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ISBN 978-85-87686-60-2 UNOPAR Administração e teoria das organizações Ivan Ferreira de Campos Samara Silva Headley Administração e teoria das organizações C M Y K CL ML LB LLB 89787-9788587686602_UNOPAR_adm_teoria_org.pdf, page 1 @ Preflight Server ( 89787-9788587686602_UNOPAR_adm_teoria_org.indd ) - 04:36:28 - January 31, 2014 - PG-1 C M Y K CL ML LB LLB

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administração

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  • ISBN 978-85-87686-60-2

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    Administrao e teoria das organizaes

    Ivan Ferreira de CamposSamara Silva Headley

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    C M Y K CL ML LB LLB

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    C M Y K CL ML LB LLB

  • Administrao e teoria das organizaes

    Samara Silva HeadleyIvan Ferreira de Campos

    89787-Adm_Teoria_Org_23jan2014.pdf, page 134 @ Preflight Server ( Book_Adm_Teoria_Org.indb ) - 04:41:38 - January 31, 2014 - PG-1

  • 2014 by Unopar

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo

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    Diretor editorial e de contedo: Roger TrimerGerente de produo editorial: Kelly Tavares

    Supervisora de produo editorial: Silvana AfonsoCoordenador de produo editorial: Srgio Nascimento

    Editor: Casa de IdeiasEditor assistente: Marcos Guimares

    Reviso: Patricia HesCapa: Solange Renn

    Diagramao: Casa de Ideias

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    Headley, Samara SilvaH433a Administrao e Teoria das Organizaes/ Samara Silva Headley; Ivan Ferreira de Campos Londrina: UNOPAR, 2014. 176 p.

    ISBN 978-85-87686-60-2

    1. Organizaes. 2. Histria. 3. Teoria. I Ttulo.

    CDD 658

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  • Unidade 1 Organizaes ...........................................1Seo 1 As organizaes: surgimento, evoluo e importncia ........3

    1.1 Por que estudar as organizaes? .............................................................5

    1.2 Como poderamos definir as organizaes? .............................................6

    1.3 Organizao formal .................................................................................7

    1.4 As organizaes e o relacionamento com as pessoas ...............................8

    1.5 Classificao das organizaes ...............................................................9

    1.6 Organizao formal e informal .............................................................12

    1.7 Dimenso das organizaes ..................................................................12

    1.8 Setores econmicos da sociedade..........................................................13

    1.9 Classificaes econmicas, segundo a Receita Federal brasileira ...........15

    1.10 Desempenhos das organizaes ..........................................................16

    Seo 2 A importncia da administrao na sociedade moderna ..........................................................19

    2.1 Teorias administrativas ...........................................................................19

    2.2 O que administrao? .........................................................................20

    2.3 Qual a finalidade da administrao? ...................................................21

    2.4 Qual o papel da administrao em uma organizao atual? ...............22

    2.5 O que voc acha que determina o sucesso de uma organizao? ..........22

    2.6 Comportamento organizacional e o sucesso das organizaes ..............23

    2.7 Habilidades gerenciais...........................................................................25

    2.8 Habilidades do administrador ................................................................28

    Unidade 2 Contexto histrico da administrao......35Seo 1 Contexto histrico e evolutivo da administrao ..............37

    1.1 Os sumrios...........................................................................................38

    1.2 Hebreus .................................................................................................39

    Sumrio

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  • iv A d m i n i s t r A o e t e o r i A d A s o r g A n i z A e s

    1.3 Grcia ...................................................................................................39

    1.4 Romanos ...............................................................................................39

    1.5 Organizao militar ...............................................................................40

    1.6 Revoluo Industrial ..............................................................................40

    Seo 2 Bases histricas da administrao ....................................42

    2.1 Bases histricas da administrao ..........................................................42

    2.2 Abordagem clssica da administrao ...................................................44

    2.3 Abordagem da administrao cientfica .................................................45

    2.4 Administrao como cincia..................................................................48

    2.5 Outros representantes da administrao cientfica .................................50

    2.6 Crticas administrao cientfica ........................................................52

    2.7 As ideias de Henry Ford .........................................................................53

    2.8 Abordagem clssica ...............................................................................55

    2.9 As funes administrativas .....................................................................56

    2.10 Crticas Teoria Clssica e expanso do movimento .........................58

    2.11 Algumas consideraes sobre Frederick Taylor e Henri Fayol ...............59

    Unidade 3 Abordagem humanstica e comportamental .................................65

    Seo 1 Abordagem humanstica .................................................... 68

    1.1 Origens da abordagem humanstica na administrao ...........................681.2 Principais contribuies das relaes humanas ......................................681.3 A experincia de Hawthorne .................................................................691.4 O homem social ....................................................................................701.5 Grupos informais ...................................................................................701.6 Relaes humanas e as caractersticas individuais .................................711.7 Comportamento coletivo .......................................................................721.8 Motivao .............................................................................................731.9 Hierarquia das necessidades de Maslow ................................................741.10 Behaviorismo .....................................................................................761.11 Aplicao do pensamento behaviorista na gesto das empresas ..........781.12 A Teoria dos Dois Fatores ....................................................................781.13 Crticas Teoria das Relaes Humanas ..............................................791.14 Cultura organizacional e as mudanas ................................................82

    Seo 2 O pensamento estruturalista e a abordagem burocrtica ..................................................85

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  • s u m r i o v

    2.1 Abordagem burocrtica e as principais contribuies para a administrao .............................................................................86

    2.2 Teoria da burocracia ..............................................................................862.3 Disfunes da burocracia .....................................................................902.4 Modelos de organizaes ......................................................................902.5 Organizao mecanicista .......................................................................912.6 Organizao orgnica............................................................................91

    Unidade 4 Abordagem estruturalista e neoclssica ..........................................95

    Seo 1 Teoria Neoclssica e a Administrao Por Objetivos .........97

    1.1 Caractersticas bsicas da Teoria da Neoclssica ....................................98

    1.2 Centralizao e descentralizao organizacional ...................................99

    1.3 Origens da Administrao Por Objetivos ..............................................100

    1.4 Principais contribuies da Administrao Por Objetivos ....................100

    1.5 Principais representantes da APO ........................................................103

    1.6 Crtica Administrao Por Objetivos ..................................................104

    Seo 2 Abordagem sistmica .....................................................105

    2.1 Tipos de sistema ...................................................................................106

    2.2 Problemas complexos da sociedade moderna ......................................106

    2.3 Organizaes envolvidas em problemas complexos ............................107

    2.4 Estrutura dos sistemas ..........................................................................107

    2.5 Entradas ...............................................................................................107

    2.6 Sinergia ...............................................................................................109

    2.7 Feedback .............................................................................................110

    2.8 Aplicaes do enfoque sistmico .........................................................110

    2.9 Abordagem contingencial ....................................................................110

    Unidade 5 Funes do administrador ....................117Seo 1 Funes bsicas do administrador ...................................119

    1.1 Consideraes gerais sobre o planejamento ..................................121

    1.2 O planejamento...................................................................................122

    1.3 Organizar ...........................................................................................125

    1.4 Dirigir .................................................................................................132

    1.5 A eficcia do lder ...............................................................................136

    1.6 Controle .............................................................................................137

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  • vi A d m i n i s t r A o e t e o r i A d A s o r g A n i z A e s

    1.7 Controle como funo administrativa ..................................................138

    1.8 Principais elementos do processo de controle ......................................139

    Seo 2 Abordagens emergentes da teoria organizacional: a construo de uma teoria ............................................140

    2.1 Teorias funcionalistas e a teoria institucional ........................................142

    2.2 A teoria institucional no centro da teoria organizacional .....................143

    2.3 Transio para a institucionalizao .....................................................144

    2.4 Processo de institucionalizao ...........................................................145

    2.5 O estudo das organizaes na viso interpretativista ...........................146

    2.6 Uma melhor aplicao do interpretativismo ........................................147

    2.7 O humanismo radical teoria crtica e ps-modernismo ...................149

    2.8 A teoria crtica e o ps-modernismo ....................................................150

    2.9 A viso crtica da pesquisa organizacional ...........................................151

    2.10 Teoria crtica e a pesquisa organizacional ..........................................152

    2.11 Ps-modernismo e a pesquisa organizacional ....................................153

    2.12 Perspectivas futuras da teoria antiorganizacional ...............................154

    Referncias ................................................................159

    Sugestes de leitura ...................................................163

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  • O crescimento e a convergncia do potencial das tecnologias da informa-o e da comunicao fazem com que a educao a distncia, sem dvida, contribua para a expanso do ensino superior no Brasil, alm de favorecer a transformao dos mtodos tradicionais de ensino em uma inovadora proposta pedaggica.

    Foram exatamente essas caractersticas que possibilitaram Unopar ser o que hoje: uma referncia nacional em ensino superior. Alm de oferecer cursos nas reas de humanas, exatas e da sade em trs campi localizados no Paran, uma das maiores universidades de educao a distncia do pas, com mais de 450 polos e um sistema de ensino diferenciado que engloba aulas ao vivo via satlite, Internet, ambiente Web e, agora, livros-texto como este.

    Elaborados com base na ideia de que os alunos precisam de instrumen-tos didticos que os apoiem embora a educao a distncia tenha entre seus pilares o autodesenvolvimento , os livros-texto da Unopar tm como objetivo permitir que os estudantes ampliem seu conhecimento terico, ao mesmo tempo em que aprendem a partir de suas experincias, desenvolvendo a capacidade de analisar o mundo a seu redor.

    Para tanto, alm de possurem um alto grau de dialogicidade caracteri-zado por um texto claro e apoiado por elementos como Saiba mais, Links e Para saber mais , esses livros contam com a seo Aprofundando o conhecimento, que proporciona acesso a materiais de jornais e revistas, artigos e textos de outros autores.

    E, como no deve haver limites para o aprendizado, os alunos que quise-rem ampliar seus estudos podero encontrar na ntegra, na Biblioteca Digital, acessando a Biblioteca Virtual Universitria disponibilizada pela instituio, a grande maioria dos livros indicada na seo Aprofundando o conhecimento.

    Essa biblioteca, que funciona 24 horas por dia durante os sete dias da semana, conta com mais de 2.500 ttulos em portugus, das mais diversas

    Carta ao aluno

    89787-Adm_Teoria_Org_23jan2014.pdf, page 134 @ Preflight Server ( Book_Adm_Teoria_Org.indb ) - 04:41:38 - January 31, 2014 - PG-7

  • viii A d m i n i s t r A o e t e o r i A d A s o r g A n i z A e s

    reas do conhecimento, e pode ser acessada de qualquer computador conec-tado Internet.

    Somados experincia dos professores e coordenadores pedaggicos da Unopar, esses recursos so uma parte do esforo da instituio para realmente fazer diferena na vida e na carreira de seus estudantes e tambm por que no? para contribuir com o futuro de nosso pas.

    Bom estudo!

    Pr-reitoria

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  • As presses vindas do mercado e a consolidao do processo de globa-lizao econmica associado ao uso intensivo da tecnolgica impem s organizaes um ritmo frentico em busca da competividade. Observa-se que elas esto em constante mudana e, na atualidade, sabemos que a nica certeza que podemos ter a incerteza: incerteza em termos de mercados, produtos, servios e comportamentos sociais.

    Entretanto, o aspecto positivo fica a cargo dos prprios fatores de mudan-as, que fazem surgir grandes oportunidades para aqueles que se encontram mais preparados. Ao olhar as mudanas por outro ngulo podemos constatar que o fracasso na conduo dos negcios est associado falta de conhe-cimento, ausncia do planejamento e, sobretudo, baixa qualificao de seus gestores.

    As organizaes foram criadas para satisfazer as necessidades e desejos humanos e devem seguir o seu curso natural, isto , permanecer no mercado. A morte ou falncia de uma organizao deve ser vista como exceo e no como regra de mercado. As organizaes existem para atender demanda por alimentao, vesturio, servios de sade (mdicos, enfermeiros, dentis-tas), diverso, cultura, educao e mais uma gama de outras situaes que do sustentabilidade ao estilo de vida moderno que a cada dia se torna mais sofisticado.

    Basicamente, essas necessidades so atendidas por vrios tipos de orga-nizaes que ajudam a compor a complexa sociedade em que vivemos. Elas existem para atender s necessidades pessoais e coletivas e passaram a fazer parte de nosso cotidiano de forma incisiva que fica at difcil pensar como seriam as nossas vidas sem o suporte de algumas empresas.

    Outros aspectos que convm ressaltar esto associados ao fato de que as pessoas passam grande parte de sua vida trabalhando em organizaes. Elas

    Apresentao

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  • x A d m i n i s t r A o e t e o r i A d A s o r g A n i z A e s

    oferecem s organizaes o seu tempo, talento e sua qualificao para gerar valor para a organizao e, em contrapartida, obtm rendimentos financeiros como meio de atender s suas necessidades pessoais e familiares, gerando uma relao de interdependncia entre as partes.

    Muitos so os servios e produtos ofertados pelas organizaes e nessa perspectiva podemos considerar que praticamente tudo que necessitamos dependente de algum tipo de organizao. Sendo assim, imprescindvel que os recursos organizacionais sejam bem administrados.

    Mas, como possvel administrar adequadamente um empreendimento?

    Neste livro voltaremos nossa ateno para alguns temas que visam respon-der a esse questionamento. Aprenderemos conceitos bsicos e indispensveis relacionados s prticas de administrao no contexto organizacional.

    Na Unidade 1 vamos verificar logo na introduo a abordagem do assunto proposto. Ao dar incio ao estudo do texto conheceremos os conceitos, tipos e a classificao das organizaes. Abordaremos ainda as bases histricas da administrao, em que a preocupao central compreender as influncias dos precursores e estudiosos dessa cincia.

    Na Unidade 2 sero abordadas as principais caractersticas da Teoria Clssica, representadas pelos trabalhos de Frederick W. Taylor, Henry Fayol, Henry Ford e seus seguidores. Ao estudar essa unidade espera-se que os alunos conheam mais detalhadamente as principais contribuies de cada um dos pensamentos clssicos apresentados, bem como identificar a influncia da sua aplicabilidade na administrao do presente.

    Ao elaborar a Unidade 3 procurou-se evidenciar os principais aspectos da abordagem humanstica, e destacar a viso comportamental. Essa unidade traz informaes sobre a Escola das Relaes Humanas e sua preocupao com entendimento da motivao humana, do clima e da cultura organizacional. A unidade faz ainda meno abordagem burocrtica que prope a racionali-dade das organizaes e destaca as suas caratersticas e contribuies para a formao das organizaes modernas.

    O outro assunto abordado na Unidade 4 se refere s caractersticas gerais da Administrao Por Objetivos, o engajamento de executivos e equipes de trabalhos que se esforam para estabelecer metas e objetivos conjuntos. A uni-dade evidencia ainda o pensamento e postulados sistmicos em que se defende o ponto de vista que para resolver os problemas complexos so necessrias a

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  • A p r e s e n t a o xi

    anlise e a decomposio dos problemas em partes que so, em tese, interde-pendentes e formam um todo organizado.

    Ao final tem-se a Unidade 5, na qual constam informaes sobre as funes do administrador e o detalhamento de cada uma das funes que qualifica o administrador a exercer o seu papel na gesto. A unidade explica a funo: planejamento, organizao, liderana e controle de forma clara e precisa. Ao final de cada unidade foram elaborados exerccios destinados ao desenvolvi-mento da aprendizagem e fixao dos conhecimentos adquiridos durante a leitura e pela discusso proposta ao longo dos respectivos contedos.

    Boa leitura a todos vocs!

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  • 89787-Adm_Teoria_Org_23jan2014.pdf, page 134 @ Preflight Server ( Book_Adm_Teoria_Org.indb ) - 04:41:38 - January 31, 2014 - PG-12

  • Organizaes

    Seo 1: As organizaes: surgimento, evoluo e importncia

    Na primeira seo da unidade conheceremos um pouco sobre os principais fatos que marcaram o desenvolvimento das organizaes, a sua importncia e contribuio social. Tambm vamos verificar a classificao dos diversos tipos de organizaes, bem como identificar o setor econmico correspondente a cada uma delas. A seo traz, ainda, a apresentao dos conceitos de eficincia e eficcia organiza-cionais, comumente empregadas no ambiente corporativo.

    Objetivos de aprendizagem: As organizaes exercem grande importncia na sociedade moderna e influenciam de forma deter-minante a vida cotidiana, pois passamos a depender de vrios tipos de organizaes para lidar com os diversos aspectos do dia a dia. Ao finalizar o estudo desta unidade voc estar apto a entender melhor essa relao de interdependncia que as organizaes exercem sobre a sociedade contempornea, alm de:

    conhecer o conceito e tipos de organizaes; compreender a importncia vital das organizaes para a sociedade;

    explicar as bases histricas e as influncias de vrios fatores que contriburam para o desenvolvimento e evoluo das organizaes;

    identificar as habilidades administrativas exigidas para atuar no contexto corporativo.

    Unidade 1

    Samara Silva Headley

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  • Seo 2: A importncia da administrao na sociedade moderna

    A seo 2 destaca a importncia do estudo das teorias administrativas e as suas contribuies ao longo da formao do pensamento administrativo. Ao estudar a seo o aluno poder verificar as princi-pais concepes da administrao e sua finalidade, e ainda poder conhecer o papel que a administrao desempenha na sociedade atual. A seo tambm traz informaes sobre a relao entre o comporta-mento organizacional e o sucesso alcanado.Os papis e as habilidades administrativas so ainda retratados durante o texto de forma clara e objetiva a fim de proporcionar ao leitor um conhecimento mais aprofundado sobre o assunto.

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  • o r g a n i z a e s 3

    Introduo ao estudo

    As organizaes contemporneas ganham cada vez mais importncia na vida das pessoas, em funo das mudanas no estilo de vida e pela sofisti-cao no modo de viver o cotidiano da sociedade atual. Ao pensarmos mais profundamente as organizaes, chegamos concluso de que so elas que possibilitam os meios para sobrevivncia dos membros que delas participam por meio de uma intensa relao de troca.

    Essa relao de troca fica mais evidente quando observamos que o traba-lhador emprega a sua fora de trabalho fsica ou intelectual para o alcance dos objetivos organizacionais e, em contrapartida, recebe a remunerao em forma de salrios diretos, gratificaes, abonos, participao nos lucros e resultados. O trabalhador, por sua vez, pode ter acesso aos bens de consumo ou bens durveis de acordo com sua a necessidade, interesse e poder de aquisio.

    Ao estudar a unidade outro ponto que ficar evidente se refere ao desempe-nho organizacional, pois se observa que no sistema produtivo atual os agentes e parceiros (empregados, clientes, fornecedores, acionista e outros) devem sentir um nvel adequado de confiana para, s ento, estabelecer um relacionamento duradouro com as organizaes.

    Para demonstrar o nvel de segurana necessrio preciso que as organiza-es sejam bem administradas, adotem mtodos que visem otimizar a aplicao dos recursos internos e busquem alcanar a eficcia no meio social no qual a organizao est inserida.

    Seo 1 As organizaes: surgimento, evoluo e importncia

    O primeiro estudo realizado com maior profundidade sobre a organizao empresarial que se tem notcia iniciou em meados do sculo XVIII e se estendeu pelo sculo XIX. Dados apontam que quando passou o entusiasmo e o perodo otimista que cercava o desenvolvimento industrial, vieram tona o ceticismo e desencantamento ao se deparar com os problemas sociais decorrentes da organizao fabril, que assolou o perodo da Idade Mdia.

    Os estudos referentes s organizaes comearam a interessar aos investi-gadores sociais, e vieram a se materializar em obra escrita por Auguste Comte (1798-1857) e Herbert Spencer (1820-1903). Os autores delinearam as primeiras

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  • 4 A d m i n i s t r A o e t e o r i A d A s o r g A n i z A e s

    concepes para a diviso do trabalho, fato que considerado como [...] um fator decisivo na evoluo social, j que contribuiu eficazmente para a criao de sentimentos de dependncia recproca entre os indivduos e foi aspecto inegvel no incremento da produo (MATIAS 2003, p. 104).

    Nos dias atuais sabe-se que as organizaes modernas tm como finalidade primria atender necessidades que a sociedade demanda. Assim como as de-mandas, as organizaes so heterogneas. Elas tm finalidades e objetivos distintos, tm tamanhos, misso, viso, valores, estrutura e outras inmeras caractersticas que as fazem ser nicas e muito diferentes umas das outras, no corporativo (KOETZ, 2009).

    Sejam quais forem os objetivos que se perseguem: sociais, polticos, edu-cacionais, econmicos ou religiosos, as organizaes acabam por envolver os indivduos formando complexas redes, tornando o ser humano cada vez mais dependente das atividades ligadas ao cotidiano. Uma das razes que se prope a explicar a enorme proliferao das organizaes no mundo moderno o fato de que s por meio da sinergia que envolve a estrutura organizacional podem ser satisfeitas a maioria das aspiraes naturais e, muitas vezes, inconscientes do ser humano.

    A seguir veremos algumas definies que explicam o que uma organi-zao:

    A organizao uma coletividade formada por pessoas que: tem a funo de produzir bens e prestar servios sociedade, bem como atender as necessidades de seus participantes, e possui uma estrutura formada por indivduos que se relacio-nam, colaborando e dividindo o trabalho para transformar insumos em bens e servios (BERNARDES; MARCONDES, 2006, p. 14).

    Desde uma grande corporao, uma agncia governamental ou at mesmo uma loja de convenincia local, representa uma coleo de pessoas que trabalham juntas para alcanar um objetivo comum. Ao fazer isso, os participantes da or-ganizao so capazes de realizar tarefas que se encontram bastante alm do alcance de qualquer pessoa que estivesse agindo sozinha (SCHERMERHORN, 2006, p. 4).

    A sociedade moderna formada por organizaes que proporcionam os meios necessrios para atender adequadamente s vrias necessidades hu-manas. Uma organizao tambm pode ser entendida como um sistema de

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  • o r g a n i z a e s 5

    recursos que procura realizar algum tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos) (CHIAVENATO, 2007).

    Essa viso a respeito das organizaes nos permite reconhecer algumas caractersticas que distinguem as organizaes de outros grupos sociais. A transformao de ideias se concretiza com a elaborao de um produto e/ou servios em que a diviso do trabalho e de responsabilidades so delibera-damente planejadas, dando suporte s organizaes com o intuito de atingir objetivos previamente definidos.

    Nota-se que nas organizaes h a presena de centros de poder e deciso que dirigem e controlam os esforos concentrados. Esse centro do poder formado por executivos, diretores ou presidentes de empresas que devem ser responsveis por reverem continuamente a sua realizao comparando o que foi realizado com aquilo que foi planejado. Os gestores devem utilizar essa avalio (feedback) para reorientar a organizao e, quando necessrio, propor medidas corretivas, com o objetivo de melhorar a sua eficincia (MATIAS, 2003).

    1.1 Por que estudar as organizaes?

    Na tentativa de responder o porqu de se estudar as organizaes, a primeira resposta nos remete ao fato de que as organizaes tal qual as conhecemos nos dias atuais so criaes recentes na histria do desenvolvimento humano. Pode-se afirmar, sem medo de errar, que mais de 99% delas no existiam sob nenhuma forma h 200 anos.

    Ao verificar a realidade da vida moderna, constata-se que com o desenvol-vimento da sociedade contempornea as organizaes passaram a ganhar uma importncia sem precedentes e por meio delas que se ganham os salrios para garantir a nossa sobrevivncia. E l passamos trabalhando boa parte de nossas vidas, antes de nos aposentarmos. Exemplos recentes nos dizem que algumas pessoas no cessam a sua ligao com as organizaes nem com a chegada da aposentadoria, pois, em funo de escolhas pessoais ou por uma questo de sobrevivncia pessoal ou de terceiros, continuam a atuar no mercado de trabalho.

    A outra resposta est relacionada ao uso intensivo de diversos tipos de organizaes com as quais teremos contato direta ou indiretamente ao longo de nossas vidas. Durante a vida utilizamos os servios de vrias organizaes. Para compreender melhor tal fato, veja o exemplo que ser relatado a seguir.

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    Antes de trazer uma criana ao mundo os jovens casais so aconselhados a fazerem exames pr-natais e para isso utilizam servios mdicos e laboratoriais. Na hora da chegada do beb, os pais geralmente procuram as instituies hospitalares, sejam elas de ca-rter pblico ou privado, e com o passar do tempo, durante a nossa infncia, iremos entrar em contato com vrios tipos de organizao: escolares, recreativas, religiosas, de entrete-nimentos etc.

    Quando entramos na fase adulta, ns pas-samos a integrar a fora de trabalho das organizaes e por mais que mudemos de endereo comercial, ns essencialmente colocamos a servio das organiza-es o nosso tempo, talento, criatividade, juventude e energia. Em troca de tanto esforo, recebemos salrios, benefcios sociais, reconhecimento e ascenso profissional. E assim, a interao com as organizaes continuar acontecendo, at o momento da morte, os servios de uma organizao funerria.

    Pense a respeito dos tipos de organizaes (empresas) que existem em sua regio e reflita tambm sobre a importncia dessas empresas para o desenvolvimento do seu municpio ou da sua regio.

    Questes para reflexo

    1.2 Como poderamos definir as organizaes?

    Ao pesquisar a literatura, vamos conhecer o pensamento de vrios autores. Cada um deles procurou registrar o seu conceito sobre determinado assunto e tenta definir, cada qual ao seu modo, os principais aspectos que caracterizam fundamentalmente uma organizao.

    Maximiano (2011, p. 4), por exemplo, explica que [...] uma organizao um sistema de recursos que procura realizar objetivos. Sob essa perspectiva as palavras, os recursos e os objetivos passam a ser a chave para a definio da organizao, pois a interao sinrgica dos dois fatores associados aplicao dos recursos humanos que ir fazer a diferena entre realizar ou no determi-nado conjunto de objetivo em prol do bom desenvolvimento da organizao.

    Para saber maisPara ampliar o conhecimento so-bre as organizaes, leia os cap-tulos 1 e 2 do livro Teorias da administrao, do autor Reinaldo O. Silva. So Paulo: Pearson, 2008. O livro se encontra disponvel na Biblioteca Digital.

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    As organizaes ainda podem ser vistas como entidades que capacitam a sociedade a buscar realizaes que no podem ser atingidas por pessoas atuan do individualmente (GIBSON et al., 2006). Uma organizao um sis-tema de recursos que procura realizar algum tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos). Alm dos objetivos e recursos, as organizaes contam tambm com dois outros componentes, so eles: (1) processo de transformao e (2) diviso do trabalho (MAXIMIANO, 2004).

    Para saber maisRecursos so itens necessrios para a concretizao de um determinado processo: recursos financeiros, materiais, humanos e fsicos.

    Processo de transformao so formados por processos de trabalho organizados que visam transformar os recursos para gerar resultados.

    Diviso do trabalho se refere organizao e diviso do trabalho para que as atividades sejam realizadas de forma eficiente.

    Aps esse passeio histrico e apresentao de alguns conceitos essenciais sobre a organizao, podemos concluir que uma organizao composta pela combinao de pessoas e recursos para atingir um determinado objetivo. Uma empresa uma organizao assim como o hospital ou uma organizao sem fins lucrativos.

    Uma organizao pode ser composta por divises de trabalho, departamen-tos ou sees, que so pequenas unidades subdivididas dentro de uma estrutura maior. Pessoas, dinheiro e materiais compem a outra parte dos recursos que integram a organizao, em que bens e servios so elaborados, transportados e ofertados pelas organizaes.

    1.3 Organizao formal

    A organizao formal est diretamente relacionada estrutura das relaes profissionais entre as pessoas e ela planejada no sentido de facilitar a realiza-o dos objetivos globais da organizao. A organizao formal normalmente caracterizada por organograma, diviso do trabalho, especializao, hierarquia e por seus manuais de conduta e instruo. Os principais aspectos apresentados pela organizao formal so: os departamentos, divises, sees, que so orga-nizados e orientados a fim de produzir bens e servios sob as diretrizes pticas

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  • 8 A d m i n i s t r A o e t e o r i A d A s o r g A n i z A e s

    da cpula organizacional. Veja a forma da estrutura organizacional ilustrada na Figura 1.1. Adiante discutiremos com mais detalhes a organizao formal.

    Figura 1.1 Estrutura organizacional (organograma funcional sinttico)

    Fonte: Da autora (2013).

    Costa (2010) aponta que existem outros aspectos que caracterizam uma organizao formal:

    Os cargos de presidente, diretores, gerentes, supervisores, funcionrios e equipes operacionais so hierarquicamente organizados e dispostos em organogramas.

    A hierarquia de autoridade como autoridade e responsabilidade so previamente definidas.

    Os objetivos e os planos so definidos previamente para alcan-los de forma adequada.

    A tecnologia constitui o modo de realizar o trabalho dentro da organiza-o.

    As pessoas empregam a sua fora de trabalho, inteligncia e criatividade na busca de realizar os objetivos almejados.

    Assim, podemos compreender que uma organizao se caracteriza por um sistema planejado de esforos coletivos que cooperam entre si, por meio da execuo do papel de cada um dos participantes, como tambm pelo desem-penho de suas tarefas e atividades no mbito corporativo.

    1.4 As organizaes e o relacionamento com as pessoas

    As organizaes so compostas por pessoas e na moderna administrao os seres humanos passaram a ser vistos como partes importantes no desenvol-

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    vimento e no desempenho das organizaes contemporneas. Entenderemos melhor esse relacionamento quando descobrirmos qual a relao existente entre as organizaes e os seus vrios agentes.

    As organizaes se relacionam com vrios tipos de agentes, como: os pro-prietrios, os funcionrios, os clientes, a comunidade, os fornecedores, os con-correntes, os rgos regulamentadores e outros. Esse relacionamento uma via de mo dupla. As organizaes esperam das pessoas definies e respostas para realizar suas operaes e as pessoas esperam das organizaes algo que lhes traga algum tipo de benefcio (KOETZ, 2009). Veja a Figura 1.2.

    Figura 1.2 Relao de troca

    Fonte: Koetz (2009, p. 2).

    1.4.1 Quais outras formas de relacionamentos h entre as orga-nizaes e as pessoas?

    O relacionamento entre as pessoas e as organizaes fundamental e imprescindvel, pois no se pode negar que existe um ciclo de interdepen-dncia entre elas. As pessoas dependem das organizaes para realizarem os objetivos individuais, tais como obter remunerao, crescimento profissional e sentir-se til para a sociedade. As organizaes, por sua vez, dependem das pessoas para promover o seu crescimento sustentado, obter maior lucrativi-dade, aumentar a produtividade, melhorar a qualidade dos produtos/servios ou reduzir custos internos.

    Passaremos agora a verificar algumas distines entre as organizaes.

    1.5 Classificao das organizaes

    1.5.1 Organizaes produtoras de bens

    A primeira classificao se d quanto finalidade das organizaes; assim, elas podem ser classificadas de acordo com o que produzem, como as produ-toras de bens ou prestadoras de servios. A Figura 1.3 ilustra esses dois tipos de organizaes.

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    Em relao quelas organizaes que produzem bens, produtos tangveis ou concretos, por exemplo, temos as organizaes que fabricam: componen-tes eletrnicos, produtos manufaturados, alimentos, produtos de higiene etc. Inserem-se nessa categoria empresas como Nokia, Hering e Unilever. O Qua-dro 1.1 mostra a classificao das organizaes para melhor entendimento do assunto comentado.

    Figura 1.3 Tipos de organizaes

    Tipo 01Organizao

    Reduo de Bens (tangveis)

    Reduo de Servios (intangveis)

    Fonte: Koetz (2009, p. 2).

    1.5.2 Organizaes prestadoras de servios

    J as prestadoras de servios tm a caracterstica de colocar algum tipo de servio disposio da sociedade, a exemplo disso temos: hospitais (atendi-mento mdico), escolas ou universidades (ensino), empresas de telefonia (linha telefnica) etc. Nesse caso, no h efetivamente a produo de um bem, entre-tanto, existe a experincia de uso por parte do usurio/consumidor.

    Agora que voc j sabe a distino entre os tipos de organizaes, vamos ver outra forma de classificao que considera a gerao de lucro como fator de categorizao.

    Quadro 1.1 Classificao das organizaes

    Industriais ComerciaisPrestadorasde Servios

    So as transformadoras. Transformam a matria-prima.

    So as que comercializam. Compram e vendem.

    So aquelas que prestam servios.

    Fbrica de MveisFbrica de CarrosFbrica de Eletrodomsticos

    Lojas Supermercados Postos de Gasolinas

    EscolaSeguranaHotel

    Fonte: Koetz (2009, p. 3).

    1.5.3 Organizaes com fins lucrativos

    No segundo tipo de classificao esto as organizaes com fins lucrativos denominadas empresas. Podemos considerar que a palavra empresa utili-zada para denominar a pessoa jurdica cujo objetivo exercer uma atividade

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    particular, pblica, ou de economia mista, com o intuito de produzir e ofe-recer bens e/ou servios que atendam a algum tipo de necessidade humana.

    O lucro, na viso moderna das empresas privadas, consequncia de um eficiente arranjo do processo produtivo que leva obteno do retorno espe-rado pelos investidores. Exemplos de empresas: lojas, supermercados, hospitais privados e indstria de manufatura.

    1.5.4 Organizaes sem fins lucrativos

    Podemos, ainda, classificar as organizaes, considerando-as sem fins lucrativos. Tal classificao se d pela restrio de distribuio de lucros. Isso significa, na prtica, que ningum tem direitos legais sobre o saldo financeiro positivo (lucros) de uma organizao, ou seja, a diferena entre suas receitas e custos, o que uma empresa normalmente chamaria de lucros. Esse lucro deve ser reinvestido na prpria organizao. Como exemplos de organizaes sem fins lucrativos tm-se: as igrejas, o exrcito, as organizaes no governamen-tais (ONGs), entidades filantrpicas e fundaes. A Figura 1.4 separa os dois tipos de organizao.

    Figura 1.4 Tipos de organizaes

    Tipo 02Organizao

    Empresas (organizaes com fins lucrativos)

    Organizaes sem fins lucrativos

    Fonte: Koetz (2009, p. 2).

    Existe outra forma de classificar as organizaes que leva em considerao a formalidade e o setor econmico a qual a organizao pertence, bem como a sua dimenso em termos de tamanho. Veremos, a seguir, algumas classificaes que obedecem aos requisitos descritos.

    Figura 1.5 Classificao das organizaes

    Fonte: Koetz (2009, p. 4).

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    Convm ressaltar que a palavra formalidade est associada s regras im-postas pelo mundo civilizado. Para dar mais convenincia s organizaes, estabeleceu-se a maneira formal visando proporcionar a adequao organiza-cional interna. Em relao classificao que leva em conta a formalidade das organizaes, elas podem ser categorizadas em formais ou informais.

    Ateno: importante destacar que estamos falando de organizao formal e informal, e no de atividades (empresas que operam sem registos legais), que so desenvolvidas informalmente.

    Para saber maiores detalhes sobre a classificao das organizaes, acesse o site .

    Para saber mais

    1.6 Organizao formal e informal

    Para iniciarmos a explanao, podemos relembrar os trabalhos de Max Weber (apud MAXIMIANO, 2010, p. 100), que na primeira metade do sculo XX afirmou que [...] as organizaes formais so constitudas com base em normas e regulamentos explcitos e permanentes, chamadas de leis, que esti-pulam os direitos e deveres dos seus participantes.

    Dessa forma, podemos reconhecer uma organizao formal por meio do estabelecimento dos objetivos, da diviso do trabalho, da hierarquia estabe-lecida, pelas responsabilidades de cada participante e pela substituio das pessoas sem prejuzo a realizao das tarefas. A Figura 1.5 ilustra as trs formas de classificao das organizaes.

    Verifica-se que nas organizaes formais surgem sempre grupos de pessoas formadas de maneira espontneas atravs das afinidades, interesses ou conhe-cimentos entre os seus membros. Essas relaes pessoais funcionam como me-canismos de integrao social e comunicao que podem trazer considerveis impactos negativos ou positivos s decises tomadas pela organizao formal.

    1.7 Dimenso das organizaes

    Observa-se que a dimenso de uma organizao est relacionada com seu tamanho e, sob essa perspectiva, so utilizadas duas classificaes, a do Banco Nacional do Desenvolvimento Econmico (BNDES) e a do Servio de Apoio Micro e Pequena Empresa (SEBRAE).

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    A classificao quanto dimenso, tambm chamado de porte da empresa adotada pelo BNDES, aplicvel indstria, comrcio e servios e leva em considerao a receita bruta obtida anualmente. A classificao do porte das empresas foi definida nas circularesn 11/2010 e 34/2011 (BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO, 2011, p. 1).

    Consulte o site do BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONMICO (BNDES) no seguinte link: .

    Para saber mais

    Voc precisa saber claramente que, alm do critrio adotado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES), temos o critrio adotado pelo SEBRAE, que leva em considerao a quantidade do nmero de funcionrios empregados nas empresas, principalmente nos estudos e levanta-mentos realizados sobre a presena da micro e pequena empresa na economia brasileira, conforme os seguintes nmeros encontrados no Quadro 1.2.

    Quadro 1.2 Dimenses das organizaes

    Porte/ Setor Indstria e Construo Comrcio e Servios

    Microempresa At 19 At 9 empregados

    Pequeno Porte De 20 a 99 De 10 49 empregados

    Mdias De 100 a 499 De 50 a 99

    Grandes 500 ou mais 100 ou mais

    Fonte: Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresa (SEBRAE, 2012).

    1.8 Setores econmicos da sociedade

    Em relao aos setores econmicos da sociedade, podemos dizer que, tradi-cionalmente, a economia de um determinado pas pode ser dividida em setores: primrios, secundrios e tercirios. Naturalmente, como vivemos na era das mudanas alguns economistas apontam a emergncia do quarto e quinto setores.

    importante saber que a classificao do setor econmico est diretamente relacionada com os tipos de produtos produzidos, com o modelo de produo e com os tipos de recursos utilizados no processo de transformao. Outro as-

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    pecto a ser salientado que a predominncia em determinado setor econmico pode indicar o grau de desenvolvimento econmico de um pas ou regio.

    1.8.1 Classificao econmica

    Setor primrio: Morales (2010, p. 2) explica que [...] usualmente, os pro-dutos primrios so utilizados como matria-prima nas produes industriais. Dentro desse setor esto as principais atividades que so de competncias exclusivas do setor primrio. A caracterstica desse setor fornecer matria--prima que ser transformada pelo processo industrial, como exemplo, temos: a agricultura, a minerao, a pecuria, a silvicultura, apicultura, pesca, caa, entre outras de caractersticas extrativistas. A vulnerabilidade desse setor econmico elevada, pois est merc do tempo e das variaes climticas.

    Convm destacar que a produo e exportao de matrias-primas no gera riqueza significativa para os pases que tm por base esse tipo de econo-mia, salienta Morales (2010). J os produtos industrializados so geradores de riqueza em funo da dinmica que envolve o seu processamento e distribui-o logstica. O que se contrape com a matria-prima, sendo que na hora da comercializao o lucro obtido pequeno e concentrado, geralmente, nas mos de agentes intermedirios.

    Setor secundrio: responsvel por transformar as matrias-primas (pro-duzidas no campo) em produtos industrializados, como: roupas, mquinas, automveis, construo de casas, alimentos processados, produtos eletroele-trnicos etc. Nota-se que como h conhecimentos agregado e alta tecnologia no processo de fabricao dos produtos, o lucro obtido se torna muito maior.

    Pases e regies com bom grau de desenvolvimento econmico e social possuem uma significativa base econmica voltada gerao de valor no setor secundrio. Registros estatsticos apontam que a exportao desses produtos ge-ram mais riquezas para as indstrias instaladas nesses pases (MORALES, 2010).

    Setor tercirio: est associado prestao de servios. Os servios so pro-dutos intangveis ofertados para satisfazer determinadas necessidades. Como atividades econmicas que caracterizam esse setor podem ser apontados: os servios de alimentao, comrcio varejista, atacadista, escolas, universidades, sade, telefonia, servios de informtica, seguros, transportes, servios de lim-peza, servios de turismo, servios bancrios, administrativos etc.

    Esse setor predominante nos pases que se destacam pelo alto nvel de desenvolvimento econmico. Observa-se que quanto mais desenvolvida eco-

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    nomicamente uma regio, maior a participao do setor tercirio. Morales (2010) aponta que o processo de globalizao, iniciado no sculo XX, fez com que setor tercirio se desenvolvesse mais acentuadamente.

    Setor quaternrio: inclui os servios altamente intelectual, tais como: in-vestigao, desenvolvimento e inovao. Morales (2010) explica que tradicio-nalmente o setor quaternrio considerado parte do setor tercirio, mas sua importncia cada vez mais crescente e suas particularidades tm feito com que alguns autores o considerem um setor parte dos outros.

    No setor quaternrio esto as indstrias de ponta que utilizam a alta tecno-logia em seus processos de trabalho, a tecnologia da informao e o setor de telecomunicaes. Os trabalhos ligados investigao cientfica, educao, os servios de consultoria e a indstria da informao ajudam a compor o setor. (MORALES, 2010).

    Setor quinrio: a classificao econmica desse setor ainda est em discus-so. De acordo com alguns economistas esse setor inclui os servios ofertados sem objetivo de gerar lucro, como: pesquisas (no remunerada), a sade, a educao, os bombeiros, a cultura e a polcia.

    Convm ressaltar que no setor quinrio esto ainda atividades de cunho domstico, como aquelas realizadas por babs ou familiares que cuidam de outras pessoas, nos ambientes domsticos. Morales (2010) deixa claro que essas atividades so imensurveis em quantias econmicas pela falta de diversos e abrangentes registros, mas, sobretudo, so valiosas pela contribuio vital que proporcionam economia.

    1.9 Classificaes econmicas, segundo a Receita Federal brasileira

    De acordo com a Classificao Nacional de Atividades Econmicas (CNAE), orientada pela Receita Federal brasileira, existe outra forma de classificao econmica aplicada a todos os agentes econmicos que esto engajados na produo de bens e servios, que compreende as seguintes divises:

    Primeiro Setor: se caracterizam pelos rgos governamentais, tais como: Ministrios, Secretarias, Autarquias e empresas de economia mista que, por-tanto, tm dinheiro pblico aplicado sem suas operaes.

    No Segundo Setor esto as organizaes de interesses privados, as deno-minadas empresas. Essas organizaes tm como finalidade a obteno de

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    lucros. Esto inseridas nessa categoria as empresas industriais, o comrcio e as prestadoras de servios.

    No Terceiro Setor temos as organizaes de interesses pblicos. Estas tm a peculiaridade de serem mantidas pela iniciativa privada, porm so entidades sem fins lucrativos. Como exemplos podem ser citados: as Organizaes No Governamentais (ONGs); Associaes de Pessoas Fsicas, Fundaes, Organi-zaes sem fins lucrativos, Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico (OSCIP) e entidades de assistncia social.

    Assim, com essas informaes, esperamos ter contribudo para maior clareza sobre os principais pontos referentes aos setores da economia.

    Pense um pouco sobre quais setores econmicos so mais predominantes na sua regio e quais os tipos de organizaes que tm prevalncia.

    Procure pensar tambm nos reflexos trazidos pelo tipo de insero econmica adotado no seu municpio ou na sua regio.

    Questes para reflexo

    1.10 Desempenhos das organizaes

    Alm das distines apresentadas, cabe salientar que as organizaes ainda tm outras caractersticas que as distinguem uma das outras, tais como tamanho, interesse, cultura, localizao, tipo de pessoas que a compem e desempenho.

    A mensurao do desempenho deve ser capaz de promover informaes necessrias para que os gestores possam tomar decises com altos ndices de acertos sobre a utilizao dos recursos, bem como sobre as operaes que daro suporte aos objetivos previamente traados.

    Na moderna concepo de gesto administrativa, uma das formas de men-surar o desempenho de uma organizao envolve a capacidade que ela de-mostra em atender s necessidades de seus clientes, acionistas, colaboradores, parceiros e sociedade em geral.

    Considera-se que uma organizao tem um bom desempenho quando esses agentes esto relativamente satisfeitos e percebe-se uma relao direta entre o conceito de eficincia e eficcia e as prticas organizacionais. As principais diferenas entre eficincia e eficcia passaro a ser discutidas em seguida.

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    1.10.1 Eficincia e eficcia

    Acredito que voc j deve ter ouvido falar sobre o assunto que ser apre-sentado a seguir, pois se refere a termos frequentemente utilizados na gesto corporativa da atualidade: so as palavras eficincia e eficcia, que passaremos a entender melhor a partir de agora.

    Eficincia: a palavra que indica que uma organizao utiliza racional-mente ou de maneira econmica os seus recursos (pessoas, matria-prima, mquinas equipamentos etc.). Isso significa que a organizao usa uma menor quantidade de recursos para produzir mais produtos ou servios.

    Eficcia: usa-se essa palavra para indicar que uma organizao realiza satisfatoriamente os seus objetivos. Podemos considerar uma organiza-o eficaz quando os resultados delas correspondem s necessidades e aos desejos dos diversos tipos de clientes (colaboradores, consumidores, acionistas etc.) que a rodeiam. O Quadro 1.3 estabelece as principais diferenas entre eficincia e eficcia.

    Para saber maisEficincia X Eficcia

    Eficincia: significa fazer as coisas bem e corretamente.Eficcia: a realizao dos objetivos propostos.

    Uma organizao pode ser eficaz quando alcana os objetivos cuidado-samente traados e atende aos anseios de seus diversos agentes (funcionrios, acionistas, consumidores etc.). A organizao pode ser ao mesmo tempo efi-ciente e eficaz, isto acontece quando ela consegue produzir com o mnimo de desperdcios de recursos, ou seja, aprende a fazer o melhor uso possvel do dinheiro, do tempo, dos materiais e das pessoas para gerar valor sociedade, (BATEMAN; SNELL, 2007).

    Maximiano (2007, p. 11) observa que dependendo da forma como as or-ganizaes so administradas, elas podem se tornar eficientes e eficazes ou ineficientes e ineficazes, podendo tambm se tornarem um problema em vez de soluo. Assim, podemos concluir que o bom gestor deve procurar atingir os objetivos das organizaes sendo o mais eficiente e eficaz possvel.

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  • 18 A d m i n i s t r A o e t e o r i A d A s o r g A n i z A e s

    Quadro 1.3 Diferenas entre eficincia e eficcia

    Eficcia nfase nos resultados Alcance dos objetivos Acerto na soluo de proposta Alcance da situao desejada

    Eficincia nfase nos meios Realizao de tarefas Resoluo de problemas Treinamento de funcionrio

    Fonte: Adaptado de Koetz (2009, p. 5).

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    Seo 2 A importncia da administrao na sociedade moderna

    A presente seo tem como principal objetivo explicar a importncia de se estudar as teorias administravas e conhecer a evoluo do pensamento admi-nistrativo que acompanha os momentos histricos, polticos e sociais. O texto procura mostrar que, muito embora as teorias enfocadas apresentem diferen-as entre si, elas convergem para cinco temas em comum: pessoas, ambiente, estrutura, tarefas e tecnologia.

    O ponto de destaque desta seo fica a cargo da nfase que se procurou dar a respeito da aplicabilidade das teorias administrativas dentro das organizaes. O texto tambm faz uma abordagem concisa sobre o surgimento das principais teorias administrativas e aponta as mudanas sociais e organizacionais iniciadas pela Revoluo Industrial no sculo XVIII. Durante a leitura do texto poderemos encontrar, ainda, informaes a respeito das habilidades e papis exigidos do administrador para lidar com a complexidade das organizaes atuais.

    2.1 Teorias administrativas

    Nada mais prtico do que uma boa teoria.

    (Kurt Lewin 1890-1947)

    A palavra teoria tem razes no idioma grego e est associada ao conhe-cimento emprico que permite a elaborao de hiptese, fundamentada em aspectos racionais. Maximiano (2007, p. 7) explica que a [...] teoria uma representao abstrata do que se percebe como realidade, em suas explicaes possvel perceber que as teorias se caracterizam por constiturem um conjunto de afirmaes realizadas para dizer ao mundo que existe tal concepo sobre um determinado fato ou evento. Dessa forma podemos entender que as teo-rias so formas de explicar, interpretar ou perceber uma determinada situao (MAXIMIANO, 2007).

    O mesmo significado pode ser destinado a variados contextos, tais como: teoria, escolas, pensamento, abordagem e enfoque, que sero usadas de formas alternativas durante o texto.

    Quando nos propomos a estudar as teorias administrativas, quase que auto-maticamente somos levados a interagir com as teorias gerais da administrao,

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    que so, em sntese, um conjunto de normas, conceitos e princpios que foram sendo desenvolvidos atravs dos tempos por meio de pessoas visionrias e que procuravam, cada um a seu modo, obter direcionamentos que levassem ao aumento da produtividade e proporcionar maior eficincia ao sistema organi-zacional vigente. Em sntese, o emprego de tcnicas e instrumentos gerenciais acabou por promover o crescimento das organizaes incipientes.

    A importncia do estudo das teorias administrativas est no fato de que, para analisar corretamente o que acontece em certa realidade (empresa ou sociedade), em dado momento histrico, necessrio um conjunto de instrumentos, os quais chamamos conceitos. Esses conceitos devem estar coerentemente articulados entre si, para formar um conjunto de conceitos que nada mais do que um sistema de teorias.

    Para facilitar o estudo, as teorias administrativas foram agrupadas em escolas. Maximiano (2011, p. 8) explica que uma [...] escola uma linha de pensamento ou conjunto de autores que usaram o mesmo enfoque e escolheram os mesmos aspectos especficos para analisar ou abordar o mesmo

    raciocnio.

    2.2 O que administrao?

    Administrao envolve a tomada de deciso sobre os recursos utilizados no sistema organizacional, e a sua essncia consiste em realizar tarefas por meio das pessoas, para atingir os objetivos preestabelecidos. Tambm est associado ao gerenciamento de uma organizao, em que o processo administrativo ali-mentado por informaes produzidas e fornecidas por profissionais de diversas reas, tais como: cincias contbeis, marketing, produo, recursos humanos e outras que podem fazer parte do contexto gerenciado.

    Montana e Charnov (2006, p. 2) observam que a administrao pode ser vista como [...] ato de trabalhar com e por intermdio de outras pessoas para realizar os objetivos da organizao, bem como de seus membros.

    Usando outras palavras, Maximiano (2004) deixa claro que podemos nos deparar com outras terminologias que tambm definem esse processo dinmico de tomar decises sobre a utilizao de recursos, so elas: gesto e management. Basicamente essas palavras esto relacionadas administrao.

    Administrao pode ser vista como o ato ou processo de gerir, reger ou governar empreendimentos pblicos ou privados, em que o responsvel por

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    sua efetivao ser personificado na figura do administrador (gestor), que tem a tarefa de planejar, organizar e controlar a eficincia do processo para, sobre-tudo, buscar a eficcia organizacional. De acordo como a viso de Koontz e ODonnel (apud MUNIZ; FARIA, 2007, p. 101 grifo do autor):

    [...] a escolha operacional considera a administrao como uma srie de aes que so tomadas visando atingir uma meta predeterminada. A administrao uma atividade inteligente e pertinente, um processo, e no uma srie de aes inter-relacionadas que ocorrem acidentalmente ou como consequncia de presses sociolgicas ou psicolgicas. Essa abordagem tem a vantagem de ser realista e, portanto, de ser operacional, uma vez que trata de todo o conjunto da administrao na linguagem e sob o ponto de vista do administrador atuante.

    Caravantes, Panno e Kloeckner (2005, p. 385) deixam claro que a admi-nistrao um sistemtico [...] processo de consecuo dos objetivos orga-nizacionais de uma maneira eficiente, eficaz, por meio do planejamento, da organizao, da liderana e do controle dos recursos organizacionais.

    Muito embora j se praticasse a administrao na construo de grandes empreendimentos pensados pela humanidade, ela s ir evoluir muito de-pois em funo das circunstncias de crescimento e desenvolvimento social no incio do sculo XX. Administrao uma palavra antiga, associada a outras que se relacionam com o processo de tomar decises sobre recursos e objetivos (MAXIMIANO, 2004, p. 33).

    2.3 Qual a finalidade da administrao?

    Para melhor aproveitar o estudo da administrao, voc precisa pensar em situaes prticas que envolvam a utilizao de recursos para produzir bens e servios, tais como supermercados, prefeituras, governos, emissoras de televiso e outros. Pense tambm na organizao para a qual voc trabalha. Pense ainda em si prprio e na sua famlia, como administradores de recursos e tomadores de decises (MAXIMIANO, 2011).

    Segundo Taylor (apud OLIVEIRA; PRADO; SILVA, 2005), o principal objetivo da administrao deve ser contribuir para assegurar o mximo de prosperidade ao patro e, ao mesmo tempo, proporcionar o mximo de pros-peridade ao empregado.

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    Outro objetivo da administrao fazer com que os impactos do de-sempenho das organizaes diante da sociedade sejam positivos e tragam benefcios mtuos.

    2.4 Qual o papel da administrao em uma organi-zao atual?

    As organizaes modernas tm que lidar com temas complexos como a glo-balizao de mercados, com a relao de interdependncia das organizaes, a fragmentao de mercado, e-commerce, e-bussines, entre outros assuntos que assolam o mundo corporativo. Para encontrar respostas eficazes que permitam aos empreendimentos se desenvolverem e prosperarem em terras muitas vezes inspitas e com grande nvel de incertezas preciso entender como as organi-zaes e seus agentes funcionam.

    O entendimento correto das organizaes est relacionado ao fato de se constatar que na sociedade contempornea as organizaes tm grande va-riedade de recursos para serem administrados e importantes decises a serem tomadas. Outro fator importante, a saber, est relacionado ao aspecto de que na atual realidade as organizaes atuam em um contexto muito diferente do passado, no entanto, necessrio conhecer os fatos ocorridos tempos atrs, bem como as suas circunstncias e contextos, para entendermos melhor a estrutura administrativa vigente. Os conhecimentos de fatos passados nos levam a refletir sobre os modelos, princpios e postulados que fundamentaram a administrao, tal qual a conheceu na atualidade.

    2.5 O que voc acha que determina o sucesso de uma organizao?

    Ao tentar encontrar a resposta sobre o que determina o sucesso organizacio-nal de um empreendimento, poderamos enumerar uma srie de itens, porm iramos fugir do foco estabelecido para este livro. O importante sabermos que um dos motivos mais importantes est relacionado com a maneira como a administrao empregada na busca do alcance dos resultados esperados pela organizao.

    justamente por essa falta de habilidade administrativa que muitas boas ideias se perdem e levam ao fechamento de vrios negcios.

    Temos que ter em mente que o ato de administrar um dos fatores mais significativos que contribuem para o fato das organizaes serem capazes de

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    utilizar corretamente seus recursos, atingir seus objetivos e superar-se diante dos desafios (MAXIMIANO, 2004).

    Enquanto uma organizao ainda pequena, ela permite que profissionais com pouca qualificao atendam os requisitos operacionais de forma emp-rica, pois as coisas vo acontecendo. Contudo, quando a organizao alcana o sucesso e cresce os volumes de negcios e os processos se tornam mais complexos, a falta de profissionalismo se mostra evidente: atrasos, processos de trabalho mal definidos, queixas de clientes e perda financeira so alguns pontos detectados, quando no h uma sria preocupao com o processo administrativo.

    A administrao na sociedade moderna tornou-se vital e indispensvel. Em uma sociedade de organizaes, na qual a complexidade e a interdependncia das organizaes cons-tituem o aspecto crucial, a Administrao avulta como o fator chave para a melhoria da qualidade de vida e para a soluo dos problemas mais complexos que afligem a humanidade de hoje (CHIAVENATO, 2003, p. 20).

    Convm destacar que em um ambiente de alta competitividade, onde concorrncia se mostra cada vez mais acirrada e em constantes mudanas, as perspectivas so de que as atividades organizacionais cada vez mais exijam pessoas especializadas e com competncias diversas para conduzir os negcios corporativos.

    Dessa forma, medida que a organizao cresce e os aspectos adminis-trativos se complicam fundamental adicionar competncias e habilidades, entendendo que a responsabilidade por resultados no s do profissional, mas principalmente da alta administrao que toma as decises centrais da organizao.

    2.6 Comportamento organizacional e o sucesso das organizaes

    Durante muitas dcadas a preocupao central constitua em estudar a estrutura organizacional para apresentar modelos mais adequados de gesto corporativa. Dessa forma, durante muito tempo, o estudo das organizaes ficou restrito ao contedo e a sua forma. O objetivo essencialmente estava associado estruturao das organizaes a fim de que fossem cada vez mais eficientes, para que, assim, pudessem sobreviver em um ambiente que se tornava cada vez mais competitivo e com margens de lucros cada vez mais estreitas.

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    Hoje, sabe-se que uma organizao eficiente no ter necessariamente uma vida longa. Muito embora a eficincia seja um esforo necessrio, ela por si s no mais suficiente. Em um mundo em franca transformao, em que as incertezas passaram a incorporar o dia a dia empresarial, o mais importante convergir esforos para criar uma dinmica organizacional que permita lidar com as situaes imprevistas de forma bem-sucedida.

    Possivelmente o segredo do sucesso esteja relacionado ao fato de que as organizaes que o mantm so administradas como sistemas abertos, em que a aprendizagem passou a ser um fator constante em suas operaes. Elas empregam esforos para construir um ambiente onde todos os envolvidos nos diversos setores organizacionais possam aprender. O grande benefcio de se atuar dessa forma consiste em criar a possiblidade de solucionar problemas, bem como desenvolver um sistema eficaz de acompanhamento das mudanas, o que ajuda na elaborao de tendncias antecipando-se aos fatos.

    As organizaes que tm como base de suas aes um sistema de gesto aberto procuram proporcionar ao seu quadro funcional novos conhecimentos, novas experincias, flexibilizam a estrutura hierrquica para que as novas ideias possam fluir com mais facilidade.

    As organizaes que apresentam essas caractersticas tm em seu compo-nente cultural o hbito de analisar o seu desempenho com relativa frequncia na tentativa de encontrar lacunas que possam ser preenchidas com ideias que gerem valor a todos os envolvidos. O outro aspecto importante se refere ao fato de que nesse tipo de organizao se aprende com os prprios erros. Afinal, existe a memria de uma situao malsucedida que deve ser reavaliada antes de ser colocada em prtica novamente.

    Ao fazer um rpido levantamento podemos perceber que o mundo cor-porativo est repleto de organizaes que durante algumas dcadas reinaram absolutas e sempre estiveram associadas imagem de empreendimentos slidos. Um belo dia, somos surpreendidos com a notcia de que o seu mundo ruiu, sem chance de serem resgatadas. O que essas organizao ainda no perceberam que o insucesso de um empreendimento acontece em etapas. Os momentos anteriores que antecedem o insucesso simplesmente passam despercebidos, ou so interpretados como resultados ruins que podem ser revertidos no perodo seguinte com uma boa jogada de marketing.

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    Confira no blog indicado alguns exemples de empresas que atuaram no mercado brasileiro e que foram falncia.

    Acesse: .

    Para saber mais

    O ponto comum dessas empresas evidenciadas no blog diz respeito ao fato de que no houve o desenvolvimento de uma expertise por parte da direo das empresas. Os problemas que no so tratados no tempo certo, e da forma correta, podem evoluir bem rapidamente e trazer comprome-timento do desempenho financeiro da organizao. importante destacar que a morte de uma empresa deve ser vista como exceo e no como fato consumado, pois uma empresa geralmente foi duramente projetada e estru-turada por algum que em algum momento do passado teve a perspiccia empreendedora e vislumbrou uma oportunidade de oferecer ao mercado algo diferente, inovador.

    As organizaes mais bem-sucedidas so aquelas que se propem a catali-sar e disseminar o conhecimento, as ideias e os aprendizados em sua estrutura interna e traduz essa canalizao em informaes precisas que, por sua vez, se transformaro em produtos e servios valorizados pelos clientes e consumidores.

    2.7 Habilidades gerenciais

    O termo habilidade est associado capacidade ou destreza necessria para realizar determinadas tarefas. Sob essa perspectiva muitas so as habi-lidades necessrias para atuar em uma atividade com caracterstica geren-cial, principalmente no atual contexto turbulento em que esto inseridas as organizaes, que mostram a cada dia dinmico e desafiador. Katz (apud MONTANA; CHARNOV, 2006) classificou em trs categorias as habilidades dos gerentes: tcnicas (ou operacionais), humanas e conceituais.

    Cabe ressaltar que alguns autores defendem que o sucesso do administra-dor se d em decorrncia de traos particulares que ele desenvolveu atravs dos tempos. Ao pensar no que foi estabelecido por Katz (apud MONTANA; CHARNOV, 2006), temos a viso de que o que determinar o sucesso ser a capacidade aprendida e empregada pelo gestor e no aquelas caractersticas pessoais que ele possa ter.

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    Agora vamos conhecer mais detalhadamente cada uma das habilidades pensadas por Katz (apud MONTANA; CHARNOV, 2006) nos anos 1970, cujo texto anterior desejou se referir.

    Habilidade tcnica: aquela que est relacionada com a realizao do trabalho, ou seja, relacionada com o conhecimento que se tem acerca do desen-volvimento das atividades, o saber como fazer algo. Essa habilidade mais especialmente exigida no nvel operacional da organizao.

    Habilidade humana: est relacionada com a maneira de lidar com as pes-soas. Essa habilidade exige a capacidade de comunicao, emprego da lide-rana, conhecimento dos mecanismos de motivao. Essa habilidade exige o desenvolvimento de habilidade de se relacionar com outras pessoas. Nota-se que o emprego dessas habilidades necessrio em qualquer nvel organiza-cional. No entanto, exige mais, principalmente, daquelas pessoas que ocupam cargos de liderana e de chefia.

    Habilidade conceitual: envolve a viso da organizao como um todo. Para Katz (apud MAXIMIANO 2011, p. 148) a [...] habilidade que envolve a capacidade de compreender e lidar com a complexidade da organizao de forma sistmica e usar o intelecto para formular estratgias. Outras carac-tersticas dessa habilidade esto ligadas criatividade, ao planejamento e ao raciocnio abstrato e conceitual. Tais caractersticas acabam sendo exemplos manifestos da aplicao dessas habilidades que iro exigir elevados graus de deduo e intuio.

    Quadro 1.4 Papis e habilidades do administrador, segundo Katz

    Habilidades e papis administrativos

    Habilidades necessrias

    Fonte: Adaptado de Maximiano (2011, p. 149).

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    A habilidade conceitual exigida principalmente daqueles profissionais que ocupam cargos elevados (presidncia e diretoria) nas organizaes, pois se exige que esses gestores tenham alta capacidade de anlise, desenvolvam o pensamento sistmico e que tenham maior facilidade na compreenso dos problemas e formulaes de respostas. O Quadro 1.4 mostra os nveis de ha-bilidades exigidas.

    2.7.1 Papis dos administradores

    Segundo o enfoque sociolgico, os seres humanos desempenham vrios papis ao longo da vida e uma gama ainda maior ao longo da vida profissional. No caso do administrador, isso fica evidente quando tomamos como exem-plo o caso do executivo que durante o dia de trabalho dirige uma empresa e durante aquele perodo exerce o papel social de diretor da empresa, portanto, representa o smbolo de poder e status que na maioria das vezes est atrelado, tambm, ao papel de decisor no processo organizacional.

    O mesmo executivo, quando est no cenrio social residencial, exerce o papel social de marido ou pai etc. Mudou o cenrio social, muda tambm o papel social.

    Dentro desse contexto, Mintzberg (apud MAXIMIANO, 2011) fez um le-vantamento sobre os diversos papis desenvolvidos pelos administradores e os dividiu em papis interpessoais e papis informacionais, que passaremos a conhecer em seguida.

    Ao ler o texto tenha em mente que esses papis podem ser desenvolvidos constantemente no dia a dia corporativo.

    2.7.1.1 Papis interpessoais

    O papel interpessoal rene um conjunto de competncias por meio das quais o indivduo se relaciona adequadamente com as outras pessoas. O bom relacionamento se deve ao fato de que determinados indivduos conseguem distinguir os sentimentos (intenes, motivao, estado de nimo etc.) que pertencem ao outro. Em suma, a pessoa passa a reagir de acordo com os sen-timentos identificados nos outros.

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    2.8 Habilidades do administrador

    2.8.1 Habilidades de relacionamento com colegas

    Envolve a capacidade de estabelecer e manter relacionamentos formais e informais com as pessoas que trabalham nas organizaes. A necessidade de se estabelecer relacionamentos harmoniosos est associada ao fato de atender aos objetivos individuais e os coletivos.

    A seguir esto relacionadas algumas habilidades especficas que fazem parte desse contexto:

    Construo e manuteno de uma rede de contatos pessoais e profis-sionais.

    Capacidade de comunicar-se formal e informalmente dentro das orga-nizaes.

    Capacidade de negociao.

    Compreenso das polticas estabelecidas e sobrevivncia estrutura de poder, especialmente, dentro das grandes organizaes burocrticas.

    2.8.2 Habilidade de liderana

    A liderana necessria para a realizao das tarefas que envolvem o tra-balho em equipe e requer capacidade de orientao, treinamento, motivao e uso de autoridade. De acordo com Mintzberg apud Maximiano (2011, p. 150), [...] as habilidades de liderana esto associadas intimamente com a personalidade inata do indivduo. Muito embora no haja nenhuma com-provao cientfica de que o indivduo nasce com traos genticos que lhe favoream o exerccio da liderana. Os fatos parecem apontar para o meio social no qual o indivduo nasceu e se desenvolveu como causa mais provvel para a formao de lderes.

    2.8.3 Habilidade de resoluo de conflitos

    Refere-se habilidade interpessoal (capacidade de promover troca de infor-maes), o arbitrar conflitos entre pessoas e a capacidade de tomar decises em momentos difceis. O emprego dessas habilidades produz, geralmente, muita tenso no indivduo. Portanto, podemos pressupor que exige a capacidade de tolerar tenses.

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    2.8.4 Papis informacionais

    O desempenho do papel informacional se relaciona competncia infor-macional, pois est ligado diretamente s organizaes, fazendo com que as pessoas estejam mais preparadas para usar a informao que lhes foi concedida, e ento exercer as funes que requerem a utilizao do processamento da informao na organizao.

    2.8.4.1 Habilidade de processar informaes

    Est associada capacidade de aprender a construir redes de informaes e empregar as habilidades de comunicao, como processar e expressar efi-cazmente as suas ideias e falar oficialmente ao representar a organizao qual pertence.

    2.8.4.2 Habilidade de tomar decises em condies de ambiguidade

    As situaes que os gestores enfrentam geralmente no so estruturadas. Isso exige a necessidade de serem diagnosticadas e envolve a capacidade de interagir com vrios tipos de decises diferentes entre si, ao mesmo tempo. Frequen-temente os gestores enfrentam inmeros problemas e precisam tomar muitas decises em curto perodo. A ambiguidade acontece quando o gestor dispe de poucas informaes e pouco tempo para lidar com a situao apresentada.

    2.8.5 Papis decisrios

    2.8.5.1 Habilidades de alocar recursos

    Os gestores lidam constantemente com a limitao de recursos que de-vem ser usados para atender s necessidades que por si s concorrem entre si. Gestores devem decidir a quais atividades devem alocar seu tempo, quais funcionrios devem ser designados para o cumprimento da tarefa etc. Assim, a utilizao dessa habilidade fornece critrios para definir prioridades a fim de maximizar as decises tomadas.

    2.8.5.2 Habilidade de empreender

    Habilidade de empreender de acordo com o ponto de vista de Mintzberg (apud MAXIMIANO, 2011) est relacionada identificao dos problemas para transform-los em oportunidades. Dentro desse raciocnio, podemos citar, ainda, a introduo de mudanas organizacionais, implementao de novos

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  • 30 A d m i n i s t r A o e t e o r i A d A s o r g A n i z A e s

    processos trabalhos e adoo de novas tecnologias, sendo necessrio, em mui-tos casos, atitudes empreendedoras para encorajar o grupo de colaboradores dentro e fora da organizao.

    2.8.5.3 Habilidade de introspeco

    Relacionam-se com a capacidade de reflexo e autoanlise. Os gestores devem ser capazes de entender seu papel, o seu cargo, o seu impacto sobre a organizao e o reflexo de suas decises sobre a organizao. Afirmam os estudiosos que a capacidade de se aprender com a prpria experincia vivida est acima de qualquer outra forma da aprendizagem (MAXIMIANO, 2011).

    Katz (1995 apud MAXIMIANO, 2011) comenta que o sucesso de um admi-nistrador depende mais do seu desempenho e da forma como ele lida com as pessoas e com as situaes do que de seus traos de personalidade. Portanto, o desempenho est associado ao emprego de determinadas habilidades e a personificao de diferentes papis que sero necessrios ao longo da sua vida profissional.

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    ResumoO atual cenrio de profundas mudanas, instabilidades e incertezas que

    tem permeado o cotidiano administrativo impe um ritmo novo s organi-zaes com ou sem fins lucrativos. A classificao dos setores econmicos traz luz a ascenso do quarto setor e faz emergir o quinto setor econmico ainda de forma precoce, mas que ganha cada vez mais importncia social e visto como fonte empregadora de mo de obra. O quinto setor tambm se tornou uma grande prestadora de servio que faz gerar emprego e renda. Outo fator importante est atrelado aos aspectos do desenvolvimento de habilidades e papis do administrador que devem se empregados na busca de mais eficincia e alcance da eficcia organizacional.

    Para concluir o estudo da unidadeAo conhecer o contedo abordado nesta unidade, podemos perceber

    que para que as organizaes possam contribuir elas precisam ser bem administradas, pois se tornaram imprescindveis para o desenvolvimento da sociedade. As organizaes ganharam importncia sem precedentes dentro dessa nova realidade social, em que quase tudo que fazemos ao longo da vida passa por algum tipo de organizao, seja ela de grande ou pequeno porte.

    Ao estudar esta unidade conseguimos entender tambm que as pes-soas tm um papel importantssimo no desenvolvimento das organiza-es, pois empregam suas habilidades, talentos e energia em prol dos benefcios para as organizaes e obtm em troca vantagens financeiras que garantem a sua sobrevivncia e de sua famlia.

    Outro aspecto relevante se refere importncia que vem sendo dada ao estudo da administrao, em virtude das transformaes ocorridas no mago da sociedade e que acabam permeando o ambiente corporativo.

    Por fim, um aspecto de alta importncia se refere s habilidades do administrador apontadas pelos pesquisadores, uma vez que, emprega-das a servio das organizaes, possibilitam uma gesto mais profissio-nalizada, democrtica e sustentvel do ponto de vista do crescimento organizacional.

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  • 32 A d m i n i s t r A o e t e o r i A d A s o r g A n i z A e s

    E agora que chegamos ao final, vamos testar os conhecimentos adqui-ridos. Para isso, propomos que sejam feitas as atividades a seguir:

    1. No quadro a seguir voc dever preencher os espaos em branco com exemplos de organizaes que por um lado produzem bens e do outro prestam servios.

    Organizaes que produzem Organizaes que prestam servios

    Ex.: fbrica de roupas Ex.: Exrcito

    Fonte: Koetz (2009, p. 3).

    2. A exemplo da atividade anterior, complete as colunas em branco com exemplo de organizaes que voc conhece, com fins lucrativos e outras que no tm fins lucrativos (ONGs).

    Organizaes com fins lucrativos Organizaes sem fins lucrativos

    Ex.: supermercado Ex.: orquestra sinfnica

    Fonte: Adaptado de Koetz (2009, p. 3).

    3. Responda s seguintes questes:

    a) Defina o que voc entendeu por organizaes.

    Atividades de aprendizagem

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  • o r g a n i z a e s 33

    b) Qual a importncia das organizaes na sociedade atual?

    c) Cite e comente sobre cinco organizaes que voc conhece e que so respeitadas pelo trabalho que elas j desenvolveram.

    d) Quais so as caractersticas de uma organizao que tem uma gesto moderna?

    e) Compare os conceitos de eficincia e eficcia, e explique por que necessrio o alcance dos dois itens em uma organizao?

    f) Enumere as principais razes para se estudar a administrao.

    g) Fazendo uma breve anlise, voc diria que na sua regio a maioria das empresas est situada em quais setores econmicos: primrio, secundrio, tercirio, quaternrio ou quinrio? E qual o impacto desse setor na regio?

    h) Por que os administradores precisam desenvolver um conjunto variado de habilidades?

    4. Descreva as caractersticas de cada uma das habilidades.

    a) Tcnicas: _______________________________________________

    b) Humanas _______________________________________________

    c) Conceitual: _____________________________________________

    5. Assinale com X os itens relacionados s organizaes do terceiro setor.

    a) ( ) Fundao de Apoio aos Portadores de Necessidades Especiais.

    b) ( ) Entidades de assistncia social, creches, asilos, orfanatos.

    c) ( ) Postos de gasolina.

    d) ( ) Organizaes No Governamentais.

    e) ( ) Fundao de Amparo s Crianas Carentes.

    6. Assinale com X os itens relacionados s organizaes do segundo setor.

    a) ( ) Ministrio da Educao.

    b) ( ) Entidades de assistncia social, xreches, asilos, orfanatos.

    c) ( ) Secretaria de Esporte.

    d) ( ) Prefeitura.e) ( ) Secretaria de Cultura.

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  • Contexto histrico da administrao

    Seo 1: Contexto histrico e evolutivo da administrao

    Durante os estudos da web aula I iremos entrar em con-tato com os principais pensamentos administrativos que ajudaram a estruturar a administrao do presente. No desenvolvimento dos estudos sero apresentadas as princi-pais abordagens, suas caractersticas, seus propsitos, bem como suas respectivas contribuies para a estruturao da administrao dos modernos empreendimentos ao redor do mundo.

    Objetivos de aprendizagem: Conhecer as bases que fundamen-taram as prticas administrativas e as suas diferentes orientaes na busca do alcance dos objetos importante para qualquer tipo de organizao, pois permite maior compreenso da realidade que cerca o mundo corporativo. Ao conhecer o contedo desta unidade espera-se que o aluno possa:

    entender o movimento da administrao e as contribuies de seus principais representantes;

    compreender a filosofia da administrao cientfica e o seu impacto sobre a sociedade;

    conhecer os estudos realizados por Henry Fayol sobre o pro-cesso administrativo;

    identificar as funes do processo administrativo nas organi-zaes contemporneas.

    Unidade 2

    Samara Silva Headley

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  • A importncia de se conhecer mais sobre os fundamentos que estruturam a administrao moderna est no fato de que cada empresa nica e dirigida por meio do conhecimento humano aplicado ao mundo dos pequenos e grandes negcios.

    Seo 2: Bases histricas da administrao A utilizao da palavra administrao se tornou comum e est sendo em