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EDITORIAL

A edição de Junho de 2019 inicia o quinto volume de uma publicação continua. Para além disso, iniciámos a relação com os autores e leitores através do novo site instalado na plataforma Open Journal System http://ubik.ipg.pt/sociedade_desporto/index.php/JSPR que convidamos a visitar. Este avanço consubstancia um passo importante na afirmação editorial da revista. Registamos, novamente, a submissão de artigos nas diferentes secções da revista e também nas diferentes linguagens que o JSPR aceita (português, espanhol e inglês). Apelamos, igualmente, à submissão de artigos para a nossa edição de Dezembro de 2019. Informamos que estamos a preparar uma edição especial do JSPR dedicada ao tema Supervisão de Estágio em Educação Física. Esta edição terá o controlo editorial da Professora Larissa Benites da Universidade Estadual de Santa Catarina e previsão de publicação em Abril de 2019. A submissão de trabalhos irá decorrer até ao fim de Janeiro de 2019. Por último apelamos à participação no congresso da Sociedade Científica de Pedagogia do Desporto (SCPD) que irá decorrer em Coimbra na Escola Superior de Educação. Um número especial com os resumos aceites para o evento será publicado pelo JSPR. June 2019 Edition begins the fifth volume of JSPR. We began the relationship with authors and readers through the new site installed on the Open Journal System platform http://ubik.ipg.pt/sociedade_desporto/index.php/JSPR that we invite to visit. This breakthrough represents an important step in the affirmation of the Journal editorial. We note again the submission of articles in different sections of the magazine and also in the various languages that the JSPR accepts (portuguese, spanish and english). We appeal also to the article submission for our December 2019 Edition. Please be advised that we are preparing a special edition dedicated to the theme of internship Supervision in Physical Education. This edition will have an editorial control of Professor Larissa Benitez from the State University of Santa Catarina and publishing forecast in April 2019. The submission will take place until the end of January 2019. Finally, we call on the participation in the Congress of the Scientific Society of Sport Pedagogy (SCPD) which will be held in Coimbra in the School of Education. A special issue with abstracts accepted for the event will be published by JSPR. Junio de 2019 edición comienza el quinto volumen de una publicación continúa. Además, comenzamos la relación con autores y lectores a través del sitio nuevo instalado en la plataforma Open Journal System http://ubik.ipg.pt/sociedade_desporto/index.php/JSPR que te invitamos a visitar. Este avance representa un paso importante en la afirmación editorial de la revista. Otra vez observamos la presentación de artículos en diferentes secciones de la revista y también en las diferentes lenguas que el JSPR acepta (portugués, español e inglés). Hacemos un llamamiento también a la sumisión de artículos para nuestra edición de diciembre de 2019. Tenga en cuenta que estamos preparando una edición especial dedicada al tema de prácticas de supervisión en educación física. Esta edición tendrá el control editorial de la Profesora Larissa Benitez de la Universidad do Estado de Santa Catarina y la predicción de publicación para abril de 2019. La sumisión tendrá lugar astas finales de enero de 2019. Por último, hacemos un llamamiento a la participación en el Congreso de la Sociedad Científica del Pedagogía do Deporte (SCPD) que se celebrará en Coimbra en la Escuela de Educación. JSPR publicará una edición especial con resúmenes aceptados para el evento. Rui Resende Hugo Sarmento Adilson Marques

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ÍNDICE

Editorial

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Original Articles

Periodização Tática: uma Proposta Metodológica para Jovens Judocas 4

José Alfredo Olivio Junior, Antonio Carlos Tavares Junior, Rui Resende, Agata Cristina Marques Aranha, Armando Diaz Gonzales, Alexandre Janotta Drigo

Pilates na Formação Inicial do Profissional de Educação Física: Análise das Grades Curriculares

13

Larissa dos Santos Leonel, Gelcemar Farias, Rui Resende

Ansiedad competitiva en judokas cadetes: diferencias de género y categoría de peso

21

Silvia Pulido, Juan Pedro Fuentes, Ricardo de la Vega

Promoting Positive Youth Development and Life Skills in Youth Sport: Challenges and Opportunities amidst Increased Professionalization

27

Martin Camiré and Fernando Santos Circuito Trakcyon/UVP: Uma Competição sem Árbitros 35

Eduardo Leal Goulart Nunes1, Rui Resende

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Diretor Editorial Rui Resende (ISMAI)

Diretor Editorial Adjunto Hugo Sarmento (FCDEF-UC)

Adilson Marques (FMH-UL)

Secretaria de Redação

Fabrício João Milan (UFSC)

Conselho Editorial

Ágata Aranha (UTAD), Alcides Scaglia (UNICAMP), Antonino Pereira (ESEV-IPV), Carlos Zuluaga (Universidad de Caldas), Cecília Borges (Universidad Montreal), Eder Gonçalves (FCDEF-UC), Galcemar Martins (UDESC), Hélder Lopes (UMA), José Rodrigues (ESDRM-IPSantarém), Juarez Nascimento (UFSC), Larissa Benites (UDESC), Larrisa Galati (UNICAMP), Miguel Saavedra (UDC), Nuno Pimenta (IPMAIA), Paula Batista (FADEUP), Ricardo Lima (IPVC), Roberto Hernández (Universidad Autonoma), Rui Gomes (Universidade do Minho), Samuel Neto (UNESP), Sergio Ibanez (UNEX), Susana Franco (ESDRM-IPSantarém), Vitor Ferreira (FMH-UL),

Edição

Sociedade Científica de Pedagogia do Desporto

Capa Mariana Moreira

ISNN 1647-9696

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*Correspondência - José Alfredo Olívio Junior, email: , [email protected] 4

Periodização Tática: uma Proposta Metodológica para Jovens Judocas

José Olivio Junior

1, Antonio Junior

2,3, Rui Resende

4, Agata Aranha

5,

Armando Gonzales6, Alexandre J. Drigo

1

1Universidade Estadual Paulista – Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências, Câmpus de Rio Claro,

São Paulo, Brasil; 2Universidade Estadual Paulista – Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências,

Câmpus de Bauru, São Paulo, Brasil; 3Centro Universitário Anhanguera, São Paulo, Brasil; 4Universidade

Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, Brasil; 5Instituto Universitário da Maia, Portugal; 6Universidade

de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal; 7Faculdade de Educação Física FEF-UNICAMP,

Campinas, Brasil.

RESUMO

A atuação profissional em Educação Física, demanda a construção e debate de conhecimentos científicos aplicados, dentre estas, metodologias de ensino-aprendizagem-treinamento para jovens atletas. O objetivo deste estudo foi apresentar uma proposta de periodização tática para

jovens judocas. Os treinamentos foram formatados com o intuito de desenvolver os aspectos técnicos e táticos, por meio da divisão da luta em “Unidades Funcionais” combinando com as capacidades físicas necessárias para o treinamento de judô. Na competição alvo, o grupo estudado conquistou 21 vitórias em 27 lutas e, principalmente, apresentou ampla variedade nas formas de obter pontuações. Um judoca projetou os adversários nas quatro direções possíveis, um para três direções, enquanto dois fizeram projeções efetivas para duas direções. Dois judocas obtiveram pontuações de três outras formas, ou por punição ao oponente ou na luta de solo, enquanto os outros dois atletas conseguiram pontuar dessas formas de duas

maneiras e uma maneira respectivamente. Os resultados apontam para a viabilidade do modelo, com o desenvolvimento esperado das capacidades físicas e elementos para direcioná-los ao alto rendimento esportivo, sobretudo pela individualização do desenvolvimento tático. O número de vitórias, variabilidade técnica e tática e as duas vagas conquistadas na seletiva nacional pelos judocas estudados contribuem para essa expectativa.

ABSTRACT

The professional performance in Physical Education request the construction and debate of applied scientific knowledge, among these, teaching-learning-training methodologies for youth athletes. The aim of this study was to present a proposal of tactical periodization for youth judokas. The trainings were formatted with the aim of developing the technical and tactical aspects, by dividing the struggle into "Functional

Units", combining with the physical capacities necessary for judo training. In the target competition, the group studied won 21 victories in 27 fights and, mainly, presented wide variety in the ways of obtaining scores. A judoka designed the opponents in the four possible directions, one for 3 directions, while two made effective projections for 2 directions. Two judokas obtained scores in 3 other ways, either by punishing the opponent or in solo fighting, while the other two athletes were able to score those forms in 2 ways and 1 way respectively. The results point to the viability of the model with the expected development of the physical capacities and elements to direct them to the

high sport performance, above all by the individualization of the tactical development. The number of victories, technical and tactical variability and the two places won in the national team by the judokas studied contribute to this expectation.

Palavras-chave

Judô, Periodização tática,

Especialização, Jovens judocas.

Keywords

Judo, Tactical periodization, Specialization,

Youth judokas.

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Introdução

Devido ao alto nível competitivo, atualmente o judô caminha em relação aos modelos profissionais no que tange a gestão, preparação de atletas e atividades relacionados ao treinamento desportivo acompanhando o processo de esportivização (Ramil, 2016) e espetacularização da modalidade (Gonçalo Jr, 2017), substituindo um modelo apontado por Drigo, Neto, Cesana, e Tojal (2011) como artesanal, no qual o saber-fazer era suficiente para as demandas do trabalho. Treinadores de destaque tem apontado a necessidade de aprimorar a organização do treinamento como uma condição determinante para o desempenho esportivo (Tavares Junior & Drigo, 2017). Embora algumas formas de organização de treinamento de judô possam ser encontradas (Azevedo, Drigo, Oliveira, Carvalho, & Sabino, 2004; Franchini, Del Vecchio, Julio, Matheus, & Candau, 2015; Sikorski, 2011), os modelos de periodização tradicionais (Matveev, 1997) e contemporâneos (Tschiene, 1987; Verkhoshansky, 2001) são apontados como possibilidades, se adaptados ao judô, pelos treinadores (Tavares Junior & Drigo, 2017). Não obstante, a organização das cargas de treinamento de forma racional aponta para obtenção de resultados esportivos satisfatórios, pois otimizam a performance do atleta (Azevedo et al., 2004; Franchini et al., 2015). Este estudo, centra-se na investigação de um modelo de treinamento voltado para atletas jovens, que estão em fase de especialização na modalidade (Platonov, 2008; Smith, 2003). Logo, se preconiza que o treinamento aplicado a estes atletas deve contemplar as necessidades e características particulares para esta fase, correspondendo tanto a características de cunho pedagógico quanto aos objetivos competitivos. Em uma perspectiva bottom-up (Calvo, 2003) o treinamento destes atletas deverá conter elementos que desenvolvam as características identificadas no alto rendimento (Franchini, Del Vecchio, Matsushigue, & Artioli, 2011; Franchini, Sterkowicz-przybycien, & Takito, 2014; Torres-luque, Hernández-garcía, Escobar-molina, Garatachea, & Nikolaidis, 2016), das quais, destacam-se: a força e suas manifestações apontadas como as principais capacidades motoras para o desempenho no judô (Amtmann & Cotton, 2005; Blais & Trilles, 2006; Ghrairi, Hammouda, & Malliaropoulos, 2014), com grande aporte do metabolismo glicolítico (Drigo, Amorim, Martins, & Molina, 1996; Franchini et al., 2011). As condições supra-citadas se assemelham ao encontrado nas competições das classes mais jovens (Krstulovic, Sekulic, & Sertic, 2005; Krstulovic, Zuvela, & Katic, 2006; Olívio Junior, Borin, Pasqualoto, & Braz, 2009). Na mesma perspectiva, os componentes técnicos e táticos são determinantes na preparação do judoca (Andreato, Franchini, Moraes, Branco, & Machado,

2013; Franchini, Artioli, & Brito, 2013; Miarka, Fukuda, Vecchio, & Franchini, 2016), tendo como principal ponto a variabilidade de ações motoras como um fator para o sucesso competitivo (Calmet & Ahmaidi, 2004; Calmet, Miarka, & Franchini, 2010; Franchini, Sterkowicz, Meira Jr, & Go Tani, 2008; Olívio Junior et al., 2009), com grande importância de aprimoramento nessa fase de especialização. Baseado nesta perspectiva, a periodização tática pode ser uma possibilidade para o treinamento de judocas em fase de especialização, mesmo sendo originalmente desenvolvida para esportes coletivos (Garganta, 2001), quando assumimos o conceito de tática como um conjunto de planos de ações, norteados pelos processos psíquico-cognitivo-motor, que conduzem à tomada de uma decisão acertada para cumprimento de uma meta esportiva, em um determinado espaço-tempo e situação (Greco, 2013), ou ainda, alternativas que permitam a resolução de situações problemas frente a um ou mais adversários e que é responsável pelo êxito competitivo (Greco & Viana, 1997). Por isso, analisar e compreender os modelos de competição são fundamentais ao treinamento, pois esses dados vão ser a base para estruturação desse modelo de periodização (Garganta, 2001). Desta forma, nesse estudo, foi proposto um modelo de periodização tática para o judô. Utilizou-se do método situacional (Greco, 2013) para nortear o processo de treinamento, com objetivo de desenvolver a tática de maneira individualizada e uma adaptação ao modelo de blocos (Verkhoshansky, 2001) para orientação das cargas de treinamento físico. Assim, o objetivo deste trabalho foi expor uma proposta de organização dos treinamentos de judô, pautados em uma periodização tática, apresentando alguns resultados coletados em um ciclo competitivo, em que os judocas tinham como meta a classificação para integrar a seleção brasileira (sub 18 e sub 21 anos). Métodos e Procedimentos

O texto apresenta uma perspectiva de investigação-ação (Tripp, 2005), descrito em forma de relato de experiência, do pesquisador e treinador responsável por uma equipe de jovens judocas, associando a Tardif (2002) enquanto uma busca da sistematização de conhecimentos baseados nos saberes experienciais com relação aos processos pedagógicos envolvidos na profissão. Portanto, o trabalho foi elaborado numa perspectiva de autobiografia, pois busca reconstruir as histórias de formação pela via escrita através da história oral com o objetivo de auto revelação, além de considerar os fatores motivacionais que geraram tais reflexões (Schön, 2000). Os dados apresentados foram os coletados e armazenados por meio das documentações pessoais – enquanto treinador - do período correspondente do ciclo competitivo em uma equipe composta por

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jovens judocas da cidade de Araras-SP, no ano de 2014, que além do treinador, contava com uma equipe multiprofissional constituída por auxiliar técnico, preparador físico, psicólogo e fisioterapeuta. A construção desse relato originou-se através dos seguintes componentes: (1) dados e resultados de avaliações feitas durante a participação dos atletas envolvidos; (2) a organização e opções metodológicas que direcionaram o período de treino; (3) um diário reflexivo do treinador e; (4) o entendimento da literatura específica que amparou a programação do processo de treinamento. Participantes

Com enfoque qualitativo a seleção dos participantes foi intencional (n = 4) e composta por atletas que não estavam pré-classificados para a seleção brasileira sub 18 e sub 21, e que na competição alvo, teriam a possibilidade de obter uma vaga na equipe nacional. Neste sentido, o grupo avaliado foi composto por duas atletas destras de 15 e 19 anos, com 58 e 48kg respectivamente e dois atletas, também destros, de 15 e 18 anos, com 52 e 56kg respectivamente. Os judocas selecionados tinham entre 08 anos e 10 anos de prática, sendo 3 atletas faixas-marrom e 1 faixa-preta. Todos os judocas possuíam acompanhamento médico, fisioterápico e psicológico para a manutenção dos níveis ótimos de saúde e bem-estar. Instrumentos

Foram avaliadas força e suas manifestações, além da aptidão física específica enquanto aspectos determinantes para o desempenho no judô. Houve acompanhamento da composição corporal, pois o judô tem limites de peso expresso por categorias, entretanto esse dado não foi objeto do estudo. Em relação à força foram avaliadas: (1) as capacidades de força máxima (FM) nos exercícios supino, terra, agachamento e clean por meio de uma ação voluntária máxima (AVM); (2) a resistência de força isométrica por meio de barra isométrica em um judogui, (3) resistência de força dinâmica de membros superiores por meio de repetições na barra (Franchini et al., 2004). O acompanhamento da aptidão física específica foi mensurado pelo Special Judo Fitness Test (SJFT) (Sterkowicz & Franchini, 1995). As avaliações físicas foram executadas antes do início da periodização, em junho, durante os blocos e a última avaliação foi realizada após a competição alvo em dezembro. O controle e avaliação dos componentes técnicos e táticos se deram por meio de registros notacionais cursivos da variabilidade técnica e tática dos atletas em situações de combate priorizando as competições de ajuste e alvo, definido pelas situações: formas de pontuar e direções das projeções.

Procedimentos

A periodização tática foi organizada em blocos para contemplar a organização do treinamento das manifestações de força. Tal escolha se justifica pela característica da modalidade, na qual as diferentes manifestações de força são determinantes ao desempenho. Com o objetivo de ofertar situações-problemas durante toda a periodização, para que os atletas busquem a melhor maneira de resolver técnica e taticamente, a orientação das sessões se deu por meio do método situacional (Greco, 2013). Cabe ressaltar que as “situações-problemas” criadas foram norteadas por meio de Unidades Funcionais (UF), uma divisão pedagógica das partes que compõe uma luta de judô (Olivio Junior & Drigo, 2015). As UF utilizadas foram: Aproximação (Apr); Contato (Con); Criação de oportunidade (Cro); Desequilíbrio (Des); Aplicação (Apl); Projeção (Pro); Transição (Tra); Luta de solo (Lus). As sessões de treinamento foram organizadas conforme orientação das cargas aplicadas e a nomenclatura empregada a cada sessão foi de acordo com predominância das mesmas, sendo divididas em: (1) Treinos táticos (TTa); (2) Treinos técnicos (TTe); (3) Treino Físico (TFi) e; treino externo (TEx), quando era realizado em outro local que não no clube dos atletas. Como controle de cargas de treino utilizou-se o controle subjetivo de esforço (PSE) e o controle subjetivo da recuperação (PSR) (Foster et al., 2001) a cada sessão de treinamento e o Dayli Analysis Life Demand in Athletes (DALDA) (Rushall, 1990) semanalmente. Distribuição das Cargas de Treinamento

Em relação à nomenclatura dos períodos optou-se aqui pela utilizada no método de blocos (Verkhoshansky, 2001), tendo foco maior nos componentes técnicos e táticos. A organização dos blocos e seus respectivos componentes, características e objetivos são ilustrados na Tabela 1:

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Tabela1-Organização,característicaseobjetivosdaperiodizaçãotática. Bloco Duração (semanas) Capacidades Físicas Unidades

Funcionais Componente Técnico/Tático Metas dos Atletas

A1 5 Resistência de força Resistência Mista (Aeróbia/Anaeróbia)

1. Des 2. Apl 3. Pro 4. Lus

Correções de gestos técnicos e aquisição de novos elementos

Identificar potencialidades e dificuldades nas ações técnico/táticas

A2 4 Força Máxima Potência

1. Apr 2. Con 3. Pro 4. Tra

Foco nas ações de início e reinício das lutas, nos momentos de Apr e Con tanto no que tange a ações ofensivas quanto para ações defensivas. Colocar-se em situação de vantagem após a Pro e Tra em situação de lutas

Identificar qual a configuração de pegada e movimentação os colocaria em situação de vantagem na luta em pé e transição para a luta de solo.

B1 4 Resistência Especial de Força

1. Cro Variação no tipo de movimentação e tipo de pegada, com variação na resistência e comportamento tático dos oponentes.

Criar o maior número de oportunidades possíveis para projetar e ou criar desconforto ao adversário.

B2 5 Resistência Especial de Força Potência

1. Cro 2. Apr 3. Com 4. Lus

Criação de oportunidades durante a aproximação e antes e depois do contato, em situação de vantagem e desvantagem. Situações de vantagem e desvantagem na luta de solo.

Testar hipóteses técnicas e táticas e buscar treinar com parceiros que apresentem similaridade com adversários da competição alvo.

C 2 Potência Velocidade

1.Pro 2 Tra

Lapidação Tática e estratégias de luta. Focar nos ajustes, produzindo situações determinantes para a competição. Realizar ações técnicas e táticas em máxima velocidade.

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Alguns pontos devem ser ressaltados para complementar as informações da Tabela 1. No Bloco A1, o TFi foi composto por exercícios multiarticulares e combinação de exercícios, como por exemplo agachamento seguido de desenvolvimento. No Bloco A2 o TFi foi composto por exercícios multiarticulares e LPO (Levantamento de peso olímpico). Os randoris (simulação de lutas) nesse bloco foram feitos de maneira situacional e com tempo máximo de um min. Para o Bloco B1 o trabalho de resistência de força especial no TFi foi realizado com exercícios multiarticulares em circuito com duração entre 210 e 300 segundos. Os randoris de curta duração situacionais foram utilizados e também TEx, com randoris convencionais (tempo oficial de competição) para que os atletas pudessem testar as hipóteses adquiridas nos TTe. O método de TFi no Bloco B2 também contemplou circuitos de exercícios multiarticulares, mas com incorporação de exercícios de potência e balísticos, com 280 segundos de duração (tempo oficial de luta). Randoris de curta duração situacionais e TEx, com randoris convencionais também foram utilizados. No Bloco C todas as UF foram abordadas, com ênfase em Pro e Tra, como destacado na tabela, os ajustes táticos foram individuais e apenas randoris situacionais e de curta duração foram realizados. Resultados Embora o foco deste estudo tenha sido a apresentação e compreensão da periodização tática no judô em atletas jovens e consequentemente, na necessidade de evolução dos fatores técnicos e táticos, foram realizadas avaliações de controle das capacidades físicas, testes de desempenho específico e avaliações psicológicas com o intuito de monitorar e aferir as adaptações que os atletas apresentaram neste período. Tais avaliações juntamente com o desempenho competitivo e os aspectos técnicos e táticos apresentados pelos atletas na competição alvo permitem um panorama geral desta proposta. Neste sentido, em relação às avaliações gerais de controle, o grupo apresentou comportamento satisfatório e condizente com o esperado pela equipe técnica, uma vez que atingiram índices, considerados suficientes para sustentar as questões técnicas e táticas esperadas. No que tange a força máxima o grupo apresentou ligeira evolução em todos os exercícios (1 AVM), aferida no início da periodização e uma semana após a competição alvo, conforme apresentado na Tabela 2:

Tabela 2 - Força máxima Exercício T1 T3 Clean (Kg) 42.5±4.4 48.5±8.6 Supino (Kg) 67.5±11.7 70±10.1

Agachamento (Kg) 105±12.9 115±12.9* Terra (Kg) 78.5±10.7 85±10

Remada baixa (Kg) 65.25±6.1 72±9.7* *Diferença significativa (p<0,05) - Teste T Pareado. O comportamento da resistência de força isométrica de membros superiores, força dinâmica de membros superiores e de tronco, monitorado por testes considerados específicos a modalidade, e pela equipe técnica como fatores determinantes ao desempenho, principalmente quando se planeja o treinamento a longo prazo, apresentou evolução, conforme esperado. Os judocas obtiveram desempenhos considerados bons para força dinâmica de membro superior e para resistência de força isométrica de membros superiores (Agostinho, Olívio Jr, Stankovic, Escobar-molina, & Franchini, 2018).

Tabela 3 - Testes de resistência. Teste T1 T3

Isometria (s) 50.2±20.6 58.7±33.5 Abdominal* 59±7.16 63.7±9.94

Barra* 16.7±6.3 18.75±6.3 *Número de repetições

Com intuito de monitorar o desempenho físico específico, optou-se pelo SJFT, o grupo se apresentou de maneira estável durante o processo: quanto menor o índice, melhor o resultado. O desempenho desses judocas pode ser classificado como regular, segundo classificação proposta por Agostinho et al. (2018) para atletas cadetes com alto nível competitivo.

Tabela 4 - SJFT T1 T3

Índice 13.57±1.18 13.62±1.64 Embora consideremos que as avaliações físicas são importantes para o processo de treinamento de atletas, consideramos que em longo prazo é a capacidade de adaptação física, em conjunto com o aprimoramento técnico e tático, bem como a resiliência psicológica ao treinamento e as demandas competitivas que serão determinantes para o rendimento esportivo. Portanto, a avaliação de fatores psicológicos é fundamental. Neste grupo optou-se por monitorar semanalmente os sintomas e sinais de estresse apresentados por meio do DALDA. O grupo apresentou um comportamento individualizado das respostas dos atletas no que tange a “a” (pior que o normal), sendo que dois atletas acusaram mais respostas “a” durante o bloco B do treinamento. Outro ponto a destacar foi uma

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tendência a apresentar mais respostas “c” (melhor que o normal) no último bloco da periodização, avaliação feita uma semana antes da competição. O número de respostas está apresentado na tabela 5: Número de respostas do DALDA, apresenta as respostas “a” e “c”, as respostas “b” (normal) não foram apontadas. Tabela 5 - Número de respostas no DALDA.

04/jul 14/ago 04/set 02/out 14/nov 27/nov NM 5a e 4c 2a e 5c 9a 6a e 2c 12a e 2c 1a e 7c IS 3a e 5c 2a e 1c 2a e 3c 1a 1a e 4c 2a e 5c JP 7a e 9c 12a e 9c 16a e 7c 12a e 6c 12a e 6c 15a e 8c

LM - - 2a e 8c - - - Dentre os resultados apresentados, consideramos os resultados competitivos e o relatório da competição como os mais importantes no tocante a relevância e as concepções teóricas do método utilizado, bem como a importância da evolução técnica e tática no período, como relação ao Treinamento de Longo Prazo, que esses judocas se encontram (Lloyd et al., 2015). Os resultados competitivos são apresentados na Tabela 6 no Relatório da competição.

Tabela 6 - Relatório da competição

Lutas Direções pontuadas Estratégia

Tática Técnica (Vitórias) (Outras

formas) Individual ou Geral*

NM 6 (6) 3 (3) Plano de ação (Individual)

Enxergou soluções, quando cansado apresentava soluções automáticas. Boa leitura da dinâmica do combate.

Ações efetivas Variabilidade

IS 6 (4) 2 (2) Plano de ação (Geral)

Enxergou soluções, quando cansado apresentava soluções automáticas.

Variabilidade Necessita maior efetividade

JP 7 (7) 4 (1) Plano de ação (Individual)

Calmo, pensava e executava com facilidade. Boa leitura da dinâmica de combate.

Ações efetivas Variabilidade

LM 8 (4) 2 (3) Plano de ação (Geral)

Enxergou soluções, quando cansado apresentava soluções automáticas.

Ações efetivas Variabilidade

*Plano Geral seguiu as metas estabelecidas antes das lutas; Plano Individual alterou as metas estabelecidas antes das lutas de acordo com a dinâmica do combate e do adversário.

O grupo obteve 21 vitórias em 27 lutas e, principalmente, apresentou ampla variedade nas formas de obter pontuações na luta em pé. JP projetou os adversários nas quatro direções possíveis, NM conseguiu o feito em três direções e IS e LM em duas direções. NM e LM ainda obtiveram pontuações de três maneiras diferentes cada um, ou por punição ao oponente ou nas ações da luta de solo, enquanto IS conseguiu outras formas de pontuação de duas maneiras diferentes e JP de uma maneira. Assim, NM, JP e LM alcançaram cinco formas de pontuar e vencer as lutas e IS quatro formas, executando ações

determinantes. Portanto, conquistaram situações de vantagem na luta em pé e no solo. Em relação as ações técnicas houve aumento na variabilidade dos judocas, observado de maneira qualitativa ao longo da temporada, culminando com a competição alvo. No quesito estratégia e tática, nos relatórios individuais dos atletas, constam que seguiam um plano de ações claro e, conforme possibilidade individual, atingiram as metas estabelecidas antes de cada luta, com maior eficiência para JP e NM, que conseguiram, no decorrer de suas lutas, adaptar suas opções táticas conforme andamento dos combates e alterações na dinâmica dos adversários confrontados, devido ao placar, fadiga e ou oportunidades encontradas, apresentando boa leitura dessa dinâmica competitiva, ressaltando que os resultados apresentados em Tática e técnica são compilados das informações apresentadas pelos atletas em seus relatórios descritivos pós competição. Discussão O principal ponto a apresentar neste trabalho é a possibilidade da aplicação da periodização tática adaptada ao judô e identificar nesta metodologia os pontos positivos e negativos em relação à aplicação, monitoramento e resultados. Uma das dificuldades do monitoramento desta periodização é como apresentar, por meio de um instrumento de avaliação, a evolução técnica e tática de uma equipe de competição de judô, devido à complexidade da modalidade. Para buscar uma sistematização optou-se pelo relatório de competição, mas sabedores de sua limitação. Embora os resultados competitivos dependam de inúmeros fatores, pode-se considerar o desempenho dos atletas como positivo, uma vez que o grupo obteve 21 vitórias em 27 lutas, conquistando dois primeiros lugares em quatro possibilidades. Porém, cabe destacar que o resultado competitivo nesta competição não era o objetivo principal com estes atletas e sim ofertar elementos que agreguem repertório técnico e tático promovendo o direcionamento ao alto rendimento, pois os mesmos encontram-se em fase de especialização da modalidade (Smith, 2003). Neste sentido, a metodologia pautou-se em três parâmetros principais para a organização do treinamento, sendo o primeiro, e principal, o desenvolvimento de repertório técnico e tático dos atletas, partindo do que é observado como modelo geral na base (Carratalá-Deval, García-García, & Fernándes-Monteiro, 2010; Olívio Junior et al., 2009), em direção aos aspectos determinantes para sucesso internacional na modalidade (Calmet, Trezel, & Ahmaidi, 2006; Franchini et al., 2008; Lima Kons, Da Silva Júnior, Fischer, & Detanico, 2018; Miarka et al., 2016). O segundo parâmetro foi a dinâmica temporal da competição no que tange aos tempos de estímulo e pausa na luta em pé e no solo (Franchini et al., 2013) e como terceiro parâmetro foi o controle de

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treino baseado principalmente na carga interna (Foster et al., 2001; Viveiros, Costa, Moreira, Nakamura, & Aoki, 2011), nas avaliações de estresse (Rushall, 1990) e nos relatórios técnicos e individuais dos atletas. Partindo destes parâmetros, estruturou-se o planejamento do treinamento, diferindo dos modelos tradicionais, os quais utilizam de repetições de golpes e simulações de lutas durante todo o processo. Na abordagem situacional proposta, a luta, e consequentemente os componentes técnicos e táticos, foram fracionadas ao longo dos blocos. Esta abordagem condicionou os atletas a compreenderem e adaptarem seus repertórios técnicos de acordo com suas características individuais, tornando-os mais adaptáveis e consequentemente com maior capacidade de identificar e escolher as ações a serem executadas, baseando-se nas situações propostas durante os blocos de treinamento. As diferentes formas que o grupo encontrou de pontuar ou executar ações determinantes durante a competição respaldam essa avaliação com relação ao processo de treinamento. O direcionamento racional da periodização tática foi possível pela organização das situações em UF, buscando ofertar desafios por meio do método situacional (Greco, 2013). Desta forma os atletas eram incentivados a identificar e resolver os problemas situacionais para cada UF, pautando suas ações de acordo com as características individuais. Neste sentido, a possibilidade de correção e auxílio do técnico, no processo de ensino-aprendizagem-treinamento, foi potencializada, uma vez que os pontos de ajuste eram focados em cada UF. Desta forma, os randoris fracionados em situações padrões, possibilitam focar a periodização nos fatores técnicos e táticos, rompendo com os modelos de periodização que priorizam as questões da preparação física dos atletas (Franchini, Branco, et al., 2015; Franchini, Del Vecchio, et al., 2015). Cabe destacar que esse modelo de periodização do treinamento gerou sintomas e sinais de estresse de maneira individualizada nos judocas, como observado pelas respostas obtidas na aplicação do DALDA, o que pode ser conferido à identificação de cada um com as UF abordadas em cada período. Em relação às capacidades físicas, pode-se afirmar que foi satisfatório, uma vez que nas avaliações, os atletas apresentaram melhoras em relação ao T1, nas capacidades determinantes, com exceção do SJFT que ficou estável, considerado na média do grupo como razoável para as categorias (Agostinho et al., 2018). Os índices individuais dos atletas no que tange a força foram classificados como bons e excelentes de acordo com a tabela classificatória internacional (Agostinho et al., 2018). Embora o modelo de periodização proposto privilegie os elementos técnicos e táticos o comportamento das capacidades físicas apresentou similaridade com outros modelos de periodização (Azevedo et al., 2004; Franchini,

Branco, et al., 2015), demonstrando que essa proposta parece ser viável para aplicação no judô. Outro ponto que sustenta a abordagem metodológica é o desempenho competitivo. Os atletas que obtiveram a primeira colocação na competição alvo, JP e NM, conseguiram pontuar para quatro e três direções respectivamente. Além disso, o grupo obteve pontuações de cinco outras maneiras, por meio de punições e na luta de solo. Destaca-se, também, o fato dos atletas, embora formados no mesmo local, pelos mesmos técnicos, diferenciaram-se entre si em relação às técnicas utilizadas, reafirmando o caráter de adaptação individual ao modelo, em uma clara ruptura com as características das escolas de ofício, nas quais os atletas executam técnicas que prioritariamente os seus “mestres” sabem executar bem (Drigo et al., 2011). Reflexões finais Os aspectos referentes à periodização tática no judô, aqui discutidos reforçam a premissa da necessidade de se buscar modelos de periodização específicos no judô. Ainda, que uma organização racional das cargas de treinamento apresentem efeitos positivos sobre o desempenho competitivo e desenvolvimento do atleta, uma abordagem que busque desenvolver a tática como elemento central, tendo o desenvolvimento físico como secundário demonstrou ser eficiente para judocas em fase de especialização, uma vez que contemplou os aspectos competitivos da categoria, sem prejuízo nas capacidades físicas proporcionando elementos para direcioná-los ao alto rendimento esportivo, sobretudo pela individualização do desenvolvimento tático. O número de vitórias, variabilidade técnica e tática e as duas vagas conquistadas na seletiva nacional pelos judocas estudados apontam para a viabilidade dessa proposta. Contudo, embora os resultados relacionados ao aspecto da preparação tenham sido satisfatórios para a equipe técnica responsável, existe a necessidade de maiores investigações sobre metodologias para o judô, baseadas no componente tático, em outros locais de treinamento, com atletas de outras categorias de peso e idade e com um número maior de atletas. Para isso, sugerimos que o processo de treinamento, seja norteado pelas Unidades Funcionais descritas no presente manuscrito ou que novas propostas de organização e treinamento, dos componentes técnicos e táticos, direcionem esse debate para uma estruturação cada vez mais específica e adequada que atendam as demandas motoras da preparação desportiva para o judô. Referências Agostinho, M. F., Olívio Jr, J. A., Stankovic, N., Escobar-Molina, R., & Franchini, E. (2018). Comparison of special judo fitness test and dynamic

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*Correspondência - Larissa dos Santos Leonel, email: [email protected] 13

Pilates na Formação Inicial do Profissional de Educação Física: Análise das Grades

Curriculares

Larissa Leonel1, Gelcemar Farias2, Rui Resende1,3 1Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, Brasil; 2Universidade do Estado de Santa Catarina, Santa Catarina, Brasil; 3Instituto Universitário da Maia, Portugal.

RESUMO

Para ensinar o Pilates há necessidade de conhecimento teórico-prático através de certificação e qualificação. Diante do cenário atual com a inserção do profissional de Educação Física no campo do Pilates o presente artigo teve o objetivo de avaliar as grades curriculares dos cursos de bacharel em Educação Física das universidades federais do Brasil que contemplam o método além de compreender a abordagem na disciplina. Trata-se de um estudo documental descritivo qualitativo e quantitativo com busca em bancos de dados eletrônico. Dentre as 63 universidades federais apenas 5 apresentaram a disciplina Pilates, todas de caráter optativo e com carga horária mínima e máxima de 45 e 72 horas respectivamente, com abordagem específica ou diluída dentre outras práticas corporais. As disciplinas de caráter específico contemplam aspectos técnicos, pedagógicos e fisiológicos contextualizando com a atualidade, enquanto as de caráter complementar apresentaram uma abordagem superficial do método. Conclui-se que poucas instituições abordam na sua formação inicial o método Pilates, isto pode ser reflexo da falta de informação científica, perfil profissional almejado pela universidade e também por ser uma modalidade consolidada por fisioterapeutas, necessitando de maior investigação preconizando variáveis do treinamento para ter maior plausibilidade da atuação do profissional de Educação Física nesta modalidade.

ABSTRACT To teach Pilates there is a need for theoretical-practical knowledge through certification and qualification. In view of the present scenario with the insertion of the Physical Education professional in the field of Pilates the present article had the objective of evaluating the curricular grades of the bachelors courses in Physical Education of the federal universities of Brazil that contemplate the method besides understanding the approach in the discipline .This is a qualitative and quantitative descriptive documentary study with search in electronic databases. Among the 63 federal universities, only 5 presented the Pilates discipline, all of them optional, with a minimum and maximum working load of 45 and 72 hours respectively, with a specific or diluted approach among other corporal practices. The specific disciplines include technical, pedagogical and physiological aspects contextualizing with the present time, while those of a complementary nature presented a superficial approach to the method. It is concluded that few institutions approach in their initial training the Pilates method, this may be a reflection of the lack of scientific information, professional profile sought by the university and also because it is a modality consolidated by physiotherapists, requiring more research recommending training variables to have more plausibility of the performance of the Physical Education professional in this modality.

Palavras-chave Pilates, Educação, Currículo.

Keywords Pilates, Education, Curriculum.

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Pilates na Formação em Educação Física

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Introdução Criado nas primeiras décadas do século XX por Joseph Hubertus Pilates com a denominação de Contrologia evoluiu até ficar conhecido como Método Pilates. O método tem por base observações em estudos sobre ginástica olímpica, boxe, artes circenses e algumas práticas orientais como a Yoga, com foco inicial no desenvolvimento físico de militares e com a I Guerra Mundial passou a ser agregada como forma de exercitar os soldados acamados mantendo o foco nos aspectos físicos, mentais e incorporando equipamentos ofertados pelo ambiente hospitalar (Di Lorenzo, 2011). Os princípios básicos do método Pilates incluem centralização, concentração, controle, precisão, fluidez e respiração onde os movimentos devem ser executados e dominados ao ponto que se torne uma reação do subconsciente. Os exercícios devem ser realizados com repetições apropriadas para todos os músculos com ritmo e controle, assemelhando-se com os movimentos dos animais no intuito de evitar a sobrecarga postural (Latey, 2001; Panelli & Marco, 2017; Sean & Gallagher, 2000). O Pilates é compreendido como forma de educação somática no qual abrange o ser humano na sua totalidade sensório-motora, cognitiva, afetiva e em relação ao meio ambiente (Bosanello, 2010; Caldwell, Adams, Quin, Harrison, & Greeson, 2013), contudo também considerado um treinamento com o objetivo de aumentar a força e flexibilidade do centro do corpo (core) (Küçükçakır, Altan, & Korkmaz, 2013). A literatura apresenta consistência dos efeitos benéficos do método na saúde em diferentes faixas etárias, no qual reduz dores lombares (Gaines, 2018), auxilia na autonomia pessoal com melhorias no equilíbrio estático (Rodrigues, Cader, Bento-Torres, Oliveira, & Dantas, 2010) através do fortalecimento das musculaturas abdominais e paravertebrais (Campos et al., 2016; Cruz-Díaz, Bergamin, Gobbo, Martínez-Amat & Hita-Contreras, 2017), influência positivamente parâmetros cardiorrespiratórios (Tinoco-Fernández et al., 2016) além de melhorar a composição corporal, reduzindo a pressão arterial, tendo um impacto clínico na morbimortalidade por doenças cardiovasculares (Junges, Jacondino, & Gottlieb, 2015). Entretanto, no Brasil o Pilates foi incorporado na década de 1990 decorrente da forte difusão no meio da dança e acadêmico trazidos das escolas dos Estados Unidos da América, porém o conhecimento do método só se deu com a abertura de estúdios, divulgação e cursos de formação ganhando força no início da década de 2000 (Macedo, Haas, & Goellner, 2015). Os primeiros ensinamentos ao público em geral ocorreram através de cursos organizados pelos discípulos de Joseph que aprenderam a metodologia pelo convívio, pela instrução dos movimentos e pelas autobiografias (Pilates & Miller, 2010).

Considerando os ensinamentos advindos destas fontes começaram a planejar espaços específicos para a formação de instrutores com currículos definidos, carga horária e estágios (Macedo et al., 2015). Apesar de recente inserção no Brasil o Pilates virou moda e abarcou muitos praticantes pela abrangência de suas aplicações, onde os professores do método se embasam em teorias e recursos pedagógicos a fim de torná-lo acessível a todos. Vendido como um método de condicionamento físico e recomendado por médicos para a reabilitação, atualmente é empregado com maior proporção por fisioterapeutas e profissionais de Educação Física (Bolsanello, 2015; Di Lorenzo, 2011). O método é um elemento essencial para reabilitação, prevenção de lesões e exercício para melhoria de habilidades motoras, sendo importante a compreensão de numerosos músculos e seu mecanismo de trabalho tornando-se um pré-requisito o conhecimento em anatomia e cinesiologia para entender as posturas com base na compreensão da estrutura esquelética e muscular (Roh, 2015). Por apresentar características específicas é necessário ter vivência teórico/prático na modalidade, sendo por vezes ofertada pelo curso de graduação constituindo um impulso para atuação profissional futura. Entretanto, alguns locais de atuação exigem uma formação complementar para atuar com o método, com base em sistema de qualificação e certificação (Oh, 2011; Oh, Ahn, & Kim, 2013; Roh, 2015). Conforme mencionado anteriormente, o profissional de Educação Física ganhou espaço neste campo de atuação, principalmente com a evolução nas Diretrizes Curriculares para os cursos de graduação da área de Educação Física, juntamente com a criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF no qual corroboram para ações de “Atividade Física/ Práticas Corporais” com isto incorpora o profissional de Educação Física nas equipes multidisciplinares de saúde considerando as práticas corporais como movimento do corpo podendo ser individuais e coletivas desde que sejam benéficas à saúde, que inclui práticas de caminhadas e orientação para a realização de exercícios, englobando as práticas lúdicas, esportivas e terapêuticas no qual inclui o Pilates (Benites, Souza-Neto, & Hunger, 2008). A partir da resolução 201/2010 o profissional de Educação Física passa a ser oficialmente reconhecido como atuante no Pilates, considerada uma modalidade dentro da ginástica no qual atende aos propósitos da promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde enquadrando-se, no controle ético-profissional regulamentado na Educação Física (CONFEF, 2018). Cesana (2011) investigou a ascensão das práticas corporais alternativas e a atuação na área de Educação Física, dentre as práticas estudadas havia o Pilates e verificou-se que dos profissionais entrevistados atuantes no Pilates mais da metade era formado em Educação Física,

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Pilates na Formação em Educação Física

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fortalecendo o papel do Profissional de Educação Física no cenário do Pilates. Diante do cenário atual com a inserção do profissional de Educação Física no campo do Pilates objetivou-se avaliar as grades curriculares dos cursos de bacharelado em Educação Física das universidades federais do Brasil que disponibilizam o conhecimento teórico-prático do método na formação inicial e compreender a abordagem na disciplina. Método Trata-se de um estudo documental descritivo qualitativo e quantitativo com busca em bancos de dados eletrônico. Primeiramente buscou-se no site do e-mec as Instituições de Ensino Superior de rede Federal que ofertavam o curso de bacharelado em Educação Física. Para isto foram selecionados filtros para busca de “Instituição de Ensino Superior”, com categoria administrativa “Pública Federal”, organização acadêmica “Universidades”, com tipo de credenciamento “Presencial”, realizando-se este processo para os 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal. Após este processo realizou-se uma busca manual nos sites das Instituições de Ensino Superior de rede Federal na intenção de verificar as que ofertavam o curso de bacharelado. Desta forma aprofundou-se a busca pelas ementas e planos pedagógicos das disciplinas que abordavam o método Pilates na graduação. Para aquelas que não disponibilizavam as ementas na integra procedeu-se ao contato via e-mail para obtenção de maiores informações, obtendo retorno de todas as instituições ao ser solicitado a ementa completa. Utilizou-se como critério de seleção o nome da disciplina ser Pilates, ou possuir na ementa ou referência bibliográfica a temática. A coleta de dados foi realizada entre os meses de agosto a novembro de 2018 e todos os dados foram tabulados em planilha Excel®. Resultados Na Tabela 1 estão descritos por região as Universidades Federais do Brasil, onde das 63 universidades apenas 27 ofertam o curso de Educação Física Bacharelado, estando aglomeradas em maior quantidade na região Sudeste. Ao se observar as instituições que ofertam a disciplina de Pilates na sua formação inicial a região Sul e Nordeste apresentaram maior destaque.

Tabela 1 - Características gerais da busca das Universidades Federais do Brasil (n = 63).

Região Total UF

Curso Ed. Física Bacharelado

Disciplina Pilates

Sul 11 5 2

Sudeste 19 12 0

Centro-oeste

6 2 1

Norte 10 1 0

Nordeste 17 7 2

Total 63 27 5

Nota: UF= Universidade Federal; Ed. Física= Educação Física

Na Tabela 2 estão descritas as universidades que contemplam o método Pilates, com variação de carga horária para tal, sendo que a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) apresenta a maior carga horária com 72 horas e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) a menor carga horária com 45 horas. Todas as ofertas são de forma optativa e algumas instituições abordam o método Pilates com outras práticas corporais.

Tabela 2 - Universidades Federais do Brasil que possuem a disciplina que englobe o Métodos Pilates (n = 5). Região Uni Disciplina CH Oferta Conteúdo

SUL

UFSC Método Pilates solo I

72h Optativa Específico

UTFPR Tópicos em práticas corporais

45h Optativa Complementar

CENTRO-OESTE

UFG Práticas corporais holísticas e saúde

64h Optativa Complementar

NORDESTE UFMA

Tópicos especiais em atividade física e saúde VIII (Pilates)

60h Optativa Específica

UFC Pilates 64h Optativa Específica Nota: Uni = Universidades; CH= carga horária; UFSC= Universidade Federal de Santa Catarina; UTFPR= Universidade Tecnológica Federal do Paraná; UFG= Universidade Federal de Goiás; UFMA= Universidade Federal do Maranhã; UFC= Universidade Federal do Ceará.

Na Tabela 3 apresentam-se as ementas das disciplinas que contemplam o Pilates, no qual observa-se a variedade de conteúdo ministrado, desde as técnicas específicas do método, benefícios e cuidados até outras modalidades de caráter somático.

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Pilates na Formação em Educação Física

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Tabela 3 - Conteúdo abordado nas disciplinas de Pilates das Universidades Federais do Brasil. Universidades Conteúdo abordado

UFSC

Conhecer o corpo em relação à postura/equilíbrio, consciência corporal, sensibilização das tensões, expressões corporais; O método Pilates e o campo da educação física, problemas e soluções; Controle e busca do vigor orgânico (estado físico–emocionais= tensão relaxamento); Respiração (autoconhecimento); Pesquisas e a problematização dos estudos e práticas do Método Pilates.

UTFPR

Fundamentos anátomo-fisiológicos dos recursos manuais (Plexos; Sistema Linfático; Pele: Sistema Nervoso: Sistema Endócrino); Respiração e concentração (Respiração Diafragmática; Respiração Completa; Meditação; Autoconhecimento); Unidade motora (Estrutura da Célula Nervosa Função da Célula Nervosa; Outros recursos corporais (Alongamento; Iso-Stretching; Dança; Yoga; Ritos; Saudações; Tai Chi Chuan; Pilates; Chi Kung; Capoeira; Ginástica para Todos; entre outros); Técnicas de relaxamento (Meditação; Consciência Corporal; Atitude Mental); Formas de intervenção na sociedade (aulas de transformação; Educação em Valores Humanos; Aulas de Práticas Corporais; Aulas de Técnicas Específicas da Educação Física com o Sentido da Prática); Benefícios das diversas práticas corporais para o desenvolvimento humano integral (ética; Estética; Combate ao Estresse; o Valor do Presente; Valorização da Cultura; Criatividade; entre outros).

UFG

Estudo dos princípios e das formas de apropriação cultural de práticas corporais de tradição milenar, de perspectivas holística e integrativa, a serem difundidas como saberes ampliados para formação profissional. Fundamentos teórico-metodológicos para atuação no âmbito da corporalidade e da reeducação corporal em saúde, tais como ioga, shantala, shiatsu, tai-chi-chuan, Pilates.

UFMA A importância da técnica postural visando a melhoria da saúde e qualidade de vida. Treinamento do Pilates para aprimoramento da funcionalidade dos diferentes sistemas orgânicos e sua aplicação nas diferentes situações da prática da atividade física.

UFC

A emergência do Pilates. Visão atual na aplicação do método. Análise cinesiológica dos exercícios, fundamentos e princípios da prática. Sequências básicas e rotinas. Benefícios para o bem-estar físico e mental.

Nota: UFSC= Universidade Federal de Santa Catarina; UTFPR= Universidade Tecnológica Federal do Paraná; UFG= Universidade Federal de Goiás; UFMA= Universidade Federal do Maranhã; UFC= Universidade Federal do Ceará.

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Pilates na Formação em Educação Física

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Discussão O estudo teve o objetivo de fazer um levantamento das universidades federais com curso de bacharelado em Educação Física que oportunizam na sua formação inicial o conhecimento teórico-prático no método Pilates e observou-se que apenas cinco universidades federais em todo o Brasil possuem a disciplina em questão. Apesar do Pilates ser uma modalidade recentemente incorporada pelo profissional de Educação Física após as reformar curriculares e concessão do conselho para tal atuação, alguns estudos corroboram com a ascensão do profissional nesta área. Cesana (2011) evidenciou a atuação dos profissionais de Educação Física na Unidade Básica de Saúde com exercícios de Pilates como forma de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Um estudo realizado em Belo Horizonte em academias que ofertavam Pilates demonstrou que o profissional de Educação Física vem ocupando este mercado juntamente com o fisioterapeuta (Vaz & Signorini, 2009). No Rio de Janeiro dos 15 centros de Pilates, 27% eram fisioterapeutas, 60% profissionais de Educação Física e 13% possuíam ambas as formações (Cunha & Nogami, 2011). Estes resultados reforçam a possibilidade de atuação do profissional de Educação Física no método Pilates. O profissional de Educação Física tem ganhado espaço no mercado do Pilates, contudo, não se sabe a relação da sua atuação com a experiência com modalidade na formação inicial. Observou-se que poucas universidades apresentam a disciplina que contempla a modalidade Pilates, decorrente de as instituições de ensino superior precisarem formar profissionais generalistas que disseminem o conhecimento teórico-prático do movimento humano com consciência e responsabilidade. Incorporando todos os praticantes, considerando as particularidades individuais, aspectos sociais e cognitivos na busca da melhoria na qualidade de vida da sociedade, neste sentido acredita-se que estejam aptos a trabalhar com diferentes modalidades (Oelke, Raiter, & Montagnoli, 2010). O plano pedagógico das Universidades Federais segue princípios de contemplar aspectos mais pertinentes na formação inicial com disciplinas de cunho biológico, esportivo e pedagógico, sendo ofertado de forma optativa as disciplinas não essências para a formação principal do profissional (Brasil, 2004). Como pode se notar nos resultados todas as universidades que disponibilizam o Pilates são de caráter optativo e algumas abordam junto outras práticas corporais por necessidade de contemplar outras disciplinas essenciais e também por ser uma atividade específica onde se pode adquirir maior conhecimento na formação continuada (Oh, 2011; Oh, Ahn & Kim 2013; Roh, 2015), estando diretamente ligado ao perfil profissional que a instituição quer formar (Brasil, 2004). Estudo de

Rezende, Ribeiro e Lemke (2014) confirmam a busca do profissional de Educação Física pelo Pilates na formação continuada, onde cerca de 36.4% dos especialistas atuantes na área de uma instituição de ensino superior de Goiânia eram da educação física. Além do levantamento do tipo de oferta e carga horária o presente artigo visou fazer um levantamento dos conteúdos abordados nestas disciplinas. As universidades que abordam a disciplina de forma específica disponibilizando a carga horária total para a modalidade do Pilates conseguem aprofundar-se mais na temática. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Universidade Federal do Maranhã (UFMA) e a Universidade Federal do Ceará (UFC) abordam no seu conteúdo específico os princípios do método com uma visão técnica dos movimentos e também com um olhar nas adaptações orgânicas objetivando a melhoria na qualidade de vida de diferentes populações, para isto trabalham na lógica da problematização teórico-prático, além de contextualizarem a modalidades no cenário atual com embasamento científico. Nas instituições que ofertam a disciplina de forma complementar contemplando outras práticas corporais como a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e a Universidade Federal de Goiás (UFG) o Pilates se dilui na carga horária final. Na UTFPR a sua ementa aborda diferentes técnicas corporais para relaxamento como as terapias manuais, respiração e concentração e um módulo com diferentes recursos corporais dentre eles o Pilates com um aprofundamento leviano. Na UFG o conteúdo é de uma visão mais holística para diferentes modalidades, abordando conteúdo teórico-metodológico no âmbito da reeducação corporal, tendo um aprofundamento superficial do Pilates. Contudo, deve-se ressaltar que mesmo o Pilates diluído dentre outras práticas consideramos que o fato de vivenciar e despertar a curiosidade pela modalidade já é válido. Um ponto importante para a atuação no método não é somente a experiência na formação inicial, mas também uma identificação e perfil do profissional. A literatura vem abordando aspectos relacionados principalmente com a reabilitação e promoção da saúde, com análises de recrutamento muscular, flexibilidade, percepção de saúde, dor, sintomas depressivos e capacidade funcional sem grande expressividade para a condução do treinamento (Campos et al., 2016; Costa, Roth, & Noronha, 2012). O profissional de Educação Física, por essência, trabalha com variáveis do treinamento e, por isso, não tem uma compreensão clara do seu papel nesta modalidade. Após a sua criação por Joseph Pilates, o método tem sofrido algumas adaptações comerciais (Pilates & Miller, 2010), contudo mantém a ênfase no fortalecimento do centro do corpo com contrações excêntricas, concêntricas e principalmente isométricas associando-se a uma integração articular com consciência corporal (Di Lorenzo, 2011).

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A difusão do Pilates consistia em uma série de 10 repetições para cada exercício, mas atualmente com o conhecimento do profissional de Educação Física há uma liberdade maior para atuar com o treinamento, podendo modular séries e repetições, tempo de intervalo e ênfases em determinadas contrações musculares. Artigos vem demonstrando os efeitos do uso dos equipamentos no Pilates (Bulguroglu et al., 2017; Loss, Melo, Rosa, Santos, La Torre, & Silva, 2010; Melo, Gomes, Silva, Bonezi, & Loss, 2011) mas também diversos efeitos são encontrados no treinamento do Pilates solo atuando apenas com o peso corporal (Bertoli, Biduski, & Rocha-Freitas, 2017; Pereira, Queiroz, Loss, Amorim, & Sacco, 2017; Vaquero-Cristóbal, Alacid, Esparza-Ros, Muyor, & López-Miñarro, 2015) sendo uma alternativa de baixo custo e fácil aplicabilidade tornando uma ferramenta na atuação profissional, seja complementando o atendimento de personal trainer como também em centros de saúde. Por se tratar de uma modalidade atual no Brasil e por recente inserção do profissional de Educação Física neste campo, pouco se sabe sobre a aplicabilidade do Pilates para estes profissionais. Devido às pesquisas científicas não se atentarem aos modelos de treinamento, com rigidez metodológica na aplicação do treinamento, não se tem evidências plausíveis da possibilidade de atuação do profissional de educação física, corroborando para que não seja abordado como disciplina interessante na formação inicial. Conclusão Apesar de ter 63 instituições de ensino superior federal apenas cinco contemplam na sua grade curricular o método Pilates. Todas de caráter optativo, com uma variedade de carga horária e conteúdo ministrado, sendo destinado a carga horária total para a modalidade ou também tratando de uma forma mais superficial por ter que contemplar outras práticas corporais. O fato de poucas instituições abordarem na sua formação inicial o método Pilates corrobora para um quadro de insegurança profissional da atuação do profissional de Educação Física. Reflexo de baixa informação científica no âmbito do treinamento utilizando o Método Pilates com ênfase na prescrição do treinamento, do perfil profissional almejado pelas Universidades Federais e por ser uma modalidade consolidada por fisioterapeutas. Diante deste cenário há uma necessidade de maior investigação preconizando as variáveis do treinamento para que se possa ter maior plausibilidade da atuação do profissional de Educação Física nesta modalidade e com isto gerar um repensar da modalidade Pilates na formação inicial. por se tratar de um estudo descritivo documental no qual buscou-se nos sites das instituições seus planos pedagógicos e ementas que consistiu em selecionar

aquelas que apresentassem a palavra Pilates nos documentos, acresce o risco de viés que, no decorrer da disciplina o professor poderá abordar algo sobre o método e este não estar especificado na ementa disponibilizada previamente. Referências Benites, L. C., Souza Neto, S., & Hunger, D. (2008). O processo de constituição histórica das diretrizes curriculares na formação de professores de educação física. Educação e Pesquisa, 34(2), 343–360.

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*Correspondência - Juan Pedro Fuentes, email: [email protected] 21

Ansiedad competitiva en judokas cadetes:

diferencias en género y categoría de peso

Silvia Pulido1, Juan Pedro Fuentes2, Ricardo de la Vega3

1Facultad de Ciencias del Deporte, Universidad de Extremadura, España; 2Facultad de Ciencias del

Deporte, Universidad de Extremadura, España; 3Facultad de Formación del Profesorado y Educación.

Universidad Autónoma de Madrid.

RESUMEN

El objetivo del estudio fue analizar la ansiedad competitiva en judokas de categoría cadete identificando las posibles diferencias que puedan existir en función del peso y del género de los deportistas, para ello se administró el Sport Anxiety Scale-2 (SAS-2) en su versión española a un total de 53 judokas con edades comprendidas entre los 14 y 17 años, todos ellos en posesión de la licencia federativa en alguna comunidad

autónoma y participantes en el campeonato regional correspondiente. Los resultados obtenidos, no mostraron diferencias significativas para ninguna de las variables estudiadas (ansiedad somática, preocupación y desconcentración) respecto al peso ni al género de los judokas.

ABSTRACT

The objective of the study was to analyze the competitive anxiety in cadet category judokas to identify possible differences according to weight and gender of the athletes. Spanish version of Sport Anxiety Scale-2 (SAS-2) was used to 53 judokas aged between 14 and 17 years, all of them in possession of the federative license in some autonomous community and participants in the corresponding regional

championship. The results obtained showed no significant differences in each variables studied (somatic anxiety, worry and deconcentration) regarding to the weight or gender of the judokas.

Palabras clave Ansiedad, Judo, Peso, Género.

Keywords Anxiety, Judo, Weight, Gender.

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Journal of Sport Pedagogy and Research 5(1) - (2019) 21-26

Journal of Sport Pedagogy and Research, 5(1), pp.21-26, 2019

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Introducción La ansiedad, junto a otras variables psicológicas de

gran importancia, es estudiada cada vez más con el

fin de conseguir la excelencia competitiva en

muchos deportes (Molina, Sandín, y Chorot, 2014;

Morillo, Reigal, y Hernández-Mendo, 2016).

Hernández y Torres (2007, 2011), Montero,

Moreno-Murcia, González, Pulido, y Cervelló

(2012) y Pulido, Fuentes, y Jiménez (2017) señalan el valor que tiene la preparación integral de un

deportista durante los entrenamientos para llegar en

condiciones óptimas a la competición, incidiendo en

cada uno de sus componentes (físico, técnico-

táctico, fisiológico y psicológico). En el caso de los

deportes de combate, y dentro de estos en especial,

aquellos que son considerados de contacto como es

el caso del judo, resulta relevante el estudio de la

influencia de los niveles de ansiedad elevados

debido a que el judoka percibe como amenaza la

confrontación con el rival en el combate, lo que le condiciona a experimentar niveles elevados de

partida (Simon y Martens, 1977).

La ansiedad se conceptualiza como rasgo, más

ligada a la personalidad del deportista, o como

estado, caracterizada por sentimientos asociados a la

activación del organismo en función del momento

en el que se encuentra (Spielberger, Gorsuch, y

Lushene, 1968). Además, resulta frecuente encontrar

también diferenciaciones de los niveles de ansiedad

en función de sus manifestaciones, ya sea somática o

cognitiva. La primera de ellas, responde a un

componente fisiológico del deportista, mientras que la segunda se refiere a los procesos de pensamiento

que surgen como consecuencia de la situación en la

que se encuentra la persona (Weinberg y Gould,

1995). Smith, Smoll, y Schutz (1990), proponen

también diferenciar dentro del componente

cognitivo dos niveles, uno que analizaría la

preocupación que puede influir en los judokas a la

hora de pensar en las consecuencias que tendrían

para ellos no obtener los resultados para los que se

han preparado, y el otro analizaría la

desconcentración de éste, respecto a la focalización en aspectos clave de la competición, mostrándose

disperso e impidiendo esto una claridad de reflexión

durante el campeonato (Grossbard, Smith, Smoll, y

Cumming, 2009).

En algunos de los cuestionarios elaborados para

medir la ansiedad, no se consideró analizar los

componentes anteriormente citados de concentración

y preocupación, como el Sport Competition Anxiety

Test (SCAT) de Martens, Vealey, y Burton (1990);

el State - Trait Anxiety Inventory (STAI) de

Spielberger (1983); o el Competitive State Anxiety

Inventory-2 (CSAI-2) de Martens, Burton, Vealey, Bump, y Smith (1990). Por su parte, Smith et al.

(1990) proponen el Sport Anxiety Scale (SAS), que

mantiene como objeto de evaluación la ansiedad

rasgo específica de la competición deportiva,

presentando un componente cognitivo y uno

somático que contemplan la preocupación y la

desconcentración del deportista. Posteriormente se

creó una nueva versión del SAS, el Sport Anxiety

Scale-2 (SAS-2; Smith, Smoll, Cumming, y

Grossbard, 2006) y su adaptación y validación al

español por Ramis, Torregrosa, Viladrich, y Cruz

(2010), que es el que se plantea utilizar en este

estudio. La Escala de Ansiedad Competitiva-2

(SAS-2), es considerada una de las mejores herramientas de evaluación de la ansiedad

competitiva en niños y adolescentes (Ramis,

Viladrich, Sousa, y Jannes, 2015).

Diversos estudios actuales sobre la ansiedad

relacionados con los deportes de combate muestran

el factor peso como determinante en la aparición de

esta variable (Escobar-Molina, Rodríguez-Ruiz,

Gutiérrez-García, y Franchini, 2015; Matthews,

Stanhope, Godwin, Holmes, y Artioli, 2019). Cabe

resaltar que en el judo los deportistas no solo están

separados por categorías de edad, sino también por peso, llegando a distinguir un total de 7 pesos para

mujeres y 7 para hombres en categoría senior, los

cuales varían según la edad de los competidores

(infantiles, cadetes, junior o senior). En un estudio

llevado a cabo por Franchini, Moura, Shiroma,

Humberstone, y Julio (2019) se observó que los

judokas de pesos pesados competían a un ritmo más

alto que los judokas de pesos ligeros. Las técnicas

que se utilizan durante una competición de judo con

relación al peso del judoka también han sido objeto

de estudio, llegando a establecerse un número de

técnicas específicas ejecutadas por los pesos más ligeros y otras distintas llevadas a cabo por judokas

de pesos más elevados (Martins et al., 2019). Por

todo lo anterior la variable peso es considerada y

tenida en cuenta por los entrenadores a la hora de

elaborar los entrenamientos para sus deportistas y

como puede influir no solo dentro de cada categoría

si no también la forma de acceder a uno u otro peso

mediante la pérdida o ganancia del mismo (Morales

et al., 2018). En una reciente investigación llevada a

cabo por Ruiz�Barquín, Robles y García (2018)

con una muestra de 30 judokas, se encontraron

diferencias significativas en función del peso,

manifestando los hombres de pesos pesados una ansiedad cognitiva más elevada. Respecto a la

ansiedad y el género, varios autores han puesto de

manifiesto la relevancia de su estudio (Interdonato,

Miarka, y Franchini, 2013). En una investigación

llevada a cabo por Hogrefe, Ruiz-Barquín, y

Molinero (2018) con una muestra de 58 judokas, los

resultados significativos obtenidos revelaron que el

nivel de ansiedad de las mujeres era más elevado

que el de los hombres, resultados que siguen la línea

de Montero et al. (2012), en su estudio con 128

judokas de nivel amateur y de alto rendimiento, encontrando mayores niveles de ansiedad en las

mujeres respecto a los hombres.

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Por todo ello, el objetivo de nuestro estudio se centra

en analizar la ansiedad competitiva en judokas de

categoría cadete identificando las diferencias que

puedan existir en función del peso y del género de

los deportistas.

Método Participantes

La muestra del estudio estuvo compuesta por un

total de 53 judokas de diferentes regiones de España

(Nhombres = 33; Nmujeres = 20), completando tres

grupos. Uno formado por deportistas de los pesos:

hasta 40kg y hasta 44kg (mujeres) y hasta 50kg y

hasta 55kg (hombres) englobados en el grupo “peso

ligero”. El segundo grupo estuvo compuesto por

deportistas de los pesos de hasta 48kg, hasta 52kg y

hasta 57kg (mujeres) y hasta 60kg, hasta 66kg y

hasta 73kg (hombres), incluidos en el grupo “peso

medio”. El tercer y último grupo estuvo formado por deportistas de los pesos: hasta 63kg, hasta 70kg y

más de 70kg (mujeres) y hasta 81kg, hasta 90kg y

más de 90kg (hombres), conformando el grupo

“peso pesado” (NpesoLigero = 18; NpesoMedio =

25; NpesoPesado = 10), todos ellos de la categoría

cadete. La edad media de los participantes fue de

Medad = 15 años; (SDedad = .877). La selección

muestral fue incidental siguiendo criterios de

pertinencia. Los criterios de inclusión fueron que

todos los deportistas debían estar federados en

alguna comunidad autónoma española y entrenar en

sus respectivos clubes, debiendo ser también participantes en competiciones de nivel regional. El

estudio cumplió con la normativa del comité de

bioética de la Universidad de Extremadura.

Instrumentos

Para medir la ansiedad competitiva se utilizó el

Sport Anxiety Scale-2 (SAS-2) de Smith et al.

(2006) validado y traducido al español por Ramis, et

al. (2010). Dicho instrumento está compuesto por 15

ítems que miden 3 factores: ansiedad somática, preocupación y desconcentración. La consistencia

interna de cada uno de los factores resultantes del

análisis factorial (alpha de Cronbach), presentó los

siguientes resultados: ansiedad somática (.83),

preocupación (.78) y desconcentración (.73).

Procedimiento

En primer lugar, se realizó una toma de contacto con

los entrenadores responsables de diferentes dojos de

toda España. El equipo de investigación contactó

con ellos mediante correo electrónico, detallando el objetivo y el propósito del estudio. Posteriormente,

para todos los que accedieron a participar, se les

informó sobre los riesgos y beneficios del estudio.

Todos los participantes tuvieron que entregar un

documento con el consentimiento expreso de los

padres o tutores, para participar, siguiendo el

Reglamento (UE) 2016/679 del Parlamento Europeo

y del Consejo de 27 de abril de 2016, puesto que la

categoría seleccionada para el estudio comprende

edades de entre 14 y 17 años.

A continuación, se administró un cuestionario

sociodemográfico y junto a éste el SAS-2,

ofreciendo ayuda en el caso de necesitarla al

cumplimentar el cuestionario.

Análisis estadístico

Se llevaron a cabo pruebas de normalidad,

Kolmogorov-Smirnov y de homocedasticidad de las

variables mediante la prueba de Levene. Los datos

obtenidos mostraron una distribución no normal, por

lo cual se utilizó para los análisis estadística no

paramétrica.

Se realizaron análisis de fiabilidad para comprobar

la validez de cada uno de los ítems y la consistencia interna de del cuestionario, además de un análisis

descriptivo (ver tabla 1).

Para analizar las diferencias en peso (ligero, medio o

pesado) llevamos a cabo la prueba de Kruskal-

Wallis y para analizar las diferencias en cuanto al

género empleamos la prueba U de Mann Whitney,

donde la ansiedad somática, la preocupación y la desconcentración fueron las variables dependientes

en ambos casos.

Para el registro de la muestra y el análisis de los

datos, se utilizó el programa estadístico informático,

IBM SPSS Statistics versión 21.

Resultados

Los resultados en cuanto a la variable ansiedad

somática en función del peso de los judokas cadetes

muestran que no existen diferencias significativas en ninguna de las categorías de peso establecidas

(ligero, medio o pesado).

Por lo que se refiere a la variable preocupación, no

se han encontrado diferencias estadísticamente

significativas en ninguna de las categorías de peso

establecidas.

Tabla 1 - Estadísticos descriptivos y fiabilidad de las variables: Ansiedad somática, preocupación y desconcentración.

Variables Rango M SD Alpha de

Cronbach

Ansiedad somática 1-7 2.66 1.20 .86

Preocupación 1-7 3.59 1.09 .87

Desconcentración 1-7 2.47 1.08 .78

Nota: M = Media; SD = Desviación típica.

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Por último, en la comparativa entre la

desconcentración y el peso de los deportistas

tampoco hemos obtenido diferencias significativas.

Siguiendo la misma línea de los resultados

anteriormente mostrados, tampoco se encontraron

diferencias estadísticamente significativas en cuanto

al género de los judokas al compararlo con las tres

variables dependientes (ansiedad somática,

preocupación y desconcentración) (ver tabla 2).

Tabla 2 - Resultados de Kruskal-Wallis y U de Mann Whitney para las variables: Ansiedad somática, preocupación y desconcentración.

Género N Rangos U Sig. Categoría Pesos N Rangos Sig.

Ansiedad

somática

Masculino 33 26.30 Peso ligero 18 26.56

Femenino 20 28.15 Peso medio 25 25.90

Total 53 Peso pesado 10 30.55

307.00 .672 Total 53

.713

Preocupación

Masculino 33 26.09 Peso ligero 18 25.53

Femenino 20 28.50 Peso medio 25 27.30

Total 53

Peso pesado 10 28.90

300.00 .581 Total 53

.849

Desconcentración

Masculino 33 27.09 Peso ligero 18 26.42

Femenino 20 26.85 Peso medio 25 28.12

Total 53

Peso pesado 10 25.25

327.00 .956 Total 53

.865

Nota: N = tamaño muestral; U = U de Mann–Whitney; Sig. = Sig. asintótica (bilateral).

Discusión El objetivo de este estudio fue analizar la ansiedad

competitiva en judokas de categoría cadete,

identificando las diferencias que pudieran existir en

función del peso y del género de los deportistas.

En cuanto al peso, no se encontraron diferencias

significativas en ninguno de los grupos de pesos

establecidos para la categoría cadete respecto a la

ansiedad somática. Estos resultados pueden ser

debidos a que los judokas se encuentran a un paso de

pertenecer a categorías superiores, donde el dominio

de las técnicas y la experiencia en competición se hacen patentes. En esta misma línea, el estudio de

Hernández, Olmedilla y Ortega (2008) muestra, en

una muestra de 97 judokas, que aquellos de

categoría cadete obtuvieron niveles de ansiedad

somática más bajos que los deportistas de categoría

infantil, siendo los segundos más jóvenes que los

primeros. De la misma forma, en la investigación

llevada a cabo por Hogrefe et al. (2018), los judokas

cadetes presentaron menores niveles de ansiedad en

las pruebas de ansiedad que los judokas junior y

sénior.

Con relación a las variables preocupación y desconcentración, que conforman la ansiedad

cognitiva, tampoco se encontraron diferencias

significativas en cuanto al peso de los judokas. Una

posible causa de estos resultados puede ser que en

estas etapas los judokas suelen entrenar de la misma

forma, tanto a nivel técnico como táctico, sin

diferenciación de pesos, pudiéndose mostrar el

mismo nivel de ansiedad cognitiva y, dentro de esta,

la preocupación hacia la ejecución técnica en

competición y la falta de habilidad para concentrarse

en competición tanto en pesos bajos como en altos.

En cambio, Ruiz�barquín, Robles y García (2018),

en su estudio con judokas adultos, obtuvieron

resultados significativos en cuanto al peso de los judokas, encontrándose la ansiedad cognitiva más

elevada en los judokas de pesos pesados que en los

de pesos bajos. Por otra parte, se encuentra la

ansiedad que experimentan los judokas por

encontrarse dentro de la categoría de peso para

poder competir y que podría mostrarse como

ansiedad cognitiva, mostrando a investigación

desarrollada por Escobar-Molina et al. (2015)

diferencias en esta variable en los judokas de

categoría cadete.

Por último, con relación al género de los judokas, comparándolo con las variables dependientes de

nuestro estudio (ansiedad somática, preocupación y

desconcentración), tampoco se encontraron

diferencias estadísticamente significativas. Estos

resultados se encuentran en contraposición a los

obtenidos por Ruiz�barquín et al. (2018), donde los

hombres de pesos superiores obtuvieron niveles de

ansiedad cognitiva elevados, aunque la muestra de

su estudio era de judokas de categoría senior, no

pudiéndose del todo comparar con la muestra de

nuestro estudio. Siguiendo la misma premisa

anterior, los judokas de estas categorías preparan las

competiciones juntos, tanto chicos como chicas sin diferenciación por sexo. Así, técnica y randoris se

hacen en conjunto, pudiendo este hecho explicar en

cierta forma nuestros resultados en cuanto a la no

aparición de diferencias significativas respecto al

género. Carvalho, Dubas, Moreira, Lopes, Martin,

Prado, Carvalho, y Derose (2001) mostraron en su

estudio sobre estrés competitivo en judokas niveles

moderados de la variable dependiente, no

encontrando diferencias significativas entre los

grupos que se estudiaron. Además, también

encontramos otros estudios llevados a cabo con

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judokas en los que no se obtuvieron diferencias

significativas entre hombres y mujeres en la variable

ansiedad (Montero et al., 2012; Valdivia-Moral, et

al., 2016), tal y como sucede en nuestro estudio.

Limitaciones y prospectivas de futuro

Una de las limitaciones de este estudio ha sido el

tamaño de la muestra, que de ser mayor quizás pudiera mostrar diferencias por pesos,

recomendadnos para futuros estudios una muestra

más amplia y que pueda comparar además varias

categorías.

Por otro lado, el nivel de iniciación de los judokas

ha podido influir en la no obtención de diferencias

significativas, aunque todos ellos eran participantes

en campeonatos regionales, todavía no tienen una

obligación de lograr resultados, incluso

clasificatorios, ya que todos pueden acceder a las

competiciones de sus comunidades autónomas. Por último, sería interesante la medición de la

variable ansiedad el día antes del pesaje, ya que este

aspecto podría influir en la ansiedad cognitiva y

dentro de esta en la preocupación del deportista

interfiriéndole a la hora de concentrarse para la

competición.

Conclusiones

Basándonos en los resultados obtenidos en nuestro

estudio, podemos concluir que no se encuentran

diferencias significativas en cuanto a las categorías de peso de los judokas cadetes con relación a las tres

variables analizadas (ansiedad somática,

preocupación y desconcentración).

En cuanto al género de los judokas cadetes, tampoco

se encuentran diferencias significativas con relación

a las tres variables dependientes anteriormente

citadas.

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*Correspondência - Martin Camiré; [email protected] 27

Promoting Positive Youth Development and Life Skills in Youth Sport:

Challenges and Opportunities amidst Increased Professionalization

Martin Camiré1 and Fernando Santos2 1School of Human Kinetics, University of Ottawa, Canada; 2Higher School of Education, Polytechnic Institute of Porto, Portugal; Higher School of Education, Polytechnic Institute of Viana do Castelo, Portugal; inED, Center for Research and Innovation in Education.

ABSTRACT Positive youth development represents a strength-based approach to development in which life skills are recognized as desired assets that prepare youth to function as productive members of society. In many countries around the world, there is increased attention paid to the teaching of life skills through sport, but researchers have cautioned against the dangers of blindly evangelizing the virtues of sport participation. The purpose of this paper is to offer a brief commentary on the challenges and opportunities that exist in promoting positive youth development and life skills amidst the increased professionalization of youth sport. In the first part of the paper, a case is made for tempering our expectations about sport’s intrinsic developmental value and instead focus on being intentional in exposing youth to life skills messaging and experiential learning opportunities. In the second part of the paper, coach education and the professionalization of youth sport are examined as contemporary challenges in relation to the dilemmas they create and the opportunities they present.

RESUMO O desenvolvimento positivo dos jovens representa uma abordagem baseada no desenvolvimento dos jovens em que as competências de vida são reconhecidas como ativos desejados que preparam os jovens para funcionarem como membros produtivos da sociedade. Em muitos países ao redor do mundo, há um aumento da atenção prestada ao ensino das competências de vida através do desporto, mas os investigadores têm advertido contra os perigos de evangelizar cegamente as virtudes da participação desportiva. O objetivo deste artigo é oferecer um breve comentário sobre os desafios e oportunidades que existem na promoção do desenvolvimento positivo de jovens e competências de vida no crescente aumento da profissionalização do desporto juvenil. Na primeira parte do artigo, um caso é apresentado para moderar as nossas expectativas sobre o valor de desenvolvimento intrínseco do desporto e, em vez disso, concentrar-se em ser intencional na exposição dos jovens a competências de vida e oportunidades de aprendizagem experiencial. Na segunda parte do artigo, a formação de treinadores e a profissionalização do desporto juvenil são examinadas como desafios contemporâneos em relação aos dilemas que criam e às oportunidades que apresentam.

Keywords Coach, Athlete, Implicit, Explicit, Transfer.

Palavras-chave Treinador, Atleta, Implícito, Explícito, Transferência.

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Introduction Positive youth development (PYD) is grounded in relational developmental systems theory (Geldhof et al., 2013) and represents a strength-based approach to development where the focus lies in promoting the strengths of youth. Human development is posited to involve mutually influential bidirectional relations between individuals and their social, cultural, and physical ecologies, all changing interdependently over time. It is postulated that the possibility of adaptive developmental relations between youth and their ecologies, as well as the plasticity of human development, both represent defining features of positive change that can occur within relational developmental systems. Thus, rather than being labelled as problems to be fixed, youth are viewed as resources to be developed with much potential to contribute to society in meaningful manners (Lerner, Almerigi, Theokas, & Lerner, 2005). Within the PYD approach, a central tenet is that positive developmental trajectories are accrued in contexts that afford youth (a) positive and sustained adult-youth relations, (b) life skills-building activities, and (c) opportunities to participate in valued community activities. PYD currently stands as the most widely utilized approach to study development in the context of youth sport (Holt, 2016). Youth sport represents a microsystem level context that, when appropriately structured, can offer experiences conducive to PYD and the acquisition of life skills (Camiré, 2014; Van Boekel et al., 2016). Life skills are recognized as desired assets that prepare youth to function as productive members of society. They are defined as intrapersonal and interpersonal assets (e.g., emotional control, goal-setting, teamwork) learned or refined in sport that enable individuals to succeed in different life domains, such as school, home, work, and community (Gould & Carson, 2008). Thus, inherent in the definition of life skills is the notion that a skill learned in sport must be transferred and applied in settings that extend beyond sport in order to be considered a life skill. Pierce, Gould, and Camiré (2017) have defined life skills transfer as:

“The ongoing process by which an individual further develops or learns and internalises a personal asset (i.e., psychosocial skill, knowledge, disposition, identity construction, or transformation) in sport and then experiences personal change through the application of the asset in one or more life domains beyond the context where it was originally learned (p. 194)”.

In many countries around the world, there is increased attention paid to the teaching of life skills through sport, with such developmental assets being viewed as fundamental learning outcomes that should be targeted and fostered through PYD-based interventions (Santos et al., 2017). In the lives of

youth sport participants, coaches have been identified as important non-parental sources of influence, directly responsible for delivering sport programming and thus in privileged positions to teach life skills (Cope, Bailey, Parnell, & Nicholls, 2017). The purpose of this paper is to offer a brief commentary on the challenges and opportunities that exist in promoting PYD and life skills amidst the increased professionalization of youth sport. The paper is divided in two sections. First, the context of youth sport is situated in terms of its potential and its limits in aligning with the broad range objectives inherent in the contemporary PYD and life skills rhetoric. Second, the challenges to and opportunities for promoting PYD and life skills in youth sport are examined, in light of the ever-increasing professionalization of this context. Youth Sport, Positive Youth Development, and Life Skills Sport is practiced by millions of youth the world over and in many countries, it represents one of the most popular activities for youth to stay active (Larson & Verma, 1999). In Canada, according to the ParticipACTION (2018) report card on physical activity for children and youth, approximately 67-73% of children and youth participate in an organized sport program. In Portugal, it is estimated that approximately 500.000 youth are involved in organized sport across the country (PORDATA, 2019). Thus, given the large proportion of youth engaged in sport, there have been increased concerns as it pertains to the role of sport in society. Should youth sport be positioned as training ground, a stepping stone for the talented few towards professional or Olympic careers or should it be prefaced as a widely accessible form of physical activity serving strategic public health objectives? Irrespective of the outcomes sought, many researchers (e.g., Coakley 2016; Coalter, 2010) have signaled the dangers of evangelizing the virtues of sport participation. Despite calls to temper claims of sport’s inherent goodness and purity, such virtues nevertheless abound in the popular discourse, with many organizations framing their vision/mission statements with sport positioned as a legitimized contributor to a wide swath of developmental objectives. For example, in Canada, sport has been positioned as promoting “positive sportsmanship, citizenship and the total development of student athletes through interscholastic sport” (School Sport Canada, 2019, About SSC, para. 2), while also being used “as a tool for social and economic development, and the promotion of positive values at home and abroad (Canadian Sport Policy, 2012, p. 3). In a similar vein, within the code of sports ethics of the Portuguese Institute for Sport and Youth (2015), sport is situated as having a:

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“Presence in society through being an educational and training tool, for personal and social development and entrepreneurship, of extraordinary power. In and through sport we believe we are capable of building a better world for ourselves and for future generations. Sport involves an intersectorial, intergovernmental, intergenerational structured dialogue of a transverse and multidisciplinary nature which transforms it into a valuable social, educational and prophylactic resource (p. 4)”.

Although there is empirical (e.g., Chinkov & Holt, 2016; Weiss, Stuntz, Bhalla, Bolter, & Price, 2013), theoretical (e.g., Holt et al., 2017), and policy (e.g., Darnell & Millington, 2019) level evidence and justification for using sport as a tool for development, it is a disservice to all when sport is (blindly) positioned as offering a particular economy of solutions, beyond what non-sport activities can offer, to issues that stretch as far as social justice, inequality, and human rights. With the quality of evidence for sport for development interventions still regarded as generally weak (Whitley et al., 2019a; Whitley et al., 2019b), sport must be conceptualized as one element within larger integrative approaches to development, with no insular developmental virtues. Sport must be part of a balanced approach to tackling social change in civil society, with its rightful but humble place and role. Moving forward, to genuinely preface the potential of sport, we must engage in efforts to (a) refrain from inferring that micro-level individual outcomes inevitably lead to macro-level community impacts while (b) considering the historical, social, and cultural contexts within which sport organizations operate (Coalter, 2010). Further, as Darnell and colleagues (in press) have discussed, the success of sport as an intervention “may be epiphenomenal to the implementation of sport itself; rather, the social, inter-personal, and affective aspects of interventions are at least as, and often more, significant in leading to positive outcomes as compared to the implementation of sport” (p. 17). Thus, when attempting to promote development at different levels and in its many forms, the underlying focus should be less on sport per se and more on people. In concrete terms, this translates into the building of meaningful relationships at a variety of levels (i.e., between participants, between sport organizations, between sport and non-sport organizations) as well as the direct application of developmental approaches embedded in everyday programming. Based on the arguments put forth, if we consider that there may not be much that is inherently magical about sport in terms of its potential for psychological, social, and cultural development, it thus becomes crucial to ask the question as to how we can intentionally design youth sport experiences conducive to PYD and life skills development.

Turnnidge, Hancock, and Côté (2014) initiated a productive line of inquiry by distinguishing the implicit approach from the explicit approach to life skills development and transfer that can be deployed in youth sport. The implicit approach refers to sport programs focusing exclusively on sport skills, whereby coaches do not address life skills in an intentional manner. Past research has shown how within implicitly structured sport environments, youth can still acquire some life skills when they experience the inherent features (e.g., competitive environment) and social dimensions (e.g., positive peer relationships) of sport in a healthy manner (Chinkov & Holt, 2016; Holt, Tink, Mandigo, & Fox, 2008; Jones & Lavallee, 2009). Thus, within the implicit approach, it is still possible for youth to learn life skills, but the absence of intentional life skills strategies means that coaches have little/less control over their athletes’ developmental trajectories, from a life skills perspective. Conversely, the explicit approach refers to sport programs within which coaches target the teaching of life skills in a deliberate manner, with sport skills and life skills taught in an integrated manner (Bean & Forneris, 2016; Camiré, Trudel, & Forneris, 2012). Examples of explicit life skills strategies include coaches who define life skills with their athletes, reinforce life skills transfer to contexts extending beyond sport, intentionally create life skills teaching moments, and provide tangible leadership opportunities (Allen, Rhind, & Koshy, 2015; Camiré et al., 2012; Pierce, Kendellen, Camiré, & Gould, 2018). The explicit approach is increasingly being advocated for by researchers as there is accumulating empirical and theoretical work making the case that deliberately planned life skills initiatives on the part of coaches are critical in optimizing athletes’ successful internalization and generalization of life skills (Allen et al., 2015; Bean & Forneris, 2016; Holt et al., 2017; Pierce et al., 2018). In attempts to move beyond the implicit/explicit dichotomy and more precisely delineate the extent to which coaches are intentional (or not) in teaching life skills, Bean, Kramers, Forneris, and Camiré (2018) created the implicit/explicit continuum of life skills development and transfer. The inherent premise of the continuum is that sport participants are more likely to learn and transfer life skills when taught by coaches who move up the six continuum levels: (a) structuring the sport context, (b) facilitating a positive climate, (c) discussing life skills, (d) practicing life skills, (e) discussing transfer, and (f) practicing transfer. The continuum levels are designed to build on one another, meaning that effective life skills interventions require coaches to first structure their context and facilitate a positive climate before they can get successfully deploy strategies to get their athletes to discuss and practice life skills and their transfer. Although it is recognized that many factors extending beyond the direct control of coaches can influence their ability to be intentional in their life

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skills teaching efforts (e.g., athletes’ varying skill sets, access to resources, access to transfer opportunities), the continuum represents a concrete tool that can help coaches more firmly grasp the initiatives they must put in place to promote PYD and life skills development. In assessing and summarizing the current state of evidence in youth sport research as it relates to PYD and life skills development, some conclusions can be drawn. Given that youth sport is but one of many contexts in which youth operate, we must temper expectations and remain realistic about sport’s intrinsic power to foster desired developmental outcomes. Rather, as the latest evidence indicates, we must be intentional by structuring youth sport contexts in a calculated manner whereby youth are exposed to life skills messaging and experiential learning opportunities. Although the latest evidence points to how explicit approaches should be prioritized to optimize athlete development in youth sport, very real and important challenges must first be addressed before we can progress towards a state of affairs where youth sport structures are genuinely enacted in the service of participants’ lifespan development and society’s greater good. Such challenges are discussed in the next section, in light of the opportunities for positive change that they offer. Challenges to and Opportunities for Positive Youth Development through Sport The social structures and organizations encompassed within the youth sport system do not function in a bubble. They are, as any other social entity, continuously influenced by dynamic forces that drive social change. In an endlessly evolving society, it is imperative that the challenges brought forth by social change be recognized and appropriately addressed. Two main challenges currently confronting youth sport are scrutinized in relation to the dilemmas they create and the opportunities they present. Educating Coaches to be Explicit Within youth sport research in North America, life skills have been empirically examined for over 30 years. Yet, life skills remain inconsistently taught in deliberate manners given that the majority of coaches overseeing youth sport programs are not trained to facilitate youth development (Petitpas, Cornelius, Van Raalte, & Jones, 2005). Looking beyond North America, there are some but admittedly few sport-specific research and practical efforts devoted to understanding and promoting PYD in culturally diverse populations (Wiium & Dimitrova, 2019). Given the central role of the coach in structuring the sport context and facilitating a developmentally appropriate climate (Bean et al., 2018), formal coach education has been advanced as a pedagogical

initiative of crucial importance in preparing coaches to facilitate PYD and life skills (Newman, Ortega, Lower, Paluta, & Vargas, 2016). Further, coaches have requested that they should be granted increased access to formal coach education by having such learning situations more widely recognized as professional development opportunities while also being made available in diverse online formats (Camiré, Rocchi, & Kendellen, 2016). Although positioned as an essential and desired learning situation (Erickson, Bruner, MacDonald, & Côté, 2008; Nelson, Cushion, & Potrac, 2006), formal coach education has also often been criticized as mostly disconnected from actual coaching practice and real world problems (Paquette & Trudel, 2018). As it pertains directly to PYD and life skills, even if coaches have access to formal coach education, “mainstream coach education programs lack content that is relevant to positive youth development, instead maintaining a focus on technical and tactical skills” (Vella, Oades, & Crowe, 2013, p. 526). In response to the lack of PYD and life skills material integrated within mainstream formal coach education programs (Santos et al., 2017), researchers have developed their own PYD-focused coach education courses, which have been offered in countries such as Canada (e.g., Camiré, Kendellen, Rathwell, & Felber Charbonneau, 2018; Falcao, Bloom, & Gilbert, 2012; Strachan, MacDonald, & Côté, 2016), the United Kingdom (e.g., Harwood, Barker, & Anderson, 2015), Australia (e.g., Vella et al., 2013), the United States (e.g., Ferris, Ettekal, Agans, & Burkhard, 2015), Singapore (e.g., Koh, Camiré, Bloom, & Wang, 2017), and Portugal (e.g., Santos et al., 2019). The proliferation of researcher-developed PYD-focused coach education courses is cause for optimism, especially since such courses have been created and implemented in many countries across several continents. However, despite evaluations indicating that coaches deem such courses to be well structured and appropriately delivered, it is important to note that their populational reach is generally limited, with outcome findings demonstrating how implementation efforts are often met with limited success, from a life skills coaching perspective. Thus, the enduring dilemma consists of determining how PYD-focused coach education courses, designed to equip coaches to become explicit teachers of life skills, can be made widely accessible while also being created and implemented in manners that address coaches’ real-world needs. From an accessibility and convenience point of view, online approaches have garnered much interest (e.g., Strachan et al., 2016). However, the limits of online coach education were directly evidenced in a recent intervention study conducted by Santos et al. (2019) in which coaches appreciated the flexible nature of the online PYD-focused coach education course but acknowledged it led to few on-the-ground coaching outcomes due to the lack of any practical component. Moving forward,

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significant challenges remain in terms of how coaches, on a populational scale, can be made aware, and most importantly convinced, of the importance of using sport as a tool for developing life skills, not just sport skills. As the empirical evidence base continues to build in terms of the accrued developmental benefits associated with explicit life skills coaching, innovative pedagogical approaches must be brought forth as part of continued efforts to get coaches to prioritize both the development of sport skills and life skills. Many approaches, pathways, and applications to PYD-focused coach education courses have recently been discussed by Santos, Gould, and Strachan (2019) and must continue to be refined, especially in consideration of the increased professionalization of youth sport. The Professionalization of Youth Sport Although innovative pedagogical approaches are surely needed in coach education, it is essential to consider that the success of these approaches is inevitably bound by the inherent demands of the sport context in which coaches operate. Hence, the limited success evidenced in past PYD-focused coach education courses (e.g., Santos et al., 2019), in terms of tangible behavioural manifestations of coaches teaching life skills, may have as much to do with the pedagogical features of the course as it does with the ecological features of the sporting environment, together influencing the extent to which coaches were able to implement on the field of play the PYD material they were been exposed to in the course. Given that a critical measure of success for coach education courses is coach behavioral outcomes, it is unquestionably essential that we reflect on not just the pedagogical quality of courses but also scrutinize the nature of the opportunities that exist for coaches to actually put in practice their learning. Specifically, in terms of promoting PYD and life skills, such reflections entail unpacking the current parameters that govern youth sport to more fully appreciate the real-world viability of having coaches explicitly teach life skills in performance-oriented professionalized youth sport settings. As eloquently portrayed by Sean Gregory in his Time magazine piece on the $15 billion youth sport industry (Gregory, 2017), youth sport is now a full-fledged commercial enterprise with critical developmental considerations for youth and high financial stakes for parents, administrators, and communities. Examples of the youth sport paradigm shift that has occurred in the last decade abound. For instance, for numerous sports, websites (e.g., www.middleschoolelite.com) offer detailed national rankings of athletes as young as seven years of age. Many small communities are now banking on the rise in travel associated with youth sport tournaments, “using tax money to build or incentivize play-and-stay mega-complexes, betting that the influx of

visitors will lift the local economy” (Gregory, 2017, para 26). The seismic changes at hand are having profound repercussions for coaches, making it increasingly difficult for them to reconcile developmental objectives within progressively professionalized climates where intense competition and privatization are becoming the norm. It appears that we may be getting close to reaching a state of affairs where increasingly professionalized climates are, for the most part, seriously inhibiting coaches’ ability to explicitly promote PYD. Thus, important questions must be asked and reflected upon: Have PYD and the increasingly performance-oriented youth sport system become irreconcilable? Who is responsible for the current situation? In relation to the first question, there is room for optimism as performance and development should not be regarded as mutually exclusive, with numerous examples of programs successfully integrating both outcomes (e.g., Camiré, Trudel, & Bernard, 2013; Pierce, Gould, Cowburn, & Driska, 2016). In relation to the second question, it appears that all youth sport stakeholders share responsibility for the current situation and in order to move forward in a productive manner, everyone involved in youth sport will have to play an active role as hard choices will need to be made. Top-down as well as bottom-up approaches will need to be implemented concurrently if coaches are truly going to operate in sporting environments where the explicit teaching of life skills is genuinely considered a desirable, viable, and achievable goal. Both micro (e.g., within sport teams, within coach education courses) and macro (e.g., within national sport organizations, within national policy documents) level changes are required and will need to be effected synergistically. In concrete terms, this entails, for example, equipping coaches with proper knowledge and tools to explicitly teach life skills while also granting them legitimate opportunities to operate in settings where organizational policies promote and mandate explicit life skills teaching approaches. A synergy between micro-macro levels of changes is crucial, as untrained coaches cannot be expected to effectively and explicitly teach life skills, even if their immediate environment is favorable to PYD, and trained coaches cannot be expected to explicitly teach life skills if they operate in win-at-all-cost environments. The main interrogation moving forward lies in determining if we are, as a society, actually ready to enact the changes required for youth sport to be rightfully embodied as an initiative for the greater good. For instance, can we enact the micro-macro level changes needed to create a true culture shift, whereby the presence of parents self-identifying as paying clients, pressuring coaches to play their children and win games, is eradicated? Likewise, can we enact the micro-macro level changes needed to create a true culture shift, whereby the presence of administrators within sport clubs/organizations who solely reward/retain coaches based on their

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performance record is eliminated? If meaningful changes are not enacted, inevitably, youth sport coaches will feel pressured to maintain a focus on performance/winning and will most likely find it increasingly challenging to explicitly address PYD. Moreover, maintaining the status quo and letting the youth sport system descend further down the professionalization precipice will inescapably lead to youth paying the greatest price, as current structures “are pricing out lower-income families. Some kids who don’t show talent at a young age are discouraged from ever participating in organized sports. Those who do often chase scholarships they have a minuscule chance of earning” (Gregory, 2017, p. 10). Conversely, the opportunities that can stem from meaningful change are exciting, invigorating, and considerable, extending from curbing the physical and psychological costs associated with intense early sport specialization to revitalizing the concept of access, whereby children can focus on having fun with their peers and genuinely exercise their right to play in physically and psychologically safe sport settings. Conclusion Within this brief commentary, some of the challenges and opportunities that exist amidst the increased professionalization of youth sport have been raised and explored. Moving forward, in order to sustain youth sport structures that genuinely offer young athletes opportunities to develop, practice, and refine sport skills and life skills in an integrated manner, researchers have an important role to play in pushing agendas constructively critical of the status quo. Sport touches the lives of millions of youth around the world and thus there is great responsibility in ensuring that youth sport programming is structured and delivered as an important developmental initiative serving the greater good. References Allen, G., Rhind, D., & Koshy, V. (2015). Enablers and barriers for male students transferring life skills from the sports hall into the classroom. Qualitative Research in Sport, Exercise and Health, 7, 53-67. doi: 10.1080/2159676X.2014.893898

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Circuito Trakcyon/UVP: Uma Competição sem Árbitros

Eduardo Leal Goulart Nunes1, Rui Resende1,2 1Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, Brasil; 2Instituto Universitário da Maia, Portugal.

RESUMO

Em busca do resgate das competições adultas de vôlei de praia da região sul do Brasil, um grupo de atletas iniciou uma forma inovadora e financeiramente sustentável de organizar um evento de vôlei de praia, por meio da gestão compartilhada, transparência e honestidade. O Circuito Trakcyon/UVP tornou-se referência na região e tem disseminado a cultura de competir sem a presença de árbitros e por meio do fair play. Com premiações em dinheiro mais atrativas que os poucos torneios existentes na região aliado ao seu baixo custo de organização e execução, o Circuito Trakcyon/UVP, no seu terceiro ano de existência, projeta um futuro duradouro e sustentável, atingindo não apenas os atletas do circuito, mas também agindo como meio de transformação social pelo esporte, através de ações em parceria com uma universidade durante as etapas do circuito. As potencialidades e desafios do circuito são os pontos de maior reflexão da comissão de atletas que organizam o evento. Se, por um lado, tem-se o esporte de competição por meio da honestidade como destaque do potencial agregador de valores sociais, por outro lado, a busca por maior visibilidade aos seus patrocinadores, pode ser elencado como um dos maiores desafios atuais do circuito.

ABSTRACT In search of the rescue of beach volleyball adult competitions in the southern region of Brazil, a group of athletes initiated an innovative and financially sustainable way of organizing a beach volleyball event, through shared management, transparency and honesty. The Trakcyon/UVP circuit has become a benchmark in the region and has disseminated the culture of competing without the presence of referees and through fair play. With more attractive cash prizes than the few existing tournaments in the region allied to its low cost of organization and execution, the Trakcyon/UVP circuit, in its third year of existence, projects a lasting and sustainable future, reaching not only the Athletes of the circuit, but also acting as a means of social transformation by sport, through actions in partnership with a university during the tournaments of the circuit. The potentialities and challenges of the circuit are the points of greatest reflection of the Athletes committee who organise the event. If, in one hand, there is the competition through honesty as a highlight of the potential aggregator of social values, on the other hand, the search for greater visibility to its sponsors, can be listed as one of the biggest current challenges of the circuit.

Palavras-chave Esporte, Rendimento, Vôlei de praia, Competição, Fair play, Inovação.

Keywords Sport, Performance, Beach Volleyball, Fair play, Competition, Innovation.

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Introdução Num momento em que os altos custos para formalização, organização e custo de competições de âmbito profissional em vôlei de praia são demasiado onerosos, uma nova configuração competitiva teve origem no estado de Santa Catarina no sul do Brasil. O Circuito Trakcyon/UVP foi uma iniciativa de um pequeno grupo de jogadores da modalidade (oito atletas), que, ao se depararem com a escassez de competições da categoria adulta em seu estado, decidiram dar corpo a uma nova forma competitiva em 2017. Este grupo já hávia criado, assim como muitos outros grupos de vôlei de praia espalhados pelo território brasileiro, a cultura de realizaram jogos amistosos aos finais de semana, que chamam de “bate-bola”. Estes momentos de “bate-bola” caracterizam-se por jogos sem a presença da arbitragem formal e tentando, no entanto, promover um ambiente semelhante aos momentos de competição. A particularidade destas disputas é que a equipe que vence permanece em quadra. Desta forma, a competição entre as equipes ocorre pela motivação em permanecer em quadra o maior número de partidas possíveis. A partir de vários anos com a frequência desta prática e desagradados com escassez de competições oficiais na região em que vivem, este grupo de atletas decidiu organizar um campeonato entre eles. Em consequência decidiram coletar entre si uma mensalidade correspondente a cada atleta e com o propósito de distribuir o montante apurado como forma de premiação entre os campeões de cada evento. Desta forma procuraram tornar os momentos de "bate-bola" mais atrativos, motivantes para além de mais disputados. Num primeiro momento, a ideia seria que esta competição fosse disputada por este reduzido grupo de amigos, contudo, as primeiras ideias foram extrapolando a expectativa inicial do grupo e, em apenas quatro dias de trocas de mensagens online, o circuito, batizado de Unidos do Vôlei de Praia (UVP), foi instituido. Neste curto espaço de tempo (4 dias), criou-se um regulamento que contemplava o valor da mensalidade dos atletas, o formato da competição, a forma de pontuação e a composição do ranking dos atletas participantes. Para além disso definiu-se o calendário das etapas do ano e criou-se a logomarca do evento. Antes mesmo da sua primeira etapa o grupo já contemplava mais de 50 atletas da região sul do Brasil. Estes foram sendo adicionados ao movimento pelos atletas mentores do circuito, trasnformando este novo conceito em um evento esportivo sul brasileiro. O primeiro ano do circuito foi composto por cinco etapas, que iniciaram em abril/2017 e ocorreram bimestralmente. Posteriormente a frequência das etapas foi aumentando, bem como o número de participantes e respetivas premiações. Caracteriação do sistema da competição

Ao olhar para um evento UVP, evidencia-se claramente a grande diferença entre os seus jogos e os jogos das competições oficiais formais sob a égide da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). A principal e de maior visibilidade será a ausência da figura do árbitro constituindo-se como a inovação mais debatida sobre a competição criada. Quando o circuito foi idealizado, o grande ponto de acordo entre os atletas foi que as competições oficiais têm um elevado custo com arbitragem, aproximadamente R$4.000 (quatro mil reais) para dois dias de competição. Chegou-se ao consenso que este recurso, que normalmente seria destinado à arbitragem e organização do evento, poderia ser destinado para aumentar a premiação dos atletas. A par da arbitragem, a organização e a responsabilidade nos eventos deveriam ser partilhadas e sem qualquer ônus financeiro para o circuito. Compreendendo que ao realizarem os frequentes jogos amistosos, nos quais não havia a presença da figura do árbitro, os jogos ocorriam em grande harmonia entre regras a aplicação das regras oficias e as decisões tomadas em quadra pelas duplas que estavam a disputar a competição, este grupo de atletas vislumbrou a possibilidade de inovar a forma de competir, implementando o fair play como base das tomadas de decisão acerca das regras do vôlei de praia. Apesar da prática em realizar jogos amistosos sem a presença da figura do árbitro ser comum entre grupos de vôlei de praia na região, nunca se tinha realizado uma competição formal sem esta figura. Assim, sistematizar este modo de competição através de um circuito anual regido pelas regras oficiais emanadas pela Federação Internacional de Vôleibol (FIVB), e a criação de regulamento próprio com ênfase em normas de conduta passiveis de possibilitarem o êxito da competição constitui um objetivo. Esta realidade é facilitada pelo próprio ambiente positivo em que os atletas são expostos durante os eventos, bem como pela cultura esportiva desde grupo de atletas. A forma de gestão das partidas que caracteriza o circuito e mantém os eventos em perfeita harmonia é baseada pela apropriação da responsabilidade por parte dos atletas em quadra, ou seja, não há alguma interferência externa. Quando um atleta infringe alguma regra do vôlei de praia, compete ao próprio atleta, regido pelos preceitos do fair play, parar a jogada e acusar a falta que por ele foi cometida. Por vezes dúvidas acontecem, geralmente em relação à invasão sobre a rede ou se a bola foi dentro/fora. Nestes casos, após o término da jogada a dupla adversária pode questionar se não houve alguma infração e, caso o questionamento seja pertinente, as decisões devem ser tomadas com o acordo entre as equipes em quadra. Todavia, ainda há como possibilidade de recurso uma dupla de atletas que tem como função a marcação dos pontos e que em caso de incongruência entre as decisões das duplas em quadra, poderá dar o seu parecer. Este deve ser

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acatado pelas equipes em quadra. Ainda assim, caso a dúvida permaneça, anula-se o ponto e prossegue-se com a partida. O circuito Trakcyon/UVP também se destaca por atribuir um valor de premiação acima do habitual e levar maior número de equipas à premiação entre as competições locais, inclusive as competições oficiais dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O sistema adotado pelo circuito tem como base os preceitos de uma instituição sem fins lucrativos, em que nenhum dos membros organizadores é remunerado pelo trabalho prestado. Sendo assim, todo o valor arrecadado pela quotização dos atletas para a realização das etapas é destinado à sua premiação. No que diz respeito à forma como se procede às premiações das etapas, o circuito prevê que esta dependa do número de duplas inscritas em cada etapa, sendo: • Até 11 duplas - premeia-se 3 duplas; • De 12 a 15 duplas - premeia-se 4 duplas; • De 16 a 18 duplas - premeia-se 6 duplas; • De 19 a 24 duplas - premeia-se 8 duplas; • Acima de 25 duplas - premeia-se 12 duplas. Com o objetivo de atender às necessidades dos atletas, o evento, que é realizado sempre em dois dias de competição, tem como tradição organizar a tabela de jogos por forma a que no segundo dia de competição (sempre aos domingos) contemplem apenas equipes já garantidas na zona de premiação, Desta forma favorece a otimização do tempo assim como de custos das equipes já eliminadas da competição. Tal organização é facilitada pelo fato do sistema de disputa definido pelo circuito ser organizado em formato de “dupla eliminatória” até à fase semi-final, ou seja, a equipe só é eliminada da competição ao perder duas partidas. Gestão e Liderança O fator principal da gestão do circuito é a grande preocupação com os atletas, desde o bem estar nas etapas, até o sistema de disputa de jogos que permita maior participação. Neste sentido, contemplar o maior número de participantes por etapa é um ponto chave da gestão do circuito. Ainda que seja notável o bom nível técnico dos “atletas UVP” quando comparados aos atletas do circuito brasileiro de vôlei de praia, a gestão dos eventos UVP tem como grande objetivo aumentar o número de duplas participantes. Assim, pode-se afirmar que o circuito UVP se caracteriza como amador e procura manter esta característica impedindo que atletas que estejam no top 16 do ranking do circuito brasileiro se inscrevam nas etapas do circuito Trakcyon/UVP. O início do circuito Trakcyon/Uvp foi marcado por uma gestão 100% compartilhada, porém, ainda no seu primeiro ano de criação, os atletas verificaram a necessidade da constituição de uma comissão organizadora. Esta comissão, também composta por atletas que disputam os eventos, apresenta um

número restrito de participantes. Esta comissão foi composta por livre e espontânea vontade de cada atleta. Foi aberta um apelo para a formação da comissão e, aqueles que se julgassem aptos para assumir funções específicas do circuito, poderiam ingressar. De início seis atletas se dispuseram a constituir a comissão e dedicar-se à organização do circuito, tendo consciência que esta foi uma decisão voluntária e não previa qualquer remuneração. Tais funções estavam ligadas à organização do ranking, controle e formulação das tabelas de jogos, criação e gestão das redes sociais, controle financeiro e distribuição das premiações, contato e organização dos eventos. Acrescenta-se que nos dias de competição, por se tratar de um sistema de gestão partilhada, para além dos elementos da comissão outros atletas presentes no evento são participantes ativos na montagem, organização e desmontagem dos equipamentos de jogo. Muitas ideias e aperfeiçoamentos da organização da competição partiram dos momentos de troca de informações entre atletas. Essas ocasiões tornaram-se muito frequentes a partir das confraternizações ocorridas no decurso das etapas. Na procura de ampliar o vínculo entre os “atletas UVP” (como os próprios se intitulam), criou-se a tradicional confraternização de “sábado a noite”. Em virtude das etapas ocorrem sempre aos finais de semana (sábado e domingo), os atletas passaram a realizar um jantar após a última rodada dos sábados, regado a comida, música e muitas risadas. Nestes momentos as famílias se aproximam, as brincadeiras se afloram e, evidentemente, o assunto acaba em torno dos jogos do dia, sobretudo acerca de jogadas engraçadas, incrementando e fazendo prosperar ainda mais o clima de descontração e coesão do grupo. Porém, estes são igualmente os momentos em que surgem discussões sobre as potencialidades e necessidades do circuito. Um grande debate que houve em um destes momentos foi sobre a demanda de aquisição de equipamentos para os eventos (bolas, redes, placares, entre outros). Até então, durante o primeiro ano de existência, as etapas eram realizadas com o empréstimo de bolas por parte de alguns atletas, redes de outros e assim por diante. Porém, com a preocupação com uma padronização dos materiais e equipamentos utilizados, o assunto foi tema decisivo em uma das confraternizações. A partir deste ponto foi agregado ao evento uma taxa de anuidade, em um valor simbólico de R$30 (trinta reais), que deveria ser pago por cada atleta como forma de registo para estar apto a jogar as etapas do circuito. Apesar de escasso esta taxa anual foi a forma encontrada para possibilitar a aquisição dos materiais e equipamentos necessários à melhoria da competição. Além disso, ao organizarem as etapas do circuito, sempre que possível, a comissão organizadora solicita à cidade sede da etapa que seja disponibilizado alojamento aos atletas. Nem sempre este pedido é atendido, visto que nem todas as cidades

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dispõem de estrutura adequada para tal. A partir desta característica, o circuito tende a manter o espírito colaborativo entre os atletas, pois os participantes competem pelo encanto com a prática do vôlei de praia e não pelo recurso financeiro almejado a partir do esporte, mesmo considerando que o circuito tem premiações em dinheiro atrativas quando comparado a outras competições locais. Situações de Merchandising Com relação às cidades sede, o circuito também visa ampliar seu raio de atuação buscando diferentes cidades a cada edição e em diferentes regiões nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, para que mais atletas tenham a possibilidade de conhecer e participar da competição. Um dos pontos críticos do circuito, mesmo não sendo um circuito profissional, é a questão financeira. Os recursos financeiros para a organização das etapas são oriundos da inscrição dos atletas, da taxa cobrada para as cidades sede e dos patrocínios anuais (maior dificuldade de manutenção encontrada pela equipa de gestão). As diligencias e demandas por patrocínios constituem um ponto essencial e que tem sido amplamente discutido em momentos de confraternização entre os atletas. Compreendendo o potencial agregador de valores que o circuito criou, muito em função do sistema de fair play introduzido pelos atletas, percebeu-se que o mundo empresarial poderia demonstrar interesse em se tornar parceiros/patrocinadores dos eventos. Com esta visão os atletas esboçaram um plano de ação e, através dos seus contactos pessoais, abordaram e apresentaram o conceito UVP a empresas com potencial interesse em se tornarem parceiras. Para grande surpresa dos próprios atletas, três empresas se dispuseram a patrocinar os eventos. A primeira delas foi uma empresa de confeccão de uniformes esportivos que se dispôs a produzir uniformes exclusivas para cada etapa do circuito, sem custo algum para os atletas, com a contrapartida de incluírem o seu nome e a sua marca no nome do circuito. Desta forma o circuito passou a denominar-se Circuito Trakcyon/UVP de Vôlei de Praia. As outras duas empresas parceiras proporcionaram recursos financeiros e tiveram suas marcas expostas nos uniformes de jogo dos eventos, nas mídias sociais do circuito, bem como também placas de publicidade ao redor das quadras de jogo nas etapas. Com relação às placas e flags de publicidade, os próprios atletas se encarregaram de produzir, artesanalmente, as esquadrias (canos de PVC e vara de pesca) para fixação na areia, enquanto o material publicitário foi também confecionado e cedido pela patrocinadora dos uniformes. [IMAGEM PLACAS PATROCÍNIO E FLAGS] Os pontos levantados pelos organizadores para angariarem potenciais patrocinadores para o evento

vão de encontro às potencialidades, ameaças, forças e fraquezas do evento, elencadas no quadro 1.

Quadro 1 - Matriz SWOT do Circuito Trakcyon UVP. Forças

- Alto nível técnico; - Baixo custo; - Coesão dos atletas; - Transparência; - Gestão compartilhada e governança corporativa.

Oportunidades - Vincular as marcas às boas práticas; - Atingir as comunidades locais através das clínicas; - Atletas amadores sendo vistos; - Ampliação da prática do vôlei de praia.

Fraquezas - Dificuldade de armazenamento e transporte dos materiais; - Pouca visibilidade nos eventos; - Impressão de amadorismo a quem assiste, em função da ausência de arbitragem.

Ameaças - Informalidade empresarial; - Vulnerabilidade perante aos orgãos de fiscalização (alvarás e atuação profissional – Federações).

O segundo ano de existência do circuito colocou o evento em destaque dentre as competições de vôlei de praia da região sul do Brasil e diversas cidades contactaram a organização com a intenção de sediar uma das etapas do ano. Uma maior perceção da potencialidade do circuito levou a comissão organizadora a vislumbrar novas formas de enriquecimento dos seus eventos. Como consequência foi criado um caderno de encargos para as cidades, clubes, associações e afins, que tivessem o interesse em sediar uma etapa do circuito Trakcyon/UVP. Neste caderno de encargos os pontos principais que foram evidenciados foram o pagamento de uma taxa (equivalente a 30% do necessário para o pagamento das premiações da etapa) para a realização de uma etapa, bem como as exigências relativas à infraestrutura do evento, como o número de tendas, cadeiras, mesas, som, entre outros. Como contra partida ao investimento da cidade sede, ações de marketing antes e durante a etapa eram realizadas, como a divulgação dos patrocinadores locais do evento nas mídias sociais do circuito, brincadeiras e distribuição de brindes para os espectadores durante os eventos. Ainda diligenciando por proporcionar maior visibilidade aos apoiantes do circuito, à manutenção destas parcerias, bem como a angariação de novos patrocinadores, realizaram-se transmissões ao vivo das partidas semifinais e finais do circuito em algumas etapas. O impacto positivo percebido pelos organizadores e reconhecido pelas empresas parceiras gerou grande empolgação na equipe em manter a mesma conduta em todas as etapas do circuito. Contudo, a dificuldade e a incerteza de uma conexão estável com a internet acabaram tornando-se um fator limitante desta ação. Durante as

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transmissões ao vivo realizadas nos eventos o número de contas de espectadores que foram atingidas subiu mais de 5.000 % (cinco mil por cento), quando comparado ao número de espectadores in loco dos eventos. Enquanto num evento ao vivo estavam presentes em média 60 espectadores, as transmissões ao vivo permitiam chegar a mais de duas mil pessoas, mostrando o potencial agregador deste canal de merchandising. Apesar da dificuldade em ampliar o incremento de recursos financeiros para o circuito, os valores arrecadados já passavam a ser superiores ao necessário para a realização de cada etapa. Desta forma, a comissão organizadora passou a planejar ações futuras para o circuito, como a realização de uma etapa de encerramento da temporada, nomeada de Grand Slam, que reuniu as 16 melhores duplas da temporada, de acordo com o respetivo ranking. Nesta etapa, a premiação paga foi o dobro do habitual, além de contemplar os prêmios em dinheiro a todas as duplas participantes da etapa. O evento foi estratégicamente realizado na abertura da temporada de verão de uma das praias mais frequentadas em Santa Catarina: Balneário Camboriú. Esta realização aportou ao circuito maior visibilidade e divulgação, proporcionando dois novos contatos que se constituiram como parceiros anuais para a temporada seguinte. Com a crescente aprendizagem e experiência dos organizadores do circuito e os olhares atentos às ações realizadas em outros eventos esportivos de diversas modalidades, a equipe de gestão passou a vislumbrar a criação da marca UVP como forma de agregar valor a produtos que pudessem ser vendidos pelo circuito. Surgiu então a idéia de confeção de materiais de merchandising bonés, viseiras e uniformes do circuito para venda, tanto nas competições como sob encomenda a partir do perfil do circuito nas redes sociais. Esta última forma de venda ainda se encontra em implantação por meio de um dos parceiros do circuito. Ações agregadoras Ao compreenderem que umas das potencialidades do Circuito Trakcyon/UVP era a influência das boas práticas morais e cívicas através do esporte, a comissão organizadores conseguiu agregar ao evento uma parceria com um grupo de estudos em pedagogia do esporte da Universidade Federal de Santa Catarina, que passou a viajar para as etapas com a função de realizar clínicas de vôlei de praia à comunidade local com o foco na promoção de Life Skills (competências de vida), ou seja, valores, habilidade e competências que são associadas às práticas esportivas e transferidas para outros contextos da vida, como por exemplo o caso da honestidade, tão abordada durante os evento. Além da ação relatada acima, que tem impacto direto nas comunidades locais que recebem as etapas do

circuito Trakcyon/UVP, uma ação agregadora interna realizada desde o primeiro ano de existência do circuito é a realização de uma festa de encerramento durante a última etapa do ano. Nesta festa os melhores atletas do ano, por fundamento, eleitos por votação entre todos os atletas envolvidos na disputa do circuito, são premiados com brindes. Além da premiação dos melhores do ano por fundamentos também é premiado o atleta espírito UVP, porém, este é eleito pela comissão organizadora que pondera aspetos como pró-atividade e doação ao circuito ao longo da temporada. Avaliação do Processo Um dos aspectos que nos permite avaliar o impacto do circuito na comunidade que acompanha os eventos é a mudança de característica da forma com a qual os torcedores consomem o evento. Se antes a forma de torcer se resumia a fazer certa pressão negativa aos adeversários de suas equipes favoritas, como por exemplo, gritar ao lado da quadra que o atleta iria errar a próxima ação de jogo, hoje observamos estes torcedores aplaudindo os adversários de suas duplas favoritas e torcendo para uma boa atuação das suas equipes preferidas e não mais a má atuação das adversárias. Outro aspecto positivo referente ao circuito diz respeito ao grande número de ex-atletas que retomaram às suas práticas esportivas para se manterem em competição, bem como àqueles que desistiram de suas aposentadorias do vôlei de praia, como é o caso do atleta Sérgio Castro (Ceará) que aos 49 anos de idade havia anunciado sua aposentadoria com expressivos 13 títulos conquistados na maior competição do estado catarinense e hoje, aos 51 anos de idade, não cogita mais se aposentar tão em breve. Conclusões/Reflexões finais Com base nos aspectos abordados pelo presente artigo, pode-se constatar que a partir uma organização espontânea de pessoas, instituída por meio da boa contuda moral no esporte e conduzida através da transparência, partilha de responsabilidade e paixão pelo voleibol de praia, foi capaz de quebrar o paradigma do esporte de rendimento vs educação. É certo que tal quebra de paradigma se deu como um subproduto da idéia inicial deste grupo de atletas, que desagradados com a escassez de competições da modalidade em sua região criaram o Circuito Trakcyon/UVP. Contudo, regista-se que o princípio básico e fundamental do circuito, o Fair Play, é o contributo maior para a visibilidade e manutenção da competição. Nesse sentido, nota-se que o evento, em seu terceiro ano de existência, passou por diversas modificações de estrutura, formato de disputa, incremento de premiações, mudanças de parceiros e patrocinadores, mantendo a sua essência inalterada desde sua criação.

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O grande crescimento do circuito tem motivado os organizadores a projetar o evento a patamares ainda mais altos. Os ambiciosos objetivos preveem no futuro a extinção das taxas de anuidade e inscrição das etapas, premiação com valores compatíveis com aqueles aplicados no circuito nacional, transmissão televisiva, parceria com uma empresa de plano de saúde para os atletas e, sobretudo, a dissiminação das boas práticas morais e éticas por meio do esporte de rendimento, através do Fair Play. Além dos aspectos operacionais e estruturais do circuito, a comissão organizadora ainda pretende ampliar as parcerias com as universidades, tornando o circuito fonte de linhas investigativas que venham a contribuir de forma efetiva para as reflexões acerca do esporte.

Figura 1- Exemplo de banner de sponsors do circuito

Figura 2- Exemplo de banner de sponsors do circuito