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Horace W. Davenport 7828 ABC da Quimica Acido-Basica do Sangue Elementos de Quimica Fisiol6gica dos Gases Sanguineosj para Estudantes de Medicina e Medicos. ! Traduzido da S.a revlsta da obra THE ABC OF ACID-BASE CHEMISTRY DE JOSE REINALDO MAGALHAES Professor-Adjunto do Departamento de Biofisica e Fisiologia, Eseola Paulista de Medicina, e Professor Titular· de Bioquimica da Faculdade de Medieina da Funda!;lio Universitiiria do ABC. II ATHENEU EDITORA SAO PAULO R. Marconi. 131 - 29 anda)___ _. Siio Paulo I BIB LAC _ E M J! 6 .. --->-- -'

ABC Da Quimica Acido-Basica Do Sangue - Horace

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A short with a complete explanation about acid-basic theory.

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  • Horace W. Davenport 7828

    ABC da Quimica Acido-Basica

    do Sangue

    Elementos de Quimica Fisiol6gica dos Gases Sanguineosj para Estudantes de Medicina e Medicos.

    ! Traduzido da S.a edi~ao, revlsta da obra

    THE ABC OF ACID-BASE CHEMISTRY

    TRADU~AO DE JOSE REINALDO MAGALHAES

    Professor-Adjunto do Departamento de Biofisica e Fisiologia, Eseola Paulista de Medicina, e Professor Titular de Bioquimica da Faculdade

    de Medieina da Funda!;lio Universitiiria do ABC.

    II ATHENEU EDITORA SAO PAULO R. Marconi. 131 - 29 anda)___ _. Siio Paulo I BIB LAC _ E M

    TOmbo-41~' J! 6 ..--~

    --->-- -' ---~

  • Traduzido da obra original

    THE ABC OF ACID-BASE CHEMISTRY

    Licenciado por The University of Chicago, Chigago. Illinois. U.S.A.

    1947, 1949, 1950, 1958, }969 por

    THE UNIVERSITY OF CHICAGo.

    Todos os direitos reservados.

    1973 por ATHENEU EDITORA SAO PAULO para a lingUa portuguesa

    indice Prefacio

    1. 0 Que Acontece no Sangue 3

    1.1 Pressao Parcial de urn Gas 3

    L 2 Composi

  • indice

    2.4 Percursos Acidobase Normais sem Compensa9ao frl 2.5 Faixas Normais 71 2.6 Regula

  • 1o Que Acontece no Sangue

    1.1. Pressao Parcial de Um Gas

    As ac;:oes qUlmlcas e fisiol6gicas de urn gas dependem da pressao que ele exerce. A pressao que um dado gas exercet,A-uer esteja s09..!l.l:!listl-!L\lOO--CQ}I! ()lltr()s~es, e a sua ~pressao-parciay A pressao parcial de urn gas e geralmente indicaaa'peIalerra-p miniiscula precedendo 0 slmbolo qufmico do gas; assim, p02 representa a pressao parcial do oxigenio. Os fisiologistas respiratorios, todavia, indicam a pressao parcial pela letra maiiiscula P, seguida do simbolo quimico escrito a direita e abaixo; assim, POI 6, para eles, a pressao parcial do oxigenio. Desde que este livro sera usado por pessoas que estao estudando fisiologia respirat6ria, este sistema de simbolos sera empregado.

    A pressao parcial de urn gas depende somente do niimero de moles de urn gas em urn dado volume e temperatura. Ela independe da presenga de outros gases no mesmo volume. Este fato e represent ado pela equagao dos gases perfeitos, a qual, quando aplicada ao oxigenio, 6

    (1)N02RT Nesta equagao No! representa 0 niimero de moles de oxigenio no volume V; a quantidade Rea constante dos gases que e a mesma para todos os gases; e Tea temperatura absoluta.

    A pressao total exercida por uma mistura gasosa como 0 ar atmosferito, e a soma aritmetica simples das pressoes parciais dos gases que formam a mistura. A pressae,baroi'fl:6trlea--Wiil e. deste modo, a-sorrfa'das pressoes parciais do oxigenio, dioxido de carbono e nitrogenio do ar. Este fato e representado pela equa~ao

    PH Peol + POz + PNz ' (2) Vma vez que as pressoes parciais dos gases componentes em uma mistura sao proporcionais ao niimero de moles do gas presente, as equac;oes

    " -'~)"""""'--I

  • ---,--r

    o que Acontece no Sangue 4

    Peo2 N C02RT/V (3 ) e

    PN2 = NN2RT/V (4) podem ser cscritas. A prcssao barometrica e iguaJ a soma das

    equa~6cs (1), (3). e (4):

    PB (N02 +Nco2 +NN,)RT/V (5)

    Dividindo a equac;ao (1) pela equaC;ao (5), teremos

    P02 N02 (6)PB = N02 + NC02 + NN2 Esta equac;ao estabelece que a relac;ao cntre a pressao parcial do

    oxigenio c a pressao barometrica e igual a relac;ao dos numeros

    de moles de oxigenio e 0 niimero total de moles da mistura gasosa.

    o termo a direita na equac;ao representa a frac;ao de oxigenio na

    mistura gasosa. A equac;ao pode ser escrita como

    Po = PB(fra~ao de moles de Oz no ar) P,iFo). (7) ....._ . ~'" ...-~."~""'_~.~".,,.".~.~---.;- .. -, "".>. _ ._," ,."~'r""',,,",":"""'_~'_'>_ 2

    , Volumes irom.is de-gas..CQn!eIll numeros':::iguaisqcmoles; conseqiien'tenlente afrac;ao do ga~rpor volume 6 tambemigUal a frac;ao do gas por moles. A...tr_:'!Peo} P II( 'X;( '( (9) e

    00 ( 10)PN2 Analise

    L

    I',l do

  • _

    o Que Acontece no Sangue 6

    sente nestes condutos, e a mistura final IS lan,ada all nil'rior como arexpirado.

    Em condi

  • o Que Acontece no Sangw' 8

    em repouso, urn eritnkito pass;1 all.l\'(", d, em cerca de 0,75 segundos (' 1'111 '-"-""11 is de somente 0,3 segundos_ !\ 111"1111,,;111.1 ,dl-'-' a difusao do oxigcnio, pOI' i';lo O;;II'!'II.. 'Jilt' pas~;a atraves dos pulmoes nao chcga a :lIingir (I "'11111111111' '''1111'''-1 .. ,'11m 0 ar alveo~ lar e a Po.' do sanglll' que S:II till'; ',II "I,IIl", '-III qll:dqllcr alveolo is sempre Jigeirallll'llk illi'criol a /'", tip ;II :11\',',,1;11 1:111 ('ol1dit;:oes normais cRta dikrcIH,:a 0 provavdllwlI('- 1111,'11111 :1 I 01111 II)'., Todavia, 0 sanguc arlerial !las alil'rias SjSlcllli(,;I~, do linflH'11i ell! repouso tern uma po! cere;! dl~ 5 a I () I1IIIl 11/" illinior a "", do :II' alveolar. IntercomUllicae()cs :In:llilllli(';ts do san/'lll' V('1I0SIl do

    park de:-;ia dil'cren

  • o QU(' A,'ollj.-,,. 110 ~;:HII(lI(' 10

    It I. dl~;~;olvid() 0,023(102.2)/760

    cc por ml.

    'i't'rcl'ira etapa. Os volumes dissolvidos em 100 rul sao os volumes por cento:

    (Vol %

  • (, (,'", :\,olltece no Sangue 12

    I ':XEMPLO 4. Vma amostra de sangue e equiJibrada a \Xl)C com uma mistura gasosa tendo uma P02) de 200

    111111 Hg, na qual a hemoglobina esta completamente satur:lda. Encontrou-se na amostra, 21,3 vol % de oxigenio. ()uanto tern de hemoglobina csta amostra de sangue? I'rimeira etapa. 0 oxigcnio dissolvido no sangue deve ser subtraido do oxigenio total: ()2 dissolvido) = (0,023 cc por mJ)(200 mm Hg)/760,

    = 0,006 cc por ml, = 0,6 vol %.

    o oXlgellIo total do sangue e igual ao dissolvido mais 0 combinado com a hemoglobina:

    ( ( ) JTotal) (02 dissolvido) + HbOz , 21,3 vol 0;: - 0.6 vol

    = 20,7 vol Segunda etapa. Desde que 1,34 cc de oxigenio se combinam com 1 g de hemoglobina,

    !' IIb0 por 100 ml 2

    = (20,7 cc por 100 ml)/(l,34 cc por g), = 15,4 g HbOz por 100 m!.

    E, dcsde que 0 peso equivalente da hemoglobina e de 16.700, I ~q II b()2 por litro

    (15,4 g por 100

    0,0093 Eq por litro,

    9,3 mEq/i.

    ;\ qll:tlllld;\(k dc hcmoglobina que se combina com 0 oxige-III", .1('11"11EXEMPLO 5. Cemnri:IiTitros de uma amostra de sangue contendo 9,3 miliequivalentes de hemoglobina por litro e equilibrada-a-3'8-6Ccofu uma mistura gasosa POl de 200 mm Hg e uma Peo, de 40 mm 00 ml da mesma amostra de sangue sao

    na mesma temperatura, com uma mistura gasosa com uma POl de zero e uma Pe02 de 40 mm Hg~, duas amostra~ s~o em se.guida, mistur~das. Qual ~ \..~C:2 d~ mistura? Prlmelra ttapa. A amostrade sangue oXlgena 0 e a mesma descrita no exemplo 4. RIa contem urn total de 21,3 vol % de oxigenio, cios quais 20,7 vol % estao combinados com a hemoglobina e 0,6 vol % estao dissolvidos. A outra amostra nao contem mistura de 200 ml contem bina e 21,3 cc de oxigenio. aproxima

  • o Que Acontece no Sangue 14

    Isto e, 100 (0,18) / (21,3), ou 0,8 por cento do oxigenio total. A hipotese de que todo 0 oxigenio da amostra de sangue esta combinado com a hemoglobina e, assim, mais de 99 % correta. ~-,+;;;:O desvio na curva de dissocia

  • o Que Acontece no Sangue 16

    salina, geralmente uma soluc;ao saturada de c1oreto de potassio. Nestas condic;6es,seo-aparelho for corret~D.te cmistruido, 0

    lido e diretamente proporcional aopIi'da soluc;ao desOs aparelhos disponlveis comerciafmente sao usual

    mente padronizados e calibrados de modo que 0 medidor ja permite leituras diretas do oH da

    Em lima solu~ao hidrogenio (aH a concentrac;ao dos ions hidrogenio Em solU\;:6es mais concentradas a atividade 6 sempre menor que as conccntra~6es, e este fato e expresso equac;ao

    aH + =f[H+]. (26) Onde f 6 0 coeficiente de atividade, cujo valor numenco e inferior a 'um e deve ser determinado expcrimcntalmente.

    o cocficiente de atividadc para os ions hidrogenio no sangue e. desconhecido. Todavia, como sua conccntra9ao e tao pequena, o sangue provavelmente se comporta como se fosse uma soluc;ao infinitamente diluida. Deste modo, 0 cocficiente de atividade e provavclmente pr6ximo de urn. Alem disto, nao existe razao para considerar que ele varie muito em condi6es fisiol6gicas. Con

    considera-lo iguai a urn, e cscrever as equa~6es

    . log

    log (28) Ing (I) (29) log II 1 'I (30)

    o SIiUl g:istrico C: 0 llllien i'luido do organismo para 0 qual () l'odicit'lIll' de atividadc 11110 pmlc ser considerado como igual a 11m. 1;111 IIl1la allllls(r:l dc sueo g{lstrico cujo pH e ] ,00, e no qual a SOIll:' lit- III' I (' IK I I e de 50 mEq/!, 0 coeficiente de atividade doc; iOlls hid rogl'llio l- ignal a 0,810. Assim a atividade dos iOlls hidro/'.\'Ili" " de 0, I00, por01ll a eonccnlrac;ao de ions hidro

    ,: de OJ ()() 'O,X 10, ou 0,12,1 Eq/ I . FXFMI'IO (), () pi I do sallgllc arterial normal e de 7.41. Ollal (: a slia cOlln~lIlra~:ao l'1l1 iOlls

    () lo)'.aril!llo lllp.a(ivo da atividadc dc ions hidrmJj

  • o Que Acontece no Sangue 18

    correspondentes de ooncentra~ao hidrogenionica. A media aritmetica destes numeros deve ser tomada e reconvertida em pH. ~ tambem incorreto falar em modifica~5es porcentuais do pH, desde que modifica~oes porcentuais somente sao corretas em uma escala linear, nunca em uma escala logaritmica.

    1.7. Efeito Tampao.

    Os acidos sao compostos capazes de ceder ions hidrogenio (ou protons), e as bases compostos que aceitam ions hidrogenio. Urn grupo acido comum e 0 grupo carboxila (R-COOH). A estrutura deste grupo pode ser cscrita

    o II

    R-C-OH. A lctra R representa qualquer outro grupo que pode sc ligar ao atomo de carbono. Quando 0 composto e dissolvido em agua, 0 grupo -OH se dis socia para dar urn fon hidrogenio e um anion:

    o o

    (31)R COH ~ R--C-O-As setas indicam que a rea~ao e reversivel. Desde que 0 anionico da rea~ao e capaz de aceitar urn ion hidrogenio a medida que a rea~ao se processa para a esquerda; 0 anion e, uma base. Tal anion 6 chamado de base conjugada do acido correspondente.

    Outro grupo capaz de cedcr urn Ion hidrogenio e 0 grupo amonio (- NHj). A rea~ao e

    R-NH; R NH2 + HI, (32) Neste caso, 0 composto R NH2 e a base conjugada, e 0 grupo cati6nico R - NH~ ;'!, 0 acido.

    Se adicionarmos ions hidrogenio a uma solu

  • 21 o Que Acontece no Sangue 20

    foram obtidos pela adic;ao ou remoc;iio de. ions hidrogenio, e a curva total foi trac;ada.

    o valor tamponante de uma solU9ao e a quanti dade de ions hidrogenio que pod em ser adicionadosa, ou removidos da, solu9ao com uma modifica~ao igual a uma unidade, de pH. Este valor e dado pela inclina9ao da curva de titlliac;ao. A curva de titula(fiio mostrada na figura 2 nao e uma linha reta, e a inclinaC;ao se modifica a medida que 0 pH se altera. A verdadeira inclina9ao da curva em um ponto qualquer, e a inclina

  • o Que Acontece no Sangue 22

    Grande parte do tamponamento efetuado pela hemoglobina na faixa fisiol6gica de pH, e devido aos grupos imidazol da histidina. Estes grupos apresentam as modifica

  • IIII!II"""

    o Que Acontece no Sangue 24

    Qual seria a modifica~ao de pH se a oxihemoglobina nao estivesse presente?

    A, adiSegunda etapa. A uma PC02 de 45 rum Hg, 1 miliequivalente de oxihemoglobina transporta 0,11 milimoles de carbamino - CO2 como esta indicado no ponto C. Desde que 0 sangue venoso esta 45% saturado, teremos 9,0(45) /100, ou 4, I miliequivalentes de oxihemoglobina em um Iitro de sangue venoso. Esta quantidadc de oxihemoglo

    co. extra transportado

    como carbamino- C02

    quando a H"02 estA

    Inte1ramente

    desox1genada a Hb

    Hb02

    I 60 pc%

    do dioxido de carbono e \)

  • o Que Acontece no Sangue 26

    bin a pade transportar 0,11 (4,1), ou 0,45 .milimoles de carbamino- -C02 Na mesma PeD2' 1 miliequivalente de desoxihemoglobina transporta 0,34 milimoles de carbamino.-C02, como se ve no ponto D. Existem 4,8 miliequivalentes de desoxihemoglobina no sangue venoso; que transportam 4,8(0,34), ou 1,63 milimoles de carbamino - CO2, 0 carbamino CO2 total no sangue veI!OSo e de 2,08 milimoles par litro, ou 0,91 milimoles por litro a mais do que esta presente no sangue arterial.

    A equa~ao (34) demonstra que para cada milimol de carbamino - COi {ormado, urn milimol de ions hidrogenio se libera. E mesmo I'rovavel que mais de um milimol de ions hidrogenio seja liberado quando urn milimol de carbamino - CO2 se forma. A razao e que os gropos amino da hemoglobina tam hem participam no equilibrio expresso na equagao

    H+ + R-NH2 R NH;' (35) Quando os compostos carbaminicos sao formados pela reagao entre CO2 e R - NH2 a concentra~ao de R NH2 e reduzida, e a rea ... ~1io descrita na equa~ao (35) se desloca para a esquerda. Para cada milimol de R NH 2 produzido por est a reac;ao, urn milimol adicional de ions hidrogenio se forma. A posi~ao de equilibrio descrita na equa~o (35) e tal que quando urn milimol de carbamino - CO2 6 formado no sangue em pH 7,4, 1,5 milimoles de H+ sao liberados pela hemoglobina. Destes, urn milimol e produzido pela reag1io da equagao (34), e 0 resto e produzido pela reagao da equ~1io (35).

    1.10. A Hemoglobina como um Tampao: 0 Efeito da Desoxigena~ao.

    A capacidade de tamponamento dos grupos quimicos de uma proteina depende. de urn numero de fatores a16m da natureza qufmica dos grupos propriamente. A capacidade tamponante de urn grupo qualquer e influenciada pela sua posigao na moIecula proteica, pela configura~ao das cadeias polipeptidicas, e pela natureza quimica dos grupos adjacentes. 0 grupo imidazol e outros grupos tampon antes da molecula da hemoglobina estao estreitamente associados com os atom os de ferro, e sua capacidade tamponante e afetada pela situagao dos l.homos de ferro. Na oxihemog!.obina 0 oxigenio e transportado pelos atom os de ferro; e quando 0 oxigenio e removido, as modificagoes que ocorrem na estrutura e1etronica dos atomos de ferro influenciam 0 imidazol e outros grupos tamponantes, tornando-os menos acidos. Eles se tornam menos

    1.10. A Hemoglobina como urn Tampao: Desoxigena

  • o Que Acontece no $anguf' 28

    que se segue 0 leitor devera se lembrar que (1) a desox.igenat;iio da oxihemoglobina faz com que ela se torne um acido mais fraco, removendo Ions hidrogenio da solU(;iio, e (2) a oxigena

  • o Que Acontece no Sangue 30

    Se a oxihemoglobina e desoxigenada na ausencia de di6xido de carbo no, a forma~ao de compostos carbaminicos nao ocorre, e nenhum ion hidrogenio e liberado por este processo. Se nenhum acido e adicionado a soIO(;:ao, 0 pH aumenta muito mais do que esta indicado na figura 8. Se acido e simultaneamente adicionado para evitar a mudan

  • o Que Acontece no Sangtle 32

    2. Uma fra~ao considenivel do di6xido de carbono se eombina com a hemoglobina para formar carbamino -C02 , A medida que a oxihemoglobina se na transferencia de oxif!enio os tecidos, ela se torna capaz de combinar com r crescentes de di6xido de carbono. Quando os compostos car ! bamino sao formados com a hemoglobina, os ions hidrogenio sao liberados, conforme explicado na seeao 1.9. Os ions hidrogenio sao tamponados dentro dos critrocil

  • ~~ o Que Acontece no Sangue 34

    membrana dos eritrocitos e impermeavel aos cations, pelo menos durante 0 curto esoa

  • o Que Acontece no Sangue 36

    elevada da enzima anidrase carbonica que catalisa a hidrata

  • -----~-- ........

    o Que Acontece no Sangue 38

    devido Ii. forma~ao de carbamino -C02 , Quando 0,45 milimoles de carbamino - CO2 sao formados, 0,45 milimolcs de fons hidrogenio sao liberados do grupo R-NHCOO-, e 0 tamponamento desta quantidade de ions hidrogenio diminue, de urn valor igual, as cargas negativas da hemoglobina. Se, como foi descrito na segao 1.9, IOns hidrogenio adicionais sao liberados de grupos R - NHt durante a formagao dos compostos carbamino, esta reagao nao afeta as cargas negativas da proteina, porque os ions hidrogenio sao simplesmente transferidos a outros grupos tamponantes da molecula de hemoglobina. 0 restante da modificat;ao das cargas efetivas da molecula de hemoglobina ocorre quando os ions hidrogenio sao liberados pelo acido carbOnico. Esta reagao produz 1,00 milimol de ions bicarbonato, e is responsavel pela redugao de 1,00 milimol de cargas negativas da hemoglobina. A redu

  • o Que Acontece no Sangue 40

    Tomando 0 logaritmo de ambos os lados da equacao, teremos

    [H+][HCO-] (45)log -~ [CO~T_L log K. de duas quantidades e a soma dos

    quantidades, assim

    [HC();-] = log K. (46)+ log [C0 ]2

    Transpondo, resulta

    +] J K I [HeO;-], (47)1og [H og og -rCOzr Mudando os sinais de ambos os lados. temos

    [HCO;-] + 1= K + (48)

    -[C62T Desde que -log [H ] e 0 pH, e -log K e chamado de pK:

    10 [!fCQiJ.pH = pK + g [C0 ] (49) 2

    o pH do plasma pode ser medido, mas nao existeOl metodos analfticos diretos para a determinaGao da concentracao do bicarbonato e do dioxido de carbono dissolvido. As duas quantidades que podem ser medidas sao a concentraGao de dioxido de carbono total e a PCO2' De acordo com a equa9ao (41), a eoncentra9ao do di6xido de carhono dissolvido is dirctamente proporcional a Pco,' POItanto, 0 termo (a pode ser substituldo no denominador da cquaGao (49),

    pH = pK + log (50)

    o dioxido de carbono total do plasma e a soma das concel1tracoes do bicarbonato c di6xido de carbono dissolvido. Se a coneentracao do dioxido de carbono total for conhecida, a conccntracao de bicarbonato pode ser calculada por sllbtra

  • o Que Acontece no Sangue 42

    x vol % Milimoles por litro (58)

    2,226 o numero de volumes por eento dividido par 2,226 e, igual ao numero de milimoles por litro.

    o metoda de utilizar;ao da equa

  • o Que Acontece no Sangue

    COatotal

    VOl. porcent.

    ,.,- "" CO, = mm H'l mM por L I

    45--.-100 95

    40-F 90 85

    35-1: 80 75 10

    304:' 65

    60 25-J::- 55

    50 20--J;- 45'

    40'

    15-J:: 35 30 25

    10--j: 20 15

    5- 10

    HC0 3 CO 2 (Ussolvido ,mM por L mM par L I 45 0.3

    pH 0.4 40 E" 0.5 7.9 0.6 35 30 7.6 25 ~75

    '. 7.4 .;<

    .,[' 7.3 20

    /'/;.2 15 6.::1 10 13.6

    5

    7.S 0.7 0.87.7 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.1 2,2 2.3 2.4

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    ~40

    45

    50

    55

    60

    65

    70

    75

    so

    Fig. 12. Nomogl'ama da equal,;ao (45) . De McLean, 1938. Physi().l.Rev. 18:495. (A l'epl'odUl;;ao foi autol'izada.)

    de pH no ponto equivalente ao valor determinado cxperimentalmente. Ern seguida, leia os valores de Pea>, dioxido de carbono dissolvido e bicarbonato no ponto que 0 bordo da regua intercepta as outras linhas.

    1.15. Calculo da Parti~ao do Dioxido de Carbono no Sangue Total.

    o sangue total e urn sistema heterogeneo composto de e eritrOcitos. Ainda que a PC02 seja a mesma no plasma e eritrocitos, as conccntra~oes de dioxido de carbono dissolvido e bicarbonato nas duas fases diferem. A razao sera explicada abaixo. Estas

    concentra~6es dentro dos eritrocitos podem ser calculadas a partir de resultados obtidos no sangue total e plasma.

    o dioxido de carbono total em urn litro de sangue e igual a soma do dioxido de carbono no plasma daquele litro rna is 0 dioxido de carbono nos eritr6citos daquele litro. A fra~ao do volume

    451.15. Parti

  • o Que Acontece no Sangue 46

    Se 0 dioxido de carbono total dos eritrocitos e ca1culado por meio da equa~ao (63, e 0 dioxido de carbono dissolvido e calculado por meio da equa~ao (64), a diferen~a entre os dois e 0 dioxido de carbo no transportado como Ion bicarbonato e carbamino-COz'

    [C02 total],- [C02 ], [HCO~], + [Carbamino-C02l. (65) A quantidade de carbamino - CO2 pode ser ca1culada como foi descrito no exemplo 9. 0 ca1culo requer 0 conhecimento da quantidade de hemoglobina e sua porcentagem de satura~ao. Este calculo nao e particularmente util, exceto em projetos especificos de pesquisa. Conseqiientemente, ele e geralmente omitido, e a diferen~a entre dioxido de carbono total e dissolvido e chamada de "concentra~ao de bicarbonato dos eritrocitos"; Isto nao e inteiramente correto, como os dados da tabela 1 demonstram. Todavia, namedida, em que est amos interessados nos processos de tamponamento do sangue, a distin~ao entre carbamino CO 2 e bicarbonato pode ser ignorada. Se as duas formas de dioxido de carbono sao chamadas de "bicarbonato", a equa~ao (65) pode ser re-escrita como

    [C02 total]' [C02l = "[HCO~],." (66) Esta equa~ao sera usada na discussao seguinte, mas nao e absolutamente correta, como ja vimos. Os val ores fundamentais considerados na equa~ao nao podem ser usados quando as relac;6es de difusao entre 0 plasma e eritrocitos estao sendo' consideradas, uma vez que os ions bicarbonato sao difuslveis, ao passo que 0 carbamino COz , estando ligado a molCcula de hemogiobina, nao 0 e.

    EXEMPLO 12. Encontrou-se para as mesmas amostras de sangue arterial c venoso descritas no exemplo 11, os val ores para 0 dioxido de carbono total do sangue total e Vc , indicadas nas duas primeiras linhas da tabela 3

    Tabela 3

    Arterial Veno8o

    CO, total, sangue total, vol 0/0, por analise 45,8 47,5 Vc ,por medida 0,47 0,51 Peo" mm Hg, por calculo, exemplo 11 39 45 Vp 0,53 0,49 co., total, sangue total, mM!l 20,6 21,3 co, total, plasma, mM!l, exemplo 11 26,7 27,8 co, total, eritrocitos, mM!l 13,7 15,0 [CChl , InM!! 1,0 1,1 "CHCOJ 1c ," mM!l 12,7 13,9

    471.16. 0 Diagrama pHBicarbonato

    Ca1cular as concentrac;5es de dioxido de carbono dissolvido e bicarbonato nos eritrocitos. Primeira etapa. Na amostra arterial,

    Vp=O-Y.,) (1 0,47) 0,53. Na amostra venosa,

    ~ (1 - Y., ) = (1 - 0,51) = 0,49. Segunda 'etapa. N a amostra arterial,

    (45,8 vol % )/2,226 := 20,6 mM/i. Na amostra venosa,

    (47,S vol % )/2,226 = 21,3 mM/I. T erceira etapa. N a amostra arterial, pela equa930 (63),

    20,6 0,53(26,7)

    [C02 totall = = 13,7 mM/I.

    (0,47)

    Na amostra venosa

    21,3 0,49(27,8) [C02 totall= ------ = 15,0 mM/I.

    (0,51) Quarta etapa. Na amostra arterial, pela equa~ao (64),

    C02l 0,025(39) = 1,0 mM/1. Na amostra venosa,

    C02Jc= 0,025(45) 1,1 mM/1. Quinta etapa. Na amostra arterial, pela equa~ao (66),

    "[HCO;-Jc" = (13,7 1,0) 12,7 mM/I. Na amostra venosa,

    "[HCO;-Jc"= (15,0 ) 13,9 mM/i.

    1.16. 0 Diagrarna pH-Bicarbonato.

    Os dados fundamentais uteis no estudo do padriio acido-base do plasma sao 0 pH, e a concentra~3o de bicarbonato. a Peol ,

    nics cstao relacionados pela equa~ao

    [HCO;jl' (67)I)H 6,10 + log 0,0301 P eoz

  • o Que Acontece no Sangue 48

    Urn modo pratico de representar estas varhiveis e 0 diagrama pH-bicarbonato mostrado na figura 13. As unidades de pH sao plotadas como abcissas, e as concentra~oes de bicarbonato sao plotadas como ordenadas.

    Em qualquer ponto do gratico em que uma linha representando 0 pH cruza a linha que representa a concentrac;ao de bicarbonate, existe urn unico valor para a PC02' Se 0 pH e as concentrac;oes de bicarbonato sao conhecidas, a deve ter urn (micoPe02 valor que satisfac;a a equaC;ao (67). Por outro lado, se pH e PCOl sao conhecidos, havenl somente um valor para a concentrac;ao de bicarbonato que ira satisfazer a equa~ao. Podemos, portanto, determinar todos os pontos do grafico em que a Pco, deve ser de 40 mm Hg. A reuniao de todos .os pontos referentes aos locais em que a Pco, e de 40 mm Hg, nos forneee uma linha que C a isabara da Peo, para 40 mm Hg.

    40 100 oM/I20 16

    A

    I! 35

    .;: ...,;r;

    30 B

    o~ C{U

    [HCO. -Jp 25

    mMjl ~~ /

    ....."tP~.v 20 0"

    .'l'.#

    5

    10 7.0 7.2 7.3 7.4 7.5 7.6 7.7 7,8

    pH

    Fig. 13. Diagrama pH-bicarbonato com is6baras de PeD, para valore" de PC02 iguais a 20, 40, 60 e 80 mm A concentral;iio de ions hidrogenio [H -I] em nanomoles pOl' litro dada pela escala ao alto

    da figura. .

    EXEMPLO ] 3. Determinar e tra(far a is6bara para a Peo, igual a 40 mm Hg. Primeira etapa. Considere 0 pH como 7,60. Calcule a concentrac;ao de bicarbonato

    1.17. Plasma Separado e Sangue Total Oxigenado 49

    [HCO;-]p7,60 6,10 + log 0,0301(40)'

    [HCOiJI'.1,50 = log -1,2

    o antilogaritmo de 1,50 e 31,6; portanto, 31,6 = [HCO;-]p/l,2, [HCO;-]p = 37,9 mM/l.

    Ouando a Pe02 e de 40 mm Hg e 0 pH is de 7,60, a concentra~ao de bicarbonato deve ser de 37,9 milimoles pDf litro. Este C 0 ponto A na figura 13. Segu.nda etapa. Quando estes e:ilculos sao repetidos para cada urn dos pares de valores indicados abaixo para pH e Peo" as concentrac;oes de bicarbonato dadas na terceira coluna sao obtidas

    Pc0 2 , mm Hg pH [HCO;]p, mM/l 40 7,50 30,1 40 7,40 24,0 40 7,30 40 7,20 15,1 40 7,10 12,0

    Estes pontos sao plotados como B, C, D, E e F. Quando os pontos sao conectados por uma curva ajustada, a isobara da PC02 para 40 mm Hg e obtida. Qualquer par de valores de pH e concentra

  • o Que Acontece no Sangue 50

    perda de di6xido de carbono antes da analise do plasma. Se houver qualquer modificalli8ltll!i 30 ~ I'e.z,

    [Hco,-lp 25 .~. -0_mM/1 -_0_ Y'.z..PI_. '''P~'o " "'~

    20

    15

    '0' ,!!,! ! 7.0 7.1 7.2 7,3 7.4 7.5 7.6 7.7 7.8

    pH

    Fig. 14. Curvas de tamponamento do plasma scparado e do plasma verdadeiro Qxigenado, determinadas in vitrQ. Os dados referentes ao plasma oxigenado vcrdadeiro, sao os do sangue de A.V.B., descritos in L. J. Henderson, Blood (Yale University Press: New Haven, 1928).

    (A reprodu

  • o Que Acontece no Sangue 52

    dioxido de carbona se dissolve no plasma e forma acido carbonico, o qual por sua vez, produz Ions hidrogenio e bicarbonato. 0 aumento no bicarbonato e igual it quantidade de acido acrescentada ao plasma, sendo assim uma medida da quantidade de acido adicionada. Alguns ions hidrogenio se combinam com os tampoes do plasma e desaparecem. 0 restante dos ions hidrogenio aumentam a concentra

  • o Que Acontece no Organismo 2

    2.1. A Inclina~ao da linha de Tam.ponamento Normal In Vitro e In Vivo.

    A capacidade de tamponamento do sangue in vitro,. expressa pela inclina

  • () Que Ac()nl~~ce no Organismo 56

    hOllalo, que rcsulta, nao do tamponamcnto sanguineo, mas d,) lalllponamento global do organismo. Portanto, ocorre uma cIeva.;ao 11

  • Tabela 8

    o Que Acontece no Organismo 58

    Valores medios para sangue arterial obtldos de quatro IndividuQS em repouso e hlperventUando a dais n!ve!s de PCO2 alveolar.

    pH Plas7lUitico [HCO 3"]]1 Basal 7,40 25,9 mM/1 10 min de hipervcntilac;ao it PA co,= 30 mm Hg 7,51 23,5 Basal 7,40 23,3 10 min de hipervcntilac;ao it PA C02= 20 mm Hg 7,63 18,2

    FONTE: Resultados de Eldridge e Salzer. 1967. J. Appl. Physiol. 22:401. (A reproducao fol autorizada.)

    Os resultados mostram que a linha de tamponamento determinada in vivo pode ser ou na~ paralela a curva do sangue in vitro. As medidas da inclina,

  • c

    o Que Acontece no Organismo 60

    nientes do di6xido de carbono que e adicionado ao sangue ao -ruesrno tempo que 0 oxigenio e removido; e os ions hidrogenio formados por ioniza~ao do acido carbonico sao tamponados pel a desoxihemoglobina, ao passo que os ions bicarbonato formados ao mesmo tempo sao distribuidos entre os eritr6citos e plasma como bicarbonato adicional. Em qualquer pH, 0 sangue desoxigenado contem mais bicarbonato do que 0 sangue oxigenado, e a linha de tamponamento do sangue desoxigenado e _mais elevada do que a do sangue oxigenado.

    EXEMPLO 16. Os res\lltados apresentados na tabela 9 foram obtidos em quatro amostras de sangue desoxigenado de A.V.B., nas mesmas condi~6es que as descritas no exemplo 15, com exc~ao de que a Pcoz das misturas gasosas usadas foi zero. Os resultados estao apresentados na figura 17, e uma linha reta, marc ada "Plasma Verdadeiro Desoxigenado", esUl tra~ada por estes pontos.

    Tabela 9 Plasma Verdadeiro N.o

    1 2 3 4

    PeGz mm Hg 83,0 54,0 33,7 22,9 [C02Jp , mM/1 2,4 1,6 1,0 0,7 [HC03]p mM/1 31,5 28,5 25,0 22,5 pH 7,20 7,34 7,49 7,61 FONTE: Resultados do sangue desoxlgenado de A.V.B.. adaptado de L. J. Henderson. Blood (Yale University Press: New Haven. 1928). (A reproducao fol autorlzada.)

    Vma linha tampao de sangue parcialmente desoxigenado, estara situada entre as duas linhas tra~adas na figura 17.

    Quando a hemoglobina e desoxigenada, ela fixa ions hidrogenio. Isto equivale a adicionar base ao sangue para remover ions hidrogenio. Con sid ere 0 ponto A na figura 18, que representa 0 ponto normal do sangue oxigenado. Suponha que 10 milimoles de NaOH sao adicionados a urn litro de sangue. Esta adi~ao de base ira remover ions hidrogenio e ocasionar uma eleva~ao do pH. Para restabelecer 0 pH ao valor de 7,4, 10 milimoles de acido carbonico devem neutralizar ions hidroxila do NaOH, e os ions bicarbonato iran elevar a concentra~ao de bicarbonato de 10 milimoles por litro. 0 resultado final da adi~ao de 10 milimoles de base e sua neutraliza~ao por acido carbonico esta representada pelo ponto A'.

    As mesmas modifica~6es ocorrem quando acido e removido do sangue, quando os rins secretam urina acida, ou quando acido

    2.2. A Linha de Tamponamento do Sangue Desoxigenado 61 40 --------------------------------------------------------------,

    PC02 "'40mm H9

    I>lq,slq

    It Pe~

    1>1 (/qCleJl'o

    q,slqa . Cle,soJ(J

    35

    30 Pel'ClIt,., !5eJ::JltCl '

  • o Que Acontece no Organismo 62

    40 .-------------~--------------------------------------------_,

    35

    30

    [HC03-Jp 25 mM!1

    20

    15

    10'

    PCO2=40 mm Hg

    "~/" l"ect

    llzJctlt

    7.0 7.1 7.2 7.3 74 7.' 7.6 u 7.8 pH

    Fig. 18. Efeito da adi\(ao de _base ao sangue. Jf: I"Ii:; lt~t

    A' , ~.(hidr:;'carbonIco e adlclonado, 0 pH. a concentra

  • l) ",,..' A:, sells ions hidrogenio entram em duas rea
  • o Que Acontece no Organismo 66 50 ----~

    45

    40

    35 mM/1

    30

    25

    exceSBO de base

    20' , ,

    7.0 7.1 7.2 7.3 7.4 7.5 7.6 7.7 7.8 pH

    Fig. 21. Determina~ao grafica de excesso de base no sangue mostrando 0 erro cometido se a inclina~iio verdadeira da linha d~ tllmponamento for a de um sangue contendo 25 gramas de hemoglobina pOl' cento, ao inves de ser a inclina~iio da linha normal de' ta.mpo

    namento.

    o ponto B na figura 22 representa 0 sangue cujo pH e de 7,30 e euja conccntra9ao de biearbonato plasmatico 6 de 12 milimoles por litro. Quando a linha de tamponamento com uma incli

    na~ao iguaJ aquela do sangue normal e tra9ada atraves do ponto, o deficit de base caIculado, medido pcla distaneia vertical entre esta linha e a linha normal, e de -15 milimoles por litro. Suponhamos, todavia, que a incIina9ao da linha de tamponamento desta amostra de sangue e, na realidade, inferior a da linha normal. 0 extrcmo e uma inclina9ao igual a do plasma separado ou a do sangue contendo zero de hemoglobina, e uma linha tendo tal inclina9ao esta tra9ada atraves do ponto B. Se est a fosse a linha de tamponamento verdadeira do sangue, 0 erro introduzido na estimativa do deficit de base, pclo uso da inclina9ao da linha . de tamponarnento normal, seria de -1,5 milimoles por ]itro.

    Q_e~cessoou deficitde base sao medidos usando sangue in vitro. A se9ao 2. i expfica-quea' Inclina9ao reafda liiihil Clc'bimponamegto.do_ sangue in vivo pode-l;~i'15iislantt! diferente dainclina9ao da linha de tamponamento do sangue do mesmo individuo medida in vitro. c:;()nseqiientemente, urn erro de magnitude desconhecida ocorre se 0 excesso ou deficit de base, medida com pre-

    I

    I I f '%

    f i ~

    t

    2.4. Percursos Acidobase Normais sem Compensa

  • 692.4. Percursos Acidobase Normais sem Compensac;aoo Que Acontece no Organismo 68 \

    pode ser elevada pela administra

  • 71

    ~;" W _ . ,"t-'" ._ W~CC:'" 2 .....~ < -~t

    2.5. Faixas Normaiso Que Acontece no Organismo 70

    sangue estava normal, apesar da elevac;ao do dioxido de carbono total do sangue. EXEMPLO 20. 0 mesmo individuo, ap6s retornar ao normal, ingeriu 15. grama.:s. c.l,e clorelo.de amOnio. Duas 11 horas mais tarde uriia' amostra de sangue arterial foi retirada em repouso. Os processos de hiperventilac;ao e ventilac;ao com - miSturas ricas em dioxido de carbono foram repetidas, e novas amostras de sangue obtidas. 0 plasma verdadeiro foi analisado para 0 pH e dioxido de carbono total, e a concentrac;ao plasmatica de bicarbonato e a PC02 foram calculadas. Os resultados estlio na tabela 12.

    Tabela 12

    Amo8tra de Plasma Em Repou8o

    (G), , Hiperventila~iio ' (H)

    Respirando CO2 (1)

    pH "7,35 '\ "7,54 7,27 CO 2 total, mM/1 20,9 14,9 24,0 [HCO;- ]p, mM/1 19,8 14,4 22,5 Peo " mm Hg 37,0 17,4 50,3

    Os pontos sao plotados como G, H, e I na figura 23. A seta de A para G represent a 0 desenvolvimento da acidose metabolica. No ponto G 0 individuo se encontrava em acidose metab6lica niio compensatia. As caracterlsticas

    40

    Alcalose metab611ca e C\ 6 acldose resplrat6na 'UJ.S:Alcalosemetab Ilca

    nt!.o compensada o

    35

    30 calose

    metab6ltcIII AlcalaseAcldose reSPlrat6rlac ) metab611ca

    n60 compensada "" e alcalose [HCO']p 25 resplrat6rl& mM/1 Acldose metab611ca

    e acldoseQ) Ac1dose~ resplrat6rla ~etab611Ca~ Alcalose 20 Acldose metab611ca G @resplrat6rl&

    nila compensada nile d compensa a

    5 "" Acldose metab611ca \!Y e alcalose

    resplrat6na ,

    10' , f! ad

    l

    7.0 7.1 7,2 7.3 7.4 7.5 7.6 7.7 7.8

    pH Fig. 23, Percursos dos desvios acidobase in vivo.

    desta condic;ao sao Peo ! normal, pH baixo, e concentr~lio reduzida de bicarbonato plasmatico.

    Indo de A para G 0 sangue do individuo se desloca , de sua linha de tamponamento normal in vivo para uma

    linha inferior e paralela a normal. Isto e demonstrado pelos efeitos da hiperventilac;ao e ventilac;ao com misturas ricas em dioxido de carbono. No ponto I 0 individuo acrescentou uma acidose respiratoria a sua acidose metabolic a inicial. Devido amenor eliminac;ao do dioxido de carbono, a P ~o sangue aumentou, eo sangue se deslocou acima

    eo2de sua hnha de tamponamento normal, a urn ponto caracterizado por pH baixo e concentra~ao elevada do bicarbonato. Apesar da concentrac;lio de bicarbonato se aproximar do normal, 0 pH do sangue estava mpito baixo.

    Por outro lado,a hiperventila~ao reduz a PcO 2 do sangue ~ superpae uma alcalose respiratoria aacidose metabolica inicial. 0 sangue se desloca abaixo da linha de tamponamento in vivo, para urn ponto em que 0 pH era mais elevado do que 0 normal, mas em que a concentrac;ao de bicarbonato era muito inferior a normaL

    Os pontos na figura 23 Uustram a natureza das areas em urn diagrama pH-bicarbonato: 1. Qualquer condic;ao representada por urn ponto incidindo deo

    'tro da area acima e a esquerda da Peo , equivalente a isobara de 40 mm Hg, tern urn componente de 'acidose respiratoria.

    2. Qualquer condic;ao representada por um ponto incidindo dentro da area abaixo e a direita de uma PCOl equivalente a isobara de 40 mm Hg, tern um componente de alcalose respirator~a.

    3. Qualquer condic;ao representada por um ponto incidindo a esquerda do pH normal tem um pH baixo.

    4. Qualquer condic;:ao representada por um ponto incidindo adireita do pH normal tem urn pH elevado.

    5. Qualquer condic;lio represeIltada por um ponto incidindo dentro da area acima da linha tampao normal tem urn componeote de excesso de base.

    6, Qualquer condic;ao representada por um ponto incidindo dentro da fuea abaixo da tioha de tamponamento normal tem urn componente de deficit de base,

    2.5. Faixas Normais.

    Para fazer uma utilizac;ao correta dos resultados aeido-basicos, devemos conhecer os lillites em que os valores normais podcm ocorrer.

  • o Que Acontece no Organismo 72

    Varios grupos de observa~5es em pessoas vivendo ao nlvel do mar e aparentemente formando uma amostra representativa da popula~ao normal mostram que 95'por cento ou mais dos valores do sangue arterial ou arterializado estao dentro dos seguintes limites:

    pH - 7,35-7,45' [HCO;Jp(mM por litro) 23 28 (mulher

    (mm Hg) - 35 48 ;, inferior an

    Estes dados sao considerados come'a&-fronteiras da area normal na figura 24, ' /'

    mM/1

    40.. "'-'~~-

    35

    30

    25

    20

    15

    ,."",'"

    Pco 42 I Omm Hg

    .r II

    ,'-': [ ~Pc(1 ~ ")3~-48

    o // "----'

    ./ // pH

    ,. 7.35-7.45

    10.'____________________..__~____~____~__~

    7.0 7, 7.2 7.3 7.4 7.5 76 7.7 78 pH

    Fig. 24. Area de urn pH-bicarbonato em gUl, a rnaioria dos normais OCQrrem.

    Em media,as concentra~6es de bicarbonato plasnultico na mulher sao cerca de urn ,,milil1101 por litro inferiores dos valores encontrados no homem: Existem pessoas aparentemente livres de

    doen~as que estao fora das faixas limites. Algumas pessoas nao apresentam variaJlsao parcial mais reduzida de oxigenio no ar inspirado reduz a P 02ijdo ar alveolar e do sangue arterial.

    2.6. Regula

  • o Que Acontece no Organismo 74

    da modifica

  • ------------------------=---~

    o Que Acontece no Organismo 76

    60 I

    pH 7.3 7.4 ~ ~ 60 120 60 12050 I- PA02- I I I

    0 I+' Ig 40

    I /Si I /!:i p, I / ~ I /~ 30 I /I /6

    uo: I /~ I /

    ! ~ 20 I IE-t I /

    I I I // I 10 I /11/1/1/

    o ,r

    ..".-------------

    I /I /I

    ,

    30 40 50 PA 0 mmHgC 2

    Fig. 25. Rela~ao entre a ventila~ao dos pulmoes e 0 PC02 alveolar no homem. As duas linhas da dircita mostram a rela~iio obtida quando o pH do plasma tern 0 valor normal de 7,4 ern repouso e quando a Po alveolar estii no nivel hip6xico de 60 mm Hg, ou no valor acima do 2normal, de 120 mm Hg. As duas linhas a esquerda mostram a mesma relao;ao no individuo cujo plasma ern repouso tern urn pH de 7,3 como resultado de uma ingestao prolongada de c1oreto de amonio. Adaptado de Cunningham, Shaw, Lahiri e Lloyd, 1961, Quart. J. Exp.

    PhY6iol. 46:323. (A reprodu~ao foi autorizada.)

    afetam por SI proprias, a ventila

  • o Que Acontece no Organismo 78

    2.7. Compensa~ao Respiratoria para a~I

  • i.: ;I'

    ."

    o Que Acontece no Organismo 80 2.8. Processos Renais e Modificaciies Acido,Basicas 81

    A sequencia de eventos e mostrada na figura 27, onde novamente se considera que a acidose metah6lica nao afeta a respira~ao ate que 0 ponto B, em uma PC01 situada na is6bara de 40 mm Hg, seja atingido. A modifica

  • o Que Acontece no Organismo 82

    seu pH a Quando a capacidade tamponantc e elevada, uma quantidade elevada de acido pode ser secretada na urina antes de seu pH atingir 0 valor limite de 4,5. ')

    Em condi

  • __ __

    /

    o Que Acontece no Organismo 84

    (NH 3 ), e naoojon amonlO (NHn, e que difunde das ceIulas

    para a urina tUbU1hl. Em seguida, ela reage com os ions hidro

    genio para dar ions amonio (NRi). Como a amonia retirou ions

    hidrogenio da urina, aqueles ions nao contribuem para a acidez

    da urina. Conseqiientemente, desde que a amonia (NH ) seja adi3 cionada aurina tubular, a secre~ao de ions hidrogenio e a absor~ao

    paralela de sodio pode continuar. Estes processos estao resumidos

    na figura 29.

    Filtrado glomerular I Celulas tubulares renals Plasma perttubular CI- Na+

    1 Na+ Na+ Na+

    Troca

    H + ~ H+ Seere9RO e neutrallzacao Intracelular1

    H\+ jNH:3 ~ Glutamlna ea.lguns amlnooeldos

    NH+ 4

    ~r 1HCO; Na+CI-

    Urlna da bexlga Plasma venoso renal

    \

    i~ Fig. ~9. Esquema representando a excre\;ao renal de ions amonio.

    A quantidade efetiva de acido eliminado pelos rins durante

    urn dado periodo de, tempo e obtido pela titula

  • 87 o Que Acontece no Organismo 2.9. Respostas Renais it Alcalose e Acidose Metab6licas 86

    glomerulos tomar 0 termo "reabson;ao do biearbonato", inadequada.

    Como 0 acido c usado na reabsor

  • -o Que Aconrece no Organismo 88

    pH urmano para 7,5 a sua excre

  • o Que Acontece no Organismo 90

    c

    E 6

    ........

    ~ 5E

    4 ~ II: 0 rn 3 ~ 11:;

    2

    a. ,---,

    'I

  • o Que Acontece no Organismo 92

    mantem neste valor. 0 aumento da Peol laz com que os rins secretem mais acido e aumcntem a taxa cie reabson;ao de bicarbonato. Apesar do fata de que a concentrac;:iio de bicarbonato plasmatico esta elevada. todo 0 bicarbonato filtrado e reabsorvido, e uma urina iicida desprovida de bicarbonato c excretada. A secre

  • o Que Aconteee no Organismo 94

    aIcalose respiratoria da hiperventila~ao pode ser corrigida pela excre;;:ao de urina alcalina, ou a alcalosc metabo1ica pode ser parcialmente compensada por acidose rcspiratoria secundaria.

    ::I. Cllusas mu!tiplas, cada uma delas com ou sem compcnsa;;:ao pode produzir urn estado misto.

    A primeira ctapa na identifica~ao do cstado acidobase c a dp pH plasmMico e da conccntra~ao de bicarbonato

    e d,l PC02' Se dOlsdcstes valores forcm conhecidos, 0 tercciro pode sa calculado. Se somente urn dcles e conhccido, 0 est ado aciu(1hasc n:io pode SCI' compreendido.E absolutarnente essencial conhcccr dois falos a respeito do sangue; urn delcs nao e sufieiente.

    ;, Ex EM P LO 21." Urn pacientc cstava hiperventifando. Seu pH plasmatico nao foi medido, mas 0 dioxido de carbono total era de 5 milimoles por litro. interprewciio. Uma estimativa razoavcl da concentra~ao de bicarbonato plasmatico pode ser feita. Dentro da faixa usual da PC02' de 20 a 60 mm Hg, 0 di6iido de carbono dissolvido do plasma varia entre 0,6 e 1,8 milimoles por Jitm. Nas condi~6es mencionadas, 0 fato do paciente estar hiperventilando indica que a PC02 estava provavelmente baixa. Assim senuo, 0 bicarbonato plasmlitico se situa entre 4 e 5 milimoles por litro. Uma linha tracejada e feita atraves da figura 34 representando esta concentra~ao de bicarbonato plasmiitico.

    Se 0 pH plasmlitico na~ e conhecido, a posi~ao.do ponto ao 10ngo da linha e tambem desconhecido. Concentra~6es baixas de bicarbonato podem ser atingidas atravcs da acidose metabolica para a qual a hiperventila~ao e um processo de compensa~ao, ou cia pode ser atingida por intermedio de alcalose respiratoria resultante de hiperventila~1io primaria. No ultimo caso pode haver ou a compensa~ao renal normal, consistindo de excre~1io de base e reten~ao de acido. ou pode haver uma acidose metabolica adicional como a observada pela produ~iio excessiva de acidos Hilico e piruvico. Em qualquer um dos easos a concentrayao reduzida de bicarbonato plasnuitico e produzida, pelo menos em parte, por urn deficit de base.

    o cIinico reconheceu a existencia de urn deficit de base, mas ele considcrou que cia deveria ser causada por acidose metabolica primaria. Ele administrou ao paciente

    Adaptado de S. R. Gambino. 1965. New Eng. J. Mea. 272 :541. (A :reprodu~i!.o fol autorlzada).

    2 11. ldentifiea(;ao do Estado Addobase ~15 30 --------------------------------~--------------------__,

    --.-~?

    / PCOz 40mmH9

    rtG t fl.Qlp 0t./:c;

    '

  • o Que Acontece no Organismo 96

    ~ao era secundaria a uma acidose metabolica, foi inadcquada.

    Disturbios acidobase mistos nao podem ser compreendidos a partir de um estudo do sangue somente; cada causa deve ser pcsquisada e avaliada atraves de seus efeitos.

    EXEMPLO 22. Uma pacientc com docnt;a pulmonar obstrutiva apresentava respirac;ao dificultad1r. Ela estava cianotica e inconsclente. Os seguintes resultados foram obtidos de uma amostra de is&ngut-arferiai"!

    Satura~ao de hemoglobin a PC01 .=

    Plasma pre:;;;,

    59

    [BCO;]p 40"inM7n [Na+ J = 134 [K+]" = mM/1 [K+]" 5,3mMt [Cl-]" = 81 mM

    o bicarbonato e 0 pH esHio piotados como 0 ponto 1 na figura 35.

    45 -----------------------------------------------

    40

    35

    (HCOi1p 30 rnM/1

    25

    20

    Excesso de base

    16 rnM/I

    Compensa...,ao ?

    I Estlmulo da PCO:! para a cornpensa...,!i.o

    /renal

    40 mmHg

    15.'____________~________~____________ 7,0 7.1 7.2 7.3 7.4 7,5 7,6 7.7 7.8 pH

    Fig. a5. Situa

  • o Que Acontcce no Organismo 98

    no sangue arterial passou a 96 por cento de satura~ao, e a Peol alveolar caiu a 40 mm Hg. Estes sao valores intciramente satisfatorios, e podia-se esperar que 0 estado acidobase da paciente retornasse ao normal. Com a Peol de 40 mm Hg 0 estimulo para compensac;:ao renal foi suprimido. e a secre

  • o Que Acontece no Organismo 7828 100 l.,4J41l Cl. .~pm ~

    25'1 '"""'.Il~e~t/'"". 20 r'~~

    , 20

    fO

    6.7 6.8 6.9 7.0 7.1 7.2 7.3 7.4 7.5 pH

    Fig. 36. Percurso acidobase de um paciente com diabetes mel ito

    30 _ U{ p CO;a =40mm Hg // base

    - 5 mM deficit de /

    25 -. /-,~ """"",I \base "

    .....

    .....

    ....

    " .... ~ 3[HCO,1P 'l15 ,,~'''''''', Im"'/' base /'

    10-.

    ..-----/