.

    % elabora!"o de uma mariologia atual eige uma boa base bblica. Isso significacon#eceros tetos bblicos sobre Maria, relacionando)os com o autor bblico e sua

    teologia. 3ecessita percorrer a #istria da refle"o de f da Igreja para compreendercomo surgiram os dogmas e situ)los em seu conteto. %lm disso, para pensar sobreo sentido de Maria, o mariologo de$e relacion)lo com outros campos da refle"oteolgica que falam de 7esus, da Igreja, do mistrio do ser #umano 1 lu- da f e de suasal$a!"o 8cristologia, eclesiologia, antropologia teolgica e soteriologia9. le8a9passeia pelas disciplinas teolgicas e $ai tecendo a mariologia. 0 grande problema demuitos professores e de certos li$ros de mariologia reside num #ori-onte teolgicoestreito, que parece $er somente Maria. 2e $oc $ai escre$er sobre Maria em 5ucas,de$e con#ecer bem a teologia do terceiro e$angelista. 2e algum $ai refletir sobre odogma da %ssun!"o, de$e ir a fundo na disciplina teolgica da escatologia, que trata

    sobre o 'ltimo e definiti$o em todas as coisas, inclusi$e a morte e a ressurrei!"o. 3"obasta que seja uma refle"o rec#eada de cita!&es dos padres da Igreja, dos concliose dos papas. la precisa ser consistente e abrangente.

    or fim, a refle"o atual sobre Maria se fa- com o ol#ar e o cora!"o sintoni-ados naperegrina!"o eistencial e espiritual de #omens e mul#eres de #oje. Isso requer dotelogo uma agu!ada sensibilidade #istrica e dialogal. le est atento n"o somenteaos li$ros publicados, mas tambm aos fatos significati$os e 1s suas interpreta!&es.%ssim, ele atuali-a e reinterpreta os dados bblicos)teolgicos sobre Maria lu- dossinais dos tempos e das prticas eclesiais. tambm busca con#ecer as prticas

    lit'rgicas e de$ocionais marianas, $isando purific)las e resgatar seu sentidoespiritual.

    % mariologia contemporKnea tem pela frente alguns desafios e tarefas urgentes.Vejamos resumidamente.

    a9 (2+0:6I6 0 5LH%6 %606I%(0 ( M%6I%/ em muitas manifesta!&esde$ocionais, parece que Maria tomou de 7esus. % mariologia de$e nos apontar a

    7esus e ao 6eino de (eus. +omo Maria, ela a ser$a do 2en#or.

    b9 +05%:06%6 30 (I50H0 +LMN3I+0 I346)65IHI020/ durante muito

    tempo, utili-ou)se Maria como um escudo contra as outras Igrejas crist"s. %pso Vaticano II, a mariologia bblica cresceu e estabeleceram)se pontos deconsenso entre catlicos, ortodoos e protestantes das igrejas #istricas.

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    c9 6I34664%6 02 (0HM%2/ sabido que alguns dogmas marianosapresentam difcil compreens"o e question$el aceita!"o. Oual o significado#umano e espiritual da $irgindade perptua de Maria e etc...? 3"o basta repetiro que disseram os conclios e os papas. * preciso proclamar estas $erdades deuma forma coerente com o a$an!o dos estudos teolgicos. ainda, que ten#aalgum sentido para a $ida crist".

    d9 3@634%6 % OL24P0 (%2 %%6IQR2/ impressionante como a passagemdo sculo AA, tra-endo no seu bojo uma crise de poca, suscitou tantaspretensas apari!&es marianas, com mensagens apocalpticas e de con$ers"o. %mariologia de$e ajudar os crist"os a terem critrios de discernimento emrela!"o 1s mensagens dos $identes e ao prprio mo$imento aparicionista.

    ;. A ME DE JESUS< MARIA EM MAR8OS E MATEUS

    3o e$angel#o de Marcos, nada se di- eplicitamente sobre as qualidades #umanas eespirituais de Maria. la colocada no meio dos familiares de 7esus. , conforme oprimeiro e$angelista, 7esus rompe com os la!os familiares e locais para poderanunciar, com maior liberdade, o 6eino de (eus. Isto pro$oca um conflito com seusfamiliares e seus conterrKneos. Mais ainda, 7esus constitui, com o grupo dos seusseguidores, uma no$a famlia, n"o mais centrada nos la!os biolgicos. 3o e$angel#ode Marcos, j se coloca a quest"o dos irm"os de 7esus. , para Marcos, ao menos

    4iago e 7oset, c#amados irm"os de 7esus, s"o fil#os de outra Maria.

    Mateus d um passo a mais, em rela!"o a Marcos, ao apresentar Maria como a m"e$irginal do Messias. 3os relatos de infKncia, ele mostra Maria como a m"e associadaao destino do fil#o. ro$a$elmente em $irtude dessa $is"o positi$a sobre Maria e daparticipa!"o importante de 4iago 8o irm"o do 2en#or9 nas comunidades crist"s deorigem judaica, Mateus redu- o conflito de 7esus com sua famlia. Mas Maria n"oaparece, ainda, como protagonista de uma #istria. 3"o pronuncia nen#uma pala$ra,n"o demonstra nen#um gesto que re$ele sua pessoa.

    =. >EREGRINA NA F? E >ERFEITA DIS8@>ULA< MARIA EM LU8AS

    5ucas nos apresenta muitas caractersticas de Maria. la o eemplo $i$o do discpuloe seguidor de 7esus, que acol#e a pala$ra de (eus com f, guarda e medita nocora!"o e a p&e em prtica, produ-indo bons frutos.

    Maria , por ecelncia, a peregrina na f. 0 sim, pronunciado com tanta inteire-a noincio da ju$entude, se reno$a muitas $e-es no correr da $ida. la passa por crises esitua!&es desafiadoras, que a fa-em crescer e camin#ar sempre mais na ades"o ao2en#or.

    Maria nos recorda que (eus escol#e preferencialmente os simples e #umildes parainiciar o 6eino de (eus, a recria!"o da #umanidade e dos cosmos. % partir do

    Magnificat, ou$e)se o apelo por no$as rela!&es interpessoais, econGmicas, polticas,culturais e ecolgicas. Maria simboli-a o ser #umano em constru!"o, aberto a (eus,tocado pelo sprito 2anto, culti$ando um cora!"o solidrio.

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    sses tra!os de Maria inspiram atitudes de $ida de cada crist"o e da Igreja. 2entindo)nos c#amados a ser discpulos fiis de 7esus, ou$indo, acol#endo, guardando nocora!"o e praticando sua ala$ra. 6eno$amos o nosso sim, mesmo no meio das crises,pois sabemos que somos bem)amados de (eus 8f =,D9. %limentados, como Maria, umcora!"o agradecido a (eus, que o lou$a por todo o bem que ele reali-a em nosso meioe por meio de ns. nos empen#amos pela solidariedade e pela cidadania planetria,

    construindo uma sociedade mais prima do projeto de (eus.

    . ME DA 8OMUNIDADE< MARIA NO E-ANGELHO DE JOO

    3o quarto e$angel#o, Maria apresentada como uma figura especial na comunidadedo discpulo amado. la aparece em dois grandes momentos/ no incio do li$ro dossinais, em +an, e no li$ro da ealta!"o, no momento culminante da cru-, passagempara o ai e glorifica!"o da miss"o de 7esus. 2oa como uma grande inclus"o/ Mariaparticipa de momentos)c#a$es na atua!"o de 7esus. le n"o a c#ama diretamente de

    m"e, mas sim de mul#er, caracteri-ando sua figura atuante na comunidade e smbolofeminino do o$o de (eus.

    m +an, Maria se caracteri-a como a discpula)m"e, que le$a os ser$idores a reali-aro que 7esus l#es di-. 0 sinal de +an abre)nos a re$ela!"o de 7esus, como o mel#or$in#o, a grande surpresa de (eus que irrompe na #istria, tra-endo alegria eesperan!a. 0 sinal suscita a f dos discpulos. % partir de +an se constitui acomunidade reunida em torno de 7esus. Maria tem uma atua!"o discreta e firme. 7 norelato da cru-, aparentemente, n"o # uma a!"o direta de Maria. Mas sua presen!a

    junto 1 cru-, com outras mul#eres e o discpulo amado, sinali-a o amor que perse$era.

    la apresentada por 7esus como a m"e da comunidade ao discpulo amado. * omomento solene de uma ado!"o recproca/ a m"e assume o fil#o, o fil#o assume am"e. orm, n"o se di- concretamente como ela eercer esse papel.

    . MARIA NO A>O8ALI>SE E EM OUTROS ES8RITOS B@BLI8OS

    0 teto de %p =F, primariamente, refere)se 1 comunidade dos seguidores de 7esus, aIgreja perseguida, o grupo de #omens e mul#eres que se empen#am pelo :em, o o$ode (eus peregrino, que continuamente gera o Messias, sob a a!"o da gra!a de (eus.ortanto, um relato de nature-a cristolgica e eclesiolgica. 2ua mensagemesperan!ada clara/ mesmo que o po$o de (eus esteja sofrendo para garantir o :em

    e construir o no$o na #istria, e o poder destruidor do Mal pare!a mais forte, (eusest conosco, e sua $itria garantida.

    Mas, secundariamente, %p =F pode ser tambm aplicado a Maria m"e do Messias eimagem do o$o de (eus. specialmente porque a plasticidade das imagens e dasanalogias do %pocalipse nos permitem interpreta!&es m'ltiplas e complementares.

    +om certe-a, os tetos bblicos eplicitamente escritos a respeito de Maria seencontram nos e$angel#os. 3o li$ro do %pocalipse, pode)se atribuir uma interpreta!"omariana, mas que secundria na inten!"o do autor. 0utros tetos, atribudos aMaria, s"o resultado de interpreta!"o posterior, a maioria ser$indo)se do recurso daalegoria. (e$emos ter claro, no entanto, que esses trec#os n"o s"o originalmentemariais. 4al cuidado de$e guiar)nos tambm na liturgia e na catequese para e$itar umdiscurso eagerado sobre Maria sem a de$ida fundamenta!"o na scritura 2agrada.

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    C. MARIA DA B@BLIA TRADIO

    (eus se re$elou a ns, por meio de gestos e pala$ras, na #istria de sal$a!"o. ssa#istria se constituiu a partir de fatos e interpreta!&es. 0 processo de re$ela!"o, no

    seio do o$o de (eus, percorreu contnuos camin#os de polissemia e clausura, ouseja, abertura e amplia!"o de significados e delimita!"o de sentidos. perimentaram)se muitas releituras. Ouando se definiu o cKnon das escrituras, #ou$e um no$oprocesso de clausura. Mas, a intratetualidade permitiu tambm a polissemia.

    ;oje, o o$o de (eus, com base no teto re$elado e consignado na :blia, tambmreali-a processos enriquecedores de interpreta!&es da ala$ra. % 4radi!"o, como umrio, origina)se na nascente da re$ela!"o, mas incorpora em suas caudalosas guas oque a memria coleti$a e seleti$a da comunidade eclesial elabora e retm,transmitindo)a 1s no$as gera!&es.

    % partir dessa compreens"o $i$a da 4radi!"o, sempre referida 1 scritura, podemoscompreender como a figura de Maria foi t"o ampliado na comunidade eclesial, nocorrer da #istria. Mas isso n"o torna legtima qualquer epress"o da 4radi!"o. *insano aferrar)se igualmente a todas as epress&es da 4radi!"o, como se elas fossemdi$inas. % #istria camin#a e o espirito de (eus est continuamente agindo nela. 0sprocessos de polissemia e clausura continuam a se reali-ar #oje. * $erdade que a

    4radi!"o e os dogmas marcam bali-as no campo #ermenutico da f, mas eles n"opodem imobili-ar)nos. %o contrrio, de$em suscitar em ns a conscincia #umilde deque o 2en#or est nos condu-indo 1 $erdade plena, por meio de epress&es ecompreens&es que caducam e necessitam ser purificadas. 3a mariologia, scritura,

    4radi!"o, dogmas e sinais dos tempos de$em passar por uma rela!"o decircularidade, considerando sempre que a :blia a fonte de toda a teologia.

    . DOGMAS MARIANOS

    a. M%6I%, MP VI6HM/ 0 dogma da maternidade di$ina de Maria surgiuno seio da discuss"o sobre a #umanidade e a di$indade de 7esus. %quest"o fundamental n"o esta$a centrada em Maria, mas troueconsequncias para a mariologia. 0 +onclio de *feso, no ano de C=,

    depois completado por +alcedGnia, sustenta que Maria a parturiente8em grego/ t#eotSos9 de toda a pessoa de 7esus +risto, enquanto fil#ode (eus encarnado.Maria n"o M"e de (eus, em sentido estrito, porqueuma criatura n"o pode ser m"e do +riador. (e maneira precisa, di-emosque ela a m"e do @il#o de (eus encarnado. +ompreendemos amaternidade di$ina de Maria no #ori-onte da teologia trinitria. Maria afil#a querida de (eus ai, simboli-ando a participa!"o de cada ser#umano na filia!"o di$ina a partir de 7esus +risto. m rela!"o ao seu fil#o

    7esus +risto, Maria m"e, educadora e discpula. por fim, Maria contemplada pelo sprito. %ssim ela se torna templo espiritual e corporal

    do spirito 2anto.0 dogma de Maria m"e nos abre uma srie depossibilidades de interpreta!"o. +omporta grande carga polissmica, ouseja, um amplo leque de significados diferentes e complementares.Maria

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    m"e, em rela!"o a ns crist"os, a partir da paternidade)maternidade de(eus e da filia!"o na comunidade crist". 2ua miss"o materna parte da fe condu- 1 f. +ria mo$imento #istrico de ado!"o e engajamento, comosinali-a o quarto e$angel#o. 0l#ando para Maria m"e, a Igrejacompreende sua dimens"o materna, de gerar e criar seus fil#os na f eeercer a caridade para todos os seres #umanos, a come!ar pelos que

    mais necessitam.T lu- dos estudos contemporKneos sobre a dimens"opsicolgica e cultural da maternidade, a mariologia est superando uma$is"o idealista sobre Maria e as m"es. (esta forma, contribui para oprocesso de liberta!"o de muitas mul#eres, que padeciam sob o mito dam"e perfeita. Maria m"e referncia simblica e efeti$a para todos o ser#umano, #omem ou mul#er, c#amado a cuidar das rela!&es #umanas e a-elar pela teia da $ida no nosso planeta. ; uma analogia entre Mariam"e e a maternidade planetria. 0ra, a maternidade uma corrente deinterdependncia e simultaneidade. 4odo ser #umano intrinsecamentefil#o e m"e, mesmo que n"o gere e nutra um outro ser #umano. 2omos

    fil#os e amigos da 4erra. (ela recebemos os nutrientes, o ar, a energia,estabelecendo m'ltiplas rela!&es com todos os seres. % 4erra nos gera enos sustenta como m"e. 1 medida que assumimos uma conscinciaplanetria, cuidamos dela, como o fil#o cuida de sua m"e. ste oprincpio bsico de uma ecomariologia. Maria, fil#a predileta de (eus ai)M"e, assume uma miss"o materna, que passa a ser referncia para todoo ser #umano na rela!"o com seus semel#antes e com todos os seres.

    b. IM%+L5%(% +03+IQP0 %22L3QP0/ +ada dogma nos di- que Maria uma pessoa #umana como ns, mas muito especial. Mostra algo de seu

    mistrio, que ns n"o percebemos com um ol#ar superficial. Maria como terra $irgem, c#eia de $i!o, aberta para ser fecundada por (eus.%o acol#er o imenso dom do 2en#or, ela se torna a m"e do @il#o de (eusencarnado. nos ensina a desen$ol$er os tra!os do amor materno.Ouando ol#amos para Maria Imaculada, essa mul#er t"o c#eia de (eus,descobrimos que a $ida dela foi como empinar uma pipa. (eus l#e deu o$ento do sprito, que sopra$a sobre ela sem resistncias. elacorrespondeu sempre, com liberdade e generosidade. 2olta$a a lin#a,cada $e- mais, reali-ando $Gos le$es, ousados e bonitos. o final de suaperegrina!"o nesse mundo s podia ser bom. Maria a mul#er de3a-ar, m"e e educadora do Messias. la se torna perfeita discpula de

    7esus, ou$e a pala$ra, medita e a p&e em prtica. %ge tambm comom"e da comunidade. (eus assume de tal maneira sua pessoa e suamiss"o que Maria #oje est glorificada junto do seu @il#o e dos santos,pela %ssun!"o. 4oda de (eus e muito #umana/ eis o segredo dos dogmassobre Maria. Lm segredo que nos ajuda a ser mais autnticos seguidoresde 7esus, com ela.

    1. MARIA NA DE-OO >O>ULAR E NA LITURGIA

    +omo catlicos, descobrimos e culti$amos muitas maneiras diferentes de re-ar aMaria. %s de$o!&es populares marianas s"o bons instrumentos de ora!"o e de

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    e$angeli-a!"o, que necessitam ser selecionados, purificados e ressignificados. %sde$o!&es mal utili-adas e manipuladas s"o como faca afiada nas m"os de pessoas$iolentas. odem fa-er estragos. (e$o!&es, usadas com cora!"o e bom senso, fa-embem 1 comunidade, pois nos ajudam a mergul#ar nas guas de (eus. Lm ban#osaud$el na fonte de toda a $ida.

    %ssociar Maria 1 nossa ora!"o trinitria n"o quest"o terica, que se justifica comargumentos de con$enincia ou da 4radi!"o. %ntes, consiste numa postura, numaprtica opcional e saud$el. ois Maria nossa compan#eira de f. Vai conosco e nosle$a a 7esus. Ouem eperimenta, sabe como bom.

    11. DE UESTES SOBRE AS A>ARIES DE MARIA

    1. >aa )'e e#ste! apa#Kes3 se De's de#o' s'a Re$e&a"o naB2a

    %s apari!&es n"o s"o consideradas uma no$a re$ela!"o de (eus, para completar oucontinuar o que 7esus +risto nos deiou. las s"o simplesmente uma eperinciamstica, $i$ida pelos $identes na presen!a de 3ossa 2en#ora, para recordar a 'nicare$ela!"o de (eus em 7esus +risto. 0s $identes relembram alguns aspectos da $ida def, como a con$ers"o, a ora!"o, a penitncia, a reno$a!"o da op!"o pelo $angel#o.mbora seja uma forma de comunica!"o etraordinria, as mensagens das apari!&esn"o substituem nem a :blia nem o sprito 2anto, que fala no cora!"o de cada crist"oe da comunidade. Lm $idente ou uma pessoa comum, que $i$e a sua fintensamente, ambos tm o mesmo direito de serem escutados e acol#idos pelos seusirm"os quando pronunciam pala$ras inspiradas.

    ,. E#ste! apa#Kes o' e&as s"o po0eKes dos $#dentes

    % pergunta de$e ser respondida concretamente para cada caso. ; ocasi&es em queeistem muitos indcios de uma forte presen!a de (eus, fa-endo)nos acreditar que #uma eperincia religiosa autntica, como em Huadalupe, 5ourdes e @tima. moutras, o bom senso le$a a crer que # algo errado, mesmo que apare!am sinaiscsmicos e aconte!am milagres. 0 fato de #a$er curas, con$ers&es ou mesmo

    mudan!as na nature-a n"o pro$a que uma apari!"o seja legtima, por muitas $e-esesses fenGmenos tm sua origem na f e na for!a espiritual da multid"o reunida, en"o na presen!a de Maria e no testemun#o espiritual do $idente. Ouando aparecem$identes fanticos, com mensagens apocalpticas e moralistas, que n"o est"o emsintonia com o $angel#o nem com a camin#ada da Igreja, n"o de$em ser aceitoscomo legtimos.

    7. Ma#a a&a ea&!ente aos $#dentes As !ensa%ens dos $#dentes seo#%#na! de Ma#a

    %s apari!&es n"o s"o uma comunica!"o de (eus direta, em estado puro. 3a

    mensagem do $idente, $m misturadas as suas eperincias psicolgicas e culturais,a $is"o que ele tem do mundo, a mentalidade da poca e tantas outras coisas. %t nasapari!&es recon#ecidas pela Igreja # muitas mensagens dos $identes nas quais

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    afloram o inconsciente coleti$o, as manifesta!&es de$ocionais. or eemplo, adescri!"o do purgatrio e o de$ocionismo dos 2antos em @tima. Lsando umacompara!"o/ os $identes n"o s"o como antenas parablicas, que captam umamensagem inacess$el para ns. 2"o, antes, destiladores de uma eperincia msticapessoal. les sempre transmitem uma eperincia religiosa que foi reelaborada pelasua subjeti$idade psquica e espiritual. Imposs$el fugir disso. %t a :blia necessita

    ser interpretada, pois ala$ra de (eus em linguagem #umana. Imagine ent"o amensagem de um $identeU or isso, as mensagens de apari!&es n"o podem sertomadas ao p da letra, como se fossem uma comunica!"o diretin#a de 7esus ou deMaria. 3a mensagem do $idente, necessrio discernir o que pode ser um apelo de(eus para ns. 4omar o que bom e deiar fora o que n"o nos ajuda a $i$er naliberdade dos fil#os de (eus 8Hl >,=9

    ;. >o )'e s a&%'!as pessoas $e! Nossa Sen(oa E&as t! !a#s *do )'e ns

    0 fato de $er ou ou$ir Maria n"o significa que os $identes ten#am mais f do que ns.ara um crist"o, o mais importante n"o $er coisas etraordinrias, mas entregar ocora!"o para (eus, buscar reali-ar sua $ontade e esperar nele. % f n"o precisa desinais, embora agrade!amos muito a (eus quando ele nos deia algum. %s pessoasque $em ou ou$em apari!&es s"o c#amadas de $identes ou confidentes.3ormalmente, elas tm um poder mental etraordinrio, s"o sensiti$as ouparanormais. (essa forma, $i$enciam e interpretam a presen!a de (eus de maneiramais intensa do que ns. 3o momento de uma pro$$el apari!"o, elas entram emtase, uma forma de altera!"o da conscincia, atestada por muitos estudoscientficos. (eus pode ser$ir)se dessa capacidade etraordinria das pessoas para noscomunicar algo de seu amor por meio de Maria. 3o entanto, os paranormais ousensiti$os captam, elaboram e transmitem sua eperincia, de acordo com o seu n$elespiritual e o equilbrio psquico. 0u seja, pessoas pouco e$oludas espiritualmentepodem entrar em tase, mas a sua eperincia mstica ser de qualidade du$idosa.%lm disso, # indi$duos com srios dist'rbios psquicos que tm tases simulados.(ando asa 1 sua loucura, podem atrais multid&es e le$a)las ao engano.

    =. >o )'e (o0e (5 tantas petensas apa#Kes

    0 mundo de #oje est em crise, $i$e conturbado. % passagem do milnio deioumuitas perguntas sobre o futuro do nosso planeta. %s pessoas, desesperadas,

    confusas, repletas de problemas pessoais e familiares, com medo, procuram nareligi"o um amparo. :uscam al$io, consolo e algumas certe-as para $i$er. las ficamencantadas com as coisas mara$il#osas e mgicas da religi"o. 4odo esse ambiente deinseguran!a, crise e medo da sociedade moderna le$ou a um reencantamento com osagrado. Isso cria um ambiente fa$or$el para surgir e desen$ol$er)se fenGmenosmsticos etraordinrios. Ouando se tem notcia de uma poss$el apari!"o, asmultid&es correm $idas para o local, na esperan!a de encontrar o que buscam/ a pa-,a cura, o emprego, a felicidade pessoal, o sentido para $i$er... o fato se di$ulga logo,com a facilidade dos transportes e dos meios de comunica!"o.

    . >o )'e a&%'ns $#dentes #ns#ste! so2e o #! do !'ndo e o /ast#%ode De's so2e a ('!an#dade

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    ste um eemplo tpico de como se misturam, na eperincia do $idente, amensagem de (eus com coisas #umanas. 3o passado, muitos santos e $identes jerraram quando fi-eram pre$is"o do fim do mundo e da segunda $inda de 7esus8parusia9. 2empre que # uma grande crise nas ci$ili-a!&es, como est acontecendo#oje, alguns pre$eem a destrui!"o como 'nica forma de purifica!"o para recome!ardireito. 3a $erdade, ns n"o sabemos nada sobre o fim do mundo 8Mt FC,D9. 0 futuro

    do mundo est nas m"os de (eus e depende tambm das atitudes da #umanidade.(e qualquer forma, a $erdadeira con$ers"o n"o nasce do medo da destrui!"o, mas dacerte-a de que (eus bom, que ele eerce sua compai"o pela #umanidade e nosc#ama a uma $ida plena 87o =E,=E9.

    . 8o!o d#Pe )'e '!a apa#"o * a'tnt#/a

    3"o podemos afirmar com total certe-a, mas alguns critrios nos ajudam/ e)'#&2#o!enta&< a pessoa tem boa sa'de psquica? Indi$duos mentalmente desequilibradospodem ter $is&es de 3ossa 2en#ora, que s"o apenas cria!"o de sua imagina!"o e doseu desejo. 3ormalmente, os $identes que querem ser recon#ecidos pela igreja s"osubmetidos a uma junta de profissionais, psiquiatras e psiclogos, para a$aliar a suasa'de mental. Honest#dade do $#dente e de se' %'po< 0 $idente e seu grupode$em buscar, com simplicidade, a fidelidade 1 $ontade de (eus, e n"o seusinteresses prprios. or $e-es, a buscar de fama, poder ou din#eiro ou a press"o deparentes e amigos acaba, produ-indo apari!&es indu-idas nos $identes. m resposta aesses estmulos, eles passam a criar e repetir mensagens, para atrair o grandep'blico. 'adade da !ensa%e!< a mensagem do $idente de$e estar de acordocom o $angel#o e a camin#ada da Igreja no seu pas e no mundo. (e$e ser :oa)3otcia, atuali-a!"o do $angel#o para ns. 2e, ao contrrio, o $idente s se lembrado castigo e da ira de (eus, est esquecendo a mensagem de misericrdia do$angel#o 85c =>9. 2e o $idente $eicula mensagens en$iadas de julgamentos epreconceitos contra pessoas e grupos, sinal que n"o $m de (eus, mas do engano,do orgul#o e da $aidade. Os 'tos das apa#Kes< se o mo$imento de uma apari!"ole$a muitos crist"os a $i$er mel#or a f, a esperan!a e a caridade, um bom sinal.

    4ambm as curas e milagres podem nos di-er que (eus est agindo ali de maneiraespecial. sses quatro critrios podem ajudar $oc a analisar se um mo$imento desuposta apari!"o bom e digno de crdito.

    C. 'a& a d#eena ente $#s"o e apa#"o

    Vis"o um tipo de eperincia mstica etraordinria, na qual uma pessoa afirma ter$isto a m"e de 7esus. %pari!"o significa que Maria glorificada se manifestou a um oumais $identes e l#es deiou uma mensagem, para ser transmitida aos outros.3ormalmente, a $is"o $em acompan#ada de uma mensagem. Mas tambm #msticos que n"o $em, mas ou$em $o-es de 7esus, de Maria ou de algum santo. Issopode acontecer tambm com qualquer um, alguma $e- na $ida, em momentos deintensa eperincia espiritual. Ouando falamos em apari!"o, estamos qualificando ofenGmeno do ponto de $ista do sagrado que, pro$a$elmente, a se manifesta. 2edissermos $is"o, estamos sendo mais cautelosos, pois s di-emos que uma pessoaeperimentou algo etraordinrio. (e qualquer forma, um pretenso $idente necessita

    de acompan#amento espiritual e #umano qualificado para discernir o que estacontecendo nele e ajuda)lo na camin#ada de f.

    . Os /at/os ne/ess#ta! a/ed#ta nas apa#Kes

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    3"o. %s apari!&es n"o fa-em parte do credo e dos dogmas catlicos. 4emos aliberdade de aceitar ou ignorar essa eperincia religiosa. %s apari!&es tm seu $alorespiritual, mas n"o s"o absolutas. %t os pedidos dos $identes que eles consideram$indos de Maria ) , como re-ar o rosrio ou fa-er penitncia, s"o apenas consel#ospara ajudar a nossa $ida crist". 3ingum obrigado a segui)los. 2e algum sente queisso o aproima de (eus e o ajuda a reali-ar a sua $ontade, pode ser$ir)se deles. Mas

    ningum tem o direito de julgar os que n"o acreditam nas apari!&es e ignoram ospedidos dos $identes. or outro lado, os que n"o crem em apari!&es de$em respeitaros que pensam diferente deles. 0 catlico pode confiar na eperincia e namensagem de alguns $identes, mas ser uma confian!a #umana mesmo que #ajamuitos sinais mara$il#osos.

    1. 8o!o a I%e0a e/on(e/e a a'tent#/#dade de '!a apa#"o

    4rata)se de um camin#o longo e demorado. %bre)se um processo canGnico, quecome!a na diocese onde acontece o fenGmeno. Isso eige que o bispo esteja abertopara analisar o fenGmeno e creia que pode #a$er algo a mais acontecendo com o$idente. Lma comiss"o de peritos analisa a situa!"o psquica do $idente. 0 mesmoacontece com o teor das suas mensagens. %nalisa)se tambm a qualidade dos sinaisetraordinrios reali-ados, especialmente curas e con$ers&es. assada essa fase, todaa documenta!"o en$iada a 6oma, que pode nomear outras comiss&es paracon$alidar o processo diocesano. 0 recon#ecimento oficial muito moderado na sualinguagem. (eclara)se que a mensagem do $idente digna de f #umana, ou seja,pode ser di$ulgada e acol#ida pelos fiis, mas n"o constitui algo original ouobrigatrio para a eperincia crist". %ceita)se que no local seja erguido um santuriode lou$or a Maria, com o nome que o $idente l#e conferiu. +ontudo, em nen#ummomento o documento oficial da Igreja declara que Maria apareceu naquele lugar.