A Mensagem II - Thomas Nettles

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A mensagem de Cristo para cada coração.

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  • A Mensagem de Spurgeon sobre o Sacrifcio Expiatrio de Cristo

    Thomas Nettles

  • Issuu.com/oEstandarteDeCristo

    Traduzido do original em Ingls

    Spurgeons Message of Christs Atoning Sacrifice

    By Thomas Nettles

    Via: Founders.org

    Traduo por Jos Antnio de Arajo Neto

    Reviso por Camila Almeida

    Capa por William Teixeira

    1 Edio: Fevereiro de 2016

    Salvo indicao em contrrio, as citaes bblicas usadas nesta traduo so da verso Almeida

    Corrigida Fiel | ACF Copyright 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bblica Trinitariana do Brasil.

    Traduzido e publicado em Portugus pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida permisso

    do Ministrio Founders Ministries (Founders.org), sob a licena Creative Commons Attribution-

    NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

    Voc est autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

    desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que tambm no altere o seu contedo

    nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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    A Mensagem de Spurgeon

    Sobre o Sacrifcio Expiatrio de Cristo Por Thomas Nettles

    Estou convicto de que difamamos a Cristo quando pensamos que estamos atraindo as

    pessoas por alguma outra coisa que no seja a pregao de Cristo crucificado. Sabemos

    que a maior concentrao de pessoas em Londres foi reunida durante estes 30 anos graas

    a nada mais do que a pregao de Cristo crucificado. Onde est a nossa msica? Onde

    est a nossa oratria? Onde est a arquitetura atraente, ou a beleza do ritual? Um servio

    nu, eles o chamam. Sim, mas Cristo compensa todas as deficincias.1

    O Senhor Jesus Cristo em Sua cruz de redeno era o centro, circunferncia, e somatrio

    do ministrio de pregao de Charles Haddon Spurgeon. Seus temas se repetiam contnua

    e incansavelmente, mas sempre com um frescor de poder e paixo que poderia impactar

    seus ouvintes e coloc-los na congregao da Galcia, perante os olhos de quem Cristo foi

    claramente retratado como crucificado. Spurgeon foi uma catarata, uma avalanche, uma

    inundao Mississippiana em sua nfase implacvel sobre a morte por crucificao do

    Senhor Jesus Cristo. A Redeno o corao do evangelho e a essncia da redeno

    a expiao substitutiva de Cristo2. tanto o corao quanto a pedra angular do Evan-

    gelho. Ao anunci-la como seu tema, com algum espanto ele se perguntaria muitas vezes:

    Quantas vezes vou conseguir, eu me pergunto? A doutrina de Cristo crucificado est

    sempre comigo.3

    Ironicamente, Spurgeon acreditava que essa verdade estava to claramente delineada nas

    Escrituras que no incio de seu ministrio ele duvidava que ela jamais seria um ponto de

    controvrsia entre os Cristos. H alguns homens que zombam da declarao e rejeitam

    a ideia de sacrifcio, Spurgeon reconheceu, em 1859, mas estes nunca sero mais do que

    uns poucos; eles nunca podero ser muitos. O sistema que nega a doutrina da expiao

    pelo sangue de Jesus... nunca pode ter sucesso [e] que nunca vai convencer as massas.

    Ao invs de discutir com tais escarnecedores devemos destruir seus argumentos por nossa

    prpria determinao pessoal para pregar mais intensamente e de forma mais consistente

    `Jesus Cristo, e este crucificado.4

    Em 1886, no entanto, Spurgeon estava preocupado com as novas interpretaes e filoso-

    fias daqueles que negam as doutrinas que professam ensinar e disse que alguns que sa-

    bem no que eles acreditam devem apenas colocar o p no cho e manter a nossa posi-

    o5. Em abril de 1887 Spurgeon, nos primeiros meses da Controvrsia Downgrade, atuali-

    zou a potncia de sua linguagem: Nossa guerra com os homens que esto desistindo do

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    sacrifcio expiatrio6. Em outubro, Spurgeon escreveu: Se ns acreditamos na inspirao

    das Escrituras, na Queda, e no grande sacrifcio de Cristo pelo pecado, cabe-nos ver que

    no nos tornemos cmplices com aqueles que ensinam outro evangelho7. Em dezembro,

    depois que ele demitiu-se da Unio Batista, ele mostrou que sentiu-se obrigado a argumen-

    tar muito sinceramente, para sair em protesto srio contra aqueles que tratam a Bblia

    como resduos de papel, e no consideram a morte de Cristo como substitutiva.8

    Spurgeon nada sabia de um cristianismo sem o sangue de Cristo porque a prpria Sagrada

    Escritura estabelece a doutrina da morte de Cristo como o mago do Cristianismo. Ele

    sustentou que um erro neste aspecto conduziria inevitavelmente a um erro atravs do todo

    sistema de nossa crena9. A morte de Cristo pelos homens a grande doutrina da igreja

    e to necessria de ser realada continuamente que Spurgeon no se sentiria satisfeito

    sem partir o po a cada Dia do Senhor10 e sentia que era impossvel pensar ou pregar

    sobre isso com muita frequncia.

    Um homem nunca responsabilizado no Cu por pregar demais a Cristo. Na terra o toque

    dessa nica corda, montona para alguns, estabelece ressonncias e vibraes to simp-

    ticas ao povo de Deus que eles no poderiam ouvir harmonias mais surpreendentes em

    todas as outras doutrinas juntas. Todas as coisas boas esto dentro do compasso da cruz,

    Spurgeon diria. na cruz que se pode comear a compreender o todo da realidade, porque,

    os braos estendidos na cruz ofuscam todo o mundo do pensamento e de fato a morte de

    Cristo a dobradia da histria do mundo11. O seu p plantado profundamente em

    mistrios eternos e seu topo penetra todas as nuvens, e sobe ao trono do Altssimo12.

    A Centralidade da Redeno

    Por uma srie de razes Spurgeon insiste nesta centralidade da cruz. Na verdade, que o

    prprio Deus quer que isto fique sempre claro em nossas mentes visto no estabelecimento

    das duas Ordenanas, sendo ambas imagens da morte de Cristo e seus efeitos.

    Central Escritura

    Uma das razes para a sua centralidade que todo o corpo da Escritura encontra a sua

    coerncia no pressuposto da cruz. Os sermes de Spurgeon sobre o sacerdcio do Antigo

    Testamento, o sistema sacrificial, profecia, profetas, as leis dos reis, o xodo, e muitos ou-

    tros temas, todos deslizam atravs de uma estrada majestosa e claramente iluminada at

    o Calvrio.

    Spurgeon (na maioria das vezes) no fora a questo em tais textos, mas mostra que tem

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    base clara para tal procedimento. A teologia bblica, reconhecendo que tudo isso subju-

    gado para a glria de Deus, move-se inexoravelmente da Queda Redeno. A Bblia no

    pode ser entendida parte de Cristo e este crucificado. Nem o ministrio e a pregao de

    Spurgeon.

    Quando Cristo disse: Est consumado, todos os tipos, promessas e profecias foram ple-

    namente cumpridos nEle. De fato, o livro inteiro, do comeo ao fim, tanto a lei e os profe-

    tas, foi consumado nEle Do den at Malaquias, da novilha vermelha rola, de um ramo

    de hissopo ao templo de Salomo, se maiores ou menores, todos os tipos foram cumpridos

    nEle. Todas as profecias, todas as aparentes contradies, todos os mistrios, os ofcios

    de profeta, sacerdote e rei, bem como todos os libertadores de Israel, ser adorado e despre-

    zado, reinar para sempre depois de morrer e ser sepultado, tomados em conjunto eles

    aparecem como hierglifos indecifrveis at algum vir e exclamar: A cruz de Cristo e o

    Filho de Deus encarnado.13

    Falando sobre o rasgar do vu na morte de Cristo, Spurgeon indaga: Ser que isso no

    significa que a morte de Cristo a revelao e explicao de todos os segredos?. Desva-

    necidos so todos os tipos e sombras da lei cerimonial. Eles foram abolidos, Spurgeon

    elabora, porque so cumpridos e explicados pela morte de Cristo.

    Mas, mesmo para alm da sua relevncia essencial para a compreenso bblica, a morte

    de Cristo a chave para toda verdadeira filosofia. Deus feito carne, um homem mortal

    se isso no explica um mistrio, no pode ser explicado. E mais: Se com este cordo em

    sua mo voc no pode seguir pelo labirinto dos assuntos humanos, e conhecer o grande

    propsito de Deus, ento voc no pode segui-lo em absoluto14.

    Central para a Plena Compreenso de Deus e do Homem

    Outra razo para a sua centralidade que a cruz a exibio compendiada do carter de

    Deus e da depravao do homem. A sabedoria de Deus, Seu poder, justia, santidade, e

    amor, so todos mostrados mais claramente na cruz; mais claramente at do que na lei. A

    cruz mostra o horror moral absoluto em que a humanidade caiu. Voc no precisa falar

    sobre as virtudes do mundo, Spurgeon recordaria em Londres; Isso matou a Cristo e isso

    suficiente para conden-lo. E para fazer o ponto mais pungente, acrescenta, No quere-

    mos nenhuma outra prova de sua culpa; voc no pode trazer evidncias mais completas

    e esmagadoras do que esta: eles mataram o Senhor da vida e da glria15.

    E em outro lugar, Spurgeon aponta sua congregao para a luta de Cristo com os nossos

    pecados: Vejam queridos amigos, que coisa m o pecado, uma vez que o Crucificado

    sofre to amargamente para fazer expiao por ele. Considere tambm as implicaes

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    preocupantes de tratamento irreverente do homem ao Senhor: Amados, o tratamento de

    nosso Senhor Jesus Cristo pelos homens a prova mais clara da depravao total que

    pode, eventualmente, ser apresentada. Esses devem ser coraes empedernidos, de fato,

    que podem rir de um Salvador morrendo, e mesmo zombar de Sua f em Deus!.16

    E algum ousa no passar sem grande melancolia e medo pelo caminho no qual os homens

    hoje ignoram tal maravilha to infinita quanto a cruz. Os prprios demnios so incapazes

    de um pecado maior do que este: O Deus encarnado sangra at a morte para salvar os

    homens, e os homens odeiam tanto a Deus que eles nem sequer se importam, enquanto

    Ele morre para salv-los. Embora Ele Se incline de Sua imponncia para a aflio deles,

    eles se recusam a se reconciliar com o seu Criador. Isso a completa depravao e

    rebelio desesperada.17

    De um modo igualmente infalvel e consumado o carter de Deus apresentado na cruz,

    de tal modo que ao contempl-lo Spurgeon diria: Eu vi Seu p descer to profundo como

    so as nossas misrias; e que viso tive do Teu esplendor, Crucificado!. A verdade, a

    justia, a santidade, a sabedoria, a imutabilidade, a ira, a compaixo, o amor, e a graa,

    todas se fundem na cruz de Cristo sem a menor diminuio de qualquer atributo. Apren-

    dam, meus amigos, Spurgeon apelou, a olhar para Deus como sendo to severo em Sua

    justia como se no fosse amoroso, e ainda assim to amoroso como se no fosse severo.

    Seu amor no diminui Sua justia nem a justia, no mnimo grau, conflita com Seu amor.

    Os dois so docemente unidos na expiao de Cristo18.

    Central para o Poder Evangelstico

    Uma terceira razo para a centralidade da cruz que por ela os pecadores so atrados

    para a salvao. Certamente os pecadores so atrados efetivamente pelo Esprito de

    Deus, que altera as afeies e subjuga a vontade. Mas o contedo desta atrao a ilumi-

    nao da mente no conhecimento de Cristo e sua ao o abraar a Cristo livremente ofe-

    recido a ns no Evangelho. Depois de um discurso incomparvel descrevendo o alcance

    geogrfico e histrico do poder de atrao de Cristo, Spurgeon disse: o povo de Cristo ser

    feito voluntrio no dia do Seu poder; e a grande atrao pela qual eles sero chamados a

    Ele ser a Sua morte na cruz. Em uma discusso sobre a realeza de Jesus e como ela se

    aplica a empreendimentos missionrios ele descreveu o poder magntico da Pessoa de

    Cristo apresentado como um Rei no pice de Sua humilhao. Isso o que toca o corao

    dos homens, disse ele. Cristo crucificado o conquistador.

    No com vestes de glria Ele subjuga o corao, mas com vestes de vergonha. No assen-

    tado sobre o trono Ele ganha a f e as afeies dos pecadores, mas sangrando, sofrendo

    e morrendo no lugar deles... E embora todos os temas que esto conectados com o

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    Salvador devessem desempenhar o seu papel no nosso ministrio, este o tema principal.

    A obra expiatria de Jesus a nossa grande arma. A cruz o poderoso arete para quebrar

    em pedaos os portes de bronze dos preconceitos humanos e as barras de ferro da

    obstinao. O Cristo juiz alarma, mas Cristo, o Homem de Dores, subjuga. A coroa de

    espinhos tem um poder real que impele a uma aliana voluntria, o cetro de cana quebranta

    coraes melhor do que uma vara de ferro, e as vestes de zombaria inspiram mais amor

    do que a prpura imperial de Csar. No h nada como isso debaixo do Cu.19

    Central Para a Doutrina

    A cruz central tambm porque o fator coerente na Doutrina Bblica. Argumentos abun-

    dam que fazem distino entre a pregao para edificar os santos e a pregao estrita-

    mente evangelstica. Tal diviso no pode ser feita entre as duas. Nem mesmo a espada

    do Esprito, que a espada afiada de dois gumes, poderia cortar tanto. Por exemplo, o livro

    de Hebreus para edificao dos crentes ou evangelstico? E o livro de 1 Joo? Ser

    que essas passagens que edificam os crentes no mostram tambm o caminho da salvao

    para os incrdulos? No so avisos destinados ao mesmo tempo para condenar os mpios

    e servir como um cnone para exame para o santo? E as passagens de conforto aos filhos

    de Deus, pela graa de Deus no chamam aqueles que esto espiritualmente cegos, tor-

    nando-os desejosos por tais prazeres que esto na mo direita de Deus? Alguns sermes

    intencionalmente so projetados para chamar o incrdulo ao arrependimento e f; mas

    se o fizerem atravs de uma exposio do Evangelho, os crentes, inevitavelmente, sero

    edificados.

    Alguns podem isolar passagens do todo do contexto bblico to severamente que eles po-

    dem pregar um sermo completo com esboo, estudo de palavras e conselhos bastante

    aceitveis, mas sem ter o poder da cruz na sua entrega. Spurgeon no poderia fazer isso,

    e qualquer tentativa de faz-lo no seria uma mensagem bblica.

    Em um sermo em Joo 13:1, Spurgeon finaliza resumindo sua inteno. Eu tenho prega-

    do o que eu confio que vai consolar o povo de Deus; ele imediatamente acrescenta: mas

    eu desejo que alguma pobre alma venha a Cristo atravs dele. E, como que para estabele-

    cer a validade de seu estilo de homiltica e a unidade da exortao e do evangelismo, afir-

    ma: eu acredito que o modo certo de pregar o Evangelho. Referindo-se brevemente

    parbola do filho prdigo, ele comeou ento a aplicar as palavras do Pai: Vamos comer.

    Ento, queridos irmos e irms em Cristo, vamos comer, Spurgeon incentiva, e ento

    pecadores comearo a sentir suas bocas salivando, e eles tambm vo querer comer, e

    ter parte na festa. Pressionando este ponto e continuando a demonstrar a teoria que sus-

    tentava sua pregao, Spurgeon acrescenta: Ento, se voc e eu desfrutamos a doura

    do amor de Cristo, pode haver alguns na galeria, e alguns no andar de baixo que iro dizer,

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    Ns desejamos conhecer isso tambm e eles vo querer isso; essa a maneira de faz-

    los comer.20

    A cruz penetra tudo na Escritura, e se ela no penetra a nossa pregao, ento no esta-

    mos cumprindo a convocao de ministros Cristos. Ele estava em toda parte com

    Spurgeon, porque ele acreditava ser o fator determinante de todas as facetas dos caminhos

    de Deus com os homens.

    Isto particularmente notrio no modo como Spurgeon desenvolveu a centralidade da cruz

    para as doutrinas da graa. Lembrem-se, queridos amigos, Spurgeon ternamente lembra

    aos seus ouvintes, que a redeno o que d sentido a todas as outras grandes bnos

    de Deus. Todas essas grandes bnos precisam da redeno para complet-las. A

    Eleio, o carro-chefe da graa, precisa do fio condutor de redeno para trazer seus fluxos

    para os pecadores. O sermos escolhidos por Deus assegura a nossa obedincia e torna

    necessria a asperso do sangue de Jesus. Se os santos so escolhidos nEle, de que

    adiantaria a eleio sem Ele? Seria um chamado sem qualquer propsito, sem redeno?

    Vo seria sermos chamados se no houvesse nenhuma festa do amor morrendo por ns

    para sermos convidados, e nenhuma fonte cheia de sangue para que pudssemos atender

    chamada. A morte redentora de Cristo a plenitude de todas as bnos de Deus, a

    chave do cu, o canal da graa, a porta da esperana. Ela constitui a substncia da nossa

    adorao, e, portanto, a motivao para a nossa perseverana, nesta jornada terrena e

    ser o tema de nossa eterna cano l em cima.21

    A Pessoa do Redentor

    Um fator chave para a compreenso de Spurgeon sobre a expiao, e ao qual ele se refere

    explicitamente, muitas vezes, e, implicitamente, sem falha, a Pessoa de Nosso Senhor

    Jesus Cristo na ortodoxia formada por Nicia e Calcednia. A adeso ao mistrio da pieda-

    de foi vista como essencial para a soteriologia bblica desde que a igreja se envolveu em

    interao literria com o mundo. Irineu, Tertuliano e Atansio todos defenderam a plena

    divindade e humanidade de Cristo, duas naturezas em uma Pessoa, como particularmente

    necessria para ns homens e para nossa salvao.

    Em seu sermo, O nosso Substituto Sofredor, Spurgeon diz: O Substituto era de natureza

    complexa [uma frase favorita de Spurgeon]. Ele era verdadeiramente homem, e ainda assim

    Ele era verdadeiramente Deus. Em sua humanidade, Cristo compartilhava da substncia

    de Sua me e de todas as fraquezas naturais dos seres humanos, mas sem a depravao

    original ou pecado. Embora o depsito das tentaes do Inferno tenha se esvaziado sobre

    Ele, permaneceu invencvel e invulnervel; na verdade, Ele no poderia ser ferido pela

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    tentao. Se Ele tinha que redimir o homem pagando a dvida humana pelo pecado, e dar

    ao homem a vida eterna vencendo a morte, ento Ele prprio teria que ser um ser humano.

    Mas tenhamos tambm em mente que Ele era, na frase de Nicia citada com frequncia

    por Spurgeon, Deus de verdadeiro Deus. Sua perfeita humanidade no diminuiu Sua

    perfeita divindade. Spurgeon declara: Nada sabemos de uma expiao humana separada

    da Divindade de Cristo Jesus. No ousamos confiar nossas almas a um Salvador que seja

    um mero homem. Nem se todos os homens que j viveram, e todos os anjos que existem,

    tivessem trabalhado por toda a eternidade, conseguiriam forjar um sacrifcio para propicia-

    o pelos pecados de um nico homem. Eles falhariam completamente. Nada, seno os

    ombros do Deus encarnado poderiam suportar esse jugo estupendo. Nenhuma mo, seno

    a que formou os mundos, poderia abalar as montanhas de nossa culpa, e afast-las para

    sempre. Precisamos de um Sacrifcio Divino, e nossa alegria saber que o temos na

    Pessoa do nosso Senhor Jesus Cristo.22

    A Divindade foi requerida na expiao por causa dos problemas infinitos e eternos envol-

    vidos no pecado contra Deus. No possvel manter uma propiciao substitutiva adequa-

    da para o pecado, a menos que voc sustente que Cristo era Deus23. Um dos desenvolvi-

    mentos clssicos desta ideia a discusso de Anselmo da proposio: Voc ainda no

    considerou o que o pecado , em Por que Deus se fez homem. Na ocasio, Spurgeon

    combinou o impacto dessa condescendncia moral por parte de nosso Senhor com uma

    contemplao da condescendncia metafsica. No s o Santo veio habitar entre os peca-

    dores e levar a sua maldio, mas o nico infinito, eterno e imutvel colocou-Se dentro da

    esfera e estrutura do temporal e mutvel para resgat-los, da corrupo, sim, mas tambm

    da mutabilidade e decadncia da condio temporal tambm.

    Quem Se abaixou para pegar-te, inseto que dura um dia? Quem Se inclinou para te

    salvar? Quem, seno Aquele que sustenta os grandes pilares da Terra e que estendeu os

    cus? O Filho de Deus onipotente, eterno e infinito, amou os cados filhos dos homens, e

    por eles vestiu a veste de carne humana, e em carne sofreu at a morte, e morreu a morte

    mais vergonhosa no Calvrio. Oh, conte em todos os lugares que Jesus Cristo, que Deus

    sobre todos, bendito para sempre, nos redimiu! E depois disso, quem dir que no

    pertencemos a Ele?24

    E no sermo Majestade na Misria Spurgeon maravilha-se de que o Deus, que reinou

    em glria sobre mirades de anjos, teve que ser ridicularizado por canalhas que, em uma

    ironia infinita da relao do eterno com o temporal no poderiam mesmo ter vivido mais

    que um instante em Sua presena se Ele no tivesse permitido. A incongruncia

    insondvel que Aquele que fez os cus e a terra, estava ali para ser desprezado e rejeitado

    pelos homens, e para ser tratado com a mxima injria e desprezo.25

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    Substituio e Propiciao

    Absolutamente essencial para uma viso bblica adequada da expiao o entendimento

    de Spurgeon de que substitutiva e propiciatria. Ele visualizou estes elementos como

    inseparveis e inegociveis. Em 1858, ele pregou: Pense quo grande deve ter sido a

    substituio de Cristo, quando satisfez a Deus por todos os pecados de Seu povo... Pense

    no que deve ter sido a grandeza da expiao que foi a substituio de toda essa agonia

    que Deus teria lanado sobre ns, se Ele no a tivesse derramado sobre Cristo26. Trinta

    anos mais tarde, ele afirmou sem vacilao: No existe caminho de salvao debaixo do

    cu, a no ser pela f no sacrifcio substitutivo de Jesus Cristo; e, mexendo no ingrediente

    da propiciao, ele imediatamente continua: e a maneira pela qual somos redimidos da ira

    eterna por Cristo ter oferecido a Si mesmo como substituto por ns, e ter morrido em

    nosso lugar.27

    Por causa da expiao propiciatria de Cristo, a justia e a misericrdia pacificamente se

    abraam e conferem dupla honra uma outra. Estes dois elementos combinam-se inextri-

    cavelmente em um ponto. Spurgeon explica desta forma:

    Foi conhecer que o Substituto deveria ter um castigo semelhante ao que deveria ter cado

    sobre o pecador... Ele suportou a dor, a perda, a separao, a angstia da morte. Ele ainda

    foi abandonado por Deus... A lei exigia a morte, e a morte caiu sobre a nossa cabea...

    Alegremo-nos porque o Senhor Jesus Cristo tem, evidentemente, por Seu sacrifcio substi-

    tutivo removido, no uma parte ou poro do nosso pecado, mas todo ele. Por suportar a

    morte, Ele removeu todas as nossas obrigaes legais, e nos colocou fora do alcance de

    novas demandas.28

    Spurgeon frequentemente enfatizava que a posio de Cristo como Senhor da Aliana da

    nova raa necessariamente envolvia substituio. Jesus no foi morto como indivduo, mas

    foi condenado morte como um representante, e por Sua morte selou todas as bnos

    da Aliana; todas as disposies da aliana eterna foram ratificadas. Spurgeon desejava

    que mais e mais desta doutrina da aliana fosse espalhada por toda a Inglaterra. Uma

    pessoa que entende as duas alianas encontrou o corao de toda a teologia, de acordo

    com Spurgeon, mas quem no conhece as alianas pouco sabe do Evangelho de Cristo.29

    O pacto da graa foi bem-ordenado e assegurado pelo sangue de Cristo. Quando o sangue

    do corao de Cristo salpicou o rolo Divino, nunca poderia ser revertido, nem poderia uma

    de suas ordenanas ser quebrada, nem uma de suas estipulaes falhar30. Entre estas,

    estava a determinao de dar novos coraes e espritos justos ao povo por quem o Fiador

    da Aliana tinha morrido. Enquanto como Cabea do Pacto Sua morte produz o perdo e a

    justificao, tambm se torna a dinmica pela qual o Seu povo santificado. Ele perdoa

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    nossos pecados com inteno de curar nossa pecaminosidade. Somos perdoados para que

    possamos nos tornar santos31. Spurgeon apontou muitas vezes para a gua e o sangue

    do lado de Cristo e, na tradio de Toplady, falou de limpeza da culpa e do poder do peca-

    do.32

    Em um sermo em Zacarias 13:1 Spurgeon enfatiza a natureza dupla do mal do pecado. A

    fonte aberta na expiao remove a ofensa proferida contra a honra e a dignidade de Deus.

    Deus puniu o pecado na Pessoa de Seu prprio Filho. A culpa, portanto, daqueles a quem

    Ele substituiu foi removida consistentemente com a justia do grande Legislador. Mas, h

    um segundo prejuzo, ou seja, que a nossa natureza tornou-se imunda e a nossa mente

    , em si, inclinada para o mal e avessa ao bem. Deus, portanto, no concede um perdo

    que deixa o pecador como ele era em outros aspectos. Quando o perdo concedido

    uma renovao da natureza operada; a fonte aberta para o perdo tambm aberta para

    a purificao. No somente a ofensa removida, mas o amor pela ofensa mortificado.

    Nisto h dupla a alegria, pois todo verdadeiro penitente no sente que o mero perdo seria

    um benefcio pobre para ele, se fosse permitido que ele continuasse em pecado? Meu

    Deus, livre-me do pecado, porque este o grande fardo de minha alma. Oh, eu poderia ter

    o passado perdoado, e ainda viver como um inimigo de mim mesmo, escravizado pelo mal,

    um estranho santidade; ento eu ainda estaria amaldioado! ... Amar o errado o comeo

    do Inferno.33

    A Extenso da Expiao

    Em 1854, no primeiro ano completo de Spurgeon como um pastor em Londres, New Park

    Street Chapel, o comentarista Albert Barnes publicou um artigo no Church Advocate [Defen-

    sor da Igreja] intitulado A Limited Atonement Not to be Preached [Uma Expiao Limitada

    No Deve Ser Pregada]. Barnes afirmou que no h nada que limite mais os poderes,

    aprisione as mos, e gele o corao do pregador, do que tal doutrina. A caracterizao

    que ele deu do pregador que se atreveria a fazer tal singularmente pouco lisonjeira: al-

    gum to clara e completamente contaminado de tal forma da teologia sistemtica, to

    agrilhoado e preso pela autoridade, e pelas algemas de um credo to inteiramente sob a

    influncia de uma teologia derivada de uma era passada que se est congelado pela

    doutrina que prega.

    Barnes considerou to contraditrio a cada aspecto do ministrio do Evangelho e to

    contrrio aos sentimentos mais puros de uma pessoa santificada e to frio e fulminante em

    sua influncia sobre o corao que os homens no vo pregar isso. Se fosse considerado

    parte essencial da mensagem do Evangelho, os ministros fervorosos abandonariam a

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    pregao por completo, e se envolveriam com a agricultura, ou o ensino ou a mecnica

    qualquer coisa; em vez de ter os seus melhores sentimentos submetidos tortura cons-

    tante. Barnes, alm disso, considerou a doutrina to desagradvel que ele disse que no

    s no deveria ser pregada, mas que no poderia ser pregada.

    Isso pode ser encontrado nos livros antigos de teologia, escritos em uma poca mais rgida,

    e quando os princpios de interpretao eram menos compreendidos e a natureza grande

    e liberal do Evangelho era menos apreciada. petrificada em certos credos sustentados

    pela Igreja, firmes como restos fsseis em um estado de transio, quando as opinies

    antigas estavam passando para uma forma mais liberal. ensinada em poucos seminrios,

    onde os homens sentem-se constrangidos a reprimir as emoes de suas prprias mentes

    para chegar a concluses que mal se podem evitar. Mas a doutrina no pregada, exceto

    quando o corao est frio e morto. No pregada quando a alma est ardendo de amor

    pelos homens, e quando a cruz, em sua verdadeira grandeza levanta-se para ser vista.

    Nunca pregada em um reavivamento da religio uma prova, no frgil, de que a

    doutrina no verdadeira.34

    Barnes no poderia ter sabido que o mais caloroso, o mais poderoso pregador do sculo

    XIX poderia e pregaria a doutrina que Barnes achou to impensvel, e a pregaria sem trazer

    frio quer para si ou para seus ouvintes. Spurgeon acredita que a fonte do sangue de Cristo

    foi aberta e limparia todo pecador que viesse a ela. Ele no sentia mais inibio ao convidar

    os pecadores para esta fonte do que ao chamar todo pecador para se arrepender e crer no

    Evangelho. Tanto o chamado eficaz e efetivo, ou limitado, e a expiao so Doutrinas da

    Graa. A graa nunca serve como uma barreira para quem est vindo para Cristo, nem

    para a liberdade com que os ministros podem, na verdade devem, emitir o convite do

    Evangelho.

    Incapacidade e Responsabilidade

    Spurgeon trabalhava para demonstrar a congruncia entre estas duas doutrinas. O manda-

    mento para arrepender-se do pecado e crer em Cristo, ele pregava como uma obrigao

    universal. Ele sabia, no entanto, que h alguns que vo negar isto, e negaro na base de

    que o homem no tem a capacidade espiritual de crer em Jesus. Sua resposta enfatiza

    que totalmente errado imaginar que a medida da capacidade moral do pecador seja a

    medida de seu dever.

    A responsabilidade universal apenas acentua a prerrogativa Divina na graa para que

    ningum jamais cr em Jesus com a f aqui pretendida, exceto que o Esprito Santo o

    tenha levado a faz-lo. A f uma graa muito celestial, Spurgeon argumentou, para

    brotar na natureza humana, at que esta seja renovada. Os Cristos devem superar a

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    meninice, que trunca essas doutrinas e devem no achar difcil acreditar que a f seja ao

    mesmo tempo dever do homem e dom de Deus.35

    Devido a que, onde existe f, existe a regenerao. Crer em Jesus um melhor indicador

    de regenerao do que qualquer outra coisa, e em nenhum caso isso jamais induziu ao

    erro. Da mesma forma, crer em Jesus o indicador certo de que Jesus morreu por voc.

    A f no consiste em acreditar que Cristo morreu por mim em particular. Pelo contrrio, ela

    est vindo de mos vazias, mas de todo o corao ao prprio Cristo que morreu pelos

    pecadores. Ao confiar somente nEle, descobre-se que Cristo morreu por ele em particular

    e com efeito. Spurgeon disse:

    Eu no creio em Jesus porque estou convencido de que o Seu sangue foi derramado por

    mim, mas sim por eu descobri que o Seu sangue foi derramado especialmente por mim a

    partir do fato de eu ter sido levado a crer nEle. Eu temo que existem milhares de pessoas

    que acreditam que Jesus morreu por elas, que no so nascidas de Deus, mas sim endure-

    cidas em seu pecado por suas esperanas infundadas de misericrdia. No h eficcia

    especial em um homem supor que Cristo morreu por ele; pois um mero trusmo, se

    verdade, como alguns ensinam, que Jesus morreu por todos. Em tal teoria cada crente em

    uma expiao universal necessariamente deveria ser nascido de Deus, o que est muito

    longe de ser o caso. Quando o Esprito Santo nos leva a confiar no Senhor Jesus, ento a

    verdade de que Deus deu o Seu Filho unignito para que todo aquele que cr nEle possa

    ser salvo, aberta para as nossas almas, e vemos que para ns que somos crentes, Jesus

    morreu com a inteno especial de que fssemos salvos... Apenas concluir que Jesus

    morreu por ns na noo de que Ele morreu por todos to distante quanto o leste do

    oeste, de ser verdadeira a f em Jesus Cristo.36

    A Fonte Aberta

    Spurgeon puxa essa mesma corda da unidade para dentro das Doutrinas da Graa em seu

    sermo intitulado, A Fonte Aberta. Ningum participar desta fonte que erradica o pecado

    e a impureza a menos que saiba que um pecador; mas se houver aqui algum realmente

    culpado, que sente que seu pecado digno da ira de Deus; que lamenta seu pecado,

    confessa sua culpa, e sente-se indigno, ento voc o homem a quem a misericrdia do

    Cu hoje proclamada livremente.

    Neste contexto, ento, no de admirar que Spurgeon pudesse proclamar a eficcia

    salvfica da morte de Cristo com tal entusiasmo e generosidade. Porque a fonte est aberta

    no h nenhuma barreira devido a incircunciso ou a descendncia natural. Ns tambm

    aprendemos que ela pessoalmente acessvel a ns e no dependemos de nenhum

    mediador ou intercessor que no seja o prprio Senhor Jesus. Tambm a fonte no est

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    impedida por qualquer quantidade de pecado que ns j tenhamos cometido. Nenhuma

    barreira eficaz criada pela considerao de nossa pecaminosidade interior, nem existem

    quaisquer exigncias no Evangelho que requeiram que voc se prepare para ela antes de

    vir.

    Spurgeon cresce em ousadia enquanto vai prometendo empurrar qualquer telogo para a

    fonte o qual pretendesse barrar qualquer pecador que esteja vindo. No pode haver nada

    na teologia, nem na criao, nem no Cu, nem na terra, nem no Inferno, que possa fechar

    o que Deus declara estar aberto. Se queres ser salvo, se vieres a Cristo, creia nEle, no h

    nada que possa fechar a fonte da vida ou impedir-te de ser purificado e curado. Se houver

    algo a fech-la e proibi-la o teu corao que est fechado, e o teu orgulho que o probe.37

    claro que Spurgeon absorveu e implementou essa linha de pensamento desenvolvida e

    defendida com tanta clareza e fora por Jonathan Edwards sobre a relao entre habili-

    dades naturais e habilidades morais. Todo o esquema da salvao brota da santidade de

    Deus. A depravao total deve ser definida em termos da santidade de Deus e da antipatia

    do pecador a esse atributo conglomerado. Sua condio no apenas a sua calamidade,

    mas sua culpa, Spurgeon insistia. O pecador deve no s ser lamentado, mas culpado

    porque ele no tem desejo para o que bom; Seu no posso significa no desejo, sua

    incapacidade no fsica, mas moral, no a do cego que no pode ver por falta de olhos,

    mas a daquele ignorante que de bom grado se recusa a olhar.38

    A Eleio determina que fssemos santos e irrepreensveis; o chamado eficaz e o novo

    nascimento produzem a nova criatura que reflete verdadeira justia e santidade; a perseve-

    rana implica que a semente de Deus permanece em ns e no podemos continuar na

    direo do pecado, mas devemos ser santos; a cruz atrai os pecadores a si, se eles so

    atrados para a salvao, por causa do seu justo veredicto sobre seu pecado e sua exibio

    esmagadora da santidade de Deus. Portanto, a santidade da cruz uma barreira para o

    pecador abraa-la, e no o fato de que no propsito secreto de Deus, Ele determinou que

    ela deve certamente ser salvfica em seus efeitos para as pessoas que Ele deu ao Filho.

    Spurgeon foi esmagado com a prodigalidade da graa de Deus na expiao, e embora ele

    falasse claramente da sua natureza limitada, era sempre no contexto da certeza com que

    Deus realizou Seus propsitos da graa. infinita misericrdia que um Deus santo quisesse

    Se rebaixar para salvar os pecadores! E incrvel que Ele tivesse que faz-lo de forma

    pblica, de modo que ningum pudesse reclamar que fora feito em um canto.

    A certeza da salvao que Deus realizou concedeu um material sem fim para as afirmaes

    claras de Spurgeon. H uma fonte aberta na expiao, atravs da qual a ofensa proferida

    honra e dignidade de Deus posta de lado. E se pecamos, o Senhor puniu o pecado na

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    Pessoa de Seu prprio Filho; Ele tem, assim, cumprido Sua ameaa, e comprovou a

    veracidade de Sua Palavra. Em Jesus Cristo, portanto, a culpa daqueles para quem Ele foi

    Substituto removida de forma consistente com a justia do grande Legislador.39

    Essa justia do grande Legislador em conjunto com os aspectos substitutivos e propicia-

    trios da expiao foram convincentes para Spurgeon. Eles produziram infinito consolo ao

    povo de Cristo, e Spurgeon no privaria os seus ouvintes de qualquer conforto espiritual

    legitimamente deles. Uma vez que Cristo sofreu a penalidade do pecado e fez recompensa

    justia Divina, se o Senhor Jesus foi condenado por ns, ento, enquanto a justia

    sobrevive no Cu, e a misericrdia reina na terra, no possvel que uma alma condenada

    em Cristo tambm deva ser condenada em si mesma. Se o castigo foi dado ao seu

    Substituto, no coerente nem com a misericrdia nem com a justia que a pena deva ser

    uma segunda vez executada.40

    Claramente um hino favorito de Spurgeon foi o de Toplady intitulado: De onde esse medo

    e incredulidade?. Ele citou-o inteiro ou em parte em vrias ocasies e era particularmente

    ligado a este verso:

    Se Tu tens meu resgate obtido, e livremente no meu lugar sofreu

    A totalidade da ira Divina; pagamento Deus no pode duas vezes exigir,

    Primeiro da mo sangrenta do meu Fiador, e ento novamente da minha.41

    Ele no queria que ningum perdesse o mistrio inefvel do fato de que o prprio Deus

    tinha morrido pelo pecado da Sua criatura, o homem. E que isto proporcionou tal certeza

    de sua eficcia, e rompeu toda limitao para as suas possibilidades, seria impossvel que

    ele no pudesse expiar qualquer pecado em qualquer lugar.

    Nunca poderia a justia ser mais gloriosamente exaltada na presena de seres racionais

    do que pelo Senhor de todos submetendo-Se s Suas exigncias. Deve haver um mrito

    infinito sobre Sua morte: um mrito indescritvel, imensurvel. Parece-me que se tivesse

    havido um milho de mundos para resgatar, a redeno deles no poderia ter precisado de

    mais do que deste sacrifcio de Si mesmo. Se todo o universo, repleto de mundos to

    diversos como as areias da praia do mar, tivesse que ser resgatado, Aquele que rendeu o

    esprito pagaria o preo suficiente por todos eles. Apesar de pesados os insultos que o

    pecado possa ter lanado lei, eles devem ser todos esquecidos, uma vez que Jesus

    engrandeceu a lei to abundantemente e tornou-a to honrosa por Sua morte. Eu acredito

    no propsito especial da morte expiatria do nosso Senhor, e no vou desistir por ningum

    da minha crena no valor absolutamente infinito da oferta que nosso Senhor Jesus apre-

    sentou; a glria de Sua Pessoa torna a ideia de limitao um insulto.42

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    Por esta razo Spurgeon usou a nomenclatura sobre limitao com moderao e com a

    explicao positiva em sua exposio da expiao. Ele preferiu falar de eficcia e certeza.

    Mas, com essa mesma fora, a sua considerao de limitao como um insulto o levou a

    rejeitar o conceito de expiao universal. Na verdade, ele estava feliz em usar o termo

    limitada se a definio da ideia de geral fosse oposta a isso, pois que tal limitao no

    era realmente nenhuma limitao.

    Agora, amados, quando vocs ouvem algum rindo ou zombando de uma expiao limita-

    da, podero dizer-lhe isso. A expiao geral como uma ponte grande e larga com apenas

    metade de um arco; ela no passa atravs do crrego; s professa percorrer metade do

    caminho; no assegura a salvao de ningum. Ora, eu, antes, poria meu p em cima de

    uma ponte to estreita quanto Hungerford, que percorresse todo o caminho, do que em

    uma ponte to larga quanto o mundo, se esta no percorresse todo o caminho atravs do

    crrego.43

    A Eficcia da Expiao

    A infinita dignidade da Pessoa de Cristo exigiu o sucesso total de Seu objetivo em dar a Si

    mesmo por causa dos pecadores. A recusa de Spurgeon de admitir qualquer inadequao

    morte de Cristo significa, sobretudo, que a eficcia da expiao no estava sujeita von-

    tade do homem. O rbitro final dessa operao infinita que foi ordenada nos decretos de

    eternidade no pode ser a vontade de uma criatura mutvel, temporal, cada e rebelde.44

    Alm da dignidade da Pessoa que nossa substituta, dois fatores tornam esta operao

    segura e eficaz. Primeiro, era inteno e o propsito de Deus salvar um povo para Si pelo

    sacrifcio de Seu filho. Ns declaramos que a medida do efeito do amor de Cristo a me-

    dida do Seu propsito. No podemos de modo algum pensar que a inteno de Deus Todo-

    Poderoso pudesse ser frustrada, ou que algo to grande como a expiao pudesse, de

    qualquer forma, falhar.45

    Sem blasfmia no possvel conceber que Cristo falhou em Seu propsito. bem certo,

    amados, Spurgeon fundamentou, que a morte de Cristo deve ter sido eficaz para a remo-

    o daqueles pecados que foram impostos sobre ele. No podemos conceber que Cristo

    morresse em vo. Ele foi designado por Deus para levar o pecado de muitos, e no

    possvel que Ele fosse derrotado ou frustrado em Seu propsito. Nem um jota ou til da

    inteno da morte de Cristo ser frustrado. Jesus ver o fruto do trabalho da sua alma, e

    ficar satisfeito. Aquilo que ele pretendia fazer pela Sua morte ser feito, e Ele no derra-

    maria o Seu sangue em vo de maneira alguma46. Se Ele foi condenado, aqueles unidos

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    a Ele na Sua morte, como indicado pela sua f nEle, de modo algum entraro em conde-

    nao.

    Esta declarao de propsito leva considerao do segundo ponto que contribui para a

    eficcia infalvel da morte de Cristo. Ou seja, que em algum sentido os sofrimentos de Cristo

    foram quantitativos. Spurgeon pinta uma imagem mental vvida da intensidade e exata

    justia dos sofrimentos substitutivos de Cristo por Seu povo e sugere que eles supem um

    homem que passou pelo Inferno. Em seguida, supe que o Seu tormento eterno se passaria

    dentro de uma hora e seria multiplicado pelo nmero dos salvos, um nmero alm de toda

    contagem humana. possvel agora imaginar que um vasto agregado de misria haveria

    nos sofrimentos de todo o povo de Deus, se tivessem sido punidos por toda a eternidade?

    Ento, devemos nos lembrar de que Cristo teve de sofrer o equivalente a todos os infernos

    de todos os seus redimidos. Cristo deu a Deus a satisfao por todos os pecados de todo

    o seu povo, e, consequentemente, deu-Lhe um equivalente por toda a punio deles.47

    Ao falar sobre A determinao de Cristo de sofrer por Seu povo, Spurgeon considera por

    que Cristo recusou a taa de vinho misturado com mirra. Uma das razes era que essa

    recusa era necessria para fazer a expiao completa. Se Cristo tivesse bebido da taa

    da expiao no teria sido vlido porque Ele no teria sofrido na medida em que era abso-

    lutamente necessrio. Cristo sofreu apenas o suficiente, e nenhuma partcula a mais do

    que era necessrio pela redeno do Seu povo. O preo do resgate no teria sido pago se

    a taa de vinho tirasse parte de Seus sofrimentos. Se tanto quanto um gro de Seu sofri-

    mento fosse atenuado a expiao no teria sido suficientemente satisfatria. Insuficincia

    em qualquer grau teria condenado o Seu povo ao desespero perptuo. O maior preo deve

    ser pago; a inexorvel justia no pode omitir uma frao de sua reivindicao. Cristo deve

    provar toda a extenso do sofrimento.48

    No s Spurgeon v grande conforto e segurana na doutrina da expiao limitada, ele

    encontrou que a doutrina da expiao universal seria positivamente destrutiva dos atributos

    morais de Deus. Em sua autobiografia, Spurgeon d uma Defesa do Calvinismo, e inclui

    uma defesa particularmente notvel da expiao limitada.

    Algumas pessoas amam a doutrina da expiao universal, porque elas dizem: to bonita.

    uma bela ideia a que Cristo teria morrido por todos os homens; ela recomenda a si mes-

    ma, dizem eles, pois, em relao instintos da humanidade, h algo nela cheio de alegria

    e beleza. Admito que existe, mas a beleza pode estar muitas vezes associada com a falsi-

    dade. H muito que eu possa admirar na teoria da redeno universal, mas apenas mostra-

    rei o que a suposio envolve necessariamente. Se Cristo, em Sua cruz, intencionou salvar

    todos os homens, ento Ele pretendia salvar os que estavam perdidos antes dEle morrer.

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    Se a doutrina for verdadeira, que Ele morreu por todos os homens, ento Ele morreu por

    alguns que estavam no inferno antes que Ele viesse a este mundo, pois, sem dvida, havia

    at ento mirades que foram lanadas ali por causa de seus pecados. Mais uma vez, se

    fosse a inteno de Cristo salvar todos os homens, quo deploravelmente Ele tem sido

    decepcionado, pois temos Seu prprio testemunho de que existe um lago que arde com

    fogo e enxofre, e nesse abismo de aflio tm sido lanadas algumas das prprias pessoas

    que, segundo a teoria da redeno universal, foram compradas com o Seu sangue. Isso

    me parece uma concepo mil vezes mais repugnante do que qualquer uma dessas

    consequncias que dizem ser associadas com a Doutrina Crist e Calvinista da redeno

    especial e particular. E pensar que meu Salvador morreu pelos homens que estavam ou

    esto no inferno, parece uma suposio horrvel demais para eu sustentar. Imagine por um

    momento que Cristo fosse o Substituto para todos os filhos dos homens, e que Deus, aps

    ter punido o Substituto, posteriormente venha a punir os prprios pecadores, parece entrar

    em conflito com todas as minhas noes sobre a justia Divina. Que Cristo tenha oferecido

    uma expiao e satisfao pelos pecados de todos os homens, e que depois alguns desses

    mesmos homens sejam punidos pelos pecados os quais Cristo j havia expiado, parece-

    me ser a iniquidade mais monstruosa que jamais poderia ter sido imputada a Saturno, a

    Juno, deusa dos Thugs, ou s divindades pags mais diablicas. Que Deus no permita

    que alguma vez pensemos assim sobre Yahwh, que justo, sbio e bom!49

    Este conceito de uma expiao definitiva incentivou Spurgeon em seu evangelismo tam-

    bm. Quando Jesus usou a palavra muitos, indicou uma certeza na eficcia da Sua morte.

    Mas, com certeza Ele quis dizer muitos. No apenas alguns, mas muitos. Vamos espe-

    rar para ver grandes nmeros trazidos dentro do recinto sagrado, Spurgeon incentivava a

    sua congregao. Porque o sangue derramado por muitos, as multides devem ser

    obrigadas a entrar. Enquanto um grupo de meia dzia que se converte nos d alegria, por

    que no devemos esperar mil vezes meia dzia de uma vez! Lanai a grande rede ao mar,

    Spurgeon desafiava e aos seus jovens ele pedia: Pregue o evangelho nas ruas desta

    cidade lotada, pois ele para muitos. E aos obreiros pessoais ele disse: Voc que vai de

    porta em porta, no ache que voc pode ser muito esperanoso, pois o sangue do seu

    Salvador foi derramado por muitos, e o muitos de Cristo muito, muito grande. Ningum

    nunca deve confiar em Cristo em vo ou achar a expiao insuficiente para ele. Oh, por

    uma grande f de corao, ele clamou, para que, por santo esforo possamos prolongar

    nossas cordas, e fortalecer nossas estacas, esperando ver a famlia de nosso Senhor se

    tornar muito numerosa. Isaas 53, uma passagem crucial na exposio de Spurgeon sobre

    a expiao limitada, firma bem a realidade do muitos. Ele ver o fruto do trabalho da sua

    alma, e ficar satisfeito; por Sua retido Ele justificar a muitos, porque carregar as suas

    iniquidades Pense nessa palavra `muitos, Spurgeon argumentou em sua recapitulao,

    e deixe-a anim-lo para trabalhos de longo alcance.50

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    Concluso

    O dom da oratria de Spurgeon foi exclusivamente dele e seria insensatez sentir-se capaz

    ou obrigado a duplic-lo. Seu compromisso com a centralidade da cruz e todas as suas

    conexes, no entanto, propriedade comum para o ministrio Cristo. Estamos sob comis-

    so para competir isso, tanto quanto garantido pela Escritura.

    Em primeiro lugar, devemos cultivar a sua paixo pela cruz. Mesmo ao ler seus sermes

    pode-se sentir sua intensidade pela paixo de Cristo, ele O devorava. Ele esgotou-se ver-

    balmente, emocionalmente e fisicamente procurando transferir o poder mental e espiritual

    que emanava dEle a partir da cruz e energizou o seu ministrio.

    Em segundo lugar, no devemos ser intimidados pela disciplina moderna da teologia bblica

    de modo que possamos deixar de ver a centralidade da cruz em toda a Escritura. Spurgeon

    est certo em v-la permear todo o corpo da revelao Divina e em trat-la como fator de

    coeso. Mesmo se ocasionalmente ele leva dicas verbais desarticuladas para se envolver

    em alegoria aplicativa, sua viso geral verdadeira e far muito para infundir intensidade

    evangelstica bblica em nosso estudo e nossa comunicao.

    Em terceiro lugar, devemos aprender a explorar a doutrina da segurana a partir do funda-

    mento da cruz como Spurgeon fez. A morte do Verbo Encarnado e o propsito de Deus de

    salvar os pecadores por essa morte deve ser um imenso incentivo para qualquer pessoa

    cuja angstia vem de uma verdadeira imagem da natureza mortal de seu pecado. Spurgeon

    protestaria sem parar e esgotaria seus poderes criativos e aplicativos para mostrar a um

    pecador que chega quo firme e infalvel a sua garantia pode ser, uma vez que ele capta

    a realidade de que Aquele que no poupou o Seu prprio Filho, certamente nos dar todas

    as coisas.

    Em quarto lugar, devemos aprender a ver na cruz a apresentao tangvel histrica dos

    propsitos eternos de Deus no Pacto Eterno. Predestinao, eleio, chamado eficaz

    estas esto escondidas de nossa viso e so misteriosas em sua operao. A cruz, embora

    seus poder, sabedoria e dimenses sejam misteriosos e insondveis, , no entanto, o lugar

    em que todos os aspectos metafsicos da redeno se tornam imanentes. a que podemos

    dizer: Estas coisas no foram feitas num canto qualquer.

    Em quinto lugar, podemos aprender com Spurgeon o poder evangelstico da expiao defi-

    nida. Seus sermes se movem e vibram com a aplicao positiva e otimista da doutrina ma-

    ravilhosa. Muitos que acreditam na doutrina parecem secretamente acreditar que deve ser

    proibida sua exibio pblica. Obviamente Spurgeon meditou longamente nessa verdade

    bblica e descobriu seu poder com santos e pecadores igualmente. Ela arma o evangelista

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    com certeza e cada pecador com esperana. Deus salva os pecadores e no vai trazer este

    mundo a um fim at que a eficcia da morte do Messias seja plenamente satisfeita.

    Em sexto lugar, podemos aprender a aplicar a cruz santificao. Porque pela cruz fomos

    comprados por um preo e j no somos de ns mesmos, podemos estar certos de que

    Deus ser glorificado nos corpos de Seu povo. Ele vai transformar as suas mentes, recri-

    los em verdadeira justia e santidade, e mortificar a carne da mesma forma como Ele os

    salvou de seu domnio.

    Deus me livre de gloriar-me seno na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o

    mundo est crucificado para mim e eu para o mundo (Glatas 6:14).

    Notas:

    [1] Charles Spurgeon, A Crise Deste Mundo, em A Paixo e Morte de Nosso Senhor, vol.

    6 de Um Tesouro de Spurgeon sobre a Vida e Obra de Nosso Senhor, 6 vv. (Grand Rapids:

    Baker Book House, 1979), p. 8. A partir de agora esta referncia ser citado como P & D

    [Passion and Death]. O leitor pode assumir futuramente tambm que todas as notas sero

    de Charles Spurgeon, salvo indicao em contrrio.

    [2] O Corao do Evangelho, em Enciclopdia Expositiva de Spurgeon, 15 vol. (Grand

    Rapids: Baker Book House, 1977) 8:91.

    [3] O Sangue Derramado por Muitos, em P & D., p. 34.

    [4] Nosso Substituto Sofredor. (Pensacola: Chapel Library, nd), pp. 2-3 citadas

    integralmente e no editadas a partir do volume de New Park Street Pulpit, 1859.

    [5] O Corao em SEE 8:97.

    [6] Espada e Esptula, Abril de 1887, p. 195.

    [7] Ibid., Outubro de 1887, p. 513.

    [8] Ibid., Em dezembro de 1887, p. 642.

    [9] Redeno Particular em New Park Street Pulpit, 4:130.

    [10] O Sangue Derramado por Muitos em P & D, p. 36.

    [11] Crise, P & D, p. 2.

    [12] O Sangue Derramado por Muitos, P & D, pp. 34-36.

    [13] Est Consumado, P & D, p. 581.

    [14] Os Milagres da Morte do Nosso Senhor, em P & D, p. 646.

    [15] Crise, P & D, p. 3.

    [16] Livre-o agora, P & D, p. 511.

    [17] Por Quem Cristo Morreu?, Metropolitan Tabernacle 20:504.

    [18] Redeno Particular, New Park Street 4:132.

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    [19] Ecce Rex, P & D, p. 365.

    [20] Amor Mais Forte do que a Morte, P & D, p. 19.

    [21] Metropolitan Tabernacle, 20:159.

    [22] Nosso Substituto Sofredor. cit., pp. 3-7. Consulte tambm Majestade na Misria, P

    & D, p. 232.

    [23] Jesus, o Substituto Por Seu Povo, Metropolitan Tabernacle Pulpit, 21:159.

    [24] A Redeno e Sua Reivindicao Metropolitan Tabernacle, 20:162.

    [25] Majestade na Misria, P & D, p. 233.

    [26] Redeno Particular, New Park Street Pulpit, 4:132.

    [27] Sangue Mesmo no Altar de Ouro, SEE, 1:366. Em uma mensagem de 1874, intitulada,

    Por Quem Cristo Morreu, Spurgeon disse: A morte de Nosso Senhor foi penal, infligida

    pela justia Divina: e com razo, pois nEle colocou-se as nossas iniquidades, e, portanto,

    sobre Ele deveu-se colocar os sofrimentos (Metropolitan Tabernacle Pulpit, 20: 495).

    [28] Massacrando o Sacrifcio, SEE 1:346.

    [29] O Sangue da Aliana, Metropolitan Tabernacle, 20:444.

    [30] Est Consumado, P & D, p. 583.

    [31] O Sangue da Aliana, P & D, p. 41.

    [32] Por exemplo, veja Ecce Rex, P & D, 359. Quando o soldado com uma lana perfurou

    Seu lado, ele no tinha ideia de que estava trazendo diante de todos os olhares o sangue

    e a gua que so para toda a igreja os emblemas da limpeza dupla que ns encontramos

    em Jesus, a limpeza pelo sangue expiatrio e a graa santificadora.

    [33] A Fonte Aberta, Metropolitan Tabernacle, 17:39.

    [34] Albert Barnes, O Defensor da Igreja, 8.10.1854, p. 119.

    [35] F e Regenerao, Metropolitan Tabernacle, 17: 133-144.

    [36] Ibid., p. 139.

    [37] A Fonte Aberta, Metropolitan Tabernacle, 17:45. Se examinarmos a linguagem de

    Spurgeon cuidadosamente e a definirmos no contexto do conflito hiper-Calvinista dos

    sculos XVIII e XIX, a partir do qual ele mesmo recebeu uma abundncia de crticas, a

    ameaa de Spurgeon de empurrar um telogo para a fonte faz todo o sentido. Spurgeon

    parece ter em mente o tipo de representao das doutrinas defendidas por Lewis Wayman

    em 1738:

    E por ltimo, apenas suponha que todos os que ouvem o Evangelho creiam em Cristo

    para a vida e salvao, de acordo com o que este autor [Matthias Maurice] nos diz

    o seu dever; se no, provavelmente, seriam milhes em todo o mundo crendo em

    Cristo para a vida e salvao, para quem Deus no deu a vida eterna em Cristo, e que

    nunca devem obter salvao por meio dEle? (A Further Enquiry After Truth [Uma Nova

    Indagao sobre a Verdade], p. 19).

    Neste contexto, tanto a liberdade da salvao e a unidade de todos os aspectos das

    Doutrinas da Graa se tornam mais relevantes.

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    [38] Por quem Cristo morreu?, Metropolitan Tabernacle 20:493.

    [39] A Fonte Aberta, Metropolitan Tabernacle 17:39.

    [40] Jesus, o Substituto por Seu povo, Metropolitan Tabernacle, 21:159.

    [41] O Vvido Cuidado de Cristo ao Morrer, e O Apelo de Cristo aos Pecadores

    Ignorantes, P & D pp. 170, 477; tambm Redeno Particular, New Park Street, 4:136.

    Enciclopdia Expositiva de Spurgeon, 1:348.

    [42] Enciclopdia Expositiva de Spurgeon 1:348.

    [43] Redeno Particular, New Park Street, 4:135, 136.

    [44] Spurgeon descreve a posio Arminiana desta forma:

    O Arminiano sustenta que Cristo, quando morreu, no morreu com a inteno de

    salvar qualquer pessoa em particular; e ensinam que a morte de Cristo no significa

    por si mesma, segurana, sem sombra de dvida, para a salvao de qualquer homem

    vivo. Eles acreditam que Cristo morreu para fazer possvel a salvao de todos os

    homens, ou que por fazer algo mais, qualquer homem que quiser pode alcanar a vida

    eterna; consequentemente, eles so obrigados a sustentar que se a vontade do

    homem no ceder e voluntariamente entregar-se graa, ento a expiao de Cristo

    seria intil. Eles sustentam que no havia nenhuma particularidade e especificidade

    na morte de Cristo (Redeno Particular, New Park Street Pulpit, 4:130).

    [45] Ibid.

    [46] Jesus, o Substituto para o seu Povo, Tabernculo Metropolitano, 21: 160.

    [47] Ibid., P. 134.

    [48] A Determinao de Cristo de Sofrer por Seu povo. P & D., p. 467.

    [49] Autobiografia, 2 vols. (Edinburgh: Banner of Truth Trust, 1962) 1:172.

    [50] O Sangue Derramado por Muitos, P & D, p. 43.

    ORE para que o ESPRITO SANTO use estas palavras para trazer muitos

    ao conhecimento salvfico de JESUS CRISTO para a glria de DEUS PAI!

    Sola Scriptura! Sola Gratia! Sola Fide! Solus Christus! Soli Deo Gloria!

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    10 Sermes R. M. MCheyne

    Adorao A. W. Pink

    Agonia de Cristo J. Edwards

    Batismo, O John Gill

    Batismo de Crentes por Imerso, Um Distintivo

    Neotestamentrio e Batista William R. Downing

    Bnos do Pacto C. H. Spurgeon

    Biografia de A. W. Pink, Uma Erroll Hulse

    Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

    Doutrina da Eleio

    Cessacionismo, Provando que os Dons Carismticos

    Cessaram Peter Masters

    Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepo da

    Eleio A. W. Pink

    Como Ser uma Mulher de Deus? Paul Washer

    Como Toda a Doutrina da Predestinao corrompida

    pelos Arminianos J. Owen

    Confisso de F Batista de 1689

    Converso John Gill

    Cristo Tudo Em Todos Jeremiah Burroughs

    Cristo, Totalmente Desejvel John Flavel

    Defesa do Calvinismo, Uma C. H. Spurgeon

    Deus Salva Quem Ele Quer! J. Edwards

    Discipulado no T empo dos Puritanos, O W. Bevins

    Doutrina da Eleio, A A. W. Pink

    Eleio & Vocao R. M. MCheyne

    Eleio Particular C. H. Spurgeon

    Especial Origem da Instituio da Igreja Evanglica, A

    J. Owen

    Evangelismo Moderno A. W. Pink

    Excelncia de Cristo, A J. Edwards

    Gloriosa Predestinao, A C. H. Spurgeon

    Guia Para a Orao Fervorosa, Um A. W. Pink

    Igrejas do Novo Testamento A. W. Pink

    In Memoriam, a Cano dos Suspiros Susannah

    Spurgeon

    Incomparvel Excelncia e Santidade de Deus, A

    Jeremiah Burroughs

    Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvao

    dos Pecadores, A A. W. Pink

    Jesus! C. H. Spurgeon

    Justificao, Propiciao e Declarao C. H. Spurgeon

    Livre Graa, A C. H. Spurgeon

    Marcas de Uma Verdadeira Converso G. Whitefield

    Mito do Livre-Arbtrio, O Walter J. Chantry

    Natureza da Igreja Evanglica, A John Gill

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    Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a

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    Necessrio Vos Nascer de Novo Thomas Boston

    Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A C. H.

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    Objees Soberania de Deus Respondidas A. W.

    Pink

    Orao Thomas Watson

    Pacto da Graa, O Mike Renihan

    Paixo de Cristo, A Thomas Adams

    Pecadores nas Mos de Um Deus Irado J. Edwards

    Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural

    Thomas Boston

    Plenitude do Mediador, A John Gill

    Poro do mpios, A J. Edwards

    Pregao Chocante Paul Washer

    Prerrogativa Real, A C. H. Spurgeon

    Queda, a Depravao Total do Homem em seu Estado

    Natural..., A, Edio Comemorativa de N 200

    Quem Deve Ser Batizado? C. H. Spurgeon

    Quem So Os Eleitos? C. H. Spurgeon

    Reformao Pessoal & na Orao Secreta R. M.

    M'Cheyne

    Regenerao ou Decisionismo? Paul Washer

    Salvao Pertence Ao Senhor, A C. H. Spurgeon

    Sangue, O C. H. Spurgeon

    Semper Idem Thomas Adams

    Sermes de Pscoa Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

    Owen e Charnock

    Sermes Graciosos (15 Sermes sobre a Graa de

    Deus) C. H. Spurgeon

    Soberania da Deus na Salvao dos Homens, A J.

    Edwards

    Sobre a Nossa Converso a Deus e Como Essa Doutrina

    Totalmente Corrompida Pelos Arminianos J. Owen

    Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

    Propsitos de Cristo na Instituio de Sua Igreja J.

    Owen

    Supremacia e o Poder de Deus, A A. W. Pink

    Teologia Pactual e Dispensacionalismo William R.

    Downing

    Tratado Sobre a Orao, Um John Bunyan

    Tratado Sobre o Amor de Deus, Um Bernardo de

    Claraval

    Um Cordo de Prolas Soltas, Uma Jornada Teolgica

    no Batismo de Crentes Fred Malone

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    2 Corntios 4

    1 Por isso, tendo este ministrio, segundo a misericrdia que nos foi feita, no desfalecemos;

    2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, no andando com astcia nem

    falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos conscincia de todo o homem,

    na presena de Deus, pela manifestao da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho est

    encoberto, para os que se perdem est encoberto. 4 Nos quais o deus deste sculo cegou os

    entendimentos dos incrdulos, para que lhes no resplandea a luz do evangelho da glria

    de Cristo, que a imagem de Deus. 5 Porque no nos pregamos a ns mesmos, mas a Cristo

    Jesus, o Senhor; e ns mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

    que disse que das trevas resplandecesse a luz, quem resplandeceu em nossos coraes,

    para iluminao do conhecimento da glria de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porm,

    este tesouro em vasos de barro, para que a excelncia do poder seja de Deus, e no de ns. 8 Em tudo somos atribulados, mas no angustiados; perplexos, mas no desanimados.

    9 Perseguidos, mas no desamparados; abatidos, mas no destrudos;

    10 Trazendo sempre

    por toda a parte a mortificao do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

    se manifeste tambm nos nossos corpos; 11

    E assim ns, que vivemos, estamos sempre entregues morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste tambm na

    nossa carne mortal. 12

    De maneira que em ns opera a morte, mas em vs a vida. 13

    E temos portanto o mesmo esprito de f, como est escrito: Cri, por isso falei; ns cremos tambm,

    por isso tambm falamos. 14

    Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitar

    tambm por Jesus, e nos apresentar convosco. 15

    Porque tudo isto por amor de vs, para que a graa, multiplicada por meio de muitos, faa abundar a ao de graas para glria de

    Deus. 16

    Por isso no desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

    interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

    Porque a nossa leve e momentnea tribulao

    produz para ns um peso eterno de glria mui excelente; 18

    No atentando ns nas coisas que se veem, mas nas que se no veem; porque as que se veem so temporais, e as que se

    no veem so eternas.