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II Fórum Mineiro de autogestão autodefesa e família XII Congresso da rede mineira das apaes. 11 a 13 de Outubro de 2013 Minascentro BH/MG. II Fórum Mineiro de Autogestão, Autodefesa e Família. - PowerPoint PPT Presentation
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II FÓRUM MINEIRO DE AUTOGESTÃO AUTODEFESA E FAMÍLIA
XII CONGRESSO DA REDE MINEIRA DAS APAES
11 a 13 de Outubro de 2013Minascentro BH/MG
II Fórum Mineiro de Autogestão, Autodefesa e Família
Meu nome é Natália de Fátima Silva, tenho 45 anos. Nasci na roça, em uma pequena cidade do interior, Alvorada de Minas. Tenho um filho, Guilherme, de 15 anos, que frequenta a Apae de Belo Horizonte. Ele tem deficiência intelectual.
II Fórum Mineiro de Autogestão, Autodefesa e Família
Venho contar minha história de superação: Em 1987, eu com dezoito anos, resolvi tentar a vida em uma cidade maior e vim trabalhar em Belo Horizonte, no Restaurante Rei do Chopp, onde conheci o pai do meu filho, Sérgio. Eu morava em um quarto no centro da cidade, namoramos um ano e meio e casamos.
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Fui casada durante 10 anos com Sérgio. Ele era um homem bom, pagava até Golden Cross e resolvi fazer cirurgia de varizes porque eu era muito vaidosa. No risco cirúrgico descobri sopro no coração e tive que fazer cirurgia.
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• Demorei para recuperar e como tinha parado de tomar anticoncepcional engravidei. Meu marido na época disse para eu abortar e eu não aceitei , queria ter meu filho. Ele disse que se eu não abortasse ele me deixaria.
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Foi ai que me separei, tive uma depressão, chorei muito. Com 28 anos, sete meses de gravidez, tive um AVC- acidente vascular cerebral.
Meu filho Guilherme nasceu, o pai dele pagou um táxi para eu voltar para casa e desapareceu. Quando Guilherme tinha 15 dias ele reapareceu só para registrar o filho e sumiu de vez.
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Eu tive de criar meu filho sozinha só com a ajuda da minha mãe que morava no interior, na roça. Foi uma fase muito difícil porque eu tinha que fazer os tratamentos em Belo Horizonte e não tinha dinheiro para nada. Não tinha condições de pagar a passagem do ônibus.
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• Tive que mudar sozinha para Belo Horizonte para fazer minhas consultas e Guilherme ficou com minha mãe. Passei a guarda do meu filho para minha mãe.
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• Com sete meses Guilherme morava com minha mãe na roça e passou mal com febre alta e não abria os olhos só gemia. Meu irmão pegou o cavalo e foi chamar ambulância. Meu filho ficou internado por causa de meningite.
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Tive que vir para Belo Horizonte, morava num aglomerado, pagava aluguel. Meu irmão comprou um lote e dividiu comigo, fui pagando aos poucos. Ele me arrumou um serviço para eu me manter.
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• Minha mãe cuidou do meu filho até ele completar 7 anos. Tive que entrar na justiça para pegar a guarda dele quando ela adoeceu por causa de um AVC.
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• Fui morar de aluguel no Serro e não trabalhava e só recebia o BPC e uma ajuda da pensão do pai. Guilherme ia para a Apae do Serro ter os atendimentos que ele precisava.
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Comecei a me relacionar com Manoel. Só que ele não aceitava meu filho Guilherme. Queria corrigir Guilherme, batia nele e eu não deixava.
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• Comecei a construir minha casa aos poucos, com ajuda de voluntários. Meu companheiro era muito ciumento e me ameaçava o tempo todo e não aceitava meu filho. Meu pai não aceitava Guilherme também, dizia que ele não ia valer nada e só ia dar despesa na vida.
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• Morei com ele durante 6 anos aguentando tudo isso. Pensava que tinha que aguentar porque não poderia viver sem um companheiro.
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Na Apae de Belo Horizonte fui para a Escola de Pais e aprendi muita coisa sobre nossos direitos.
A advogada da Apae da Agência Jurídica que atende as mães, me ensinou a procurar ajuda na delegacia de mulheres para eu entrar na Justiça. Em outubro do ano passado tomei coragem e fiz a denuncia que ele falava que ia me matar e ficava me ameaçando. Dizia que iria matar eu e meu filho.