AndréAzevedoAlves,PrivatizaraSegurançaSocial(II)

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  • 8/18/2019 AndréAzevedoAlves,PrivatizaraSegurançaSocial(II)

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    Privatizar a Segurança Social (II)[Nota sobre Martin Feldstein (ed.), Privatizing Social Security , Chicago: The University of 

    Chicago Press, 1998, 471 pp.]

     André Azevedo Alves

    Março de 2003

    No artigo “Privatizar a Segurança Social (I)” foi exposta a natureza do grave problema de 

    (in)sustentabilidade financeira que confronta o actual sistema de segurança social e foi feito um 

    breve resumo dos cinco casos de reformas que constam da primeira parte da obra em análise. 

    De seguida, será apresentado um breve comentário à segunda parte do livro, a qual é composta

    por cinco análises económicas de vários aspectos do processo de transição para um sistema de segurança social solvente e baseado na capitalização.

    No primeiro estudo, da autoria de Martin Feldstein e Andrew Samwick (pp. 215-264), é abordada

    a complexa questão do processo de transição para um sistema baseado em contas de 

    capitalização individuais partindo de um sistema de transferências do género “pay as you go”. 

    Os autores elaboraram vários cenários (para a economia dos E.U.A.) conjugando diferentes 

    hipóteses a nível de contribuições obrigatórias, pensões pagas pelo Estado e indexação à taxa 

    de inflação. As conclusões do estudo apontam para a existência de substanciais benefícios no 

    longo prazo, com custos relativamente modestos na fase de transição. Alerta-se no entanto 

    para a necessidade de aprofundar a análise relativa a aspectos como a protecção dos indivíduos face à volatilidade dos mercados e a concepção de seguros para os riscos de 

    incapacidade e invalidez que possam ser incluídos no mesmo sistema de capitalização sem 

    criar distorções. Duas das críticas apontadas ao estudo são a eventual consideração de uma 

    taxa de rentabilidade esperada demasiado elevada (levando ao exagero dos benefícios da 

    capitalização) e o facto de os efeitos macroeconómicos positivos do aumento da taxa de 

    poupança poderem ser menores do que o esperado se parte dos fundos captados pelo sistema 

    forem retirados de outras aplicações financeiras.

    O segundo estudo, de Laurence J. Kotlikoff (pp. 265-311), procura simular os efeitos da 

    privatização da segurança social partindo de uma situação de equilíbrio geral (definido em termos neoclássicos). O autor conclui que a privatização da segurança social tenderá a gerar  

    ganhos significativos a nível do produto no longo prazo, embora as gerações directamente 

    afectadas pela transição possam sofrer perdas. Os ganhos líquidos de eficiência obtidos com a 

    privatização da segurança social dependerão, segundo Kotlikoff, de três factores: a estrutura de

    impostos existente no país, o grau de ligação entre contribuições pagas e benefícios recebidos 

    no sistema de segurança social estatal em vigor antes da privatização e o instrumento fiscal 

    escolhido para financiar os custos do sistema durante o período de transição. Os ganhos 

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