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8/17/2019 2009 Uem Portugues Md Angela Maria Sanfelice Gali
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS
DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2 0 0 9
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7
Cadernos PDE
V O L U M E I I
8/17/2019 2009 Uem Portugues Md Angela Maria Sanfelice Gali
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Secretaria de Estado da Educação Superintendência da Educação
Departamento de Políticas e Programas Educacionais Coordenação Estadual do PDE
Universidade Estadual de Maringá – UEM
UNIDADE DIDÁTICA
Professora PDEÂngela Maria Sanfelice Gali
Professor orientadorProf. Dr. Aécio Flávio de Carvalho
Esta Unidade Didática é uma produçãodidático-pedagógica, apresentada à Secretariade Educação- SEED no Programa deDesenvolvimento Educacional-PDE na áreade Língua Portuguesa cujo título é: O textoliterário no Ensino Médio: Estratégias deincentivo à leitura.
JAPURÁ - PR.
2010
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IDENTIFICAÇÃO
Público objeto da intervenção: 1ª série
Escola de Implementação: Colégio Estadual Rui Barbosa – EM
Município de realização: Japurá
Professor PDE: Ângela Maria Sanfelice Gali
Área PDE: Língua Portuguesa
N.R.E.: Cianorte
Professor Orientador IES: Prof. Dr. Aécio Flávio de Carvalho
IES vinculada: Universidade Estadual de Maringá – UEM
JAPURÁ - PR. 2010
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 4
2 OBJETIVOS...................................................................................................... 4
3 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS........................................................................ 6
4 MÓDULO 1........................................................................................................ 7
4.1 Texto 1 : O padeiro............................................................................................... 7
4.2 Texto 2: Operário em construção 12
5 MÓDULO 2........................................................................................................ 175.1 Texto 1: A morte do leiteiro................................................................................. 17
5.2 Texto 2: Enfermeiro............................................................................................. 20
6 MÓDULO 3....................................................................................................... 28
6.1 Texto 1: Descuido na segurança mata operário ................................................. 28
6.2 Texto 2: ―Construção‖ de Carlos Drummond de Andrade................................ 28
6.3 Música: ‗Construção‖ de Chico Buarque de Holanda........................................ 31
REFERÊNCIAS................................................................................................ 35
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O texto literário no
Ensino Médio:
Estratégias de incentivo
à leitura
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LEITURA: OBRIGAÇÃO OU PRAZER?
1 INTRODUÇÃO
Dentre todos os procedimentos didáticos nenhum é mais importante que a prática de
técnicas que induzam ao hábito da leitura. Sem a leitura o aluno não poderá assimilar e
realizar as práticas que são inerentes às atividades discentes.
A leitura é de suma importância. Leva ao conhecimento e à educação dos sentimentos,
é forma adequada de o aluno aumentar o seu vocabulário e seu repertório discursivo,
envolvendo-se com ideias e enfoques abrangentes para o crescimento cultural, do qual
depende o seu progresso na vida. É através da leitura que o aluno vai descobrindo e
ampliando seu entendimento de mundo, assimilando o acesso à informação com autonomia,
educando o exercício da fantasia e enriquecendo a troca de ideias.
De imediato, o hábito da leitura é essencial para a compreensão de todas as disciplinas,
seja um enunciado de um problema de física, de química ou de matemática; e, essencial nas
aulas de Língua Portuguesa e Literatura, nestas os alunos se preparam para a interpretaçãocrítica de textos e devem ser motivados à prática habitual e correta da linguagem escrita
formal.
Assim, professores devem encarar com seriedade a difícil tarefa de incentivarem
criativamente os alunos à leitura, sabedores que são da importância da absorção de conteúdos
formadores da personalidade, implícitos no texto. Para que isso se efetive, a leitura deve se
configurar como momento agradável e prazeroso para o aluno.
2 OBJETIVOS
Proporcionar o acesso a leituras variadas, criando condições para que o aluno, lendo,
reconheça que ler é condição indispensável no dia a dia do indivíduo moderno;
Criar condições ao desenvolvimento intelectual e à formação de valores e da
personalidade;
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Motivar o educando à prática de diferenciadas linguagens comunicativas com vistas à
produção do texto oral e escrito;
Buscar estratégias relacionadas à prática e ao hábito da leitura.
Esta unidade didática será relacionada com a proposta curricular no que diz respeito a
alguns conceitos que devem ser desenvolvidos no Ensino Médio durante o terceiro e quarto
bimestres, referentes às práticas de leituras. Assim, propomos alguns textos de diferentes
gêneros textuais, em torno dos quais, são organizadas várias atividades com o objetivo de
contribuir para a melhoria do ensino nas escolas públicas paranaenses. Nesse sentido o tema
dos textos propostos é a valorização da profissão visto que discutir os diversos aspectos desta
questão faz parte de nosso papel de cidadãos críticos e conscientes. As estratégias propostas
ao longo dessa unidade didática serão leituras de textos, debates, análise e produção de texto
em que serão apresentados à comunidades escolar.
As concepções teóricas para a compreensão desta unidade didática estão assentadas em
autores que discutem as práticas de leitura e a formação de leitores, como: Zilberman (1981),
Lajolo (1993), Freire (1988), Aguiar e Bordini (1993) , Silva (2005), Bamberger (2008), entre
outros, tendo como conteúdo estruturante o discurso como prática social. Assim, propomos
alguns textos de diferentes gêneros discursivos, em torno dos quais, organizamos várias
atividades com o objetivo de contribuir para a melhoria do ensino nas escolas públicas do
Paraná.
pt.wikipedia.org/wiki/ Leitura
E para você?
leitura
é
importante?
??
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Vamos refletir na frase de Mário Quintana, retirada do texto Não Despertemos o leitor.
―Os leitores são, por natureza, dorminhocos. Gostam de ler dormindo‖
Vamos nos ater a algumas indagações para depois realizarmos a leitura dos textos
1- Como você se classificaria: um leitor dorminhoco, um leitor semidesperto ou um leitor
atento? Justifique?
2- Qual é a diferença de postura entre os três tipos de leitor citado na questão anterior.
3 PRÁTICAS DIDÁTICAS
Antes de iniciar a leitura dos textos, vamos conversar um pouco sobre o tema de nosso
estudo. Para tanto, propomos uma reflexão a partir das questões seguintes:
- Trabalhar é importante? Por quê?
- O que é trabalhar?
- Por que devemos trabalhar?
- Existe uma profissão mais importante que a outra e que, portanto, deva ser mais valorizada?
- Qual é a melhor profissão? O que dá mais dinheiro ou aquele que lhe satisfaz pessoalmente?
- Os trabalhadores, de maneira geral, têm consciência de seus direitos e de sua importância
para a sociedade? Ou vivem alienados?
Que tipo de leitor você é?
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4 MÓDULO 1
4.1 TEXTO 1
Padeiro
Rubem Braga
Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta
do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter
lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é
bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno;
acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não
sei bem o que do governo.
Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo
café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha
deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os
moradores, avisava gritando: - Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como
tivera a idéia de gritar aquilo? ”Então você não é ninguém?” Ele abriu um sorriso largo.
Explicou que aprendera aquilo de ouvido.
Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma
empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando
quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora,
é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém…
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo
para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele
tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno.
Muitas profissões são desvalorizadas pela sociedade que até mesmo os profissionais
passam a incorporar essa desvalorização, achando que não são úteis. Esse é o caso do
padeiro, personagem do texto a seguir.
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Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem
pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o
jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno. Ah, eu era rapaz, eu era rapaz
naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa,
além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o
meu nome.
O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu
recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é
ninguém, é o padeiro!”E assobiava pelas escadas.
1- Pesquise sobre o autor .
studo do Texto
VOCABULÁRIO
Observe o sentido em que são empregadas a palavra pão, nas frases abaixo:
“ Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta
do apartamento – mas não encontro o pão costumeiro”
―Por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento‖.
Você pode perceber que a palavra pão leva a pensar coisa diferente, de uma para a outra frase.
O que acontece aqui é muito comum no uso da nossa fala ou escrita. Diz-se que a palavra
pode ter ―sentido denotativo‖ ou ―sentido conotativo‖.
Denotação é o emprego de palavra(s) no seu sentido próprio, comum, habitual, preciso,
aquele que consta nos dici onários.
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Conotação é o emprego de uma palavra tomada em um sentido figurado, que depende do
contexto.
Veja outro exemplo:
Meu relógio de ouro foi roubado.
Pedro nadava em ouro.
No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou designa simplesmente o conhecido metal
precioso, dúctil, brilhante, de cor amarela: tem sentido próprio, real, denotativo.
No segundo exemplo, a palavra ouro sugere ou evoca riquezas, opulência, poder, glória,
luxo, ostentação, conforto, prazeres: tem sentido conotativo, possui várias conotações (idéias
associadas, sentimentos, evocações que irradiam da palavra).
1- No texto, padeiro é aquele que entrega o pão. Em muitas cidades brasileiras,
principalmente nas grandes metrópoles, essa figura já não existe mais. Padeiro
pode ser quem faz o pão ou até o dono da padaria.
Na sua cidade, em que situação você empregaria a palavra padeiro?
2- Procure no dicionário o significado das palavras grifadas:
a) ―...vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente.‖
b) ―E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além
de reportagens...‖
c)
―...ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a ― greve do pão
dormido”.
d) “De resto não é bem uma greve, é um lock-out...”
COMPREENSÃO
1-
Assinale a alternativa mais adequada ao texto lido.
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a) ―O padeiro‖ é um texto bastante dinâmico, uma vez que o narrador -personagem
narra inúmeros fatos que ocorreram em sua vida.
b) Trata-se de uma narrativa mais estática, já que a principal atitude do narrador-
personagem é refletir a respeito do padeiro que havia conhecido.
c) O texto é basicamente descritivo, não se tratando de uma narrativa.
2- Retire do texto uma passagem que comprove a escolha feita na questão 1.
3- O narrador, enquanto toma seu café da manhã, recorda-se de um antigo entregador de
pães. A respeito disso, responda:
a) Por que esse entregador dizia que não era ninguém quando batia à porta das casas
das pessoas para deixar o pão?
b)
Segundo o entregador, como ele obteve a idéia de identificar-se assim as pessoas?
4- No sétimo parágrafo, o narrador compara-se ao padeiro. O que há em comum entre a
atividade de ambos? Transcreva o trecho em que o narrador compara o resultado de
sua atividade com o resultado da atividade do padeiro.
5- De acordo com o narrador, por que ele se sentia importante quando trabalhava no
jornal durante a sua juventude?
6- Ao final da narrativa, o narrador revela o que aprendeu com o padeiro. Explique o que
foi.
GRAMÁTICA
1- Observe:
―Inter roguei-o uma vez: como tivera a idéia de gritar aquilo?‖
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11
O autor empregou o verbo ter na forma simples do pretérito mais-que-perfeito do
modo indicativo: tivera. Essa forma, na linguagem coloquial, geralmente é substituída pela
forma composta: tinha tido ou havia tido.
Reescreva as frases que seguem, substituindo a forma simples do pretérito mais-que-
perfeito pela forma composta.
a- ―Explicou que aprendera aquilo de ouvido.‖
b- ―Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa...‖
c- ―... e ouviu a pessoa que o atendera dizer...‖
d-
―Assim ficara sabendo que não era ninguém...‖
e- ―... além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar....‖
2- Veja:
―...o jornal ainda quentinho na máquina...‖
―O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar...‖
O sufixo – inho indica, normalmente, o grau diminutivo dos substantivos. No entanto,nas palavras quente (adjetivo) e cedo (advérbio), esse sufixo tem outra finalidade. Que
finalidade é essa?
Discuta com os colegas
1) Você acha que uma pessoa que entrega o pão diariamente nas casas pode ser considerada
um João-ninguém?
2)
Você concorda que a desvalorização social de uma profissão leva as pessoas que a
exercem a se desvalorizarem? Justifique sua resposta.
3) Que profissões são mais desvalorizadas socialmente em nosso país?
4) Na sua opinião, tem sentido o narrador sentir-se menos importante que o padeiro? Por
quê?
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4.2 TEXTO 2
Operário em construção Vinicius de Moraes
Quantas coisas são construídas para alicerçar nossas estruturas? As casas, templos,
escolas, edifícios ... No mundo são apenas objetos que nos abrigam, valorizados conforme as
leis de mercado mas, o homem se perde no anonimato das construções e vive sobre as
construções que ajudou a levantar.
Para pensarmos um pouco sobre o trabalho que os seres humanos realizam, para quetal construção se edifique vamos analisar e refletir alguns textos que nos remetem a um
mesmo assunto: trabalho
O poema ―Operário em Construção‖ apresenta, inicialmente, o operário que além de
ser aquele que constrói casas, edifícios, escolas é também representante de todo trabalhador
assalariado, em que seu trabalho vale muito mais do que o que produz sendo, aqui, comparado
a um pássaro por ser símbolo da liberdade e por subir às alturas. Para ler o texto na íntegra
acesse o site: http://letras.terra.com.br/vinicius-de-moraes/87332/
Alguns trabalhadores constroem nossas cidades, e não nos lembramos de que seusuor e, às vezes, seu sangue estão impregnados nas estradas, ruas e edifícios queergueram. Vamos nos lembrar desses trabalhadores anônimos, lendo os textosseguintes em poesia.
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INTERTEXTUALIDADE
Pode-se definir a intertextualidade como sendo um "diálogo" entre textos. Esse
diálogo pressupõe um universo cultural muito amplo e complexo, pois implica a identificação
e o reconhecimento de remissões a obras ou a trechos conhecidos.
Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem dos
textos/contextos em que ela está inserida.
Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao "conhecimento do
mundo", que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos. O
diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, não se restringindo única eexclusivamente a textos literários.
Pode-se dizer que a intertextualidade assume a função de difundir a cultura, uma vez que se
trata de uma relação com a arte (pintura, escultura, literatura etc).
Observe os dois textos abaixo e note como Murilo Mendes (século XX) faz referência ao
texto de Gonçalves Dias (século XIX):
Canção do Exílio (fragmento ) Canção do Exílio (fragmento)
Minha terra tem palmeiras, Minha terra tem macieira da CalifórniaOnde canta o Sabiá; Onde cantam gaturamos de VenezaAs aves que aqui gorjeiam, Os poetas da minha terra
Não gorjeiam como lá. São pretos que vivem em torres de ametista,Os sargentos do exército são monista cubista.
Nosso Céu tem mais estrelas, Os filósofos polacos vendendo a prestações. Nossas várzeas têm mais flores, Gente não pode dormir Nossos bosques têm mais vida, Com os ,oradores e os pernilongos Nossa vida mais amores......................................... ............................................
Gonçalves Dias Muri lo Mendes
Nota-se que há correspondência entre os dois textos. O poema de Murilo Mendes é umexemplo de intertextualidade, uma vez que seu texto foi criado tomando como ponto de
partida o texto de Gonçalves Dias. Na literatura, e até mesmo nas artes, a intertextualidade é persistente. Sabe-se que todo
texto, seja ele literário ou não, é oriundo de outro, seja direta ou indiretamente. Qualquer textoque se refere a assuntos abordados em outros textos é exemplo de intertextualidade.
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Operário em construção (fragmento) Vinicius de Moraes
E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinosdo mundo. E disse-lhe o Diabo:
– Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quemquero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
E Jesus, respondendo, disse-lhe: – Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.
Lucas, cap. V, vs. 5-8.
Era ele que erguia casasOnde antes só havia chão.Como um pássaro sem asasEle subia com as casasQue lhe brotavam da mão.Mas tudo desconheciaDe sua grande missão:
Não sabia, por exemploQue a casa de um homem é um templo
Um templo sem religiãoComo tampouco sabiaQue a casa que ele faziaSendo a sua liberdadeEra a sua escravidão.
De fato, como podiaUm operário em construçãoCompreender por que um tijoloValia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhavaCom pá, cimento e esquadriaQuanto ao pão, ele o comia...Mas fosse comer tijolo!E assim o operário iaCom suor e com cimentoErguendo uma casa aquiAdiante um apartamentoAlém uma igreja, à frenteUm quartel e uma prisão:Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmenteUm operário em construção.
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Mas ele desconheciaEsse fato extraordinário:Que o operário faz a coisaE a coisa faz o operário.De forma que, certo diaÀ mesa, ao cortar o pãoO operário foi tomadoDe uma súbita emoçãoAo constatar assombradoQue tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão – Era ele quem os faziaEle, um humilde operário,
Um operário em construção.Olhou em torno: gamelaBanco, enxerga, caldeirãoVidro, parede, janelaCasa, cidade, nação!Tudo, tudo o que existiaEra ele quem o faziaEle, um humilde operárioUm operário que sabiaExercer a profissão.
...............................................
studo do Texto
VOCABULÁRIO
1- Dê o signif icado da palavra ―enxerga‖ presente no verso abaixo:
―Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela‖
2- Explique o significado do trechos a seguir:
a) ―... a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.”
b)
―De fato, como podia
Um operário em construção
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Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...‖
c) ―Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.‖
COMPREENSÃO
1- Qual é o tema do poema?
2- No início do poema Vinícius de Morais usa uma passagem bíblica o que podemos
chamar de intertextualidade. Em que versos do poema o autor usou outro exemplo de
intertextualidade.
3-
Na última estrofe ocorre uma gradação. Identifique-a e interprete sua função no poema.
4- Identifique uma metonímia em que se expressa o efeito substituindo a causa.
5- Agora, explique o título do texto.
6- Pesquise sobre o autor do texto lido.
O poeta encerra sua grande edificação mostrando a construção do operário, de sua
consciência e da coragem para negar à ordem, quando esta não representa o seu trabalho. O poema nos leva a pensar qual o nosso papel no mundo. Somos todos operários em construção
que devemos construir o dia-a-dia com tijolos significativos e transformar a realidade num
Abrigo seguro para os nossos ideais.
Pensemos nas conquistas de nossas construções individuais, a carreira que
exercemos, nossa importância na sociedade, o orgulho de estar no mundo de forma
significativa, e verificamos que somos também a edificação coletiva, quando podemos
visualizar, do alto, a construção do nosso conhecimento.
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5 MODULO 2
5.1 TEXTO 1
A
MORTE DO LEITEIRO
Carlos Drummond
O poema ”Morte do leiteiro” do escritor Carlos Drummond de Andrade é um dos
mais significantes poemas do livro A Rosa do Povo”, publicado em 1945. Sua publicação
aconteceu na segunda fase da obra de Carlos Drummond de Andrade, período alge da II
Guerra Mundial onde o poeta se aproxima do povo, sentindo seus problemas e dando à
inconformidade da gente comum o seu inconfundível toque artístico.
“Morte do leiteiro” , é uma crônica escrita em versos, que nos permite identificar os
principais elementos da narrativa: um narrador onisciente, personagem ( o leiteiro e o burguês) que vive um conflito, cenário, localização temporal. O drama abordado por
Drummond, além de salietar alguns aspectos da vida urbana, marcada pela insegurança, pelo
medo e pela violência, pode ser entendido como uma metáfora da luta de classes, uma vez que
temos um moço suburbano que trabalha, fornecendo o leite alimento indispensável à saúde e
um proprietário de má índole que tudo faz para a sua propriedade, se coloca acima da polícia
e tudo faz para ―salvar a propriedade‖, mesmo que isso custe a vida de seus empregados.
Também de forma metafórica Drummond trabalha a oposição entre a noite, marcada
pelo medo, pela total incompreensão; um tempo sem esperanças, quando se dá o crime, e a
aurora, um novo tempo, de renovadas esperanças. Note a simbologia das cores: esse novo dia
é marcado por um terceiro tom róseo, resultante da mistura do branco do leite – trabalho- e do
vermelho do sangue – luta. http://letras.terra.com.br/carlos-drummond-de.../460649
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18
Carlos Drumond de Andrade ( fragmento)
[…]
Há pouco leite no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há muita sede no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há no país uma legenda,
que ladrão se mata com tiro.
[…]
Mas o homem perdeu o sono
de todo, e foge pra rua.
Meu Deus, matei um inocente.
Bala que mata gatuno
também serve pra furtar
a vida de nosso irmão.
Quem quiser que chame médico,
polícia não bota a mão
neste filho de meu pai.
Está salva a propriedade.
A noite geral prossegue,
a manhã custa a chegar,
mas o leiteiro
estatelado, ao relento,
perdeu a pressa que tinha.
Da garrafa estilhaçada,
no ladrilho já sereno
escorre uma coisa espessa
que é leite, sangue… não sei.
Por entre objetos confusos,
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19
mal redimidos da noite,
duas cores se procuram,
suavemente se tocam,
amorosamente se enlaçam,
formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.
studo do Texto
COPREENSÃO
1) Comente o porquê de o texto lido ser classificado como uma crônica poética.
2) Explique os versos:
― Bala que mata gatuno
também serve pra furtar
a vida de nosso irmão.”
“formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.”
3) Pesquise qual foi a época que este poema foi escrito.
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20
5.2 TEXTO 2
ENFERMEIRO
Machado de Assis
Parece-lhe então que o que se deu comigo em 1860, pode entrar numa página de livro? Váque seja, com a condição única de que não há de divulgar nada antes da minha morte. Não
esperará muito, pode ser que oito dias, se não for menos; estou desenganado
Olhe, eu podia mesmo contar-lhe a minha vida inteira, em que há outras coisas interessantes,
mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel, e eu só tenho papel; o ânimo é frouxo, e o
tempo assemelha-se à lamparina de madrugada. Não tarda o sol do outro dia, um sol dos
diabos, impenetrável como a vida. Adeus, meu caro senhor, leia isto e queira-me bem;
perdoe-me o que lhe parecer mau, e não maltrate muito a arruda, se lhe não cheira a rosas.Pediu-me um documento humano, ei-lo aqui. Não me peça também o império do Grão-
Mogol, nem a fotografia dos Macabeus; peça, porém, os meus sapatos de defunto e não os
dou a ninguém mais.
Já sabe que foi em 1860. No ano anterior, ali pelo mês de agosto, tendo eu quarenta e dois
anos, fiz-me teólogo — quero dizer, copiava os estudos de teologia de um padre de Niterói,
antigo companheiro de colégio, que assim me dava, delicadamente, casa, cama e mesa.
Naquele mês de agosto de 1859, recebeu ele uma carta de um vigário de certa vila do interior,
perguntando se conhecia pessoa entendida, discreta e paciente, que quisesse ir servir de
enfermeiro ao coronel Felisberto, mediante um bom ordenado. O padre falou-me, aceitei com
ambas as mãos, estava já enfarado de copiar citações latinas e fórmulas eclesiásticas. Vim à
Corte despedir-me de um irmão, e segui para a vila.
Chegando à vila, tive más notícias do coronel. Era homem insuportável, estúrdio, exigente,
ninguém o aturava, nem os próprios amigos. Gastava mais enfermeiros que remédios. A dois
deles quebrou a cara. Respondi que não tinha medo de gente sã, menos ainda de doentes; e
depois de entender-me com o vigário, que me confirmou as notícias recebidas, e me
recomendou mansidão e caridade, segui para a residência do coronel.
Para leitura
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Achei-o na varanda da casa estirado numa cadeira, bufando muito. Não me recebeu mal.
Começou por não dizer nada; pôs em mim dois olhos de gato que observa; depois, uma
espécie de riso maligno alumiou-lhe as feições, que eram duras. Afinal, disse-me que nenhum
dos enfermeiros que tivera, prestava para nada, dormiam muito, eram respondões e andavam
ao faro das escravas; dois eram até gatunos!
— Você é gatuno?
— Não, senhor.
Em seguida, perguntou-me pelo nome: disse-lho e ele fez um gesto de espanto. Colombo?
Não, senhor: Procópio José Gomes Valongo. Valongo? achou que não era nome de gente, e
propôs chamar-me tão-somente Procópio, ao que respondi que estaria pelo que fosse de seu
agrado. Conto-lhe esta particularidade, não só porque me parece pintá-lo bem, como porque a
minha resposta deu de mim a melhor idéia ao coronel. Ele mesmo o declarou ao vigário,
acrescentando que eu era o mais simpático dos enfermeiros que tivera. A verdade é que
vivemos uma lua-de-mel de sete dias.
No oitavo dia, entrei na vida dos meus predecessores, uma vida de cão, não dormir, não
pensar em mais nada, recolher injúrias, e, às vezes, rir delas, com um ar de resignação e
conformidade; reparei que era um modo de lhe fazer corte. Tudo impertinências de moléstia edo temperamento. A moléstia era um rosário delas, padecia de aneurisma, de reumatismo e de
três ou quatro afecções menores. Tinha perto de sessenta anos, e desde os cinco toda a gente
lhe fazia a vontade. Se fosse só rabugento, vá; mas ele era também mau, deleitava-se com a
dor e a humilhação dos outros. No fim de três meses estava farto de o aturar; determinei vir
embora; só esperei ocasião.
Não tardou a ocasião. Um dia, como lhe não desse a tempo uma fomentação, pegou da
bengala e atirou-me dois ou três golpes. Não era preciso mais; despedi-me imediatamente, efui aprontar a mala. Ele foi ter comigo, ao quarto, pediu-me que ficasse, que não valia a pena
zangar por uma rabugice de velho. Instou tanto que fiquei.
— Estou na dependura, Procópio, dizia-me ele à noite; não posso viver muito tempo. Estou
aqui, estou na cova. Você há de ir ao meu enterro, Procópio; não o dispenso por nada. Há de
ir, há de rezar ao pé da minha sepultura. Se não for, acrescentou rindo, eu voltarei de noite
para lhe puxar as pernas. Você crê em almas de outro mundo, Procópio?
— Qual o quê!
— E por que é que não há de crer, seu burro? redargüiu vivamente, arregalando os olhos.
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Eram assim as pazes; imagine a guerra. Coibiu-se das bengaladas; mas as injúrias ficaram as
mesmas, se não piores. Eu, com o tempo, fui calejando, e não dava mais por nada; era burro,
camelo, pedaço d‘asno, idiota, moleirão, era tudo. Nem, ao menos, havia mais gente que
recolhesse uma parte desses nomes. Não tinha parentes; tinha um sobrinho que morreu tísico,
em fins de maio ou princípios de julho, em Minas. Os amigos iam por lá às vezes aprová-lo,
aplaudi-lo, e nada mais; cinco, dez minutos de visita. Restava eu; era eu sozinho para um
dicionário inteiro. Mais de uma vez resolvi sair; mas, instado pelo vigário, ia ficando.
Não só as relações foram-se tornando melindrosas, mas eu estava ansioso por tornar à Corte.
Aos quarenta e dois anos não é que havia de acostumar-me à reclusão constante, ao pé de um
doente bravio, no interior. Para avaliar o meu isolamento, basta saber que eu nem lia os
jornais; salvo alguma notícia mais importante que levavam ao coronel, eu nada sabia do resto
do mundo. Entendi, portanto, voltar para a Corte, na primeira ocasião, ainda que tivesse de
brigar com o vigário. Bom é dizer (visto que faço uma confissão geral) que, nada gastando e
tendo guardado integralmente os ordenados, estava ansioso por vir dissipá-los aqui.
Era provável que a ocasião aparecesse. O coronel estava pior, fez testamento, descompondo o
tabelião, quase tanto como a mim. O trato era mais duro, os breves lapsos de sossego e
brandura faziam-se raros. Já por esse tempo tinha eu perdido a escassa dose de piedade queme fazia esquecer os excessos do doente; trazia dentro de mim um fermento de ódio e
aversão. No princípio de agosto resolvi definitivamente sair; o vigário e o médico, aceitando
as razões, pediram-me que ficasse algum tempo mais. Concedi-lhes um mês; no fim de um
mês viria embora, qualquer que fosse o estado do doente. O vigário tratou de procurar-me
substituto.
Vai ver o que aconteceu. Na noite de vinte e quatro de agosto, o coronel teve um acesso de
raiva, atropelou-me, disse-me muito nome cru, ameaçou-me de um tiro, e acabou atirando-meum prato de mingau, que achou frio; o prato foi cair na parede, onde se fez em pedaços.
— Hás de pagá-lo, ladrão! bradou ele.
Resmungou ainda muito tempo. Às onze horas passou pelo sono. Enquanto ele dormia, saquei
um livro do bolso, um velho romance de d‘Arlincourt, traduzido, que lá achei, e pus -me a lê-
lo, no mesmo quarto, à pequena distância da cama; tinha de acordá-lo à meia-noite para lhe
dar o remédio. Ou fosse de cansaço, ou do livro, antes de chegar ao fim da segunda página
adormeci também. Acordei aos gritos do coronel, e levantei-me estremunhado. Ele, que
parecia delirar, continuou nos mesmos gritos, e acabou por lançar mão da moringa e
arremessá-la contra mim. Não tive tempo de desviar-me; a moringa bateu-me na face
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esquerda, e tal foi a dor que não vi mais nada; atirei-me ao doente, pus-lhe as mãos ao
pescoço, lutamos, e esganei-o.
Quando percebi que o doente expirava, recuei aterrado, e dei um grito; mas ninguém me
ouviu. Voltei à cama, agitei-o para chamá-lo à vida, era tarde; arrebentara o aneurisma, e o
coronel morreu. Passei à sala contígua, e durante duas horas não ousei voltar ao quarto. Não
posso mesmo dizer tudo o que passei, durante esse tempo. Era um atordoamento, um delírio
vago e estúpido. Parecia-me que as paredes tinham vultos; escutava umas vozes surdas. Os
gritos da vítima, antes da luta e durante a luta, continuavam a repercutir dentro de mim, e o ar,
para onde quer que me voltasse, aparecia recortado de convulsões. Não creia que esteja
fazendo imagens nem estilo; digo-lhe que eu ouvia distintamente umas vozes que me
bradavam: assassino! assassino!
Tudo o mais estava calado. O mesmo som do relógio, lento, igual e seco, sublinhava o
silêncio e a solidão. Colava a orelha à porta do quarto na esperança de ouvir um gemido, uma
palavra, uma injúria, qualquer coisa que significasse a vida, e me restituísse a paz à
consciência. Estaria pronto a apanhar das mãos do coronel, dez, vinte, cem vezes. Mas nada,
nada; tudo calado. Voltava a andar à toa na sala, sentava-me, punha as mãos na cabeça;
arrependia-me de ter vindo. — "Maldita a hora em que aceitei semelhante coisa!" exclamava.E descompunha o padre de Niterói, o médico, o vigário, os que me arranjaram um lugar, e os
que me pediram para ficar mais algum tempo. Agarrava-me à cumplicidade dos outros
homens.
Como o silêncio acabasse por aterrar-me, abri uma das janelas, para escutar o som do vento,
se ventasse. Não ventava. A noite ia tranqüila, as estrelas fulguravam, com a indiferença de
pessoas que tiram o chapéu a um enterro que passa, e continuam a falar de outra coisa.
Encostei-me ali por algum tempo, fitando a noite, deixando-me ir a uma recapitulação davida, a ver se descansava da dor presente. Só então posso dizer que pensei claramente no
castigo. Achei-me com um crime às costas e vi a punição certa. Aqui o temor complicou o
remorso. Senti que os cabelos me ficavam de pé. Minutos depois, vi três ou quatro vultos de
pessoas, no terreiro espiando, com um ar de emboscada; recuei, os vultos esvaíram-se no ar;
era uma alucinação.
Antes do alvorecer curei a contusão da face. Só então ousei voltar ao quarto. Recuei duas
vezes, mas era preciso e entrei; ainda assim, não cheguei logo à cama. Tremiam-me as pernas,
o coração batia-me; cheguei a pensar na fuga; mas era confessar o crime, e, ao contrário, urgia
fazer desaparecer os vestígios dele. Fui até a cama; vi o cadáver, com os olhos arregalados e a
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boca aberta, como deixando passar a eterna palavra dos séculos: "Caim, que fizeste de teu
irmão?" Vi no pescoço o sinal das minhas unhas; abotoei alto a camisa e cheguei ao queixo a
ponta do lençol. Em seguida, chamei um escravo, disse-lhe que o coronel amanhecera morto;
mandei recado ao vigário e ao médico.
A primeira idéia foi retirar-me logo cedo, a pretexto de ter meu irmão doente, e, na verdade,
recebera carta dele, alguns dias antes, dizendo-me que se sentia mal. Mas adverti que a
retirada imediata poderia fazer despertar suspeitas, e fiquei. Eu mesmo amortalhei o cadáver,
com o auxílio de um preto velho e míope. Não saí da sala mortuária; tinha medo de que
descobrissem alguma coisa. Queria ver no rosto dos outros se desconfiavam; mas não ousava
fitar ninguém. Tudo me dava impaciências: os passos de ladrão com que entravam na sala, os
cochichos, as cerimônias e as rezas do vigário. Vindo a hora, fechei o caixão, com as mãos
trêmulas, tão trêmulas que uma pessoa, que reparou nelas, disse à outra com piedade:
— Coitado do Procópio! apesar do que padeceu, está muito sentido.
Pareceu-me ironia; estava ansioso por ver tudo acabado. Saímos à rua. A passagem da meia
escuridão da casa para a claridade da rua deu-me grande abalo; receei que fosse então
impossível ocultar o crime. Meti os olhos no chão, e fui andando. Quando tudo acabou,
respirei. Estava em paz com os homens. Não o estava com a consciência, e as primeiras noitesforam naturalmente de desassossego e aflição. Não é preciso dizer que vim logo para o Rio de
Janeiro, nem que vivi aqui aterrado, embora longe do crime; não ria, falava pouco, mal comia,
tinha alucinações, pesadelos...
— Deixa lá o outro que morreu, diziam-me. Não é caso para tanta melancolia.
E eu aproveitava a ilusão, fazendo muitos elogios ao morto, chamando-lhe boa criatura,
impertinente, é verdade, mas um coração de ouro. E, elogiando, convencia-me também, ao
menos por alguns instantes. Outro fenômeno interessante, e que talvez lhe possa aproveitar, éque, não sendo religioso, mandei dizer uma missa pelo eterno descanso do coronel, na igreja
do Sacramento. Não fiz convites, não disse nada a ninguém; fui ouvi-la, sozinho, e estive de
joelhos todo o tempo, persignando-me a miúdo. Dobrei a espórtula do padre, e distribuí
esmolas à porta, tudo por intenção do finado. Não queria embair os homens; a prova é que fui
só. Para completar este ponto, acrescentarei que nunca aludia ao coronel, que não dissesse:
"Deus lhe fale n‘alma!" E contava dele algumas anedotas alegres, rompantes engraçados...
Sete dias depois de chegar ao Rio de Janeiro, recebi a carta do vigário, que lhe mostrei,
dizendo-me que fora achado o testamento do coronel, e que eu era o herdeiro universal.
Imagine o meu pasmo. Pareceu-me que lia mal, fui a meu irmão, fui aos amigos; todos leram
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a mesma coisa. Estava escrito; era eu o herdeiro universal do coronel. Cheguei a supor que
fosse uma cilada; mas adverti logo que havia outros meios de capturar-me, se o crime
estivesse descoberto. Demais, eu conhecia a probidade do vigário, que não se prestaria a ser
instrumento. Reli a carta, cinco, dez, muitas vezes; lá estava a notícia.
— Quanto tinha ele? perguntava-me meu irmão.
— Não sei, mas era rico.
— Realmente, provou que era teu amigo.
— Era... Era...
Assim, por uma ironia da sorte, os bens do coronel vinham parar às minhas mãos. Cogitei em
recusar a herança. Parecia-me odioso receber um vintém do tal espólio; era pior do que fazer-
me esbirro alugado. Pensei nisso três dias, e esbarrava sempre na consideração de que a
recusa podia fazer desconfiar alguma coisa. No fim dos três dias, assentei num meio-termo;
receberia a herança e dá-la-ia toda, aos bocados e às escondidas. Não era só escrúpulo; era
também o modo de resgatar o crime por um ato de virtude; pareceu-me que ficava assim de
contas saldas.
Preparei-me e segui para a vila. Em caminho, à proporção que me ia aproximando, recordava
o triste sucesso; as cercanias da vila tinham um aspecto de tragédia, e a sombra do coronel parecia-me surgir de cada lado. A imaginação ia reproduzindo as palavras, os gestos, toda a
noite horrenda do crime...
Crime ou luta? Realmente, foi uma luta, em que eu, atacado, defendi-me, e na defesa... Foi
uma luta desgraçada, uma fatalidade. Fixei-me nessa idéia. E balanceava os agravos, punha no
ativo as pancadas, as injúrias... Não era culpa do coronel, bem o sabia, era da moléstia, que o
tornava assim rabugento e até mau... Mas eu perdoava tudo, tudo... O pior foi a fatalidade
daquela noite... Considerei também que o coronel não podia viver muito mais; estava por pouco; ele mesmo o sentia e dizia. Viveria quanto? Duas semanas, ou uma; pode ser até que
menos. Já não era vida, era um molambo de vida, se isto mesmo se podia chamar ao padecer
contínuo do pobre homem... E quem sabe mesmo se a luta e a morte não foram apenas
coincidentes? Podia ser, era até o mais provável; não foi outra coisa. Fixei-me também nessa
idéia...
Perto da vila apertou-se-me o coração, e quis recuar; mas dominei-me e fui. Receberam-me
com parabéns. O vigário disse-me as disposições do testamento, os legados pios, e de
caminho ia louvando a mansidão cristã e o zelo com que eu servira ao coronel, que, apesar de
áspero e duro, soube ser grato.
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— Sem dúvida, dizia eu olhando para outra parte.
Estava atordoado. Toda a gente me elogiava a dedicação e a paciência. As primeiras
necessidades do inventário detiveram-me algum tempo na vila. Constituí advogado; as coisas
correram placidamente. Durante esse tempo, falava muita vez do coronel. Vinham contar-me
coisas dele, mas sem a moderação do padre; eu defendia-o, apontava algumas virtudes, era
austero...
— Qual austero! Já morreu, acabou; mas era o diabo.
E referiam-me casos duros, ações perversas, algumas extraordinárias. Quer que lhe diga? Eu,
a princípio, ia ouvindo cheio de curiosidade; depois, entrou-me no coração um singular
prazer, que eu sinceramente buscava expelir. E defendia o coronel, explicava-o, atribuía
alguma coisa às rivalidades locais; confessava, sim, que era um pouco violento... Um pouco?
Era uma cobra assanhada, interrompia-me o barbeiro; e todos, o coletor, o boticário, o
escrivão, todos diziam a mesma coisa; e vinham outras anedotas, vinha toda a vida do
defunto. Os velhos lembravam-se das crueldades dele, em menino. E o prazer íntimo, calado,
insidioso, crescia dentro de mim, espécie de tênia moral, que por mais que a arrancasse aos
pedaços recompunha-se logo e ia ficando.
As obrigações do inventário distraíram-me; e por outro lado a opinião da vila era tão contráriaao coronel, que a vista dos lugares foi perdendo para mim a feição tenebrosa que a princípio
achei neles. Entrando na posse da herança, converti-a em títulos e dinheiro. Eram então
passados muitos meses, e a idéia de distribuí-la toda em esmolas e donativos pios não me
dominou como da primeira vez; achei mesmo que era afetação. Restringi o plano primitivo;
distribuí alguma coisa aos pobres, dei à matriz da vila uns paramentos novos, fiz uma esmola
à Santa Casa da Misericórdia, etc.: ao todo trinta e dois contos. Mandei também levantar um
túmulo ao coronel, todo de mármore, obra de um napolitano, que aqui esteve até 1866, e foimorrer, creio eu, no Paraguai.
Os anos foram andando, a memória tornou-se cinzenta e desmaiada. Penso às vezes no
coronel, mas sem os terrores dos primeiros dias. Todos os médicos a quem contei as moléstias
dele, foram acordes em que a morte era certa, e só se admiravam de ter resistido tanto tempo.
Pode ser que eu, involuntariamente, exagerasse a descrição que então lhes fiz; mas a verdade
é que ele devia morrer, ainda que não fosse aquela fatalidade...
Adeus, meu caro senhor. Se achar que esses apontamentos valem alguma coisa, pague-me
também com um túmulo de mármore, ao qual dará por epitáfio esta emenda que faço aqui ao
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divino sermão da montanha: "Bem-aventurados os que possuem, porque eles serão
consolados‖.
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do
ATIVIDADE
1- Faça um resumo do texto: O enfermeiro
2- Pesquise sobre o autor.
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6 MÓDULO 3
6.1 TEXTO 1
Descuido na segurança mata operário
Firmino Silva, pedreiro 22 anos, casado, residente na Rua Valparaíso, casa 2, em Caxias,
faleceu ontem, às 12 horas, ao cair de um andaime de um prédio em construção na Rua
Cupertino Durão, 238, Leblon. Técnicos do Serviço de Prevenção de Acidentes, do Ministério
do Trabalho, estiveram no local e constataram a falta de material de segurança e prevençãode acidentes, o que determinou o embargo da obra.
A firma construtora nega-se a fornecer detalhes, mas sabe-se que o material já foi
requisitado e a obra será reiniciada ainda hoje. Firmino Silva deixa esposa e dois filhos. A 15ª
Delegacia de Polícia registrou a ocorrência.
6.2 TEXTO 2
Construção
(Carlos Drumond de Andrade)
Um grito pula no ar como foguete.
Vêm da paisagem de barro úmido, caliça e andaimes hirtos.
O sol cai sobre as coisas em placa fervendo.
Os textos a seguir são de gêneros diferentes, mas trata de um mesmo tema. O
primeiro uma notícia de jornal e o segundo um poema de Carlos Drummond de Andrade.
O poema se identifica com a notícia pelo tema escolhido, mas difere dela pela maneira
como o poeta utilizou a língua para descrever de modo singular a morte de um operário.
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O sorveteiro corta a rua.
E o vento brinca nos bigodes do construtor.
studo do Texto
VOCABULÁRIO
1- Procure o significado das palavras grifadas:
―Vêm da paisagem de barro úmido, caliça e andaimes hirtos.‖
―...o que determinou o embargo da obra.‖
2- No poema, a palavra placa tem o sentido de ―plano, batido‖. Na verdade, sua
visualização no verso nos sugere uma imagem. Que imagem seria essa?
3- ―E o vento brinca nos bigodes do construtor‖. Que figura de linguagem est á presente
neste verso?
COMPREENSÃO
1- Se você fosse redigir uma notícia de jornal, diria que ―um operário caiu‖ ou que um grito
pulou no ar‖, sugerindo a queda? Por quê?
4-
No primeiro verso, o poeta utiliza o signo grito em substituição ao corpo (operário),quebrando o padrão de comunicação (espera-se que um corpo pule no ar, não um
grito, contendo, portanto maior expressividade poética. O poeta condensou em uma só
frase o corpo em queda, a dor provocada pela morte do homem ou pelo acidente, o
grito efetivo do operário. Essa condensação reforça a quebra do padrão de
comunicação.
Selecione mais dois exemplos em que ocorre uma ruptura com os padrões da
comunicação puramente informativa.
5- O sol cai sobre as coisas em placa fervendo.
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Nesse verso o poeta utiliza um recurso impressionista: a fusão do corpo que cai com a
intensidade da luz solar que acompanha a sua trajetória. Observe que, se você olhasse
para o alto, veria não só o corpo caindo, mas também receberia nos olhos a intensidade
luminosa dos raios solares.
O horário do acidente é indicado de maneira diferente em cada um dos textos. No
primeiro texto, a indicação é explícita: ―faleceu ontem, às 12 horas, ao cair de um
andaime...‖. Como ele nos é indicado no segundo texto? Explique.
6- O ruído que faz um corpo ao chocar-se com o solo é sugerido, no poema, por uma
palavra (ou parte dela) que, no contexto, adquire valor de onomatopéia. Transcreva a
palavra em questão.
7- A palavra placa também nos indica o fim do movimento do corpo, a sua chegada ao
solo. Que outro verso nos indica a retomada das ações, a continuidade da vida?
PROSOPOPÉIA é uma figura de pensamente que consiste em atribuir qualidades,
ações ou características própria de seres humanos.
8-
Retire do poema ―construção‖ um exemplo de prosopopéia.
O texto literário é apreciado pela qualidade da sua composição. A própria linguagem é
objeto de uma intenção criativa: a função poética está em primeiro plano. As figuras
de linguagem e a riqueza de conotações estão presentes mais nos textos literários do
que em outros. Dá-se muitas vezes mais importância às expressões indireta do que à
direta. É preciso, portanto, fazer uma leitura profunda e interpretativa do texto
literário, considerando que ele é plurissignificativo.
Em grupo, discuta com os colegas as múltiplas significações que podemos atribuir
a algumas palavras, frases e expressões do poema e os seus efeitos no conjunto do
texto. Comece pelas expressões ―um grito‖, ―como foguete‖, ―o sol cai‖. O verso
“O sorveteiro corta a rua‖ contrasta com que? Qeu sentidos podemos atribuir ao
último verso?
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Leia esta estrofe da música ―Construção‖, na qual Chico Buarque também explora o
tema do operário morto no exercício da profissão, onde o trabalhador é considerado uma
pessoa qualquer e ainda morre num sábado, atrapalhando o passeio de muitas pessoas que
aproveitam esse dia para descansar. Para ler a música na íntegra acesse o site:
http://analisedeletras.com.br/chico-buarque/construcao.
6.3 MÚSICA
Construção
(Chico Buarque de Holanda)
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu na contramão como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufragoDanço e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Gonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
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studo do Texto
VOCABULÁRIO
1- Procure no dicionário o significado das palavras sublinhadas.
a) ― Ergueu no patamar quatro paredes sólidas‖
b)
―Seus olhos embotados de cimento e lágrima‖ c) ―Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago‖
d) E se acabou no chão feito um pacote flácido‖
e) ―Agonizou no meio do passeio público‖
f) ―E cada filho seu como se fosse o pródigo‖
g) ―Tijolo vom tijolo num desenho lógico‖
2- De o sentido denotativo e conotativo das palavras destacadas:
a) ―Comeu feijão com arroz como se fosse príncipe‖
b) ―Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago‖
c) ―Tijolo com tijolo num desenho mágico”
COMPREENSÃO DO TEXTO
1. Qual é o tema central do poema?
2. Em relação ao ritmo, que elementos se destaca na construção poética dos versos?
3. Em relação à descrição da queda do operário, que elementos de contraste podem ser
observados nos quatro últimos versos dessa estrofe de Chico Buarque e os três
primeiros versos do poema de Drummond.
4. O operário da construção civil é mal remunerado, não tem perspectiva de visa e nem
segurança no trabalho. Ele teria morrido porque perdeu o equilíbrio e caiu, por falta de
proteção na obra ou porque perdeu a esperança e se matou? De sua opinião e discuta
com os colegas.
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5. Para você refletir e debater com sua turma:
―Morreu na contramão atrapalhando o tráfego‖
―Morreu na contramão atrapalhando o público‖
―Morreu na contramão atrapalhando o sábado‖
6. Vovê acha que o poeta está criticando o pedreiro por atrapalhar o sábado das pessoas?
Qual o valor que se dá à vida humana em nossa sociedade?
GRAMÁTICA
Acentuação das Palavras Proparoxítonas
A acentuação gráfica serve para informar a leitura correta das palavras. Alguns acentos
indicam a intensidade e outros informam se a pronúncia é aberta ou fechada. Devemos nos
lembrar que na língua portuguesa existem as palavras cuja sílaba tônica recai na penúltima
sílaba que são chamadas de paroxítonas ( tijolo, paredes, desenho). Há também aquelas cujo
acento tônico recai na última sílaba e são chamadas de oxítonas ( feijão, patamar, contramão).
Assim, devem ser acentuadas todas as palavras cujo acento tônico recai na antepenúltima
sílaba. São as proparoxítonas: príncipe, pródigo, mágico. A importância do acento – agudo ou
circunflexo – para informar a pronúncia correta pode ser vista nos pares de exemplo abaixo:
Meu pai sempre pacifica seus netos. / Sua família é pacífica e ordeira.Ela critica seu modo de cozinhar. / Ela é uma pessoa muito crítica.
Não publico meus discursos agora, mas no futuro o farei. / Não freqüento parque público.
Sempre me exercito de manhã cedo. / O menino tem um exército de brinquedo.
Pratica bastante, que aprenderás logo. / A prática é diferente da teoria.
Espero que o cantor interprete minhas favoritas./ O embaixador solicitou um intérprete.
Será que você não duvida de nada? / Qual é a sua dúvida agora?
Não habito no paraíso dos meus sonhos. / O hábito não faz o monge.O trânsito vitima milhares de pessoas por ano no Brasil. / A população é a vítima.
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Peço que analises estas amostras de sangue. / As análises serão feitas no laboratório X.
Já nem calculo quanto tempo perdi. / Fez o cálculo da areia necessária para a construção.
Eu mesma digito meus artigos. / O dígito verificador foi calculado de maneira errada.
1- Retire do poema ―Construção‖ dez palavras proparoxítonas.
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REFERÊNCIAS
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AZEVEDO, Dirce Guedes de. PALAVRA: verso e reverso. São Paulo: FTD, 1990.
BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. São Paulo: Ática, 2008.
CADORE, Luís Agostinho.Curso prático de português. São Paulo: Ática, 1998.
FARACO & MOURA. Linguagem Nova. São Paulo: Ática. 1994
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo:Cortez, 1997.
KLEIMAN, Ângela. Oficina de leitura: teoria e prática. Campinas: Pontes, 2001.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993.
MAIA, João Domingues. Português:volume único. São Paulo: Ática, 2005
____________, Língua, Literatura e Redação. São Paulo: Ática, 1990
SOLÉ, I. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: ArtMed. 1998.
TERRA, Ernani. NICOLA, José de. Redação para o 2º grau: pensando, lendo eescrevendo. São Paulo: scipione,1996.
Sites pesquisados
http://analisedeletras.com.br/chico-buarque/construcao/ - acessado em: 20/04/2010
http://letras.terra.com.br/carlos-drummond-de.../460649 - acessado em: 10/04/2010
http://letras.terra.com.br/vinicius-de-moraes/87332/ - acessado em: 10/04/2010
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do- acessado em 05/07/2010