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ANA TEREZA ZIMMERMANN FAGGION TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATEN~Ao/HIPERATIVIDADE Monografia apresentada para obten,ao do titulo de Especialista no curso de P6s- Gradua~ao em Psicopedagogia da Universidade Tuiuti do Parana. Orientadora: Professora Rosilda Oallagassa CURITIBA 2002

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ANA TEREZA ZIMMERMANN FAGGION

TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATEN~Ao/HIPERATIVIDADE

Monografia apresentada para obten,ao dotitulo de Especialista no curso de P6s-Gradua~ao em Psicopedagogia daUniversidade Tuiuti do Parana.

Orientadora: Professora Rosilda Oallagassa

CURITIBA2002

DEDICATORIA

A meu marido Pedro Luis Faggion pela

compreensao e apoio.

A meus filhos Arthur e Heloisa pelo

carinho e afeto.

AGRADECIMENTOS

A Professora Rosilda Dallagassa pela

orienta9ao segura e competente.

SUMARIO

DEDICA TORIA .

AGRADECIMENTOS .

SUMARIO.

RESUMO.

1.INTRODUc;:AO ...

1.2. ESTRUTURA DA PESQUISA .

2. TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENc;:Ao I HIPERATIVIDADE .

•. . . •. ••.. j

.ji

.iii

.. v

.. 01

2.1. DEFICIT DE ATENC;:AO/HIPERATIVIDADE .

2.2. CAUSAS DA HIPERATivlDADE .

2.2.1. Traumas Durante 0 Parto .

2.2.2. Disturbios Cllnicos .

.. 02

.. 03

.. 03

. 10

3. A CRIANC;:A HIPERATIVA.

3.1. GENERALIDADES ..

3.1.1. Sintomas da Desaten,ao e Hiperatividade/Himpulsividade .

3.1.1.1. Desaten,ilo.

3.1.1.2. Hiperatividadellmpulsividade .

.. 14

.......... 14

.. 15

. 15

.. 16

.. 17

. 18

.. 19

. 20

.22

.. 22

. 23

.. 23

. 23

2.2.3. Disturbios Convulsivos ...

2.2.4. Dieta Alimentar .

2.2.5. Chumbo.

2.2.6. Infec,oes de Ouvido .

2.2.7. Hereditariedade .

2.2.8. Les6es Cerebrais .

2.2.9. Problemas Familiares .

3.2. ASPECTOS DO COMPORTAMENTO DE CRIANC;:AS HIPERATIVAS 30

iii

3.3. DIAGNOSTICO .

3.4. OPC;;OES DE TRATAMENTO .

3.4.1. Medicamentoso .

3.4.1.1. Beneficios da medica<;ao .

. 33

. 40

........ 40

...... 41

3.4.2. Terapias Motoras. . 42

3.4.3. Acompanhamento dos Pais ..

3.4.4. Terapias Alternativas .

3.4.4.1. Dietas .

4. INTERVENC;;OES .

4.1. INTERVENC;;AO PSICOPEDAGOGICA .

. 42

........ 43

. 44

. 45

. 45

4.2. TERAPIA COGNETIVA 45

4.3. TERAPIA COGNITIVA .

5. CONCLUSOES .

REFERENCIAS .

. 46

. 48

. 50

iv

RESUMO

Esta pesquisa nasceu e tern como objetivo a necessidade de conhecimento

sistematizado e mats aprofundado sabre a crianga portadora do Transtorno de

Deficit de Aten,ao/Hiperatividade(TDAH). E um termo aplicado a um grupo variavel

de padr6es de comportamento. Desatenvao, agita9ao, excesso de atividade,

emotividade, impulsividade e baixo limiar de frustra9210 afetam a integridade dessas

criangas. 0 relacionamento com as pais, professores e irmaos e consideravelmente

prejudicado pelo estresse provocado pelo comportamento inconstante dessas

criangas. 0 desenvolvimento e 0 progresso na escola sao constantemente afetados

de forma negativa. Permeada por referenciais teoricos a metodologia proposta

possibilitou caracterizar, diagnosticar e conhecer as suas causas, propor atraves de

tratamento psicoterapico alternativas de apoio. A conclusao permitiu ressaltar a

relevEmcia do tema.

1.INTRODU~AO

o tema abordado nesta pesquisa e 0 transtorno de deficit de

aten~ao/hiperatividade.

As informac;oes apresentadas aqui sao sobre a crianc;a com comportamento

de T ranstorno de Deficit de Atenc;ao/Hiperatividade e meies de como trabalhar essas

crianc;asde modo mais produtivD.

Com as informac;6es contidas neste trabalho espera-se trazer contribuic;6es

significativas na atuac;ao de professores junto a essas crianc;as.

Apesar do importante impacta que 0 Transtorno de Deficit de

Aten930/Hiperatividade (TDAH) causa sabre as crianc;as, 0 acesso a estas

informac;oes ainda e reduzido, naD 56 ao publico em geral, como tambem entre as

educadores.

Segundo as autores estudados durante a pesquisa, 0 transtorno de deficit de

atenyao/hiperatividade e muito freqOentemente diagnosticado nas crianc;as, sendo

que no curso das ultimas decadas 0 estudo tem atraido 0 interesse de

pesquisadores de diversas areas como: a medicina, a psico!ogia e a educay8o.

As crian~as com 0 transtorno de deficit de aten~ao/hiperatividade nao sao

menos inte!igentes ou capazes, porem sao crianc;as que exigem muito mais atenc;ao

dos pais e professores. Devido ao seu comportamento, pais e crianc;as costumam

sofrer constrangimentos.

Esta pesquisa, motivada pelo desafio que a esta crian~a nos imp6e, pretende

estudar, ana!isar e refletir concepc;oes te6ricas, visto que muitos ainda desconhecem

e nao sabem como atuar sobre a crianc;a com esse comportamento, comprometendo

negativamente 0 progresso dessas crianl'as na escola e conseqOentemente na vida.

Essas crian<;:as nao sao menos inteligentes ou capazes, mas exigem aten<;:ao

especial.

1.2. ESTRURA DA PESQUISA

A fim de transmitir aos Jeitores os procedimentos adotados, 0 tema desta

pesquisa e tratado com 0 desenvolvimento do seguinte conteudo:

No capitulo 2 sao apresentados a conceitua<;:ao sabre 0 Transtorno do Deficit

de Aten9ao/Hiperatividade.

No capitulo 3 sao apresentadas aspectos do comportamento e no<;:oes sabre

o tratamento de crian<;:asHiperativas.

No capitulo 4 apresenta-se as interven90es da Psicopedagogia no tratamento

de Crian9as com Transtorno do Deficit de Aten9ao/Hiperatividade.

No capitulo 5 sao apresentadas as condusoes, evidenciando a contribui<;:ao

deste trabalho.

2. TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENC;:AO t HIPERATIVIDADE

21. DEFICIT DE ATENC;AOtHIPERATIVIDADE

A hiperatividade e urn termo aplicado a urn grupo heterogeneo de crianc;as que

apresentam urn exagero au excesso de atividade motara, e melhor observada em

crianc;as cujo ambiente requeira autocontrole do comportamento podendo ja ser

identificada precocemente em bebes que mostram-se bastante inquietos, choram muito

au apresentam dificuldade no sono.

Caracteriza-se 0 transtorno de deficit de atenc;ao em uma crian98, pela

desatenC;8o, agit89<30, excesso de atividade, emotividade, impulsividade e baixo limiar

de frustra,ao. A crian,a com 0 (TDAH) enfrenta as mesmos problemas da crian,a

normal, 56 que de forma mais acentuada, exagerada. Este disturbio naD S8 limita

apenas a crianc;a em idade escolar. E mais perceptivel nesta fase, em func;ao das

exigencias que a escola exerce, objetivando a compreensao dos conteudos desta

crianc;a.

Segundo 0 DSM-IV (1995,p.82-83) a caracteristica essencial do transtorno de

deficit de aten,aothiperatividade e um padrao persistente de desaten,ao etou

hiperatividade, mais freqOente e severo do que aquele tipicamente observado em

individuos em nivel equivalente de desenvolvimento. No entanto, e fundamental

salientar que alguns sintomas hiperativo-impulsivo que causam prejuizo ja estao

presentes antes dos 07 anos. E apenas no inicio da vida escolar, que muitos individuos

sao diagnosticados, causando algum prejuizo, em pelo menos dois contextos (par

exemplo, em casa e na escola e/ou trabalho). Para esta constatac;ao e importante haver

claras evidencias de interferencia no funcionamento social, academico au ocupacional,

em termos evolutivos.

Criantyas hiperativas e desatentas sempre existiram na humanidade sem que se

constituissem um grupo reconhecido como apresentando altera<;:6es no

comportamento.Nos ultimos 100 anos (cern) anos as problemas caracteristicos de

criantyas hiperativos receberam nomenclaturas bastante diversificadas. As varias

denomina<;:6es, no decorrer deste seculo, definem a hiperatividade como: Inquietatyao,

falha no controle moral, sind rome da criac;ao hiperativa, instabilidade psicomotora da

crianc;a, lesao cerebral minima, disturbio p6s-encefalitico, disfuntyao cerebral minima,

reatyao hipercinetica da infancia, disturbio de falta de atentyao, disturbio da falta de

aten<;:ao par hiperatividade.

E dificil estabelecer na literatura 0 momenta preciso em que se determinou que

essas manifesta<;:oes corresponderiam a uma condityao em particular. Nao se sa be dizer

quando 0 TDAH aparece. Crian<;:as irrequietas, extrema mente ativas, sempre existiram.

Apenas neste seculo passou a ser considerada uma condic;ao de sallde. E dificil

precisar quem foi 0 primeiro a definir a sindrome. Podemos tomar como ponto de

partida 0 ano de 1925, no qual as publica90es de Dupre e Walion assinalavam 0

desajeitamento ou a debilidade motora nas crianyas sem lesao cerebral, chamando a

aten<;:ao para a participatyao do aspecto emocional no desenvolvimento dessa funtyao.

Ate 1980, criantyas que nao conseguiam prestar atenC;80 e que eram muito ativas

recebiam a denomina<;:8o de Rea<;:8o Hipercinetica da Inffmcia. Mas foi a partir de 1987

que a diagn6stico passou a ser denominado Disturbio de Hiperatividade com Deficit de

Aten9ao (DHDA), por ter se constatado atraves de estudos que a maioria das crian9as

que apresentavam problemas de agitac;ao excessiva, tornando-se objeto de estudo de

psic610gos, neurologistas e pedagog os. (GOLDSTEIN & GOLDSTEIN, 1994, p. 27-28).

Atualmente 0 termo usado na area medica e conseqOentemente na area

educacional para designar 0 diagnostico e: Transtorno de Deficit de

Aten,aolHiperatividade (TDAH) segundo 0 DSM-IV (1995,p.77).

A retomada dos estudos coube a Strauss e Lehtinen em 1947, procurando

estabelecer uma associayao das dificuldades no aprendizado com possiveis lesoes

cerebrais. as recursos disponiveis na epoca nao permitiram 0 avanc;o, levando a

conclusao de que se tratava de um quadro de "les80 cerebral minima", isto e, que as

alterac;oes funcionais apresentadas pelas crianyas seriam devidas a pequenas lesoes

cerebrais. Mais tarde em 1962, na Inglaterra substituiram a palavra lesao por disfun,ao

ficando enUlo este quadro definido como Disfun,ao Cerebral Minima (DCM) por nao

terem achado alterac;oes organicas.

No Brasil Lefeevre et aL em 1972, apos exaustiva pesquisa, elaboraram 0 exame

neurologico evolutivo (ENE), cujo objetivo foi 0 de definir os padroes normais de varias

func;oes neurologicas para crianc;as na faixa eta ria dos 3 aos 7 anos. A partir de entao

este padrao passou a ser utilizado para avaliar crianc;as encaminhadas com diagnostico

de OeM, sendo consideradas anormalidades ou areas disfuncionadas quando 0

individuo nao conseguia realizar os testes de uma determinada funC;ao propostos para

sua idade. 0 ENE foi valioso por ter permitido uma serie de investigaC;6es e a

possibilidade de estabelecer correlac;6es entre os seus resultados e as alterac;oes

funcionais, principal mente no interessante tema das dificuldades do aprendizado.

Resumidamente, pode se concluir que em bora 0 ENE mostrasse alterac;oes no casos

de OeM, estas nao eram suficientemente especificas para caracterizar este quadro.

1550 porque, no estudo de crianc;:as com dificuldade de aprendizado urn nurnero

ponden;vel delas apresentava 0 ENE normal e, paradoxalmente, outras, com 0 ENE

alterado estavam bern na escola. Outra verificac;:ao e que naquelas em que ° ENE

mostrava alterac;:6es, inclusive com melhora destas, alguns meses depois, as

dificuldades escolares persistiam (CYPEL, 2000).

KIRK & GALLAGHER (1991) relatam que foi a partir da decada de 60 que se

estruturou 0 conceito de uma sind rome hipercinetica, a hiperatividade juntamente com

inatenc;:ao, impulsividade e autros sintomas, que passaram a canstituir na medicina uma

clinica passivel de tratamenta medicamentaso.

Na literatura existente percebe-se que apesar dos estudas sabre 0 assunto e

do avanc;:o da medicina nao se canseguiu detectar alterac;:ao organica, seja atraves do

eletroencefalograma, RX de cranio, ultra-sanografia e ate mesma utilizando a

tomografia computadorizada. Dai entao 0 conceito de disfunc;:ao e nao lesao, nao mais

se atribuiu a hiperatividade uma alterac;:ao anatomica, mas sim alterac;:6es minimas na

func;:aocerebral, repercutindo especificamente sabre a comportamento da crianc;:a.

Em 1980 a Academia Americana de Psiquiatria, em busca da uniformizac;:ao do

conceito de hiperatividade denominou-a de Disturbio por Deficit de Atengao com ou

sem Hiperatividade, substituindo entao todos os outros termos utilizados para

denominar este disturbio.

Este disturbio nao se limita apenas a crianc;:as em idade escolar. E mais

perceptivel nesta fase, em func;:ao das exigemcias que a escola exerce, objetivanda a

com preen sao dos conteudos pelas crianc;:as.

Para a medicina, a crianc;:a hiperativa apresenta urn conjunto variavel de

comportamentos inadequados, como movimentagao fisica despropositada, dificuldade

de concentrar-se nas tarefas, agressividade nao justificada associados a queixa de mau

rendimento escolar. Estes comportamentos mais a rna coordenac;ao motora,

instabilidade no humor, ansiedade e discreta alterac;ao em provas que avaliam 0

desenvolvimento neuropsicomotor comp6em a disfunc;ao cerebral minima e seus

sin6nimos, a longo prazo estas crianc;as, segundo 0 modelo medico, tendem a

apresentar problemas de adapta,ao social, dificuldades escolares propondo-se desta

forma um tratamento a base do uso de drogas estimulante.

A tarefa de atenc;ao e complexa e envolve grande numero de aptidoes e

habilidades, entre elas: capacidade de focar a atenc;ao mante-Ia, ignorar os outros os

outros estimulos e dividir a aten,ao quando necessario (BRAGA, 1998).

No que se refere a desaten9ao e distrac;ao, as crianc;as hiperativas tern

dificuldades de se concentrar em tarefas e prestar atenc;ao de forma consistente,

quando comparadas com seus colegas. Quanta mais desinteressante ou repetitiva for

as tarefas, maior a dificuldade encontrada.

A superexcitac;ao e a atividade excessiva sao verificadas atraves da falta de

contrale do pr6prio corpo em situa90es que exijam acomodac;ao fisica e silencio. As

rea90es emocionais das crianc;as hiperativas sao intensas comparadas as outras

crian<;as independente do tipo de emo9ao-frustrac;ao, felicidade, raiva, felicidade ou

tristeza.

A impulsividade demonstra que crianc;as hiperativas possuem dificuldades de

pensar antes de agir. Quase sempre, elas entendem e conhecem as regras, mas a

necessidade de agir rapidamente reduz sua capacidade de auto contra Ie resultando em

As dificuldades em lidar com as frustrayoes fazem com que estas crianyas

apresentem dificuldades para trabalhar com objetivos de longo prazo. Necessitam mais

de repetidas compensa,oes a curto prazo.

E importante en tender que a crianya hiperativa apresenta as dlficuldades

comuns da infancia, s6 que de forma exacerbada. Para estas crianyas a desatenyaO, a

atividade excessiva, 0 comportamento emocional impulsivo sao caracteristicas do

temperamento. Muitos pesquisadores acreditam que essas qualidades, que podem nao

ser hereditarias, sejam consequemcia de algum desequilibrio da quimica do cerebra.

Segundo a AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (1995), a perturba\,ao par

deficit de ateny80-hiperatividade pode fazer seu aparecimento nos primeiros dias de

vida da crianya, urn recem nascido afetado pelo transtorno de deficit de ateny8o-

hiperatividade, pode ser injustificadamente incessivel aos estimuJos e pode responder

de forma nao diferenciada. E, normal, que a crianya seja ativa no beryo, tenha

desenvolvimento rapido, durma pouco e chore bastante.

Uma vez fora do beryo e capaz de movimentar-se de um lado para outro e tende

a agir procurando tudo e apalpando e quebrando objetos.

Embora a transtorno de deficit de ateny8o-hiperatividade seja uma das

indica\,oes principais do problema acima citado, os pesquisadares da AMERICAN

PSYCHIATRIC ASSOCIATION, afirmam que 0 grau de atividade e maior do que 0 das

outras crianyas, sendo a atividade relativamente continua, nao podendo ser

interrompida em situayoes adequadas, como na igreja e na escola.

Varios estudos internacionais e alguns recentes no Brasil tern demonstrado que

3 a 6% da popula\,ao de crian\,as de 7 a 14 anos apresentam TDAH. Logo 0 problema

nao e tao incomum. Sabemos menDs sabre a freqOencia de TDAH em crian9as

menores de 7 anos e em adoJescentes maiores de 14 anos.

Meninos apresentam freqOencia um pouco maior de Transtorno de Deficit de

Aten,ao/Hiperatividade do que meninas. Segundo pesquisas, a propor,ao meninos I

meninas e no maximo de do is meninos para cad a men ina com Transtorno de Deficit de

Aten9aa/Hiperatividade. Ha algum tempo acreditava·se que para cad a menina existiam

pelo menos quatro meninas com 0 diagnostico. Essa ideia baseava-se em estudos

realizados par servi90s de saude mental. A diferenya na propor9ao meninos/meninas

entre os estudos anteriarmente realizados e os estudos mais recentes e simples: Nas

meninas, este Transtorno apresenta-se mais com sintomas de desaten9ao, portanto, as

meninas incomodam menos na escala e em casa do que os meninos, sendo entao

men os encaminhadas a servi90s de saude mental.

As crian,as e adolescentes com Transtorno de Deficit de Aten,ao/Hiperatividade

apresentam com maior freqOencias outros problemas de saude mental, como

problemas de comportamento ansiedade e depressao. A isso e dado 0 nome de

COMORBIDADE (e a ocorrencia em conjunto de dois ou mais problemas de saude).

Normalmente em crian9as portadaras do Transtorno de Deficit de

Aten9ao/Hiperatividade, ocorre uma alta freqO€mcia de outros problemas de saude

mental. Cerca de cinqOenta par cento dessas crian9as e adolescentes tambem

apresentam problemas de comportamento, como:

01' Agressividade;

./ Mentiras;

01' Roubos;

10

./ Comportamento de oposir;ao au de desafio as regras e as pedidos de

adultos.

Ate pouco tempo, acreditava-se que adolescentes com Transtorno de Deficit de

Aten9ao/Hiperatividade apresentam risco maior de usa abusive de drogas ou

dependencia a elas. As recentes pesquisas desenvolvidas nesta area indicam que

estes adolescentes em associa9ao com problemas de comportamento parecem ter urn

risco realmente maior de abuso ou dependencia de Maconha, Cocaina e outras

substancias. Os Qutros nao teriam risco aumentado. Dados iniciais apontam que

adolescentes com este transtorna t6m risco significativ~ para 0 tabagismo, mostrando

que a nicotina pode ligar-se a determinadas "substancias" de algumas areas do cerebra

ajudando na atenc;80. 0 tabagismo, para estes adolescentes, seria como uma auto-

medicac;ao.

2.2. CAUSAS DA HIPERATIVIDADE

Normalmente uma crianc;a com Transtorno de Deficit de

AtenC;80/Hiperatividade se faz algumas perguntas, tais como: "Nao pensei que isso faria

mal" ou "eu esqueci". Mas por que crianc;as hiperativas agem desta maneira. Para

entender melhor, na sequencia sera abordado as principais causas da hiperatividade

tais como lesoes cerebra is, epilepsia, medicamentos, dietas, envenenamento par

chumbo e hereditariedade. Com essas informac;oes sera possivel entender a

hiperatividade como resultado da atividade cerebral (GOLDSTEIN & GOLDSTEIN,

2000).

Tern sido proposto que 0 Transtorno de Deficit de Aten9ao/Hiperatividade

deve ser visto muito mais como urn transtorno da adapta,ao do que como doen9a

11

esttJtica. Os sintomas de desateny<3o, hiperatividade e impulsividade destas crian9as e

adolescentes colocam-nas em desvantagens em ambientes ande a focaliz8ry8.0 da

atenry8.o e a controle motor e dos impulsos sao necessarios para a adequado

funcionamento. Entretanto, devemos lembrar, que a alta carga emocional e de energia

colocada nas suas 890e5, a espontaneidade e a criatividade podem representar

vantagens em ambientes que requeiram menor estruturayao (CYPEL, 2000).

o mau funcionamento do centro de atenry8.o ajuda a entender a diferen9a

entre 0 Transtorno de Deficit de Atenyao/Hiperatividade e a dificuldade de aprendizado.

Para relacionar 0 complexo funcionamento cerebral com 0 Transtorno de Deficit de

Aten98.o/Hiperatividade, deve-s8 imaginar urn centro de aten<;ao composto par celulas

nervosas do tronco cerebral. Este centro pode influenciar varios pontos de transmissao

em todo 0 cerebra, tornando-o mais ou menos sensivel aos impulsos provenientes de

outras celulas. Sob 0 comando desse centro, as celulas do cerebra, e, portanto a

crianya, pode se tornar mais ou menos senslvel a estimulos externos, sendo que uma

dificuldade de aprendizado resulta na disfunyao nos hemisferios cerebra is. As

informayoes nao sao corretamente transferidas de uma parte a outra do cerebro. Na

hiperatividade, as informayoes podem ser transmitidas com bastante eficiemcia de uma

parte a outra do cerebro, mas a disfunyao do centro de ateny80 impede que a crianya

se concentre, preste atenyao e controle seus impulsos.

KAPLAN (1984) afirma que atraves da historia, da observay30 e dos relatos, a

crianya deve ter apresentado uma atividade motora excessiva. Pode estar geralmente

presente, pode nao ser excess iva, mas pode ser notavel, a medida que a crianya

parece nao responder as necessidades de inibir a atividade quando for adequado faze-

10. Pode ser observada em algumas situat;:oes:

12

Hiperatividade (pelo menDS dais dos seguintes devem estar presentes):

./ Atividade excessiva;

./ Dificuldade em sentar-se quieta ou agit29aO excessiva;

./ Inquieta9ao motora durante 0 sano;

./ Desaten9ao (pelo menos tres dos seguintes devem estar presente);

./ Falhas em terminar pensamentos iniciados;

./ Nao escutar;

./ Distrair-se facilmente;

./ Dificuldade em fixar-se em jogos .

./ Impulsividade (pelo menDS tres dos seguintes devem estar presentes):

./ Age antes de pensar;

./ Dificuldade em organizar trabalhos;

./ Necessita de supervisao;

./ Dificuldade de esperar sua vez .

./ Aparecimento antes dos 07 anos de idade

./ Dura9ao de, pelo menos, 06 meses

./ Nao satisfaz os criterios para perturba9030 difusa do desenvolvimento ou para

perturba.yao maniaca.

KAPLAN (1984) relata que os testes pisicologicos sao importantes para

diagnosticar a hiperatividade. No teste de Roschach, as crian9as com apenas os

aspectos comportamentais de hiperatividade, distrayao, impulsividade e inconstancia

tendem a apresentar um f1uxo de associactoes, contaminac;oes e incapacidade de deter-

S8. Nas dificuldades perceptivas e nos problemas de organizactao espacial, tendem a

aparecer sinais organicos mais classicos.

13

o Teste 8ender- Gestalt e freqOentemente realizado deficientemente e seus

achados naD oferecem clareza diagnostica.

A Escala de Inteligencia Wechsler para crianlYas e freqOentemente usada.

Tende a haver discrepimcias entre as contagens verbais e de desempenho, mas essa

discrepancias podem variar em ambas as direc;6es. Mai5 uti I tern side 0 achado de

prejuizo do desempenho em subtestes espedficos, ou seja, as subtestes de Aritmetica,

Codifica,ao, Informa,ao e Contagem de Dados.

Testes de irnpulsividacte, ta;s como 0 teste da Combinayao de Figuras

Familiares de Kagan e 0 Teste Poteus Maze, parecem uteis na diferencia930 das

perturbal'oes por Deficit de Aten,ao.

Rutter e colaboradores relatam diferen9as significativas a partir dos conceitos

de diagnostico e dos achados anteriormente citados. As crianttas selecionadas como

hiperativas, com base nas contagens obtidas nas escalas de Connors, nao

apresentaram diferenttas consistentes e significantes na impulsividade, no Q.I., nas

anormalidades neurol6gicas, nas anormalidades congenitas, na historia de

complica90es perinatais, na idade de ataque ou nos fatores psicossociais que

seguramente diferenciaram-nas das crian,as com perturba,oes.

KAPLAN (1984) cita ainda que Sandberg achava que possivelmente havia

uma sindrome menos comum de crianttas caracterizadas por serem hiperativas e

desatentas, nao apenas pelas avaliattoes de pais e professores, mas tambem pela

observattaO direta e exame clinico. Tais crianttas eram diferenciadas, significativamente,

pelas respostas irregulares no Teste de Combina,ao de Figuras Familiares de Kagan,

pelas anormalidades de desenvolvimento nos exames neurol6gicos e pelc

14

2.2.1. Traumas Durante 0 Parto

Nas decadas de 60 e 70 era de aceita<;~ogeral que a hiperatividade da maioria

das crianryas devia-s8 a les6es ocorridas durante 0 parto. Como justificativa, 0 trauma

do parto satisfazia a curiosidade dos pais porque seu filho tinha problemas e

geralmente, aliviava ambos da culpa sobre a educa<;aode seu filho como possivel

causa. Tornava-se 6bvio que, S8 0 trauma do parto provocava hiperatividade, os

problemas podiam ser evitados S8 houvessem cuidados majores durante 0 nascimento.

Ap6s estudos concluiu-se que as problemas durante 0 nascimento erarn menes

importantes do que S8 pensava como geradores de hiperatividade. Uma das mais

surpreendente descobertas foi a ineficacia do indice de Apgar.

A gestary80 e urn periodo critieD para 0 desenvolvimento do feto. Se, durante a

gravidez a saude da mae e fragil 0 bebe apresenta maior lendemeia para desenvolver

problemas de comportamento e aprendizado. Mesmo que poucas crianc;:as sejam

hiperativas par causa de disturbio de gestac;ao e importante uma boa assistemcia pre-

natal.

2.2.2. Disturbios Clinicos

Uma crianc;a fortemente gripada com 0 nariz escorrendo, tosse, garganta

inflamada e febre, geralmente e desatenta e distraida. Esta altera<;ao de

comportamento nao deve ser confundida com hiperatividade. Quando estes sintomas

desaparecem acabam os problemas de comportamento da crianc;a, descaracterizando

desta forma a hiperatividade. Disfun<;6esdo cora<;aodo figado, rins e pancreas produz

os sintomas especificos que geralmente encobrem quaisquer alterac;5es de

comportamento.

15

A glandula tire6ide produz substancias indispensaveis ao desenvolvimento fisica

e mental. A maiaria das crian((as cuja tireoide produz excesso de harmonics apresenta

sintomas clinicos especificos, tars como freqOencia cardiaca aumentada, tremulo,

hiperativo. Para algumas criangas, entretanto, a hiperatividade e a principal

manifestag80 do hipertireoidismo. A redu9ao dos niveis de harmonics tireoidianos

acarretara na amenizaryao dos sintomas de hiperatividade.

2.2.3. Disturbios Convulsivos

A crianga tern uma forma de epilepsia conhecida como urn pequeno mau ou

crises de ausencia. Ha uma breve perda de consciemcia. A crise de au sen cia

dificilmente e confundida com hiperatividade. Os epis6dios de desatenc;ao estao

associados aDs espasmos das palpebras, olhar fixo e as vezes aDs tremores das maDS,

deixando cair as objetos.

2.2.4. Dieta Alimentar

As crian<;:as pequenas, geralmente expressam a fame atraves do choro. Quando

bern alimentadas tornam-se calmas, dormem bern e sao amistosas. E razoavel supor

que altera<;:6es da dieta alimentar possam intensificar as anormalidades

comportamentais como a hiperatividade.

Grupos diferentes defendem regimes alimentares diversos para controlar a

hiperatividade, enquanto outros a acreditam que nao existe nenhuma abordagem

alimentar que possa melhorar urn cornportamento. Algumas tecnicas foram idealizadas

para avaliar 0 efeito da dieta sobre a hiperatividade. 0 psic61ogo Dr. Keith Conners

desenvolveu uma escala de ciassificaIY80 que tornou possivel rnensurar 0

16

comportamento comparando os efeitos de duas di8tas diferentes. Depois de avaliar 0

comportamento sabre uma dieta normal, ele colocou todas as crianc;as livres de aditivos

e corantes especiais. Constatou entao que muitas crianc;as tiveram uma melhora nos

sintomas de hiperatividade quando colocadas sob uma dieta pobre em corantes

artificiais e aditivos. Embora alguns acreditem que a melhora inicial sobre dieta pobre

em aditivos mostre que ela funcione, a maiaria acredita que hi! ineficacia no desafio.

o efeito do ac;ucar dietetico tambem foi estudado. A possibilidade de 0

aspartame usado como substitute do ac;ucar, pader, por si 56 causar problemas.

Apesar de todas as evidencias contra a hipotese de a dieta ser causa da

hiperatividade surgiram novas evidencias mudando a forma de pensar dos

pesquisadores. Atualmente concluem que sob certas condic;oes 0 ac;ucar e rnesrno 0

carboidrato (um tipo de molecula de ac;ucar), pode agravar a hiperatividade. Outro

grupo com algum suporte cientifico acredita que se 0 leite, 0 trigo e determinados

alimentos forem eliminados juntamente com 0 ac;ucar e os aditivos algumas crianc;as

responderiam com uma diminuic;ao da hiperatividade.

Oiante da falta de comprovac;ao cientifica sobre a supressao de urn alimento

produzir ou nao alterac;ao clinica, continua a ser aceito 0 fato de 0 regime alimentar nao

ter efeito significativo sobre a hiperatividade.

2.2.5. Chumbo

o churnbo e urn metal que naD tern nenhum valor biol6gicD conhecida, porem

sua ingestao pode envenenar a sistema energetico humano. Muitas crianc;as morreram

em conseqQencia de edema cerebral par envenenamento par chumba. Algumas dessas

criam;:as sobreviveram e desenvolveram problemas de aprendizado e comportamento.

17

Inicialmente, suspeitava-se que 0 comportamento anorma1 fosse anterior a exposic;ao

ao chumbo. Em outras palavras, as problemas de comportamento e aprendizado destas

crianc;as as estimulavam a ingerir placas de tinta.

Qutros estudos demonstraram que crianc;as que moravam perto de urna

siderurgica ajudaram a demonstrar que mesma nlveis baixos de exposic;ao podem

provocar anormalidades. Estas crianc;as estavam expostas ao chumbo em virtude da

localizac;ao de suas casas e nao das suas pr6prias 8<;085. Quando 0 aprendizado e 0

comportamento foram analisados observou-se urna estreita correlac;ao com a exposicyao

ao churnbo.

Outro estudo mostrou que crian<;as com mais quantidade de chumbo nos dentes

de leite que haviam caida demonstrou que crianc;as com maior acumulo de chumbo em

seus dentes apresentavam QI mais baixo e tambem mais problemas de comportamento

e aprendizado. As diferen<;as entre 0 QI e os outros testes nao eram grandes mais

cientificamente confiaveis.

2.2.6. Infec<;6es de Ouvido

Estas infec90es provocam irrita9aO, dor e febre. Alem da possibilidade de perda

de aten9ao nao ha outros problemas irreversiveis. Porem, quando um grupo de

crian9as hiperativas foi analisada, encontrou~se uma freqOencia surpreendente de

infeC9aO de ouvido.

Antes que se possa concluir que as infec90es de ouvido provocam

hiperatividade, devemos compreender que existem autras explica90es possiveis. Por

exemplo, S8 a crian9a hiperativa e mais sensivel a dar de uma infec9c1o, portanta, elevada com maior frequEmcia ao medico. E tambem passivel que a hiperatividade e as

18

infecc;oes de ouvido representem sintomas de causa neurol6gica similar. Tornam-se

necessarios estudos adicionais entre as infecyoes de ouvido e a hiperatividade antes

que S8 possa considerar uma relay<3o de causa-efeita.

2.2.7. Hereditariedade

A relac;ao entre hiperatividade e hereditariedade esta clara mente estabelecida.

Primeira li9a<;80 foi estabelecida pelo estudo dos parentes de uma crian<;a hiperativa.

Uma crianc;a hiperativa tern urna probabilldade quatro vezes maior de possuir outros

rnembros da familia com 0 mesmo problema. Entretanto, 0 relacionamento entre as

crianyas e sua familia engloba, tambem, fatores ambientais. Os problemas

comportamentais das crianc;as pod em ser causados pelo comportamento dos pais.

Uma crianc;a com problemas de comportamento poderia contribuir para criar urn

ambiente ca6tico.

Para demanstrar que a maior incidemcia de hiperatividade dentro de uma familia

estava mais relacianada a hereditariedade que aa ambiente, fai estudada situac;oes nas

quais a crianc;a fai criada lange de sua familia bial6gica. 0 vinculo hereditario da

hiperatividade fai estabelecida quando se determinau que as pais e outros parentes

consangUineos de crianc;as hiperativas adotivas tem uma probabilidade quatro vezes

maior de apresentar camportamento hiperativa.

As famllias com criantyas afetadas apresentam uma grande gama de sintomas. 0

comportamento de uma crianc;a nao pode ser previsto somente pela hist6ria familiar.

Alguns pais hiperativQs naa tem crianc;as hiperativas, enquanta pais norma is tem

crianc;as com problemas serios. Muitos sao as fatares que determinaraa se a crianc;a

sera hiperativa.

19

2.2.8. Les6es Cerebrais

Les6es em qualquer parte do cerebro parecem ter algum efeita sabre a

capacidade de concentrar;80 e aten9ao. Os pesquisadores demonstraram que urn

hist6rico de lesbes cerebra is ocorre samente em urna porcentagem muito baixa de

crian,as hiperativa.

Para relacionar 0 complexo funcionamento do cerebra com a hiperatividade,

imaginemos um centro de atenr;:ao composto par celulas nervosas do tronco cerebral

possivelmente utilizando a dopamina. Este centro pode influenciar va riDs pontcs de

retransmissao em todo 0 cerebra. Urna crianc;:a normal e capaz de S8 concentrar,

prestar atenc;:ao e agir deliberadamente em algumas circunstancias, apesar de ser

impulsiva, ter raciocinio.

Este modele cerebral permite-nos ver a crianya hiperativa como possuidora de

um centro de aten,ao que nao esta funcionando bem e esta disfun,ao que a leva a

problemas de desempenho, este modelo tambem nos ajuda a entender a diferen,a

entre hiperatividade e dificuldades de aprendizado. Uma dificuldade de aprendizado

resulta da disfunyao nos hemisferios cerebrais que nao sao transferidas de uma parte

para a outra do cerebra, ja, na hiperatividade, as informayoes podem ser transmitidas

com eficiencia de uma parte para outra, mas a disfuny80 do centro de ateny80 impede

que a crian9a se concentre, preste aten9<30 e contrale seus impulsos. Os

neurotransmissores que parecem estar deficitarios, em quantidade ou funcionamento,

sao basicamente a dopamina e a noradrenalina.

20

2.2.9. Problemas Familiares

Algumas teorias sugeriam que problemas familia res, especialmente urn estilo

medicayao era significativamente melhor do que 0 comportamento dos dias em que

recebia 0 placebo. 0 comportamento da mae para com a crianya tambem era melhor

quando recebia a medicayao.

Algumas caracteristicas familiares parecem funcionar como desencadeadores

21

Assim, parece ser de bom sensa esperar que esta crianga funcionara pior em

uma familia com funcionamento ca6tico do que em uma familia bem-estruturada.

22

3. A CRIANr;:A HIPERATIVA

3.1. GENERALIDADES

As Crianc;:as com 0 T ranstorno de Deficit de Atenc;:ao/Hiperatividade sao

hiperativas e desatentas, Estas crianyas representam urn desafio para a familia e a

escola, elas estao quase sempre correndo, escalando, falando sem considerar 0 que

e au nao apropriado. As crianc;:as com 0 hiperatividade sao incapazes de focalizar

bastante inteligentes podern apresentar TDAH e nao apresentar urn prejuizo visivel

nas suas vidas. Isso acontece porque aprendern intuitivamente rnaneiras de "driblar"

os sintornas.

Estas crian,as portadoras de Transtorno de Deficit de Aten,ao/Hiperatividade

./ Baixo limiar de frustraYiio.

23

A desatenr;ao, urn dos sintomas mais caracteristicos do individuo com TDAH,

pode manifestar-se em situac;:oes escolares, profissionais au socia is.

As crian,as com este deficit, freqOentemente nao prestam aten,ao a detalhes

au cometem erras par falta de cuidados nos trabalhos escolares ou em Qutras

tarefas. Em crianc;;as em idade escolar, a desatenC;;80 interfere no trabalho em sala

de aula e no desempenho escolar.

3.1.1. Sintomas da Desaten,ao e Hiperatividade/Himpulsividade

3.1.1.1. Desaten,ao

../ Apresentam dificuldade para concentrar-se em tarefas e/ou jogos;

,/ Nao prestam aten,ao ao que Ihe e dito;

./ Esquecem compromissos;

3.1.1.2. Hiperatividadellmpulsividade

./ Ficar remexendo as maos e I ou os pes quando sentado;

./ Nao parar sentado pcr muito tempo:

24

./ Ser muito barulhento para jogar au brincar;

../ Ser muito agitado;

../ Falar demais;

../ Responder as perguntas antes de terem sido terminadas;

../ Ter dificuldade para esperar a vez;

./ Intrometer-se em conversas dos Qutros.

Socialmente e comum estas criant;as sofrerem algum tipo de discrimina9ao

limites, ° ambiente deve ser organizado, dispor de regras claras, programa9f1o

previsivel e recompensas e punic;oes consistentes.

Pesquisadores da AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION afirmam

tambem que, a crianc;a tem explos6es de c6lera. Esta irritabilidade pode ser causada

25

provem de uma perturbaC;8o simultEmea da aprendizagem au do desenvolvimento da

linguagem. Algumas vezes, provem da distral'ao e da atenl'ao flutuante da crianl'a,

que impedem a aquisir;<3o, retenr;80 deste conhecimento. A rea-;;:ao adversa do

professor ao comportamento caracteristico, a diminuir;80 da autoconciderar;80

devido as inadapta90es sentidas pade combinar com os comentttrios dos colegas,

tornando a escola urn lugar de frustrar;80 e infelicidade. Par sua vez, isto, pade

conduzir a manifestar;80 de comportamento anti-social autodestrutivQs e ate

autopunitivos.

Segundo GOLDSTEIN & GOLDSTEIN (1996) na idade escolar a crianl'a

hiperativa comer;8 a S8 aventurar nurn mundo e ja nao tern a familia agindo como

amortecedor. 0 comportamento antes aceito como engrar;ado ou imaturo jil naD e

toleravel. Muito rapidamente seu comportamento foi par culpa um tempo

desproporcionalmente do professor. Mas, a atenl):aO par parte do professor

infelizmente e freqOente negativa e dirigida a crianr;a por ele nao estar fazendo a

que dela se espera.

as mesmos autores ressaltam ainda que as crianr;as hiperativas podem nao

em rela~ao a classe como urn todo" (GOLDSTEIN & GOLDSTEIN 1996, P 109).

Partindo do exposto anteriormente as problemas na escola sao com

frequencia a queixa numero 1 dos pais das crian,as hiperativas aos profissionais.

26

Embora 0 comportamento da crianc;:a em casa possa ser particularmente host ii, e na

escola que a crianc;:a comec;:a a apreender sobre a mundo e precisa interagir. as pais

muitas vezes S8 sentem impotentes e frustrados. Eles podem estar expostos a

Cabe ressaltar que a crian<;:a hiperativa apresenta dificuldades que sao

comuns na inffmcia, geralmente de forma exagerada. Na maioria das crian<;:as

afetadas pel a hiperatividade, a desaten9ao, a atividade excessiva ou 0

comportamento emocional irrefletido e impulsivo sao caracteristicas temperamentais.

27

impacto de seu comportamento e tambem nao compreendem que tenha influencia

sabre os seus problemas de relacionamento social.

Para 0 sensa comum a hiperatividade se manifesta a partir de quatro

caracteristicas de comportamento (GOLDSTEIN & GOLDSTEIN, 2000)

a. Desatenr;ao e distrar;ao: as crianr;as hiperativas tem dificuldade em se concentrar

nas tarefas, de prestar atenr;ao, tendo em vista que a processo de atenc;ao ecomplexo par envolver diferentes habilidades. Para urna crianr;a tirar todo a proveito

que urna eseela propicia em sala de aula ele deve dominar urn certo numera de

aptid6es/habilidades relativas a atenr;ao-orientayao. Nestes casas e necessaria

focalizar a atenr;ao em certes momentos de maneira a iniciar a tarefa que Ihe foi

atribuida e manter a atenc;:ao ate 0 final da tarefa independentemente do tempo

necessaria, ignorando as distra<;5es e ao mesmo tempo estar vigilante as ordens do

professor;

b. Superexcita<;ao e atividade excessiva: Essas crianc;:as tendem a ser agitadas e

facilmente sao levadas as manifestac5es de uma emOCao excessiva, manifestando

dificuldade em manter 0 controle do corpo, na~ conseguindo permanecer sentadas

em silemcio par muito tempo. Suas reac5es emocionais sao mais intensas e mais

frequentes que as de outras criancas;

c. Impulsividade: criam;as com este disturbio tern dificuldade de pensar antes de

agir e dificuldades de seguir as regras. Na maioria das vezes, elas entendem e

conhecem as regras, mas a sua necessidade de agir rapidamente sobrepuja sua

reduzida capacidade de auto-controle;

d. Dificuldade com frustrac5es: As criancas com este disturbio tern dificuldade para

trabalhar com objetivos de lango prazo. Elas necessitam mais de repetidas

compensac6es em curto prazo que de uma (lnica recompensa a longo prazo.

Algumas pesquisas sugerem que 0 constante satisfazer-se pode ser ineficaz para

28

como deficit motivacional. Embora as explicac;oes para a dificuldade em lidar com

frustrac;6es, baseadas na biologia au no temperamenta, tenham algum sentido,

existe tambem urn componente cultural nesse problema - aquila que as psicologos

chamam de reforlio negativo. 0 reforgo negativQ significa fazer algo que cause

aversao ao seu mho para rnudar 0 comportamento dele, enquanto 0 reforeo positiv~

significa recompensar a criant;a pelo comportamento que voce deseja fortalecer.

Geralmente, 0 comportamento das crianc;as hiperativas resultam em urn grande

numera de reforeos negativQs, frutos das tentativas dos pais de controlar a crianc;:a

par exemplo, urn pai poderia fazer ameac;:as para a crianca vir a mesa de jantar, au

uma mae poderia entrar no quarto de seu fitho enquanto ele deveria estar se

vestindo e lembra-lo para voltar a se vestir quando ele nao tiver fazendo isso. Ao sair

do quarto, entretanto, ele pode parar de se vestir. Enquanto sua mae continua a

pressiona-lo, ele continua a ser vestir, embora prefira ficar brincando. Nessa

situa93o, a mae e um refor90 negativo - ela e a razao de eJe voltar a realizar a tarefa

que nao queira fazer. Assim, as crian<;:ashiperativas comegam a ver a mundo como

um lugar onde se trabalha para se livrar daquilo que nao se quer (por exemplo, dar

bronca nos pais) e nao um lugar onde voce luta para obter as coisas que voce

deseja.

Agora, vamos refletir sobre 0 impacto negativo de uma crian9a que apresenta

essas quatro deficiencias caracterlstica da hiperatividade. A crian9a deficiente em

uma duas au quatro dessas habilidades esta comprometida de forma significativa na

sua capacidade para ser bem - sucedida ao lidar com a realidade. Algumas crianc;as

podem ser fracas em apenas uma au duas dessas habilidades e nao ser em outras?

Certamente. As crian9as hiperativas, entretanto, geralmente sao frageis em todas as

quatro.

29

Alem disso, as exigencias impostas as crianc;:as sao determinadas em suas

vidas basicamente pelos adultos. Os adultos hiperativos podem modificar as

suas vidas para minimizar as experiencias negativas. As criantyas naa podem. E

mais, as deficiemcias nessas quatro habilidades e os problemas delas resultantes

parecem ter urn impacto significativ~ na personalidade de urna crianc;a e no

desenvolvimento do pensamento.

A incapacidade dessas crianc;as de tirar proveito, beneficia de experiEmcias

vividas levam-nas a transgredir freqOentemente regras da convivencia social de urn

pequeno grupo de crianc;:as,exigindo assim mais atenc;ao dos professores e

monitores responsaveis par aquele grupo de crianc;as. No case das criangas

comuns, a aprendizado ocorre ap6s a repreensao par alguma transgressao das

atividades estipuladas pelo professor. Ja as criangas hiperativas parecem nao

entender, e muitas vezes pode-se classificar seu comportamento como desafiador

ou proposital.

3.2. ASPECTOS DO COMPORTAMENTO DE CRIANC;;AS HIPERATIVAS

Para uma crianga com hiperatividade e dificil manter-se desocupada. Essa

crianga considera 0 mundo em que ela esta situada muito grande e com muitas

alternativas para ocupar-se (Figura 01).

Criangas portadoras deste transtorno com facilidade se distraem. Porem,

parecem ter consciemciaque seu comportamento agitado e desatento causa alguns

transtornos ha sua familia, colegas, professores e vizinhanya, mas ao mesmo tempo

nao tern controle sobre sua atividade motora. E uma crianga que com freqOencia

esquece de levar para a escola as materiais necessarios a execugao das tarefas.

30

FIGURA 01 - COMPORTAMENTO NATURAL DE UMA CRIANt;:A HIPERATIVA

FONTE: ROHDE & BENCZIK, (1999)

Para estas crianyas e extrema mente entedioso ficar sentado em urn banco

escolar. Sem perceber, comeya a morder 0 lapis, rabiscar as folhas, esta sempre

mexendo as maos e balanc;andoos pes, qualquer movimento Ihe tira a atenc;ao, a

buzina de urn carro, urn lapis que cai, as conversas para lei as (figura 02).

E uma crianya que com freqCu3ncia e abordada pela professora. Quando

volta a prestar a atenyao nas explanac;oes do professor, ja naD sa be onde parou.

Essa crianc;a responde as perguntas muitas vezes sem que a mesma tenha sido

31

concluida. No momento que Ihe e exigida a escrita, demonstra dificuldade pois Ihe

falta organiza98o em seu material, em suas ideias e muitas vezes esta distraido com

atividades nao relacionadas com a aula.

FIGURA 02 - COMPORTAMENTO DE UMA CRIAN<;:A HIPERATIVA EM SALA DE AULA

FONTE: ROHDE & BENCZIK, (1999)

Na hora de fazer as deveres de casa precisa ser lembrada com

freqOencia, muitas vezes as desculpas sao muitas, na tentativa de deixar para mais

tarde. Quando e obrigado a !azer essas tare!as normalmente deixa pela metade,

passando para outra atividade, seja ela uma brincadeira ou outra tare!a (figura 03).

32

Este comportamento repete-se na hora do banho e da higiene pessoal,

par exemplo, escovar as dentes e pentear as cabelas.

FIGURA 03 - COMPORTAMENTO IMPULSIVO DE UM CRIANCA HIPERATIVA

FONTE: ROHDE & BENCZIK, (1999)

Essa crianya que com frequemcia se distrai, fica ausente, nao e uma

crian<;a pregui<;osa, Em algumas situa<;5es a motiva<;ao ajuda a aten<;ao e 0 contrale

motor, mas em Qutros momentos a fOfya do problema e maior.

Ela mesma muitas vezes se pergunta, porque nao can segue prestar a

atencao igual a outros colegas (figura 04),

33

FIGURA 04 - COMPORTAMENTO DESATENTO DE UM CRIANCA HIPERATIVA

FONTE ROHDE & BENCZIK, (1999)

3.3. DIAGNOSTICO

o diagn6stieo da hiperatividade e dilieil e eomplexo, segundo CONNERS,

citado por GOLDSTEIN & GOLDSTEIN (1994, p. 21). Nilo existe teste diagn6stieo

absolute e preciso para a hiperatividade. E necessaria uma cuidadosa coleta de

informa~6es das mais variadas fontes (Pais e Professores), atraves dos

instrumentos (questionarios e testes). Na hist6ria do desenvolvimento da erianya.

Embora certos fatores de desenvolvimento no inicio da infancia possam colocar as

crianyas no grupo de risco.

34

Urn diagnostico minucioso da hiperatividade na infancia deve incluir a coleta e

a observa<;ao de oito tipos de informa<;ao (GOLDESTEIN & GOLDESTEIN, 2000):

a) Historico: as pais devem estar preparados para fornecer um historico da familia e

do desenvolvimento de seu titho. As informac;:oes do historico relativas a oulros

problemas que a familia leve, as melodos usados para impor disciplina, as sinais

precoce de temperamento dificil. Islo e mais importante ainda quando se trata de

adolescentes. Uma historia sugerindo problemas cranicos de desatenyao

impulsividade e comportamento excess ivamente ativo e a melhor fonte de

informac;:ao diagnostica

b) Inteligemcia: Uma crian.;a com temperamento dificil tern muito pouco haver com a

inteligencia. Entretanto, se voce vai agir rapidamente e sem pensar, quanto mais

inteligente voce for maior sera a possibilidade de voce ser bem sucedido. Se voce e

daqueles alunos brilhantes podera chegar a resposta c~rreta sem muito esforyo. As

crianyas inteligentes tambem sao as que apresentam a maior probabilidade de tirar

proveito de intervenyoes cognitivas e podem ter a intuiyao correta a respeito do

impacto que 0 seu comportamento tem sobre os outros colegas. As crianyas menos

inteligentes tem menos probabilidade de fazer ISso. Muitos testes sao utilizados por

profissionais que pretendem medir a inteligemcia. Porem estas tecnicas de mediyao

tendem a ser subjetivas pois hellvarias teorias para definir intelienci3. Acredita-se que

a inteligencia e um conjunto de aptidoes que predizem ate que ponto urn individuo

pode atuar bern em varias situayoes. Entao 0 termo inteligencia pode significar algo

diferente para cada um de n6s. Os melhores testes de inteligencia norrnalmente

levam pelo menos uma hora para dar uma ampla visao das atividades verbais e nao

verbais da crianc;a.

c) Personalidade e desempenho emocional: Algumas crianyas hiperativas sao

bastantes conscientes de seus problemas e, em consequencia, tornam-se cada vez

35

mais infelizes, desamparadas e frustradas na medida que continuam a fracassar.

Qutros parecem nao ter consciencia de seus fracassos e continuam suas vidas

indiferentes a inumeras situa<;:6es frustrantes que experimentam. Uma avaliagao

completa da hiperatividade precisa inciuir dados sabre a personalidade e

funcionamento emocional atual. As pessoas que estao encarregadas de fazer as

avalia<;oes devem ter a capacidade para entender 0 nivel de confianc;:a das crianc;;as;

ate que ponto as criangas acreditam que elas estao satisfazendo as expectativas em

relac;;aoa suas vidas; como se sentem sabre si mesmas e sabre as pessoas de sua

vida; e 0 quanta estao conscientes das dificuldades que elas estao experimentando.

Tal avaliayao e muitas vezes completada com a usa de uma serie de questionarios

padronizados idealizados para avaliar depressao, ansiedade e personalidade. As

crianyas respondem a esses questionarios e suas respostas sao comparadas com

uma amostragem de respastas de crianyas normais. Essa avaliayao, normalmente,

inclui uma entrevista com a crianya.

d) Desempenho escolar: Par volta do segundo grau, a maioria das crianyas

hiperativas esta atrasada em pelo menos uma disciplina escolar. Assim, uma

determinaryao precisa das habilidades escolares da crianya au do adolescente e uma

parte essencial da avaliayao. Se a crianya estiver conseguindo alcanyar a media ou

esta acima dela, entao um mal desempenho na classe e uma preocuparyao menos

imediata do que quando a crianya esta abaixo da media au e desatenta. Neste ultimo

caso uma intervenryao direta para melhorar a capacidade escolar assim como a

desempenho em classe e necessaria. Devemos nos lembrar que aproximadamente

vinte a trinta par cento das crianyas hiperativas tambem apresentam algumas

deficiencias em habilidades especificas, que interferem na sua capacidade de

apreender. E bem provavel que as tratamentos para hiperatividade nao terao muitos

efeitos sabre aquilo que essas crianyas estao aprendendo. Elas necessitam de uma

educayao direta e especial par causa de sua dificuldade para apreender.

36

e) Amigos: Devemos nos lembrar que foi constatado que a facilidade de fazer

amigos e de conserva·ros e urn importante e insubstituivel fatar que vai determinar 0

quanta a crianc;:a vai ser bern au mal em termos comporiamentais au emocionais

durante a decorrer de sua infancia. A avalia9ao dos amigos e das capacidades

socia is da crian9a e, geralmente, obtida por meio de entrevistas par meio de paiS e

professores, questionarios e uma entrevista com a crian9a.

f) Disciplina e compartamento em casa: 0 comportamento da crian9a hiperativa se

da no isolamento. A maneira como as pais interagem com a crianc;:a pode nao 5er a

causa da hiperatividade, mas e, sem sam bra de duvida urn fatar que determina 0

nivel de gravidade dos problemas que as crian~as hiperalivas passa a ter em casa.

Os paiS devem estar preparados para fornecer, a quem estiver fazendo a ava1ia~ao

informac6es sobre 0 seu ponto de vista a respeito de educacao e os tipos de

abordagem educacionais que ja lentaram.

g) Comportamento em casa e na escola: Alem de obler informac6es sobre 0

progresso de seu Who na escola uma avaliacao meticulosa e precisa tambem inclui

as percepc6es e observac6es do professor sobre a capacidade da crianca seguir

regras e limites e de respeitar a autoridade do professor. Esta informac;:ao e muito uti I

para se compreender como a crianca esta enfrentado os problemas de

hiperatividade. Quando a hiperatividade nao e orientada de mane ira eficaz na sala

de aula, algumas criancas isolam-se e comecam a ficar cada vez mais desatentas.

Outras crianc;:as adotam um comportamento tipico de oposic;:ao e desafio ou entao

tornam-se os palhac;:osda sala de aula.

h) Consulta Medica: Um diagnostico clinico e parte essencial de um processo de

avaliac;:ao.

37

Os problemas de hiperatividade da crianc;a deve ter comeyado antes dos sete

an os de idade, ela deve ter manifestado certo numero de comportamentos tais como

(DSM-IV, 1995):

./ Agita,ao constante;

./ Problemas para permanecer sentada;

./ Ficar distraida por qualquer motivo;

./ Problemas para aguardar a sua vez;

./ Respostas impulsivas;

./ Problemas para completar as coisas;

./ Dificuldade de continuar realizando uma tarefa;

./ Deixar muitas caisas inacabadas;

vi' Dificuldade para brincar tranquilamente;

./ Falar excess iva mente;

./ Interromper freqOentemente as Qutros;

./ Nao escutar;

./ Ser desorganizados e expor-se a muitos riscos.

Outra etapa envolve a aplicac;;ao de urn questionario para pais e professores.

Entretanto, as questionarios nao fazem diagnosticos, apenas descrevem as

comportamentos.

A fase posterior envolve a coleta de informat;:oes objetivas e cientificas

relativas ao comportamento e as deficiemcias de habilidades da criant;:a. Inclui a

observa,ao de seu comportamento na sala de aula. 0 objetivo do teste e avaliar a

habilidade de prestar a aten~ao, planejar e se organizar atraves de varios meios, a

38

habilidade da crian9a de imitar movimentos motores. A area mais promissora para

avaliar crianc;:as hiperativas e 0 usa de computadores. Inumeros programas foram

criados para medir as varias habilidades de aten980. 0 mais usado e 0 Sistema

Diagn6stico Gordon (GORDON, 1990).

Este sistema e portatil, contern urn rnicroprocessador capaz de executar uma

serie de tarefas que 58 mostraram bastante sensiveis em identificar a impulsividade

e 0 tipo de desatenc;ao das crianyas. Este instrumento tern uma excelente aceitaC;30

e esta S8 tornando urn padrao na avaliaC;8o objetiva da hiperatividade.

Esta etapa envolve uma avaliac;ao cuidadosa da crian((a em varies ambientes.

IS50 inclui, no minima, a escala, a sua casa e a vizinhanc;a. Embora as crianc;as

hiperativas naD apresentem as problemas com a mesma gravidade em todas as

situac;oes, elas normalmente apresentam alguma dificuldade na maiaria das

situac;oes diiuias. Quando os sintomas se manifestam, num unico ambiente, tal

como escola ou em casa, ha uma grande probabilidade que os sintomas indiquem

alguma outra dificuldade.

Temas agora a mais importante etapa, pOis e quando se cansidera,

cuidadosamente, se as sintomas refletem au nao algum outro disturbio emocional,

de aprendizagem au clfnico.

Considerando a exposto, as informayoes do historico que a familia teve, as

meios usados para impor disciplina, as sinais de temperamento, observado pelos

pais durante toda a infancia da crianc;a e de fundamental importancia para a

conclusao do diagn6stico.

Uma avaliac;ao precisa deve incluir dados sobre a personalidade da crianc;a e

seu funcionamento emocional atual. Os profissionais que realizam as avaliac;oes

devem ser capazes de entender a nivel de confianya e compreensao da crianya.

39

Para isto, e extremamente importante perceber se a crianc;:a esta interada sabre as

questionamentos a qual ela esta sendo submetida.

E necessaria uma determinac;ao exata das habilidades escolares como parte

essencial da avaliac;ao. Se a crianc;a esta na media au acima dela, dai entao 0 mau

desempenho na classe e uma preocupayao menos imediata.

Fazer amigos e tambern conserva-Ios e importante e urn fatar que vai

determinar 0 quanta a crianya vai sair-se bern ou mal em termos comportamentais

ou emocionais no decorrer de sua infancia.

A avalia9ao, clinica e neuro16gica rigorosa na habilidade da crianc;a de

controlar seus movimentos motores, pade fornecer importantes informac;oes que

indiquem uma base fisiol6gica para os sintomas da hiperatividade.

o medico precisa tomar uma decisao referente a necessidade de testes que

variam de uma simples contagem sanguinea ate uma complexa tomografia cerebral.

Cad a teste pode eliminar uma doen9a que, pode se confundir com a hiperatividade.

Mas estes testes nao ajudam a fazer nem a confirmar 0 diagn6stico da

hiperatividade; Portanto, a nao ser que haja uma indicaCao especifica de outro

disturbio como por exemplo, uma suspeita do professor em relacao a possiveis

convuls6es estes testes sao em geral desnecessarios.

3.4. OP<;:OES DE TRATAMENTO

3.4.1. Medicamentoso

No momento, 0 tratamento medicamentoso e a conduta mais eficaz para a

hiperatividade. A reaCao da crian9a hiperativa a medicacao esta entre as mais

impressionantes da medicina. Quando alguem sugere que 0 medicamento Ii

40

perigosQ, Qutros sugerem que e tao segura quanta eficaz, e dificil saber 0 que

pensar.

As pesquisas realizadas tern demonstrado urn dominic do medicamento no

tratamento. Em 1987, 0 medicamento era utilizado com mais freqOencia em alunos

da terceira serie (sete par cento tomavam medicamento). Apenas urn par cento de

alunos da pre-8scola, Em 1971, quarenta par cento destes alunos tomavam Ritalina,

mas em 1987 essa porcentagem chegou a noventa e tres par cento (GOLDSTEIN &

GOLDSTEIN, 2000).

Diversos profissionais, das mais diversas areas, apresentam generaliza90es

sabre as perigos e 0$ beneficios da medica98o. Alguns sugerem urn alto risco de

dependencia, inibic;ao do crescimento, psicose, suicidio, au comportamento

criminoso, em quanta Qutros discordam. A citaC;030 de pesquisa cientifica naD

esclarece, mas, ao contrario acrescentam mais confusao a lista de efeitos colaterais.

A decisao de empreender este tipo de tratamento deve resultar de uma

cuidadosa ponderay<3o, nao apenas de riscos e beneficios mas tambem de

alternativas.

3.4.1.1. Beneficios da medica9ao

Varios estudos cuidadosos demonstram claramente que as crianyas e

adolescentes com 0 transtorno apresentam melhoras significativas dos sintomas de

desaten<;:ao, de hiperatividade e lou de impulsividade na escola e em casa com 0

usa correto de remedios. Acredita-se que a medicamento atue para melhorar 0

funcionamento do centro de aten~ao na medula oblonga. Desta forma 0 problema

que provoca desaten9ao e distra9ao e melhorado. 0 medicamento estimulante,

como a Ritalina, pode gerar uma mudan~a dos sintomas. Setenta e cinco por cento

41

das crianc;as hiperativas obtem uma melhora real do seu comportamento. Embora

algumas crianyas apresentem efeitos colaterais, 0 centro de ateny80 e mais sensivel

do que Qutros centros na maiaria das crianc;as. As crianc;as que reagem a Ritalina

demonstram notaveis melhoras em seu grau de atenc;ao e uma sensivel redug80 no

comportamento hiperativD. A capacidade de 58 concentrar nas tarefas, melhora a

ponto de nao S8 distinguirem de outras criangas de mesma idade cronol6gica a nivel

de desempenho.em situa(foes em que precisa controlar seus movimentos corporais,

conseguem ficar sentadas par longa tempo. Em casa, na escola e na vizinhanc;a os

problemas tern side reduzido consideravelmente.

A melhora na realizac;ao escolar nao e tao evidente quanto no

comportamento. Algumas pesquisas sobre desempenho escolar nessas crianc;as

tem side desapontadoras.

o tratamento pela mediac;ao produz melhoras na capacidade de controlar a

atenc;ao e a concentrayao. A crianya presta a atenyao, atende ao professor, termina

e entrega seus trabalhos. A crianc;a hiperativa nao medicada entende 0 assunto,

mas falha em virtude do comportamento deficiente. Em termos de conhecimento

escolar antes do tratamento, mostram pequena melhora no desempenho escolar

apes 0 medicamento.

Nem todas as crianyas com 0 transtorno necessitam de medicayao. Aquelas

com sintomas leves e com boa capacidade cog nit iva podem necessitar apenas de

intervenyoes psicoterapticas e estrategias de manejo cognetivo-comportamentais

em casa e na escola. Entretanto, a grande maioria apresenta prejuizos significativos

necessitando do uso de remedios.

Os relatos sao contraditerios sobre a melhora com 0 aprendizado com a

medica,ao. Pesquisas amplamente divulgadas tem sugerido que a dosagem da

42

medica.yao para melhorar 0 aprendizado e diferente da dosagem exigida para

melhorar 0 comportamento. Isto tern levado alguns especialistas a acreditarem que

existe uma escolha entre uma dosagem para melhorar 0 aprendizado e Dutra para

melhorar 0 comportamento. Hoje compreende-se que ha uma relat;ao direta entre 0

melhor comportamento e 0 melhor aprendizado, 0 teste sensorial demonstra

melhora ern diversas areas da atividade escolar. De fata as crianyas hiperativas com

defici€mcia na aprendizagem que reagem bern a Ritalina demonstram sucessos

escolares maiores que as que nao reagem bem ao medicamento (GOLDSTEIN &

GOLDSTEIN, 2000; GORDON, 1990).

3.4.2. Terapias Motoras

Existem sugestoes de tratamento atuando em aspectos motores que

envolvem tambem 0 componente emocional. Pode-s8 incluir nesse contexto, a

psicomotricidade, a terapia psicomotora e diversas modalidades de relaxamento e

metodos mais especificos como 0 Rolfing (CYPEL, 2000).

3.4.3. Acompanhamento dos Pais

o segundo tratamento mais amplamente utilizado para a hiperatividade e 0

treinamento dos pais. Trata-se de tecnicas de gestao destinadas a reduzir os

problemas experimentados pelas crian9CIs hiperativas e tecnicas de

desenvolvimentos de aptidoes para melhorar a capacidade dos pais compreenderem

e manejarem as problemas de seus filhos reduz sua gravidade, mas as abordagens

te6ricas e as tecnicas tornam dificil de se chegar a conclusoes s61idas sabre os

beneficios do treinamento para as crian9as hiperativas. As pesquisas tem sugerido,

43

no entanto, que existem resultados claros, positivos e n3pidos, quando pais e

professores aprendem a compreender, lidar e ensinar melhor suas criany8S

hiperativas.

As crianc;as hiperativas sao muito mais propensas a desenvolver padr6es de

comportamento negativQ e contestador que as crianC;8s normais. As maes de

crianC;8s hiperativas, frustradas, muitas vezes dao mais ordens e sao mais negativas

que as maes que as crianyas normais. Certa vez, as pesquisadores pensaram que

este padrao de comportamento paterno resultava em mau comportamento da

crian,a. Hoje compreendemos como nota 0 Dr. Russell Barkley, que 0

comportamento das Criany8S pode ser muito mais poderoso para contralar as pais

que 0 contrario. Em situac;oesde brincadeiras das crianc;as,0 comportamentos dos

pais melhora quando as crianc;as hiperativas que recebem medicamento

demonstram melhor atenc;aoe menos desobediencias.

Outras pesquisas tem sugerido que, embora as maes de crianc;ashiperativas

corretamente medicadas manifestem comportamento negativo e regular, ainda nao

parecem manifestar comportamento tao positiv~ quanto a maes de crianc;as

normais.

3.4.4. Terapias Alternativas

Para crianryas com deficit de atenryao e hiperativas surgem propostas

terapeuticas alternativas divulgadas na midia com a promessa de melhores

resultados, porem apoiando-se em resultados ocasionais au duvidasos, verificadas

em situac;6es esporadicas, sem considerar as possibilidades de influencias, par

exemplo, 0 efeito placebo.

44

3.4.4.1. Dietas

Existem pro pastas de intervenC;8o dietetica, visando a melhora do

comportamento nessas crian9as. Boa parte delas indica que S8 evitem alimentos

coloridos e comidas com aditivo e tambem refrigerantes.

LEVINE (1987), afirma que os resultados sao pouco animadores. Faz-se

necessaria urn grande esfonro para a manutenC;80 da dieta e as ganhos sao

desproporcionais. Alem dis so, como fOI vista na 58980 anterior 0 tratamento

medicamentoso e mais eficaz.

KINSBOURNE (1984), estudou intensivamente 0 resultado do tratamento da

hiperatividade utilizando uma variaC;8o na dieta de seus pacientes, os resultados

obtidos naD atenderam as expectativas. Os resultados foram desapontadores.

o tratamento com doses elevadas de vitaminas foi sugerido por con (1971),

essas terapias, tambem conhecidas como ortomoleculares, naD mostraram qualquer

tipo de beneficia ate 0 momento.

45

4. INTERVEN~6ES

Tras tipos de interveng80 sao utilizadas com essas crian9as. A primeira e 0 usa

de medicamento. A segunda e a terceira sao tecnicas nao-medicas que pais e

profissionais devem compreender e utilizar. Uma delas refere-s8 a formas de gerenciar

eficazmente 0 ambiente domestico e escolar da crian.;a para reduzir as problemas.

Outra tecnica consiste em estrategias de desenvolvimento de habilidades que ajudem a

crianga a prestar atengc30 de modo mais efetivo, ptanejar, ficar sentada e controlar as

emog5es. Essas intervengoes permitem que a crianga funcione de modo mais efetivo

no mundo.

4.1. ESCLARECIMENTO A FAMiLIA

Em relag80 ao tratamento do Transtorno de Deficit de Atengc3o/Hiperatividade, a

orientag8o a familia e 0 primeiro pas so. E fundamental que n090es erradas possam ser

corrigidas e r6tulos como os de preguil):oso possam ser corrigidos. Tambem possibilita a

familia urn momento que possa ventilar suas angustias e suas duvidas sobre os varios

aspectos desse transtorno.

Essas crianl):as e seus familia res necessitam, na maioria das vezes, de algum

acompanhamento psicoterapico.

4.2. INTERVENC;AO PSICOPEDAG6GICA

A interven,ao da psicopedagogia no acompanhamento e tratamento de

portadores do Transtorno de Deficit de Aten,ao/Hiperatividade pode ser dividido da

seguinte forma:

46

./ Abordagens por meio de reconstru,ao das habilidades e conteudos;

./ Uso do computador para digita,ao no lugar da escrita que e mais dificil;

./ 0 uso de jog os;

./ 0 usa de recursos audiovisuais e cores;

./ Leitura em voz alta;

./ Sala com poucos estimulos visuais;

./ Momentos em que a crianc;a esta muito agitada deixa-Ia sair urn pouco da sala,

isso a ajudara a S8 reorganizar;

./ Estimular que a crianc;a leia em voz alta;

./ Usa de estrategias especificas para cada area-problema;

./ Feedbaks freqOentes;

./ Auxiliar no desenvolvimento de responsabilidades compativeis com sua idade;

./ Dar elegios e retornos positiv~s.

4.3. TERAPIA COGNITIVA

Constitui uma atividade terapeutica que inclui trabalhar conjuntamente processos

cognitivos e comportamentais da crian9a, utilizando-se de tecnicas operacionais.

Neste trabalho, sao propostas tarefas e no decorrer delas as crianc;as sao

solicitadas a pensar sobre 0 que estao fazendo, ocorrendo tambem por ocasiao da

conclusao dessas tarefas. Respostas rapidas e pouco elaboradas nao sao incentivadas.

Ao lado disso existe 0 prop6sito de incentivar a aten9ao e a intenc;:ao seletivas. A

crian9a e reforryada a participar sendo motivada e tratando de faze-Ia recuperar a auto-

estima (CYPEL, 2000).

47

E urn trabalho com caracteristicas semelhantes aD psicopedag6gico e podera ser

bem sucedido quando a indica,ao for pertinente ao caso. Segundo LEVINE, (1987),

podera vir a ser uma opryaopromissora para as crianryascom Transtorno de Deficit de

Ateny80 e Hiperatividade.

48

5. CONCLUSOES

Ap6s analise de referenciais te6ricos, acredita-se que a crianya com Transtorno

de Deficit de Atengao/Hiperatividade realmente representa um desafio para todos visto

a desatenyao e impulsividade que afetam a integra980 da crian<t8, na escola e no meio

em que vive. Ela e considerada hiperativa e ou desatenta quando apresenta

comportamentos anormais em relac;:ao as Qutras crianC;:8s da mesma faixa etaria.

Essas crianyas estao sempre assumindo riscos desnecessarios, pais elas naD

tern visao do perigo. Mas elas podem ser bem sucedidas no lar, na escola e na

comunidade da qual fazem parte desde que ajudadas pelos pais.

Verificou-se durante a realiza~o desta pesquisa que se deve considerar a

questao alimentar tendo em vista que existem estudos cientificos conduzidos que

apontam para uma gravidade de alguns cases relacionados a ingestao de alimentos

com aditivos corante e al):ucar artificial.

Os diversos autores consultados alertam para a hereditariedade como a principal

causa do Transtorno de Deficit de Atengao/Hiperatividade.

o ambiente familiar caotico nao pode ser tratado como uma causa da

hiperatividade, mas favorece 0 agravamento do quadro.

Estar atento aos sintomas que possam confundir 0 diagnostico da hiperativ;dade,

principal mente com as patologias que causam irrital):ao, agital):ao tendo em vista que

estes sao os sintomas mais perceptiveis na hiperatividade.

E importante entender que nao ha nenhuma observal):aO isalada que confirma au

exclua 0 diagnostico de hiperatividade de uma crian9a. 0 objetivo da avalia9aO nao e

classificar ou decidir sobre urn tratamento em particular.

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A maiaria dos problemas vivenciados par uma crianc;a hiperativa nao podem ser

evitados, porem podem e devem ser administrados.

Urn aspecto observado durante a realizac;ao desta pesquisa e a pequena

quantidade de bibliografia em portugues disponiveL

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REFERENCIAS

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