Apostila de Auditoria I 6 Cc

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  • 8/17/2019 Apostila de Auditoria I 6 Cc

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    UNISALESIANO LINS CENTRO UNIVERSITÁRIO CATOLICO SALESIANO AUXILIUM CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

    AUDITORIA I

    Prof.a. M.Sc. Rosiane Cristina Sozzo Gouvêa 

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    1 - PRINCÍPIOS DE AUDITORIA 

    1.1 - DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO 

    Entre as diversas áreas de atuação do Contador, a auditoria vem experimentando excepcionaldesenvolvimento, quer no plano prático, quer no plano teórico. 

    A auditoria surgiu como conseqüência da necessidade de confirmação dos registros contábeis,em virtude do aparecimento das grandes empresas e da taxação do imposto de renda, baseado nosresultados apurados no balanço.

    No início, as empresas eram fechadas e pertenciam a grupos familiares. Com a expansão domercado e ou acirramento da concorrência, houve a necessidade de a empresa ampliar suas instalações

    fabris e administrativas, investir no desenvolvimento tecnológico e aprimorar os controles eprocedimentos internos em geral, principalmente visando à redução de custos e, portanto, tornandomais competitivos seus produtos no mercado. 

    Para processar todas essas mudanças seria necessária um volume de recursos impossível de serobtido por meio das operações lucrativas da empresa ou do patrimônio dos proprietários. A empresateve de captar recursos junto a terceiros, principalmente mediante empréstimos bancários em longoprazo e abrindo seu capital social para novos acionistas. 

    No entanto, esses futuros investidores precisavam conhecer a posição patrimonial e financeira,a capacidade de gerar lucros e como estava sendo efetuada a administração financeira dos recursos.Essa necessidade de informações era para que o investidor pudesse avaliar a segurança, a liquidez e a

    rentabilidade de seu futuro investimento. A melhor forma de o investidor obter essas informações erapor meio das demonstrações contábeis da empresa, ou seja, o balanço patrimonial, a demonstração doresultado do exercício, a demonstração das mutações do patrimônio líquido, a demonstração dasorigens e aplicações de recursos e as notas explicativas.

    Como medida de segurança contra a possibilidade de manipulação de informações, os futurosinvestidores passaram a exigir que essas demonstrações fossem examinadas por um profissionalindependente da empresa e de reconhecida capacidade técnica. Esse profissional que examina asdemonstrações contábeis da empresa e emite sua opinião sobre estas, é o auditor externo ou auditorindependente. 

    Na fase inicial do desenvolvimento das técnicas de auditoria, surgiram muitas dúvidas,principalmente relacionadas com a amplitude dos testes, sendo a principal delas a seguinte: o auditorexterno para dar sua opinião sobre as demonstrações contábeis teria de examinar todos os lançamentoscontábeis referentes aquele exercício social? Caso examinasse todos os lançamentos contábeis, além doalto custo dos serviços de auditoria, a opinião do auditor não teria utilidade, devido ao fato de queprovavelmente seria emitido com muito atraso. 

    Existe a necessidade de o auditor examinar todos os lançamentos contábeis? 

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    Em primeiro lugar, o auditor externo deve-se preocupar com erros que, individual oucumulativamente, possam levar os leitores das demonstrações contábeis a terem uma interpretaçãoerrônea sobre elas. Portanto, o valor desses erros teria de ser significativo em relação às demonstraçõescontábeis. 

    Em segundo lugar, normalmente a empresa já tem um conjunto de procedimentos internos,

    chamado na prática, de sistema de controle interno com o objetivo de evitar a ocorrência de erros. Orisco da ocorrência de um erro, em uma empresa com um sistema de controle interno, é muito menordo que em uma empresa com um sistema de controle interno ruim. O auditor externo utiliza o sistemade controle interno da empresa para determinar a amplitude dos testes de auditoria. 

    A auditoria surgiu primeiramente na Inglaterra, que, como dominadora dos mares econtroladora do comércio mundial, foi a primeira a possuir as grandes companhias de comércio e aprimeira também a instituir a taxação do imposto de renda, baseado nos lucros das empresas. 

    A profissão do auditor data do século XVIII, onde alguns profissionais se auto nomeavamcontadores públicos, executando, porém, um trabalho pouco mais aprofundado do que aqueleexecutado pelos contadores comuns. 

    A partir de 1900, a profissão do auditor tomou maior impulso através do desenvolvimento docapitalismo, tornando-se uma profissão propriamente dita. 

    Em 1934, com a criação da Security and Exchange Comission nos Estados Unidos, a profissãodo auditor criou um novo estímulo, pois as companhias que transacionavam ações na Bolsa de Valoresforam obrigadas a utilizar-se dos serviços de auditoria, para dar maior fidedignidade às suasdemonstrações financeiras.

    No Brasil, as primeiras normas de auditoria surgiram em 1972, com base na experiência depaí ses mais adiantados. 

    Este trabalho foi elaborado pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil IAIB (hojeIBRACON), com a oficialização pelo Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução n  321em 14.04.1972. 

    Os países mais adiantados do ponto de vista profissionalforam os primeiros a estabelecernormas de auditoria, as quais, com o tempo passaram a ser atualizadas com sucessivospronunciamentos dos órgãos reguladores que apresentam maiores detalhamentos à medida quesituações novas surgem no exercício da função do auditor independente. 

    Em 1991, o Conselho Federal de Contabilidade, estabelece novas Normas de Auditoria atravésdas Resoluções 700 e 701. Revoga a Resolução 321/72. 

    Em 1997 o Conselho Federal de Contabilidade revoga as Resoluções 700 e 701/91 e estabelecenovas Normas de Auditoria, através das resoluções 820 e 821, de 17 de dezembro de 1997, publicadasno DOU. em 21.01.98. 

    O desenvolvimento da auditoria no Brasil, teve influência de:  a). Filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras;  b). Financiamento de empresas brasileiras através de entidades internacionais; 

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     c). Crescimento de empresas brasileiras e necessidade de descentralização e diversificação de suasatividades econômicas; 

     d). Evolução do mercado de capitais; e). Criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do Brasil em 1972, e 

     f). Criação da Comissão de Valores Mobiliários e de Lei das Sociedades Anônimas em 1976. 

    A Lei 6.404/76, determinou que as companhias abertas, além de observarem as normasexpedidas pela Comissão de Valores Mobiliários serão obrigatoriamente auditadas por auditoresIndependentes registrados na CVM. 

    A Lei 6.385 de 7/12/76 criou a Comissão de Valores Mobiliários e estabeleceu a disciplina efiscalização para as atividades de auditoria das companhias abertas, dando à referida Comissãoatribuição de examinar a seu critério os registros contábeis, livros ou documentos dos auditoresindependentes. Segundo a referida lei, somente as empresas de auditoria contábil ou os auditorescontábeis independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários podem auditar asdemonstrações financeiras de companhias abertas e das instituições, sociedades ou empresas queintegram o sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários. Além disso, estabeleceu queas empresas de auditoria contábil ou auditores contábeis independentes responderão, civilmente pelos

    prejuízos que causarem a terceiros em virtude de culpa ou dolo no exercício de suas funções. 

    Com o natural desenvolvimento ocorrido no campo de auditoria, a profissão de auditorexperimenta uma gradativa e ascendente evolução no campo da contabilidade, custos, finanças,economia, legislação fiscal e comercial, de organização e métodos e de processamento eletrônico dedados. 

    1.2 - DEFINIÇÃO DE AUDITORIA (contábil) 

    Segundo Hilário Franco, é a técnica contábil que, através de procedimentos específicos que lhe sãopeculiares, aplicados no exame de registros e documentos, inspeções e na obtenção de informações e

    confirmações, relacionados com o controle do patrimônio de uma entidade - objetiva obter elementosde convicção que permitem julgar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com osPrincípios Contábeis Geralmente Aceitos e se as Demonstrações Financeiras deles decorrentes refletemadequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período examinado eas demais situações nelas demonstrados .

    1.3 - OBJETIIVO 

    O objetivo do exame normal de auditoria das demonstrações financeiras é expressar umaopinião sobre a propriedade das mesmas, e assegurar que elas representem adequadamente a posição

    patrimonial e financeira, o resultado de suas operações e as origens e aplicações de recursoscorrespondentes aos períodos em exame, de acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos,aplicados com uniformidade durante os períodos. 

    O exame de auditoria deve ser efetuado de acordo com as normas usuais de auditoria, inclusivequanto às provas nos registros contábeis e aos procedimentos de auditoria julgados necessários nascircunstâncias. 

    Dessa forma, o objetivo principal da auditoria pode ser descrito, em linhas gerais, como sendoo processo pelo qual o auditor se certifica da veracidade das demonstrações financeiras preparadas pela

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    companhia auditada. Em seu exame, o auditor, por um lado, utiliza os critérios e procedimentos que lhetraduzem provas que assegurem a efetividade dos valores apostos nas demonstrações financeiras e, poroutro lado, cerca-se dos procedimentos que lhe permitem assegurar a inexistência de valores ou fatosnão constantes das demonstrações financeiras que sejam necessários para seu bom entendimento. 

    Assim, cabe ao auditor, aplicar os procedimentos de auditoria adequados para cada caso, na

    extensão necessária, até a obtenção dos elementos materiais ou morais comprobatórios.

    A avaliação desses elementos fica a critério do auditor, devendo no entanto ser obedecido, nomínimo, o seguinte: 1. O simples registro contábil, sem outras comprovações não constitui elemento comprobatório;2.  Na ausência de comprovante idôneo, corroboram, para a determinação da validade dos registros

    contábeis, sua objetividade e sua correlação com outros registros contábeis ou elementos extracontábeis; 

    3.  Para ser aceitável, a correlação deve ser legítima e relevante, dependendo das seguintescircunstâncias: a). quando a correlação puder ser verificada relativamente à fonte externa, ela proporciona maior

    grau de confiança do que quando verificado na própria empresa; 

    b). quando as condições do sistema contábil e do controle interno forem satisfatórias, os registros eas demonstrações financeiras proporcionam maior grau de confiança; 

    c). o conhecimento direto e pessoal, obtido pelo auditor através de verificações físicas, observações,cálculos e inspeções, oferecem maior segurança do que as informações colhidas indiretamente. 

    4.  Como regra geral, existe relação entre o custo de obtenção de uma comprovação e a respectivaimportância. Contudo, a dificuldade ou o custo não constituem razões suficientes para suadispensa, quando o auditor a julgar necessária. 

    As demonstrações financeiras, de modo geral, precisam ser preparadas de forma que exprimamcom clareza a real situação da empresa em termos de seus direitos, obrigações e resultados dasoperações realizadas no período em exame, incluindo-se nesta preparação os critérios e procedimentoscontábeis adotados em sua elaboração e segundo os princípios de contabilidade geralmente aceitos, de

    forma que proporcionem interpretação uniforme e facilidade de compreensão. 

    Os procedimentos aplicados no exame das demonstrações financeiras são aqueles que, a juízodo auditor, permitem uma conclusão quanto à razoabilidade das operações e aos seus reflexos nasdemonstrações financeiras. Os procedimentos aplicados em uma auditoria e a extensão de suaaplicação são determinados pelo julgamento do auditor que deve considerar a natureza e os problemasda empresa e observar a qualidade e eficiência de seus procedimentos contábeis e seus controlesinternos. 

    Os procedimentos de auditoria são selecionados e aplicados em conformidade com as normasusuais de auditoria que exigem que o exame de auditoria seja executado com o devido cuidadoprofissional por pessoas com capacidade técnica, competência e independência ético-profissional, que

    o exame de auditoria seja planejado e supervisionado convenientemente, incluindo-se o estudo eavaliação dos controles internos, conclusivos quanto aos elementos comprobatórios suficientes eadequados que permitam a formulação da opinião do auditor sobre as demonstrações financeiras emexame. 

    A seleção e a extensão dos procedimentos de auditoria exigem o exercício de julgamentopessoal e profissional do auditor, que considerará todos os fatos relevantes quando tomar decisões, quevariam de acordo com a complexidade dos problemas e pontos que mereçam atenção por parte doauditor naquela empresa em exame. De qualquer forma os procedimentos e extensão aplicados emadequação das demonstrações financeiras devem estar restritos à obtenção de tal objetivo com a maioreficiência possível. A aplicação do conceito de relevância e a aceitação de certo grau de risco serve

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    para maximizar a eficiência e melhorar a qualidade do trabalho, dirigindo a atenção do auditor para osaspectos mais importantes e vitais da empresa em exame. 

    1 - A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicosque tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os PrincípiosFundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for

    pertinente, a legislação específica. 

    Salvo declaração expressa em contrário, constante do parecer, entende-se que o auditorconsidera adequadas e suficientes, para o entendimento dos usuários, as informações divulgadas nas demonstrações contábeis, tanto em termos de conteúdo quanto de forma. 

    O parecer do auditor independente tem por limite os próprios objetivos da auditoria dasdemonstrações contábeis e não representa, pois, garantia de viabilidade futura da entidade ou algum

    tipode atestado de eficácia da administração na gestão dos negócios. 

    1.4 - LIMITAÇÕES DA AUDITORIA CONTÁBIL 

    Embora possa ser a auditoria considerada instrumento indispensável de controle na modernaadministração de empresas, não se deve interpretar com exagero suas funções, tomando-a como órgãode supervisão geral da empresa, em substituição à própria administração. 

    Além da auditoria contábil poder-se-á instituir a auditoria administrativa, mais ampla que aauditoria contábil, porém sem a mesma profundidade. Trata-se de trabalho de supervisor, em íntimacolaboração com a administração, à qual fornece informações sobre todos os problemas de organizaçãoe racionalização de trabalho na empresa, incluindo divisões de funções, análise de sistemas e estudosde métodos, tempos e movimentos. 

    A auditoria administrativa tem por função testar a organização e a produtividade, para indicar àadministração as falhas e deficiências ocorridas. 

    O auditor contábil, cujo trabalho é de maior profundidade no que diz respeito ao controle dopatrimônio e suas variações, pode oferecer a tais supervisores importantes informações sobre oscontroles internos relacionados com o patrimônio e com os custos de produção da empresa. 

    A auditoria dos custos de produção, pode acusar deficiências de desperdícios cujas causas nãocabe ao auditor contábil apurar. Este apenas acusa sua existência, cabendo a outros elementosespecializados em organização industrial e racionalização do trabalho fazerem análises de sistemas,métodos, tempos e movimentos das operações, para apurar as causas dos desperdícios e das

    deficiências. 

    A auditoria contábil apura anomalias através de análises comparativas de custo, cotejando-ascom as de outro período administrativo, ou com custos padrões. A auditoria administrativa pesquisa edetermina as causas dessa anomalia. 

    Não obstante suas limitações, a auditoria contábil muitas vezes se vê obrigada a sair do âmbitomeramente contábil, para testar controles e fatos extra contábeis, para certificar-se da exatidão dosregistros efetuados. Isso se dá na verificação de custos, na confrontação de preços de compra e venda

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    com os preços de mercado, no exame da legitimidade de contratos e de concessão de descontos, bemcomo na criação de responsabilidades para o patrimônio. 

    A auditoria contábil deve abranger a verificação de atos e fatos relacionados com o patrimônio,os quais possam influir em sua composição e variações, com exceção daqueles de ordem puramentetécnica e administrativa. Estes, embora possam influir na composição do patrimônio e na formação dos

    resultados, escapam à alçada do auditor contábil, a quem cabe examinar os registros contábeis e osdocumentos e fatos a ele relacionados, com vista a comprovar a exatidão das demonstrações contábeise a lisura dos atos administrativos relacionados com composição e as variações patrimoniais. 

    Não se pode também julgar que a auditoria contábil torna impossível à existência de erros efraudes na escrituração ou nos atos da administração, mas deve-se admitir que ela apenas reduza essapossibilidade. Para que sua eficiência fosse total, seria necessário que se procedesse à revisão integralde todos os registros da empresa, bem como se fiscalizassem todos os atos de seus funcionários eadministradores, o que é impraticável. Mesmo a revisão integral dos registros não impede a existênciade fraudes, pois estas podem decorrer de fatos não contabilizados.

    A auditoria contábil tem por objetivo, confirmar se os registros contábeis foram efetuados de

    acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos e se as demonstrações contábeis refletemadequadamente a situação econômica e financeira do patrimônio e os resultados do períodoadministrativo examinado, bem como as informações complementares a elas adicionadas. 

    Para alcançar seus objetivo o auditor deve obedecer às normas de auditoria usualmente aceitas eaplicar procedimentos que ele considera adequados para obtenção de elementos necessários ao seu julgamento sobre a confiabilidade das demonstrações contábeis. 

    1.5 -  EXECUÇÃO DOS TRABALHOS 

    1.5.1 - Planejamento da Auditoria 

    O auditor deve planejar seu trabalho consoante as Normas Profissionaisde Auditor Independente e estas normas, e de acordo com os prazos e demais compromissoscontratualmente assumidos com a entidade.

    Planejar significa estabelecer metas para que o serviço de auditoria seja de excelente qualidadee a um menor custo possível. 

    O planejamento pressupõe adequado nível de conhecimento sobre asatividades, os fatores econômicos, legislação aplicável e as práticasoperacionais da entidade, e o nível geral de competência de sua administração. 

    O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes na execuçãodos trabalhos, especialmente os seguintes: 

    a)  o conhecimento detalhado das práticas contábeis adotadas pela entidade e as alteraçõesprocedidas em relação ao exercício anterior; 

    b) o conhecimento detalhado do sistema contábil e de controles internos da entidade e seugrau de confiabilidade; 

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    c)  os riscos de auditoria e identificação das áreas importantes da entidade, quer pelovolume de transações, quer pela complexidade de suas atividades; 

    d)  a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria a serem aplicados; 

    e)  a existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas;

    f)  o uso dos trabalhos de outros auditores independentes, especialistas e auditores internos; 

    g) a natureza, conteúdo e oportunidade dos pareceres, relatórios e outros informes a serementregues à entidade; e 

    h) a necessidade de atender prazos estabelecidos por entidades reguladoras ou fiscalizadose para a entidade prestar informações aos demais usuários externos. 

    O auditor deve documentar seu planejamento geral e preparar programas de trabalho porescrito,

    detalhando o que for necessário à compreensão dos procedimentos que serão aplicados, em termos de

    natureza, oportunidade eextensão. 

    Os programas de trabalho devem ser detalhados de forma a servir como guia e meio decontrole

    de sua execução. 

    O planejamento da auditoria, quando incluir a designação de equipe técnica, deve prevera

    orientação e supervisão do auditor, que assumirá total responsabilidade pelos trabalhos executados. 

    A utilização de equipe técnica deve ser prevista de maneira a fornecer razoável segurança de

    queo trabalho venha a ser executado por pessoa com capacitação profissional, independência e treinamentorequeridos nas circunstâncias. 

    O planejamento e os programas de trabalho devem ser revisados e atualizados sempre quenovos

    fatos o recomendarem. 

    Quando for realizada uma auditoria pela primeira vez na entidade, ou quando asdemonstrações

    contábeis do exercício anterior tenham sido examinadas por outro auditor, o planejamento devecontemplar os seguintes procedimentos: 

    a)  obtenção de evidências suficientes de que os saldos de abertura do exercício nãocontenham representações errôneas ou inconsistentes que, de alguma maneira, distorçamas demonstrações contábeis do exercício atual; 

    b)  exame da adequação dos saldos de encerramento do exercício anterior com os saldos deabertura do exercício atual; 

    c)  verificação se as práticas contábeis adotadas no atual exercício são uniformes com asadotadas no exercício anterior; 

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    d)  identificação de fatos relevantes que possam afetar as atividades da entidade e suasituação patrimonial e financeira; e 

    e)  identificação de relevantes eventos subseqüentes ao exercício anterior, revelados ou nãorevelados. 

    1.5.2 -  Relevância 

    Os exames de auditoria devem ser planejados e executados na expectativa de que oseventos

    relevantes relacionados com as demonstrações contábeis sejam identificados. 

    A relevância deve ser considerada pelo auditor quando: 

    a)  determinar a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria; 

    b)  avaliar o efeito das distorções sobre os saldos, denominações e classificação das contas;e

    c)  determinar a adequação da apresentação e da divulgação da informação contábil. 

    1.5.3 -  Risco de Auditoria 

    Risco de auditoria é a possibilidade de o auditor vir a emitir uma opiniãotecnicamente

    inadequada sobre demonstrações contábeis significativamente incorretas. 

    A análise dos riscos de auditoria deve ser feita na fase de planejamento dos trabalhosconsiderando a relevância em dois níveis: 

    a)  em nível geral, considerando as demonstrações contábeis tomadas no seu conjunto, bemcomo as atividades, qualidade da administração, avaliação do sistema contábil e decontroles internos e situação econômica e financeira da entidade; e 

    b)  em níveis específicos, relativos ao saldo das contas ou natureza e volume das transações. 

    Para determinar o risco da auditoria, o auditor deve avaliar o ambiente de controle daentidade,

    compreendendo: 

    a)  a função e envolvimento dos administradores nas atividades da entidade; 

    b)  a estrutura organizacional e os métodos de administração adotados, especialmentequanto a limites de autoridade e responsabilidade; 

    c)  as políticas de pessoal e segregação de funções; 

    d)  a fixação, pela administração, de normas para inventário, para conciliação de contas,preparação de demonstrações contábeis e demais informes adicionais; 

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    e)  as implantações, modificações e acesso aos sistemas de informação computadorizada,bem como acesso a arquivos de dados e possibilidade de inclusão ou exclusão de dados; 

    f)  o sistema de aprovação e registro de transações; 

    g)  as limitações de acesso físico a ativos e registros contábeis e/ou administrativos; e 

    h)  as comparações e análises dos resultados financeiros com dados históricos e/ouprojetados. 

    1.6 - RESPONSABILIDADE EM AUDITORIA E A FUNÇÃO SOCIAL DO AUDITOR 

    A complexidade e o volume das operações fazem com que os procedimentos de auditoria sejamaplicados por meio de provas seletivas, testes e amostragem, cabendo ao auditor, com base no contro leinterno e nos elementos de juízo de que dispõem, determinar o número de operações a seremexaminadas, para obter elementos de convicção que sejam válidos para o todo. 

    A natureza, a extensão e a profundidade dos procedimentos de auditoria a serem aplicadosdependem de investigações e da qualidade da prova a ser obtida. Para o auditor, a validade da provaestá em função do elemento que lhe dá origem e, com base nisto, a prova obtida diretamente de fonteexterna proporciona maior grau de confiança do que aquela obtida internamente, assim como oconhecimento obtido por verificação direta e pessoal do auditor apresenta maior validade do queaquele obtido indiretamente. 

    O auditor tem uma função social de relevância, em face de sua atuação na defesa de interessescoletivos e como defensor de equidade e justiça, na apuração de corretas prestações de contas. Daí anecessidade de conquistar confiança e respeitabilidade, que deve resguardar e manter, a qualquer preço. 

    Daí sua grande responsabilidade, pois de seu trabalho depende a defesa do interesse de milharesde pessoas, muitas das quais podem inclusive, ser pequenos e modestos investidores, que não possuemmeios para fiscalizar a atuação dos administradores da sociedade, a não ser através do trabalho doauditor. 

    O objetivo do exame normal de auditoria sobre as demonstrações financeiras é expressar umaopinião acerca da propriedade das mesmas e, portanto, não é destinado especificamente a desvendarfraudes e outras irregularidade.

    Entretanto, ao efetuar seu exame e ao expressar sua opinião sobre as demonstrações financeiras,o auditor deve estar alerta à possibilidade da existência destes, que em alguns casos podem ser de talgrandeza que afetam a posição patrimonial e financeira ou o resultado das operações da empresa em

    exame. No caso de descoberta de irregularidades, cabe ao auditor estudar sua relevância e os possíveisefeitos em relação às demonstrações financeiras em exame para a determinação de seu parecer e adivulgação à administração da empresa auditada de forma sigilosa e confidencial. 

    O auditor somente poderá ser responsabilizado pela não descoberta de erros ou fraudessignificativos quando agir em desacordo com o que determina a sua profissão, ou seja, observar fielmente as normas e procedimentos de auditoria geralmente adotados e ignorar os princípios de

    contabilidade geralmente aceitos. 

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    Se o auditor tivesse que assumir a responsabilidade de descobrir fraudes e irregularidades emum exame normal das demonstrações financeiras, a extensão de seu trabalho seria de tal custo que setornaria impraticável para as empresas. A existência de um adequado controle interno propicia àsempresas uma proteção menos onerosa e mais eficaz. Com base nos controles internos existentes nasempresas é que o auditor determina a extensão de seu exame e os procedimentos a serem aplicados, osquais inclusive, devem prever investigações mais profundas e detalhes em contas ou áreas cujo

    controle interno seja deficiente. 

    2 - DESCRIÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DE AUDITORES INTERNOS 

    A atuação dos auditores internos tem o enfoque, ainda hoje, de policiamento de fraudes,fiscalização de cumprimento de normas, conferência de despesas e verificação de documentos

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    comprobatórios. Ainda mais, em boa parte das descrições, o trabalho do auditor interno parece restritoao campo contábil. 

    A moderna postura da auditoria interna, qual seja, a de ação em nível de assessoria gerencial àalta administração das empresas, com atuação sistêmica nos incontáveis ramos do fluxo deinformações, não é encontrada nas descrições que temos visto. 

    A Auditoria interna é de substancial importância dentro da estrutura de uma política sólida deuma empresa para o seu aproveitamento de suas metas preestabelecida e sua potencialidade, dando ocrescimento necessário em sua continuidade através da diversificação das atividades econômicas,construindo cada vez mais o seu patrimônio superando todas as expectativas para o retorno necessário. 

    O crescimento constante das empresas por diversificação de suas atividades econômicas, porcrescimento da produção , mercado e do número de elementos envolvidos por causa dadescentralização de sua funções tornou impossível à missão de um grupo limitado de pessoas paracontrolar a totalidade dos eventos novos a mesma.

    Uma empresa devido ao seu crescimento de sua atividade econômica, passou a triplicar o

    número de elementos envolvidos em suas fabricas em atividades diversas em locais distintos edistantes. Nesse momento passou a Ter a necessidade de um controle mais acurado ou eficiente , aquicomeça a aparecer à importância da Auditoria Interna de uma parte ou segmento da empresa. 

    Nesse momento a contabilidade passou a exercer o papel preponderante dentro de uma visãoampla dos administradores para fornecer as informações em suas tomadas de decisões e permitir que osmesmos passar a tomar caminhos novos ou continuar a mesma filosofia já estabelecida na expansão daempresa ou de seus produtos. 

    A partir desse momento, a administração passa a necessitar de alguém que lhe direcione ocontrole e as rotinas de trabalho estão sendo habilmente executados e que os dados contábeis, comefetividade, merece confiança, pois espelham a realidade econômica e financeira da empresa. A

    auditoria interna nesse momento é concebida e torna-se uma atividade necessária à organização edesenvolvimento , concedendo-lhe alternativas, como ferramenta de trabalho, controle, assessoria eadministração a serviço de toda empresa.

    Para que a atividade de auditoria seja aceita numa organização, é necessário que a empresa setenha definido por uma política que vise à constituição de uma área de auditoria como um meio defornecer aos administradores, todas as informações que os mesmos necessitam. Uma vez que aauditoria esteja representada no mais alto escalão da empresa , a atuação junto aos administradores sófortalece sua base e permite que a auditoria alcance o mais alto grau de profissionalismo e aceitaçãoperante aos empresários. 

    O suporte gerencial para a atividade da auditoria necessita ser firmado, clara e categoricamente,na mais alta declaração de política da empresa, enfocando a auditoria como organizacional epermitindo-lhe : 

    - acesso irrestrito ; - exames regulares ; - reporte oportuno ; - correções apropriadas.

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    A auditoria interna é uma função independente de avaliação, criada dentro da empresa paraexaminar e avaliar suas atividades, como um serviço a essa mesma. A função da auditoria interna éauxiliar os administradores a desenvolverem eficientemente suas responsabilidades. Para tanto, aauditoria interna lhes fornece análises, avaliações, recomendações, assessoria e informações relativasàs atividades examinadas. 

    Em síntese pode-se dizer que a auditoria interna tem por objetivo : 

    -  examinar a integridade e fidedignidade das informações financeiras ; -  examinar os sistemas estabelecidos; -  examinar os meios usados para proteção dos ativos ; -  verificar se os recursos são empregados de maneira eficiente e econômica; -  examinar operações , programas e verificar os resultados; e -  comunicar o resultado do trabalho de auditoria. 

    A função da auditoria interna encontre ressonância na organização, é preciso que estejafirmemente escorada, de um lado, na aceitação dos empresários e, de outro lado, pela execução de umserviços contínuo e imaginativo que possa fornecer à ao empresário. 

    A auditoria interna tem independência total e completa é impalpável, uma vez que implica emliberdade de toda e qualquer dependência, incluindo a dependência financeira. Ë uma atividadeprofissional e seu propósito é fazer julgamentos profissionais. Portanto, ela necessita do mais alto graude imparcialidade, integridade e objetividade, os quais se assegura na ausência de independênciaprática. 

    O mínimo desejável de subordinação é a auditoria se reportar a um nível hierárquico que, peloseu status  , possa considerar adequadamente as opiniões e recomendações do auditor e comandarprontamente sua prática. 

    A auditoria interna geralmente tem sua preocupação voltada para a empresa como um todo. Aempresa é, em verdade, um grande sistema de comprar, produzir, vender e gerar resultado de modo a

    lhe possibilitar a continuidade e funcionamento por um tempo indeterminado. 

    De forma geral, o trabalho realizado pela auditoria interna é plenamente idêntico àqueleexecutado pela auditoria externa. Ambas utilizam as mesmas técnicas e ambas têm sua atenção voltadapara o controle interno como ponto de partida de seu exame e formulam sugestões de melhorias para asdeficiências encontradas e ambas modificam a extensão do seu trabalho de acordo com as suasobservações e a eficiência do controle interno existente. 

    A função da auditoria interna repousa em atividade detalhadas da empresa, relacionadas, demaneira intensa, com o andamento de cada função, área, departamento, setor de operação. 

    A função da auditoria externa são diferentes, muito embora existam áreas similares como as de

    salvaguarda de ativos, precisão e confiabilidade, cabe regra geral , a revisão geral das atividades ou deaspectos dirigidos e, por conseqüência, de maneira menos detalhada. 

    Apesar de ambas as funções da auditoria cobrirem algumas atividades similares, a ênfase e aforma de abordá-las são diferentes e variam. A auditoria externa considera a auditoria interna comoparte do sistema de controle da empresa e por este motivo considera a atividade exercida pela auditoriainterna como sadia para a administração. 

    A auditoria interna tem a responsabilidade de desenvolver suas tarefas em toda a empresa , decaráter permanente , e em todos os locais aplicáveis, analisando as políticas, procedimentos, usos e

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    costumes, documentações, sistemas e métodos, para buscar a eficiência, aprimoramento e padronizaçãodos controles pertinentes à empresa. 

    O auditor interno têm a responsabilidade de observar as normas e conduta estabelecida para aprofissão. Necessitam possuir conhecimento, capacidade para o cargo e principalmente honestidade,objetividade e lealdade. O auditor interno devem aprimorar sua capacidade técnica através de educação

    contínua. 

    A metodologia de trabalho do auditor interno é semelhante à do seu colega mais próximo, oauditor independente. Seleção criteriosa da equipe, Planejamento do Trabalho, utilização de Programasde Auditoria, Papéis de Trabalho, Relatórios fazem parte do seu dia-a-dia. 

    Qual é a diferença básica, então? A diferença é o enfoque da auditoria a ser realizada.Enquanto o auditor independente realiza seu trabalho com o pressuposto de emitir um Parecer sobreDemonstrações Contábeis, o auditor interno, como definem as Normas de Auditoria Interna, tem comoobjetivo básico: ...examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e dasinformações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da Entidade .  Portanto, a atividade deAuditora Interna é privativa de Contador, devidamente registrado no Conselho Regional de

    Contabilidade. 

    Durante algum tempo, pensava-se que o auditor interno realizava seus trabalhos somente emnível operacional, não se envolvendo com a Contabilidade. Quem pensava assim esquecia-se de quemesmo nos trabalhos ditos operacionais (testes nas áreas de Compras, Vendas, Departamento Pessoal,Custos, Estoques, Financeiro, entre outros), ocorrem registros contábeis a todo instante, havendo,portanto, a necessidade de um profissional capacitado e qualificado para atestar sua adequação. 

    Outro aspecto importante é a contribuição expressiva que muitos colegas da auditoria internaprestam aos trabalhos de auditoria independente. Normalmente, por ocasião da discussão da propostade trabalho do auditor independente, a administração da Entidade a ser auditada sugere determinadonúmero de horas que serão alocadas à sua equipe de auditoria interna. Dessa forma, busca-se reduzir os

    custos e impedir a realização de trabalhos na área de controles internos que, a rigor, já foramelaborados pela auditoria interna. 

    Naturalmente, deverá ser feita uma análise curricular e técnica da equipe de auditoria interna,por parte dos auditores independentes, que decidirão se aceitam, ou não, essas condições. As NormasProfissionais do Auditor Independente são bem claras:  A responsabilidade do auditor (independente) não será modificada, mesmo quando o contador, na função de auditor interno, contribuir para a

     realização dos trabalhos .

    . As atribuições dos níveis mais comuns de auditores internos são: 

    - AUDITOR JÚNIOR 

    - Executa passos mais simples do programa de trabalho; - Coleta e anota dados nos Papéis de Trabalho, conforme orientação e atribuição dos auditores pleno e

    sênior; - Procede ao levantamento de procedimentos simples e elabora Papel de Trabalho descritivo ou

    fluxografado; - Elabora sumário de volumes destinados à quantificação de amostras a serem selecionadas nos testes

    do trabalho; - Executa testes simples com base em programa de ação desenvolvido pelos auditores pleno e sênior,

    realizando verificações em documentos, saldos de contas, bens e valores em operações que estãosendo auditadas etc.; 

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    - Obtém, e posteriormente devolve às áreas auditadas, documentos necessários à realização dos testesde auditoria. 

    AUDITOR PLENO - Recebe supervisão do auditor sênior em suas atividades, seja de levantamento de procedimentos,

    definição ou execução de testes de validação e transacionais; 

    - Acompanha atuação do auditor júnior, visando sincronia de atividades; - Auxilia auditor sênior na definição de programa de ação, a partir do que está estabelecido no

    Programa Anual de Auditoria Interna; - Elabora levantamento de procedimentos e confecciona Papel de Trabalho correspondente, na f orma

    descritiva ou fluxografada; - Executa testes de validação e de transações de acordo com programa de ação estabelecido; - Emite pareceres intermediários a respeito de enfoques examinados; - Estabelece a adoção de plano de amostragem, aplicado ao sumário de volumes; - Observa o cumprimento de normas, procedimentos internos e determinações legais nos enfoques

    examinados; - Formula recomendações, a nível de Papel de Trabalho, com relação a pontos de racionalização,

    simplificações, fortalecimento do controle interno, segurança das informações, irregularidades ou

    divergências observadas nos enfoques examinados; - Auxilia auditor sênior na avaliação de desempenho do auditor júnior. 

    AUDITOR SÊNIOR - Recebe supervisão do gerente em suas atividades; - Programa e controla a execução dos trabalhos de campo; - Orienta, coordena as atividades, avalia o desempenho, identifica necessidade de treinamento e treina

    auditores júnior e pleno; - Executa trabalhos especiais, de acordo com parâmetros estabelecidos pela gerência; - Elabora o programa de ação para cada trabalho; - Faz abertura dos trabalhos a nível de gerência dos órgãos auditados apresentando os objetivos e

    enfoques previstos; 

    - Acompanha a atuação da equipe de auditores e analisa o atendimento dos passos do programa deação, atentando para o apuro técnico dos procedimentos de auditoria e revisando os Papéis deTrabalho; 

    - Identifica e define a extensão de exames ou a redução do escopo inicialmente definido; - Acompanha a evolução de tempo aplicado em cada atividade pela equipe de auditores; - Classifica os aspectos levantados quanto à relevância e a forma pela qual deverão ser relatados; - Elabora pareceres finais para cada enfoque examinado, com base nos pareceres intermediários feitos

    pelo auditor pleno; - Elabora conclusão final do trabalho executado; - Faz encerramento dos trabalhos de auditoria a nível de gerência de órgãos auditados, apresentando os

    enfoques e as constatações feitas, além das eventuais recomendações já definidas; - Elabora a minuta do relatório de auditoria, formulando sugestões e recomendações de adequação dos

    aspectos detectados; - Estuda e sugere alterações de métodos de trabalho e normas de comportamento de auditores; - Pesquisa e sugere novas técnicas a serem empregadas nos trabalhos de auditoria; - Atento à observação e mantém atualizado o Manual de Auditoria; - Verifica a adequação dos gastos/despesas efetuadas em viagens ou serviços externos dos auditores

    internos; - Recebe, avalia e, se for o caso, encaminha à gerência reivindicações dos auditores internos. 

    GERENTE DE AUDITORIA 

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    - Gerência a atividade de auditoria interna na empresa; - Analisa políticas e diretrizes estabelecidas pela alta administração da empresa quanto à atuação,

    objetivos e anseios com relação à Auditoria Interna;- Determina políticas administrativas e técnicas do órgão de Auditoria Interna, fixando padrões e

    normas; - Elabora Programa Anual de Auditoria Interna, estabelecendo tempo previsto a cada trabalho,

    cronograma de atendimento e enfoques básicos previstos; - Acompanha as atividades dos auditores de campo e atua diretamente, quando necessário; - Faz abertura de trabalhos a nível de Diretoria, apresentando os objetivos e enfoques previstos; - Analisa os trabalhos executados, quando dados como encerrados pelo auditor sênior; - Revisa e se for o caso, procede a alterações na minuta do relatório; - Faz encerramento dos trabalhos a nível de Diretoria, apresentando a minuta do memorando de

    auditoria, detalhando os enfoques realizados, as constatações feitas e as recomendações oferecidas; - Esclarece a diretores e gerentes aspectos a respeito de trabalhos realizados e recomendações

    oferecidas; - Aprova e estabelece alterações de métodos de trabalho e normas de comportamento de auditores; - Pesquisa e, se for o caso, implanta novas técnicas a serem empregadas nos trabalhos de auditoria; - Determina e acompanha o orçamento de pessoal, de despesas e de investi- mentos da Auditoria

    Interna; - Admite, propõe aumentos e reajustes salariais e demite auditores internos; - Aprova despesas, compras e realização de cursos de treinamento dos auditores internos; - Avalia desempenho profissional dos auditores, em todos os níveis; - Define programa de treinamento e reciclagem dos auditores; -  Avalia e, se for o caso, aprova ou, quando fora de sua competência gerencial, encaminha aos níveis

    competentes reivindicações dos auditores internos. 

    GERENTE DE AUDITORIA 

    AUDITOR SÊNIOR 

    AUDITOR PLENO 

    AUDITOR JÚNIOR 

    PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 

    Procedimentos ou técnicas de auditoria são as investigações técnicas que, tomadas emconjunto, permitem a formação fundamentada da opinião do auditor sobre as demonstraçõesfinanceiras ou sobre o trabalho realizado. 

    Os procedimentos de auditoria são as ferramentas técnicas das quais o auditor se utiliza para arealização de seu trabalho, consistindo na reunião das informações possíveis e necessárias à avaliaçãodas informações obtidas, para a formação de sua opinião imparcial. A técnica por si só não é umaprova; ela fornece prova exigida pelo auditor, dando-lhe informações suficientes sobre o assunto, a fimde que ele possa emitir seu parecer profissional. 

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    Os procedimentos ou técnicas básicas de auditoria normalmente utilizadas são os seguintes:

    Exame Físico 

    O exame físico nada mais é que a verificação in loco , que deverá fornecer ao auditor aformação de opinião quanto à existência física do objeto ou item examinado. 

    O exame físico exige, antes de tudo, a identificação da coisa que está sendo examinada.O procedimento do exame implica em algo mais do que uma impressão vaga de que a

    coisa existe. A pessoa deve estar convencida de que examina a coisa específica que deveriaexaminar. 

    O exame físico realizado pelo auditor deve conter as seguintes características básicas:

    a).  quantidade: a apuração das quantidades reais existentes fisicamente, somente se dandopor satisfeito após uma apuração adequada; 

    b).  existência física:  comprovação através da constatação visual de que o objeto ou itemexaminado existe realmente; 

    c).  identificação: comprovação através do exame visual do item específico a ser examinado; 

    d).  autenticidade: poder de discernimento de que o item ou objeto examinado é fidedígno; 

    e).  qualidade:  exame visual de que o objeto examinado permanece em uso, não estádeteriorado e merece fé. 

    Assim, a existência física serve para determinar que os registros contábeis estejamcorretos e seus valores adequados, em função da qualidade do item examinado.  

    Confirmação 

    A confirmação implica na obtenção de declaração formal e isenta, de pessoasindependentes à companhia. 

    Para que o procedimento de confirmação seja efetivo é necessário que: a). o pessoal de nível da companhia seja informado sobre o assunto a ser confirmado e,b).  que o despacho e as respostas dos pedidos de confirmação sejam obtidos

    diretamente pelo auditor. 

    Existem dois tipos de pedidos de confirmação que podem ser utilizados pela auditoria:

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     Pedido de confirmação positivo  utilizado quando se faz necessária à resposta dapessoa de quem se quer obter uma confirmação formal. 

     Pedido de confirmação negativo é utilizado somente quando a resposta for necessáriaem caso de discordância da pessoa de quem se quer obter a confirmação, ou seja, na falta de

    confirmação, o auditor entende que a pessoa concorda com os valores colocados no pedido deconfirmação. 

    Exame dos Documentos Originais 

    É o procedimento de auditoria voltado para a comprovação das transações que porquestões legais, comerciais ou de controle são evidenciadas por documentos comprobatóriosda efetividade destas transações. 

    Quando o auditor realizar o exame dos documentos originais deve ter sempre em mente: 

    a).   autenticidade:  poder de discernimento para verificar se a documentação é fidedigna emerece fé; 

    b).   normalida de:  determinação de que a transação realizada é adequada em função daatividade da empresa; 

    c).   aprovação: verificação de que a transação e a documentação suporte foram efetivamenteaprovadas por pessoas adequadas e responsáveis. 

    d).   registro:  comprovação de que o registro das operações é adequado em função dadocumentação examinada e está refletida contabilmente em contas apropriadas. 

    Conferência dos Cálculos 

    É o procedimento de auditoria voltado para a constatação da adequação das operaçõesaritméticas. É a única forma de constatação das várias operações que envolvem soma ecálculos. 

    Não se deve, em qualquer que seja a situação, subestimar esta técnica, pois esta pode

    relevar as situações em que erros possam ser cometidos e levar a distorções nas demonstraçõesfinanceiras. 

    Muito embora os valores dispostos possam ter sido conferidos pela empresa, é degrande importância que todos os itens dispostos possam ter sido conferidos pelo auditor.

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    Exame da Escrituração 

    É a técnica de auditoria utilizada para a constatação da veracidade das informações contábeis.Este é o procedimento de auditoria usado para o levantamento de análises, composições de saldos,conciliações, etc. 

    Investigação Minuciosa 

    É o exame em profundidade da matéria auditada, que pode ser um documento, umaanálise, uma informação obtida, entre outras. 

    Tem por objetivo certificar que o objeto auditado, no momento, realmente é fidedigno,devendo o auditor, para tanto, ter os conhecimentos contábeis e fiscais necessários paradetectar a existência de quaisquer anomalias. 

    A investigação minuciosa deve ser colocada em prática em tudo que o auditorexaminar.

    Inquérito 

    O inquérito consiste na formulação das perguntas e na obtenção de respostassatisfatórias. É um dos procedimentos de auditoria de grande valia, desde que corretamenteaplicado, uma vez que a formulação de perguntas tolas merece, consequentemente, respostastolas. Pode ser utilizado através de declarações formais, conversações normais ou semcompromisso. 

    Quando da aplicação do inquérito, o auditor deve ter em mente que as respostas obtidasdeverão ser examinadas para a comprovação das informações recebidas. 

    Exame dos Registros Auxiliares 

    Os registros auxiliares constituem, em verdade, o suporte de autenticidade dosregistros principais examinados. Assim, o uso desta técnica deve sempre ser conjugado com ouso de outras que possam comprovar a fidedignidade do registro principal

    Ao examinar os registros auxiliares, o auditor deve estar atento à autenticidade e àspossibilidades de adulteração destes. 

    Correlação das Informações Obtidas 

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    A correlação das informações obtidas nada mais é do que o relacionamento harmônicodo sistema contábil das partidas dobradas. 

    Durante os trabalhos realizados pelo auditor, certamente este executará serviços queterão relações com outras áreas do Balanço ou do Resultado do Exercício. À medida que for

    sendo observado o relacionamento entre estas, o auditor estará efetuando a correlação dasinformações obtidas. 

    Observação 

    A observação é a técnica de auditoria mais intrínseca, pois esta envolve o poder deconstatação visual do auditor, que poderá revelar erros, problemas ou deficiências, e é umatécnica dependente da astúcia, dos conhecimentos, e experiência do auditor, que colocada emprática possibilitará que sejam identificados quaisquer problemas no item em exame. 

    É o senso crítico que o auditor procura desenvolver a partir de seu início na profissão eque lhe pode ser de grande valia em seu desenvolvimento profissional e o diferenciará dasdemais profissões ligadas à contabilidade. 

    ÉPOCA DA EXECUÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 

    Muitos testes de auditoria podem ser executados, praticamente, em qualquer época doano. No curso de auditoria preliminar, o auditor realiza testes nos registros, nos procedimentose representações da empresa, para determinar o grau de confiança que merecem. Asconclusões obtidas ajudarão o auditor a determinar os procedimentos da auditoria a seremaplicados para a complementação do exame. É uma prática aceitável o auditor executar partessubstanciais de seu exame em datas intermediárias. 

    Quando parte significativa do exame é executada durante o ano, e o controle interno daempresa é eficiente, os procedimentos de auditoria aplicáveis no final do ano podem consistir,principalmente, em comparações dos saldos de balanço com os saldos de datas anterioresexaminadas, assim como na revisão e investigação de transações incomuns ou variaçõessignificativas. Entretanto, o auditor deve dar-se por satisfeito de que os procedimentos de

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    controle interno continuam válidos no fim do ano. Isto não significa que ele deve testarnovamente os registros e transações, a menos que suas investigações e observações o levem acrer que as condições se tenham modificado substancialmente. 

    Os testes de procedimentos são particularmente apropriados no exame das contas que

    abrangem grande número de transações. Por outro lado, no exame das contas que representamo resultado acumulado de poucas transações, pode dar-se maior ênfase na comprovação dossaldos do que nos testes de procedimentos. 

    A oportunidade com que são aplicados os procedimentos de auditoria implica a fixaçãoapropriada da época e a sincronização que coordena sua aplicação, incluindo, possivelmente, anecessidade de exames simultâneos, como, por exemplo, do dinheiro existente em caixa e embancos, dos títulos e valores de propriedade da empresa, dos empréstimos bancários e outrositens relacionados. 

    O elemento surpresa pode também requerer o estabelecimento de controle de auditoria

    sobre ativos prontamente negociáveis e a fixação de um  corte (cut-off) apropriado em datadiferente da do encerramento das demonstrações financeiras. Estas questões devem serresolvidas à luz da eficiência do controle interno em cada uma das situações específicas.  

    A necessidade de um método para levar a cabo os procedimentos de auditoria torna-seevidente. A título de exemplo, na aplicação dos procedimentos de auditoria para a observaçãodo levantamento físico dos estoques, a revisão dos procedimentos propostos pela empresa étão essencial quanto o é a revisão dos procedimentos que estabelecem o  corte (cut-off)apropriado das vendas e compras nos livros contábeis. 

    4 - PAPÉIS DE TRABALHO 

    4.1 - CONCEITOS E DEFINIÇÕES 

    .Papéis de trabalho é o conjunto de formulários e documentos que contém as informações eapontamentos obtidos durante o exame, bem como as provas e descrições dessas realizações. A

    finalidade principal é a de servir como base e sustentáculo da opinião do auditor. Eles constituem aprova do trabalho que o auditor efetuou, a forma como foi realizado esse trabalho e registram edocumentam as conclusões a que o auditor chegou. 

    Uma vez que o auditor se utiliza dos documentos originais, que são de propriedade dacompanhia auditada, e devido ao grande volume de transações e de documentos realizados pelacompanhia, a comprovação da realização do trabalho pelo uso de cópias da documentação seriavolumosa, além de onerosa. 

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    Para evitar o grande volume de documentos e dar uma outra forma ao trabalho, o auditor utilizaos papéis de trabalho para registrar as descobertas por ele realizadas e para comprovar o trabalhocumprido. 

    Muito embora os papéis de trabalho tenham sido preparados a partir dos documentos originaisque são de propriedade da empresa, ou de informações obtidas diretamente da companhia auditada, os

    papéis de trabalho são de propriedade exclusiva do auditor, devido principalmente a neles estarfundamentada a opinião do auditor. 

    Há de se levar em consideração que os papéis de trabalho são de natureza confidencial, poisrelevam confirmações ou informações obtidas na companhia que não podem em hipótese alguma serutilizada em benefício próprio ou de outrem. 

    Os papéis de trabalho contém todas as informações conseguidas no curso dos exames, muitasvezes de forma sucinta, mas sempre clara. O conjunto das informações demonstra, ou não, que oauditor cumpriu as normas de auditoria geralmente adotadas e aplicou os procedimentos de auditoria naextensão e profundidade suficientes para permitir externar sua opinião. Para que essa finalidade sejaalcançada, será necessário cumprir um programa de auditoria adequado ao tipo de trabalho que o

    auditor está executando. 

    Cada papel de trabalho deve ser elaborado tendo em vista o exame da conta que estáexaminando, ou da área em que ele está sendo processado. Não há padrões fixos e uniformes para ospapéis de trabalho, mas eles devem ser idealizados de forma ágil e flexível, para ser adaptado segundoas circunstâncias. Os papéis de trabalho utilizados no último exame podem servir de base para osnovos, mas isso não deve ser compulsório, pois é sempre desejável introduzir melhorias, além do queas circunstâncias do momento podem aconselhar inovações e modificações. O que importa realmente éque eles evidenciem da melhor maneira possível à situação da conta ou área examinada e que permitamchegar às conclusões, o quanto possível seguras. 

    A Resolução n° 820/97 do CFC define os papéis de trabalho dizendo:   Os papéis de trabalhosão o conjunto de documentos e apontamentos com informações e provas coligidas pelo auditor, preparados de forma manual, por meios eletrônicos ou por outros meios que constituem a evidênciado trabalho executado e o fundamento de sua opinião . 

    Os papéis de trabalho constituem um conjunto de provas. Eles espelham fielmente o que estáescriturado nos livros do cliente e demonstram a correção dessa escrituração e o grau de confiabilidadeque ela merece, assim como até que ponto podem ser aceitos os controles internos desse cliente. 

    Outra utilidade dos papéis de trabalho, é a de servir de referência e apoio nas críticasconstrutivas constantes dos relatórios do auditor, ou quando ele recomenda ajustes ou correção. Mesmo

    algum tempo depois de arquivados, podem servir de fonte para esclarecimento de pontos duvidososque ocorram no futuro. 

    Eventualmente, no caso do Auditor ser acusado, por vias legais ou administrativas, de não terempregado toda a diligência no seu trabalho, os papéis de trabalho servirão de prova e testemunho dedefesa, podendo demonstrar todo o alcance da auditoria, procedimentos efetuados, normas obedecidase toda a gama de situações ou posições que a auditoria enseja podemos dizer que esta é uma dasprincipais utilidades dos papéis de trabalho. 

    Os principais objetivos dos papéis de trabalho são os seguintes: 

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    - atender às normas de auditoria geralmente aceitas; - acumular as provas necessárias para suportar o parecer do auditor; - auxiliar o auditor durante a execução do seu trabalho; - facilitar a revisão por parte do auditor responsável, a fim dele se assegurar de que o serviço foi

    efetuado de maneira correta; 

    - servir como base para a avaliação dos auditores; - auxiliar no trabalho da próxima auditoria (um conjunto de papéis de trabalho bem preparados servem

    de guia na auditoria do outro exercício social, concorrendo para que ela seja conduzida de forma maiseficiente); 

    - representar na Justiça (no caso de ser movida uma ação contra o auditor ou a firma de auditoria) asevidências do trabalho executado. 

    Cumpre destacar que os papéis de trabalho em última análise espelham as características dosauditores que os elaboraram, ou seja: 

    - graus de conhecimentos de contabilidade, auditoria e impostos; - bom senso; 

    - imaginação; - capacidade de nitidez, clareza e organização; - hábito de limpeza; - boa redação. 

    Portanto, o auditor deve tomar o máximo de cuidado por ocasião da elaboração dos seus papéisde trabalho. 

    4.2 - PRINCIPAIS PAPÉIS DE TRABALHO 

    Os papéis de trabalho básicos de uma Auditoria deverão incluir: demonstrações contábeis auditadas;balancete de razão; folha de ajuste; folha de análises das contas do  ATIVO, folhas de análises dascontas do PASSIVO; folhas de análises das contas de  RECEITAS e das contas de DESPESAS; folhasde análises das contas do PATRIMÔNIO LÍQUIDO.Devem incluir também: 

    - informações sobre as confirmações (circularização) expedidas e as respostas obtidas; - cópias dos estatutos (ou contrato) da empresa e das sucessivas reformas ou alterações; - gráfico da organização da empresa (organograma); - cópias de contratos de compromissos de compras ou vendas, de valores relevantes; -  cópias de atas das assembléias gerais, reuniões do Conselho de Administração e da Diretoria; 

    - folha de trabalho referente a problemas com impostos, incluindo o Cálculo da Provisão para Impostode Renda; 

    - programas de auditoria dos diversos setores e áreas; - questionários para avaliação do controle interno; - etc. 

    Entre os papéis de trabalho, em lugar de destaque e de fácil localização, deverão figurar: cópia decontrato, celebrado com o cliente para execução da auditoria; memorando especificando-se as datas emque os trabalhos deverão ser encerrados e os relatórios entregues; tipos de relatórios a elaborar, pessoasa quem deverão ser encaminhadas e outras informações correlatas. 

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    4.3 - TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PAPÉIS DE TRABALHO 

    A seguir apresentaremos algumas técnicas básicas a serem observadas pelos Auditores, por ocasiãoda elaboração dos papéis de trabalho de auditoria: 

    - os papéis de trabalho devem ser sempre escriturados a lápis (preto), a fim de facilitar possíveisalterações durante a execução do serviço, principalmente em função de revisões feitas por auditoresmais experientes; 

    - na parte superior do papel de trabalho devem ser colocados o nome da empresa auditada, a data-basedo exame e o título (caixa, bancos, teste das depreciações, etc); 

    - não deve ser utilizado o verso da folha do papel de trabalho; - os números e as informações devem ser colocados na parte superior do papel de trabalho (logo após o

    título), e as explicações sobre o trabalho executado na parte inferior; - os auditores usam, nos papéis de trabalho, alguns sinais e símbolos, para evidenciar as conferências e

    cruzamentos em valores extraídos dos registros contábeis. Em cada papel onde se usarem essessímbolos, será obrigatório esclarecer qual seu significado. 

    Os tiques ou símbolos são apostos ao lado do número auditado e explicado na parte inferior do

    papel de trabalho, evidenciando dessa forma o serviço executa- do. Citamos a seguir alguns exemplosde símbolos ou tiques: 

    = somas conferidas; = conferência do razão; = inspecionamos a contabilização; = inspecionamos a contabilização e conferimos com o extrato bancário; = verificamos tabelas; = verificamos ordem da fabricação; = verificamos mapa de custo; 

    C = conferimos nota fiscal; 

    = conferimos com livros fiscais. - o auditor deve evitar a utilização excessiva de símbolos em uma mesma folha (o ideal é até oitosímbolos), devido ao fato de que dificulta consultas e revisões dos papéis de trabalho. Casonecessário, o auditor poderá usar letras ou números dentro de círculos, em vez de símbolos; 

    - o auditor também pode utilizar o sistema de notas para dar explicações necessárias nos papéis detrabalho; 

    - a forma de apresentação e o conteúdo dos papéis de trabalho devem ser de modo a permitir que umapessoa que não participou do serviço de auditoria possa compreendê-los de imediato. 

    4.4 - MODELO DE PAPÉIS DE TRABALHO 

    PREPARADO POR: DATA: REVISADO POR: DATA: 

    ALFA S/A 31.12.19X1 OUTROS IMPOSTOS E CONTAS A PAGAR 

    2-1 

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    DISCRIMINAÇÃO  MES DEVENCIMENTO 

    $ $

    ICM  30.01.X2  120.50028.02.X2  151.400 271.900 

    IPI  30.01.X2  195.80028.02.X2  220.200 416.000 

    PIS  30.01.X2  57.50028.02.X2  51.000 31.03.X2  52.000 30.04.X2  55.500 31.05.X2  55.000 30.06.X2  56.000 327.000 

    FINSOCIAL  20.01.X2  50.100ALUGUEL 31.01.X2  85.000Telefone, Telex, Luz egás  31.01.X2  250.500

    1.400.500 

    = soma conferida = conferimos com livros fiscais= vimos liquidação subsequente através dos nossos testes de passivos emitidos. 

    5 PARECER DOS AUDITORES 

    5.1 - CONCEITOS E DEFINIÇÕES 

    Parecer de auditoria, é o documento mediante o qual o auditor expressa sua opinião, de formaclara e objetiva, sobre as demonstrações contábeis nele indicadas, em obediência às normas deauditoria 

    5.2 - NORMAS DO PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES 

    Como o auditor assume, através do parecer, responsabilidade técnico-profissional definida, inclusive de ordem pública, é indispensável que taldocumento obedeça às características intrínsecas e extrínsecas estabelecidas

    nas presentes normas. 

    Em condições normais, o parecer é dirigido aos acionistas, quotistas, ousócios, ao conselho de administração ou à diretoria da entidade, ou outro órgão equivalente, segundo a natureza desta. Em circunstâncias próprias, o parecer édirigido ao contratante dos serviços. 

    O parecer deve identificar as demonstrações contábeis sobre as quais o 

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    auditor está expressando sua opinião, indicando, outrossim, o nome da entidade, as datas e períodos aque correspondem. 

    O parecer deve ser datado e assinado pelo contador responsável pelostrabalhos, e conter seu número de registro no Conselho Regional deContabilidade. 

    Caso o trabalho tenha sido realizado por empresa de auditoria, o nome e o número de registro cadastralno Conselho Regional de Contabilidade também devem constar do parecer. 

    A data do parecer deve corresponder ao dia do encerramento dos trabalhos de auditoria naentidade. 

    O parecer deve expressar, clara e objetivamente, se as demonstrações contábeis auditadas, emtodos os aspectos relevantes, na opinião do auditor, estão adequadamente representadas ou não. 

    5.3 CLASSIFICAÇÃO DO PARECER DOS AUDITORES

    O parecer classifica-se, segundo a natureza da opinião que contém, em: a) parecer sem ressalva; 

    b) parecer com ressalva; 

    c) parecer adverso; e 

    d) parecer com abstenção de opinião. 

    5.3.1 - Parecer sem Ressalva

    O parecer sem ressalva indica que o auditor está convencido de que as

    demonstrações contábeis foram elaboradas consoante às  disposições contidas em todos os aspectosrelevantes. 

    O parecer sem ressalva implica afirmação de que, em tendo havidoalterações na observância das disposições, elas tiveram seus efeitos avaliados e aceitos e estãodevidamente revelados nas demonstrações contábeis. 

    É emitido quando as demonstrações contábeis representam adequadamente a posiçãopatrimonial e financeira e o resultado das operações da empresa auditada estão em conformidade comos Princípios Fundamentais de Contabilidade. 

    O parecer sem ressalva deve obedecer ao seguinte modelo: 

    PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES 

    DESTINATÁRIO 

    (1) Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa ABC, levantados em 31 de dezembro de 19X1 ede 19X0, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dasorigens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaboradossob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opiniãosobre essas demonstrações contábeis. 

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    (2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreenderam:(a) oplanejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e osistema contábil e de controles internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes, dasevidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e ( c ) aavaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração

    da entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 

    (3) Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, emtodos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Empresa ABC em 31 dedezembro de 19X1 e de 19X0, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquidoe as origens e aplicações de seus recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordocom os Princípios Fundamentais de Contabilidade. 

    Local e data 

    Assinatura Nome do auditor-responsável técnico Contador Nº de registro no CRC 

    Nome da empresa de auditoriaNº de registro cadastral no CRC 

    5.3.1.1 - Circunstâncias que Impedem a Emissão do Parecer sem Ressalva 

    O auditor não deve emitir parecer sem ressalva quando existir qualquerdas circunstâncias seguintes, que, em sua opinião, tenham efeitos relevantes para

    as demonstrações contábeis: 

    a) discordância com a administração da entidade a respeito do conteúdo e/ou forma deapresentação das demonstrações contábeis; ou 

    b) limitação na extensão do seu trabalho. 

    A discordância com a administração da entidade a respeito do conteúdo e forma deapresentação das demonstrações contábeis deve conduzir à opinião com ressalva ou à opinião adversa,com os esclarecimentos que permitam a correta interpretação dessas demonstrações. 

    A limitação na extensão do trabalho deve conduzir à opinião comressalva ou à abstenção de opinião. 

    5.3.2 - Parecer com Ressalva 

    O parecer com ressalva é emitido quando o auditor conclui que o efeito

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    de qualquer discordância ou restrição na extensão de um trabalho não é de tal magnitude que requeiraparecer adverso ou abstenção de opinião. 

    É emitido quando um ou mais valores nas demonstrações contábeis não refletemadequadamente a posição correta, de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade. 

    O parecer com ressalva deve obedecer ao modelo do parecer semressalva, com a utilização das expressões exceto por , exceto quanto ou com exceção dereferindo-se aos efeitos do assunto objeto da ressalva. 

    Quando o auditor emitir parecer com ressalva, adverso ou com abstenção de opinião, deve serincluída descrição clara de todas as razões que fundamentaram o seu parecer e, se praticável, aquantificação dos efeitos sobre as demonstrações contábeis. Essas informações devem ser apresentadasem parágrafo específico do parecer, precedendo ao da opinião e, se for caso, fazer referência a umadivulgação mais ampla pela entidade em nota explicativa às demonstrações contábeis.

    O parecer com ressalva deve obedecer ao seguinte modelo: 

    PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES 

    DESTINATÁRIO 

    (1) Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa ABC, levantados em 31 de dezembro de 19X1 ede 19X0, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dasorigens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaboradossob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião

    sobre essas demonstrações contábeis. 

    (2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreenderam:(a) oplanejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e osistema contábil e de controles internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes, dasevidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e ( c ) aavaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administraçãoda entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 

    (3) O terreno e os edifícios da fábrica da companhia foram dados em 19x2 em garantia definanciamento a longo prazo 

    (4) Em nossa opinião, exceto pela falta de divulgação da informação mencionada no parágrafo anterior,as demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, em todos os aspectosrelevantes, a posição patrimonial e financeira da Empresa ABC em 31 de dezembro de 19X1 e de19X0, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens eaplicações de seus recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com osPrincípios Fundamentais de Contabilidade. 

    Local e data 

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    Assinatura Nome do auditor-responsável técnico Contador Nº de registro no CRC 

    Nome da empresa de auditoria

    Nº de registro cadastral no CRC 

    5.3.3 - Parecer Adverso 

    No parecer adverso, o auditor emite opinião de que as demonstraçõescontábeis não estão adequadamente representadas, nas datas e períodos indicados, de acordo com asdisposições contidas. 

    O auditor deve emitir parecer adverso quando possuir informaçõessuficientes para formar a opinião de que as demonstrações financeiras não representam adequadamenteà posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e asorigens e as aplicações de recursos, de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade. Esse

    fato ocorre quando o auditor constata que a transação é tão importante que não justifica a simplesemissão de um parecer com ressalvas.

    O parecer adverso deve obedecer ao seguinte modelo: 

    PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES 

    DESTINATÁRIO 

    (1) Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa ABC, levantados em 31 de dezembro de 19X1 ede 19X0, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dasorigens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaboradossob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opiniãosobre essas demonstrações contábeis. 

    (2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreenderam:(a) oplanejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e osistema contábil e de controles internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes, dasevidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e ( c ) aavaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administraçãoda entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 

    (3) A variação cambial sobre os empréstimos em moedas estrangeira está sendo contabilizada pelacompanhia somente com ocasião do pagamento ao credor no exterior. Em nossa opinião, essaprática está em desacordo com os princípios fundamentais de contabilidade, os quais requerem quea variação cambial seja registrada no regime de competência, ou seja, no ano em que houve amudança na taxa de câmbio. Se a variação cambial tivesse sido contabilizada com base no regimede competência, o lucro líquido estaria a menor em R$ 5.700,00 e R$ 5.900,00, em 19x2 e 19x1,respectivamente.

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    (4) Em nossa opinião, devido à relevância dos efeitos do assunto comentado no parágrafo 3, asdemonstrações contábeis acima referidas não representam adequadamente, em todos os aspectosrelevantes, a posição patrimonial e financeira da Empresa ABC em 31 de dezembro de 19X1 e de19X0, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens eaplicações de seus recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com osPrincípios Fundamentais de Contabilidade. 

    Local e data 

    Assinatura Nome do auditor-responsável técnico Contador Nº de registro no CRC 

    Nome da empresa de auditoriaNº de registro cadastral no CRC 

    5.3.4 -  Parecer com Abstenção de Opinião 

    O parecer com a abstenção de opinião ou negativa de parecer, é aquele em que o auditor deixade emitir opinião sobre as demonstrações contábeis, por não ter obtido elementos comprobatóriossuficientes para formar sua opinião sobre as demonstrações financeiras tomadas em conjunto.

    Esse fato ocorre, normalmente, em função de limite no escopo do exame ou incertezas quepossam Ter efeito bastante relevante sobre a situação patrimonial e financeira, o resultado dasoperações, as mutações do patrimônio líquido, ou as origens e aplicações de recursos. 

    A abstenção de opinião em relação às demonstrações contábeis tomadas

    em conjunto não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desviorelevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. 

    O parecer com abstenção de opinião ou negativa de opinião deve obedecer ao seguinte modelo: 

    PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES 

    DESTINATÁRIO 

    (1) Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa ABC, levantados em 31 de dezembro de 19X1 ede 19X0, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dasorigens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados

    sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opiniãosobre essas demonstrações contábeis. 

    (2) Exceto quanto ao mencionado no parágrafo 3, nossos exames foram conduzidos de acordo com asnormas de auditoria e compreenderam:(a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevânciados saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos da entidade; (b) aconstatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e asinformações contábeis divulgados; e ( c ) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis maisrepresentativas adotadas pela administração da entidade, bem como da apresentação dasdemonstrações contábeis tomadas em conjunto. 

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    (3) Pelo fato de termos sido contratado pela Alfa S.A após 31 de dezembro de 19x2, nãoacompanhamos os inventários físicos dos estoques de 31 de dezembro de 19x2 e de 19x1, nem foipossível satisfazermo-nos sobre a existência dos estoques por meio de procedimentos alternativosde auditoria e de controle internos na empresa. 

    (4) Devido à relevância do assunto mencionado no parágrafo 3, a extensão de nosso exame não foisuficiente para nos possibilitar emitir, e por isso não emitimos opinião sobre as demonstraçõescontábeis referidas no parágrafo 1. 

    Local e data 

    Assinatura Nome da empresa de auditoriaNº de registro cadastral no CRC 

    Nome do auditor-responsável técnico Contador Nº de registro no CRC 

    5.3.5 -  Incerteza 

    Quando ocorrer incerteza em relação a fato relevante, cujo desfecho poderá afetarsignificativamente a posição patrimonial e financeira da entidade, bem como o resultado das suasoperações, deve o auditor adicionar um parágrafo de ênfase em seu parecer, após o parágrafo deopinião, fazendo referência à nota explicativa da administração, que deve descrever de forma maisextensa, a natureza e, quando possível, o efeito da incerteza. 

    Na hipótese do emprego de parágrafo de ênfase, o parecer permanece na condição de parecersem ressalva. 

    Se o auditor concluir que a matéria envolvendo incerteza relevante não está adequadamentedivulgada nas demonstrações contábeis, de acordo com as disposições contidas, o seu parecer deve

    conter ressalva ou opinião adversa, pela omissão ou inadequação da divulgação. 

    5.3.6 - Informações Relevantes nas Demonstrações Contábeis 

    O auditor deve incluir no seu parecer informações consideradas relevantes para adequadainterpretação das demonstrações contábeis, ainda que divulgadas pela entidade. 

    5.3.7 - Carta de Responsabilidade da Administração 

    O auditor deve obter carta que evidencie a responsabilidade da administração quantoàs

    informações e dados e à preparação e apresentação das demonstrações contábeis submetidas aosexames de auditoria. 

    A carta de responsabilidade deve ser emitida com a mesma data do parecer do auditor sobreas

    demonstrações contábeis a que ela se refere. 

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    6 PROGRAMA DE AUDITORIA 

    Antes de iniciar qualquer trabalho de auditoria convém ter preparado um programa deauditoria, que é um rol de medidas de verificação a serem aplicados, expostas de forma tal que as inter-relações de um procedimento com outro estejam claramente demonstradas. 

    O programa de auditoria consiste no plano de trabalho para exame de área específica. Ele prevêos procedimentos que deverão ser aplicados para que se possa alcançar o resultado desejado. 

    6.1 - TÉCNICA PARA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE AUDITORIA 

    Ao planejar um programa de auditoria, várias considerações básicas devem ser lembradas e suaimportância levada em conta. Entre elas estão: 

    1. A responsabilidade do auditor na apuração de qualquer erro ou irregularidade que afetam os dadossob exame. 

    2.  As formas em que o programa de auditoria pode ser modificado, em virtude das variações naeficiência do controle interno. 

     Responsabilidade pela Apuração de Irregularidades  - A crença popular é a que o auditor éobrigado a descobrir e revelar qualquer erro ou irregularidade, de qualquer espécie ou importância, nosdados examinados. Tal concepção não é procedente. Três tipos de irregularidades podem ser utilizadaspara exemplificar o assunto. Primeiro, há um grande número de irregularidades possíveis, que são tãopequenos individualmente, e mesmo no total, que devem ser considerados como irrelevantes. 

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    Como  segunda  possibilidade, consideremos o tipo raro de erro. Do total das operaçõesefetuadas pela empresa durante o ano, somente uma é deliberada- mente desonesta. Qual aprobabilidade de que tal irregularidade seja descoberta durante a auditoria? 

    Somente se todas as operações forem examinadas detalhadamente, há certeza de que ela seráencontrada, e mesmo assim, em virtude da natureza da operação, ela pode passar despercebida. Nesse

    caso, a auditoria se tornaria tão longa e dispendiosa que seria considerada inconveniente pela maioriados empresários.

     Finalmente, consideremos a conivência que é a cooperação de dois ou mais administradoresou empregados para cometer uma irregularidade. Os auditores necessariamente confiam no controleinterno, mas a conivência para cometer a irregularidade pode anular mesmo um sistema de controleinterno aparentemente bom. Independente do volume de tempo e despesa disponíveis para executar aauditoria, a apuração de irregularidades, encobertas por habilidosa atuação conivente por parte dopessoal da empresa, pode constituir uma impossibilidade na prática. 

     Modificações do Programa de Auditoria - a maioria dos auditores concorda que não existe um

    programa padrão de auditoria, um conjunto uniforme de procedimentos igualmente aplicável a todas asempresas, em todas as condições. Ao mesmo tempo, em todos os casos há certa quantidade mínima detrabalho que deve ser executada, se o auditor deseja ter uma base satisfatória para formar sua opinião.Os procedimentos específicos a serem aplicados podem variar de