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Autoras / Orientadores: Diana Bernardes / Dra. Eduarda Luzia Soraia Monteiro / Dr. João Luís Antibioterapia no tratamento de feridas crónicas Faro, 3 de junho de 2014

Antibioterapia no tratamento de feridas crónicas · INTRODUÇÃO Fatores que afetam a cicatrização: Ferida Doente Ambiente •Vascularização •Oxigenação •Necrose •Infeção

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Page 1: Antibioterapia no tratamento de feridas crónicas · INTRODUÇÃO Fatores que afetam a cicatrização: Ferida Doente Ambiente •Vascularização •Oxigenação •Necrose •Infeção

Autoras / Orientadores:

Diana Bernardes / Dra. Eduarda Luzia

Soraia Monteiro / Dr. João Luís

Antibioterapia no tratamento

de feridas crónicas

Faro, 3 de junho de 2014

Page 2: Antibioterapia no tratamento de feridas crónicas · INTRODUÇÃO Fatores que afetam a cicatrização: Ferida Doente Ambiente •Vascularização •Oxigenação •Necrose •Infeção

1. Introdução

2.Objetivo

3.Metodologia

4.Resultados

5.Conclusões

ÍNDICE

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INTRODUÇÃO

• Ferida crónica (OMS): “failed to proceed through na

orderly and timely repair process to produce anatomic and

functional integrity”(1)

• A OMS, em 2010, considerou as feridas crónicas como uma

epidemia global.

• Etiologia nos países ocidentais:

Insuficiência venosa crónica (IVC)

Doença arterial periférica (DAP)

Diabetes mellitus

Úlceras de pressão

(1)Wound and Lymphoedema Management. WHO, 2010

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INTRODUÇÃO

Fatores que afetam a cicatrização:

Ambiente Doente Ferida

• Vascularização

• Oxigenação

• Necrose

• Infeção

• Corpos estranhos

• Desnutrição

• Doenças

sistémicas

• Medicação

• Recursos

• Acesso aos

cuidados de

saúde

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INTRODUÇÃO

Fatores de risco para a não cicatrização:

DAP

Imunodepressão

Desnutrição Imobilização

Radioterapia Drepanocitose

IVC

Diabetes

Idade

Tabagismo

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OBJETIVOS

• Conhecer fatores predisponentes para o desenvolvimento

de infeção em feridas crónicas.

• Conhecer os microorganismos mais frequentes em feridas

crónicas.

• Conhecer a antibioterapia mais adequada.

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METODOLOGIA

• Pesquisa de normas de orientação clínica (NOC’s) e recomendações

nacionais e internacionais, artigos de revisão e livros de texto.

• Termos pesquisados

• ferida crónica

• infeção

• antibioterapia

• nonhealing wound

• skin infections

• antibiotics

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METODOLOGIA

• Incluída bibliografia em português, inglês e espanhol,

publicada entre 2003 e 2013.

• Utilizados os motores de pesquisa Pubmed, UpToDate e

Google Scholar.

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RESULTADOS

• As bactérias estão sempre presentes nas feridas crónicas.

• Fatores predisponentes para infeção:

• necrose

• corpos estranhos

• leito da ferida seco

• antibiótico prévio

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RESULTADOS

• Sinais de infeção em feridas crónicas:

• atraso na cicatrização

• tecido de granulação descolorado e friável

• odor fétido

• drenagem serosa com inflamação associada

• deterioração da ferida

• acumulação de fibrina no leito da ferida

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RESULTADOS

• Instituição da antibioterapia:

• Identificação com quantificação do microorganismo

(>106 colónias/gr tecido; >103 colónias/gr tecido)

• Determinação do antibiograma

BIÓPSIA vs ZARAGATOA

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RESULTADOS

• Microorganismos mais

frequentes:

• Staphylococcus spp.

(MRSA e coagulase-

negativos)

• Streptococcus spp.

• Pseudomonas aeruginosa

• Enterobactérias

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RESULTADOS

• Nas feridas crónicas com menos de 1 mês de duração, os

microorganismos mais frequentemente envolvidos são os

Gram-positivos.

• Nas feridas com mais de 1 mês, repetidas, ou em doentes

imuno-comprometidos, é necessária uma cobertura

alargada (microorganismos Gram-negativos, Gram-

positivos e anaeróbios).

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RESULTADOS

• Perante suspeita de infeção

em ferida crónica recente,

pode optar-se por

antibiótico tópico.

• Não devem utilizar-se na

forma tópica antibióticos que

possam ser utilizados por via

sistémica.

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RESULTADOS

• Reavaliar em 2 semanas;

se manutenção ou

agravamento da infeção,

avançar para antibiótico

sistémico.

• Antibioterapia empírica pode ser de largo espetro, de forma a

cobrir Gram-positivos e Gram-negativos, incluindo

Pseudomonas, conforme suspeição.

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Microorganismo Antibiótico

Staphylococcus spp.

(MRSA e coagulase-

negativos)

- Cefalosporinas de 1ª, 3ª e 4ª geração

- Benzilpenicilinas

- Aminopenicilinas (Amoxicilina)

- Macrólidos (claritromicina)

- Quinolonas (ciprofloxacina - MRSA )

Streptococcus spp. - Cefalosporinas de 1ª, 3ª e 4ª geração

- Benzilpenicilinas

- Aminopenicilinas (Amoxicilina)

- Penicilinas anti-Pseudomonas (Piperacilina)

- Macrólidos (claritromicina e eritromicina)

- Quinolonas

RESULTADOS

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Microorganismo Antibiótico

Pseudomonas aeruginosa - Cefalosporinas de 3ª geração (ceftazidima)

e de 4ª geração

- Penicilinas anti-Pseudomonas (Piperacilina)

- Quinolonas (ciprofloxacina)

Enterobactérias - Cefalosporinas de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª geração

- Aminopenicilinas

- Penicilinas anti-Pseudomonas

- Quinolonas

RESULTADOS

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ALERTAS / ATENÇÃO

• Nas úlceras de pressão é essencial tratar qualquer infeção

concomitante.

• No pé diabético, devem ser utilizados antibióticos sistémicos

sempre que haja suspeita de infeção.

• Celulite do tecido envolvente deve ser tratada com antibiótico

sistémico, nomeadamente para Gram-positivos.

• Antibióticos sistémicos não são eficazes em infeções com

tecido de granulação; podem utilizar-se antibióticos tópicos.

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CONCLUSÕES

• Muitos dos fatores que condicionam a cicatrização, podem

por si só contribuir para o desenvolvimento de infeção.

• Os agentes etiopatogénicos mais frequentes são os

Staphylococcus spp., os Streptococcus spp. e a

Pseudomonas aeruginosa.

• Antibiótico definido pelo resultado da cultura e respetivo

antibiograma.

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CONCLUSÕES

• O fármaco de primeira linha é o antibiótico de menor espetro

eficaz, reservando os antibióticos de largo espetro a

situações de ferida antiga ou com infeção repetida.

• Empiricamente, o antibiótico de primeira linha é a

amoxicilina +/- ácido clavulânico; em caso de alergia, optar

por cotrimoxazol ou quinolona + metronidazol ou

clindamicina.

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CONCLUSÕES

• Se ferida recente com suspeita de Gram positivo, poderá

optar-se por uma cefalosporina de primeira geração

• Duração do tratamento entre 10 a 15 dias, sendo esta

variável consoante a evolução clínica.

• Examinar o doente como um todo é sempre importante na

avaliação da ferida crónica, pois a correção das causas da

mesma, ou do seu agravamento, é mandatória para uma

evolução favorável.

Page 22: Antibioterapia no tratamento de feridas crónicas · INTRODUÇÃO Fatores que afetam a cicatrização: Ferida Doente Ambiente •Vascularização •Oxigenação •Necrose •Infeção

Diana Bernardes ([email protected])

Soraia Monteiro ([email protected])

Antibioterapia no tratamento

de feridas crónicas